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Aclere de Cutabal isi = conta 9 Rannankiswe, ~ pasitnaia senovar & wenTaudads Pochiguesa; ~ Lute ait Uiberdad? dy Fensawento ¢ Pea justGa Social; 4 escreve essencioiueure Sonetos. aL > 2 Tendéncia Wominosa Tendéneia noturna, desencan: positiva, revowwciondria * 4o, angtistia, dor, geusta~ * gonetos okwistas, warcados, cA, Cansago , do desistinca pela crenca ew denis (soretos + Antero passivo, wa‘s con- Correspondenks ao perfodo ov tewplahvo cour tendiincia wusaior AHUidade Politica e revo- para a nefUxdd € inquieTacni Luciondria a anttro); Pilosépicas; + Antero erente na uta por UWA + Antero desiludido descr souedade wethor ( eu busca oy ut 42 da UWutd, EISSILUISTA, ent weal) gue a SoUUCSES COLO a dESISH, cia, Sond, Sonho € transcender cia reUigiosa. S Gnggueaccd do Tavar Ls Angdstia existeacat (A UM POETA 0 tuto ad-nos 0 destinatdrio da Wwensagews do sp (Amero aereditaVa que 5 preLas deveriaus, ber ULL PAPE INTEFVENTIVO MO SOCLIEAAGE, USANAd A HOESIA COWS arwa de aubate), Surge et ambula! > \vanra- ie & anda > GNGtBWNENtOTeTapelo/ayaqco) Tu, que dormes, Co despasocUpAgS jrito sereno, cae Posto a sombra dos cedros seculares, (WWIPATAGS - attitude areada, acowsdada , passtva Como um levita 4 sombra dos altares, deste poera. Longe da luta e do fragor terreno, ComeGa oO AISCUTSO Dy INCLEAWENTO | oD uponatne “Acordal é tempo! O Sol, ja alto e pleno, Afugentou as larvas tumulares... -» A cmerdgora GEStaca a NEgAtiVIGAds do EeUWPO que HewuINA (ossociagdo a us WwoNdo ainda. 2oWANT). Para surgir do seio desses mares, (Ummundo novo espera so um aceno... SOojeriVO: suNTAC © PETA oO WwOVIWENDTO cA erjacdo de WLU CMUNdO TOVO. “Escutalé a grande voz das multidoes. PASNINGA a tockO oGOVO Sao teus((MAoSque se erguem! séo cangées. Mas de guerra... e S40 vozes de rebate! ot pacsig -» mresa ONO KayOLUEGO ‘Ergue-te, pois, soldado do Futuro, -» Gaito Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! ‘vocativo Conotagcd Pesiti va Abrem-se as portas d’ouro com fragorz; ° Suspance —n— Eneito Mas dentro encontro so, cheio de dor, cesiluscio ; quebeacm- Se aS espectanvas Siléncio e escuridao - e nada mais! DESISTENCIA Antero de Quental j PO i : ] E 4 a 4 3 4 4 35 j q x a yeeun que eavela UmO nquietoeA espitHta}, SuRgINO GTUtES Ves DEUS ULE Oo NA MAO DE DEUS smanac bapaus 9 suptoosenuncccare cine ce caneete “eee ° Na mao de Deus, na sua mao direita, Descansoul@ififialimeu Coragao,) +» 0 aavervio sugere_a nasouucce do cileua do Sujit PISKCO co ‘cenjansran © (eevee GUI a ARAL Do palacio encantado da Ilusao Desci a passo e passo a escada estreita. > a escada estse que cme Gua G aratdeste 7 wuiparadas our osSenhos Como as Gore mortais, com que se enfeita A parwetra cowuparagod destam a ‘HOMSitore> BOSE dos SGANES eds TEEALITOQCES , Sewelhon A ignordncia infantil, despdjo vao, 4eSO QLores erOrTOIS. Depus do Ideal e da Paixéo A forma transit6ria e imperfeita. A Segunda wWugaracd evidencia a paotecdo & © WNfOrie da WGS Ge Deus, que gasante o SOS go do sujero pote, da Weswia forusa Que U- Wo woe assegura o bew estar do sua erianca Como crianga, em ldbrega jornada, Qu pRctursos abi bucod Que a mae leva ao colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente, Selvas, mares, areias do deserto... . ) Dorme 0 teu sono, coragaoliberto, ( , suerte poche dieige-st 00 coracdo,sugeeindo Qus D dea de dusistincia (descanse racongorw da Bguea diving Dorme na mao de Deus eternamente! Antero de Quental CE RETOMA | EDUCACAO LITERARIA RIBADOURO PORTUGUES 12.2 ano Antero de Quental Programa e Metas Curricularesde Portugués —11.® ano A angusta existencial Configuracbes do ideal Linguagem, estilo e estrutura: Escolher: 2 poemas ~0 discurso conceptual; ‘Antero de Quental, Sonetos Completos ~o soneto; ~ recursos expressivos: a apéstrofe, a metéfora, a personificagdo, Fontes Céla Cameira, Ana Andrade, Mensagens 11, Texto Editra, 2018 (com adaptacoe] ‘Ana Catarino, Ana Felicssimo, abel Castiso, Maria José Peixoto, Sentidos 12 ~ Recorder textos e Obras, Asa, 2018 com adaptagées) Noémia Jorg, Ceelia Agua, Inés Rbelros, Encontros 11, Porto Ealtora, 2019 (com adaptacées) Patrica Nunes, Alexandre Dias Pinto, Entre Nés eas Palovras ~ Portugués ~ 11.8 Ano, Santillana, 2016 (com adaptagde} Minstéro da Educaeio, Instituto de AvaiacSo Educativa, P| 1. A angistia existencial * Antero foi um poeta atormentado pela sede de infinito e pelo desejo da etemnidade. Foi um poeta-pensador com uma Ansia metafisica nessa busca desesperada de infinito e de absoluto que se transformou na grande obsessdo da sua vida. * Preocupado com o mundo em que vivia, procurou interpreté-lo para o conhecer bem. Consciente da sua desordem e da sua confusdo, aspira ao equilibrio, buscando a justiga, 0 amor, a verdade, a fraternidade, linhas que percorrem a sua producao poética e que julga encontrar nos ideais socialistas * Antero deseja construir um mundo novo marcado pela fraternidadew pela solidariedade, pela justica e pela igualdade. * Guiado pela razdo, 0 ser humano deve ser promotor da harmonia € atingir a Liberdade, construda através do Amor e da Justiga. * As interrogagées sobre o mistério da Vida e da Morte, ,do\Universo e de Deus (a preocupacao com Deus est sempre presente) conduzitam-no a um estado de permanente ansiedade, angistia e desénimo. * 0 permanente conflito interior, o vazio existencial, as desilusdes, a insatisfacdo constante, o pavor da morte e 0 amor Vida) confronto sonho/realidade, o abandono martirizam o poeta, que se‘transforma numa vitima da ndusea do real. * No intuito de se libertar deste sentimento doloroso de derrota, 0 «eu» busca desesperadamente uma forma de"@vastio — quer através da aspiracdo a um estado de indiferenca préximo do'«hirvana» budista (isto é, uma condi¢ao préxima do ndo-ser) quer através do désejolde refigio no sono no seio de uma_ figura protetora, que tanto pade\assuimir tragos maternais (sendo, por vezes, identificada com Nossa Senhora) comio tracos paternais destacando-se a figura de Deus). No entanto, este desejo dé proteco nem sempre é investido de contornos positivos. De facto, 0 sijeito postico manifesta, ao longo de toda a obra, diividas em relacao a existéneia, de’Deus. Deste modo, mais do que um gesto voluntério de entrega ao divino, 0 comportamento do «eu» é, na verdade, uma atitude de desisténcia esultante de um sentimento de profundo desencanto em relagdo a toda as esperancas. A morte aparece como salvadora e libertadora: consciente da inutilidade da sua vida e do fracasso dos seus projetos, desencantado e depois resignado, Antero suicida-se. Il. ConfiguragSes do Ideal * Aobra postica de Antero é marcada pela busca de um ideal, que pode assumir diferentes configuracées. ‘© Em primeiro lugar, como foi anteriormente referido, 0 «eu» faz a apologia da necessidade de transformacao da sociedade — processo em que o poeta teria um papel fundamental. Esta vertente da poesia anteriana é influenciada pelos ideais socialistas, que inspiraram as iniciativas politicas do poeta ao longo da vida ‘© Em segundo lugar, o «eu» manifesta também a sua aspiragdo a um amor que surge, muitas vezes, com contornos idealizados (e que é, por vezes, \associado a uma figura feminina também ela ideal) © Finalmente, é de destacar a busca da perfeicio a nivel/étito — que est, obviamente, também associada a aspiracdo a justica sotial. Este proceso pauta-se por uma preocupagdo constante coma bustadoBem e da propria santidade, Antero acredita: 7 nos ideais de Amor, Justica e Liberdade; Yno primado da Razio; ‘7 no combate ético e ideolbgico para a construgdo de um mundo melhor e superior; 7 na capacidade e responsabilidade dOindividuo no devir histérico. Antero busca, racionalmente, o ideal transcendente. Ill, Linguagem, estilo e estrutura O soneto anteriano e o discurso concetual + Na tradiggo de S4 de Miranda, Camées e outros poetas portugueses, Antero de Quental cultiva o soneto com grande mestria. No entanto, apropria esta tradicéo aos temas literdrios e filoséficos que trata e a estética que adota na escrita deste poemas. + Assim, apesar de ser 0 mentor da Questo do Bom Senso e Bom Gosto (poléfiita em que atacou a literatura do Ultrarromantismo) e correligionario dos escritores realistas, como Ega, Antero exprime as suas ideias em sonetos marcados por uma linguagem recuperada do Romantismo, cultivando um vocabulério e motivos litérérios’associados a noite, a morte, as ruinas, etc. (Nada aqui hé de contraditério porque as ideias estdo em consonancia com 0 idedrio realista e 0 pensamento modetno da segunda metade do século XIX.) *Comos seus catorze versos decassildbicos, 0 sonéto é)uma forma pottica que permite desenvolver uma ideia, um raciocinio, deforma sintética e concentrada. Apés tratar um problema, normalmente de natureza filoséfica, 0 «eu» postico dos sonetos de Antero chega a uma conclusao no teréeto final € remata o seu pensamento com a chamada «chave de ouro», com um desfechoengenhoso. Reconhece-se a este poeta o virtuosismo de conseguir tratar temas.de natureza filoséfica, religiosa ou social na curta extensdo do soneto, + Areflexdo é desenvolvida nestesisonetos em termos poéticos e, em muitos casos, em tom de monélogo interior como se 0 «eu» poktico discorresse mentalmente sobre © problema que est actratar,(ver soneto «Desesperanga»). Noutros casos, como em «Aparigaon, hd um esbogolde didlogo entre 0 «eu» lirico e outra entidade que anima a reflexdo que esté/@m curso. + Os temas fil6s6ficos tratados nos sonetos de Antero passam pela relacio entre o Homem .¢ Deus («lgnoto Deo»), 0 amor («Sonho oriental»), a morte («Mors liberatrix»), a angustia existencial («O palacio da Ventura), a configuragao do ideal («id@al»)/Mas 0 poeta revela também preocupagées sociais, civicas e politicas — ou do tivesse tido Antero uma participagdo ativa na arena publica portuguesa: ver poema «lustitia mater». + Como na grande maioria dos sonetos Antero desenvolve um argumento e trata questées filoséficas, a linguagem tende a ser abstrata («Tormento do ideal»). Dai que se afirme que o poeta cultive um discurso concetual nas suas composicdes posticas, pois com esta linguagem debate ideias e conceitos. + No entanto, alguns poemas adotam um registo narrativo e, nese modo discursivo, apresentam um breve episddio que retrata uma questdo ou um problema filos6fico: a busca da felicidade («0 palacio da ventura»), o papel do amor e da morte na vida dos homens («Mors-amor»), entre outros. Recursos expressivos * Se atentarmos nos principais recursos expressivos cultivados por Antero de Quental Nos seus sonetos, constatamos que a metafora é usada para representar de forma eloquente e reveladora conceitos, fenémenos e situages que sdo centrais no desenvolvimento do raciocinio do «eu» postico. Nas metaforas, o «eu» lirico ganha um olhar novo e revelador sobre uma ideia ou um conceito: «Estreita ¢ do prazef najvida a taca» (a taca do prazer); «O célix amargoso da desgracan. * Proxima da metéfora, a imagem é um recurso expressive que @onsiste numa representacdo (de natureza metaférica) com um forte apelo visual, Antero usa-a, em alguns casos,associada a alegoria: observe-se como em «Q. palacio da Ventura» a busca da felicidade é representada pela demanda de um cavaleiro ou como a acdo da morte e do amor na vida dos homens é figurada na imagemde um cavaleiro negro que avanga na noite escura em «Mors-amor». * Antero recorre a personificagao de elementos fisicos)e de conceitos abstratos, que surgem como personagens nos poemas: osmel\coracao, a minha alma, o vento, 0 sonho, mas também a Justica, a Razdo, 0 Amor («Mors-amor») e a Morte («Mors liberatrix»). Desta forma, 0 «eu» lirico ditige-se a estas entidades, questiona-as, lamenta-se, exige-Ihes explicagdes€6mo se estivesse a falar com outra pessoa. Frequentemente, estes nomes sufgemicom inicial maidscula. * Assim, em alguns sonetos, o'Sujeitd postico estabelece didlogo com esses elementos € conceitos personificados,a fim de desenvolver o seu raciocinio ou de expor o seu argumento. E nesse momento que se socorre das apéstrofes para interpelar estas entidades: «Razio, [/.],/ Mais uma vez escuta a minha prece» («Hino a Razio»);«e tu, Morte, bem-vindal» («Em viagem») * As interrogagdesy'as frases exclamativas e as reticéncias servem para conferi 0 tom inquiridor; mas também coloquial, a discussdo de ideias que 0 «eup lirico esté a desenyolver interiormente, * Por fim) registe-se a presenca de um vocabulario associado a escuridio mas também um Iéxico relativo a luz e a claridade: estes dois campos lexicais traduzem a dimenséo luminosa e a negra dos sonetos de Antero. Como antes vimos, se 0 primeiro campo lexical alude a racionalidade, a justica ou a ideia de bem, o segundo retine palavras associadas ao pessimismo, ao desespero ou & morte, PARA RELEMBRAR O QUE SE APRENDEU... Andlise do poema “A UM POETA” Surge et ambula!* Tu, que dormes, espirito sereno, Posto & sombra dos cedros seculares, Como um levita & sombra dos altares, Longe da luta e do fragor terreno, Acorda! é tempo! 0 sol, jé alto e pleno, Afugentou as larvas tumulares... Para surgir do seio desses mares, Um mundo novo espera sé um aceno. Escutal é a grande voz das multidées! So teus irmaos, que se erguem! Sdo cangées. Mas de guerra... e sdo vozes de rebate! Ergue-te, pois, soldado do Futuro, E dos raios de luz do sonho puro, Sonhador, faze espada de combate QUENTAL, Antero de, 2016. Os SénetBS Completos. Porto: Porto Editora NOTA ‘Levanta-te e andav ~ alusdo bibica referente a cura de um paraltico por Cristo Neste soneto, o termo "Poeta" poderd remeter para a figura de um idealista, possivelmente em consonancia com o espirito da época. A refer€ncia ao espirito do mundo roméntico, ligubre e sombrio, percebe-se quando, personificando o sol, usa a metéfora em "Afugentou as larvas tumulares" (v. 6) e "Um mundo novo espera sé um. aceno" (v. 8). Mas 0 que interessa, sobretudo, é perceber que o sujeito lirico faz um apelo a todo aquele que é capaz de sonhar, mas vive alheado e num estado de inércia quando é necessaria a luta revolucionéria ao lado de um povo que sofre e que busca alliberdade. Na primeira quadra (que constitui uma tese argumentativa) encontramos a estagnagio, a passividade e o alheamento do poeta em relagio a realidade social e politica do mundo, "Longe da luta e do fragor terreno” (v. 4); na segunda quadra e no primeiro terceto (antitese, com a explanacdo e confirmacao da tese), surge o apelo consciencializagao do poeta para a necessidade de mudar de atitude pois esta em causa um povo que precisa da solidariedade, "Escuta! é a grande voz das multidées! | So teus irmaos" wv. 9, 10); no ultimo terceto (sintese conclusiva}, irrompe o apelo para a aco - "Ergue-te" (v. 12) - destacando a importancia da poesia como arma de combate, como voz da revolugo, apelidando o Poeta de "soldado do Futuro" (v. 12) e "Sonhador" (v. 14). Em todo o soneto se encontra um apelo para a necessidade de agir e que esta bem expressa na gradacdo verbal: "Tu, que dormes", “Acorda!", “Escuta!”, "Ergue-te", "Faze". Este poema mostra bem a sua aposta na poesia como "voz da revolucao". Antero de Quental foi um verdadeiro apéstolo social, solidério e defensor da justica, da fraternidade e da liberdade. Mas as preocupacées nunca o deixaram desde que entrou nos meios universitarios de Coimbra e se tornou lider da Geragao de 70 que, em Lisboa, continuou a sua luta. E 0 préprio que, numa carta autobiografica, de 14 de Maio de 1887, dirigida a Wilhelm Storck, afirma que: «O facto importante da minha vida, durante aqueles anos, e provavelmente o mais decisivo dela, foi a espécie de revolugo intelectual e moral que em mim se deu ao sair, pobre crianga arrancada do viver quase patriarcal de uma provincia remota e imersa no seu placido sono histérico, para o meio da irrespeitosa agitacao intelectual de um centro, onde, mais ou menos vinham repercutir-se as encontradas correntes do espirito moderno. Varrida num instante toda a minha educago catélica e tradicional, cai num estado de divida e incerteza, tanto mais pungentes quanto, espirito naturalmente religioso, tinha nascido para crer placidamente e obedecer sem esforgo a uma regra reconhecida. Achei-me sem direcdo, estado terrivel de esp! 0, partilhado mais ou menos por quase todos os da minha geracdo, a primeira em Portugal que saiu decididamente e conscientemente da velha estrada da tradi¢ao.» Analise do poema “O palacio da Ventura” Sonho que sou um cavaleiro andante. Por desertos, por sdis, por noite escura, paladino do amor, busco anelante O palacio encantado da Ventura! Entusiasmo Mas ja desmaio, exausto e vacilante, Deine Quebrada a espada jé, rota a armadura. E eis que stbito o avisto, fulgurante Na sua pompa e aérea formosura! Com grandes golpes bato a porta e brado: Eusou 0 Vagabundo, o Deserdado... Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais! Renovacdo daesperanca Abrem-se as portas d'ouro, com fragor. Mas dentro encontro s6, cheio de dor, Siléncio e escuridao — e nada mais! Desilusdo pore [7 Parsontc ears Sonho que sou um cavaleiro andante. © — Por desertos, por s6is, por noite escura, paladin do amor, busco anelante Opaliécio encantado da Ventura! cavaleiro: —— fobstéculos + Representa o triunfo que cavaleiro militar ou espiritual enfrenta + Serve geralmente uma causa superior | Procura o bem maior: «Ventura» Felicidade =z «D ‘Mas: conector com valor de contraste | Ideal ? Real Masjé desmaio, exausto e vacilante, Quebrada a espada jé, rota a armadura, Metaforas do desdnimo: ‘ a busca Reticéncias: no tem desalento, resultados prostracdo, desencorajamento me a Palacio da Ventura: Felicidade Eeis que sibito oavisto, fulgurante Na sua pompa e aérea formosural = Exdamagio: Com grandes golpes bato & porta e brado eeialegsafetieranca -— Eu sou © Vagabundo, o Deserdado. renovada, desejo Abri-vos, portas d'ouro, ante meus — Abrem-se as portas diouro, com fragor... +———+ Reticéncias: expectativa L—.. 0 vagabundo, 0 Deserdado: simbolos da errancia, da perdae dosofrimento imperative: stiplica/desejo ossiusko r ‘Mas: conector com valor de contraste ———_-_ Aarerbio Mas dentro encorto 8, cheio de dor, ueeataa Silenciole escuriddo — e nada mais! Interior: 2 Exterior: silencio fulgor, eescuridio pompa eformusura Percurso do cavaleiro até ao «palacio da Ventura»: Esperanca ——~ Desilusdo Alegoria da Vida Perspetiva pessimista 10 Anilise do poema “Na mao de Deus” Simbologia do lado di v pera peeeerena's ito de Deus ‘Segundo a Biblia, os eleitos sentar-se-do a direita de Deus fa Copela Sistina, de Miguel Angelo (2508-1512) Na mao de Deus, na sua mio direita, Descansou afinal meu coracdo. Do palicio encantado da llusio Desci a passo e passo a escada estreita. Como as flores mortais, com que se enfeita Algnorancia infantil, despojo vao, Depus do Ideal e da Paixto ‘A forma transitéria e imperfeita. Como crianga, em ldbrega jornada, Que a mae leva ao colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente, Selvas, mares, areias do deserto. Dorme 0 teu sono, coracao liberto, Dorme na mao de Deus eternamente! ee ee Descanso na mio de Deus ‘Abandono do Ideal eda Paixdo / Negaso da llusdo ‘A vida como percurso adverso uw ‘Simbologia: © eu pottico configura-se como Namio deDeus, na sua mio direit, _ wm dos escolhidos de Deus Descansou afinal meu coragao. Do palicio encantado da llusso Desa passo‘e paso aescada estrita, —> er jescansou na mao de Deus Metafora: lus = Paldcio encantado Allusio: conjunto de sonhos no concretizados — foi abandonada O eu abandonou 0 Ideal e a Paixiio Sonhos alimentados Como as flores mortais, com que se enfeita durante toda a vida, Aignorancia infantil, despojo vao, numa «ignorancia infantil» Depus doldealedaPaixdo ‘Aforma transitéria e imperfeita. Como crianca, em lébrega jornada, + Que a mie leva ao colo agasalhada ‘Adjetivos que destacam E atravessa, sorrindo vagamente, o carécter ilusério do Ideal e da Paixdo: Selvas, mares, areias do deserto. Flores mortais / despojo wao + Lébregajornada= vida O sujeito poético vé a vida como percurso adverso Deseja o sono eterno 12 Dormeo teu sono, coragio liberto, ——+ Corasao livre Dorme na mio de Deus eternamente! ~ liberto da amargura provocada pela busca vi dos ideais ‘Sono profundo — Libertar-se do transitério estado de indiferenca edo imperfeito Figura divina Refiigio Louis Janmot, leo (1854) B

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