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gunda-feira, 21 de Abril de 2014 I Série—N.° 74 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste nimero - Kz: 280,00 Toda a corespondinci, quer oficial, use selaiva a amine € asinaturas. do Dio a Repblican, deve ser dirgida & Imprensa |. sag Nacional - FP, em Luanda, Rus Henrique ae | **"" Carvalho n* 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306, | 1S timpeensancionalgovan - End. tek: | A 2 sie lmprensn, Ad? site SSINATURA “0 pogo de ead Fina pueda os Deis ‘Ano | da Replica Ie 2 séie €de Kx: 75.00 para Kx-470615.00 } 4 34 serie Kz: 95.00, aeescido do respective Kr-277900.0 | imposto do sel, denendendo a publicagdo da Ke: 145 500.00 | 3sércde depisivopréviocfectuar na tesiurria Kz. 115 47000 | impronsa Nacional FP SUMARIO Presidente da Repiblica ecreto Presidential n° 82/14: Aprova © Regulamento de Utlizago Geral dos Recursos Hidrcos Revo toda a epslao que contrac disposto no presente DeootoPresidenci Ministérios da Economia, das Financas e dos Transportes Despacho Conjunto a. 97014 Determine que a alorao da arf que ser 132/11, de 9 de Setembro no se estinge os produtos Cesta Basic. Mir Despacho w 971/14 Exonera Mareslina Augusto Camuto da Costa do cango de Scretiria Geral deste Minis, re artigo 13° do Decreto Executive Conjunto n* ério da Geologia e Minas Despacho a 972/44 Exoera Carlos Albert Cavoguila das fangs de Director do Gabinete das Nepociagbes das Concesses Mincinis deste Minit Despacho a 97314: xonera Augusto Anno Crd da Siva Neto ds nis de Director -Adjuto do Gabince do Minis, Despacho m2 74/4: Nomeia Augusto Antinio Cordeiro da Silva Neto para a fngDes de Director do Gabincte do Minis, Despacho n2 978/14 Nomeia Carlos Alberto Cavuuila paras fangs de Diteto do Gabinete Juridica deste Ministro, Despacho a2 9T6it4: Desvincula Francisco Gaspar S ampaio, Teenico Méio Principal de 1+ Clase, para efeitos de erm PRESIDENTE DA REPUBLICA Decreto Presidencial n.° 82/14 de 21 de Abril Considerando a necessidade de regulamentagio da Lei nn? 602, de 21 de J correcta utilizago dos recursos hidricos, no quadro de um nho — Lei de Aguas, tendo em vista a desenvolvimento sustentivel do Pais: Considerando que a uilizagao dos recursos hidricos deve ‘obedever a um conjunto de instruments de planeamento de gestdo, que garantam a sua utilizagio sustentivel, bem ‘como a sua proteegao, preservacdo, conservagio, valorizagio controlo, observados os objectivos globais eestratégicos de desenvolvimento sécio-econdmico do Pals; Tomando-se imperioso estabelecer um quadro de utilizagao geral dos recursos hidricos, cexigéncias de governanga da 4gua, nas suas dimensdes social, nsentineo com as, econémica, ecolégica, espacial ¢ cultural; ‘Tendo em conta a necessidade de se materializar as dis- Posigdes constantes do artigo 79.° da Lei n,° 6/02, de 21 de Junho — Lei de Aguas; (Presidente da Repiiblica decreta, nos termos da alinea 1) doartigo 120 edo. 3 do artigo 125. ambos dat dda Repiiblica de Angola, 0 s ARTIGO I (Aprovagao) Ponstituigao E aprovado o Regulamento de Utilizagao Geral dos Recursos Hidricos, anexo ao presente Diploma e que dele & parte integrante. ARTIGO2 (Revogasio) E revogada toda a legislagdo que contrat o di presente Decreto Presidencial 1390 ARTIGO 3 (ividas€ omisstes) As daividas e omissdes resultantes da interpretagao e aplicago do presente Diploma sto resolvidas pelo Presidente dda Repiiblica. ARTICO 49 (Prada em vigor) presente Deereto Presidencial entra em vigor na data da sua publicagao. Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, a0 26 de Fevereiro de 2014, Publique-se. Luanda, aos 10 de Abril de 2014, (© Presidente da Republica, Jost: Eouanpo nos Santos. REGULAMENTO DE UTILIZAGAO. GERAL DOS RECURSOS HiDRICOS capiruto1 DisposigBes Gerais sverico 12 (Object) O present Diploma define o regime de tlzago gral dos recursos hidricos, includ os mecanismos de planeamento, esto ede reebuigdo econdmicae fnanceir antico2 Got de ag) © presente Diploma ¢aplcivelsdguas superfciaise subterrneas, nomeadament os cursos de gu, lags, lagoas, pantanos,nascenes albufeiras, za estuarinas¢ uttos corpos de ua, Sem prjuizo dos respetivos leitos, margens e adjacencias ntico3 (Dates) Para efeitos do presente Diploma, entende-se por: 1, adguas pluviaisn: — aguas de precipitagio que escoam ese armzenam na sperici no subsol, 2. edguas subterriineas», — duns que se encontram no subsolo. 3. «deuas superficiais»: — todas as aguas, com excep- fo das 4guas subterrinease das aguas costers. 4. cAlbfeiray: — represa artificial, criada por inter posigto de um obsticuloimpermedvel num curso de deua, que acimuta grandes mass dsintase signifcativas de gua plviis, 5. aquferosy:— formagdes permeiveis que contém ¢ transmitem Agua sublertinea em quantdade e profundidade adequadas ao seu aprovetamento, 6 Baca hidrogrifican: — ea peogriica recepora ddas aguas pluviais, que formam 0 escoamento superficial que alimenta o leito de um curso de gua ou tio, DIARIO DA REPUBLICA, 7. aBeneficidrios de infra-estruturas hidréulicas»: todas as pessoas singulares e colectivas que ‘obtém, directa ou indirectamente, vantagens da construcio, exploragio, manutenco e conservagao de infra-estruturas hidraulicas. 8, «Captacdo de diguay: — utilizagao de um certo volume de égua superficial ou subterranea, sub- traido do meio hidrico, independentemente da forma de extracgaio da finalidade 9. «Caudaby: — volume de agua que passa numa dada seegiio de um curso de fgua por unidade de tempo. 10, «Concessiov: —transferéncia temporiria, mediante contrato de concessio do Estado para uma pessoa colectiva dos direitos de utilizagio dos recursos hidricos por sua conta e risco. 11. «Contaminagao das dguas»: — introdugdo de ‘elementos, em concentragdes nocivas, incluindo organismos patogénicos, substancias toxicas e radioactivas, nos cursos de agua, lagos, lagoas, paintanos, nascentes, albufeiras, zonas estuarinas outros corpos de gua, 12. «Contrato de coneessiioy: — acordo de vontade centre o Estado ¢ uma pessoa colectiva, indepen- dentemente da sua natureza, através do qual é definida a concessio. 13. «Corpos de dguaoy: — massas de igua que, além de serem consideradas como um veiculo ou substin- cia que possa ser usada ou consumida, constituemn um ambiente propicio & vida 14, «Curso de dguay: — conjunto unitario de agua superficial e subterranea que, normalmente, hui por gravidade, para um términus comum, no Podendo ser interrompido, de forma natural, nem ‘no espago nem no tempo. 15. «Drenagem: — escoamento natural ou atficial de ‘gua de um terreno para uma superficie receptora, situada a uma quota inferior, 16, «éfluentesy: — quantidades de dua, com as res- Pectivas matérias ¢ energias, que so emitidas das fronteiras territoriais duma actividade e langadas num curso de égua superficial ou subterranea apos a sua utilizagao, 17. akintidade concedentey: — Presidente da Repiiblica fe Ministro de Tutela, 18. cintidade licenciadoray: — rio de administragio de bacia hidrografica. 19, «Lago: — massa de agua léntica superficial consideravel 20, «Lagoa: —pequeno reservatorio natural de égua lentica superficial 21, «Leitow: — depressio de terreno onde escoa um curso de digua ou rio 22. aLicencaoy: — acto administrativo, nos termos do ual o 6rgio de administragdo da baciahidrogrifica I SERIE ~ N° 74~DE 21 DE ABRIL DE 2014 atribui ds pessoas singulares ou colectivas.o direito de utilizago dos recursos hidricos, 23. aLinhas de dua: — cursos ou corpos de fgua intermitentes com tragado bem definido. 24, «Margensy: —terreno que ladeia um curso de égua, ago, lagoa, albufeira ou outros corpos de dgua. 25, «Minisiro de Tutelay: — Titular do Departamento Ministerial auyiliar do Presidente da Repiblica, responsivel pelos recursos hidricos, 26, «Nascentes»: — gua sublerrneas artesianas que, ha origem, se conservam préprias para consumo humano. 27. «Orta de Administragdo da Bacia Hidrogréficay: — pessoa colectiva de diteito piblico, que tem por fim assegurar, no ambito da administrago indirecta do Estado, as actividades de planeamento e ges- to de recursos hidricos no ambito de uma bacia hidrografica ou conjunto de bacias hidrograficas. 28. «Pantanoy: — terreno enchareado por dgua sem escoamento, 29, «Plano de sigue: — superficie plana de &gua con- finada ou nao, onde se podem exercer actividades ‘ou parquear veiculos, equipamentos, embarcagdes, flutuagdes ou estruturas flutuantes. 30. «Plano Geral de Desenvolvimento e Utilizagao de Recursos Hidricos da Bacia Hidrogrfica»: instrumento de planeamento que visa a valoriza- ‘0, protecgiio e gest equilibrada dos recursos hidricos no ambito de uma bacia hidrografica, de acordo com as estratégias e programas de desen- volvimento regional e sectoriais aprovados pelo Titular do Poder Executive. «Plano Nacional de Recursos Hidricosy; — ins- trumento de planeamento que, baseado nos Pla- nos Gerais de Desenvolvimento © Ustilizagao de Recursos Hidricos das Bacias Hidrograficas, visa a valorizagdo, protecrao e gestio equilibrada dos recursos hidricos escala nacional, de acordo com 3 as estratégias e programas de desenvolvimento nacional aprovados pelo Titular do Poder Executivo, 32. «Recursos Hidricos»: — recursos em siguas disponi- veis ou potencialmente disponiveis, em quantidade ‘© qualidade, num local e momento apropriado, ‘com excepeo das aguas costeiras, para satisfazer ‘uma demanda identificada, 33, «Tarifaon: — prestagiio pecunisria devida aos titu- lares de direitos de exploragio de infra-estruturas hidrdulicas por quaisquer pessoas singulares ou colectivas, beneficidrias das methorias produzidas por aquelas.. 34, «Texas: — prestago pecuniéria devida ao Estado ‘ou outro ente pablico pela utlizagao dos recursos 1891 35. «Titulo de utilizagdo dos reeursas hidricos: — licenga ou concessio, que confere o direito de utiliza dos recursos hidricos 36. «Tivtela»: — Departamento Ministerial auxiliar do Presidente da Repablica, responsivel pelos recursos hidricos, 31. «Uinidade do ciclo hidroldgicov. — cireuito reno- vel de dgua, que obedece a sucesso das fases da troca natural entre a terra ¢ a atmostera, tais como a evaporagao, a evapotranspiracio, a con- densagdo, em forma de nuvem, a precipitagdo, a infiltragdo e a acumulagio no solo ¢ no subsolo. 38. «Lisas comuns. — toda a utilizagao dos recursos hidricos que, ndo carecendo de licenga ou conces- silo, se realiza de forma livre, natural, gratuita e de acordo com o regime tradicional de utiizagaio dos recursos hidricos de necessidades domésticas, Pessoais ¢ familiares, sem produzir alteragdes significativas do seu caudal nem da sua qualidade. 39. aLisos decorrentes do direito de aproveitamento da terran: —toda a utilizagao dos recursos hidricos resultante da titularidade, nos termos da legislagio em vigor, do direto de aproveitamento de terrenos em cujo interior corram, livremente, as éguas de nascentes ou existam dguas subterraneas, lagos, lagoas ou pantanos. 40, «Uses privativos: — toda autlizagtio dos recursos hidricos que se realiza mediante titulo de utiliza dos recursos hidricos. «Uiilizagao dos recursos hidricasy: —todo 0 uso consumptivo ou no consumptive dos recursos a hidricos, que altere ou tenha impacto sobre o estado dos cursos de dua, lazos, lagoas, pantanos, nascentes, albufeiras, zonas estuarinas e outros ccorpos de gua, incluindo os seus leitos, margens e adjacéncias. assim como qualquer ocupagio ‘no meio hidrico, independentemente do seu fim. 42, «Zonas estuarinas»: — parte territorial de um rio, geralmente larga, onde 0 escoamento fluvial & influenciado pela mare. capiTULO IL Planeamento e Gestio de Recursos Hidricos SECCAO I Planeamento de Recursos Hidricos ARTIOO $s" (Planos de recursos hidricos) 1. Os recursos hidricos estdo sujeitos a um processo de planeamento integrado, visando a sua valorizagao, protecea0 & _gesldo equilibrada, de acordo com as esteatégias ¢ programas de desenvolvimento nacional, regional e sectoriais aprovados, pelo Titular do Poder Executivo. 1892 2. Os planos de recursos hidricos s20 0s seguintes: 4) Plano Nacional de Recursos Hidricos; 5b) Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagtio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrogrificas. ARTIGO 5? (Elaboragao dos planos de recursos hideieos) 1. 0 Plano Nacional de Recursos Hidricos ¢ elaborado pelo Instituto Nacional de Recursos Hidricos, 2. Os Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagao de Recursos Hidieos das Bavias Hidrogrificas so claborados pelos, 6nudos de administragdo da bacia hidrografica correspondentes, ARTIGO 6° dos planos de recursos hidreos) (Rea Os planos de recursos hidricos devem obrigatoriamente: ‘@) Basear-se numa abordagem conjunta e interligada dos aspectos téenicos, econdmicos, culturais, ambientais ¢ institucionais de utilizagio dos recursos hidricos; 5) Visar a racionalidade e sustentabilidade da utiliza- ‘lo dos recursos hidricos e a satisfagdo das varias necessidades, articulando a procura e a oferta ¢ salvaguardando a preservago quantitativa equa- Titativa dos mesmos, bem como uma aplicagao ceconémica dos recursos financeitos; ¢) Dar respostas de curto prazo através de programas de acgdes imediatas; ) Envolver a participagao de todos os interessados na esto e utilizago dos recursos hidricos, nos ter- ‘mos do n°2 do artigo 10.° do presente Diploma; @) Estar em articulagao com o planeamento dos sectores «de utilizagdo, com o planeamento de ordenamento do territdrio, com o planeamento de ordenamento da orla costeira, com o planeamento de desen- volvimento econdmico e com o planeamento de ‘gestdo ambiental ARTIGO 72 (Conte dos planos de recursos hidieos) 1. Os planos de recursos hidricos sdo constituides por pega eseritas e desenhadas e contém obrigatoriamente o seguinte: 4a) Diagndstico, incluindo inventirios e andlises da situaga0; +) Definigdo dos objectives ambientais de curto, médio ¢ longo prazos; ©) Proposta de medidas e acgdes, com anslise de cend- rigs altemnativos e com definigdo de prioridades de utilizagdo dos recursos hidricos de cada bacia, tendo a captagio de dgua para fins de consumo humano prevaléncia sobre quaisquer outras uti- lizagdes dos recursos hidricos; 4) Programacao fisiea, financeira e institucional de ‘mplantago das medidas ¢ acgdes seleccionadas. DIARIO DA REPUBLICA 2. Os Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidragrificas devem conter ‘ seguinte: 4) Um diagnostico que inclu obrigatoriamenteo seguinte: 10 inventario das disponibilidades de recursos hidricos superficiaise subterraneos, incluindo ‘© caudal sélido, com a sua caracterizagao ‘quantitativa e qualitative; i) O inventirio e andlise das utilizagdes dos recursos hidricos, actuais e futuras,incluindo as fontes poluidoras, com a sua caracterizagio ‘quantitativa e qualitativa; iii) O inventirio dos ecossistemas aquéticos © zonas hiimidas relevantes; {v) O inventario das infra-estruturas hidréulicas ¢ de saneamento basico existentes e projectadas; ¥/O inventario dos sitios de interesse patrimenial ce arqueol6gico: vi) O balango das disponibilidades e necessidades actuais € futuras, identificando as zonas ¢ situagdes de caréncia; vil) A identificagio de zonas e situagdes de risco, nomeadamente cheias, secas, desertificagaio, salinizagdo, erosdo e contaminacao; vill) Aavaliagio das situagdes de cheia e de seca, ) Uma proposta de medidas ¢ acgdes que inclu obrigatoriamente: |) Aclassificaglo dos cursos de gua, lagos, lagoas, pntanos, nascentes,albufeiras e outros corpos de digua, em fungdo das utilizagdes; 1) Aclassificagio dos cursos de gua, lagos,lagoas ou albufeiras navegdveis ou Mutudveis endo navegaveis nem flutuaveis; iti) As acgies de protecsio ¢ valorizagao da rede hidrogritica; iv) As acedes de protecsiio e valorizagio das guas subterrineas; v) A previstio dos cursos de gua, onde se aplica a taxa de regularizacao; i) A definigdo de zonas a submeter a um ordena- ‘mento especifico, nomeadamente albufeiras e zonas estuarinas; vii) A proposta de classiicagdo das nas de protecyo; viii) A identificagdo e selecgao de projectos de infra-estruturas hidrdulicas e de saneamento basico a executar, ix) As acgdes de regularizagio ¢ controlo de cheias e secas; +x) Os balangos sedimentolégicos; xi) As acgdes de mitigaeao correspondentes 30, plano de gestio ambiental ©) Aprogramagaio fisica, financeira e institucional que inclui obrigatoriamente: 1) A calendarizagao das acces; 1) O investimento previst e fontes de financiamento; — 1 SERIE N° 74— DE 21 DE ABRIL DE 2014 1893 10) O céleulo de taxas ¢ tarifas, tendo em conta as acgdes de fomento hidraulico; iv) As entidades responsiveis pela execugdo das ‘medidas e pelo seu acompanhamento e controlo; ¥) Aclaboragio de uma rede de monitorizacao. 3.08 Planos Gerais de Desenvolvimento ¢ Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrograficas Internacionais, ‘dever ter em conta os acordos ou convengies de que 0 Bstato Angolano seja parte no quadro dos cursos compartilhados de dgua. 4,0 Plano Nacional de Recursos Hidricos deve conter: 4a) Um diagndstico que inclui obrigatoriamente: 1) A sintese dos diagndsticos efectuados pelos anos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrogriticas; i) A bierarquizagdo dos problemas e potencial dades identificados; ii A hierarquizagao das necessidades identificadas de utilizagao dos recursos hidricos, quando sujeitas a transferéncias de caudais entre bacias hidrograticas. 4) Uma definigao de objectives que inclui obrigatoriamente: 1) A sintese, articulagdo e hierarquizagao dos objectivos definidos pelos Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrograficas; 1H) As formas de convergéncia entre os objectivos dda politica de recursos hidricos ¢ os objectivos _globais da politica econémica, social e ambiental do Pais, c) Uma proposta de medidas e acgdes que inclui obrigatoriamente: i As medidas necessaias para a coordenagiio dos diferentes Planos Gerais de Desenvolvimento € Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrogrificas ¢ a selecgdio das alternativas af apresentadas, em articulagaio com os diferentes planos sectoriais, de ordenamento do teritirio, de ordenamento costeiroe de gestdo ambiental; i) A definigdo de zonase de vertentes de interven %o prioritiria, a nivel nacional, e de medidas © acgdes correspondentes; ii) A definigao de programas ¢ projectos descala nacional, nomeadamente a previsto econdiges de ‘ransferéncia de gua entre bacias hidrogriticas; iv) As medidas necessarias A articulagao com ‘0s Estados de uma mesma bacia hidrogra- fica, no planeamento € gestdo dos cursos de ‘gua partihados. 4) A programagao Fisica, financeirae institucional que inclui obrigatoriamente: 1) Acalendarizagaio das acgBes a escala nacional; {i) Os critérios de financiamento dos programas € projectos nacionais ¢ regionals; ili) Adefinigio de procedimentos administrativos € legais necessirios & execugdo dos planos, realgando 0s critérios de fomento hidréulico; iv) As entidades responsiveis pela execugdo das ‘medidas e pelo seu acompanhamento e contro, 5. Os planos de recursos hidricos devem estabelecer, na sua escala de hierarquizagao e prioridades de utilizagio dos, recursos hidricos, a captagao de dgua para fins de consumo, humano como tendo prevaléncia sobre quaisquer outras utiizagdes dos recursos hidricos. ARTIOO 8" (Daracto dos panos de recursos Mico) 1. 0 Plano Nacional de Recursos Hidricos tem a duragao maxima de 15 anos. 2. Os Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagio de Recursos Hidricos das Bacias Hidrogréficas tém a duragdo, ‘maxima de 10 anos, 7 3. Sob proposta fundamentada do Instituto Nacional de Recursos Hidricos, os prazos de duragao dos planos de recursos hidricos, referidos nos nimeros anteriores do presente artigo, devem ser objecto de revisdo antes da verificagao da respectiva caducidade, ARTIGOS: (Aprovagi dos planos de recursos hid =) 1.0s planos de recursos hidrics si objeto de aprovasio pelo Titular do Poder Executive, ouvido 0 Conselho Nacional dle Aguas. 2. Sem prejuiza do disposto no niimero anterior, clas caso dos cursos de gua, agos, lagoas, pntanos, nascent, atbufeiras, zonasesturinas © outros corpos de agua é objecto de aprovagio pelo Miistro de Tutela, sob proposta do lstituto Nacional dos Recursos Hidrcos -_ARTIGO 102 (Conse Nacional de ine Coneclon ds Bis Hidrogefom) 1. 0 Conselho Nacional de Aguas © os Consethos das Bacias Hidrograficas sto Gruios de consulta do Titular do Poder Executivo, no dominio do planeamento nacional ¢ regional dos recursos hideicos, respectivamente 2. O Conselho Nacional de Aguas ¢ 0s Conselhos das Bacias Hideogratica visam, respectivamente,assegurar, a nivel nacional c regional, a coordenagio e a articulago entre 0 diferentes rg da administagdo directa eindiecta do Estado igados, directa ou indirectamente, ao planeamento, esto e utiliza dos recursos hidricos, comunidades lca, onganizagoes profissionais e econdmicas e diferentes tipos de uilzadores, no contexto das bacias hidrogrifieas, quer nacionas, quer compartithadas plo Estado angolano 3.0 Conselho Nacional de Aguas e 0s Consethos das Bacias Hidrograficas so integrados, nos termos aprovar polo Titular do Poder Executivo, por representantes dos gis da aministragao directa e indirecta do Estado Fizados, directa co indiectamente,& gest eulizago dos recursos havicos, comunidades loais, onganizagdes profissionais eeconémicas e de diferentes tipos de ulizadores 1894 DIARIO DA REPUBLICA 4. 0 Conselho Nacional de Aguas e os Consethos das Bacias Hidrogrficas silo criados por Decreto Presidencial, que define as competéncias, composi¢do, organizagio € funcionamento dos mesmos. 5, Existe um Consetho da Bacia Hidrogrifica para cada bacia ‘ou conjunto de bacias hidrogrificas com afinidades entre si seccaon Gestdo dos Regursos Hidricos agrigo 112 inn cde eth on recor ideo) A gestao dos recursos hidricas deve observar os seguin- tes prinipios 4) Direito gua para 0s cidaddos; +) Unidade do ciclo bidrol6gico: 6) Uidade e coeréncia de gest de baci hdrogrifies, como unidades fisco-teritorais de plancamento « gestdo dos recursos hidreos: (Determinagdo de volume) 1. A determinagao do volume de agua captada e resttuida pode ser feita por medigaio directa ou indirecta 2. A medigdo directa permite a avaliag3o da quantidade cfectivamente captada ¢ restituida pelo utilizador, em qualquer ‘momento, ¢ implica a instalago de instrumento adequado. 3.Alicenga ou concessao de ui ao dos recursos hid cos pode estabelecer a obrigatoredade de medigio direct, «quer devido & dimensio da utilzagdo, quer a0 seu potencal impacte no meio hidrco. 4. Quando io sejam realizadas medigaes directs das quantidades captadas e resttuidas, a determinagao destas 6 efectuada segunda criterios estabelecidos pela Tutela, sob proposta do Instituto Nacional de Recursos Hidricos, em articulagio com o Orato de Administragio da Bacia idrogrfica correspondent. 5. Sempre que se tome necessirio uma determinagao vel de por em causa a satide publica, os recursos naturais, 0 ambiente em geral, a seguranga e a soberania nacional; ce) Realizar quaisquer actividades nas zonas de protec- «¢lo dos recursos hidricos. 1912 DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 110" (Zonas de protcsio dos recursos hires) 1. Constituem zonas de protecgdo dos recursos hidricos, nos termos do presente Diploma, os leitos, margens e zonas adjacentes dos cursos de aguas até uma distincia de 200 metros. 2. Sem prejuizo do disposto no niimero anterior, podem, ros termos da legislagio em vigor, ser definidas distancias superiores, sob proposta do Instituto Nacional dos Recursos: idricos, em articulagdio com os Orgdos de Administragao da Bacia Hidrografica, em funeao das earactersticas do recurso, «das condigdes téenicas da uilizagdo pretendida, bem como de outras razies que o justifiquem. ARTIGO 111 (Proibigdes¢condicionamentos nas zonas ‘de prateco dos recursos hrs) | ica vedado, nas zonas de protecga0 dos recursos hidricos, ‘ngs termos do presente Diploma e demas legislacao aplicavel: 4a) Construir habitagdes, infra-estruturas, edificios ou qualquer outro tipo de edifieagdies susceptiveis de provocar a degradasiio das margens, do regime de cescoamento ou da qualidade da deua; +) Instalarestabelecimentos industriais ou comerciais, matadouros ou cercas de gado; ) Instalar sepulturas ou fazer escavagdes; 4) Instalar entulheiras ou escombreiras resultantes da actividade i ¢) Introduzir animais, depositar ou enterrarlixo, subs- tancias toxicas ou dejectos de qualquer tipo, incluindo os de origem hospitalar, ou estabelecer aterros sanitirios; 1) Instalar canalizagdes e reservatorios de hidrocarbo- nefos ou das éguas residuais; _g) Estabelecer terrenos de cultura ¢ espalhar estrume, fertilizantes, pesticidas ou qualquer outro produto destinado a fertilizago dos solos ou & protecgio «das culturas, susceptiveis de provocar a degradagao das margens e prejudicar 0 escoamento das éguas ou da sua qualidade. 2. A construgao de qualquer obra, numa zona de pro- teegdo dos recursos hidricos, deve observar 0 disposto no presente Diploma. SECCAO I ‘Contravenstes agrico 112" (Regime gra ‘Constituem eontravengdes, nos termos do presente Diploma, sem prejuizo de qualquer outra forma de responsabilidade, nos termos da legisla em vigor: a) 0s actos de utilizagao nfo sujeitos a titulo, que cau- ‘sem danos aos recursos hidricos; +b) A captagaio, retengdo ou derivagao de agua, sem 0 respectivo titulo, ou, caso o aja a inobservancia do nele dispost 6) Acexecugtio de obras, infra-estruturas ou trabalhos de natureza diversa, culturas ou plantagdes, nos leitos, margens e zonas protegidas, sem licenga ‘ou concessio correspondente: d) Acextracgao ou deposito de materiais nos cursos de ‘gua, lagos, lagoas, pantanos, albufeiras, zonas estuarinas e outros compos de dgua, seus leitos & _mangens, sem licenga ou concessdo correspondente; e) A extracgao ou depésito de materiais nas zonas protegidas; ‘P/O nsio acatamento das proibigbes ou restrigdes estar belecidas no presente Diploma ou das condigdes rele impostas; _g) A modificagdo das caracteristicas das licengas ou concessdes de utilizagao dos recursos hidricos, sem prévia e expressa autorizagao das entidades ‘competentes; 1) Aextracyo de inertes em Areas distintas das consa~ gradas no respective titulo de licenga ou concessio, a utilizagdo de equipamentos ou meios de acgio flo autorizados ¢ omissdo total ou parcial dos volumes de inertes extraidos; 1A destruigdo ou alteragdo total ou parcial de infra- -estruturas hidréulicas ou outras inerentes aos recursos hil ricos, ou de materiais necessirios conservago, manutengo, construgdo ou lim= peza daquelas, sem a observiincia das condigdes mpostas pelo Orgao de Administragao da Sacia Hidrogrifica correspondente; J) Ninobservaincia das normas de qualidade, nos termos da legislagdo em vigor; #) O niio acatamento da proibigao de langar, depositar ‘ou qualquer outra forma de introduzir na égua residuos que contenham substancias susceptiveis de alterar as carscteristicas ou tomar improprias aguas e que contribuam para a degradagiio do ambiente; I) Atejeigao de efluentes, sem a respeetiva licenga ou cconcesstio, em local diferente do demarcado pelas centidades competentes; im) A reeigao de éguas degradadas directamente para os cursos de igua,lagos, lagoas, pantanos,albuleiras outros corpos de agua, sem qualquer mecanismo {que assegure a depuraglo destas; 1) Minobservancia das obrigagdes decorrentes da licen ‘ou concessio de utilizagio dos recursos hidricos; 0) O impedimento do exercicio da fiscalizago; ) A inobservancia das condigdes de utilizagao dos. recursos hidricos definidas pelo presente Diploma; I SERIE —N2 74— DE 21 DE ABRIL DE 2014 1913 @) A falta de apresemtagao da declaragiio referida no 12 2 do artigo 99. do presente Diploma; 1) A falta de registo previsto no artigo 100.° do pre sente Diploma; 5) A falta de pagamento das taxas previstas no presente Diploma; 1 Oexercicio da actividade em inobservineia do pre- visto no artigo 122." do presente Diploma. ARTIGO 113° (Matas) 1. 0s factos previstos no artigo anterior sdo puniveis, em Kwanza (Kz), com as seguintes multas: <@) Um valor minimo igual a Kz: 13.640,00.e um miximo ‘gual a Kz: 1.364.000,00 para os casos previstos nas alineas a), f), € q) do artigo anterior, 4) Um valor minimo igual a Kz: 40,920.00 e um maximo igual a Kz: 2.728,000,00 para os casos previstos nas alineas ¢), ),j), 1). m), n) eq) do artigo anterior; Um valor minimo igual a Kz: 66.440,00.¢ um maximo ‘gual a Kz: 4.092.000,00 para os casos previstos nas dem 2. AS multas definidas nas alineas anteriores sto agrava- {das a0 quidruplo quando os factos correspondentes sejam praticades por um coneessionério, ou para uma actividade que requeira concesso, ARTIGO 1182 (Sangies acessrias) ‘Quando a gravidade da infracgaio o justifique, podem ser aplicadas as seguintes penas acessorias 4) A interdigdo do exercicio da actividade causadora dos factos; 1) A privagdo do direito aos beneficios fiseai, econé- ‘micos ou financeiros outorgados aos titulares de Ticengas ou concessdes de utilizagio dos recursos hidricos; 6) O encerramento do estabelecimento ou demoligao das instalagdes causadoras ou ligadas a pritica a infracgho; d) Aapreensio de equipamentos ou de meios de aco utiizados na pritica da infracg2io; ©) A cassaeao do alvard de exercicio de aetividade do. sujeito ou sujeitos da infracgao, ARTIGO 115° (Process de contravensdo e aplicagio de maltas| ‘esangbes aeessrlas) © processo das contravengdes e a aplicagaio de multas ¢ sangdes acessérias compete aos Orgs de Administragiio da ‘Bacia Hidrografica correspondentes, nos terms da legislagao em vigor. CAPITULO Xi Disposigdes Transitdrias ¢ Finais ARTIGO 1162 (Situagesjuridieaspré-constituidas) Ficam ressalvados os direitos de utiizagao dos recursos hhidricos existentes & data da entrada em vigor do presente Diploma, devendo os mesmos ser objectos de regularizagio no prazo maximo de 180 dias. ARTIGO 117" (Obvigatoriedade de apresentagio de destarag ou aaliagi) 1. As pessoas singulares ou colectivas, abrangidas pelo disposto no artigo anterior, independentemente de a respectiva Utilizagdo ser titulada ou nto, ficam obrigadas a apresentar a declaragdo ou avaliagio prevista no artigo 99.° do presente Diploma, até 120 dias aps a publicagao deste Diploma, ‘com referéncia aos valores e pardmetros de base apurados no I semestre desse ano, 2. A partir da data referida no ndmero anterior do pre- sente artigo, a declaragao deve ser entregue mensalmente, ficando 08 utilizadores igualmente sujeitos a0 disposto no, presente Diploma, AARTIGO 118° (aciashidrogefiens sem dros de aministeast0) 1. Cabe ao Instituto Nacional de Recursos Hidricos assegurar as actividades de planeamento e gestdo de recur 808 hidricos, a nivel das bacias hidrograficas, até a efeetiva, criagao ¢ instalagao dos Orgdios de Administragao da Bacias Hidrograticas correspondentes. 2. As bacias hidrogrificas, que no venham a dispor de Orgios de Administracdo proprio, ficam sujitas a jurisdigao, do Instituto Nacional de Recursos Hidricos, nos termos a 13211/un 9 50 é fer 22%] Setembeo, alterou a Tabela IX — Armazenagern (carga . ite oe eyo ice" rato oereoned Fe if ue Hise Executivo Conjunto n.° 323/08, de 16 de Dezembro, | bo ay ‘Tendo verificado algumas reclamagdes sobre a inobser- & = soe Yateia do espfritoe letra na norma do artigo 13.° do Deereto a tae] Paecutv Cajunon* 12/1. de 9 de Setembro, quater elas 2am atlas €X sabe a amazenagem de merci: . ie _ Convindo dissipar as diividas existentes sobre 0 imbito . ou 2477) Ge aplicagdo do Diploma; foe pot) ae 323/08, de 16 de Dezembro, determina-se: |e 1 Te paler das ifs a ques refere argo 13° 2 7 12] go Deco Exemtve Conjnton® 32/11 de9 de Seto os seot| no serestinge aes produ Cea Bis ele 2am) pO peste Depa Conan acm vig ln sr an ca peg. By Quicombo: S510 Publique-se. a le | Goanet = eee fea | | omiiein mea menarare oe - pee pe MINISTERIO DA GEOLOGIA E MINAS 5 = Deapacho a2 971/18 | 6 Benisha oss Por conveniéncia de servigo puiblico: an ae Se |) itcemriaach estas fouee cigoam pus Pres a heen wre] aa Repiiin nos emos do arig 137" da Consiga d ww Graal 4619 Repablica, conjugado com o artigo 32.° do Decreto Legislative i a Coro jase} Pespectivamente, determino: : ry Cunene 94.005 1. E Marcelina Augusto Camuto da Costa exonerada “4 cel ssom| 40 cargo de Secretaria Geral do Ministério da Geologia fee Met pacho n= 24614, de 7 de laniva focal | Oe Anoeaiig (0 Presidente da Repiblica, Jost EDuaKbo bos Santos. © Ministro, Francisco Manuel Monteiro de Queiroz,

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