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Tomaz a 2.1 Necessidades - nogGo e classificagao Nog¢Go de necessidade ‘Todos sentimos muttas e varladas necessidades que precisamos de satisfazer. Necessidades — SituacSes de mal-estar que impelem os individuos & sua resolucdo. ‘As necessidades assumem variadas caracteristicas: $40 multiplas e variadas e estao permanen- temente presentes no nosso quotidiano. ‘+ Multiplicidade — as necessidades sao maltiplas e de diferente natureza * Substitubllidade — as necessidades podem ser satisfeitas através de metos altemativos. ‘+ Saciabilidade — conforme vamos satisfazendo uma necessidade, ela val sendo progresst- vamente eliminada. ‘+ Relatividade — as necessidades variam no tempo e no espaco, sendo, portanto, relativas ‘a0 momento historico e ao espaco geografico onde sao sentidas. ClassificagGo das necessidades f Primaries ‘Quanto a sua Importincia + Secundérias Terciérias Quanto 20 facto Saat do vivermos em coletividade Lee + Necessidades primarias — sao indispensavels a vida humana (por exemplo, a respiracao & a allmentacao). + Necessidades secundarlas — garantem uma melhor qualidade de vida (por exemplo, cultu- fae transporte). + Necessidades terciarlas — se nao forem satisfettas, ndo poem em risco a vida dos indivi- duos, sendo dispensavels (por exemplo, vestuario de marca, perfume, ou viajar em classe executiva). * Necessidades individuals — so as que sentimos independentemente de vivermos com os ‘outros (a alimenta¢ao, por exemplo), sendo satisfeltas por bens e servicos privados; + Necessidades coletivas — decorrem do facto de vivermos em coletividade (seguranca, Justica, sadde, por exemplo), podendo ser satisfettas por bens e servicos pablicos. 2.2 Consumo - no¢ao e tipos de consumo NogGo de consumo ‘© consumo é um comportamento indispensavel a satisfac’ das necessidades e pode ser de- finido como o ato pelo qual se destrol um bem para satisfacao das necessidades das pessoas. Consumo — Destruicéo de um bem ou utilizacdo de um servico na satisfacdo das neces sidades (Necessidade —> Consumo —> Satisfacéo). Representa um fenémeno social complexo, podendo ser analisado do ponto de vista econd- mico e social. (— Mo econémico Oconsumo —{ L— ‘Ato social E um ato econémico na medida em que as decisOes relativas as necessidades a satisfazer ou ‘a0 bens e servicos a consumir sdo escolhas que tém consequéncias na economia (a nivel da procura, da producao, do emprego, da utilizaco dos recursos escassos, etc). Por sua vez, € um ato social pots consumir determinados bens e servicos tem consequéncias que afetam a coletividade, por exemplo a nivel da poluicao, da sauide e seguranca das pessoas, da explora¢ao do trabalho infantil, etc. Tipos de consumo ‘Considerando a multiplicidade de necessidades que se sentem e a diversidade de bens e ser- \icos que se utitzam na sua satisfaco, @ possivel distingulr varios tipos de consumo. ‘Quadro 1 Tipos de consumo Pare a i cto cua | Consumo essencial ‘Consumo privado Consumo individual Consumo final, Cum nuse Comumoputie | Comumocolto | cr Quanto 4 natureza das necessidades satisfeltas * Consumo essencial — utiizac3o de bens indispensavets @ sobrevivencia. Por exemplo, consumo de alimentos, de habitacdo, de vestuario, etc. * Consumo supérfiuo — realizado para satisfazer necessidades terciarias. Por exemplo, con- sumo de maquithagem, de Jolas, de chocolates, etc. a Quanto ao autor do ato de consumir ‘* Consumo privado — realizado pelas pessoas, pelos particulares. Por exemplo, ir a0 cinema, adquinr vestudrio, comprar alimentos, etc. ‘+ Consumo pablico — realizado por entidades da Administrac3o Publica. Por exemplo, aquisic30 de papel pela secretarta da escola, pagamento dos vencimentos aos funcionarios pablicos, etc. Quanto ao beneficiario do consumo ‘+ Consumo individual — realizado por uma pessoa, que Impede que outras pessoas 0 pos- sam realizar. Por exemplo, quando utiizamos uma bicicleta, mats ninguém 0 pode fazer; ‘quando comemos um po, mpedimos outra pessoa de o consumir, etc. * Consumo coletivo — realizado por um grande ndmero de pessoas, sendo a coletividade a beneficianta desse consumo. Por exemplo, utilizacao dos servicos de sadde, de Justica, etc. Quanto 4 finalidade do consumo * Consumo final — bens que satisfazem diretamente as nossas necessidades. Por exemplo, aquisicao de livros, ingesto de alimentos, compra de um perfume, etc. * Consumo intermédio — bens que vao ser utilizados na producdo de outros bens. Por exem- plo, uttizac3o de matérias-primas pelas empresas. 23 Padrdes de consumo - diferencas e fatores explicativos Padrées de consumo © consumo € um comportamento econémico e social influenciado pelo tempo histérico e pelo espago geografico em que ocorre. Os povos que vivem em determinado espaco, numa dada ‘€poca historica, consomem de acordo com determinados modelos socials. A.cultura dos povos, o rendimento das familias, a tecnologia, 0 preco dos bens, o clima, a publt- cidade sao fatores que influenciam o consumo e as formas de 0 concretizar. Padrées de consumo — Modelos especificos a que 0 consumo obedece, de acordo com 2 6poca hist6rica e localizac3o geografica, @ segundo a cultura dos povos, 0 rendimento, ‘a tecnologia disponivel, entre outros fatores. (s vartos fatores que influenctam 0 consumo podem ‘ser agrupados em econémicos e extraeconémicos. ‘Quadro 2 ~ Fatores de que depende 0 consumo ** Rendimento = Moda + Procos * Cutura * inovacdo * Traaigio * Crédito '* Publicidade * Outros * Outros Fatores econémicos O rendimento dos consumidores ‘© consumo ¢ funcao do rendimento, ou seja, qualquer alteracao no nivel de rendimentos dos ‘consumidores reflete-se no nivel de consumo, mantendo-se tudo o resto constante. Um aumen- to do nivel de rendimentos dos consumidores originara um aumento do consumo. Os precos ‘Quando os precos sao balxos, maior sera a nossa propensao para consumr, verificando-se 0 ccontrario quando os pregos so altos. Ha, no entanto, que considerar o nivel de rendimentos que Influencta também o consumo: quando se ventfica um aumento dos precos mantendo-se ‘© rendimento, diminul a capacidade aquisttiva dos consumidores e, consequentemente, 0 con- ‘sumo. Avarlacao dos precos, associada a variac6es nao proporcionals do rendimento, afeta de modo diverso os consumos essencials € supérfiuos. O aumento dos precos, quando nao € acompa- nhado por um aumento proporcional do rendimento, ira reduzir principalmente os consumos ‘supérfluos pots os consumidores terdo de gastar uma maior fatta do seu rendimento nos con- ‘sumos essencials. A diminulge dos precos, mantendo-se o nivel de rendimentos, possibiltara um aumento dos consumos supérfiuos. A inovacdo tecnolégica A inovacdo tecnologica origina novos bens que geram grande apeténcia por parte dos con- ‘sumidores. Novos telemdvels com novas funcdes so disso exemplo. crédito bancario Através de empréstimos contraidos junto dos bancos, 0s consumidores tero mals dinheiro ispontvel para consumir, Fatores extraeconémicos ‘A moda, a cultura, a tradi¢ao, a publicidade, as marcas constituem fatores extraeconomicos, de caréter sociocultural que se refletem no consumo. Adquinir produtos que esto na moda ‘ou comprar produtos de marcas que conferem estatuto social so exemplos da influéncia dos fatores extraeconémicos no consumo. Estrutura do consumo ‘As despesas de consumo das familias sdo repartidas por diversos tipos de bens de consumo. ‘Sendo 0 rendimento um dos fatores determinantes do consumo, as diferencas de rendimentos entre as familias determina variagbes diferenciadas no consumo dos diversos tipos de bens. (Os consumos essencials so menos influenctados pela varlacao dos rendimentos, a0 contrario do que acontece com os consumos supérfluos. E, assim, importante conhecer nao so 0 valor total das despesas de consumo das familias como a forma como a despesa se distnibul pelos diferentes grupos de bens, ou seja, conhecer a estrutura do consumo. Estrutura do consumo — Reparticéo das despesas de consumo das familias pelos dife- rontes grupos de bens de consumo. ‘Quadro 3 ~ Estrutura de consumo de duas familias, Xe Y. Em unidades monetirias (um) ees Bons alimentares © bebidas. ‘Vestuano e calago Habitacio Saide Educacao Transportes Lazer Outros Total mene Leah shemeeatend Sxuese8 338 geggdee 3 gs No quadro 3 observamos que as duas familias tem rendimentos diferentes (1000€ e 10 000€) valores de despesa diferentes nas varias categortas de bens. Vejamos 0 peso ou coeficiente ‘orcamental de cada tipo de bens no orcamento das familias X e Y. ‘Quadro 4 ~ Estratura de consumo de duas familias, X e ¥. Em percentagem Categorias do consumes Familia X (4 membros) Fama ¥ (4 membros) Bens alimentares e bebidas sox (522 «100) 30% (200. 100) Vestuano e cakado 10% 20% Habttago 10% | 20% Saddo 10x sx Educacdo 5% 5% Transportes 10% 5% Lazer ™ 10% Outros % 5% Total 100% 100% Alettura do quadro 4 permite venticar que a familia X gasta 50% do seu rendimento com a all- ‘mentacdo (0 coeficiente orcamental relativo a allmentacao é de 50%) enquanto a familia ¥ gasta 30% (0 coefictente orcamental relatvo & alimentacao é de 30%). Coeficiente orgamental — Porcontagom de uma classe de despesas de consumo om relagdo ao total das desposas de consumo de uma familia. 35 Aanailtse dos quadros permite verificar que a familia X, tendo um rendimento inferior 3 fama Y (1000€ e 10 000€ respetivamente), gasta percentualmente mats em alimentacao (coeficiente ‘orcamental mator: 50%}; enquanto a famila Y, possuindo um rendimento malor, gasta percen- tualmente menos em alimentaco (menor Coeficiente orcamental: 30%). Esta conclusdo basela- -se na lel de Engel. ‘Let de Engel — Quanto menor o rendimento de uma familia, de uma regio ou de um pais, maior seré 0 cooficiente orcamental rolativo as despesas de alimontaco. Esta lel pode ser adaptada a outras situac6es. Serve também para comparar nivels de desen- volvimento entre patses ou nivets de vida de estratos sociats diferentes, nivets de rendimento ‘em periodos diferentes, etc. 2.4 Evolucao da estrutura do consumo em Portugal e na Unido Europeia ‘Aandlise da evoluco da estrutura do consumo das familias ou dos paises permite conhecer as alteraces ocorridas no seu rendimento disponivel e, consequentemente, o nivel de bem-estar. ‘Quadro S — Evolugo das despesas de consumo final das famias em Portugal e na UE-28. por tipo de bens e servicos, 1995 e 2016. Em percentagem 1995 2016 etd Portugal UE-28 Portugal UE28 Produtos almentares © bebidas nBo alcooteas ws 40 69 122 Bebidas alcodticas, tabaco e narcoticos | 36 44 a 39 Vestusio e calgado 70 62 63 49 Habitac4o, agua. luz. gas e outros combustivets | 28 220 68 245 iets eerie eon nendencho es 65 i ee ‘Saude 45 32 51 39 ‘Transportes 50 130 27 129 Comunicagdes | 22 19 24 25 Lazer, recroagio e cutura 80 88 61 8s Educacao- | Wo 08 12 12 Restaurantes © hotets ws 77 ms 86 Bens e servicos diversos | wr 4 ws 15 Fonte: ww pordata pt (consulta em dezemibn de 2018) oh Da analise dos valores do quadro 5 pode conclulr-se que: ‘* em Portugal, entre 1995 e 2016, 0 coeficiente orcamental relativo a alimentacao diminutu (de 18,5% para 16.9%), enquanto a percentagem de gastos com as rubricas «bens e servicos diversos», «restaurantes e hotéls» e habitacao aumentou; * na UE-28 a evolucao fol no mesmo sentido, ou seja, diminulu coeficiente orcamental re- lativo aos produtos allmentares (de 14,0% para 12,2%), e aumentou o peso da despesa com a habitagao (de 22,0% para 24,5%); * em Portugal e na UE-28, em 2016, a despesa com a habitacao constitula a rubrica com 0 ‘maior coeficiente orcamental; * em Portugal e na UE-28, entre 1995 e 2016, registou-se um aumento do rendimento dispo- nivel das familias, dada a diminuico do coeficiente orcamental com a rubrica allmentac3o (let de Engep. * na UE-28 0 rendimento das famfias €, em média, superior ao rendimento das familias por- tuguesas, em ambos os anos, pots a percentagem do rendimento gasta na alimentago no cconjunto dos paises da UE-28 € inferior aos valores apresentados pelas familias portuguesas. 25 A sociedade de consumo ApOs a Revolucao Industrial e as permanentes descobertas clentificas e tecnologicas, a produ- ‘¢30 comecou a exceder as necessidades de consumo das populages dos palses mals indus- tntalizados e desenvolvidos. Em meados do século XX, 0 etxo das preocupagtes dos empresé- mlos deslocou-se da esfera da produco para a das vendas. Surge, ento, todo um conjunto de ‘estudos para encontrar soluc6es para 0 escoamento do excesso de producdo. O marketing ea publicidade passam a ser to ou mats importantes que a propria producao. A.criacao de novas necessidades passa a constitulr uma estratégla de escoamento da constan- te e exponencial produc. Consome-se para escoar a producao. E a chamada socledade de ‘consumo — uma sociedade de abundancia, com bens baratos, de duragSo limitada e produzl- ‘dos em série, O consumo massifica-se com a oferta destes bens produzidos em série, a custos batxos, sem grande qualidade ou duracéo. Para escoar tal profusdo de bens, o comércio adapta-se — surgindo os grandes centros comer- lals, 0s hipermercados etc. ‘Sociedade de consume — E 2 sociedade em que a oferta de bens excede a procura, endo os bons produzidos om larga escala, om série e de duracéo efémora. Criar novas, nocessidades, produzir e vender so 0s fins deste tipo de sociedade. Na socledade de consumo é necessario que 0 desejo de comprar esteja sempre presente Para dar resposta a crescente produgdo por parte das empresas. © consumidor, os seus de- ‘SeJos e a sua vontade de comprar constituem 0 foco de atencao de produtores e vendedores. A publicidade e o marketing so técnicas essencials @ socledade de consumo. ‘As Inovacbes, as novas tecnologlas e a producao em série permitiram as empresas lancar no mercado grande quantidade de produtos com precos acessivels. A publicidade, a moda, a facilidade de acesso ao crédito, s0, por sua vez, fatores que estimulam o consumo, muitas vezes de uma forma excessiva € até perigosa para a satide e seguranca do consumidor. 7 ‘Consome-se por impulso, sem critérios, de forma excessiva, irracional e com desperdicio ~ é ‘© chamado consumismo. ‘Consumismo — Conjunto de comportamentos que levam a um consumo excessivo, ‘sem critérios e compulsivo. 2.6 O consumerismo e a responsabilidade social dos consumidores Em resposta a uma sociedade excessivamente consumista, com grandes desperdicios © pouco cemteriosa nas suas escolhas, tém surgido organizacbes e movimentos de apelo @ ponderacao. ‘S40 0s movimentos consumeristas. Estes movimentos tém como objetivo defender os interesses e direitos dos consumidores, pro- movendo aces que conduzam a um consumo mais esclarecido, racional e baseado em valores socials e amblentals. ‘Quadro S ~ Consumeriemo vs consumismo * Consumo racional, controlade, soletvo e | * Consumo iracional, impulsive e sem crteios. com critérios. '* Consumo Irresponsavel, excessivo e perigoso. * Consumo baseado om valores socials, am- * Consumo baseado om valores materials, na blontats eno respotto pola goracdes futur. ostentacioe no supéruo. Uma das areas de Interven¢3o das praticas consumeristas prende-se com a defesa do am- blente. © direito a um ambiente saudavel e equilibrado € um diretto coletivo de todos os Povos, reconhecido pela Organizacao das Nac6es Unidas. A sustentabilidade ambiental e 0 diretto das geracdes futuras a um planeta limpo implicam, da parte dos cidadaos, uma altera- ‘cdo dos seus comportamentos consumistas em beneficio de praticas consumeristas. © desenvolvimento de energias alternativas, a promocao da agricultura biologica, a recicla- ‘gem e a reuttlizacao constituem alguns exemplos de aces que promovem o desenvolvimen- to sustentavel, contribuindo para o equilibrio ambiental e maior qualidade de vida para todos. 2.7 A defesa dos consumidores em Portugal e na Unido Europeia Em Portugal, a defesa dos diremtos dos consumudores tem sido assumida por diversas organiza- ¢Oes de carater particular, como a DECO (Associa¢ao Portuguesa para a Defesa do Consumi- dor), e também por entidades publicas, o que que mostra o interesse do Estado na promocao da qualidade de vida dos cidad3os e a sua preocupacdo com o futuro, em termos ambientals € de desenvolvimento. Tomaz ae A consagragdo dos direitos dos consumidores na Constituicao da Repablica Portuguesa e a acdo da Dire¢o-Geral do Consumidor na defesa dos direitos dos consumidores constituem dots exemplos das preocupagtes sociats e ambientals do Estado. Lol de defesa do consumidor ~ alguns direitos do consumidor: Direito & qualidade de bens e servicos: & proteco da saiide © seguranca fisica: & forma- co @ educacéo para o consumo; & protecéo dos seus intorasses econémicos. A Unido Europela, na area da defesa dos direitos dos consumidores, tem também adotado legislacao e definido politicas europelas especificas. ‘Agenda do Consumidor Europeu Objetivos: * Roforcar a seguranca dos consumidores; * Aumentar 0 sou nivel de conhecimento, de modo a capacité-los com informago @ ‘meios de recurso perante mercados mais comploxos; + Molhorar as praticas de fiscalizaco e controlo dos mercados, promovendo uma maior ‘cooperaco entre as diferentes redes administrativas; ‘* Alinhar a politica de dofesa do consumidor com as mudangas na sociedade, tornando- e 39 SINTESE ‘7 Oconceito de necessidade encontra-se associado @ auséncia de bem-estar. A vida humana exige a satisfac de multiplas necessidades. ¥ AS necessidades humanas caractertzam-se pela multiplicidade (sao muttas, de diferente natureza e origem); pela relatividade (variam com 0 tempo, 0 espaco e o grupo social); pela substituibilidade (podem ser sattsfettas por bens substitutos) e pela sactabilidade (ao fim de algumas utilizaces dos bens que as podem satisfazer, 0 individuo encontra-se saciado ou sattsfetto). ¥ As necessidades, por serem maltiplas, podem classificar-se segundo critérios diferentes: 0 da Importancia na sua satisfagao (necessidades primarias, secundérias e terciarias); e quanto a0 ndmero de pessoas que as sentem (necessidades individuas e necessidades coletivas). ¥ O-consumo é um ato econémico que consiste na destruicdo de um bem para satistacdo de uma necessidade e que resulta de uma escolha; mas é, qualmente, um ato social dadas as suas Implicacdes éticas, humanas, amblentats, politicas, por exemplo. ¥ © consumo pode ser classificado como final (ndo intervém na producao de outros bens, ‘como no caso das familias) ou Intermédio (proprio das empresas que utilizam bens para a producdo de outros bens); individual (consumo de um agente econdmico) ou coletlvo (consumo da coletividade); essencial ou supérfiuo; paiblico (consumo do Estado) ou privado (consumo das familias ou empresas). Padres de consumo so modelos de consumo que decorrem do facto de este variar no tempo, no espaco, com 0 grupo social a que as pes- soas pertencem e com a cultura das sociedades. ¥ E posstvel calcular a percentagem que os consumidores gastam em alimentacdo relativa- mente ao total das suas despesas de consumo ou orcamento familiar (coeficlente orcamen- tal relativo a allmentagao) € relacionar esse Coeficiente com o rendimento das familias. Esta relacdo fol estabelecida por Engel, que afirmou que quanto malor fosse esse coeficiente ‘orcamental, menor serta o rendimento das familias (lel de Engel). 7 O consumo € uma das componentes mals importantes da economia dos pafses industriall- zados. Decorrente das constantes descobertas clentificas e tecnologicas e do consequen- te crescimento economico destes patses, a producao tem excedido, em multas situacdes, as necessidades de consumo das popula¢des, desiocando 0 centro das preocupacoes dos ‘empresarios da esfera da producao para a das vendas. A criacao de novas necessidades passa a constituir uma estratégla de escoamento da constante e exponencial producao ~ ‘estamos na sociedade de consumo. Consome-se para escoar a producao. ¥ O consumismo, traduzido em comportamentos de consumo excessivo, irracional e sem crt- térlos, torna-se na imagem da socledade de consumo, Como resposta a uma sociedade excessivamente consumista, tém surgido movimentos de apelo a ponderacao e a responsabilidade social. S40 os movimentos consumenstas. Avaliagao GRUPO! ‘As quest6es abaixo so de escolha multipla. Selecione a op¢do correta em cada uma. 1. Quanto a sua Importancia, um carro de topo de gama e a saiide sao, respetivamente, (A) uma necessidade coletiva e uma necessidade secundaria. (8) uma necessidade terciéria e uma necessidade primaria. (C) uma necessidade individual e uma necessidade terciaria. (D) uma necessidade secundaria e uma necessidade primaria. 2. O grafico 1 apresenta dados relativos ao nivel de saciedade do individuo A, a medida que val bebendo copos de agua. Graticot seamze soon, De acordo com o grafico, o individuo A (A) fica sactado, em termos de sede, ao fim de um copo de agua. {B) fica saciado, em termos de sede, a0 fm de dois copos de agua. (C) fica saciado, em termos de sede, ao fim de trés copos de agua. (0) nao atinge a sactacao. 3. Os materials escolares adquinidos pelas familias para as suas criancas constituem exem- los de um consumo (A) individual e pablico. (8) privado e intermédio. {C) intermedio e supérfiuo. (0) final e individual. 4. A.utiltzaco de fermento por uma padarla constitul um consumo (A) coletivo porque 0 pao € consumido por um grande namero de pessoas. (®) final, porque o fermento val ser incorporado no produto final (C) Intermédio, porque o fermento val ser transformado num bem final. (P) pabico, porque o Estado tem de assegurar a satisfacao das necessidades basicas. 5. O consumo das familias depende, entre outros fatores, (A) dos precos dos bens e dos coeficientes orcamentals relatlvos a habitacao. (@) dos rendimentos dos consumidores e do meto social. (C) da inovacao tecnologica e da lel de Engel. (©) das marcas dos coeficientes orcamentals relativos a educacao. 6. Num determinado pals, 0 rendimento disponivel das familias aumentou. Mantendo-se tudo o resto constante, o valor monetario gasto em allmentacdo e bebidas ndo alcodli- cas fez 0 respetivo coeficiente orcamental aumentar. Esta afirmacao é (A) verdadetra, porque ¢ necessario satisfazer necessidades basicas. (®) verdadetra, porque de acordo com a lel de Engel, a relacao entre a despesa em ali- mentacao e bebidas nao alcodlicas e o rendimento disponivel aumentou. (C) falsa, porque nao ¢ posstvel aumentar a relacao entre a despesa em alimentagao e bebidas no alcodiicas e o rendimento disponivel. (©) falsa, porque de acordo com a lel de Engel, a relacdo entre a despesa em allmenta- ‘$80 e bebidas nao alcodlicas € 0 rendimento disponivel diminulu. 7. O-consumismo e 0 consumertsmo so dols fenémenos que apresentam respetivamente as seguintes caracteristicas (A) consumo impulsivo e consumo Irracional. (®) consumo racional e consumo baseado em valores amblentals. (C) consumo indiscriminado e consumo baseado em valores socials. (P) consumo controlado e consumo sem considerar as suas consequéncias. GRUPO I 1. As necessidades sao mailtiplas, individuals ou coletivas. ‘11 Explicite a afirmacao anterior, através de exemplos. 12 Apresente uma nocao de necessidade. Avaliagao 2. Oquadro 1 apresenta 0 valor dos coeficientes orcamentals relativos @ componen- te do consumo «Alimentacao e bebidas nao alcodlicas» do pas A, em dots mo- mentos diferentes (¢ e t + 5), assim como 0 rendimento das familias em unidades monetarias (u.m) no ano t. Quodro 1 Coecientes rcamertais et) ed Anot Anot+s ‘Alimentacdo e bebidas nio alcoolicas 40 35 Rendimento (um) 5000 | - 24 Apresente uma no¢ao de coeficiente orcamental relatvo @ componente do consumo

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