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1eiro, janho ress a fazem agosto de 2011. UBU EDITORA : Largo do ‘Arouche 161 sobreloja 2 01219 011 Sao Paulo sP (4) 33312275 ubueditora.com.br _badosnteracfonais de Catalogugio na Pbliagto ctr) labora por vagner Rodolfo da Siva cra aio ‘asd Pranco, bio Las Goemaros moras necropaitas,desgparecimentoe subjenideds/ bio tus Franco; peti de vio Almeida; postici de Viadimir Safe - ao Pale: ‘Ubu tora, ca. /376 pp / Colegio Explosante 190 97865 6497564 1. Poltiea, 2 Flosofla. 3 Necropolica. 4. Sociologia. 1. Titulo. 1. Site indice para eatilog sstemitien Politi 0 2 Politica 32 professor@ubueditora.com.br FQ /ubueditora ~ PREFACIO SILVIO ALMEIDA Este é daqueles livros que se 1é com uma sensacao de vertigem. Se diariamente nos esforcamos para alimentar a fantasi de que o mundo é um bom “lugar para se viver” ¢ a morte, um evento excepcional, a leitura do primeiro capitulo ja faz com que tudo isso desapareca e o mal-estar se instale. Gover-_ nar os mortos: necropoliticas, desaparecimento e subjetividade, de Fabio Luis Franco, é uma descri¢o minuciosa de como 0 Brasil constituiu de modo singular uma governamentalidade da morte que nos revela como o mundo pode ser, fundamen- talmente, um (lugar para se morrer") Re Chama atencao o rigor conceitual do autor ao lidar com © tema das mortes ¢ dos desaparecimentos, cerne do livro. Mortes e desaparecimentos sao tratados nao como simples fatos, mas como fenémenos a ser compreendidos a partir do modo com que a politica se manifesta sob as condigdes sociais e econdmicas de nosso tempo. £ nesse ponto que o trabalho do filésofo camaronés Achille Mbembe e, particular- mente, seu conceito d¢ecropolitica tém importancia central Para o texto. ‘A necropolitica nao se define apenas pela capacidade de matar do Estado, pois isso nao seria novidade. A politica é também 0 exereicio do poder sobre a vida ¢ a morte. A com- preensao da necropolitica nos leva a dois esclarecimentos tedricos importantes e também fundamentais para a cons- truco deste livro, primeiro é que, mais que permitir a sustentagao mate- rial da vida sob determinadas condigoes ou causar sua inter- rupedo, a politica consiste em atribuir sentidos para a vida e para a morte. O que Michel Foucault chamou de governamen- il ‘arav ous - ory 1 justamente nese contexto em que trans: “as sociais so relacionadas ao surgimento icas de dominagao e, consequentemente, de jos para a vida e a morte. desse processo de ressignificacao da morte mas em qui ea medi ie ¢interessante observar como, particularmente na medicina e o direito exerceram um pet central na poiia nacional, organizando saberes pro papehdo pratcas disciplinares sistematicamente aplicadas ara populagio, Mas a morte ~€ Franco caminha nessa "bao desaparecimento.O ‘desaparecimento” lguém, ocultar um corpo como aan ry nouvesse exstdo, O desaparecimento de que aqui eine desaparecimento-morte 0 desaparecimento eM Sua dimensdo politica, que n&O se esgota no ato de fazer sumir da vida ~0 corpo -, mas que consiste no oaaemantoda existéncia, Assim, 0 desaparecimento politico ise abate sobre a histéria que aquele corpo poderia contar = lviduo cuja vida ali se sustentava, mas ‘o suporte m: ia de um pai Mais que um método, o desaparecimento revela outras dimensoes da necropoltica. Nao é preciso que o Estado mate; basta que ele deixe morrer ou deixe matar. Ou ae {ue deixe que se mater uns aos outros. Nao é preciso due @ setado suma com os corpos; ésuficiente que nlo procure 08 ‘desapareeidos nem quem os fez desaparecet. Como 0 Estado

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