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Para que nasa a caridade, devemos lembrar que todos ‘0s homens tém estreltarelagin com Deus Devemos reconhecer que eles tém a imagem de Deus 121 ‘Para nascet a pureza em nds, devernos considerar a dignidade da nossa nature28 sn 122 ‘Devemnos meditar muitas vezes nos gozos do et... 123 ‘A humildade surge da consideragao das nossas fraquezas 124 PPensar em Deus faz com que teahamos o mais hurnilde conceito de nés mesmos ‘Oragio: outro instrumento de rel ‘meatal € muito ProveilOst we ‘A teligido progride pelos mesmos meios pelos quais ‘omega ~O uso freqUente do santo sacramento ... 128 Oracio ti Ser 0 PREFACIO Esta época geme sob a sobrecarga de tants novos [i- vros que, embora o$ numerosos bons livros recentemente publicados estabelecem equilibrio, compensando o grande cenxame de livros ruins, ot ao menos desnecessirios. Contudo, fem geral os homens se queisam do cargo e da inquietacio desnecessirias sob as quis © excesso de novos livros os colocam. A verdade sobre isso é que a imprensa se tornou uum comércio, eas prensas tém que ser mantides em agio, cde modo que, se houvesse un of livro mau a descartar, 0 responsavel poderia ser rentado a manté-las operando, E, quanto a livros de devocao ¢ piedade, temos visto ulimamente tantos excelentes volumes em nossa lingua que, talvez, nenhuma épova ou lingua posse mostra: algo igual. Nesses a religido crista é apresentada em suas cores verdadeiras e naturais e € libertada daquelas falsas repre- sentagies que muitos sto capazes de fazer dela, como se 2 religito crista consistisse de realizagoes externas, ou de coracdes maquinalmente voltados para a fantasia, ou em abragar algumas opinides ow interesses. “E: seu propésito fazer-nos semelhantes a Deus, tanto no temperamento 4 interior das nossas mentes como em toda a conduta e em todo 0 procedimento ¢ outra coisa nio pode ser!”. Com esse fim em vista, Cristo viveu e morreu; essa maneira de ser e de proceder Ele ensinou por Suas palavras e demons- ‘ou em Sua vida. Ele morreu para expiar 0 pecado, e nio somente nem principalmente para obter o nosso perdi, algo que Ele fez visando um fim mais amploy isto 6 que, sendo oferecida mediantea Sua morte uma isengio universal, toda 8 humanidade fosse incentivada por esse meio a entrar ‘num curso de santa obediéncia com todas as possiveis van- tagens decorrentes disso, tendo diante desi as esperancas da felicidade imorredoura e os temores das misérias eternas; sendo-lhe proposto a mais clara regra e 0 exemplo mais ineulpave,¢ estando também seguro de suprimentos inter- nos constantes para apoio e fortalecimento dos cus esforgos, seguro também de uma inerrante providéncia para divigit {todas as cojsas concernentes a ela. ‘Tampouco hd preceito algum, em toda esta douttina, cuja aptidio e real exceléncia, ao lado da autoridade do Legislador, que no nos fuga bem, desde que seia cumprido completamente. Ora, desde quando cessaram 08 milagres, a veracidate dos prineipios da religito natural e da revelacdo do consctho de Deus nas Btcrituras nunca foi demons: trada com evidéncia mais completa e mais clara do que em nossa época. Isso ocorre, tanto para taper a boca de todos os atrcvides como também para silenciar se di das secretas das mentes mais inquisitivas. E embora tio sério assunto tenha sido mais prejudicado do que adomado pelos oradores de estilos forcados e caracterizados por fine 2 argicia por notivel eloqiéneia, a nossa linguagem munca foi mais casts do que agora, sendo que estes assuntos tém sido manejados com todas 2s formas proprias e decentes de ficil destrezae de hom Kinga ‘Mas, tendo dito isso, em que torrentes de pesar e de lamentagio temos que irromper 10 considerarmos & época ‘em que vivemos! Sim, pois iv poucos os que exéem nestas coisas grandiosas, ou nelas releter. E, como se houvesse ‘uma conspiracio geral contra Deus e contra a eligi, como pode ser que a maioria de nés rompe tados os lagos € amarras desse jugo, que é suave eleve, ese deixa escravizar por tantas cobicase paixies vis e nocivas? Fles nio se con fentam em ser maus quanto podem, porém desejam que @ mundo 0s estime como senda sadios, ese gloriam em sta jgnominia. Ocorte ainda quc eles aumentam a culpa deles fazendo-se agentes do inferno e tramando para corromper todos os que estio a0 seu redor, Essa triste visio das coisas 6 tem que alctar profundamente todos aqueles que amam vyerdadeiramente a Deus, ou sentem terna compuixio pelas almas dos homens; ¢ certamente os move a lamentagdes seeretas ea lutas com Deus, para afasar os pesados juizos ‘que parecem pendurados sobre as nossas cabegas, © para «que Ele, por Sua grande misericérdia, converta 03 coragies dos arrogantes e desobedientes, fezendo-os voltar-se pura ‘a sabedoria dos justos. is bem, enquanto Deus nto Se levantar © no con- ceder ao Seu evangelho a béncio de maior sucesso, nada ppoderd ser tao eficaz para convencer 0 mundo da veraci= dade ¢ da exceléncia da nossa f€ santissima como o B ‘estemunho daqueles que professam ea abragam: andando fem todo o rigor de uma vida realmente santa, inculpdvel e exemplar; mantendo 0 devido termo médio entre a exibicio de rabugice © hipocrisia, e as leviandades da irteligiosi- dade € da insensatez. Este 6 0 Gnico argumento gue esti faltando para convencer © mundo da veracidade da nossa religido: todas as pessoas so mais influenciadas pelos ‘exemplos vivos postos diante dos seus olhos do que por diseursos ow arrazoados, por mais fortes e persuasivos que scjam. Tim é apreendido mais facilmente do que outro, 0 {que niio prevalece sobre nés, 96 nos satisfazendo com eles depois de freqientes e sérias reflexdes, E quando ouvimos alguént falar bem, no temos certeza se ele pensa como diz, ‘mas muitas veres suspeitamos que ele estd ti0-somente exibindo a sua inteligéncia ou a sua eloguléncia & nossa ceusta, para persuadir-nos de algumas opinies que talvez se provem lucrativas para ele. Todavia, quando vemos um hhomem seguir um constante curso de sentidade nas situa- ‘goes mais penosas, que causam grande prejuizo aos seus interesses palpavels, temos todos os motivos para acreditar ue cle esté real ¢ zelosamente convicto dessas verdades ~ verdades que o eavolvem nessa santa forma de proceder. Passadas as épocas dos milagres, nada prevaleceu tanto ‘80 mundo como as vidas exemplares e os dolorosos mar- {itios dos eristis. Tais exemplos fizeram todo tipo de gente olhar com maravilhtada admiragio para a doutrina que ‘operow tio poderosamence em todos os niveis sociais e que Jevantou pessoas dos mais rudimentaresniveis de educagao € de aptidéo, do sexo mais fraco, e de tenra idade, para “4 agirem e softerem muito mais que os seus maiores herdis e fs seus mais célebres fildsofos jamais softeram. E naquele ‘tempo os apologistas, propugnando a religiao erista, recorriam as biografias dos cristios para provar que a sua ddoutrina era santa, concluindo que nio podia haver nada ‘que nfo fosse bom na doutrina que fia dos seus seguidores, as pessoas que eles foram. Mas, infelizmente, quando ceserevemos justficativas, emos que recorrer das vidas de muitos que fingem ser religiosos para os preceitos © regras dda nossa f€ santssima, e temos que declinar da colocagio daprova do cristianismo sobre esse ponto, , embora, gragas ‘Deus, existam belos brilhantes casos que demonstram 0 poder da religiao entre nés, lamentavelmente s4o muito pPoucos, e estes fcam ocultos na imensa mescla dos outros, ‘que sio muitos. Os dois grandes preconceitos que podem ser chama- dos males dos Libertinos e dos Ruildes, e que se mostram duros contra a religiao, s4o: primeiro, 0 preconceito daqueles que no véem se os que professam crer nas verdades da religido vivem como homens que praticam a religido com santo zelo. No entanto, eu sei daqueles que ddiziam que criam que 0 grande Deus governa todas as, atividades humanas e que tem conhecimento de tudo ‘quanto fazemos, que Ele nos vai chamar a contas e com. _pensari ou punira os homens em conformidade com este ot ‘aquele caso, colocando-os num estado intermindyel e imu- tivel. Para cles nao era possivel viver como vive a maior parte dos cristéos, mas realmente renunciaram a todas as vaidades e extravagancias deste mundo, dedicando-se is ‘totalmente @ uma carreira santa e integra em sua vida Segundo, 0 outro preconceito, o outro mal avesso a teligiio crist,é que, quanto Aqueles em cujo comportamento os tais Rufides véem poues coisa que acuser, encontram, pporém, grande causa de suspeita de que hé algum propésito ‘oculto sob sua vida religiosa e que esse mal oculto irrom- peré ¢ vird a luz quando surgir bos oportunidade para isso, Entao concluem que taiscristios na verdade sao em segredo tao maus como os demais pecadores,s6 disfarcando ‘sua maldade com um comportement mau, porém decente, (ou que todos eles se esfoream como cristios, visando esta ‘ou aquels finalidade secreta. E se houver alguns aos quais cles mio conseguem ligar nenhum dos dois tipos de mal acima descritos, sendo tal caso dificiimente possivel, a nio ser alguns que tenham resolvido dar razio a tais precon- ctitos, eles vero neles ou Ihes atribuirio certas cores, € ‘acabardojulgando tais pessoas como insociaveis e intrataveis. EE esses preconceituosos acrescentam que véem na postura fisica dos cristéos visados, ou na eduengdo deles, tanta satisfagio maligna como a dos que se entregam a loucuras desenfreadas eextravagantes, Os preconceitos acima considerados, principalmente © primeiro, devem ser discutides com reais refutagées. A estrita conduta das nossas vidas, como também as nossas sériase salenes devog0es, deveria mostrar, mas nem sempre ‘mostra, que somos soberanamente governados por uma vigorosa f@ na autoridade daquela lei que rege todas as ‘nossas agdes. E também a nossa abstengio das imoralida- des grosseiras nio ¢ argumento suficiente, visto que até 16 ‘mesmo nelas a decéncia pode prevalecer. Nao obstante, Jamentavelmente, nunca houve tio poucos destes como agora, quando os insensatos generalizadamente zombain do pudor e do sentimento de pecado, como se isso aio passasse da rabugice de uma educagso rigorosa ¢ desin: teressada, mas que deverfamos abster-nos de todas aquelas coisas que estéo por baixo da seriedade do cristto e que fortalecem uma geragéo corrupta em seus vicios Que & que significa o jogo que se vé o tempo todo, expe- cialmente quando ligado a tanta avareza © paixéo, como se di geralmente, sendo que as pessoas nio sabem como Aispor do seu tempo e, por isso, na melhor das hipsteses, sio levadas a passé-lo na ociosidade? Que se dird das multides ‘que via aos jogos, “especialmente quando o estégio em que se encontram achs-se tao contaminado pelo ateismo e por ‘ods espécie de imoralidades”, senao que muitissimas pessoas niio sabem como preencher tantas horas do dia? Entio esses artficios servem para que elas desperdicem as horas, ¢ clas sentem necessidade de encher seus olhos e ouvidos de objetos imorais que corromperdo suas mentes, fou ao menos encherdo sua imaginacdo de representacoes lamentéveis © odiosas. Como se nio bastasse 0 desenvol- Vimento de maus pensamentos prontos a jorrar dentro de ‘ds, isso precisa ser cutivado e melhorado com empentio ceasticia ‘Que sio aquelas perpétuas vistas, no dar ou receber das quais é gasta a melhor parte do tempo em que estamos ddespertos? FE até que ponto sao fiteis, no melhor dos casos, porém geralmente até que ponto a conversas mantidas 7 nessas visitas so nocivas, deiso com os que vive nelas ‘que verifiquem € o declarem. Quanto tempo se gasta com vestudrio supérfluo, pars rio meneionar aquelas indecentes artes de pintura e de outras invengoes que corrompem 0 mundo, € tudo isso pare alimentar a vaidade ou para acender a cobiga? E, depois disso tudo, muitos dos que vive nessas esejam ser considerados bons cristitos, sio assiduos frcqllentadores de igreja e participam do sacramento. Por ‘que espantar-nos, entio, se 06 nossos libertinos, ao verem tais coises em pessoas que passam por muito religiosas, sendo tais libertines dotados de argicia suficiente para discernir que esse comportamento nao se coaduna com a fé que deve ser avaliada por cudo o que pratieamos ~ por que tspantar-nos, se eles coneluem que tas eristios no créem fem sua religifo, porque, se eressem, nao se comportariam, como se comportam? Algumas falhas, de vez em quando, no poderiaim justficar essa dura inferéneias mas 0 habito ‘ea pritica corrente dessas coisas constituem um argument contra a realidade dessa f6 ~ argumento que, confesso, no pposso contestar. ‘Mas, quando conseguimos escapar daquelss coisas que ‘nos fariam culpveis, isso longe est de ser tudo quanto nos € proposto que facamos. Nio basta estar doente, é preciso estar bem, eexpressar isto em todos os casos em que a nossa posicio na vida e as circunstincias o exigirem. Como? Fazendo o bem, perdoando as ofensas, eonfortando todos os ‘que padecem alligses, suprindo as necessidades dos pobres, mas principalmente fazendo tudo © que pudermos para 18 promover 0 bem da alma de todos, intensificando o inte- esse que acaso tenliamos pelas pessoas, no sentido de ddespertar nelas a consciéncia de Deus e da outra vida, O motivo principal que oferecemos para isso tudo é um comportamento rigoroso eno fingido, Isso dard aos nossos discursos maior peso e forga. E quanto a outros preconceitos, certo & que no hi barreira ou seguranca contra invefae0 ciime. Nao obstante, devemos evitar cuidadosamente tudo aquilo que Ihes possa dar ocasito, como, por exemplo: toda conversa ou companheirisme secreto com pessoas suspeitass fazer qualquer coisa que no possamos tolerar sem pecar algo singular, ou que possa causar ma fama a outros ou fazer ue sejamos observados ou que falem mal de n6s; e, numa palavra, evitar todos os gestos forcados ou modos de falar ce tudo quanto nao seja natural e genuino. Sim, pois, pen- sem os homens o que quiserem, nada que seja obrigatério ppode se tomar natural assim, mas parecer repulsivo ou Falso 20s outros, e isso fornece matéria para inveja ou para versio, especialmente aos observadores curiosose critics, Se houvesse muitos que vivessem da forma que recomendamos, os ateus ficariam mais convencidos dos fatos, ou ao menos mais envergonhados, e mais confusos ~ mais do que 0s escrtos perspicazes ou os sermoes mais bem claborados os deixariam. Principalmente se 0 espirita de amor e bondade universal aparscesse mais visivelmente centre 0s cristlos, € us faegbes e as animosidades fossem postas de lado, visto que ambas enfraquecem os centros vitais da santidade © expdem os cristios a0 escarnio dos 19 seus adversrios ¢ os tomam presa fieil de todo e qualquer agressor, Dificilmente haverd coisa mais inimaginsvel do que vver um grupo de homens que professam wma religiie cujo grande e principal preceito € 0 amor métuo aliado & tolerincia, & mensidio de espirito, 4 compaixéo por toda cespécie de pessoas, ¢ 4 harmonis em todas as coisas essen cisis da sua doutrina, s6 divergindo em coisas menos importantes e mais discutfveis, e todavia, mantendo essas| divergéncias com zelo muito desproporcional ao valor elas, e perseguindo com toda a violencia possivel os que dlles discordam, ou, se optam pelo uso da forga externa com, todo o amargor de espfrito. Estes s6 podem causar assomn- ‘bro a todos 5 abservadores impareiais e provocar grandes ppreconceitos contra a religido dessas pessoas, julgando-a caracterizada por contradigoes ~ professando amor, entre- tanto irrompendo em todos os atos de ddio. ‘Mas o que sinto profundamente sobre estss coisas me levou Jonge demais, sendo que o meu objetivo neste pre- ficio € apenas apreteatar a dissertacio que mais adiante se lerd © que foi escrita por um meu piedoso patricio, Foi escrito para uso de um nobre amigo dele, sem 0 ‘menor propésito de torné-lo mais publico. Outros que o ‘viram foram fortemente tocedos, tanto pelos excelentes propésitos nele contidos, como por sua clareza e deticia| de estilo, seu método natural sua brevidade, e desejaram que Ihe fosse dado tornar-se um bem mais pablico. Sabe dores entao do men interesse pelo autor, fui incumbido de decidis se livro deveria ficar numa estante particular 20 ou se devecia ser divulgado amplamente. ‘Nao fiquei muito tempo em dOvid, tendo-o fido © relido. E mais, sabendo to bem quanto cu sabia que o autor no eserevera nada aqui sendo o que ele sentia e conhecia bem, e consequentemente, sendo o texto nna transericio daquelas divinas impresses que estavam em seu coragio, espero que a narrativa, com sua real genuinidade, regozije © cedifique o leitor Sei que estas coisas 1ém sido apresentadas| ‘muitas vezes com superioridade de argumentacio, sutilez0 elogineia, mas, quanto mais testemunhas concorram para selar estas verdades divinas com os seus testemunthos, ‘mais provas serio dadas por tais meics stow falando do selato de que o autor tendo visto uma, ‘carta eserita por um amigo dele de grande honra, mas de maior dignidade, carta que falava da Blewagdo ¢ Progresio dda Vida Espiriual, como muitas coises no foram tocadas rela, viu ele que, nas coisas que ambos diziam, havia uma hharmonia tao grande que cle acreditou que os dois pode- riam fortalecer-se mutuamente, ¢insistiu com o seu amigo fem que ambos safssem a pblico juntos. Como o outro 0 pressionou para que permitisse a publicagio do seu dis- curso, ele nfo cedeu enquanto nao assegurow o mesmo consentimento quanto ao discurso dele. ‘Eassim o leitor em os dois, um apés 0 outro, ese espera ‘que os examine com boa parte da mesma seriedade com a {qual ambos foram escritos. E presumimos que, depois, 0 leitor nao se arrependerd dos esforgos que fe. =G. BURNET. a BREVE NOTA SOBRE A VIDA DO REV. HENRY SCOUGAL, M. A. PROFESSOR DE FILOSOFIA E DE TEOLOGIA NA UNIVERSIDADE DE ABERDEEN © Rey. Scougal foi o segundo filo do Rey. Patrick Scougal ¢ de Margaret Wemys. Seu pai foi bispo de Aber- deen durante mais de vinte anos, apés a Restauracao.! Sua imi mais velha, Catharine, desposou Alexander Scrogie, bispo de Argyle, ¢ Jane, a mais nova, foi a esposa de Patrick ‘Sibbald, um ministro de Aberdeen. Henry Scougal, objeto desta nota, nasceu em junho de 1650. Foi um filho digno ide um digno senhor. Seu pai é recomendado pelo bispo ‘Burnet por sua pureza, humildade ¢ brandura, “Ele era 0 ‘pai comum de toda asus diocese”, diz obispo, “e era estima: do pelos Dissidentes no menos que pelos Conformistas, Desenvolveu-se sobre os scus labores uma pléiade de homens que ainda trazem sobre si claras caracteristicas * Resiaelecimento da monarqus ba Tngltera e Escéia em 29 de rmaio de 1680, na pesoa de Carlos (Chula) IL pouco tempo depois «da mortede Gone ocorrdaem 1658. Nota do tradtor. 2 do seu espitito e do seu cemperamento” ‘Ao que parece, as memérias prefixadas @ apresentagio das Works of Hemy Scougal (Obras de Henry Scougal), foram compiladas de um sermao pregado em seus funersis pelo Rev, George Gairden, D. D, baseado no texto (de Filipenses 1:21): “Para mim, o viver é Cristo, e 0 morrer € lucto". O referido sermio foi publicade pela primeira vez pelo Rew. St Cockburn, ministco da Igreja de Sao Paulo,em Aberdeen, com a utilizagao dos originais auténticos, Esse sermao ¢ ‘um dos penegiricos mais artisticamente elaborados que jé Ii, Bvidencie-se que o pregador laborava com emogio © parecia considerar-se representante do pesar da EsoSeia por ‘uma calamidade nacional, Apesar da sua longa extensio, deveriamos inclui-lo neste volume; na presente circuns, ‘éncia, devemos contentar-nos em extrair dele e de outras fontes alguns incidentes da vida do nosso autor que satisfagam a curiosidade natural dos que foram ou sig edificados por seus escritos. Sex pai o dedicou desde a sua infincis ao servico de ‘Deus no santuésio e o instruiu diligentemente no caminho ue desejava que cle seguisse, Concordemente, filo, que ‘ema de temperamento muito brand e sereno, empregava as hhoras de lazer em ler, meditar e orar-—horas que em eral as srianeas passavam brincando ou jogando. Como Timéteo, cle conheveu as Escrituras Sagradas desde sua meninice, ¢ Podia fazer um bom sumario dos sermoes que ouvia, Ele preferis a conversa de pessous sérias as fiteis histérias que

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