Você está na página 1de 15
soguad 3. TECNICAS DE REPOUSO E DE RELAXAMENTO (ESTUDO TRANSCULTURAL) * As técnicas de repouso pertencem a técnicas do corpo, sobre as quais Marcel Mauss atraiu a atenco dos antropélogos (Mauss, 1936), mas, apesar desta indicagdo, é preciso reconhecer que as informagées que temos sobre 0 modo de dormir, de se sentar, de sentir cansago © de se relaxar, de acordo com os povos, continuam muito lacunares ou pequenas, que encontramos muitas vezes mais informagdes sobre 0 as- sunto olhando fotografias do que lendo textos de etnélogos. O repous enguanto arma cont i como 0 trabalho, uma tri dimensio — biol6gica, psicoldgica e sociolégica. Se a biologia fixa os ites das possiveis condutas de repouso de acordo com os tipos de misculos fatigados, os modelos culturais impostos pelas varias sociedades fa estas condutas exercem, por sua vez, uma indubitével aco sobre a fisiologia dos misculos e tenddes. Neste artigo, que ¢ um estudo de etnologia, apenas estudaremos esta dimensao cultural, deixando de lado © problema dos aspectos anatémicos implicados. Mas, primeiramente, devemos partir de uma observagéo muito ge- lizagSes cujo traco comum € se oporem a civili- se do que eu gostaria muito de chamar de “civili- quer dizer, nas quais sio os exercicios dos masculos ago ocidental. zagbes muscular *Reproduzido de Basie, Roger. Les technigues du repos et de la relaxation (Bde trans-culturelle). Travaux du ‘Congrés International de Médecine Prychotamatique, Toulouse, Privat, 1968. (Apresentado no Congresso de Medicina Pasossomiéticn, Paris, setembro de.1966.) Trad. por Nilze M. Corréa Vaz, para fo Instituto de Estudos Brasileiros — USP. € a sensago de cansago que os seguem que determinam os trabalho © do repouso, e nfo, como entre nés, um hordrio pl ‘Assim como se come quando se tem fome, ¢ néo em hora prefixada, repousa-se ou dorme-se quando se sente necessidade. Este ritmo traba- Tho-repouso € ainda, nesse caso, um ritmo biolégico, muito mais que ‘ocial’ Fo que explica por que alguns viajantes falam da “preguica”” dos primitivos”; os cronistas antigos, que nos deixaram seus testerunhos shore os Bakongo, escreveram que os homens “ficam sentados no chao, as peas cruzadas, o dia int (BALANDIER, 1965); 08 missionarios jesuftas observavam que as redes onde 0s indios dormiam apodreciam seer a urina “porque eles sio tio preguigosos que quando tém uma fecessidade natural néo querem se levantar” (Cartas ayulsas); os via~ jantes de hoje fazem observagdes andlogas a respeito destes_mesmos indios, ficam impressionados a0 vé-los iméveis e silenciosos, horas © horas” sentados em um banco, ou agachados na lama (PEREIRA SALAS, 1966); um deles os compara’ aos alemaes que, segundo Ticito, passa vam a'metade de sua vida a cagar e a guerrear; a outra metade a pre- guigar e se divertir (KoHt, 1860). Outros ocidentais, mais esclarecidos, ‘0, © valor do trabalho nativo, mas acusam alguns fndios de “negligéncia”; os Timbira, por exemplo, depois do grande esforco inicial para derrubar a floresta e plantar, néo dariam mais atencdo ‘20s seus campos, enquanto outros, como os Apinayé, se preocupariam com eles até a colheita (NIMUENDAJU, 1946). Observacdes andlogas foram feitas para os esquimés, que passam metade do inverno dormindo (Jennkss, 1922). Na Africa, seria 0 contrério, naturalmente; seré na hora do calor intenso que se descansar4 e aproveitar-se-do as noites ilu- minadas pela lua para cacar ou colher frutos e raizes na floresta (Lepzevter, 1934). De fato, entre muitos povos, nao é exatamente a noite em si mesma que € 0 momento do sono, mas a “noite negra”, isto é a auséncia total de visibilidade que impede ao mesmo tempo o trabalho e os divertimentos (HALLOWELL, 1955). Como se pode ver, tomamos exemplos entre os coletores, como os Hotentotes, ou os agricultores de roca, obrigados a abrir cl floresta para fazer ai seu plantio. Quer dizer que o ritmo biolégico é contrariado por um determinismo exterior a ele, resultante do género de vida © do meio geogréfico. De todo modo, encontramo-nos em presenca de dois ciclos; um, que chamaremos de ciclo curto, o difrio, e 0 outro, de ciclo longo, que dura o ano inteiro; mas tanto um como outro perma- necem de todo jeito determinados por um sabio equilibrio entre o ritmo biol6gico © a necessidade do momento. Os Navaho, premidos pelas cias do trabalho agricola, trabalhavam facilmente de 12 a 14 horas ia, engolindo sua comida a toda pressa, fumando oc: tum cigarrinho, quase sem parar, para dormir depois ou ficar deitado ra (MaTHEWs, 1883). Quando os Manu da Nova algum trabalho importante, ndo param enquanto nao o ter- ‘até que exaustos se jogam no chao, onde ficam inertes, como mortos, para retomar depois 0 labor; € pois 0 sgico” que domina mesmo, ¢ estes nativos zombam dos europeus que “medem” o tempo do trabalho e marcam sinais peri6dicos de repouso (Map, 1930; 1956). Os Tapirapé, do Brasil, constituem “grupos de trabalho” que se entre- gam, quando abatem as drvores, a tarefas violentas de que serfamos jncapazes atualmente; a elas se dedicam totalmente, para ficarem deitados depois um ou dois dias, em suas redes, sem fazer nada (BALDUs, 1937). Igor de Garine propés, a propésito dos Massa (Camarées, Africa), designar esta forma de trabalho, que se faz por etapas cortadas por Jongos descansos, “trabalho distendido”, que se opde ao de nossa civili- zacio (GaRINE, 1964); por sua vez, nosso trabalho seria o dos reflexos condicionados segundo o ritmo das maquinas, seja rel6gios, seja desperta- dores (Le GorF, 1960). HA pouco tempo, Pairault fazia uma obser- vacdo semelhante, com outra populacéo africana; os habitantes de Boum-le-Grand deitam-se e dormem durante o dia, quando tém vontade; ‘0 meio do dia, que os europeus escolhem para a sesta, nao é privilegiado em relagdo aos outros momentos (PAIRAULT, 1966). Até agora falamos apenas de homens. O trabalho da mulher, porém, nao pdra (o que também fez os antigos viajantes dizerem que a mulher trabalhava mais que o homem), porque é preciso que ela nao, somente plante ¢ colha, mas ainda faca a comida, se ocupe das criancas, limpe a casa e 0 quintal. Os etndlogos de hoje, apaixonados por mimeros, pdem-se as vezes a calcular os horarios de trabalho dos dois sexos; ‘muitas mulheres Ioruba trabalham das sete horas da manha ao meio-dia, sem interrupeao, depois, das quatro ou cinco horas da tarde as sete horas da noite nos campos, 0 resto do tempo nos trabalhos caseiros, executados de manhazinha ou nas horas de maior calor (BroBaKu et al., 1949), enquanto o homem tem horas de repouso ¢ os meninos ¢ adoles- centes preguigam mais que as garotas da mesma idade (Bascom, 1951). Junod calcula em trés meses o tempo de trabalho para os Tonga, sendo ‘os outros meses consagrados aos passatempos ¢ divertimentos, enquanto ‘as mulheres raramente ficam desocupadas durante o dia, descansando apenas a noite (JUNoD, 1927). © que faz com que. se possa perguntar sea aquisicao de reflexos condicionados das alternéncias de um ciclo Curto, como 0 nosso do trabalho e do descanso, regulados no somente pelo fel6gio, mas principalmente pelo curso do sol, nao teria sido intro~ Gzido na humanidade pela mulher. Em todo caso, esta oposicao entre S ciclo Iongo do homem e 0 ciclo curto da mulher pode ocasionar Giferencas anatémicas entre 05 Sexos, como as reveladas por Kohl entre fs Ojibwa: as méos das mulheres so mais “duras” que as dos homens, seus sistemas musculares mais desenvolvidos, em particular os mtisculos dos bracos; 20 contrdrio, os homens, por causa de suas longas marchas a procura da caca, tém a planta dos pés mais forte (KoHL, 1860) Um outro trago que impressionou os observadores, sobretudo nas zonas mais frias do globo, é a extrema resisténcia (portanto a resisténcia, a0 cansago) das populagées contra a fome, o frio e todas as dificuldades da existéncia, As mulheres Chukchee trabalham até margo, com tempe- raturas de 30° centigrados, e seus dedos ficam sem protegéo durante todo o inverno; os cagadores de renas ficam dias inteiros fora, quase sem comer; ¢ 08 criadores, sem dormir dois ou trés dias completos (Bocoras, 1904-9); ou pelo menos ndo dormiam sendo alguns instantes de manha, e se levantavam logo. para cuidar de novo do rebanho (SvERDRUP, 1938). Resisténcia € fruto da educagao, as criangas brin- cando fora desde bem pequenas. * Se 0 ciclo curto dé ménos lugar a longos periodos de descanso que 6 trabalho “distendido” do ciclo longo, estariamos errados em pensar que os periodos de divertimento ndo cansem também; 0 que os etndlogos chamam de “periodos de repouso” podem ser, na verdade, periodos tao exaustivos como o periodo. dos grandes esforgos prolongados: “o indi- viduo que descansa, observa Pierre Janet, ao invés de ficar parado, sempre faz uma outra aco que, as vezes, espanta os assistentes porque esta acdo parece também gastar forcas”; na verdade, esta ago reclama tanto 0 trabalho, quanto a participacio da vontade ¢ a inibigao; ela toma — principalmente nas sociedades guerreiras — a forma de esportes ¢ de lutas coletivas, extremamente violentas, em que 0 homem deve usar todas as suas energias para vencer; jogos de bola, corridas carregando troncos de madeira nos bracos, Iutas corporais (tanto entre as mulheres, as vezes — como entre os Kadiuweu —, quanto entre os homens) etc. Bla toma, nas sociedades agricolas, a forma de dancas, de jogos, que se prolongam nas noites de lua até ‘muito tarde. Alids, a distingéo que os etnélogos estabelecem entre perfodos de trabalho e periodos de descanso néo é também uma distingdo etnocéntrica, no sentido de que divide o tempo dos itivos” segundo 0s quadros do nosso préprio pensa- mento ocidental? Na verdade, as lutas corporais e os jogos esportivos constituem uma continuagdo da escola, para os guerreiros: sendo uma aprendizagem de atividades que se usaré amanha contra o inimigo, 0 esporte faz parte, pois, do trabalho, como entre nés a atividade escolar faz parte do trabalho '. As dancas, pelo menos aquelas que tém fim nas tribos em que a escol “trabalho” escolar pelos pais como um verdadeiro porque nfo inte- izagdes que chamamos no inicio de “musculares”, 0 jogo dos para os Zufi, Rowers, 1956). 3 Ao cont miisculos 93 a boa caca ou 4 — eta. Certamente, nossa sociedade ocidental conhece também o “‘esg Yamento nervoso™, mas este esgotamento, definido como como a caca, Sivertimento; ilo agricola, “o cansaco levado ao estado mérbido” (quaisquer que sejam as causas sociais dele, © que escapa em nosso trabalho), € considerado (mesmo quando é supervalorizado pelas nossas sociedades de concorréncia e de luta por dinkeire ou prestigio) como um fendmeno patolégico quando, na ver- dade, € uma “coercéo” que sucede somente em alguns periodos da gRistencia; assim, € considerada ainda em parte dos setores camponeses Seamessas sociedades, além das populagdes que so o objeto do nosso estudo. este ritmo de “pausas” ¢ di. mean, POF) uma filosofia ambigua, 7 “atividades” f Porque deve levar © mess a necessidade de vives i Por exempta, cea a Ae, © trabalho. meuiver, (AWE, obriga ao horas de Geneeaey mere OS Manu, o homer idles aquele que na te dings pang mses INE Wabalha’ sem cose oe Admiragiio das eosee™ Tero magets Of de; entre cles, comne ces aior némero de bene, oo : Le te in ° ens, “Fabricar® nS nt a Su Oa 2c methores casas (Mien ar 94 coisa, ¢ sim como uma necessidade para a sobrevivéncia do individuo, ou do grupo familiar (LEIGHTON e LEIGHTON, 1949)*, A esta filosofia, desvalorizante (a atividade produtora nao é consi- derada uma virtude) e, ao mesmo tempo, valorizante (mas .o homem produtor é objeto de louvores, porque é necessdrio trabalhar para viver) do trabalho, acrescenta-se, como seu complemento, uma filosofia (qté mesmo uma metafisica) do cansago, que geralmente € bem meftos conhecida por nés, nao tendo atraido suficientemente a atencio dos etnélogos. Sao raros aqueles que, como Devereux, no caso dos Mohave, assinalam que no pensamento dos indios as psicoses ou neuroses so determinadas pela hiperatividade ou pelo esgotamento nervoso (DEVE- REUX, 1961). Pensamos que a teoria do cansaco deve ser outra vez ligada a filosofia da “forca” que o Padre Tempels colocou em foco entre os Bantu da Africa, mas da qual no focalizou o aspecto psico- fisioldgico, preocupado como estava pelo seu aspecto moral; o trabalho, dirfamos nés, seria acompanhado pelo sentimento de queda do. mana ou do muntu, de um enfraquecimento ontol6gico do Ser que, em conse- i necessita de uma recuperagio posterior. Entre os Dogon, com efeito, todo desperdicio de forca fisica é considerado uma perda vital e pede uma técnica compensatéria de recuperacao (que aliés toma uma forma bastante particular entre os Dogon ou os Bambara, através da teoria dos gros que esto nas claviculas dos homens, cereais dores da forca: GRIAULE, 1948b e DieTERLEN, 1951). Aproxim: facilmente desta concepcdo de cansaco as teorias indigenas da f que da Africa foram introduzidas nas Américas Negras, sob a forma dos Zombies, ou do roubo da alma, que suprime do homem “sua reserva de esforgos”, sua capacidade de trabalho voluntério, para reduzi-lo a um automatismo que o priva ao mesmo tempo da forga e do cansaco. Estas duas filosofias complementares, do esforgo e do can- sago, enquadram-se freqiientemente em mitologias que explicam a origem do trabalho ou do repouso, e também a anulacao de sua dicotomia num mundo invertido. Podemos dar como exemplo de mitologia da criago a dos povos lagunares da Costa do Marfim: Anansi, a Aranha, leva a Deus @ queixa dos homens que trabalham continuamente, sem que Deus tenha previsto um dia de repouso; entdo Deus criou a noite © © sono. Mas os homens dormiam de olhos abertos; entretanto, para nao dar i iquem a fazer outros Je estas condig6es muitos povos se dediquem a fazer ou 5S Compreende-se (0 syars como, na America do Sul, 0s Kadiweu ou 0s, antigos Inca, in trabalho, desde tenra infiinc ge impunam © Nam. uina ideologi rdiclarizando 0s prequigosos, we mnesmo tempo, US ‘velhos i-tull, WA(GACILASO DE LA VEGA, 1871). Ou, ainda, que os guia, “on fbalhar em seu benetcioy por excl, Ou primes fasam, 08 Joveea os sobrinhos ou oF primos cagulas, ob» As vezes, até com filbos destes (MEAD, 1956). _ 95 ia de que o tempo de descanso era algum trabalho, que fora interrompido quando caira a noi acordo decidiram dormir de pélpebras Techadas, Deas eonecs es lado, na lua, 0 rosto de um personagem-espifo, destinado a prevenir a dade suprema no caso de os homens utilizarem a claridade dela para trabalhar ainda (NIANGARAN BouAH, 1964). E a mitologia do mundo invertido, a da “A Terra sem Mal” dos Guarani, em que se produzem alimentos sem que o homem tenha de trabalhar, nesta nao hé certamente parada das atividades musculares, mas estas atividades nao fadigam o corpo (METRAUX, 1928; SCHADEN, 1945). Se nos /preocupamos em introduzir estas consideragées ideol6gicas no nosso trabalho, € porque elas nos permitem acrescentar, as duas conclusées precedentes da nossa introdugio, uma terceira ‘concluséo igualmente importante: o sentimento de cansago nfo é somente “vivido” pelo corpo, é igualmente “pensado” através de uma concep¢do antropo- Jégica ou c6smica da “forga vital”; o fato de experimentar cansago néo traduz, entéo, somente um certo estado fisiolégico, mas exprime também uma categoria do espirito. Coloca, assim, uma questo ao homem; e a resposta que o homem dé repercute, por sua vez, no estado fisiol6gico, para intensificar a consciéncia desse estado ou, a0 contrério, obscurecé-la. Se 0 cansago € menos “relativo” entre os ‘ndo-ocidentais do que entre nés, ele permanece, mesmo assim, em parte “relative” a um certo mundo de valores. izado por eles para E preciso entéo lutar contra seus efeitos, julgados perniciosos. Chegamos assim ao que se apresenta como o centro de nossa palestra de hoje: As técnicas de repouso e de relaxamento. 1. As técnicas de repouso Nosso estudo de técnicas de repouso seré abordado no quadro seguinte: 1) Partimos do ritmo fisiolégico para nos ligarmos cada vez mais a0 cultural ou ao social, mostrando que o ritmo gico é rapidamente agambarcado pelas diversas culturas, que o “relativizam” em relacao aos seus sistemas de conceitos e de valores. As técnicas de repouso Nos remetem totalmente ao cultural, Em outras palavras, partimos da idéia de que o homem é'um corpo ¢ de que as exigéncias deste corpo (atividade — repouso) se impdem a ele de fora; agora, chegamos a idéia de que 0 homem tem um corpo e que ele o condiciona segundo as P leis de seu espirito. Como veremos, os etnélogos ficaram impressio- Sacs com otro hibits de ropouo qu herpes ans emerson compicamente a xpreno € dle cent Senet tera patio part ele rlconee anor MEN fcctar por ecto cher Coneguris (Cnewency a) ee “fear ctr das fran Je repo ds gua ese, eae Gh mesma forma que dan “Sree carts der aes ies, ou day wocts mainoni Em comseatincet gran Seems Sotho atu, cas tio “adgusius' dede ateie Dass Mace Maut cbse, por exo ae ae aul sar de NiSihare Serr ne eee nena, ucada che Sone ele enquanto too o's du hasanice eae ae 1980) "Nie te deve concur dena gers sue opin Caen tous pote utucen do. que wero ala ae 9 mates Sane Se se apr, de Sofmr‘cte, Obsee Beret, bra poo Te Sear din'Marms, gust ate pan 6 et! wee Wale, Suman tus tines ne Senta Sbvenda’as psa so Sb 6 “ae Senda'sscnbros de seus ies como se cscs foun bones emt BINGE Shapopins paises Chenon elo publica iis) 2) B que estas técnicas_de_repouso constituem, no interior 7 uma dais Decaigade: Vericeion "sean soso aes Be Gs or asatias de alas memes Sem divi age Uisehconramo age opiate cer aio, sessile Cat dt le per ss Ss pomp, SYSQUES SUNG gore pn drm a eo dee cheats oS i” nde gon oa ae alterna cons ean dot Reheat Docs decir sep: resis dx CaS TE ees icasamentos lctos (quer diac, acits, zamena efeeaie se ca ste le, aes orem afo-valorizados) seus estes Peete cas (bes Maes eon cm mila) e Saaimente, Ba poses provid, rar eanado. do repouso deve, pois, restabelecer o sistema das téicat i te oe eee jade sbegenizada’, que val cee Pre. aca descrever estes sistemas, devemos analislos| em = ae a ist ie um lado, os tres ond) 6 pa enn, porge deve Sting Sw sean Ge Faas Epa epi om Ho etna para nés, mas que criss ca fgdo —~ devermor, por outro lado, exe Prec wentado, sep detado — o gevonch pot OW, ad xt re endo pone, soe mao sto tm wea te ‘as mesmas para a crianga e 0 adulto, para 0 ao sudo. sistematics 1 ain do inte esquems sons CONS ama, do seBuinte 658 aca a8 pes isto) xa 0 nobre o8 Yaramente com ee ‘preoeupam Suse deveria tor Teenicas de TePOWs0 oa se —— ffeeeeer cere ca jar 9 corpo ¢ so introduzidos para alii oe 4) A medida que objetos 380 Aerscejam estes objetos inventados ) A medi au repowro, quer sam estes bjetos,Inven rag he ae jam eles intr e Pais ciia considerada, quef sejam cles introduces, © Or culares. Py mire, ogy Soermar nove smsoigee musculace Bore i, tase forget de’ drvore ou mae tds, om, cate em. lugar de stare fem ‘outa posiclo: as pernas fee 7 jos nfio deixaré de exercer SESH RUE, ISD donbuss novos nh dard de eer sett 6 SB arora pono svando fe pessoas se lees sobre te or ggachario mai como ante, BREA SELS” Mat fanao'o guj, fo Tugar deer uma invenet Sie onde orn cs‘untgos babes continuum mals fortes €”0.ind Ms serait on wrn"eadneesinsalcse hela como oe ctivess We'ctho (Bensors sia publicado)s bu eno 9 objeto novo 6 conside Tado'um objeto saab”, eatinade some sos chelen aos velhos Ou 80 foment eb eno duss mansies de descansar;esratiiendan: segundo tr cae sin om spundo’ ce seats (Glows inert: 1oose Naat eto, 1360; Neva: Ctctton e Legon 1545 “fons: Tuscon at then’ Ct oe teons fa nda, ab camas (de ferro 08 de madst), © a cadiras se tomar simples objetos de prestgio. destinados fa cn soso Que ere trad, ou slo feservedo soment 85 brancos de passage (Zunis SrevensoN, 1904: Torus Tonnsoe 1521), "Agu sind, sxatamente como para ov conjuntor ae museues utilizados, pode-se est ne aiseohereeaoti abelesr (pelo menos alt onde a aculuragdo fo exerceu ainda os seus efeitos: e ie be vines io ) “areas culturais bem determinadas, dos materiais empregados, desde a esteira até 0 jirau, ou o estrada, a almo: Fada, 0 sleeping bag etc, Mas uma teoria da ago dos objetos materia namento do corpo deveria levar em conta, além dos facilitar 0 repouso propriamente dito, outros objetos de Perebitual, como o tambor, por exemplo, que, de acordo com nanho ou com a posi¢ao em que é colocado — vertical ou onontalmente — obriga © tamborileiro a ficar de pé, ou a se sentar sono das pessoas para se introduzir nas tendas ¢ roubar a alma dos Jormecidos (HALLOWELL, 1955). Somos obrigados a dormir, mas ndo im certa angistia; em algumas tribos americanas, dorme-se apenas & site, nunca durante © dia, porque o sono pode provocar a vinda da ma de um morto para fazer Sane Soe eae toed ‘orard entdo a morrer, por sua vez (JENNESS, : igang ne Asp ren, nd basemen ormecido para vadiar e nao se deve, nu dat , es ela podecia no ter tempo de se reintroduzir no corpo, Oe rovocaria 2 morte do individuo em breve prazo (HOLLIS, 1905). iéias so quase universais e bem conhecidas ere eal Mas ¢ preciso Tembré-las porque AO ‘Oscar Ribas, 49 ‘és momentos: um momento “prepsratsrio”, frieglo, com o index da ee rr de, praticante, assentada, as pernas esticadas, com &, cabecd Bie ite dead, colocada contra seu pete, do,couro cabsludo dee ce eae suavemente, um momento “adormecedor” simula ne re jos piel; enfin 0 momento “terminal”, com caricia oo eieaos (CAmana CascuDo, 1965). Este téeica 2 cates com clos eseravor de Angola em Portugal (TODAS 1o inroteen de Sainteenevieve) © no Brasll (BASTIE, 1040): Init, Bb vote cl parcceu tao eaiatatéria que passou do, Erupe (om estes dls Papo dn brancos. Na Frangh, Artur Risa oO Bee Pee ene procurndores de pula, nalou admiravcinente © Poem cease, feal ov imaginéria, do espiolher Conclusio “Limitamos nosio estudo as ciilizagdes que chamamos, “muscles” poe e's nose, tai intelectual, na gual 0 Cans, Per Fe oe ponte ttn conta ele — agi formas muito expe, 8 en ss que as toiedades que tos em vista nea CxPOSS oduct Sm Groblemes intelectuals, que estes problemas mio, cic re conejo, mas estas tenses ato resultam em nove formas oe {east argue existe rituals compensatérios tradicionis, mépcos Ty Sane, Pops afatam a angistia, dando aos espiios um snes religions, a ange, E apenas na hora em que as sociedades enam cf formas de cansago, de palestra do’ Dr. fe refer au forigem agora ps Reseau sobre 08 Eslagidcios AVricano fpowo mundo, em que as civiliza Referéncias bibliogritficas Amer. Aniloopol, XUV paxeey, Flore. 1942 — Navaho motor habit Bios Be coors, 1937 — La vie qutieane au raveua de Keres Ui on XVIII wecle, Hachets ae ne ioat Bonon de emologi baste, Sto POP ost — Social satus Wealth eng naval UTES a Aimar Anthropol, 53: 490-505: Bras. sascom, Wiliam R. fe amoag the Yoru ee heed — *fe Australian aboriginal. Adelaide, Austrélia. Bastwpe, Roger. =e 1941 — Paicandlise do cafune. Curtba, Brea 1988'— Le candomblé de Baha, rite nagd. La Faye Mouton Bronaxe, Saburi O, e ali 1949 — Brochura edtada para s Tescene Con: {etaca da Aca do Oss em tadan Te Uniey Cle odes, Boooeas, Waldemar. 1904-1909 — The Chukchee. Memoires of the Amer. Museum of Natural History, ¥. XL Camana Cascupo, Lals da. 1965 — Made in Africa. Rio de Jancivo (Curwines, Charles. 1936 — Back in the Stone Age: the nets of Conn “AsarrliaSidne, Australia. 2 Cental Cieza oF LEON, Pedro de. 1864 — The travels of Pedro de Cleta Leon, AD. 153230. Contained in the lint part of tha code ot Peru. Trad. ¢ org. por Clement R. Markhant Londres CCono, Bernabé. 1893 — Historia del Nuevo Mundo. ‘Sevilha, Don Marcos Jiménez do la Espada. v. 4 Densmore, Frances. 1929 — Chippewa customs. Bureau of Amer. Ethnol Bull, Washington, 1. 86. DevErzvx, Georges. 1961 — Mohave ethnopayshiatry and suicide, Bureau ‘of Amer. Ethno. Bull, Wathington, ne 175. Drerentex, Germain. 1951 — Essai sur la religion Bambara, PUP. Doxsey, George A. © Munt®, James R. 1940 — Notes on Skit Pawnce Society. Field Museum of Natural History, Anthropol. Seis, Chicago, 27): 65-119. Dv, Walter. 1947 — A Navaho autobiography. The Viking Fund. Nova York. ForTone, R. F. 1935 — Manus religion. Amer. Philos. Soc, Finds, ». 3, Gancitaso bE tA Veoa. 1869-1871 — El Inca, Trad. de C. R, Markham. Londres. Ganise, Teor de. 1964 — Les Masta du Cameroun, PLU. Gnavee, 19486 — Diew d Eau, Pars, Ea do Choe — . 19485 — Lelliance cathartiaae e aperience. Flsdéa, Us HartoweLt, A. Inving. 1955 — Culture and experi ‘OF Pennsylvania Press. ral backaroun Soe i957 Araucanian child life and its cultural background. Hncex, M. Inez. 1 ‘dlaneous Collections, ¥. 133 ‘Washington, Smithsonian. Miscelaneous Hous, AC. 1905 — The Masai. Oxfor Th Met and fone tnt Floceman, Ray. 1931 — Nuer customs and folklore. Vonties. V Junop, Henri Ae et a en omnes ot Dutch Culame Karn, Morton C. 1931 — Djuka: the Busch Negroes of Dutch Gulana ‘ioe com 'G. 1840 — KichiGani. Lonies roo oag The Ting idan, Trad. do a Sens ste ain't Wabiogton Pes Lao nen Se 1954 — Ting ess about the individu rey Anropalogy KATO. ante toe 2 haion Fal Hach 1 Rae ons Bigeboreen Kaltren in Sdwest wd Sd Me dpa 2 Laien, Ateanter He Lsomrox, Dorothea C. 1949 — Gregori, the eae esobllgiad penonally stugy of Navaho Tos a esbeas Musca Casbsdge, Harvard Usk ven Pre ts oom aor 1960 — Au Moyes; tomps de pac ot tmpe des cracls” Aww Beonomde Soci cinisaion LiviSimvsy Cand 1940 — La ve famiae st tcl de Since Seiad der dmc lamin, Eahach, Sm Se ana rovag puns (lamang) tn dings and Elowhere- Bsc, Maat, Conte de 1995 0 wavegem. 3. ef Sko Paul, Bes Mangus, Lorne 1959 — Narvage among ‘Kung. Bushmen, Airc, Bsa Marve, Watigton. 1883 — Nave Wins Mus, Matgte. 1920 — Growing up in the New Guinea. Nova York 7 1956: News lives for old: extra mansfomation = Mota, 1988: 1953. Nova York. ie oe por Eras South- \diens Nam- jrsmith. Bureau of Ethnology. 1957 — The Highland — Plateau Amara of Edlol "A dseraton in Anthroplogy presnted othe oeaty ob the Graduate School of the Unnersiy of Peamsivasa Patera, Mérmave, Aled. 1928. ‘La religion des Tupinomba, Biting oe le dev Hautes Bruges, +45 Movrisoos, George. 1934" Trait detnolote cul Morcan, Lewis Henry. 1901 he Iroquois Nove York Ws Nuvwona Bova, Georgen 1964 — adv + 1964 — Le divin du temps ete calen drier rituel des peuples lagunaires de la Corn oye ps. ‘ale Payot. — League of the Ho-DeNoSauNee or “sted. srequauratduiog ese sauuaidoiyja ajouoloN’ asy3sgqd supp xna15yjad saoyfjo syuadg{f{ip SAP uoynsaxg — 9961 ‘@peqe "yl SLVTSA, “gAgtaaugy-ojUleg ep voaongid ep Soupeut soyrosnae ‘sappomuuop sation — ‘P'S “WAVNATTOL *yIoX PAON ‘ajdoad ssajuavy ay. — 6S6l “MeqsIeW WeqeZTL ‘svVWOHL “6g U ‘uoyBurysem “TING “7OMYIT samp fo noaing ‘SiX04 pue syysur su, — 60st =“U U4oL ‘NOLNVMS, ‘oso “4ayofospunl SCH — Se6l WHIN PIeeH ‘A NUdUaAs: “peg-] ‘d worBUIse AA “ZO6T-106T “1OMYIT “4a fo nvaing ayt fo yoday jonuuy psgz “sueIpar unz ey — Poot ‘oxoQ EpINRW ‘NOSNAATLS -euag “DYDD pun punjouon snv “yprequog’y ‘aZLINHOS ‘Txt ‘omeg ogg ‘o/nng ong ap sviseT 2 SPEND ‘pifosopg ap apopinany pp ‘jog ‘Tseig OP seuasipul soqiy sewngye ep ealgray eIBojoyUs & e1gos oarSojopoos-ouye ofesug — opel ‘wosy ‘NAAVHOS -eyseigeN Jo “AtUQ ABojodorqyay JO Asoyesrogey ‘gLet-VT d ‘¢ yoog e0N ‘7% ‘U ‘ydpszouop “2311 Apep runz — 9S6l WW Uyos ‘sLuaaod “RIgIQPUMA “PO 7 smuysskqy [oad 94. — SE6T ‘AO ‘APA ‘ounsnany “Y10A PAON -yoqzaq — 6f61 “V skpe[p ‘aavHoray “ssaig ‘AIUQ. o[eA “UOARH MON spuvposokn {0 1u08N oun dn 8urmos8 :ssayyof “ayt fo uaspiiyD — 096T yoredreyy ‘Va “XII ‘ngojp “vanyey Top oyonErqesueL, — Test “MISeA. snfeno ned ‘po ‘unpy ‘sueIeqIYL ayy Jo saanysod Surdasys reyndeq — €S61 “xuvWNaC ONY aoaaUD dO ualad “UONDSHLAID-P1FIIOS-AUOUOIT -uuy ‘atequojoo enbodgy @ HYD ne soBojl0y sx] — 9961 ‘d ‘svivg valadad ‘uonoy ‘2ABH UT “77H SA ‘auoayp 219D ep 7191908 au) — Z96T “asIUaC ‘AWANV siny pano[np ja 4214 “EL-B9T:61 ‘OOS “uva]D AIST ‘SNOSUY ayy 8u AON ‘Uppy “TUNZ ye VOIpIIY puL sIOMIOW — 6161 4

Você também pode gostar