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Sem dúvida, essa fase da minha vida foi incrível. Foi aonde
aprendi a ser homem, e não digo de apenas saber como me
comportar em uma briga e como conquistar uma mulher, mas
em todos os aspectos que envolvem a masculinidade de um
homem, desde a postura para não sofrer bullying ou ser
rejeitado, como ter moral e uma imagem social respeitada pelo
colegas e professores, entendi a importância da comunicação
e como isso podia me ajudar tanto nas interações sociais,
quanto nas notas da faculdade (eu nunca fui muito estudioso),
e aprendi a impor minha liderança quando eu me considerava
capaz para essa função.
Nesse momento você pode até estar pensando que pelo fato
de eu ser o “Nerd Sedutor”, essa trajetória foi fácil para mim.
Você deve estar pensando que sempre tive muitos amigos na
escola e desde novo conquistei as melhores garotas da sala,
certo? Você está completamente errado!
Lembro que mesmo sendo todos nós muitos jovens para esse
lance de sedução, alguns casais já marcavam encontros para
dar alguns beijos “atrás do campão”, um campo de futebol
meio afastado das salas de aula, era o ponto de encontro para
esse tipo de coisas no meu colégio.
Aquilo pra mim foi mais do que conseguir ficar com uma total
desconhecida na balada de primeira. Esse acontecimento
serviu para eu descobrir algumas coisas interessantes nesse
lance de sedução. Primeiro de tudo aprendi que se uma mina
te olha na balada, você tem que ir, de preferência o mais
rápido possível (regra de ouro), aprendi que é sempre bom ser
engraçado e mais importante que isso é ser criativo numa
conversa, pois quanto mais você demorar pra “finalizar” mais
papo você vai precisar ter. Também aprendi a importância de
tocar na garota durante a interação, um simples abraço, dar as
mãos ou um carinho às vezes podem ser a chave para o
sucesso.
Então com isso, depois das férias fomos estudar em uma nova
escola de estilo americano. Era muito diferente da escola
tradicional. Começando pela sala de aula, que eram composta
de 150 alunos aproximadamente, o triplo da minha sala antiga.
O colégio era em um prédio, bem no centro da cidade próximo
ao terminal de ônibus. Não havia pátios ou dependências
internas e as atividades extracurriculares simplesmente não
existiam. Atividades como educação física eram opcionais. O
recreio era no meio da rua, nas calçadas e a gente se
alimentava nas lanchonetes de qualidade duvidosa que havia
ao redor.
Carol era uma garota muito gente fina de família rica e fazia
parte do grupo das garotas não populares e estudiosas. Ela até
que era bonita mas tinha um jeito meio irritante de falar e tentar
aparecer. Ela iria fazer em breve uma baita festa de aniversário
e já havia começado a convidar o pessoal.
Falei pro Márcio que não tinha interesse em ficar com a garota,
ela não fazia meu estilo e eu estava realmente interessado em
outra garota da sala que era amiga dela do mesmo grupinho.
No entanto pedi ao Márcio para que ele fosse cuidadoso com
as palavras, e falasse algo que não a deixasse decepcionada,
pois obviamente eu queria ir na festa dela, e tinha medo que o
fato de eu não querer ficar com ela fosse um problema. Não
sei ao certo o que ele disse, provavelmente algo como “ele vai
pensar” ou algo que conseguisse despista-la temporariamente
me fazendo ganhar tempo para ir a festa.
A estratégia deu certo e eu fui convidado para ir na festa.
PRIMEIRA FESTA DA ESCOLA
Fui pro banho confiante que ia ficar com ela, afinal não podia
estar tão errado assim, mas tinha uma coisa em mim, uma voz
no fundo dizendo que era uma cilada.
Peguei algo pra beber, colei na roda com meus amigos e puxei
alguma outra conversa, provavelmente sobre futebol, pra
espairecer a cabeça e esquecer a cilada que eu havia me
metido. Já estava imaginando ela contando pras amigas com
tom de deboche, que eu havia tentado ficar com ela.
Depois que voltei pra festa, ficava parado, olhando pro nada,
me aproximei dos meus amigos apenas para fingir que estava
na conversa e ninguém perceber minha decepção.
- “Na verdade voltei aqui pra fazer uma coisa para não me
arrepender de não ter feito antes”