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MINISTERIO DA EDUCACAO aan : INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE SAO PAULO CAMPUS DE PRE! ACIO APOSTILA DE ELETRICIDADE BASICA Prof. Andryos da Silva Lemes Esta apostila € destinada aos alunos dos cursos t6enicos do IFSP_ campus Presidente Epitécio. © conteido desta apostila foi retirado de sites como Brasil Escola (www. brastlescola.com) e do livro “Introdugdo a andlise de circuitos”, oitava edi¢Zo, do autor Robert L. Boylestad. O autor desta apostila apenas compilou a informago contida nessas fontes de uma maneira mais direta para facilitar o entendimento dos alunos de nivel médio. SUMARIO 1. NOGOES DE ELETROSTATICA 1.1 Atomos e sua estrutura... eS senses 1.3 Potencial elétrico, 4 2. TENSAO ELETRICA OU DIFERENCA DE POTENCIAL ELETRICO (DDP) 3. CORRENTE ELETRICA, ETRICA sossssse 4. RESISTENCIA EI 4,1 Fatores que influenciam a resisténcia elétrica de um corpo oe) 4.2 Segunda lei de Ohm..... 5. I" LEI DE OHM, POTENCIA E ENERGIA ELETRICA.. 5.1 Primeira lei de Ohm. ul 5.2 Poténcia elétrica. ait 5.3 Energia elétrica... 6. CIRCUITO SERIE. 6.1 Resisténcia equivalente de um cireuito série. 1B 6.2 Anélise de um circuito série 15 6.3 Leis de Kirchhoff para tensdes (LT) 15 7. CIRCUITO PARALELO 7.1 Anélise de circuitos em paralelo. 7 7.2 Lei de Kirchhoff para a corrente. ot) 8. CIRCUITO MISTO... EXERCICIOS 1. NOCOES DE ELETROSTATICA 1.1 Atomos e sua estrutura A unidade fundamental da matétia é o étomo, sendo assim, constitui-se da menor particula de um elemento. 0 tomo € composto de um niicleo central contendo prétons (carga positiva) © néutrons (carga nula). A regiao ao redor do nticleo, chamada de eletrosfera, orbitam os elétrons (carga negativa), tal como ilustra-se na Figura 1.1 nusmox (- e @_ ELETROSFERA évfeox (0) Figura 1.1: Contigo do stomo. ‘O médulo da carga elétrica de um préton, ou de um elétron, é a menor quantidade de carga possivel de se encontrar na natureza, por isso, essa carga € denominado de carga elétrica elementar, que & dada por: €=1,6x10" [C] (coulomb) a.) Como o valor da carga elétrica do préton e do elétron sao diferentes apenas em polaridade (sinal), tem-se que a carga elétrica de um proton é +¢ e do elétron & ~ Desta forma, conhecendo-se a quantidade de protons ou elétrons que um corpo qualquer tem em excesso, pode-se calcular o valor da carga elétrica deste corpo: Q=te-n [C] (2) sendo 7 a quantidade de protons ou elétrons excedentes no corpo. EXEMPLO: Um corpo que ini submetido a um processo de eletrizagdo no qual perde 5 elétrons, Calcule a carga elétrica ialmente tem carga elétrica equilibrada (carga nula) € deste corpo apés a eletrizagio. RESPOSTA: Um corpo que tem carga elétrica nula possui a mesma quantidade de prétons ¢ elétrons. Se 0 corpo perdeu 5 elétrons, significa que agora ele possui S protons @ mais do que a quantidade de elétrons. Sendo assim, aplica-se a equacdo (1.2), escothendo o sinal positivo (pois trata-se de protons em excesso) ¢ fazendo n=5 Q=+16x10"-5-Q=8x10” [C] 1.2 Elétrons livres ‘Como dito anteriormente, os elétrons orbitam o nticleo at ico. Acontece que os elétrons mais afastados podem ganhar energia do meio externo e desprender-se do stomo de origem, passando -se chamar elétrons livres. E sio os elétrons livres que constituem a famosa corrente elétrica, assunto a ser tratado mais adiante desta apostila. Materiais condutores possuem grande quantidade de elétrons livres. 1.3 Potencial elétrico Uma carga elétrica gera em seu redor um campo elétrico. Dé-se 0 nome de potencial elétrico a medida associada ao nivel de energia potencial de um ponto de um campo eléirico. Colocando uma carea de prova q em um ponto P de um campo elétrico, essa carga adquire uma energia devido ao potencial elétrico deste ponto. A unidade de ‘medida do potencial elétrico é 0 volt (V) Apresenta-se na Figura 1.2 uma carga elétrica e © seu potencial elétrico. Figura 12: Potenialelrico 2. TENSAO ELETRICA OU DIFERENGA DE POTENCIAL ELETRICO (DDP) A tensio elétrica (V), que também é medida em volt (V) € a diferenga de potencial elétrico entre dois pontos. A tensio elétrica indica o trabalho que deve ser feito, por unidade de carga, contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer. Separando um corpo neutro em duas regides com cargas opostas cria-se uma tensdo elétrica entre essas regid la com a simples criago de uma separagio de cargas positivas € negativas. Apresenta-se na Figura 2.1 os simbolos que de fontes de tenso, sendo (a) fontes de tenso continua e (b) fonte de tensio alternada. fa) (b) ‘gua 2: Simbols de fone de tensio. (2) Fonte de eno continua (b) Fone de tenso allemad Quando uma carga de prova é submetida a uma tensdo elétrica, ela move-se da regidio de maior potencial para a regido de menor potencial. A tensio elétrica é a grande responsavel pelo surgimento da corrente elétrica. 3. CORRENTE ELETRICA. O destocamento de cargas elétricas para uma determinada direcao e sentido & 0 que se chama de corrente elétrica. A comtente elétrica origina-se por meio de uma tensio elétrica aplicada entre dois pontos distintos no espago. Hustra-se na Figura 3.1 a corrente elétrica gerada por uma bateria, Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentago de elétrons em um condutor, mas também € possivel haver corrente de fons positivos e negativos (em solugdes eletroliticas ou gases ionizados), BATERIA Figura 3.1: Comente erica Em outras palavras, corrente elétrica é a quantidade de carga elétrica que atravessa a seogdo transversal de um condutor em um intervalo de um segundo. Portanto, o célculo da intensidade de corrente elétrica (J) é dado por: 1=2 [Aj (ampere) en ar Sendo Q a carga total que atravessa 0 corpo e Ar o intervalo de tempo considerado (Obs: 0 tempo deve ser considerado em segundos). 4, RESISTENCIA ELETRICA A resisténcia elétrica esté associada a oposigéo do fluxo de carga (corrente) em ‘um determinado circuito. Essa oposigao € chamada de resisténcia. Um resistor, € um componente eletroeletrOnico que cuja fungdo & adicionar resisténcia elétrica ao circuito. Seu simbolo é indicado na Figura 4.1 siMBOLO —WW\— ou I Figura. 1: Simbolo de resistor. A unidade de medida de resisténcia elétrica € dada em ohms (). Basicamente, a resisténcia surge devido as colisGes e fricgaio entre os elétrons livres e outros elétrons, fons e étomos, conforme representa-se na Figura 4.2. Em (a) tem- se um isolante (resisténcia alta) e em (b) tem-se um condutor (resisténcia baixa).. Resistencia alta Resisténciabaia (Isolantes) (Condutores) bs = o> ) = vow | Vas « ‘Figura 42: Oposigio do xo de cargaselieas a) Isolate. (b)Conduto. 4,1 Fatores que influenciam a resistencia elétrica de um corpo «MATERIAL © Condutores: Aluminio (Al), cobre (Cu), ouro (Au), etc © Isolantes: Madeira (seca), borracha, ete. A seguir, apresenta-se na Tabela 4.1 a resistividade de alguns materiais. TABELA DE RESISTIVIDADE MATERIAL |RESISTIVIDADE (Qm) Cobre 1,72 E-8 Aluminio 2,82 E-8 Ferro 13 E-8 Carbono 3,5E-8 Trbela 4.1: Ressividad, * COMPRIMENTO: Quanto mais comprido € o corpo, maior ser a sua 2, pois aumenta a quantidade de colisdes de elétrons, tal como ilustra-se na Figura 4.3. R> cee ) (oo eeeeee) |__| — L>/ Figura 4.3: Dependéncia da resistncia ektriea como comprimento do corpo, » AREA DO CORTE TRANSVERSAL: Quanto maior a area do corte transversal, menor serd a resisténcia, pois isso diminui a quantidade de colisGes de elétrons, tal como ilustra-se na Figura 4.4 R> R< o> ep ex> o> exp oD Figura: Dependénca da resist etrica com sea do corte transversal 4.2 Segunda lei de Ohm A 2" lei de Ohm é a equagao basica para o célculo de resisténcia elétrica de um corpo. Bla é dada por (4.1) R=p + 19) 41) a sendo p a resistividade do material, / 0 comprimento do corpo e Aa area do corte transversal, Apresenta-se na Figura 4.5 uma exemplificago da 2" lei de Ohm. -_ _»’ p : I A resistencia resistividade elétrica do material ‘comprimento do corpo I ‘rea da secedo transversal Figura 45:2 de Ohm. ul 5. 1" LEI DE OHM, POTENCIA E ENERGIA ELETRICA 5.1 Primeira lei de Ohm A I* lei de Ohm revela como as 3 quantidades basicas da eletricidade (tensao, corrente e resisténcia) se relacionam. Esta lei € d lada por (5.1). (1) Nota-se que conhecendo duas grandezas em (5.1) pode facilmente se determinar a terceira grandeza, bastando apenas manipular algebricamente a equagao, tal como apresenta-se em (5.2) e em (5.3). v 7 5.2 Poténcia elétrica (63) A poténcia é um indicative da quantidade de conversio de energia que pode ser realizado em um certo periodo de tempo. (5.4) iy (pears) A unidade de poténcia é dada em watts (W) A poténcia consumida por um sistema elétrico pode ser determinada em fungao dos valores de corrente, tensdo e resisténci: P-V-l (5.5a) P=R-P (5.50) Vv 5.5 (5.50) A poténcia fornecida por uma fonte de tens & dado por: El (5.6) sendo E 0 valor de tensdo da fonte, 5.3 Energia elétrica. é A energia elétri capacidade de uma corrente elétrica realizar trabalho. A principal fungao da energia elétrica & a transformagio desse tipo de energia em outros Lipos, como, por exemplo, a energia meciinica e a energia térmica A energia elétrica € dada por: W=P-ar 6.6) A unidade de medida de energia é joule (J), entretanto, ao se tratar em energia elétrica é mais comum mensuré-la em quilowatt-hora (kWh), sendo a poténcia P dada em kWe itervalo de tempo Ar em h (hora). CIRCUITO SERIE um ito € dito série quando todos os elementos esto conectados no mesmo amo, ou seja, a comrente que flui no circuito & a mesma para todos os elementos, tal como ilustra-se na Figura 6.1. Em (a) tem-se um circuito série e em (b) tem-se um cireuito que no esté em série. x Figura 6.1: (a) Creitoem re (b) Circuito no sie 6.1 Resisténci equivalente de um circuito sé Como pode-se observar na Figura 6.2, resisténcia equivalente equivale a associagio dos resistores Ry e Ro, mek gua 62: Resstneiaequivalente Em um circuito série a resisténcia equivalente € calculado simplesmente pela somat6ria de todas as resisténcias envolvidas: Ry =R, +R, +R, +...4R, 6.1) 6.2 Anilise de um circuito série Considere o citcuito apresentado na Figura 6.3. +My - “y+ Figura 63: Exemplo de andlise de um cicito sie O primeiro passo € descobrir o valor da resisténcia equivalente. Rr = Ry + Ry + Ry =2N+104+5N=80 Uma vez conhecida o valor da resisténcia equivalente, calcula-se a comrente fornecida pela fonte utilizando-se de (5.2) =£.0V. id 30 728A Em seguida, pode-se calcular por meio de (5.1) a queda de tensio sobre cada resistor, uma vez que em circuitos série a corrente que passa pelos elementos a mesma Pode-se, ainda, calcular a poténcia dissipada em cada resistor. Para tal, basta aplicar (5.5a), (5. V)2,5 A) 25 Ar7.0) P, = ViRy = (12,5 VY/S 2 = 31,25 W Caso seja de desejo, pode-se calcular a poténcia fornecida pela fonte, bastando aplicar (5.6) ou somando 0 valor de todas as poténcias dissipadas no circuito. Pog, = El = (20 V)(2,5 A) = 80 W Paci = P; + Pz + Ps 50 W = 12,5 W + 6,25 W + 31,25 W 50 W = 50 W_(confere) 6.3 Leis de Kirchhoff para tensdes (LKT) Essa lei diz. que a soma algébrica das variagdes de potencial (tenses) em wma ‘matha fechada é nula, Ou seja, considerando um circuito série, a soma de todas as quedas de tensdes nos resistores deve ser igual a tensdo fomecida pela fonte Para o exemplo da Figura 6.3, observa-se que a soma algébrica de Vi, V2 e Vo é igual a 20 V, 0 mesmo valor da fonte de tensdo do circuito considerado. 7, CIRCUITO PARALELO Dois ou mais elementos, ramos ow circuitos estiio ligados em paralelo quando possuem dois pontos em comum, tal como se ilustra na Figura 7.1 Figura 7.1: Elementos em partelo Em um circuito com resistores conectados em paralelo, a res €caleulada por: a.) ot ltl te RR A equagao (7.1) € a equagdo geral para o célculo de resisténcia equivalente para ‘um circuito paralelo, Essa equagdo se aplica para qualquer valor e quantidade de resistencias. Entretanto, em alguns casos espectficos, (7.1) pode ser simplificada. Em casos onde se deseja calcular uma associagdio em paralelo entre apenas duas resisténcias, pode-se aplicar (7.2): (1.2) Em casos em que o valor das resisténcias sdo iguais, pode-se simplificar ainda ‘mais, bastando aplicar (7.3): a2 sendo n a quantidade de resisténcia iguais. 7.1 Anilise de circuitos em paralelo Considere o citcuito apresentado na Figura 7.2: Figura 72: Exemplo de circuitoem panto, 0 primeiro passo é descobrir o valor da resisténcia equivalente. py = BRL. OOKIEM) _ 12.0 _ gg +R 9M+180~ 27 Uma vez conhecida 0 valor da resisténcia equivalente, calcula-se a corrente formecida pela fonte utilizando-se de (5.2): ‘Como todos 0s elementos tem dois pontos em comum (associagao em paralelo) a tensdo sobre esses pontos & a mesma, portanto a tensdo em todos os elementos é igual a 20V. Sendo assim, por meio de (5.2) pode-se calcular a corrente elétrica que passa por cada resistor: E nage on OM vy EB 2 2am tor € a poténcia Pode-se, ainda, calcular a poténcia dissipada em cada rn fomecida pela fonte, bastando aplicar (5.5a) e (5.6), respectivamente. Py = Vil = Eh = Q7 VGA) = 81 W Py = Vals = Elz = 27 VXLS A) = 40.5 W P, = El, = 27 VX45 A) = 12.5 W_ 7.2 Lei de Kirchhoff para a corrente. Essa leidiz que a soma algébrica das correntes que entram e saem de uma regidio, sistema ou né é igual a zero. Em outras palavras, ao se considerar um n6 do circuito, a somatéria das correntes que entram nesse né deve ser igual a somatéria das correntes que se que no exemplo da Figura 7.3, a corrente fomecida deixam esse mesmo n6. Observ: pela fonte (4,5 A) € igual a somat6ria das correntes 1) € L 8. CIRCUITO MISTO Por definicdo, circuito misto é aquele que contém componentes ligados em série em paralelo. O método mais utilizado para anélise de cireuito misto € 0 método de redugdo € retorno. Este método, consiste em reduzir todo 0 circuito a um tinico componente equivalente ligado a fonte , determinar a corrente fornecida pela fonte e repetir o processo no sentido inverso até chegar ao valor da grandeza desconhecida Considere o circuito apresentado na Figura 8.1: He

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