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, UNIDADE 5 oa A 9 pERIODO DA DOMINACAO COLONIAL EM MOCAMBIQUE ) . 5 - O Estado Colonial jf a : 1. As primeizas tentativas para a Montagem da administrago colonial foram tevados a cabo apés a Conferéncia do Berlim (1884/85) ‘ Destacam-se duas elapas: a) As campanhas de pacificagso; _ b) Instalagdo de aparelhos coloniais 2. Apolitica colonial portuguesa reservava a Mocambique, o papel de produtor de matérias-primas para a Metropole e nao so, Mogambique foi transformado numa colénia do produgdo, processo condicionado por dois pressupostos basicos: * _ a) As coldnias deviam produzir as matérias-primas @ também deviam produzir os produtores z dessas matérias-primas. . b) Os produtores dessas matérias-primas, pertenciam as ragas inferiores ©, como tel, deveriam X \. trabathar para as ragas superiores 3. Assini' um conjunto de decretos leis, regulamentos @ outras doterminagées legais foram publicados, para atingir esses objectivos: Em 1891 foi lancada a primeira reforma Administrativa de Anténio Enes nomeado Comissano . Régio para Mogambique que era favoravel a descentralizaco politica nes defendia que: “6 em Mogambique que Mocambique deve ser administrado" Defendia também que os conseihos deviam sor substituldos por circunscri¢ées Civis ou Comandos Militares. Em 1894 foi langado 0 Decreto que substitui a pena de prisdo pelo trabalho correcional de 15 dias 4 ui ano, apenas para os indigenas. O trabalho correcional tomou-se numa punigo para os indigenas, Em 1896, Anténio cria a Circunscrigdo indigena-unidade © administaiva onde o colonizador substilyi.2 autoridade tradicional com fungdes de administrador e do juiz. Os indigenas ecam divididos em circunsctigdes ¢ estas em regedorias. ‘ f Qual ¢ o Lung? y om a s {Para os colonos existiam os concelhos divididos em freguesias; | Vint Ge i = Em 1899 foi langado 0 cédigo de Trabalho Rural, de Anténio Enes (ver pag. 91 vol. 11 Historia de Mogambique). =a . | - Em 1907 foi lancada a reforma Administraliva de Mogambique de Aires de Omelas, Ministro da Marinha e de Ultramar. A provincia foi dividida em 5 distritos(Lourengo Marques, Inhambane, Qyelimang, Tete, e Mocambique), ‘ Introduz-se 6 sistema de AdministragSo das .populagdes indigenas é criada a secretaria dos negécios indigenas. Aos administradores foram alribuidos amplos poderes para governar as populagdes - " We ror C ‘7 ¢ er ttle eke : Scanned with CamScanner \ \ \ \. magenas © fundamentalmente, tinham que ser antropélogos de carrera, Era governador do's Mocambique, Freire de Andrade; ‘ Em 1910, foi o ano da queda da Monarquia Liberal © proctamagao da Republica em Portugal. A Constituigéo de 1911 recomendou a descentralizag’o das provinclas © de leis especiais que * servissem o estado de civilizagdo de cada uma delas’ 4. 0 Estado Colonial fez mais - organizou metodicamenta os sous a; exército, policia, tribunais etc. a fungéio destes aparelhos ora a de garantit pela violéncia a Uisponibilidade da forga de trabalho, disponibilidade qua se conhecia Pelos recenseamentos, pelos Impostos, pelos indices demograticos, pelos cartées de trabalho, ote, \ ee eee CONCLUSAO a) a \ Entre 1885 1930 os objectivos fundamentals do Estado Colonial se resumiam: Proceder a ocupagio efectiva; Servir 0 capital estrangeiro © método utilizado foi violéncia e ndo persuassao. fy A ECONOMIA COLONIAL 1. A situagdo econémica em portugal era de bancarota 0 que impedia o investimento colonial, 0 desenvolvimento ‘econémico das suas possessées coloniais. Assim para sobreviv agp Alugou cerea de dois tergos de Mogambique a0 capital estrangeiro nio-portugués sob a forma de companhias | Monopolistas; 4) Reservou o sul de Mogambique como fornecedora de mio-de-obra para as minas da Aliica do Sul. A COMPANHIA DE MOCAMBIQUE Primeira c* de Mogambique, fundada em 1888 0 j4 em 1891 tomou-se na companhia de Magestatica. A ‘concessao foi-he dada por 50 anos (terminaria em 1942). Uma dae figuras chave para o desenvolvimento desta c* foi Paiva de Andrade (1846/1028), Area da Companhia . Territério de Manica e Soala entre os prazos do.Zambeze a Norte do rio, Saye a.Sul Scanned with CamScanner Direitos da Companhia io d arcio, exclusividade nas, concess6es mineiras © do Pesce: cobranga de Impostos were fe Soook “er strugao @ exploragso do portos 0 vias do ccrmunieacdo privilégio bancario otc. Com todos estes poderes, ela (c*) era um ‘estado dentro do outro Estado" i Deveres da Companhia | araa govemo portugés 10% dos dividendos distribuidos, Dar 7,5% dos lucros totais liquidos; _ Devolver 0 teritério a administragao portuguesa, findo o contrat de explorag4o. Pd Desde modo, obrigatoriedade de ralificarao pelo tornitorio. Porkigat coninaawn guts." impor, ame posto administrative de maioria portugues: igovero portugues das leis regulamentos a serem jimplementados no ‘A aude da C? em relagSo & populasso Africana, conduziu a grandes abuses: Monopélio sobre a produgso Africana, trabalho forgado, aaito salatios, retengso do uma percentagem das receitas das Pron as produzidas pelos afficanos, elevados impostos de palhota. Surgiram revoltas organizadas pelos Africanos ‘exemplos a Revolta de Massangano e de Barve. t > fe Scanned with CamScanner A COMPANHIA DO NIASSA ’ \ A siluagdo politica bi fi século XIX litica do norte de Mogambique nos finais do a) Existéncia de reir ‘Nos afro-islamic Angocho: micos: Xeicados de Quitar 3 ;ngonha, Sancul © Sangage; Sultanat Contederagdo dos Namarrois —_— Exstbnca da cheltura Maconde; xisténcia dos reinos Nyanja; Lomwe @ Chirima So estas parti particularidades que tornaram muito mais prolongada a pacificago do Norte de Mocambique, pois est: 'as populagdes resistiram para defender a sua soberania @ independéncia, A Companhia Do Niassa ORIGEM: Setembi i lembro, 1694, obteve a carta concessiondiria, por 25 anos, slargados mais tarde para 35 anos (1604 1925) De capil tais portugueses no inicio, franceses e britinicos, compram a Carta Concessionéria entre 1802 © 1893, lomando formalmente posse dos territérios de Cabo Delgado o Niassa, em ‘Setembro de 1804. A Companhia. foi sucessivamente controlada por ues grupos financelros diferentes © um. consércié baneario alemao: Com 0 inicio da | Guerra Mundial @ posterior dorrota da Alemanha, em 1917, as aogdes passam 41897 = Ibo Syndicate (expedigao a0 chefe Mataca): 1899-1002 — Ibo Investment Trust (expedi¢éo 0 leste do Lago Niassa) i, 4908.1913 — Nyassa Consolidated (capital Sul-Africano; Tonycimento de mao de obra para Africa do Sul) 4913-1914 — Consércio bancario Alemo, parc um. grupo britanico. 4929 — Declineo da Companhia REA DE CONCESSAO AREA DE CONCESSA" Cabo Delgado e Niassa IREITO E DEVERES: DIREITO E DEVERES: Os mest mos concedides a Compania de Mogambique, com a particularidade do 0 perlode de concessso ser de 35 anos. MECANISMO DE. EXPLORACGAO. ECONOMICA Semelhantes a da C migratério para paise: ompanhia de Mogambique, com 4 partigularidade de se dedicarem mais ao tratvalho orrinhos e para os territoios do Baixo Zambeze. Scanned with CamScanner Conclusao Administragdo; 1 sDireito de tanga Colectar e gasta imy IPOsl« : De propriedade; = De servicos; De satido; De palhota e de capitaca; Diteito alfandegario, De ter um servico postal: Direito de alugar sub-concessées: As Companhias Magestaticas foithos dado direlte soberanos d fo; De constuirinfra-estruturas de transporte (caminho de ferro); Direlto de passar licengas comercial De possuir forcas militares e policiais, etc. Mas a a todos estes poderes, elas tomaram-se realmente verdadeiros “estados dentro do Estado’. $42 feicao principal girava a volta de um amplo controle sobre a populacdo africana sua forga de trabalho, O SUL E O TRABALHO MIGRATORIO 1. Antes da conquista colonial, os estados e chefaturas do sul de Mogambique (Gaza, que dominava 0 territério das actuais provincias de Inhambane e Gaza; Maputo que dominava as zonas entre os Montes Libombos e a costa, incluindo a chefatura de Tembe), estavam ligados a0 copital asidtica 6 europeu através de pequenos estabelecimentos indianos e portugueses, situados na costa e no interior. Os contactos que estabeleciam com os mercadores assentavam essencialmente nas seguintes actividades: 1) Caga ao elefante: com o marfim podia participar no mercado inlemacional que assegurava © acesso aos bens que localmente nao eram produzidos (enxadass de ferro, missangas, vidro, armas de fogo, etc.); Produgao de oleaginosas: quando o comércio do marfim comegou a declinar a partir ) 1870. O amendoim, 0 gergelim e o milho, ganham importancia como produtos de troca. mao-de-obra, “Entre 1885 e 1900, a economia politica do sul de Mogambique (e da Alrica Austral em geral) foi {ransformada, O desenvolvimento de alguns aspectos estreitamente interrelacionados caracterizam a historia dese periodo: ‘A partir da segunda metade do seculo XIX (1880-1900), a economia do sul de Mogambique comecou a ser profundamente influenciada pela expanséo da economia capitalista que se verificava las colénias briténicas do Cabo e Natal e nas republicas boers do Transvaal e Orange. A necessidade de mao-de-obra abudante e barala para as minas @ plantagdes sul-africanas, combinadas com as dificuldades econémicas entéo experimentadas pelas formagées polilicas do sul de Mocambique, concorreu para a transformago das actuais provincias de Maputo, Gaza e Inhambane em reserva dé Scanned with CamScanner a ensificagao dO desenvolvimento capilalista na Africa Austal, particularmente resultante: (1) da wera JC novas minas de ouro na drea central @ sul do Transvaal (Witwatersrand), (2) da gonsttugao de linhas féreas para servir as necessidades desso centro do dasenvolvimento (3) de guiras industrias dependentes, O sul de Mogambique tornou-se no maior fornecedor do mao-de-obra ra a indisitia mineira nesse periodo e Lourengo Marques lransformou-se numa cidade cuja principal inte de receita provinha do transite de mercadoria para e de Witwatersrand, © do veda do produlos importados para © consumo de iros regressados @ oulros tabalhadores. um nivel do salarios baixos no sul de Mogambique Jar 0 fixo e restringir a mobilidade da mSo-de-ol ©, em consequicia, Escassez de mao-de-obra, tot do passo em medidas administrativas para regul relagio a emigragdo e a resisténcia em Lourenco Marques): (1804- jal, querras em Gaza © Maputo 3, Resisténcia do Estado Alticano ao avango do capitalismo colon 1097)" in Histéria de Mogambique, Vol Il, p.219. a Scanned with CamScanner

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