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Acidentes de trabalho com profissionais de saúde durante a pandemia do

COVID-19: Uma questão individual e coletiva


Guilherme Augustus Cabral e Costa
RESUMO

A segurança de trabalho se baseia em medidas adotadas a fim de proteção aos profissionais, com ações de
prevenção que minimizem os acidentes de trabalho, de qualquer natureza. No Brasil, apesar de não se ter dados
tão confiáveis, visto que há omissão e subnotificação de casos, o número de acidentes de trabalho é alto. Os
profissionais de saúde, por exemplo, são uma categoria que possuem grande número desses acidentes, já que
estão em constante risco. Além disso, não há a possibilidade de que se mude o ambiente, principalmente durante
crises de epidemia e pandemia. Contudo, medidas são adotadas em todas as áreas, para que os acidentes de
trabalho sejam prevenidos. Com relação aos profissionais de saúde, tem-se a adoção de incontáveis protocolos
que reforçam o uso de EPIs, além da higiene respiratória e correta lavagem das mãos. No Brasil, ao caminhar
pela cronologia temporal, é possível que se encontre outras grandes pandemias, a maioria delas, atingem o trato
respiratório, como a atual COVID-19. Essa doença foi declarada uma pandemia pela OMS e no Brasil ainda não
atingiu seu pico, logo, para conter o avanço da doença foram implantadas diversas medidas sanitárias e de
controle, principalmente nas unidades de saúde. Além disso, essa doença, causada pelo vírus SARS-Cov2
apresenta baixa taxa de mortalidade, contudo uma elevada taxa de transmissibilidade. Assim, o número de casos
confirmados, e graves, podem levar a um colapso do sistema de saúde, o que confere a pandemia um aumento na
sua taxa de mortalidade. Isso é decorrente da interação entre a ausência de assistência médica com a
disseminação do vírus pelos profissionais de saúde contaminados e assintomáticos. A contaminação pelo vírus,
decorrente da atuação profissional na pandemia, confere ao profissional, um acidente de trabalho, que gera não
só prejuízos ao indivíduo, mas também ao coletivo. Logo, é necessário que se entenda o risco aumentado do
profissional de saúde ao trabalhar durante uma pandemia. O número de acidentes nos trabalho aumenta durante
uma pandemia e inverte a pirâmide acerca do tipo de acidente, sendo o mais comum nesses momentos os
contágios com fluidos e não os acidentes com perfurocortantes. Essa contaminação ocorre principalmente nas
Unidades de Terapia Intensiva e na linha de frente do atendimento, atingindo prioritariamente, auxiliares de
enfermagem, enfermeiros e médicos. A grande problemática é a não utilização de EPIs e a incorreta higienização
das mãos, de materiais e de locais em que há o contato com o vírus. Logo, os profissionais de saúde estão em
constante risco devido a demanda de serviços com alta periculosidade que ocorre durante uma pandemia,
causando complicações para eles próprios e para a sociedade como um todo, por serem muitas vezes
disseminadores da doença. À vista disso, esse artigo trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo
com abordagem quantitativa, que explora as informações e critica as medidas visando à melhoria dessas. Além
disso, foi feita uma pesquisa de bibliografia nas plataformas Public Medlines (Pubmed), Scientific Electronic
Library Online (SciELO), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Ovid,
Science Direct, Cochrane e Medlines utilizando os descritores “pandemics”, “acidentes, occupational” AND
“occupational diseases” e uma pesquisa de dados por meio da mídia e dos sites oficiais dos governos nacional e
internacional. Ademais, o objetivo desse artigo é analisar os riscos ocupacionais e a segurança do trabalho a que
estão expostos os profissionais de saúde em meio a epidemias e pandemias, além das consequências geradas pela
ineficácia de medidas adotadas.

Palavras-Chave: Pandemics; Acidentes Occupational; Occupational Ddiseases; COVID-19;


Coronavírus.

INTRODUÇÃO

Segurança do trabalho é um conjunto de medidas adotadas para proteger aqueles


indivíduos que prestam algum tipo de serviço, tendo como objetivo minimizar os acidentes e
doenças ocupacionais. Logo, deve-se evitar ou paralisar qualquer situação de risco eminente
para trabalhadores (PEIXOTO, 2011). No entanto, a exposição aos riscos ocupacionais não
está necessariamente associada às doenças ocupacionais e aos acidentes de trabalho, pois isso
depende do tempo ou da duração da exposição, das práticas e dos hábitos laborais, assim
como da susceptibilidade individual do trabalhador (BESSA ,2010).
De acordo com o relatório de 2015 do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD, 2015), o Brasil ocupa o 3º lugar como país com maior número de
acidentes com vítimas fatais por acidentes de trabalho. Contudo, os dados utilizados para
essas estatísticas são errôneos, visto que a sociedade brasileira tem a cultura de omitir dados
desta natureza, visando uma não retaliação do empregado por parte do empregador. No
entanto, apesar dos números reais serem mascarados, os dados sobre acidentes, adoecimento e
mesmo mortes no mercado de trabalho são de números elevados (SOUZA, 2017).
Ademais, segundo Souza (2017) é possível desprender pelos números
apresentados que há uma ausência de regulação efetiva que garanta a aplicação daquilo que é
previsto pelos manuais de segurança. Tem-se então a ausência de medidas continuas e
impositivas, com valor de lei, a fim de regular o cumprimento desses manuais. Em relação a
isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 4,9 milhões de
acidentes ocorreram em 2013 correspondendo a 5% da população brasileira, o que ratifica o
exposto.
Os profissionais da área da saúde, que tantas vezes analisam o risco e os danos
causados pelo trabalho dos demais profissionais, se comportam como um nicho em que os
acidentes de trabalho se fazem expressivos. Além da alta prevalência de tais acidentes, um
agravo é a incapacidade de se retirar tais profissionais das situações de risco, como aqueles
enfrentados durante epidemias e pandemias (SILVA, 2012). Esses profissionais representam,
em média, 6% de todos os acidentes de trabalho, tornando-se a categoria mais atingida. Os
riscos a qual estão expostos vão desde os físicos, até os ergonômicos, passando por riscos
químicos e biológicos. Contudo, a tecnologia traz métodos de minimizar esses riscos e
garantir a segurança do profissional (MEDEIROS; COSTA; SOUSA; ROSENSTOCK, 2013).
A alta taxa de incidência nesse grupo específico é decorrente da somatória de uma
problemática multifatorial. Um grande problema encontrado é a falta de percepção por meio
do trabalhador, principalmente da área da saúde na atenção básica, dos riscos a que estão
submetidos, o que os leva a uma menor prevenção e consequentemente ao aumento dos
números de acidentes.
Logo, é necessário que as empresas e governo elaborem estratégias para evitar
acidentes e mantenham o monitoramento frequente desses ambientes de serviço para
reconhecer o cumprimento das medidas. Desse modo, tais ações causam uma resposta
positiva tanto para os servidores, quanto para o empregador e a sociedade, já que o
afastamento, causado por adoecimento ou morte, interfere na dinâmica dos ambientes de
saúde e na perda de qualidade do serviço prestado (ALMEIDA; TORRES; SANTOS, 2012).
À vista disso, as medidas de prevenção são de extrema importância, sendo
divididas em pré e pós exposição. As medidas anteriores são definidas como medidas de
precaução padrão (MPP) que visam reduzir os riscos a que profissionais são expostos, como a
limitação dos micro-organismos. São exemplos daquelas medidas a lavagem de mãos, uso de
equipamentos de proteção individuais (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC),
manejo adequado de resíduos e imunização. Enquanto isso, as medidas pós exposição são a
maioria de profilaxia medicamentosa (SILVA et al, 2012).
Outrossim, ao se considerar a relevância social e humana dos direitos garantidos
pela Constituição Federal (BRASIL, 1988), e pela Convenção nº 155, da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) (BRASIL, 1994a), toda organização é responsável pela saúde
e segurança do trabalhador. De acordo com o exposto, estabeleceu-se as medidas de controle,
que buscam minimizar os riscos ocupacionais, além de identificar os riscos inerentes a esse
trabalho. A hierarquia de controle de riscos tem como finalidade estruturar as medidas de
proteção, segurança e saúde do trabalhador de forma ampla. Essas medidas podem ser
resumidas em atuações para eliminar o perigo ou limitar a exposição do agente patogênico,
conforme demonstrado a baixo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

FIGURA 1: Sequência de hierarquia de controle de uso

Maior
Eficiência Eliminação
• Eliminação do perigo

Substituição
• Substituição de perigo MEDIDAS DE
PROTEÇÃO
COLETIVA
Controles de Engenharia
• Isolar equipe de risco

Controles Adm.
• Mudança no modo de trabalho
MEDIDAS DE
EPI's PROTEÇÃO
• Utilização de EPI's INDIVIDUAL
Menor
Eficiência

Fonte: Adaptado de NIOSH, 2015.

No que tange as medidas de proteção coletiva, tem-se como pontos estratégicos a


fonte – origem do perigo e o ambiente – organização do trabalho. Já como medidas de
proteção individual, tem-se as ações voltadas ao receptor, ou seja, o trabalhador
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
Dessa forma, a eliminação e a substituição atuam na fonte do perigo. Por outro
lado, os controles de engenharia, a sinalização, os alertas e os controles administrativos visam
reduzir a exposição do trabalhador ao evento perigoso, atuando geralmente no percurso entre
a origem do perigo até o momento em que a exposição do trabalhador ao risco cause danos à
sua saúde. Por último, nos casos em que não se consegue eliminar o perigo ou controlar a
exposição ao evento danoso, utilizam-se os equipamentos de proteção individual, ou seja,
medidas adotadas diretamente na proteção do trabalhador. Além disso, é importante destacar
que as medidas de proteção são, em geral, aplicadas de forma integrada e concomitante, além
de serem constantemente avaliadas e revistas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
Os conceitos de Endemia, Pandemia e Epidemia devem ser levados em conta para
entender a diferença de proporção entre eles e consequentemente dos seus resultados.
Endemia é uma doença local, determinada de uma região especifica e com números
controlados e esperados. Já as Epidemias são patologias que ocorrem em uma região, mas
devido a sua capacidade de transmissibilidade pode espalhar para outras regiões. E por fim, as
Pandemias, que são epidemias de proporções continentais, causando grandes complicações,
normalmente com alto índice de mortalidade. Para ser caracterizado uma epidemia, a
emergência em saúde pública, segundo o Decreto nº 7.617/11 deve atender a critérios, sendo
eles: Apresentar risco de disseminação; Ser produzido por agentes infecciosos inesperados;
Representar a reintrodução de doenças já erradicadas ou a introdução de novas doenças;
Apresentar gravidade elevada e Extrapolar a capacidade de resposta do nível municipal de
gestão do SUS (BRASIL, 2011).
Várias foram as pandemias que atingiram o Brasil, sendo as mais importantes e
lembradas, aquelas que atingiram principalmente o sistema respiratório, em que o contágio se
deu de forma semelhante, por meio secreções. Dentre elas, podemos citar a gripe espanhola,
gripe suína (H1N1), e atualmente a COVID-19.
A gripe espanhola apareceu no Brasil entre os anos de 1918, durante a Primeira
Guerra Mundial. O diagnóstico era complicado, visto que pouco se conhecia sobre viroses
deste tipo, o que a confundiu com outras doenças da época. Na cidade do Rio de Janeiro, a
taxa de infecção foi de 66% de toda a população. Contudo, os dados dessa que foi a maior
pandemia do século XX são escassos no Brasil. A sua maior prevalência e mortalidade se deu
no continente europeu (GOULART, 2005).
A H1N1 ocorreu nos anos de 2009 e 2010, e teve 53.797 casos notificados
confirmados no Brasil, uma população abrangente. Seu agente etiológico era um vírus, o qual
afetava o sistema respiratório. Apesar da alta taxa de transmissibilidade, no Brasil de 28,03
por 100 mil habitantes em 2009, a taxa de letalidade é 4,04%, sendo maior em gestante de
6,88%, idosos, crianças e portadores de comorbidades (ROSSETTO, 2015).
E por fim, atualmente, a pandemia por COVID-19, causada pelo novo
coronavírus. Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, já conhecidas anteriormente.
Geralmente, a infecção por esses vírus causam doenças respiratórias leves a moderadas,
semelhantes a um resfriado comum. Todavia, alguns coronavírus podem causar síndromes
respiratórias graves, como a SARS, Síndrome Respiratória Aguda Grave. O novo
coronavírus, o SARS-CoV-2, é um vírus que também causa problemas respiratórios e traz
consigo uma altíssima taxa de transmissibilidade. Em linhas gerias, o vírus se manifesta de
forma leve a moderada, na maioria dos casos. Contudo, as pessoas que estão no grupo de risco
tem mais chances de serem afetadas pela forma grave da doença, o que não exclui os outros
indivíduos do risco de desenvolver esta forma. Dentro do grupo de risco estão os indivíduos
idosos, imunodeprimidos, tabagistas e pessoas com doenças respiratórias e/ou crônicas, como,
por exemplo, os hipertensos, asmáticos e diabéticos. A forma de transmissão se dá por contato
próximo de pessoa para pessoa. E é por isso que o Isolamento Social se mostra como uma das
principais ferramentas para o controle dessa pandemia. A importância se dá pela alta taxa de
transmissibilidade do vírus, o que faz com que milhares de pessoas se contaminem ao mesmo
tempo, algumas delas acabam por precisar de atendimentos ambulatoriais e outras por
tratamento intensivo. Além disso, os pacientes oncológicos, portadores de doenças crônicas e
os idosos, são grupos de indivíduos que requerem atenções e cuidados especiais, e eles
acontecem, por muitas vezes, através de pessoas que não estão no grupo de risco.
Com esse imenso volume de casos que precisam de tratamento hospitalar o
sistema de saúde entra em colapso, como já é visto em países europeus. O pico da doença no
Brasil, ainda não ocorreu, apesar disso e das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, já
causa grandes danos. O primeiro caso ocorreu em 26 de fevereiro de 2020 no Brasil em um
paulista que havia visitado a Itália e a taxa de duplicação é de 2,4 a 2,8 dias, próximo ao
padrão da Itália. Atualmente o país tem mais de 9.000 casos confirmados e mais de 1.000
mortes decorrentes do COVID-19, muitas dessas mortes e dos casos confirmados são de
profissionais de saúde (MACEDO; ORNELLAS; BOMFIM, 2020)
A exposição contínua e múltipla pode acarretar no adoecimento desses
profissionais e transformá-los em um vetor de contaminação, transmitindo assim a doença
para pacientes, colegas de profissão dentro da unidade de saúde e para a população a qual
tiver contado. Assim, o profissional contaminado deverá se isolar por no mínimo 14 dias,
saindo da linha de atendimento. O somatório da demanda de atendimento alta com a redução
dos profissionais de saúde e o limite da capacidade do Sistema de Saúde sendo atingido, este
entra em colapso, aumentando ainda mais a taxa de mortalidade da COVID-19, e outras
pandemias (AGÊNCIA BRASIL, 2020).
Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar os riscos ocupacionais e a
segurança do trabalho a que estão expostos os profissionais de saúde em meio a epidemias e
pandemias e as consequências geradas pela ineficácia de medidas adotadas.

METODOLOGIA

O presente estudo orienta-se segundo um modelo misto, em que há tanto o


paradigma qualitativo quanto o crítico, inseridos no tipo exploratório-descritivo. Trata-se de
um estudo descritivo, transversal e retrospectivo com abordagem quantitativa. Serão
utilizados dados secundários coletados junto aos órgãos de saúde, tanto nacional, quanto
internacional. A utilização de diferentes metodologias é reflexo da necessidade de
compreender adequadamente o fenômeno da segurança do trabalho inserido nas relações com
os profissionais de saúde.
A investigação qualitativa permite compreender o fenômeno estudado através da
perspectiva dos sujeitos, o que torna possível o entendimento das interações entre pessoas e
contexto. Já o paradigma crítico permite que a abordagem ao tema se volte a intervenções que
objetivam mudanças no panorama quantitativo dos acidentes de trabalho neste meio.
Na pesquisa descritiva, não há interferência do pesquisador, isto é, ele descreve o
objeto de pesquisa. Procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua
natureza, características, causas, relações e conexões com outros fenômenos. Engloba dois
tipos: a pesquisa documental e\ou bibliográfica e a pesquisa de campo. Conceitua-se a
pesquisa documental, como a que se efetua tentando-se resolver um problema ou adquirir
conhecimentos a partir do emprego predominante de informações advindas de material
gráfico, sonoro ou informatizado (BARROS & LEHFELD, 2007).
O estudo de corte transversal constitui uma subcategoria dos estudos observacionais
mais amplamente difundidos e publicados em pesquisa epidemiológica. Nesse tipo de
delineamento, tem como propósito investigar os eventos de saúde de uma população
específica, averiguar a associação existente entre a exposição e a doença o que reforça a
necessidade de se conhecer suas principais características para cada um dos indivíduos
estudados e determinar a ocorrência ou ausência do incidente (desfecho) (GREENHALGH,
2015).
A pesquisa foi sistematizada iniciando com a definição do tema; escolha da
questão norteadora, busca das informações na literatura; e um posterior levantamento de
dados acerta da questão. As buscas bibliográficas foram realizadas nas bases de dados: Public
Medlines (Pubmed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Ovid, Science Direct, Cochrane e
Medlines. Foram utilizados os descritores “pandemics”, “acidentes, occupational” AND
“occupational diseases”. Como critérios de inclusão, foram selecionados os estudos
publicados entre 2010 a 2020, nas línguas inglesa, portuguesa, espanhola e italiana, de acordo
com a relevância temática.
Em relação à coleta de dados referentes ao Brasil, tem-se a quantificação obtida
através do Ministério da Saúde, que compila os dados repassados pelas Secretarias Estaduais
de Saúde das 27 Unidades Federativas brasileiras. Para análise dos casos por data de início dos
sintomas, deve-se utilizar os dados do sistema e-SUS VE e do Sistema de Vigilância
Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), para os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG) Hospitalizados, além dos dados provenientes dos sistemas de informação de Síndrome
Gripal implantados em alguns estados. Além disso, os dados sobre a falta de Equipamentos de
Proteção Individual são compilados pela Associação Médica Brasileira (AMB) através de um
portal de denúncias específico.
Os dados relacionados ao sistema de vigilância integrado COVID-19 na Itália, são
realizados pelo Instituto Superiore di Sanità (ISS), integrando os dados microbiológicos e
epidemiológicos fornecidos pelas Regiões e Províncias Autônomas (PA) e pelo laboratório
nacional de referência para SARS-CoV-2 da ISS.
Quanto aos resultados espanhóis, a sua obtenção resulta da notificação diária das Comunidades
Autônonas (CCAA) ao Ministério de Saúde espanhol, que agrega as informações. Além disso, há
também os dados individualizados RENAVE, que são dados obtidos através de informações
individualizadas das CCAA a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica (RENAVE).
Desse modo, a partir da correlação dos dados obtidos com a literatura acerca do
assunto pode ser realizada uma aferição tanto dos efeitos positivos quanto negativos
referentes ao tema em estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao caminhar pela cronologia temporal o mundo vivenciou diversas pandemias e


epidemias de grandes dimensões. O Brasil já foi atingido por algumas delas, cada qual com a
sua particularidade e seu potencial de contaminação e de mortalidade. No final de dezembro
de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre os números alarmantes
de casos de pneumonia na cidade chinesa de Wuhan. Já no início do mês de janeiro, as
autoridades chinesas identificaram que a doença era causada por uma nova cepa de
coronavírus, o SARS-CoV-2. O novo vírus provoca a chamada COVID-19 que pode causar
tanto um quadro gripal leve quanto a Síndrome Respiratória Aguda. Além disso, apresenta
baixa letalidade, porém altas taxas de transmissibilidade.
Diante de um cenário com alto contágio e uma expansão de grandes proporções da
doença, em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que a COVID-19 representava uma
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), que se configura como o
mais alto nível de alerta da Organização, sendo declarada apenas pela sexta vez na história.
Segundo a OMS a ESPII é considerada “um evento extraordinário que pode constituir um
risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças, e
potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”.
Apesar disso, e dos esforços internacionais para conter a disseminação da doença, em
11 de março de 2020, a OMS declarou que a COVID-19 como uma pandemia, ou seja, uma
epidemia em que a sua distribuição geográfica atingiu proporções extracontinentais.
Atualmente o mundo se desdobra para conter a COVID-19, que avança em números
alarmantes, podendo apresentar um aumento de 100% de casos em um período de poucos
dias, como visto em algumas cidades, no pico da doença.
Decorrente disso, medidas sanitárias e de controle vem sendo aplicadas em
diversas escalas. Logo, os hospitais, ambulatórios, e demais locais com prática hospitalar são
alvos mais severos desses controles, que passam diretamente por medidas rigorosas medidas
de proteção ao profissional da saúde, posto que sem medidas de controle os locais
supracitados tendem a se tornar centros de disseminação da doença.
A segurança do trabalho dispõe de medidas individuais de cada ambiente e de
como devem ser as precauções para a proteção acerca dos indivíduos que estão sob algum tipo
de ameaça constante. Os profissionais de saúde estão submetidos a diversos e diferentes tipos
de risco, e em situações extremas, como enfrentadas em crises pandêmicas, estas se
apresentam em graus acentuados. Como é o caso, por exemplo, do médico e o dano
psicológico a que é submetido, ao lidar não apenas com a morte, mas também com a decisão,
decorrente da falta de insumos médicos, de quem deve viver. Enfermeiros, auxiliares e
técnicos de enfermagem, por exemplo, estão sujeitos a um maior índice de acidentes com
materiais perfurocortantes, visto que a exaustão leva a um descuido, que porventura torna-se
um acidente de trabalho.
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu os artigos 29 e 31 da
medida provisória 927/2020, o que passa a considerar a contaminação por Covid-19 como
doença ocupacional, o que, por sua vez, equipara-se a acidente de trabalho. Desse modo,
pode-se apontar que os profissionais de saúde mais afetados são os auxiliares de enfermagem,
correspondendo a quase metade dos acidentes, com 44,1%. Estes, são seguidos pela classe dos
enfermeiros, com 17,7%, médicos, com 14,7%, técnicos de enfermagem, com 11,8%,
estudantes, que representam 8,8%, e por fim, fisioterapeutas com apenas 2,9% do total de
acidentes de trabalho. Logo, pode-se aferir que a linha de entrada no ambiente hospitalar é a
mais atingida, sendo representada por enfermeiros e médicos. Profissionais estes, que se
encarregam do maior contato e cuidado com pacientes durante uma pandemia.
De mais a mais, é possível estabelecer, também, uma diferença de risco pelo
ambiente em que se apresenta. Os maiores índices se encontram nos centros de terapia
intensiva, com 20,49%, seguidos pela clínica médica com 14,7%, clínica pediátrica e
ambiente cirúrgico com 11,76% cada. Assim, como acontecem com as classes profissionais,
os maiores índices de acidente de trabalho com o profissional de saúde são encontrados em
ambientes os quais a população se apresenta para primeiros atendimentos e tratamentos.
Desse modo, o aumento no número de doentes nesses centros aumenta a demanda de
profissionais, o que consequentemente eleva os índices supracitados.
Em relação aos acidentes de trabalho, a notável diferença entre um ambiente
normal e um ambiente pandêmico é o risco a que esse ofício está associado. No cotidiano
hospitalar, os índices de incidentes com materiais perfuro-cortantes é o maior entre todas as
causas analisadas, conforme o gráfico 1. Em comparação, durante grandes epidemias, o maior
risco se faz por meio do contágio com fluidos corporais, que carregam consigo os patógenos.
No caso, da atual pandemia, o SARS-CoV-2.
No entanto, seja qual for o momento, a falta ou a ineficácia do uso de
equipamentos de proteção, seja coletivo ou individual, e ausência de higienização estão
diretamente associados ao aumento do índice de acidentes de trabalhos, em especial, a
contaminação da equipe profissional de saúde. Desse modo, a os equipamentos de proteção
individual (EPI) se lançam com uma importância redobrada, visto que dificultam e/ou
impedem que os profissionais de saúde venham a se tornar vetor de disseminação da doença.
Contudo, o uso e a oferta de EPIs, por vezes não é suficientemente eficaz, sendo
que o jaleco é o equipamento de proteção com maior adesão, representando 93,9%, seguido
da máscara cirúrgica com 66,5%, óculos com 50,7% e gorro com 35,7%. Além disso, apenas
36,9% dos profissionais fazem a correta higienização das mãos antes e após os
procedimentos, conforme descrito no gráfico 2.

Gráfico 1: Risco de acidente de trabalho durante atendimentos normais.

Prontuário Queda Mordida


6% 3% 3%
Equipamento
6%
Mobiliário
6%
Material
Pérfuro-
Fluído cortante
corpóreo 64%
12%

Fonte: BAKKE; ARAÚJO, 2010

Gráfico 2: Adesão dos Equipamentos de Proteção Individual por profissionais de saúde

93,90%
100%
90%
80% 66,50%
70% 50,70%
60%
50% 35,70% 36,90%
40%
30%
20%
10%
0%
Jaleco Máscara Óculos Gorro Higienização
Cirúrgica das mãos
Fonte: BAKKE; ARAÚJO, 2010

Em relação a atual pandemia que o mundo enfrenta a COVID-19, diretrizes


provisórias, emitidas pela Organização Mundial de Saúde, para o controle e prevenção de
infecção, estão sendo amplamente seguidas e implementadas por todos os países. A
observação dessas medidas de cuidado é de extrema importância para preservar a segurança
do trabalho dos incontáveis profissionais de saúde, que estão, diariamente, no combate à
pandemia. Assim, é possível, que haja a diminuição do contágio por esses profissionais e
consequentemente o controle do aumento dos números de casos transmitidos entre
profissionais de saúde pacientes previamente hígidos.
Desse modo, as estratégias para prevenção e controle de infecção em serviços de
saúde devem incluir e garantir: A triagem, reconhecendo e controlando, precocemente, a
fonte, por meio do isolamento do paciente suspeito; A aplicação de Precauções-Padrão (PP)
para todos os pacientes; E ainda, implantação de controles administrativos, ambientais e de
engenharia. As precauções padrões incluem a promoção de higiene das mãos e higiene
respiratória, que são essenciais, o uso de EPIs (máscara cirúrgica para pacientes com
suspeita), segurança de injeção, gerenciamento seguro de resíduos, roupas de cama
adequadas, limpeza ambiental e esterilização do equipamento de atendimento ao paciente.
Já em relação aos médicos, a organização afirma que é importante a higienização
das mãos em cinco principais momentos, sendo eles: antes de tocar o paciente, do
procedimento limpo ou asséptico, após exposição ao fluido corporal, do contato direto com
paciente e com o ambiente a qual o paciente, contaminado ou não, está recebendo
atendimento. Quanto à higienização supracitada é importante que esta seja feita
preferencialmente com água e sabão, seguindo o protocolo correto. Ou em casos que não for
possível esse método, que seja feito com álcool gel 70º, nos casos em que a mão estiver sem
sujidades visíveis.
Além disso, as diretrizes trazem outras precauções adicionais, como o cuidado
através do contato e gotículas, com pacientes isolados. Os profissionais de saúde devem usar
máscara cirúrgica, máscara de proteção respiratória, protetor ocular ou protetor facial para
evitar contaminação, com vestimenta limpa, não estéril e de mangas compridas cobertas por
avental, além do uso de luvas. O profissional deve descartar e trocar os EPIs utilizados, para
que não haja dentro do estabelecimento hospitalar a circulação e contaminação pelo vírus.
No mundo já são cinco milhões, cento e três mil e duzentos e setenta e oito casos
confirmados com trezentos e trinta e dois mil e novecentos e vinte e cinco mortes, segundo
dados divulgados em 22 de maio de 2020 pela Jhons Hopkins Univervity Medicine. Além
desses números, há os casos não confirmados ou não testados, por escassez de testes, visto
que os laboratórios não conseguem suprir a demanda mundial.
A COVID-19 atingiu os cinco continentes, incluindo as ilhas pertencentes a eles,
com raras exceções de Estados. O aumento desproporcional e repentino dessa doença, fez
com o Sistema de Saúde entrasse em colapso, ou ficasse a sua margem. A falta de EPI em
número suficiente foi um dos pontos chaves para que isso ocorresse, visto que a procura
excedeu muito a demanda mundial, e sem tal proteção o profissional de saúde e,
consequentemente toda a população, fica mais vulnerável e susceptível à doença.
Como medida de contingenciamento da expansão da COVID-19, a OMS passou a
aconselhar e defender o isolamento social horizontal, a fim de manter a segurança da
população mundial. Além disso, é aconselhado que caso haja necessidade de sair às ruas, que
a população evite aglomerações. Tal medida foi adotada em praticamente todo o mundo, em
momentos e com intensidades distintos, o que gera, também, uma diferença de eficácia nos
resultados.
Contudo, apesar do isolamento ser adotado, alguns profissionais essenciais para a
manutenção da dinâmica social ainda mantém o contato direto com a população, o que os
deixa em situação de risco, apesar de tomadas todas as precauções-padrão. Um exemplo a ser
citado, são os médicos, enfermeiros e auxiliares que trabalham em hospitais de grandes
regiões metropolitanas e convivem diariamente com a aglomeração, de pessoas contaminadas,
e a falta de condições apropriadas, prevista nos manuais de segurança do trabalho e nas
diretrizes de saúde e manejo emitidas pela OMS.
Os países que apresentam maior número de contágio, ainda são os países
considerados desenvolvidos. Isso ocorre, não só pelo tráfego de pessoas ser maior nesses
países, mas também, e principalmente, pelo maior acesso aos testes, rápidos e laboratoriais,
para diagnóstico das doenças. Tal fato corrobora também para que a afirmativa de que os
números apresentados são superestimados e não os reais, o que acontece em maior
porcentagem nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
Contudo, apesar de não ser um país desenvolvido o Brasil encontra-se em 2º lugar
de casos confirmados, com 1.274.584 casos confirmados e 55.957 mortes, segundo dados
divulgados pela Jhons Hopkins Univervity Medicine, em 26 de junho de 2020. Além disso,
não possui um sistema de informação de dados que consiga fazê-lo com eficácia, o que
acarreta na falta de números que expressem a real situação da pandemia no país. Em relação a
esses números, existe também a ineficácia quanto à classificação, dos casos testados positivos,
conforme á área, tanto de atuação do paciente confirmado, quanto de contágio.
Outro fator que interfere é o congelamento de dados e a exclusão dos índices
referentes à pandemia que houve por parte do Ministério da Saúde. Tal fato, excluiu, durante
alguns dias, o Brasil das estatísticas mundiais, já que os dados apresentados não eram
confiáveis. Por este motivo, o presente artigo tratará apenas de dados compilados pelo
Ministério da Saúde anteriormente a este fato, preservando, deste modo, a sua integridade.
Em relação a outros países, a porcentagem de profissionais de saúde
contaminados no exercício da profissão gira em torno de 10 a 30%. Dados de outra epidemia
de coronavírus, ocorrida entre 2002 e 2003, em que a letalidade da doença era maior e a sua
transmissibilidade menor, indicava que 21% dos casos era de profissionais de saúde, segundo
a OMS.
A Espanha apresenta dados que confirmam que dentre os 233.037 casos, 40.961
profissionais de saúde contaminados e 49 mortes, o que representa 17,57% de todos os casos
registrados no país, segundo o Centro de Coordenação de Alerta e Emergência do Ministério
de Saúde Espanhol, em 21 de maio de 2020. Assim como o Brasil, a Espanha também passou
a congelar os dados sobre a pandemia, o que gera incerteza sobre a veracidade dos dados
divulgados pelos meios oficiais do governo.
Já a Itália apresentou, no dia 22 de junho, uma porcentagem menor desse tipo de
acidente, com 29.282 infectados, configurando 12,22% do total de casos registrados no país,
conforme apresentado no gráfico 4 (ISTITUTO SUPERIORE DI SANITÀ, 2020).

Gráfico 3: Casos confirmados em relação ao profissional de saúde na Espanha.


Profissionais
de Saúde
17%

Outros
83%

Fonte: MINISTERIO DE SANIDAD ESPAÑA


* Dados atualizados em 21/05/2020
Gráfico 4: Casos confirmados em relação ao profissional de saúde na Itália.
Profissionais
de Saúde
11%

Outros
89%

Fonte: ISTITUTO SUPERIORE DI SANITÀ


* Dados atualizados em 22/06/2020

Quanto ao Brasil, os dados estão abaixo da média mundial, contudo também são
superestimados, visto que não há testes suficientes para que sejam aplicados a todos os
profissionais afastados. De acordo com o Ministério da Saúde, até dia 13 de maio 113
médicos morreram vítimas da doença. É uma média de aproximadamente dois profissionais
por dia, desde o primeiro óbito registrado.
Com a finalidade de notificar o Código Brasileiro de Ocupações (CBO), o e-SUS
Notifica possui uma variável que identifica se a pessoa contaminada é um profissional de
saúde ou não. De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial nº 16, do Ministério da
Saúde, uma consulta nesse banco nacional, feita no dia 13 de maio de 2020, mostra que há
199.768 profissionais de saúde registrados no e-SUS com suspeita de terem se contaminado
com a COVID-19. Dentre esse número, 31.790 casos foram confirmados, 53.677 descartados
e 114.301 continuam em investigação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
A tabela 1 traz as categorias de profissionais que apresentam o registro
supracitado. A maior incidência é referente aos Técnicos ou Auxiliares de enfermagem,
correspondendo a 34,2%, seguidos do Enfermeiro, com 16,9% e do Médico, com 13,3%
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

Tabela 1: Profissionais de Saúde com suspeita e/ou confirmação de COVID-19 registrados


no e-SUS Notifica
Profissionais de Saúde n %
Técnido ou Auxiliar em Enfermagem 68.250 34,2
Enfermeiro 33.733 16,9
Médico 26.546 13,3
Recepcionista 8.610 4,3
Outro tio de Agente de Saúde 5.013 2,5
Agente Comunitário de Saúde 4.917 2,5
Gestores e especialistas de operações em 4.888 2,4
empresas, secretarias e unidades de serviços
de saúde
Fisioterapeuta 4.179 2,1
Farmacêutico 3.444 1,
Biomédico 3.253 1,6
Outros 36.935 18,5
TOTAL 199.768 100
Fonte: Boletim Epidemiológico Especial, Ministério da Saúde
*Atualizado em 13/05/2020 às 12h.

Gráfico 5: Números de Casos Confirmados de Profissionais de Saúde – Acidente de Trabalho no


Mundo

310.087
350.000
300.000 233.037 239.627
250.000
200.000
150.000
100.000 31.790 40.961 29.282
50.000
0
Brasil Espanha Itália

Casos Totais Casos de Profissionais de Saúde

Fonte: ISTITUTO SUPERIORE DI SANITÀ; JOHNS HOPKINS SCHOOL OF MEDICINE; MINISTERIO


DE SANIDAD ESPAÑA
*Dados referentes ao Brasil são datados de 16/05/2020.
** Dados referentes à Espanha são datados de 21/05/2020.
*** Dados referentes à Itália são datados de 22/06/2020.

Já quanto aos dados estaduais, o estado de Pernambuco, por meio da Secretaria


Estadual de Saúde (SES), confirmou, até 26 de junho, 15.214 casos de profissionais de saúde
em meio a 55.804 casos totais, o que corresponde a 27,26%. Além disso, são 113 casos sob
investigação e 156 casos inconclusivos (SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO,
2020). No estado, uma pessoa, a cada grupo de três que fazem o teste e o resultado dá positivo, se
infectou por atuar na linha de frente do combate à doença, segundo a SES-PB.
Quanto ao Espirito Santo dos 41.652 casos confirmados, 7.180 são de profissionais da
saúde, caracterizando 17,23%, conforme boletim da Secretária de Estado do dia 26 de junho, dados
representados no Gráfico 6 (SECRETARIA DA SAÚDE DO ESPIRITO SANTO, 2020). Isso
representa um grave problema frente ao avanço da doença, já que tais profissionais tornam-se
vetor da doença, quando assintomáticos e não sabem do seu contágio, e reduzem ainda mais a
capacidade de atendimento do Serviço de Saúde, quando estão afastados.
O Estado de Goiás, de acordo com o Boletim Epidemiológico nº 12, apresenta
17.476casos confirmados de COVID-19, com 329 mortes. Quanto aos números de acidentes
de trabalho com profissionais da saúde, tem-se uma incidência de 1.681 caso. Quanto à
ocupação, os profissionais de enfermagem apresentaram 51,3% dos contaminados, seguidos
dos médicos, com 12,3% (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE GOIÁS, 2020).
A capital goiana, Goiânia, apresenta a maior concentração dos casos, com 6.298
casos, sendo 886 de profissionais de saúde, correspondendo a 14% do total, até 23 de junho
de 2020 (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA, 2020). A tabela 2 traz o
número desses casos de acordo com a sua categoria.

Tabela 2: Número de casos em profissionais da área da saúde de acordo com categoria


Trabalhador da Saúde em Casos de
Serviço Contaminação
Técnico de Enfermagem 275
Médico 195
Enfermeiro 133
Fisioterapeuta 35
Recepcionista 35
Farmacêutico 17
Cirurgião Dentista 17
Nutricionista 17
Técnico de Laboratório 17
Biomédico 17
Técnico de Radiologia 17
Agente Comunitário de Saúde 17
Psicólogo 9
Assistente Social 9
Fonte: Informe Epidemiológico COVID-19 nº 85
*Dados referentes à atualização do dia 26/06/2020, 12:00

Conforme dados referentes à atualização feita em 22 de maio de 2020, pelo


Ministério da Saúde, o estado do Rio de Janeiro apresentava 30.379 casos confirmados de
COVID-19, com 3.237 mortes, dentre elas 30 médicos e 32 enfermeiros. O estado tem um dos
maiores números de infecção de profissionais de saúde, apresentando 4.905 infectados nessa
área, atrás apenas de São Paulo, que apresentou 14.831 casos confirmados de profissionais de
saúde, dos quais 26 óbitos são referentes a médicos e 30 a enfermeiros, segundo Boletim
Epidemiológico Especial nº 16 do Ministério da Saúde.
Ademais, em 25 de junho, São Paulo apresentava 258.508 casos confirmados,
contra 108.497 casos do estado do Rio de Janeiro, contudo, ambos estados não apresentaram
dados contundentes sobre a contaminação em profissionais de saúde até a data em questão.
Gráfico 6: Comparação entre o número de casos confirmados de profissionais de saúde
contaminados por COVID-19, por estado.

15.214
16000
14000
12000
10000 7.180
8000 4.905 5.558
6000
4000 1681
2000
0

Profissionais de Saúde

Fonte: Ministério da saúde; Secretarias Estaduais de Saúde.


* Os dados de São Paulo e Rio de Janeiro datam de 22 de maio.

Em relação à classe de profissionais da enfermagem, o Brasil é o país com o


maior número de contaminação e, consequentemente, morte destes profissionais. Segundo o
Conselho Federal de Enfermagem, são 21.760 casos reportados, com 220 óbitos, o que
corresponde a uma letalidade de 1,02%. Desses números, o estado da federação com mais
casos é São Paulo, contabilizando 34.158 notificações, e 42 mortes. O estado é seguido pelo
Rio de Janeiro, com 3.930 casos e 37 mortes; Bahia, com 2.584 casos e 4 mortes e,
posteriormente Pernambuco, que apresenta 1.097 casos de enfermeiros contaminados pelo
COVID-19, totalizando 30 mortes, conforme tabela 3.

Tabela 3: Profissionais de enfermagem contaminados com COVID-19


Casos de
Estado Óbito
Contaminação
Acre 144 5
Alagoas 160 6
Amazonas 193 12
Amapá 171 17
Bahia 5.584 4
Ceará 1.385 11
Distrito Federal 450 3
Espirito Santo 504 3
Goiás 217 2
Maranhão 366 7
Minas Gerais 741 3
Mato Grosso do Sul 48 2
Mato Grosso 394 5
Pará 394 10
Paraíba 541 5
Pernambuco 1.097 30
Piauí 428 1
Paraná 218 2
Rio de Janeiro 3.930 37
Rio Grande do Norte 534 1
Rondônia 246 4
Roraima 285 1
Rio Grande do Sul 1.115 2
Santa Catarina 1.146 4
Sergipe 220 0
São Paulo 4.158 42
Tocantins 91 1
Fonte: Conselho Federal de Enfermagem.
*Dados referentes à atualização do dia 21/05/2020, 13:55:51

A Associação Médica Brasileira (AMB) apresentou a Diretriz AMB COVID-19


(AMB, 2020) a fim de nortear e auxiliar as tomadas de decisões. Para tanto, divide-se em
quatro eixos principais: rastrear os casos (aumento do diagnóstico precoce e prevalência),
isolamento dos casos, proteger profissionais de saúde (evita acidentes de trabalho e a
disseminação do vírus) e desenvolver estrutura assistencial para os casos que necessite de
internação e em último caso de unidade de terapia intensiva (UTI).
Contudo, a realidade brasileira se depara com o grave problema da
indisponibilidade dos EPIs, o que vai de encontro do terceiro eixo, que prevê a segurança do
trabalhador da saúde. Os equipamentos de proteção individual são essenciais para o
atendimento, a máscara N95, por exemplo, é utilizada para procedimentos em que há geração
de aerossóis, como a intubação ou ventilação, e protege o profissional exposto.
À vista disso, a AMB, após a criação da diretriz, abriu um canal de denúncia para
a escassez de tais materiais. Com isso, as realidades das unidades de saúde são expostas e
mapeadas. Os números de denúncias são alarmantes, sendo que, em algumas unidades de
atendimento chegam a faltar todos os EPIs necessários o atendimento do paciente com
COVID-19.
Dentre os estados da federação, São Paulo apresentou o maior número de
municípios com algum tipo de problemas ao acesso do EPI. Foram 173 municípios
denunciados, de um total de 771, o que 22,43%. Os estados com menor representação foram o
Acre e Roraima, com apenas 1 município, conforme Tabela 4. Com relação aos municípios,
as capitais se destacam, sendo nove capitais e um município quem detém os maiores números
de denúncia por falta de EPI e consequentemente de maior incidência da COVID-19,
conforme Tabela 5 (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2020).
Tabela 4: Número de municípios e denúncias de falta de EPI registradas por estado
Municípios Denúncias
Estado
Denunciados Registradas
Acre 1 1
Alagoas 6 48
Amapá 4 34
Amazonas 6 50
Bahia 51 152
Ceará 22 84
Distrito Federal 16 95
Espirito Santo 15 45
Goiás 25 62
Maranhão 24 79
Mato Grosso 12 35
Mato Grosso do Sul 7 52
Minas Gerais 113 388
Pará 19 102
Paraíba 12 38
Paraná 54 166
Pernambuco 24 95
Piauí 17 65
Rio de Janeiro 58 417
Rio Grande do Norte 9 26
Rio Grande do Sul 48 259
Rondônia 3 16
Roraima 1 18
Santa Catarina 37 71
São Paulo 173 1367
Sergipe 6 15
Tocantins 6 11
Fonte: Associação Médica Brasileira
* Dados atualizados em 26/06/2020 às 10h

Tabela 5: Municípios com maior número de denúncias sobre a falta de EPI


UF Município Denúncias
SP São Paulo 448
RJ Rio de Janeiro 194
RS Porto Alegre 136
DF Brasília 89
MG Belo Horizonte 86
PA Belém 66
BA Salvador 62
PE Recife 53
SP Santos 41
AM Manaus 40
Fonte: Associação Médica Brasileira
* Dados atualizados em 26/06/2020 às 10h

Dentre os equipamentos de proteção que estão em falta e podem ser contabilizados nas
ocorrências estão: a máscara N95 ou PFF2, as luvas, o gorro, o óculos ou Face Shield, o
capote impermeável e outros itens que os profissionais de saúde julgarem necessários para os
procedimentos e adequado à denúncia. Entre esses itens, das três mil e setecentas e noventa e
nove denúncias, feitas até 26 de junho, a maior incidência foi em relação às máscaras,
representando 85%, conforme gráfico 7 (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2020).

Gráfico 7: Equipamentos de Proteção Individual em falta

100% 85%

80% 66% 65%

60% 42%
33%
40% 25% 24%
20%

0%

Fonte: Associação Médica Brasileira


* Dados atualizados em 26/06/2020 às 10h

Tal fato pode ser explicado tanto pela corrida por este material por parte da
população em geral no início da pandemia, quanto pela alta demanda não suprida pela
produtividade do item. Ademais, este EPI precisa ser descartado a cada 2 horas ou após algum
procedimento e, é de uso constante por parte de todos os profissionais de saúde, além dos
pacientes contaminados, em momentos específicos.
Além da máscara, itens como óculos de proteção e o capote também apresentam
números alarmantes, com 66% e 65% respectivamente. Tais itens encontram-se indisponíveis
pela questão demanda-produtividade, já que são restritos ao uso hospitalar-ambulatorial.
Além do apresentado, outros equipamentos, com menor incidência de falta, também são
significativos. Dentre eles estão o gorro, álcool gel 70% e luvas, com 42%, 33% e 25%
respectivamente (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2020).
Logo, apesar de todos os protocolos de segurança de trabalho e de diretrizes de
prevenção contra as doenças virais com transmissão por fluidos respiratórios, tendo como
exemplo a COVID-19, os ambientes de trabalho da área da saúde, não tem condições de dar
suporte para que essa segurança estabelecidas nos protocolos durante uma pandemia sejam
rigorosamente cumpridos. Dessa forma, os números de acidentes por trabalho apresentam
elevados índices, o que traz consequências não só para o indivíduo, mas também para o
coletivo, vez que pode aumentar a incidência da doença e reduzir a capacidade de
atendimento.

CONCLUSÃO

Durante os anos, o mundo, e o Brasil, passaram por diversas pandemias, cada uma
com uma taxa de mortalidade e transmissibilidade características. Nesse momento, vive-se
outra, a do SARS-Cov-2, que causa a Covid-19, considerada pela OMS como pandemia no
dia 11 de março de 2020. A doença pode causar uma síndrome respiratória aguda grave, além
de possuir números alarmantes. Várias medidas sanitárias estão sendo tomadas para controle
dos casos, principalmente nos ambientes de saúde.
Assim, há a necessidade de proteção dos pacientes e principalmente dos
profissionais de saúde, que estão em constante contato com possíveis transmissores, se
tornando em um grupo com alto índice de vulnerabilidade, susceptíveis à contaminação
enquanto cumprem as suas atividades laborais, caracterizando acidentes de trabalho.
A segurança do trabalho existe em todas as áreas de prestação de serviço,
incluindo o da saúde, e são medidas individuais e coletiva que visam minimizar os riscos de
acidente no trabalho. No caso dos profissionais de saúde vários são estes riscos e em situações
de epidemia e pandemia há um aumento expressivo no número de casos. Os principais
indivíduos atingidos são os que se apresentam na linha de entrada, como enfermeiros e
médicos, que atendem os pacientes e ficam em contato com a situação de risco por um tempo
maior.
Tal contato, por muitas vezes, se dá de maneira inadequada, sem a utilização dos
equipamentos de segurança individual/coletivo que protegem os profissionais contra esses
acidentes de trabalho. Isso ocorre tanto pela insuficiência de material, quanto pelo
desconhecimento da patologia do paciente, o que permite ao profissional que o atenda sem as
proteções específicas para esse manejo.
Durante as situações de epidemia/pandemia, há uma modificação no perfil dos
acidentes de trabalho dos profissionais de saúde. Essa alteração se dá com a sobreposição dos
acidentes com perfuro-cortantes, por acidentes por contato com fluidos corporais. Aquele,
com maior incidência em tempos normais, e este em períodos de epidemia/pandemia. Desse
modo, é de extrema importância o uso de EPIs por parte dos profissionais de saúde, a fim de
se evitar a contaminação e a disseminação.
Contudo, esses materiais de proteção se tornam artigos raros e de difíceis acesso,
graças ao aumento expressivo da demanda, que não é acompanhada da oferta. O que aumenta
ainda mais o risco de acidente de trabalho para os profissionais de saúde. Para se evitar tais
acidentes, as medidas preventivas que visam esse grupo, devem ser postas em prática, com
rapidez e eficiência. Alguns passos devem ter tomados, como controlar a fonte precocemente,
por meio da triagem e isolamento do paciente suspeito; utilizar as precauções-padrão nos
pacientes, qual seja a sua patologia; promover a higienização das mãos e respiratória; e, por
fim, utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva.
Logo, para que haja uma diminuição nesses contágios, deve-se disponibilizar mais
EPIs para as unidades de saúde, além de seguir os protocolos impostos. Os principais
elementos para a proteção do profissional de saúde no controle da pandemia são a máscara N
95, luvas, gorro, óculos, capote impermeável e álcool em gel. Desse modo, a segurança do
trabalho protege não só os profissionais de saúde, mas também toda a população, vez que é a
ferramenta mais importante para a segurança da saúde populacional em casos de pandemia.
A prevenção de um acidente de trabalho com os profissionais de saúde, evita a
contaminação desses indivíduos e de outros tantos, já que o profissional passa a ser um
veículo disseminante do vírus. Além disso, ao evitar o contágio e proteger esses profissionais,
tem-se um controle maior dos casos, o que não sobrecarregaria o serviço de saúde com o
aumento da demanda e nem tampouco incorreria em diminuição da mão-de-obra.

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