Você está na página 1de 52
Plano Geral dz Obra Vol. I—As Origens Vol. I-A Expansio Quatroceatsta Vol. - I-A Colonizagio Adtntica Vol. IV-O Impétio Oriens — 7 Vol. XII~O Fim do Império NOVA HISTORIA DA EXPANSAO PORTUGUESA ‘direc de Joel Serrio ¢ A. H. de Oliveira Marques Volume XI OIMPFRIO AFRICANO 1890-1930 coordenagio de A. H. de Oliveira Marques Editorial Estampa 2001 Scanned with CamScanner 472 Perante as ameacas britanicas, tiicandosse, 0 mater ania © Bovexno Portugués cedey, Jus 40s Gomes, respondeu, em -6cios Esteangeiros, Henrique B, como Ihe era exigido: tons de queixume mas rapidame “O governo porrugués julgava € j cotrente, satisteto por inteiro quant, dele quela que inesperadamente se levantou com on » gg, Pile memorandum que V. Exa. me entzegou ema 10 aa formula porta, de Sua Majestade reputa teal de expliagio, o que uma exigéncia inte ae ae ote 8 Barrio ga, bem como outros pontos do pats ! © visiam « recebes’ guamnigSes, 0 que alids se tornara impossivel de 1 em face das ins expedidas pelo gover que dei conhecimento a ente cépi Spia a este » em nome do seu govern: la forgas portuguesas dos terrieérios dos Makololos ¢ des Mashooas, tou dee Nowa Hitéria da Bxpanido Portuguese , com 8 a teiro quanto dele reclamava o hee H 0 Império Africano .° nchantre. resengu de uma ruprura eminense de relagBes com a Gel-Bretanha ‘as consequéacias que dela poderiam talvez detivat-se, 0 governo ua Majestade resolveu ceder as exigencies recentemence formuladas’nos lois menorandas a que alude, ¢ ressalvando por todas as formas os direitos coroa de Portugal nas regides afticanas de que se trata; e bem assim, pelo ito que lhe coafere 0 artigo 12° do Acto Geral de Berlim, de ver ente o'assunto em litfgio por uma mediagfo ou pela no de Sua Majestade vai expedir para o governador-ge- 1s ordens exigidas pela Gri-Bretanha..” caminhos-de-ferr0 de Lourenco Marques. a ‘A pesquisa, desde a fase do projecto até & construcio, permitin desmontar os interesses em jogo € compreender a importancia rratégica e econémica da “porta para o {ndico”, acompanhando avangos e recuos da accio diplomitica portuguesa, face &s pres- sées inglesas ¢ & resisténcia transvaaliana, em conseguir uma pas- sagem directa para 0 mat. Esse foi o inicio de um perfodo de grande efervescéncia, gerador de uma nova fase, no ritmo de érescimento capitalista colonial, na tegiio da Africa Austral. Gorados os planos de ocupagio de Lou- tengo Marques, quer por transvaalianos quer por ingleses, subsis- iam os seus interesses, veiculados por cometci nfrios, que se mantinham no distri ionando 0 governo colonial. A descoberta de diamantes na tegio permitiu a acumulagio de capital, que seria utilizado na interligacio desta zona, com a abertura de vias de comunicagio de que 0 projecto de caminho-de-ferto de Lourengo Marques a Pretéria foi um bom exemplo.- Observando um mapa de Mogambique constata-se que a con- figuragio do tertitério que se tornou independente em 1975 s6 na. {iltima década do século XIX, mais precisamente no ano de 1891. es © por missio- \ eee RR ERREEE Scanned with CamScanner v { 474 ; Nowa Histéria ds Expanido Portuguesa que se delimicon tal como ¢ hoje, na sequéncia do tratado assi- sectors se europa GeeBaain, Coe ai partilha definida pelaé pocéncias europeias coloniais e da capacida- de ou nio da Be ou ao yseragfo portuguesa em ocupar de facto e ex No tocante arcagio de limites imporea refecir © Tratado de Paz, Amizade, Comércio e Limites entre El-Rei de dos Algarves e 0 Governo da Repiiblica da: Africa Meti {oeclutdo a 29 de Julho de 1869, « apromado em Lisbon io de 1870, em que se reconhecia como pertencendo a Portugal toda baia de Touscogo Marques Fol scordecs shetent estrada entre 0 Transvaal ¢ Lourenso Marques ¢ vislumbrada, ptimeira yr, «idea da construgio le um camisho-de fama. () Pot outro lado, este eratado fez que Portugal perdesse “25 000 quilé- metros quadrades de terras em todo 0 prolongamento da fronteirs até a bacia de Roberton, e que eram as mais ricas regives do incetior, embora 0s limites pelo sul ficassem pelo paralelo de 26 geaus e 30 minutos”. C) ‘As negociagdes com a Alemanha, nos finais da década de oiten- ta, deram origem 4 “declaracio” de 1886, pela qual aquele reconhecia 0 “Mapa Cor-de-Rosa”, ambigio portuguesa, de li Pi demi a norte de Mocambique, jf que Berlim se estabelecera perto de Zanzibar (§). Q_tratado_com_a Ales 1a, celebrado a 31 ‘Dezembro de 1886, estabelecia como paralelo limite da colénia de, (/ | ocanabique 0 Fatalelo tirado da confluéncia do tio Messing ‘| com o rio Rovuma. Mas, 2 1 de Julho de 1890, a Inglaterra a] ‘Alemanba assinaram um acordo, pelo qual os territ6rios pertencen- peiras de Mc ique foram determinadas tratado ae ver reece ‘de Souto, Guia Biblio- ‘Referéacia 2 Conferéncia de Berlim 8 Joaquita Machaclo, "Memécia Juscificativa da Construpfo da Links Fetes de Loutengo Marques — Pretécia”. Ver Percira de Lim, Hioirie des Caminbos Fara de Mogansbiqny p. 48. " ‘OPE, Toscano, Os Grand Chefs ds Ajrce Asstral, Loarengo Marques, 1941, 48. « {0 ‘Refertcia 8 declaacfoatsinadla em Lisbou, em 30 ce Setebro de 1886. | <0 Inplrio Africana entre as duas costas afticanas, em troca da accitagéo da presengs 45 ‘uma ameaga a fronteita setentrional de is anos depois, a Alemanha nfo acei- (O expansionism portugués foi comentado, de forma magistral, ‘como eco do que se passava na pequena metrépole, durante discus- lamento, -propagada pela imprensa, por Anténio Enes, iu dtvida e cepticismo sobre a colonizagio em “Acabrushow-e wma grander, cosparnda com codes ot nosior e700: F camentos, e ~ perdoem-me as nobres ambigBes patri i is nos dilatarmog caquela nes concentiado". C) “A Aftica Orient com a Gri-Bretanha, abrange ums superficie de 780.000 quilémetros Ghadtados, o que faz uma supedicie nove vezes maiot que a de’ Portugal Giima extensio de costa quase tripls da do nosso pals.” () firmado apés_o sti ente foi substitufd re : i ios de Portugal as terras Limitadas 20 "A Ingle fecoahecia domtnios de Poreugl as es i ‘uma linha que, subindo o Rovuma, r aero dal seguis pars oeste do paralelo do ponto de confluéncia dest Ste 2 marge do lago Niassa. A oeste, por uma linha quts elatbrio Apraentads 20 Gover, p- 1. raerque, Magambigut, vol. IT, p. 25- (@) Anténio Enes, Mopambigue, Re a ‘Joaquim Mouziaho de Albug Scanned with CamScanner 476 Nowa Histtria de es Niassa, seguia a margem orient dat na direcgio 5 © Império Africano artindo do citado limite sobre dltecgfo sul, até ao parce A margem oriental do lago quanto puderdes, biga dos home: lejarem. Tende cuidado da minha fazenda. ‘© meu poder, Se o fizerdes assi * leste corta 0 rio Mazoe segue es sua intercepsio pelo paralelo 18°, 307 sul, cf acc vertente oriental do planalto de Manica, a au: m, far-vos-ei mercé, € ahando a ci se 0 fizerdes mal mandar .." Mowzinho transcrevia Se ae Manica, a ful, até & Lina este extracto e comentava- forma: “...encontra-se na- sharis crete dct ese efmenceetnse | Sul mmo Cine tee de de be Drosseguindo peas fonteiras orienais desta cepdblica ¢ ds Suasan te ag ensadas, a explicagio de todo o meu proceder no Governo de 20 tio Maputo. eared Mogambique”, : paactiicava-se de modo a que o Macequece ficassenaesfra portuguesa Sobre o esmagar de revoltas, Mouzinho comentava: ".. as Forgas ¢ Mutaca na britinica ¢ Inglaterra nfo te oporia textenste dace coloniais am ¢ mdntém s6 para andar em operagbes Pormgucsa, ao sul de Lourengo Marques, até uma linha que partinds ce ‘des, mas principalmente para evitar que confluéscia do Pangolo com 0 Maputo seguia o patalelo té teen "Q) j ido o territério’ Terminava assim 0 velho sonho do “Mapa Cor-de-Rosa”, wn na ccupasfo do} None deMoganbique Re " eso , © xeque Mussa-Phiri, de Sain, soa lgelnaaabe se contida entre duas amea- Sangage, um dos reinos afro-islamicos da costa, apés ter atacado as Civididos reins abicaaoe, oe as re iegvam ass sempre ‘ropas portuguesas — devido ao facto de ter sido preso um seu » com clis de um e de outro lado, sobrinho — incendiou algumas povoagées, com a alianga de chefes macuas de Mogincual ¢ de Mogovolas. Acabou preso e deportado 2) A coniuista® pen Tine . (°) Nos finais dos anos 80 houve tenta Moambique foi, se nio a mais dificil de subjugar, pelo menos ‘~ | Prazoz. Apés » Co @ col6nia em que as operagdes militares alcancaram maior ambito aerate € onde os “hersis coloniais” exibiram os seus feitos mais ousados, ity pp. AT3-A74. |. Mouzinho de Albuquerque, 3 , Bp. 112-113. AVHL de Oliveira Marques. ’) J. Mouzinho de Albuquerque, ob. ci . Scanned with CamScanner Nows Histiria da Expansio Portuguesi No Sul, os Portugueses tiaham L de fazer face a um Estado negro ‘clacivamente bem organizado, o Império Vatua, que senhorean, imbabrn C0 20 Centro e no Sul de.Mogambique'e em parte do Zimbabwe, 478 fevoltando-se onde quer que s portugueses tentassem um povos. mento permanente, atacando.com frequéncia as aldeias ¢ cidades costeiras. A. ¢ ol ie um desaire, continuando as tentativas de submisséo até 1910. Em'Massangano, as expedigoes de TS67-1809_ | softeram derrota. Até aos anos de 1880, os levantamentos de tribos | afficanas em todo 0 Mogambique causaram numerosas vitimas ¢ destruigdes, Uma acgio persuasiva foi seguida pelo governo és ji | ic Porrugués junto | des conselheiras do Gungunhana (Ngungunyane) do “Estado” de Gaza, que ia do rio Incomati até ao Zambeze e do mat ao planalto do Zimbabwe. Assim, a 6 de Julho de 1890 foi instalads, com Permissio do monatca afticano, ; do éraal de Manjacaze, na lagoa, ido sido nomeado intendente Maauel Joaquim Martins, Todavia, resses portugueses com mais fortes e agtessivos, e fizeram etiam com os britanicos, bem que, a 4 de Setembro de 1890; 0 Gu tives 5 te da Britizb com Aurel Shutz,_representant oath African. Copan Companhia. Chareed, como ess combed, de Cecil As suas tropas partiram, 2 29 de Novembro desse ano, de Salisbury (Harare) para Manica, a fim de ocuparem pela forga a regio da Mashona. O coronel Paiva de Andrade ¢ Manuel Anténio de Sousa, senhor de‘Prazos na Zambézia, foram presos por essas forgas, quando se dirigiam a Mutassa, vassalo do governo portu- gués, para policiarem 4 zona, uma vez que tinham substitufdo a bandeita portuguesa pela inglesa. Foi entio organizado, a 12 de © Implrio Africana Dezembro, um batalhio de voluntétios para seguir para Macequece, a fim de responder & invasio das terras de Manica. 479 de Maio, a Macequece. O com! fp Tnglesa aconteceu 2 11, tendo durado cerca de cinquenta minutos. ‘A expedicio terminou a sua missio a 30 de Maio, uma vez que recebeu uma comunicagio de que os ingleses se tinham retirado 15 milhas para pocnte de Macequece. A 4 de Setembro chegaram triunfalmente a Lourenco Marques os voluntitios,.apés oito meses de “mato”. ‘A estratégia da forga foi-aplicada para submeter a revolta do | Barué. Outrore, o Barué fizera parte do império do Monomotapa. Dominava a regio 6 senhor dos Prazos, capitio-mor de Manica ! de Quiteve, Manuel Anténio de Sousa, casado com unia dama da + Zambézia, “nhanha” Adriana, Tendo sido capturado, juntamente ‘coma Paiva Couceiro, como atrés j&.nos referimos, os seus tenentes Scanned with CamScanner 481 0 Império Africano ‘Mocambique, tornou-se-possfvel’ nfo s6 proteger eficazmente @ tidade mas também obter a submissio dos povos locsis, juda nfo lhe foi negada, Toda revolta dos régulos do Maputo, no Verio de era ce gucrion" Gityids" biyeineige pane ee be ‘campanhas militares, que se est __ gueteias“chicund” fit superior e Manuel Antsio de Rose Meee ree ieies ao Mangoes fo eacada em £5, ro daquele ano e em Janeiro de 1895. O contra-ataque se em finais deste més: n0 combate de Marracuene 0s Vétuas softeram pesada derroca. Depois da egada expedigio, foram organizadas duas colunas, para sul (comandada pelo capitio Freire de Andrade), que Setembro), e outra pata 0 norte 480 Nowa Histéria da Expansio. Portuguid je Magaia ¢ atacaram 0 posto militar de Anguane. A patti daf, a revolta a: trou-se a todo o distri i Brave ataque feito.’ Outra estratégia, de em 11 de Fevereiro de 1891, British South-African Company, de Manica ¢ Sofala a uma compai 1888, denominada Companhia de M otganizada por Paiva de.Andrade, fo +25 de Maio de 1892, sendo contin lo) e em, fovembro). Em come~ ps de Dezembro criava-se 0 Gaza, entregue a Mouziaho de Albuquerque, que, nos finais do mesmo més (28 de ‘Dezembeo), atingia Chaimite e capturava o Gungunhana. Em Margo e'1896 estava concluida a submissio do Maputo. Durante 0 ano i iversas: distrito portara régia, a posse de uma vasta zona e regulada a cobrange 5); Ibeafmo iimpostos dos Prazos.da Coroa, nos limites dos seus territ6rios ¢ ‘comando ‘de (0 de Maio); drea das suas concessdes, Em 1891 fundou-se também a Companhia do Nit miais tarde tomou posse dos seus territ6rios, correspor antigo districo do Cabo Delgado. A 24 de Setembro de 1892, out decreto concedia:4 Companhia da Zambézia a administragio, por tum periodo de 10 anos, dos Prazos da Coroa a norte do rio Zambeze de Julho), sob 0 comando; Sena — combates de Chemba e Marca (Julho), sob is ‘anos seguintes : ade Maganja |, aliando-se os negécios & garant ”. O antigo ministro da Marinha, Anc6nio Enés ), foi nomeado comissério régio para Mogambique, com | amplas atribuigées (1895)..Colonialista e homem de Estado dos mais competentes, ajudado por um grupo notével de conselheitos, de que teve 0 cuidado de se fazer rodear, Antdnio Enes preparou até a0 pormenot uma campanha sistemética contra os Véruas. Sob chefia do major Caldas Xavier conséguiu-se uma primeira vitétia em Marracuene (Fevereiro, 1895). Para assegurat a defesa de Idurengo Marques foram enviadas trés expedigdes de Lisboa, a primeira em 1891, a segunda em 1894 ea terceira em 1895. Com base nelas nas forcas estacionadas em ros pertencéntes & Companhia do Niassa. sgistar ums tevolta de mais de 100 régulos a revolta dos Namarrais, s6 abafada em defini- Nio se esquecam ainda a posicio de Mogambique na guerra ‘anglo-boer, com a passagem de tropas britdnicas da Beira 8 Rhodésia, (1900) pot acotdo entre os governos portugués e britinico, a esta , 1900) ¢ a visita do principe herdeiro D, Luis Filipe Gulho-Agosto, 1907) como eventos marcantes e diferentes na ro- tina da col6nia. Scanned with CamScanner TE TERRES ER REESE 1 Grande ruerra* » 982 . . Nove Histria da Expansdo Portugias impose 12 de repressio (aa Zambézia) e 7 devido a banditismo Em seguado lugar, aponta as causas es ago 7 causas espectficas da col Portuguesa, com 39 casos, dos quais | em resultado da “renalidade Gi Pool adminiseraive™ 6 intervengSes em problemas dindsti- 3 21 resultantes de escravidio e trabalh levido a abusos dos senhores dos Prazos. ele aides Quanto as causas econdmicas, constata 12 casos, 1 na sequénci de problemas fundidcios e 11 de agtessividade comercial. A"teis- téncia priméria”, estudada por Pélissier, parece ter sido uma res- ‘Posta as formas de recrutamento de mio-de-obra, que, na subtileza da malha juridica, eram designadas por: trabalho regulamentado, obrigatério, correccional e sentenciado; repressio & vadiagem e pagamento do imposto de palhora Podas estas formas de recrutamento foram geradoras de conflito, manifestando-se desde 2 acgio armada a greve, & revolta passiva ou mesmo a simples fuga. A resisténcia afticana manifestou-se, prin- cipalmente, nos reinos afro-islimicos da costa Swahili, nos reinos de Mapuco, no “Estado” de Gaza, em Manica ¢ em ters da Zam ria. . A eclosio da guerra europeia fomentou umas quantas rebelides contra Portugal, em parte por incitamento dos Alemies. Nas fron- teiras de ambas as colénias, os Alemies atacaram postos militares Jogo em 1914, levando a escaramucas ¢ a baixas de parte a parte. ‘Em 11 de Setembro de 1914 partitam de Lisboa as. primeiras duas expedigdes militares. Uma destinava-se Angola ¢ a outra seguiu para Mocambique, sob a chefia do coronel Massano de Amorim. No total de 1500 homens, chegou a Lourengo Marques em 16 de Outubro e, por fim, a Porto Amélia, em 1 de Novembro seguinte. Apés esta, outras expedicées foram enviadas, além de Gi, pp. 452-458; Amélia Neves Souto, ob cit, (9 Ver Read Pélister, pp 176-182. Com a colaboragio de A. H. de Oliveire Marques. ™ OTnpério Africano 483 contingentes, oficiais e reforgos de outro tipo, que periodicamente embarcavam: a do major Moura Mendes, em Oucubro de 1915, de ‘perto dé Quelimane, com grande soma de devastasbes € i6ria para 0 exército nacional. sul, pouca gl 1918 voltevam a cruzar o Rovuma sem “de Novembro) surpreendeu-os, portanto, jé fora de territ6rlo ‘porrugués. ” Na década de 20 registaram-se ainda alguns levantamentos, igreves e outra agitagéo aqui-e além, mas com fafima pafticipigio tribal e caracteristicas muito mais econdmicas € sociais. =| Scanned with CamScanner a 4860 —————— ee ee tee = ~ YM Nows Histtria da Espansio Portuguesa © Imptrio Africano . Acsegunda categoria respeitava As castas — grupos de indianos aque se escratificavam numa base religiosa. Havia, finalmente, as minorias, de origem europeia e asidtica, cas! Lastimei os esforgos e sacrificios que temos, feito para ainda ‘ais nos'dilatarmos naquela imensidade, em que antes devéramos desde h4 muito-ter-nos concentrado” (*), 4) Economia ¢ suciedade A populagéo de Mocambique podia-ser agrupada em: grandes categorias sociolégicas e étnicas, unidas por uma-cultura e, parti- cularmente, por uma lingua comum, a cultura e a‘Ifagua Bantu, a acter aches, eaea, alias Games, ee, Woo ‘Mouriabo de Albuquerque, ob cis, p. 23. ~ afgios. . (*) “Memocia Justificativa da Coury da Linha Ferrea de Lourengo Mar- O_cler i \eroso era, sem-sombra de diivida, o dos » ques-Peetécia”, pelo Major Joaquim Machado, in Pereira de Lima, Histnia des (caumades indigenas”) que, & excepgio de pequenos grupos babi- —// SE re Te eta oleae Caninbos da Ferra de Mogandbigué, p. 48 : (9) Refertacia & declaracio assinada em Lisboa em 30 de Setembro de. 1886, ) Veja-se Anténio Enes, of eit, p. 11. 7 @) Ariudrio de Lowrenco Marques, 1928, pp. 71-72. bique, j4 que Berlim se estabelecera perto de Zanzibar (3) __O expansionismo poreugués foi comentado de ume foriea max } i pa | Scanned with CamScanner 488 Nova Histéria da Expansdo Portuguesa O Império Africano 489 tando os centros urbanos, povoava o campo, aqui conhecido por “imato", mantendo-se num “estado primitive” de civilizacio. Nos centros urbanos, as vérias minorias em presenca viviam separada- mente sendo, todavia, predominantes na capital cosmopolita (Lou- \\rengo Marques) os portugueses, os indianos e os sul-africanos. negros, indianos, chineses e mulatos; que formavam o conjunto os funcionér , primei , profissionais 4 QQ) Boolugie _Escolhames como exemplo, devido 208 dados dispontveis, a Semognifica populacéo de Lourenco Marques. Vejamos como evoluiu ela a partir * de 1894, data em que foi feito o primeiro recenseamento digno desse nome, um registo manuscrito de toda a populacio, feito de - alojados nos fmpoundi casa a casa e por russ). 10, obras pablicas;-e Por outro lad | a on La 3474 | mineiros, e desceram outros. A maior parte destes, perten- 4619 centes & mais baixas classes da sociedade.” 4) © éxodo de camponeses mogambicanos para as minas foi oficial- | | 1930. mente formalizado em 1897. Nesse ano, pela primeira vez houve um regulamento, que daria inicio a uma série de acordos com as. ‘autoridades sul-africanas, estabelecendo o mimero de trabalhadores (que podia variar entre 80 ¢ 100 mil mineiros por ano), a, duragio dos ‘contratos ¢ as formas de pagamento ver gréfico: “Recruta- mento e forga de trabalho mocambicana existente nas minas”) @), £1930)para obter uma ‘os © populacio chamada ‘Temos de esperar pelo ano mais completa, com dados na” ¢ “nfio-indigena”. Esta | tes, encontrava-se repartida na grand km?), entre os paralelos 10° 28’ e 26° 51’ de latitude Sul, ocupando © centros urbanos € como que diluida entre os 4000000 de indigenas que se concentravam segundo os seus clis, em aldeias, ‘no campo. 0 centto da administrasio e do comércio ¢ a zona residencial, ivia.a populagio branca, tendo ao lado um reduzido niimero CY Angusto de Castilho, 0 Districto de Lourenge Margies, no Presente «na Futuro, pp. 3657. () Vejase Ruth First, ali, O Mineiro Mogambicaa: um Estado sete @ Expor= Sapte da Mao-de-Oira, Mapoto, 1977. vol. 2, pp. 209-251. Scanned with CamScanner EK ‘CRUTAMENTO E FORGA DE TRABALHO MOGAMBICANA é EXISTENTE NAS MINAS. 1902-1930 1905 1910-1913, «1920 1925 1930 trabalhadores recrutedos —_— trabalhadores exiscentes nas micas 0 Império Africano ‘mudany empregado nas minas ¢ no outro empregado na sgriculrura ou ‘outra ocupacio diferente.” 5) POPULAGAO INDIGENA DE FACTO POR SEXO E PROFISSOES Toul Yasser ‘Femess 3.849977 482 629 i 159.103 ‘Teetitécios de Manica e Sofala.| 328 069 2060 471 u ‘Vejamos agora a populagdo dos centros urbanos (”): corn erat [eapintgea| eden 37 301 42it 23.090 2144 4296 15 848 7365 1309 6056 7197 990. 6207 3415. 1289 4126 1678 449 1229 15954: 1s4“] 1400 (©) Boletin Beimico « Estatttico, pp. 38-39. @) A. dos Santos Figueitedo,."La Vie Sociale” in Mopamsbigut, Expsition Coloniate Internationale, p. 6. Scanned with CamScanner 492 Nowa Historia da Expansio Portuguesa 7 (~F evidente que o niimero de habitantes indigenas das éreas © { utbanaS dos concelhos €absoluramente-dependente do némero de ndé-indigenss residentes nas mesmas Areas, sendo por isso Louren- ig Marques g Gade que apresenta 1 maior populag fo urbanismo nao pode ser estudado, no s6 por esta capital da colénia e sede do g dos territrios de Manica e Sofala, q ‘sob administracio da Companhia de Mocambique. Seguiam-se a cidade de Mogam- | bique, antiga capital, Quelimane, Inhambane, Tete e, finalmente, Porto Amélia, Para além das ci Vila de Joio Belo, $<) no districo de Lourengo Marques, do Chinde, no 2°) Quelimane e a Vila do Ibo, no distrito de Cabo Delg: S| tespectivamente,.446, 263 © 243 habitantes nio-indi Estruturas As guerras de “pacificasi econtmicas. diata. Mas estaria 0 gove ~pecudrio [prosperar ou, ‘no caso contrério, poderiam cair na rufna ou viverem periclitantemente. ‘A terra era considerada a causa primordial de-toda a riqueza. Daf o considerar-se a agricultura como a actividade por exceléncia, 3 gue daria a verdadeira prosperidade a fururas actividades econémicas, como fim de: garantir a “prosperidade publi Por isso, um dos assuntos mais cuidados legisladores coloniais foi, sem diivida, o da estabelecendo-se e organizando-se um proces alicerce de outras C) Boliim Ecntmice ¢ Bsasttie, p. 9. @) Sobre a politica de tertasvej-se Narana Coissor6, Mocambique", in Mopanbique: Curse de Bxiende Unive O Império Africano 493 Mogambique; em. ‘mpanhias ocuparam dois tergos de 2 exploragio directa dos recursos: sma de produgio extensiva, em gran- redominavam os'produtos mais rentiveis sisal, ché e algodio). Para tal, os cam- mente esses mesmos produtos, qi 12 pondo em risco 0 equilibrio, da alimentagio familiar, Fj sie do ambiente. ‘Note-se que os analistas da época, como se pode observar na evista Portugal em Africa (*), tiveram o ciidado de ressaltar 0 Fi tratamento dado sos “indi .quando da’concessio de terre- EE nos, sendo-lhes assegurada por lei a propricdade da terra por eles cultivada. Mas, a lei previa, igualmente, a possibilidade de essas PL tettas serem aliendveis pelo Estado, quando fossem consideradas (CN, Coissoes a. cit, pp. 405 « 420-421; Quisino Avelino de Jers, “Uma HBB, peoposta de Jei de colonizacio", in Portugal em Africa, vol. I (ano de 1894/a° 12, Den), pp. 385-402. Scanned with CamScanner nee Oe Nova Histiria da Expansda Portuguesa 1. produtos espontiness: : = cera de abelhas, castanha de cajé, rfcino, calumba, café, jute, mafurra, casca de mangal, madeira e vérios outros produtos explo. tados em pequena escala, como a trepadeira landolphia, produtora 0 Império Africano 495 Estes dados, das estatisticas aduaneiras, comprovam um cresci- mento da exportagio de produtos agricolas, exceptuada a baixa que se verificou na exportagéo de milho, nos anos de 1926 ¢ 1927, s, com mais pormenor, o quadro n.° 2, da exportagio toneladas, nos anos de 1926 e 1930. EXPORTAGKO ANUAL EM TONELADAS de borracha, marfim, conchas marinas, noves de corozo ou marfim ‘vegetal das palmeiras de corozo e, por explorat, a trepadeita elfaria Pedata, cujas sementes tém alto teot em 6leo; * 2. produtos de cultura indigena: 7 tlgodio, arroz; : 3. produtos de cultura europeia: — aleurite (planta do dleo de tungue), banana, gado, cittinos, copra, algodao, juta, sumatima, milho, batata, arcoz, sisal, acticar, ché, tabaco, hortalicas e trigo. Importa referir alguns dados estatisticos dispontveis, que ates- tam o desenvolvimento agricéla do territério. Observemos.0 qua- dro n° 1 da média anual da exportagio em toneladas ("); EXPORTAGAO EM TONELADAS - MEDIA ANUAL @*) C. A. de Melo Vieira, “L’Agriculeure”, in Mopambigus, Esprit Colonial International, 1931, pp. 18 € 19. otigem vegetal destinados a0 consumo. a "Alga ds produgio extensiva para a pequena produgio familiar no se esqueca a subsisténcia.praticada pelos.indfgenas, nas suas “machambas". Na divisio de trabalho entre o homem-e mulher, cabia a esta a agricultuma, ficando.o homem com o desbravar do Scanned with CamScanner Sector pesquciro 496 Nova Histiria da Expanséo Portuguesa |, Sampo e 0 corte das drvores do terreno a cultivar. Até a0 Sul do Saves cals toon ‘que trabalhavam no culeivo das terras eram © 05 “senas” (Manica), cu cultura do tabaco, pee i ceeree ‘Em maus anos agricolas, 0 espetro da fome surgia, debilitando sua passagem tudo e todos, como constava dos relatérios das autoridades administrativas, que se queixavam da fuga aos impos- tos, pela extrema pentiria dos camponeses. A integracéo da produ- 497 (0 Império Africano fence ENTRADO NOS MERCADOS MUNICIPAIS EM 1929 a | io familiar na economia de exportacio, de algodio, por exemplo, agravou as condicées de miséria das famflias camponesas, compelidas a cumprir metas de produgio, em detrimento ‘da sua prépria sub- sisténcia. Num territério com uma faixa litoral eid vasta, a pesca constituiu desde cedo um actividade essencial das comunidades costeiras, quer para consumo quer para troca, tornando-se mais, tardiamente em indiistria @ mesmo em desporto. Na bafa de Lourenco Marques, riquissima ém peixe, os pesca- dores barongas armavam armadilhas em estacaria, onde o peixe era apanbado, ou serviam-se de pequenos barcos com velas feitas de esteiras.'Em Inhambane, eram pescadores os batongas e os naturais da ilha de Baziruto. Eram-no igualmente os hibitantes de Sofala, de Angoche e das regides limfcrofes das pequenas bafis da costa do distrieo de Mocambique € do distrito do Niassa, junto do lago com © mesmo nome: “A pesca praticada nos portos do [ndico estava sujeita a uma série de licengas, 20 passo que, perto dos rios e dos lagos interiores, ela era completamente livre. Diferentes mecanismos, de cardcter arcesanal, eram utilizados, quer se tratassse da égua doce quer da salgads, sendo aplicados pelos pescidores afticanos. Releve-se a gamboa (uma espécie de paligada construfda com estacas, que aprisionava 0 peixe quando a maré vasava). ‘Vejamos agora alguns ntimeros (*) que poderao dar uma ideia do consumo de peixe, ainda que, nestas’estimativas, faltem dados sobre 08 territérios de Manica e Sofala, Quelimane, Mogambique, Cabo Delgado e Niassa. (A. J, de Freitas, “Liladustrie", sbidem, pp. 11-12. 992.226 214847 6891 3793 202789 = 33.953 3847 1748 2 1237 607 224 487 Interessa também fazer refer€ncia ao pessoal que tinha na pesca a sua principal ocupacio, sendo de assinalar o ntimero de pescado- tea, de barcos e de apetrechos uilizados. © Ansdrio statistic de +1929 registava os seguintes dados: vison, AARCAGDES © APTRECHOE DB HSCA 1529 a Copies ot 102 208 348 50 333 30 9 2 163 27 18 1678 n3 sn 1935 44 436 5155 945 ren | +A maior parte do pessoal empregado na pesca era indigena, mas havia também um bom nGmerp de pescadores europeus portu- ‘gueses. Diz-se que Deus teria criado um museu na terra, pata que 08 homens pudessem observar todas a5 varidades de cristais existentes no subsolo e que o teria localizado em Mogambique. A questiio da iqueza do subsolo mogambicino teve sempre contornos mifticos (eria das terras de Monomotapa que tei Salomio extrafa 0 ouro, _sendo Sofala, na costa, 0 porto de escoamento de fontes inesgotiveis Sater Scanned with CamScanner 8 f° + de ouro ¢ praca. Chicoa dasa es, ab sede de mas ae ae Bexar Ma, bon Nowa Histbria ds Expando Portuguesa. de 1922). (©) 85 em 1940 & que seria feito 0 levantamento geolégico do tetstéro (ex- cepcuaad a ica regito de Manic Soils, sada ob a administapio da Companhia & Morante gs, eas tarde (1948), seria publicsdo pela Agéncia Geral das 0 Inpério.Africano 499 __Fagamos entio referéncia 20s minétios de valor econémico ex- tiafdos na colénia (“), Além desses, importa referir alguns que foram explorados em pequena escala, como por exemplo, minerais de terras raras, a monazite € a ortite, as pedras semi-preciosas — tur- ~ malinas, columbites e berilo — e, ainda, outros, como a caolinite, 0 talco € 0 Aieelgubr. Citando Joana Pereira Leite: do século XIX, colénias nfo podia. sim complementar. Assim se pronunciava Mouzinho de Albuques- ‘que, antecipando-se & politica que, mais tarde, seria seguida pelo Estado Novo. (© dileimo governador antes da queda da monarquia, Freire de ‘Andrade, teria uma politica diferente, de estabelecimento de in- distrias na colénia, que teve seguimento durante a 1.* Repablica, procurando desenvolver @ sua base produciva numa perspectiva descentralizadora, mas segundo o modelo metropolitano. ‘As descarocadoras eram pertenga de concessionirios algodoeiros aque as dirigiam. Todavia, existia em Lourengo Marques uma fbri- ca de descarocamento de algodio, estabelecida em 1920, que tratou a producio das companbias algodoeiras instaladas no Sul da col6- (2950, po, 4350. em Mogambique’, in Ler Indéssrias de sransfor- mag Descaroga- ‘mento de algodio Scanned with CamScanner 500 Nova Histéria da Expantio Portguesa nia. Em 1925, a Repartigio Técnica de Mogambique decidiu con- ‘tratar um técnico americana iabili programa metédico de investiga- Go cientifica, levado a cabo pelo governo. = Em 1926, 0 comandante JoSo Belo, ministro das ‘Col6nias, decretou o regime de concessbes. O decreto de 1926 estipulou que 0s concessionérios tinham 0 direito exclusivo da compea do algolzo 0s indigenas, a presos fixados pelo governo, dentro da érea da sua concessio, a troco de determinadas obrigasies. Coinc grande crise internacional e a baixa de presos do dugio manteve-se estaciondria até 1932. Nesta 2 fixagio de presos mfnimos para a fibra produzida nas coléaias ¢ transportada para a metc6pole em barcos portugueses, Analisando os dados estatisticos disponiveis, verificamos uma predominincia dos distritos de Quelimane e Moambique, areas exploradas por grandes companhias e, por contraste, uma disainui- lo nas freas ao sul do Save, Lourenco Marques e Inhambane, como se pode observar-no quadro seguinte 5 RAMA EXPORTADA E AREA CULTIVADA POR REGIONS ~ 1977-1928 © Veinse C. Forcuni, O Fie da Meads, O Algedio de Mayambiquy, Portgal ¢ '¢ BewnomiaeMnds (1860-1960), p. 110. F 501 0 Império Africane inoagio natural da culeura grandes companhias, cujas onial do Buzi Buri/Sofla)e Oproduto principal (0 agticat) nao era refit P eal guia para cratamento final em Port lo destinava-se ao mercado rodesiano ¢ © bran¢ J seguimento da cultura do ché (*), existia todo um processo ce veagen, corte e enrolamento, que decorria.em sete. fibricas siruadas na zona do. Gurué/Zambézia, com equipamento moderno. © produto final era seleccionado em lotes destinados & exportagio (os de melhor qualidade) e 20 consumo local, inci : — As principais plantagées de sisal () situavamse nos distritos Norte, nomeadamente em Mogambique, Quelimané ¢ Cabo Del- gado, havendo-as também, mas com menor dimensio, em Inhambane, ‘Manica e Sofala. Segundo os dados dispontveis, até 1930 existiam mais de 43 000 hectares desta cultura, contendo 100 000 000 de plantas. A recolha do-ano de 1929 foi de 11 620 (ejam-se os quados da (@) Spence, ob ct, p. BL. produtivas, nomeadamente 2, Cha Sisal ao - ame EeeeeeES |“ . Scanned with CamScanner ne Oe 503 aye 502 Nous Histéria da Bxpanséo Portuguesa © Qefladas,destinadas, na sua maior pare, aos mercados da Europa. em obtida era considerada nesses mescados pela sua boa qua- Descasque Desde 1: 7 teh OZ! €4 exportada em pequena quantidade a castanha sianbs de cajun (%), Para a India, sendo-lhe aributdo um pequeno valor ee cajy u i vi ~ ipaeial. Como crescia espontaneamente, os camponeses aficance Gelhiam o fexto, separavam-no da castanha, descaravane ta cao lam-na aos comerciantes iodianes, que, a ; ns que, por sua vez, a exportavam Tabac Haavia seis fbricas de tabaco (#) na colénia, sendo tzés em Zourengo Marques, uma na Beira e duas em Movambique, A sor 2 Produsdo foi, em 1929, de cerca de 502 toncladas sob & ferent te Gisurros, cigarrilhas e tabsco-mofdo, para cigatrilhas ¢ cachimbos, A manufaccura era de excelente qualidade e as embalagens tinher, ‘uma apresencagio magnifica. Connja Havin uma fbtica de cerveja (2) em Lourengo « divesat em 1930, funcionava em pleno. A sua produgin, bebidas de 20 450 litcos em 1928, alcangou, ens 1929, Sisal Produsdo de bebidas, nas fibricas de Lourengo Marques, excluindo 8 cerveja, foi, no ano de 1929, de cerca de 340 000 ‘litros. Oleos Sendo a col6nia produtora e exportadora de oleaginosas, a indtis- « sabtes tria de extraceio de Oleos era considerada'como uma das mais importantes. Havia diversas fibricas para extrait éleos por com- Fe do amendoim. A prodi 0 Império Africana pressio, tendo uma, mais moderna, a capacidade de 1800 toneladas por-ano. Nela, 0 Gleo era extrafdo por dissolugio, seguido por destilagio do dissolvente. Os Sleos eram extrafdos da copra, do ticino, da semente do algodio, do sésanio, da mafusra, do girassol toneladas, das quais produgio tinha sido Metr6pole. Segundo a estatistica de 19: Produ adas, sendo a de sabonete anos trinta, apenas uma fibrica de cimento (4), ode Loureaco Barque, estabelecida, apés aI Grande icano € que passou, mais tarde, para as Mtramarino. A fibrica, com capacidade ‘produziu, no ano de 1929, 20 624 t., jeguinte quadro da estatistica da produ- fo, desde o ano da aberturs: EXPORTAGAO ANUAL EM TONELADAS Tonelades Cimenso Scanned with CamScanner (eS ————————————— 505 304 Nova Histéria da Expamido Portyena | 0 Império Africana Cal "A indstria de cimento fez diminuir um pouco a importiincia da cal (©), que, entretanto, se fazia um pouco por todo o lado onde fexistia matéria-prima, mas de acordo com as necessidades locals. i As fabrices que funcionavam regularmente eram’ ‘apenas duas, Buzi, > ‘ma no ual outa peta de Lourenge Marques, com uma pro- | azsvesodo por grandes ses, como o Zambers, 0 Both 9 oon + dugfo conjunta de cerca de 8 000 toneladas, em’ 1929. Limpopo ¢ o Incomiti, ligando o litor ‘Chinas. \ ‘ tendo 2 norte os lagos Niassa (Malawi). a \ Cerémica A producio desta indiistria (') destinava-se no s6 A construgio assentava em trés Estrusuras 7 como também & omamentagio. Produziam-se tijolos vulgares, ‘A estruturagéo do mercado interno da colénia amarciais cbacavos ou cheios, relhas caneladas e do tipo marselhés, tijolo i refractério e manilhas em grés. O desenvolvimento da produgfo de . tijolos foi temporariamente entravado pela concorréncia dos blocos em betéo. a : ‘Havia uma fabrica, perto de Lourengo Marques, apetrechada de forma‘ moderna ¢ capaz de produzir, anualmente, 6 000 000 de : ; tijolos ¢ 1 200.000 telhas, quer do tipo marselhés quer do tipo , trigo, gado, om tabaco, peixe, ri portugués. No Buzi, pert: ‘produtos horticolas, yuenos animais, CCC; a je finais dos anos vinte, uma fib as sdes de conch e cixunscriso eos postos adminis Lourengo Marques. A producio das , que funcionavam vos, que tentavam controlar a sa{da de mercadorias score, regularmente, foi em 1929 de cerca de Jos. 1 cidades, que se iam consicuindo em centos de negécios, a ‘A utilizagio da telha era reduzida, devido ao uso frequente da de decisio € de servicos, de organizagées de projecyio i chapa de zinco, material mais barato. Entretanto, com o crescimen- extetna. to dos centros urbanos, @ telha passou a ser usada nfo s6 nos Pot outro lado, o comércio externo seveneva fundamenealmente | edificios pblicos como também nas casas de habitasio, ts ports ecamishas-defrro, que aseguravam o crfegotransitisio A produgio de olaria para fins domésticos tornou-se numa in- com a Metrépole, a India ¢ os territétios vizinhos. No caso déstria muito difundida entre a populagio africana, cabendo’ as Aftica do Sul, missées religiosas o papel de 2 incentivar. Assim, na missio de como também 3 Magde, havia uma oficina de olaria onde os alunos, ctiangas e notas bancérias estrangeitas, devolvides para o pas emissor. adultos, aprendiam ¢ praticavam este oficio, Af, erm igualmente ‘ censinado 0 oficio de cerimica artstica. ‘Ao estudar E (1891-92 € 18: u ¢ " | Comércio Observando uma carta geogrifica da regido'da Africa Austral, govemnadoc-geral Freire de Andrade (1906-10) sobre a colénia de comercial. | i pode-se compreender por que razio 0 cométcio foi tio importante Mosambique verficamos as: medidas tendentes a equilibrar 0 or- nna vida econémica da colénia de Mogambique. Uma grande exten- Gamento, de forma que o territério se bastasse a si mesmo, medidas, ! so de costa, servida por porto, consideridos os melhores da regio Ge caricter administrativo, financeiro e de encorajamento ao in- ' vestimento estrngeiro. ‘ i () Fei, oh. cit, ps. cceltas principal (1 Iden, pp. VAS Scanned with CamScanner 505 Amélia, Pem- acesso'a0 mar » a Africa do etvitério era i, 0 Save, 0 continental, waem txts Estrasuras comerciais cava um SOG ———~—~———*é#CN te Bina aks Wansennnl Whines . Nowa Histéria da Expansdo Portuguesa * Sule de pagamento difer -de-l ‘Sule le pagamento i rido da mio-de-obra mineira nas minas do, Rand 0 as despesas, um grande moncante i i taga6 de producos alimentares, de nara ¢ de consrugioy © Er ae riper magninaria ¢ de construgio, a "Um factor que néo pode Um fi passar despercebido a quem estudar com cue oe nec de Prince Pe de Ade as origens das suas receitas, & z oo perfodo, para seguidamente exci ete, acy eguldaments xcionarem ou cure ae a 1a pagina seguinte se pode E ser NEB tem provincia rendimencos péprcs ais que aa deixar de 3; nfuenciada a sun src pela fortuna, préspera ou adver, ‘da vizinha el a Tirana i ies ess intimamente rosperidade dese Coldais serps sss suse sas tree dpe nts proven dal areca samen ai no mantere ext ae POE gue etd pasando, de hf muitos mes + ee iaquanto os rendimentes de Lourengo Marques aumentatam espant — ut sucedia 0 mesmo no resto da provincia, mercé de s6 para ae ‘pos a learem as atengdes € carinhos da administragio, isto de um modo ape ¢ frisante, deixando-se para isso quate que abandonados os dis- igios que nfo cram Loureago Magus; © gue ptf, inno and les todos os recursos pecuairios que era possivel fazer, face as despesas ‘crescentes que se faziam cada dia com mais largueza no distrito privile- siado” ("), ‘MAPA DAS RECEITAS COBRADAS NA PROVINCIA [NOS ANOS ECONOMICOS ABAIKO DESIGNADOS, COM ESPECIFICAGAO 'DAS QUE PERTENCEM AO DISTRITO DE LOURENCO MARQUES 7 No dizco Nor ours ne 2.934 3268873 2590 8389289 3 2 2 942 4769168 2335 9269807 281 4.03; 433 3 4813 0524612 vol, p. 117. 0 Império Africano ‘A atengio especial a que foi v ‘Marques fez aumentar as assim jionais, descurando-se 0 desenvolvimento da colénia na idade. O porto € os ca- ‘minhos-de-ferro de Lourengo principal fonte de prospe- ridade, pelo facto de estarem | ‘20 comércio de e para 0 Transvaal, absorveram 0s TeCuESO outros sectores, sobset ; “Vejamos 0 mapa relacivo as despesas de Mogambique, nos ance i de 1902, em‘que a contabilidade passou a set , segundo Freire de Andrade. No mapa que ‘dicadas as despesas pagas pela Metrdpole por se segue aio est conta da colénia (*). MAPA DAS DESPESAS EFECTUADAS NA PROVINCIA Nas EKERCICIOS BCONOMICOS DESIGNADOS, COM BSPECINCAGHO "AO DISTRITO DE LOURENGO MARQUES ‘DAS QUE FERTENCEM [ No disco Nes ee al Beeler —_| de toa Mares |___ dtitos i 0969938 1791 66S 3.913 648§501 Concluindo, Freire de Andrade constarava que, “enquanto que as mevitas de Lourengo Marques ctescerum desde 1891-1896 de 1687 a 3280 contos, as despesas cresceram de. 1791 a 3913 contos, eo & enquanto as receitas aumentaram 1593 contos, as despesas cresceram de 2122. ‘ sr potabilidade politica do perfodo republicano teflectiw-se na gestio da economia da colénia. Mogambique conbeceu de 1910 a $526, por exemplo, catorze governadores, sendo tes altos-comis- dicion, eis governadores-gerais e cinco interinos, espelhando a si- ruagio na Metr6pole. ‘Segundo a investigagfo de Ribeito Salgado, que serviu de base ao esnado de Joana Pereira Leite sobre a economia mogambicana, (i) Iden, p- 138. (©) Ides, pp, UB-119- Scanned with CamScanner | j 508: Nova Histhria da Bxpansdo Portuguesa nomeadamente 0 seu comércio exterior ¢ as suas relagSes com a ‘Meur6pole, “em 1913, Portugal fornecia apenas 16 % do total dos ‘produtos importados por Mogambique, {...] em 1927 esta taxa ‘desceu para 12 9.” (%) No que diz respeito as exportag Mogambique, devido & sua rede portudti hf que considerar que ferrovidvia, conhecen tum certo desenvolvimento do comércio exterior, gerado pela eco- nomia de trlasito. E bem elucidativo 0 qt i em escudos, das importagies de produtos do T: e da.expor- tagdo para o Transvaal de produtos da provincia. O sector ferro- pportuério de Lourengo Marques tornara-se um centro fundamental do movimento para as trocas € comércio do Transvaal, trocas de- siguais para Mogambique, o que acelerou a dependéncia econémica em relagio a Africa do Sul. rporugies aa Trend a 8 94 4235 20805508 ross sist | 36706508 aan | 8 Iuctis do comércio de ttinsito, as receitas do trabalho indi- gena nas minas do Rand e a colecta dos impostos serviram de contra-peso 3 falta de equilibrio da balanga comercial mogambicana. ‘Do estudo dos anuétios constata-se que as fontes de receita (), no ano econémico de 1916-1917, atingiram o montante de 7507 979800, sendo as principais 170 000$00 158 000$00 126 000$00 por Ribeiro Salgado (1935), ola do combo cial O Imptrio Africano Emigrasio dos ind{genas... , apés a I Repabl 509 790 000$00 ‘470 000$00 ‘400 000$00 270 000300 1189 000$00 1170 000$00 130000500 125 000$00.. , esteve intima- i nomia de plantagio, ‘a crescente importancia da economia tags, oer as agicar, produzido pelas grandes companhias ™ das exportagies dos produtos dos distritos, encontramos mont: ‘yok maneira getal, o balanco comercial da colénia pode ser rexoide no quadco seguinte ©), relativo aos anos de 1927 a © Ade Alpoim, Le Commer, 1931, p13. 14950 000 | 33 900 000 ee eee! Scanned with CamScanner ju J10 ,, . Nowa Histtria da Bxpansdo Portuguesa 0 Império Africana wl 2930, onde se reflecte bem i bem a falea de equilfo , 7 : feceitas do cor ie . eq atio econémico que as.- de algodio ¢ agticar ¢ aos produtores de vinho. O comércio do lo comércio de teansito e do trabalho mineizo nas sainas ‘vVinho pode exemplificar as telagSes econ6micas entre a Metc6pole ea colénia de Mogambique. Segundo Clarence-Smith, “o vinho € do Rand tentaram contrabal lancar. os téxteis de algodio costicufam quase dois tergos das exportagies fe wait inegrrensao aduancira em Mosambique, como aliés nas de- colénias porruguesas, visou proteger o mercado colonial. Uma as col6nias, nas décadas de 1890 € "um outro sector da economia portuguesa ocupava jimilar nos mercados coloniais.” () “Tal como acon- is de algodio, as produtores de vinho descobri- linha cada vez mais : S proteccionista foi abonada pelos seus instru- SneMios Fandamentas —as pauras aduanciras de 1853, 1863, 1682 teceu com 0s t c . Vejamos como argumencava o ministro Ferreira do Amaral (eer que tinham de alterar 0 sea produto, para consumo aficano. quando, em 1892, propés a reforma das pautas aduaneiras: Or afeanos tinbanse acostamado a licores foes ¢achavtm ot “Pequeno como € 0 teatro de de consimo no contiente vvinhos de mesa fracos ¢ caros. Os negociantes de vinhos metrope- satan, Spe € sagas a esfera Does id cea oe incase : Foes pecan ei ma ba A nach ‘Bos nossos dominios coloniais, e neste sentido, dent los limites para pretos » ? - = i. do postive, se esableceram st patsy que tke ¢ ket de apne tim praduagao até 19%, 0 méximo legal que Ihes permitia quali contiderasio de Vossa Majescade, nas quais « protecyi0 20 eabaltio nacional Fearemse para a axa de importacio fixada em 1895... Mogambique 56 teve como limite as necessidades fiscais, e difculdade de guardac largos era 0 principal mercado, absorvendo, em 1909, 43 $ das expor- tratos da costa e rios navegéveis, bem como a proximidade de col6aias tagées de bebidas, quase exclusivamente vinho, em companies estrangeiras, onde 0 regime pautal mais moderado poderia comprometer a com os 30 % que iam para Angola e com os 18 % para. Tomé, 105 comerciais sertanejos, desviando-os para fora dos | inefpi otal que regia as relagies da col6nia com Comerciantes O principio fundamental que regi ce - ¢ esrangeiras os comerciantes estrangeiros estava definido no artigo nnassos. domfaios.” () ide era estdbelecido que a capacidade As pautas proteccionistas de 1892 asseguraram os mercados i colonisis, especialmente aos induatcais de elgodio e woe prodaroces Co re oie civesiem contritos comerciais em tett- de vinho. Por outro lado, foram incentivadas as reexportagées de fério porcugués, seria regulada pelas leis dos seus respectivos paf- produtos coloniais, através da capital da Metr6pole — Lisboa -, ges, salvo se entrasse em oposicio com 0 direito péblico porrugués. sendo o tréfego operado por navios nacionais, o que fez desenvolver "O ntimero de casas comerciais existentes na , em Dezem- a marinha mercante porruguesa. eptuando os territérios de Manica A crise de finais do século XIX Portugal tentou responder, . como os demais paises da Europa, com uma politica proteccioniste. 1220 O Império deveria proporcionar investimentos lucrativos ¢ 0s.lu- 43 cos obtidos das coldnias reverteriam pari a Metr6pole. Mas os 278 planos proteccionistas do mercado imperial eram fortemente per- 223 ‘turbados ‘pelo contrabando. Vejamos um exemplo elucidativo na 154 70 2 questio do Alcool. Como vimos atts, as pautas proteccionistas de 1892 proporcio- naram novos mercados a Portugal, nomeadamente aos industriais (C4 J. BstBvlo, Moeda « Sistona Monetsrio Colonial, 1991, pp. 92-93; Ferreira do Amacal, "Relatorio. de 16 de’ Abril de 1992", in C.L. 1. XX, 1894, p. 85. Scanned with CamScanner 512 Nowa Histiria da Expanido Portugaisi No tertitétio administrado pela Companhia de Mocambique _ + Sxistiam 365 estabelecimentos cometciais em Dezembro de 1929. Portanto, 0 ntimero coral em 1930 seria superior a 2850. S6.a cidade dé Lourengo Marques posstifa, nesse ano, 561 mentos comerciais (um quinto do total verificado na c ‘para or a 40 000 habicantes, em que os europeus no chegavam a atingir os 10 000. No campo, uma rede de peque- “nos ¢ médios comerciantes, na sua majoria asidticos, da {ndia por- tuguesa ¢ da inglesa, asseguravam, sobretudo, 0 escoamento da produgio indfgena, em troca de produtos de consumo priméio, Entrando na cidade de Lourengo Marques, pela descrigio do jomalista Lufs Lupi, encontramos 0 papel de cada um dos grupos de colonos: “Depois dos europeus porrugueses sto ot ingleses que formam a colénia ‘mais importante. Para i levaram os seus clubes,o& seus desportos, as suas inseieuigdes, sendo agradivel notar que estas nfo mantém as caracteristicas igidamence britinicas que eles costumam apresentar em roda a parte. Depois, so os fodios, oriundos da {ndia inglesa e portugues, pitorescos mesmo com os earopeus; e& gregos, com frata c, nos quiosgues, vrendendo gelados e jogando iim dados; os “chinas", de longa trang e vestidos 4 europea, ulrura e mantém cases numerosas col6nias, ocupando muitos lugares isos piblicos ¢ até alts fangSes na burocracia ¢ na magistratura; os itaianos exploram hots; franceses, belgas e alemies ocupam-se no comércio, na indistria e nas cPoeteny emprens de aaregaio, ea." VY SEN) O38 Através dos-ant ics de Tourengo Marquad)é possivel recolher uum conjunto de informagées preciosat sobre estas actividades, 0 tempo da 1.* Replica, bem como durante o Estado Novo. Con- sultando 0 Anudrio de 1915 saber que (7): A sdiministagio dos servigos so boa quanto se pode expert dlum pessoal miserwvelmente retebuldo © telepaf que totganiente separtsfo 4 parte, passou patio Conelcs, com manifesta (*) Lite Lapi, “Lourengo Marques...", in Boleim de Aptcie-Gral der Coléiat, ano V, Agosto de 1929, n* 50, pp. © Anat de Lowrey Marge, Scanned with CamScanner im reeber mensagens de estes do-Norte da Europa ! estagies, 16, faziam o servigo internacional com CS ee a etal da eolbaia Informava anda que ‘na Unio Postal da Africa do Sul. wam-se as recéftas do sector ferro-portussioem lugar de Caminbos- restantes reccitas da colénia de Mogambiqi pico, no rendimento relativo ao trifego de passageiros, deu. se no ano de 1899, com a subida do ntimero de passageiros de (@) Estat dos Caminbur de Ferro dar Colinias Portugues, de 1888 1915 = Dovemenias Principat « Griffiss, pp. 16-17. 2 Sd " classe eransportados, 0 pensar tratar~ 0 que nos faz se da colocacio de oar & . balhadores mogambicanos, nas minas do Rand, na Africa do Sul, \| masnge o,2artir de 1897, estava cegulamentada a exportagio de || milo-de-obra mogambicana,’& volta de 50.000 mineiros, oscilando \| mais tarde entre os 80.000 € os 100 000 mineiros. Em mertcadorias transportadas encontramos,o valor mais elevado | 1913, quando em 1912 foram transportadas 388 363, conforme se | pode constatar no quadro da pégina seguinte (*). navies de guerra, ‘TRAFEGO CARVOEIRO — TONELADAS 0 Imptrio Africano 315 Passemos 20 porto de Lourengo Marques, cujo movimento co- mercial, entre os anos de 1888-1899, foi o seguinte (): 84561295, Porqué este aumento extraordinisio, sobretudo, a partir de 1895? ece-nos que a explicasio tem de set procurada na importincia scente do volume de tréfego tm trinsito do Transvaal. Os prin- ipais produtos enviados em 1898 pelo Transvaal foram, segundo | Tito de Carvalho, os seguintes (4): * Carrio pas consume a bow dos nai Bonter: Anmuéis de Louse Marques, de (Andee de Lomrngs Marg, (©) Tito de Carvalho, Ler Céloier Portugais au point de ne commercial, 1900, 96, (Ch Iden, p. 100: 2 @) Tae, p. 96. |x gost Proaao BE A NATURE Ze OF PERO PORT UARAS Cisanes Scanned with CamScanner 517 516 Nowa Histbria da Expansdo Portuguesa as, foram construfdas Pe- namento de uma unidade carvoeira mecanizada, com uma capaci- i de Goba, Fl dade de manuseamento de 3 mil roneladas anuais; aumentou 6 . 50 quilémetsos ge t escoamento de carvio sul-afficano (4), . uty san ee 6 Para o leitor ajuizar melhor 0 que era 0 movimento sempre iow de Mogambique, t ctescente do Cais Gorjio, diremos que “durante 0 ano de 1927, atracaram no cais 778 navios, com a tonelagem bruta de 3 595 895 toneladas, descarregando 407 333 € carregando 577 180.” Quanto a por Cabtgell & Caminhos de Ferro de Lourenco Marques, no mesmo ano, “as ‘A navegagio na extensa costa mocambicana era servi P eenwra ite 96 a produéo da col6nia come sab gene «ds prodgdo das colnias vininhas ~ « Suazilindi, ¢ ral suas receitas montaram a cerca de 470 000 libras, as mezcadorias ransportadas, indicam-se por 1080 000 toneladas e o ntimero de [passageiros contam-se por 340000, produzindo uma receita de 7686 libtas. O carvao transportado para exportagao foi de 536 000 toneladas, produzindo uma receita de 57 000 libras.” (®) Para dar vasio aos produtos dos sobretuido @ milo € 6 algodzo, foi trabalhos foram morosos. Tratou-se primento na primeira fase, de 360 na 2. na 4.*, de 760 metros (“), Logo desde 0 inicio Iuso-britanico de 1891) que ficaria no seu ambi seguir apresencamos, extraidos do Ans anos de 1929 ¢ de 1932, pode-se verifi Lourengo Marques, Bei Jarmente-magaificos paquetés ¢ vapores facade grande tonelagem, de a diversas companhiss Niassa, desde 0 Zambeze a Blantyre. Além do porto da Beira, jeiros e de carga ou somente de carga, de divers (/ _ possufa a poderosa Companhia de ‘Morambique os pores de Sof AI fecionsis Gctrangeins, estabelecendo. as comunicasSes entre © | Chiloane, Mambone, Bartolomeu Dias e Mocoque. Continente afficano e os outros continentes. . ia /~ Duas grandes Linhas atravessavam o territdri De importincia imediatamente inferior, frequentados pela na / Aprimeizm ligava a Beira a raia da Rod vegacio de cabotagem, havia os portos~da Vila de Joao Belo, /- de via. A segunda, a transzambeziana) ia do Dondo, perto da Beira, Inhambane, Chinde, Quelimane, Macuze e Ant6nio Enes, cujo im + / até Murraga, em 300 quilémetros. Existiam ainda as linhas da Sena movimento de mercadorias chegava as dezenas de milhar de tone- | Sugar. A Beira Railway, que construiu o caminho-de-ferro Beira- ladas anualmente. Em terceiro lugar, colocavam-se os portos de '\ -Rodésia, désenvolveu uma enorme actividade, tendo no infcio dos Vilanculos, Pel joma, Ibo, Porto Amélia ¢ Mocfmboa da anos trinta nove gares e vinte e cinco apeadeiros. A linha custou Praia; alguns visitados por navios de longo curso, mas cujo movi- [3 300 000 libras, sendo # sua extensio de 15 201 quilémetros. mento de mercadorias era ainda inferior a 10 000 toneladas por { ano. ‘© servigo de cabotagem ("") era sssegurado por carreiras regu- | V. 0 folheto de propaganda, The Port of Lourenso Marques, 1938. ", x soa Jodo an is ls bi lares de companhias, tais como: | (@) A. Gallo, “Os Camiabos de Feo em Mocambique”, in Boletim da Agéncia () Veja-se A. Galyio, ob. cit, pp. 20-26. . Geral das Colémias, 1! -20; F. 8. Pinto Teixeira, Chemins de Fer et Ports (®) Anudrio de Lourengo Marques, 1929, p. 104; ¢ 1932, p. 66. _— Martins, Histiria das Colinias Portuguesas, 12, pp. 65-66; Ant6nio da Silva Pais, Ports, phares « navigation Scanned with CamScanner on fee Abe a © Império Africano sa Importa analisar «.evolugio das receitas de Mogambique, inscti- ‘as nos orgamentos coloniais desde 1886 a i930" 3 fin de bee. ‘vatmos a dinimica orgamental ¢ apontarmos algumas das tazSes do seu défice (): ‘nce A situagio particular dé Mogambique, que 0 economista Rui Enes Ulrich criticava (°), seria apenas superada coma ctiacio de uma moeda colonial prépri ia, cajos lucros de cunhagem perténce- riam ao banco emissor, o Banco Natio Uleumasis Ss ‘Aré’1896, os orgamentos mostram dfficis em proporgio com 0 volume orgamental. Veja-se a evolucio desse défice, nos seguintes valores, em Francos/ouro: =e 292.500 16700 1.267 000 A partir de 1895-1896, a col6nia comegou a apresentar orga- ‘mentos equilibrados, devido em grande parte & vitalidade econé- mica da regio sul de Lourengo Marques, ligada & prosperidade da vizinha Reptblica do Transvaal. De 1918 i sentou, dé novo, um défice orgamental, devido principdlmente & diminuigio do valor da sua moeda,,em consequéncia do aumento geral da moeda fiducidria e da impossibilidade de um reajustamen- t0 répido do regime fiscal & essa diminuicio de valor. ©) J. Cardoso, Finan ot Crit, 1931, p.9. al financtira Scanned with CamScanner Nova Hitstria da Expansdo Poriuguesa | | em Mogambique em 1876. ‘Tinka como prine " Go ait. gio ser um banco emissor de moeda colonial, além de kanco | + | comercial | _ Dado 0 volume de negécios em Lourengo Marques, | ‘aqui instieuicées de crédito estrangeiras, como o Standard Bank of South Africa ¢ 0 Barclay's Bank: (antigo National Bank of South | Aftica) C®), que asseguravam igualmente o crédito comercial e eram intermediérios nas relagdes comerciais de firmas estrangeiras esta | elecidas na capital da col6nia, com a Unifo Sul Afticana e com paises europeus, sobretudo a Inglaterra, ? 8 __ Outms instieuigdes tiveram vida efémera, como o Banco Colo- <=) nial e Agricola, com sede em Lisboa, com uma sucursal em Lou- | tengo Marques, até 1925, concedendo crédito comercial e agricola. Saris mics e sacaria. Era garantido, pelas colheitas, penhor agricola. $6 podia ser concedido aos entio concessionérios de terrenos que fossem devedores do Banco da Beira. O cxédito agricola (®) era distribuido, a partir de 1927, pela Junta do Crédito Agricola da Colénia de Mogambique, instituigto (©) Idem, pp. 61-63. ©) Lem, pp. 66-67 (©) Rocha Martins, ob ci, p. 608. (°) J. Cardoso, ah it, pp 67-89. 523+ 0 Império Africano j Se Ja, no segui- criada sob pressio da Associagio de Fomento Agricolts MM tye, tinha deixado de ae Ago dado pelo orgamento geral ee I6nia, que atingiu, em-1930, 0 valor de 9 750.000 francosione. (O crédito popular era distribuido pels associagies ds SOME miituos e as caixas econémicas, tais como @ Caixa de At oe + (1911), 0 Mont 916), 0 Ferrovidrio (1914), a Caixa dos Empregados das Alfind: i a Caixa dos Empregados dos Correios e Telégrafos ( - ‘Atcavés dos Anuétios (*) pode-se constatar a variada oferta de 5, suas € icanas, sendo s6 uma minoria portugue- sues Gan sede no Porto, fundada em 1905, € a Bonanga, com sede em Lisboa, fundada em 1906 (Anudrio de ‘Mogambigue, de 1908). A essas juntaram-se, mais tarde, A Mundial, ‘A Europa, a Extremadura, a Sagres, a Oceano ¢ a Portugal. # curioso notar que se encontra no Arquivo Hist6rico de Mocambique um plano global’ de seguro da cidade de Lourengo Marques (*), feito por uma agéncia inglesa, com a data de 1903. Detalhadamente, estio descritos os materiais de construgio, as caracteristicas dos edificios a proteger e pormenores de natureza surbanistica. ‘A sociedade mogambicana, nos finais do século XIX e princi- pios do século XX, era um mosaico complexo de povos de cul- turas, sob a batuta da administragio portuguesa. Os censos da iavam um total de tzés milhbes de habitances em 1900. milhdes e duzentos mil em 1930, dos quais apenas cem canes. A maioria da populagio, consti- tufda por diferent ' danicos, no “mato”, (8) Anudio de Mopanbigae, 1908, pp. 33 (©) Refetacia ao plano de 1903, revisto em sf Lourage Mars, Delage Bay, Portguce Bait Afri 0s, estava espalhada em pequenos nticleos i ii BR sina = Scanned with CamScanner mupos socials : com as associagSes de cariz profissional, recreativo, de previdéncia e politico. greves, de que a documentasio € proficua (*), Poucos foram os O quadto da pégina seguinte seguinte (#) permite relacionar os » Este quadro tipifica as Gems soa) ai * J) sua dindmica e capacidade Organ: f XE vis Tawtnuigio | Pardo |de previdincia| politico =Montspio | Cento Oficial Republicans = Getaio “Negiile i Operatiato indano de Mirus ‘Adio I de Operon Tndianoe Openiado bac} ~ Pesca do = Montepio ors e des Rerovieio ‘anishor- =Bindieawo tefero Geal das Classet ‘Tabalhadoes . magio deste’ grupos na lata operétia. Ensaiada, como foi, no scio dos tipSgrafos, com a Unio dos Trabalhadores Afficanos, em 1911, patece-nos que qualquer tentativa nesse sentido teria sido perse- ©) V, documenticgo relativa &Intecaaciodal, « cOpia,de um artigo da Inter~ }— padional, Pertence sod 8 Unio Operdria? Mensagem acs cprdries brances« pias, 1920, + ABIG See Bye 20, : Scanned with CamScanner 526 Nowa Histbria da Expansdo Portuguesa uida, a julgar pela documentacio relat dida pelas autoridades coloniais, em Outra pista de investigacio, Primeira reivindicacio de autonomia aflorou, em 1919, em relagio 20 gove: talvez modificar a crise econémica da europeus ~ e outta, de pro- colonos pormgueses © que agio colonial pela posse de prietérios de terra, que integrava os entrou em conflito com a administ “|| tinua. O sujeito, obje | designado pela categoria ji to, Comoruma crianga gi | de-obma, ‘sucessivamente regulada ~ | 1878, 1899, 1909, 1911, 1914 19 ~0 directo € 0 indirecto ~ que | través dos diplomas legais de 28. Pressupunha dois métodos levassem 0 “indfgena” a trabalhaz, jmos como virios expoentes do pensamento colonial caractsizaram ° “indigena”. Anténio Enes (*) seferia-se-lhe como uma “crianga grande, » Mento, Rati erniads ao Gore, 3+ ed, P- 259: A. N. de Sou, ch ces pos 195200 SOM 3° ey 1946, Ge) SS de Albonuere Memb, 18961896, al. 1934,» 173 0 Implrio Africana médio — 0 de lng dos enropes 9 de Albuquerque explicava o “Fer pa educar © contacto com os brancos, qu lugio lenta do estado selvag: (que por agora aquela raga me parece susce ria’ globalizante da Morambique, sobre © qual duas teorias se apresentavam — a segregacio, xperiment ta Africa do Sul, ¢ a assimilagio, que acabou, mais tarde, por ser ia a exterminagio met6dica ¢ gradual do negro, como se fez 20 cica ou ao indfgena da Austrilia.” E argumentava Freire de Andrade: | “Temes na Provincia uma populagio aumerosa, no meio da qual vive- ‘mos; populagdo essa que vive feliz nos seus costumes € nos seus Us0s, Seria apenas durante‘a 1* Reptiblica que a tendéncia para a ilacio se iia concretizar, com a distinglo jurtdica entre “in- (gena” ¢ “nio-indigena”, através da portaria de Alvaro de Cas- sar A. A. Freire de Andsade, Relies sobre Mogambique, 2 ed., 1949, vol. I, ee Peewee eer rs sy Scanned with CamScanner A contestagio a esta portatia veio do Grésiio Afticano, consti- tufdo por elementos da pequena burguesia negra, num’ célebre artigo, publicado no Brade Africano (*) e-inticulado “Deus ¢ 0 meu * As ondas de conflito, tendo em conta os seus intervenientes, a desenvolveram-se a diferentes niveis, a saber: vas a0 nivel militar, entre as autoridades militares porruguesas € 0 chefes dos “estados” africanos, que foram sendo ocupados, como © de Gaza e do Barné, s6 para indicar os mais importantes; — 40 nfvel administrativo, abrangendo os régulos, autoridades tradicionais que foram inseridas na mAquina administrativa colo- nial, no seu relacionamento com a populagio africana, para fazer cumprir medidas que iam desde a ocupagio de terras 4 cobtanga de impostos ¢ ao recrutamento forcado; —ao nfvel social, tensdes entre dominantes e dominados, entre proptietdrios de terras e camponeses assalaciados, entre patttes e empregados, de que o-operariado emergente foi 0 protagonista destacado, em greves que ocorreram na capital, como as dos fer~ rovidrios em 1917, 1920, 1925 e 1926, as dos estivadores em 1919, 1921 e 1925 e as do pessoal da empresa dos transportes urbanos em 1916, 1920'e 1923; 7 1917 Portaria Provincial 2° 317, O Império Africano - Oe 529 “fomento” da agriculeura em geral ¢ do algodio em particular. ‘A resposta do regime colonial foi geralmente a repressio. Como amostra, selecciondmos dois processs dos muitos existentes no “Arsuve Histricn de Mogambigue xa que of lv ¢guos de labambeoe, ee 2's ee segundo de 19% 1936. i focar a, onde nfo se eratou, como a primeira vista parece, de sufocar uma revol ascente, mas de provocar uma rebeliZo, e isso fosse possivel e outras cansas a isto nfo obstassem.” i ta oe ‘Ora, o administrador de Vilanculos acusava de “resisténcia passiva”, que ras, em fornecerem viveres aos aumeros0s ci : ‘Administsador.. da dificaldade, para mim eambém jutiGcadisim, de os indigenas arranjarem diaheico para pagamento do imposto de pelhota, concluiu o mesmo administrador que uma perigosa revolta estava prestes a rebentar. (©) V. @ processo (AHM, SNI, sec. B, cx, 622). Scanned with CamScanner 330 Nowa Histiria da Expansdo Portuguesa ‘nto cirunscrigio de Chicome, num EEREO a gue ali pocedeu (1911-1912) pam a tobrngs de nico lo © cobrando palhotss « mais, dose posto em fuga milates de O resultado foram dex anos de destero par uma secusa de venda de alimentos e da presiio na cobs palhots. Viléscia gerada em resultado da venalicade aa as suas terase desterado, pelo perfoto de der sae” usa cimunsrgfo de Vilanculo, cade te enccten soon ee tei see tuts mulheres ¢ fi ries acompanhado das suas Seguindo a amostra dos temas deseavolvidos pela imprensa port cvoz do Grémio Africano (), constatimos a mene con que gram tratados os problemas relativos & educacio ¢ & clareza, O Africano expunha os objectivos fundamentai {ratar dos indigenas, nos seus interesses, educagio e ca: justiga..” 7) Na mesma senda prosse Se lania. “Protesta- Ros Contra as leis de excepcio”, bradavam os dicigentes do Gremio Afficano no “Memorial dirigido a0 Governador ds Provincia, 531 0 Império Africana Massano de Amorim”, em Janeiro el 1919, aria dos assimilados — oeeehds do dncuso epecrbemo-nos de aue « “gusto dos ” ya no seu Amago uma fo ee caidas imigrantes brancos metropo- tiam essa concorréncia — 0s tt ‘As contradigGes convivio social foram testemunhadas pelo pt remadon Freire de Andrade quando, reflectindo sobre © problema milados, pds 0 dedo na ferida dos preconceitos ¢ da descri agio (); alhadores negros com alguma cu das ¢ a pritica do “As difculdades comegam desde que a0 indigena se querem incutir os bios eurpess, que nem ele etépreparado psa secbet, nem a popu lagio beanea para aceitar, Dias hi que fai procurado por um preto, educado ‘as misses, © que pedia um lugar que nio Ihe dei; reclamou ele dizendo ia aos brancos que mandavam bustar 2s suas aldeias os indfgenas 0s separavam dos seus ¢ que depois nfo thes os tinicos processos que 2 educagio tepeliam de si por causa de preconceitos + me deizassem sempre ficar com os da minha raga, les, do que educarem-me para me langarem na situagio repelido pelos brascos que me véem preto e repelindo ex os da ‘minha'cor, com 05 quais nio pos ituar-me a viver, por ter contrafdo, pot etuasio, 0s hibites dos branco A legislacio republicana, sobretudo © Cédigo Civil, aplicado & colénia de Mogambique nas suas sucessivas alteracies, espelhava uma sociedade harmoniosamente estratificada, onde as minorias tinham © seu papel, reconhecendo-lhes os seus cultura, dando uma imagem de abertura e de ‘0 estudat as préticas de convivio social, a actuagio das associ de classe € de profs, das sociedades ) 0 Brake Afiza, 1 (®) ALA. Freie de Andrade, Scanned with CamScanner 2 Nowa Hitiria da Bxpansio Portugues “|| mos alguns extractos dos jornais, 0 A; € O Brado Africano, guns ext 0 Africare que * | Contrariam a imagem de progresso e de riqueza conseguidas um Africa, “O porcugués vulgar, que € conhecide por “mumadji* (branco pobre) atte os ingens, sempre que sai de Portugal tra a sus idea nadnceds de uma curta estabilidade em terra de pretos, arranjar umas economias ¢ ‘sefar-se” para Portugal a refastelar-se, a gozar equela “fartura”, junta sabe Deus coni que sacrificio, durante 2, 3 ¢ 4 anos! E sabe-se If as privagSes por que passou aquele homem para juatar 300 ou 400$000 si? F um pocces de dete de tec ‘Uma verdadeira loucura © que alguas fizem para “coalhar ao canto da sala” umas metquinhae placas! A febre do ouro! | gue nos ocupamos. A imprensa divulgava em prosa e, rafts vezes, | l Orlando Mendes, escritor nascido na ilha de Mogambique em 1 1916 ¢ que viveu a sua juventude em Lourengo Marques, recorda esses. eempas “Meu pai era operitio, era correeiro, trabalhava em objectas de couro, () 0 Africare, 13.05.1909. 9 P, Chabal, Voces Mogambicanas, Litratora # Nacionalidada, 1994, p. 73. 335 (€) Ide, pp. 85-92. Scanned with CamScanner Marques, © Gress Arn ao ambience de Luanda eo de Louengo . em 1919, comentar “quanto A convi- yee 7 g 2 i R F endo 20,9% ingleses oriundos da {ndia, 23,1% indianos ¢ 10,8%6 negros. Parece-nos que este crescimento estava relacionado com a8 igagbes ferrovirias entre Lourengo Marques e Pret6tia e, por con- sexuins, com o desenvolvimento do sector tercidtio. Cidade cos- no trabalho e no lazer, assim se lhe referia Mouzit | Albuquerque (!): * Nowinto de surgem espontneas nestas cidades de populagio cosmopolita. Opondo © clube ao bar € o jogo policiado as espeluncas de batota contribufa-se para © Tevantamento ndo $6 da civilizacio mas da moralidade dos habitantes”, (8) 0 Brade African, 20.12.1919. () J. Mousiaho de Albuquerque, cb cit, vol. U, pp. 302-303. 1 0 —————— 0 Implrio Africano 533 Bntee 1900 ¢ 1912 verificor-se um créscimento de 40,29, na | faixa da populacio branca, sendo 19% estrangeitos (), 1717 mu- theres brancas ¢ 373 chineses. Quanto aos ntimeros relativos 20s ‘eutros grupos — indianos, mistos e negros —, 56 hé informasbes para a década de trinta. . . 1930 estimava-se a existéncia de 20 642 habitantes na cidade, suindo-se da seguinte forma (%), pelos virios bairros da ‘Sebitie | Subicio| Poot | potaas | alo Mat | Binre | Oosear| Oriental Vernelba 282% | 73% | 45% | 48% | 41% 52% | 11% | 22% | 939 | 65%, 03% | 2% | 19% | 3% | 5% 0396 o| 7%) 15%}. 3% v4 | 796] 3696 | 44,596 100% |, 100% | 1009 | 100% | 100% Dos 9445 habitantes, estimavam-se em 1093 os mesticos. Se- gundo Maria Clara Mendes, “os bairros da Polana e Ponta Verme- tha eram essencial: [por estrangeiros, pois correspon Cidade, mais arejadas, com melhor 4 bala... Tal como hoje, o baisro entre a zona rica e europeia e a dos negros, e. A data comportava a maior percentagem de asidticos viva da cidade, com grande abundancia de lojas e de casas de bebidas. O Alto Maé apresentava habitagdes cuidadas, de madeira || e de zinco, e tinha uma populacio ialmente mestica”. Os |_baitros dos subicbios, na zona de “canigo", o de Xipamanine, que se desenvolveu em fungio da estrada de Lidemburgo, jé referida, (9) M,C. Mendes, eb cit, p. 89. (0° Idem, pp. 89-€ 94-95. Scanned with CamScanner ossos pais, até tenho uma fotografia. Eu devia ter és, oe (00% lembro-me disso, foi na Igreja de Mens Senhora da Concei. Os pormenores telativos 20 vestudtig “Ba minha mie comegou a usar ystidos salon Gat es88 com pragueados, que era o “ver elo." (8) Como se pode concluir pelo estudo da imprensa local ¢ pelos Rsttmunhos dos maiores escritores mogambicanos, um sem

Você também pode gostar