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oO pa = sa a ca o desenvolvidas 0 crescimenta demogréfico é inexpressivo, sendo até mesma negativa em alguns locais. Nos paises em desenvolvimento & emergentesocorrem as mais variadas situa- {(Oes: em algumas nacies, o elevado cresci- mente papulacianal compromete a busca de desenvolvimento sustentavel; em autras, a populacaa tende a se estabilizar nas praxi- mas décadas, comaé ocaso do Brasil. Estuderemas neste capitulo as tearias sobre a crescimente populacional e sua in- fluéncia no desenvalvimenta das paises, além dealguns conceitasimportantes para ‘entendiments de tema, coms pepulaeso, ove, etniae direitos humanes. Segunda Fundo de Popularo dasNa- (gBes Unidas (UNFPA), em 2015, 0 planeta Tecra era habitada par 7,3 bilhdes de pes- seas, cistribuldas demansiradistinta pelos paises epelas regioes. bserveno mapaabaixoque existe re- Rican acon Oe gies comelevada concentracan de habitan- pipinando pesuem data tes e outras em que 2 ocupacao humana fa publactvongral esparsa, A indica da populagdo varia bastante entre os paises, Nas economias ‘Maa TION Erte | dt Ae of Wink Cap Te cetera Sy SB + benudase emoy ca canepene a mee abuse Se mar eho ea erat 2a er ee a Populacao mundial Em 2015, segundo o Banco Mundial, aproximadamente 15% da populasao vivia em condicbes de pobreza extrema, ‘A maior parte estava em paises em de- senvolvimento da Africa subsaariana e da Asia meridional. Cerca de 30% traba- thavam na agropecuiria, silvieultura ou pesca e'13 bilh3o de pessoas (18 3%) cam 18 anos de idade ou mais eram con- Sideradas analfabetas, segundo o Rela- trio de Dezenvolvimento Humana 208, publicado pelo Prud. Nos paises de de- senvolvimento humana muito elevado, 8258 dos cidadios tinham aceseo a in- temet, enquantona América Latina eno Caribe esse nimero cais para 50%; na Africa subssariana ese indice era de 19.3% e no Sul e Sudeste Asiatico somente 17.6% a populacao tinha acesso a rede mundial de comuni= cacsoem 2014. No entanto, muitas paises aprecentaram um expressivo crescimenta ecanémico e as condicoes de ida de suas populacdes methorou, principalmen: te durante a segunda metade do século XX inicio do século XxI. Deacordo com oBanco Mundial, em 1990 cercade 119 bilhde de pessoas viviam em candicSes de pobreza extrema [com menos de US$ 1,25'por dia). Esse nuime- 10 foi reduzido quase pela metade, apesar do cresci- ‘mento populacional da periado (veja o grafico acim) ‘Sbiuturs-cutea de Se Goren pars sbteneie aie pe (eens deumatadae ar pobre i wr @Mivade: persons vivendo abaixodalinhs internacional de obreza extrema (menos de USS 1,25 po dia) - 1990-2015 i—ia— | a= | iS Bt Pee LP Le 2 we Cand ¢ AAs disparidades no sie apenas estas. No period: de 2010 a 2015, segunda o UNFPA, nos paises desenvol- vidos a esperanca de vida média era de 76 anos para os homens e 82anos para as mulheres; na América Latina Caribe, 71278; e, na Africa subsaatiana, $6 258 anos. Tais diferencas se explicam pela deficiéncia au, imuitas vezes, pela completa falta de acesso & agua potavel:& coleta e aotratamentade esgoto; aalimen- ‘tag, educacdo e condigGes de habitacao adequadas « principalmente,a bons programas de saude destina- dos 3 populago, inciuindo campanhas de wacinacao, hhaspitais e maternidades de qualidade, entre autros. (Observe, na tabla abaixo, a esperanca de vida a0 rnascer em alguns paises selecionados. Paises selecionadas: esperanca de vida ac nascer 2010-2015 nas pope man 05 mangas pres cages Dapiatem com tment fepiatpan hae car eae 1 * Neinalde 2018 Banco Munda atuatiou aia inieractnalca pabrema tera para 90 ilar parca ©) Caraetaeiae ds papulnsamunial @ Conceitos basicos Populacao e povo Populacaoé o-conjuntode pessoas que reside em determinada area, que pode ser um baitro, um municipio, um estado, um paisou até mesmo ‘oplaneta toda. Coma se pode observar no grsfi coae lado e no mapa da pagina NO, ela pode ser caracterizada de acordo com virios aspactos, co ma género, faica etaria, religido, etnia, local de moradia eatividade econdmica praticada. As con digdes de vida e ocompartamento da papulacio, noentanto, sao retratados por meio de indicado- tes sociais: taxas de natalidade e mortalidade, expectativa de vida, indices de analfabetismo, participacao na renda, ete. No Brasil, populacio e powe so conceitos que tém distingio juridica ® populagéo brasileira é oconjunto de todas os hab tantes do pais; engloba, por exempla, estrangeiras residentes, com direitos asseguradas por tratadas internacionais e na prdpria Constituicie Federa| = pave brasileito € composto de habitantes matos & ertrangeire: naturalizadas que, de forma regulamen. ‘ada, tem direitos e deveres de participacao na vida politica do pais. Quando nos referimos 3 popula¢ao de um pais, também podemos considerar os conceitos de po- pulose © poveade, que devem ser interpretadas com atencao. dulton. oso @ ne de pric pede i carr wruthes condtruidaa no eécule XVI ern Catagend (Cade @ ovsesus do grates cst pins nas Feseuemdstans publiaracarginal, Um pais nao oferece melhores au piores condi (ges de vida 205 seus cidadios simplesmente pelo ‘ato de set pouco ou muito povoado Os Paises Baixos, apesar de terem elevada populace relativa (aprox madamente 400 habitantes por quilémetro quadra: do, em 2015), apresentam uma estrutura econdmica ‘ede servicos paiblicos que atende as necessidades dos seus cidados, 440 Brasil, com uma baixa popu: lacdo relativa (24 habitantes por quilmetro quadrado), apresenta muitos problemas na rea social poreauss. da caréncia de em pregos cam salirios dignes, de ser vvigos piblicos e de habitacSes adequadas, etc. Oque ‘conta é a andlise das condigBes de vida da populacso. edo acess0 a0s direitos humanos universais estabe lecidos pela ONU, e nao apenas. andlise dos nime: ros demograficos. n ation BE} cnomn omens ea esas gees seoanson Direitos humanos universais CO texto da pagina seguinte, que trata da impor ‘ncia dos direitos humanos fundamentais, foi escrito, ‘em 1998, pelo jurista Dalmo ce Abreu Dalla, quando se comemoravar os cinquenta anos da Declarago Universal dos Direitos Humans. ‘ANTACID Observe a: fotografias. A humanidade é consti tuida de pessoas de diversas etnias e modes de vid, ‘lem de diferentes condicées sociais, econdmicas, culturais e psicolégicas. Todos, no entanto, devem ter os dreites huma nos estabelecides pela ONU garantides. om me © Oque sao direitos humanos Dizeites humanos:nocio e signifieade Para entendermos com facilidade o que signifi- ca dizeitos humanos, basta dizer que tais direitos correspondam as necessidades essenciaisda pessoa ‘humana, Trata-se daquelas necessidades que «0 iguais para todasos seres humanoseque deve ser atendidas para que a pessoa possa viver com adig- ridade que deve ser acsegurada a todas as pessoas. ‘Assim, por exemplo, a vida € um direito humano fundamental, porque sem ela a pessoa nao existe Entio a preservacio da vida é uma meceseidade de todas as pessoas humanas. Mas, observando como ‘s8o e como vivern os seres humanos, vamos perce- bende a existénciade outras necessidades que sf ‘tambem fundamentais,como a alimenta¢30 a sal- de, a moradia, a educacio,e tantas outras coisas Pessoas com valor igual, mas individuos ¢ cculturas diferentes [Nao € dificil reconhecer que todas as pessoas ‘humanas ttm aquelas necessidades e por esse mo- tive, como todas sd iguais — uma no vale mais do que a outra, uma nia vale menos do que a.outra ~ reconhecemos também que tados devem ter apo sibilidade de satisfazer aquelas necessidades. Um panto deveficarelav, desdologesaafirmagio. da igualdade de todos os seres humanos néo quer dieragualdade isica ner intelectual nem psicologi- ca Cada pessoa humana tem suaindividuaidade sua personalidade seu modo proprio dower edesontiras coisas Assim também os grupos socaistém suacul: tura propria que é resultado de condigSes naturaise sociais. Um grupo humano que sempre viveu parte do mar sera diferente daquele que vive, tradicional- mente,na mata, na montanha ou numa regio de Planicies Do mesmomoda,cscostumeseastelacSes sociais da populacio de urna grande metebpole mio sexo os mesmas da populacio de uma cdaderinha pobre do interior, distantee isolada dos grandes can twos Damesma forma, ainda, aculturade uma popu. lacgo predominantemente catoicasera diferente da cukura de uma populace muculmana ou budista Em tal sentida a pessoas slo diferentes, mas continuam todas gusiscomoseresirumancs, tendo as mesmas necessidades e faculdades essenciais. Disso decortea exstenciadedieitesfundamentats, questo iguais para todos ‘oder 9p sac Nacao e etnia (Otexto de Daimo Dalla nas remete a0 canceito denacao, importante nas estudos da geografiada po- pulac3o. Esse conceito sera.aqui utilizade,em seusen- ‘ido antropolégico, como sinénimade etna, deinindo um grupo de pessoas que apresenta uma historia co- ' i q i ‘mum e vivencia um padrao cultural que the assegura uma identidade coletiva. Assim, a populacio de um pais pode conter varias nagdes au etnias, como ¢ bas- tante evidente na Russia, na india, na China e na indo- 1nésia. Podemos dizer, portanto, que ha paises multina- cionais ou multitnicos, £ importante destacar que na populacao de lum pais, mesmo que as pessoas tenham ideais comunse formem realmente uma na¢éo, existe a necessidade da cso de Estado para interme- Giar os conflitos de interesses. ‘Oeil écompasto de diversas nactes ingens mixitras ~es aap os murray os kat guaran alan deautas 5 etnias (em contr as mai de ‘Silent poves solos Sobre os quais aFuna fms ind rib have infarmagies abjetivas), Em sents ‘antoopligica rules wears palavra pov tambien utiizadacemo sinbnima denagioe etna da falar ern powokaigpd por guaran. ett A Funay por erp. utlies 2 expres “pow incigenas” am seus textos em sas SS tedades Naot, adolesentes duets sparan dure ura festa na ldela Bona, em laranal dolar [AP em 2005 Caracas a atte mnt (TH) #80 senhor... mire, veja: 9 mais importante e bonito, de mundo, isto: que as pessoas ndo estde sempre iguais, ainda nao foram terminadas - mas que elas véo sempre mudando. Afinam au desafinam, verdade maior. E 0 que a vida me ensinou. Isso que me alegra montéo.” Para saber mais ®) Compreendendo os indicadores Quanto mais acentuadas 20 as diferencas sociais ¢ a concentracSade renda maior €a distancia entrea méia| {das indicadores sociaacondmicos da populacioe 3 real dade em que vive a maioria dos cidadios NoBy2el, como mostra grafis absiea, onlimerode fithos por mulher varia bastante em relacdo as falas de Osuftsgiouniversl ou seja oc farartide fades os indiuosntelect 1932 Noentanta, emdiverses paisesesse direito ‘¢nastanteracente eam eutrot anda no dualdade de génerenque pce revelar corned ‘mulheres as meade de trabatha, sot Guimarses Rosa 1908-1957), eseritor basiera alfabetizag3o, em todas as regides. Portanto, diante de uma tabela, grafico, texto ou mapa contendo quaisquer indicadares socials, temosde cansiderarcamoestadistri- bbuida a renda, ¢.com iso, quais s3a.2s condigaes de vida dda populacso do pais, para podermas avaliara confiabil- dade da media obtida, @ Questao de género Em muitos paises sinds existe forte diseriminagio de género, isto ¢, 8s mulheres no so oferecidas as, mesmas condicées de vida e eportunidades que so 20s homens em relacio a educaco, seguranca, atua ‘go no mercado de trabalho e participacae politica. Nos paises desenvolvides, camo nos da Eurapa ocidental, nos Estades Unides e na Australia, tem havide grande avanco na reduce das desigualdades degenero,e as mulheres obtiveram muitas conquis: tas, decorrentes de mais de um século de lutas, mo: bilizacdes e manifestacces Embora.em nivel menor, avanco também ver, ecarrende em paises emergentes como Brasil, Ar gentina, Chile e Africa da Sul. Entratanta, em alguns outros emergentes © em muitos paises em desen: @ Mende: insice de paridade de género - 2014 os — i scien richsinmienaliandentinns Ser ees eee re peter een carrie eS ae ee seer reenter ee eee: See CeCe Si arava Se ps puta enter gaye No 7” r irs exe om gene Setiocconémicos methoram Isso acontece parce. Secolemminoe,portanta quandoesaa maudeda ‘Zbntrica tm igualdade Se condighes hb exescimento concmncoerseeuniomoast () Outras leituras TQ] ‘Cormulte a micario dav endereqareletarcos {SSONL Alutheres «0: Oirestor das mares m2 mmidia mundial ves overtacses na eso 10 Cultura, género e direitos humanos |_| Acultura- padres herdados de signficados ‘compartihados e de entendimentas cormuns ~ in- ‘uenciao mode coma as pessoas repem suas vidas @ ‘sferece umalente par mela da qual padem interpee- tarsus sociedade Accutturas afetam a forma coma as pessoas pensam eager, mas ndo produzem uni- ‘ormidade de pensamento ou de comportamenta ‘As culturas devem ser vistas em seu contexto :mais amploelas influenciame so influenciadas por ‘Gzcunstincias extemas e,em respasta a elas, semo- slifiam Asculturasnda a0 ertticas.ns paseoas esta ‘continuamente envolvidas om remodeld-las,embara alguns aspectos da cultura continuem a anfuenctar sescalhas ¢estilos de vida par periodos muitolongos. ‘Os costumes normas,comportamentos eatitue des culturais so to variades quanto ambiguos ¢ indmicos, £ arriscado generalizar e é particular- mente perigoso julgar uma cultura pelas normas ¢ ‘valores de outra Tal simplificagio excestiva pode Jevar & presungo de que tadomembrode uma cul- {ura pensa de forma idéntica. Isso no somente s2 ‘rata de uma perceprao equivocada, mas ignora um dos acionadores da mudanga cultural, que sic as rmultiplas expresses da resistencia interna. apartir das quais as transicies emergem,O movimentoem ‘deo & igualdade de género @ um bom exemplo ‘desse proceso em funcionamento. {| Contuda a desigualdade de género continua sdisseminadae arraigadaer muitasculturas Asm theres ¢ as meninas eanstituem 3/5 do bilhao de Supestes ce letra, Fmes estes pessoas mais pobres do mundo: as mulheres so 2/3 dos 960 milhSesdeadultoserstadoo mundo que ni sabem ler, as meninas representam 70% dos 130 smulhdes de criangas que nao vio paras escola. Algu- masnormas etradighes culturaise sociais perpetuam, 2 viol@ncia associada ao. género, ¢ tanto os homens como as mulheres podem aprender a fazer ‘vista grossa’ ou aceitar a situacéa, De fata, as mulheres, podem defender as estruturas que as oprimem. O poder opera dentro das culturas por meio da eaeredo que pode ser visivel, eculta nas estruturas do governe e da legislacio, ou estar enmaizada nas, porcepedes que as pessoas tém dolas mesmas. As relacdes de poder so, portanto, o cimenta que liga, ‘emoldaa dindmica de género e fundamentaora- iocinio e a maneira comoas culturas interagem © semanifestam. Priticas coma casamento de crian- as (que éuma das principais causas da fistula abs. {tetrica e da mortalidade materna) ea mutilagio ou excisao genital ferninina (que tem consequéncias gravissimas para a saiide) continuam a existir em mites paises apesar de haverleis proibindo-as [_] Os avangor na igualdade de género nunca vieram sem um embate cultural. As mulheres da América Latina, por exempla, tiveram sucesso ao dar visibi- dade a violencia associada ao género e assegurar uma legislacdo adequada, contudo sua aplicag3o continua a ser um problema. {BODE FOMULACAD DAS RACDES LAS UPA asa (eat pa oesoe Manitestagio feministapela drersidade e contra 9 pateisecade am Batcalona fepanha),pé Oss Inter Mulher.em 2016. Muitts avancosina paridade de gneros (@) Crescimento demografico Segundo a ONU, do inicia dos anos 1970 até 2015, o crescimento dda populagao mundial caiu de 2.1% para 1.2% a0 ano, o percentual de mulheres em dade reprodutivaque utiizam algum método anticoncep- onal aumentoude 10 para 64 0 ‘iimero médio de ilhos pormulher (taxa de fecundidade) caiu de 6 pa- ra 25.\inda assim, esse ritmo can- ‘tinua elevado e, caso se mantenha, 2 populacao do planeta sattara de mais de 7.3 bilhoes, em 2015, para 8.7 bilhSes em 2050, Os paises.em desenvolvimento abrigavam 61 bilhdes de pessoas em 2015 e, em 2050, deverso ter 79bbilhGes. 14 nos paises desenvol- Vidos o crescimento nesse mesmo periode sera bem menor, com a populaco absoluta aumentando de 1.25 para 1,28 bilhdo de pessoas ¢, caso nao seconside rasse 0 ingresso de imigrantes, haveria reducto para US bith3o de habitantes, a (Os dez paises mais populasos ~ 2015 Na Chinae na india, ambos com mais de 13 blo de hhabitantes em 2015 xiver 36% da populacSo mundial. 18 3 proporgie das pessoas que vivem nos paises deserval Vides diminuird de 7%, er 2015, para 4%, em 2050, por ‘ausads reducSoem seuriimo decrescimento vegetative. TB Menor ds quot (bopuinie'em deta Eeeerase wo Eaoeeze eee ‘Apt de MATONAL Canpages of Re Wai 4 Wiig LC 4. Enfermeitas cuidarn de bebis recemenascigos em maternidade na provincia de ube: (China| em 2016. ‘AChinatern. populacio do murda (0 crescimento demografica de uma determinada rea (seja bairro, cidade, estado. pais, grupo de paises, continente) esta ligado a dois fatores: ao crescimento natural e 20 salde migratérie. O primeiro, também de nominado crescimemto vegetative, corresponde 8 di- ferenca entre nascimentos (natalidade) e dbitos (mor- talidade) verificada em uma populacgo: ©-segundo comresponde 3 diferenca entre a entrada e a saida de pessoas da area considerada, Tendo camo referéncia ‘essas duas taxas, o crescimento populacional podera set positivo ou negativo. Teorias demograficas ‘Muitas teorias foram elaboradas para se entender eanalisar adinamicae ascondigSes de vidada populacéo & Captus \Vejano graficoao lado ums proje- (20 para o crescimento da populacao mundiale pereebs o grande aumento na parficipacioda populacdoda Africa nna total mundial aa longo do periodo de1950.2te 2100, Amica da Nose Sipe he eames mundial e compreendera influéncia dessa dindrrica no desenvolvimento dos paises. & seguir, vamos estudar {és delas, a teoria maithusiana, formulada no fim do séculoXVill,a neomalthusianae a reformista, quedatam do pésSegunda Guerra Mundial. Malthusiana ‘8 partir do século Xv, com o desenvolvimento do capitalismo, © erescimente populacianal passou 3 ser encarado como um fator positive, uma vez que, quanto mais pessoas, mais consumidores. Nessa épo- 2, fo! publicada a primeira teoria demogritica de sprande repercussio, formulada pelo economista in glés Thomas Robert Malthus (1766-1834), que sera analisada a seguir. Em1798, Malthus publicou sua obra Ensaio sobre a populacdo, na qual desenvelveu uma teoria demogré fica que-se apoiava basicamente em dois pastulados: ‘= Sendo ocorressem guerras, epidemias, desastresna turais, entre outros eventos, a populaciottenderia a dduplicar acada 2Sanos.Cresceria, portanta, em pro gressdo geométrica 2, 4,8,16,32-)econstituria um fatorvaridvel, que aumentatia sem parar. «= Ocescimentoda producSode aimentosocorreria ape nasem progressSo aritmdtiea (24,6 8 10_Jepossuiria certo limite de producda, por depender de urn fator fixe: 8 propria extansio territoral des eantinentes. fo considerar esses dois postulados, Malthus con: lulu que rtmode erezcimento populacional sara male acelerado do que © da producio de alimentos. Previa também que um dis 3: passiblidades de aumento da area cultivada estariam esgotadas, pais todas os cont rente: estaniam plenamente ecupades pola agropecu: dra e,noentanto,a populagde mundial ainda continu aria erescenda. A consequéncia disso seria a falta de alimentos, paraevitar esse lagelo, Malthus propunha que as pessaas s6 tivessem filhos se possuissem terras cultivéveis para poder alimenté-tos. Atualmente, verifica-se que suas previsoes nao se concretizaram: 0 ritmo de crescimento da populagie do planeta desacelerou e a praducso de alimentos au mentou em virtude da elevac3o da produtividade (quantidade produzida por érea) obtida com a desen volvimento tecnalgy Essa teoria, quandofoi elaborads, parecia muito can sotente.Oserras de previssa.estdo igadas principalmen te as limitagdes tecnolégicas da épaca para a coleta de dadas, jd que Malthus chegou és suas condusées partin do da observac3o do comportamento demograifico en uma determinada regiéo, com populace predeminan ‘temente rural, e0 considerou valid para todoaplaneta no decorrer da Histéria, No previu os efeitas decorren ‘tes da urbanizagio na evolusio demogritica © do pro- gresso tecroligico aplicado a agricultura Desde que Malthus apresentou sua teoria, s30.co munsas discursos que relacionam de forma simpiista a ocorréncia da fone no mundo aa crescimenta popu lacional, Observe a fatografia a seguir Neomalthusiana Em 1945, com a términa da Segunda Guerra, foi realizada a Conferéncia de $80 Francisco (Estados Uni- dos), na qual foram discutidas estratépias de desenvol vimento para evitar a eclosio de um nova conflito militar em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso eritre os participantes: a par depende da har- monia entre os povos-e, partanto, da diminuicéa das desigualdades econdmicas Para explicar a situacao de desigualdade entre os paises, estudiosos identificaram na heranca colonial e na desigualdade das relacGes comerciais a génese da ‘questéo. Porisso, passaram a propor amplas reformas, nas relacies econdmicas, em escala planetaria. Nesse contexto hist6rico, foi formulada a teoria demografica neomaithusiana, uma tentativa de explicar a ocorrén Giada fore e do atraso na desenvolvimento em muitos paises. Essa teoria era defendida por setores das socie dades e dos governos dos paises desenvolvides e por alguns setores des paises em desenvolvimento, como objetivo de se esquivarem das questdes socioeconé- micas centrais daquela epoca fssa teoria pregava que uma numerosa popuia¢a0 jover, resuitante das elevadas taxas de natalidade que rescimentdas eram constatadas em quase todos os paises pobres. necessitaria de grandes invastimentos sociais em edu- cago € saide. Com isso, sobratiam menos recursos para ser investidos em infraestrutura © nos setores agricola e industrial. Ainda segundo os neomalthusia nos, quanto maior nimerode habitantes de um pais, menora renda per capita e adisponibilidade de capital 2 ser utilizado pelos agentes econémicos. Werifica-se que essatecria, embora com postula- dos diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega & mesma conclusdo: 0 erescimento populacional é © responsdvel pela ocorréncia da pobreza. Seus defen- sores pastaram a proper, ent3o, programas de cantea- le de natalidade nos paises em desenvolvimento me diantea disseminacSo de métados anticoncepesanais. Tratava-se de uma tentativa de enfrentar problemas socioeconémicos com programas de controle da na talidade ede acobertar as efeitos danasos dos baixos salarios edas péssimas condicdesde vida que vigoram naqueles paises. ‘Além disso, era muita simplista afirmar que. na- quela época, os paises subdesenvalvides desperdica vam em investimentos sociais urn dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtiva vidas exon ena nes educagi es.ude. Mais pessaas con rio. Asituacao de alguns paises, como a Al de fo intraduzido o primeiro sistema educacional do ‘mundo, no inicio do século X04), 0 apo (onde a conte bbuigao da educacio foi decisiva para a répida recupers: (0 apis a Segunda Guerra) e, mais recentemente, 2 Coreia do Sul (que atuaimente é considerada um pais esenvelvide entre cutros,evidencia que investimentas sotiais, especialmente em edueacio, s30 um poderese ‘motor do desen vahvimento econémico. ha (on- Reformista Na mesma Conferincia de Sio Franciten, represen. tantes dos paises entao chamados subdesenvoividos claboraram a teoria reformista, que chega a umacanclu so inversa a das duas teorias mencionadas: uma popu- la¢do joven numerosa,em virtude de elevedas taxas de natalidsde, no seria a causa, mas a consequincis do subdesenvohvimento. Em paises com elevado desenvolvimento hurnano ocentrole da natalidade ocorreu de maneira simultane ‘a melhoria das condigbes de vida. Além disso, 0 planeja ‘mento familiar foi trancmitide espontaneamente de uma geracio’ outra,3 medida que foram se aterando 10s modas de vida e 0s projetos pessoais des membros 3s familias. Ao lange da temps, a familias do sécule XX passaram ater menos filhos. ‘A falta de investimentos em educacso gera um imenso contingente de mia de obra de bia quali aco. Esses jovens e adultos tentam, sem sucesso; Ingressarne mareado de trabalho e, como nia conte. .guern wagas, passama sobreviver da subemprego. Tal ‘ealidade tende arebaixar onivel médio de produtiv ade por trabalhador, assim como os satirios dos que estdo empregados, akém de empobrecer enormes par celas da populace desses paices. Para que dindmica demografica entre em equilibrio,é necessirio enfren tar as questies socias e econémicas I (Osdefensoresda corrente reformista afirmam que a tendincis de controle espantines ds natalidade & facilmente verificével ao se comparar a taxa entre as familias pobres e as.de maior poder aquisitiva (veja 0 {grafico abaixo). A medida que as familias methoram suas condigGes de vida ~educacdo, assistincia médica, ‘acessoa informacaa, etc -, tendema ter menos flhos. cotidiano de milhées de familiae,principalmen te nos paises em desenvalvimento, transcarre em condicies de extrema pobreza e a maioria nie tem consciéncia das determinacSes econdmicas e sociais 4: quais esta cubmetida, vivendo de subempreges @ undo: ora de fecundidade. por retaa 2010-205 ‘acciea sted UNFPA Randa de Populaodastacses | \_) ‘Unidas Coraules secto sugestoes de ura, as er | So ss ? y ‘em submoradias, subalimentada e sem acesso a in formagies e services de planejamento familiar A teoria reformista é a mais abrangente das trés, por analisar os problemas econémicas, sociats & domogrificas de forma integrada, partinde de situa des concretas do cotidiano das pessoas. Os investi rmentosem educa¢ao so fundamentais para a menoria dettodos os indicadores sociais. No mundo inteiro, quanto maior a escolaridade © qualidade de vida da mulher, menores tendem a sero nimero de filhos e a taxa de mortalidade in: fantil. Observe 0 grafico. Sobmeradiac na morrada neRiadelanera ® Reposi¢ao da populacao Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade ne- cesséria para a reposicio da populagda'sem que haja decréscimoé de 2) filhas por mulher. (Os nimeros da tabela a seguir mostram que, enquanto.em muitos paises ataxs supera essevaler, em outros ela é inferior. Nesses paises a natalidade ea entrada de imigrantes so incentivadas, ou suas populacies tendem a diminuir Caso. projecdo da ONU se mantenha, entre 2010 © 2050 a populace de 31 paises pobres (Niger. Afega- nistZo e outros) vai duplicar ou aurnentar ainda mais, enquanto em 45 paises desenvolvidos ou emergentes (Alemania, Russia e outros), populagdovaldecrescer no mesmo periade. i ‘Alans assister aula wen uma iat clara, em Bosse (niger er 2015 obser na {abelaabsbeaque re Miger 1a de fecundidade,entve 2010 220 era bastante aita,com ia de 75 fos pes erty que ocrescimentida populacle Lambérn delevada, aoane 5g Crescimentoda Fecundidade (éaoane) (esélia de fihos por mulher) oma Sa 28 ‘Ardbiaseuaita 16 lngia Estados Unidos Brasil China Palces Balxos Russia ean Atualmente, o que se verifica na média mundial é uma queda cos indices ce natalidade e mortalidade, em bora emalguncpaisoras taxa ainda somantenftam ma ‘0 sevadas. 0 @xads rural (sada de pessoas do campo para se fixarem nas cdades) © suas consequincias no comportamenta demografico de uma populagSo cres centemente urbana auxiiam.a expScar essa queda. \eja noinfograficodas préxirmas paginas algumas eansequéncizs do éxode rural ne comportamento de: mogrifica de uma populaeao urbana. @ (Nas Ultimas décadas, em funeao da crescente urbanizatao em todo-o munda, de maneira geral, houve grande queda dos indices de natalidade e de mortslidade das populacées. Alguns aspectos que contribuiram para esta queda podem ser vistosa seguir, Pestana ns Beret tconen em 205 ‘Taxa de fecundidade mais baixa ‘No miso urbana aurea o pescentual de rratheres que tebalharn fora de Casa ‘equedeseueber uina caret rolissional Estas mulheres podem optat Porpesrtrar suas careirase adiar 3 aos desenvolvides corresponge a uma pequena parcela do total de migrantes do planeta. A maior partedamigrapao acorre dentra do prét- prio pais de origem do migrante, Quando o lugar de origem é pobre, o deslocamenta tende.a methorar 0 rendimento e as condicSes de vida da familia migrante. €m contrapartida. odesiocaments pede ccasionar que © migrante seja hostilizade pelos ha- bitantes do novo lugar de residéncia, ou ainda, em caso de perda de empre- go ou de adaecer, que migrante sofraa falta de apoio familiar ou de amigas Vocé id pensou sobre o que leva uma pessoa au uma familia.a migrar? Todos os desiacamentos de pessoas ocorrem livremente? Qual é a impor- tancia do estude da estrutura da populacda de um territdrio para seu pla- Fejamento socicecondmico? An longo do capitulo, estudaremos esses e outros assuntes relacionadas ao tema, Oe pessoas das paises pobres eemergentes em direcSo de refuplads ar Tessa uti nacicnliaads ugh Migrantes Stes, raguians de snguirdira suteriesghs praia deslocarere ples Euthdos As Eur @ Movimentos populacionais CO deslocamente de pessoas entre paises, regioes € Cidades é um fendmeno antigo, amplo e-complexo, ‘envolve as mais variadas classes sociais e culturas. Os motives que levam a tais deslocamentos sia diversas @ apresentam consequéncias pasitivas e negativas, dependendo das condicées e dos contexts sacioeco- niémicos, culturais eambientaisem que-correr. Existem eausat religiosas, natursis, politca-ideo- \Ogicas, psicoldgicas,além dos conflitas bales, entre coutras, assaciadas a esses movimentos populacionais. O.que se verifca ac longo da Histéria € que predomi- nam os fatores de ordem sconémmica, Nas dreas de re- pulse populscional, mutts: vezes abservam-se cres- conte desemprego, subemprego e baixos salarios; ja nas areas de atragio populacional, vislumbram-se melhores perspectivas de trabalho e salaro e. partan- to, melhores condigbes de vide, Co casoda emigragao fem direcio aos paises-membros da Organizacia para Cooperacao © Desenvolvimento Econémico (OCDE), com destaque para os Estados Unidos, Canad, lapSo, alguns paises da Europa ocidentale Austria. Observe ciinfogrifica dss paginas 130 £131 0s movimentos papulacionais «50 geraimente classificadas.em « voluntario = quando o movimento livre; ‘= forgado—comanos casos de escravidio e de perse- guieGo religiosa,étnica au politica: «= controlado quando a Estado controls numéties ou. ideologicamente aentrada e/au sada demigrantes. Qualquer deslocamento de pessoas acarreta con sequéncias demograficas, como 0 aumentononime- rode habitantes nas dreas de atracSo e a diminuicao nas de repulsdo. Ha ainda as influéncias em relacao & lingua, 4 religiéa, a culindria, aarquitetura,as artes e tradigdes em geral, que costumam ser postivat, pois o: movimentos migratérios pramovem a tzorca & 8 enriquecimento cultural por causa dos diferentes va- lores em cantato. bbyao somos generosos. Somos humanitdrios.” David Blunkett (1947), Minisode interior da GrS-Bretanha em 701. referinde-se ao fato deseu pais dar asi aiigrantes, fm 2015, segundo dados da ONU, cerca de 244 mi- Ihdes de pessoas residiam forade seu paisde erigem. ‘oque superava ototal da populace brasileira daquele ‘anc (204 milhSes}e equivalia 3 eeres de 25 da popula- (0 mundial, perzentusl que duptieou desde 1970. Jo abrga migrantes deans [Amaioriacdos migrantes internacionais tem origem nos paises de renda media (IST mithdes em 2085) ¢ a maior parte deles passa a viver em paises de rends ele vada. Segundo o Intemational Migration Report 2015, 3 Europa 2 maior receptora de imigrantes (76 miles} seguida pela Asia (75 mithées)e pela América do Norte (G4 milhdes}. Por paises, como veremos, © que mais re cxbe imigrantes so os Estados Unidos (&7 mihSes! Em muitos casos, 0s emigrantes s3o responsaveis por importante ingresso-de capital em seus paises de origem. £m 2014, eles repatriaram cerca de US$ 436 bilhies, com a intencSo.de ajudar suas familias oude Segundo o Estatuta do Refugiade, ela borado durante uma convengo da ONU realizada em 195i, “Um refugiado ou uma refupiada ¢ toda pessoa que, poreauss de fundados temores de perseguicaodevidoa as sus raga, religiSo,nacionalidade, associaco a determinado grupo social ou opinis po- lities, encantra-se fora de seu pais de ori- gem ¢ que, por causa dos ditos temores, no pode oundo quer regressarao mesmo". Veja o grafico ac lado ‘pie GA ACENCADE A OMUPALA OE ter poupanca que thes permitisse regressar no futuro; por outro lado, os paises de onde saem os emigrantes enfrentam a perda de trabathadores, muitos delesqua- lificados, que poderiam contribuir para ocrescimento econdmico e para a melhoria das condicies:de vida da populscac local. No fim de 2014, havia no mundo $95 milhées de pessoas deslocadas de seu lugar de origem por perse {guicao e 38,2 milhdes refugiadas em seu proprio pais de origem. Os paises que mais criginaram refugiados no ano de 2014 foram a Siria 3.9 milhSes) Afeganis- +430 (26 milhdes) e3 Somalia (1) Nagios Uden Aefagiadoe (ACNUE) «ds (iganzaca inrmacional Sugesies defeitura filmes Faria de tapi ‘nocampo de Oacaat (Qué) ue ate pessoas @ Principats patses te origem ds refuplrias — fim de 2014 oH INFOGRAFICO Indo evindo ‘Atendéncia decrescimentodemografico acelerado em paises pobrese aredusdo no ritmodecrescimento populacional nos paises desenvelvidas gem muitosem desenvalvimentodever aumentar ofluxo demigran- ‘tes em busca de melhores candiges de vida. @ Mende: principals ras migratérias 2015 MmIGRACAO INTERNA - 2009 740 MILHOES DE PESSOAS a TB Asie Deeps fiat Bes MIGRACKO INTERNACIONAL =2018 232 (MILHOES DE PESSOAS @ Patses com maioe nimera de imigrantes (initnbes) 2018 Q €strutura da populacdo ‘Aestrutura da populasdo mundial deve ser anal sada considerando-se seus diversos aspectos. A distri bbuigo por sexo, nimero, idade, ocupaco, renda, edu- carlo, satide © outros indicadores que expressam os aspectos quantitstives e qualitativos da organizacio sotial s8o importantes para acées de planejamento de investimentos, tanta gowernamental quanto privado. Para fins didaticos, vamos dividir 0 estude daes- ‘trutura da populac3o.em quatro categorias, que nos mostram informagies sobre demografia, atividade econémica e qualidade de vida. ‘© numero, sexo e faixa etaria dos habitantes: esses dados, obtides pelo censo demografico, slo expres- +505 par um grafico chamado pirémide etaria; ‘= distribuicio da populagée economicamente ativa, (PEA) nos setores de atividades econdmicas (prima fias, secundériase tercisrias) 18 distribuicSo da renda e do consumo; \8 crestimento econémicoe desenvolvimento social. Piramide etaria A piimide etSria,ou pirimide deidades,é um grafi- ‘co que mostra o niimero de habitantes (em nimeros. absolutes ou relativos) e sua distribuicio por sexoe idade. Pde retratar dados ds populsc30 mundial, de um pais, estado ou municipio. Sua simples visuaizacio permite infer informacdes referentes 8 natalidade e 8 expecta- ‘iva de vida da populaeSo. Observe oesquema 3 seguir. Estrutura etéria e desenvolvimento econdmico @ Picamides eties 2 —— - ‘Ate adécadade 1960, era possivel lassificaronnivel de desenvolvimento de um pats abservando-se apenas ‘sua pirdmide etétia, Os paises em deserwalvimento— com poucas exceges, como a Argentina e o Uruguai —aprecentavam altar taxas de natalidade e baixa ex- pectativa de vida, caracterizando uma piramide com -aspecto triangular. No entanto, como intenso proces 40 de urbanizagdo e melhores resultados do planeja- ‘mento familar, muitos paises em deserwalvimento— ‘como Brasil—passaram a apresentar alta redugao das ‘taxas de natalidade e significative aumenta na espe- vanga de vida. Desse moda, ndo'se pode mais caracterizar as con- dighes de desenvolvimento de um pals apenas pela anilise de sua pirdmide etaria. Essa clastificagzoexige ‘um estudo mais complexo, que considere varios indi- ‘eadores sociais e econémicos. como vem sendo feito pela ONU desde 1990, com olndice de Desenvolvimen- ta tiumane (vamos estudare IDH da populace brasi- leira no Capitulo ‘Ao observar uma pitSmide etaria, & necessério ‘considerar, ainda, a histéria da populacdo recenseada, para conhecer a causa de alguma configuragao inea- ‘mum no gréfica. Veja o exempio na pirdmmide da Rissia _a seguir. Esse pais, durante Segunda Guerra Mundial (939 3 1945). sofreu muitas baieas de jovens com ida de aproximadade vinteanos. Ademais, sua natalidade ‘oi pequena nesse periodo. & possivel observar tudo © Risin pirdmide etéria 2015 Antenne er {sso na irregularidade das barras da piramide etaria e, sobretudo, na diferenca entre o numero de homens e de mulheres. Populacado economicamente ativa ‘As atividades secundatias (industria e de cons- truco civil) etercistias (comércio, servieas e adminis- tracSo piblica)tradicionalmente s30 classificadae como rbanas e 2: atividades primérias (agricolas, garimpo, pesca artesanal), como rurais. ‘A modernizacao da praducéo agricola, dossistemas de transporte e de telecomunicacSo, verficada atl: mente em diversas regibes, favoreceua industializagao @ a oferta de servicos no-campo. Nasagnoindistrias as atividades secundirias (ope: ragio e manutenco das maquinas) e tercigrias (infor matica, marketing, etc, muitas vezes realizadas em cescritarios localizados nas cidades) tim empregado ‘maior numere de pessoas do que 2: primar (prepa- 10 do'solo, plantio e colheita) Também a setor industrial passou por muttas transformagGes 20 longe das ditimas décadas. Até 0 fim dos anos 1970. comers dos 1980, a maioria dos funciondrios das indistrias trabalhava na linha de ‘montagem_operandae cuidando da manutenco das ‘maquinas, embalando produtos e realizandadiversas utras atividades mecdnicas e repetitivas. “Atualmente, nas indistrias de alta tecnologia, 2 linha de montagem tem elevados indices de roboti- 2a¢do e informatizacSo e, por isso, utlizam um nime- ro redurido de trabalhadores. Jas atividades administrativas, juridicas, de pu- blicidade, vendas, aimentacSo, seguranca, impeza e virias outras empregam um nimero crescente de mio de obra. Assim, a maioria dos empregadas das inddstrias de alta tecnologia esta, na realidade, pres- tande servigos. Aspen de UTED STATES CENSUS Sita epee or norman gnrponutan! Scttecoasnaarceperamneroure Operariaem inna Em razo da crescente inter relagSodas atividades leconémicas, as estatisticas que mostram a distribuigSo da PEA nes trés setores da economia (primairio, secun- dario e terciario), ainda muito utilizadas, ja ndo daa conta de analisar a complexidade da realidade tual Considerando essas mudancas, muitos institutas de pesquisa que coletam dados em escala mundial agra pam a: atividades econémicas em trés setares: agro- pecusria indistriae servigas. come podemos observar ratabelaa seguir. Aabservagsodas dados da tabela permite chegar 2 algumas conclusGes sobre a economia dos paises, sedesconsiderarmos, apenas para esta analise, as im- portagSes © exportardes de géneros agropecuarios. Paises selecionados: Reino Unido producie bastante automatizaia da amvase de sien de sojazem Marin gi (PR) 2013 Se 0 miimero de trabalhadores na agropacuaria for clevado,correspondends, por exemple, 325% da PEA, ‘sso indica que a produtividade da setar € baixa, ja que provavelmente um quarto dos trabalhadores abastece 2 simesmo © aa: outros 75% alocados em otras atividades. A relacSo na PEA, nesse caso, de tum trabalhador agricola para trem outros setores. De outro lado, se.@ nimera de trabalhadores for baixo, por exemplo,S%,a produtividade no setor sera alta, ja que eles abastecem a si mesmos e act autras 95%, a relagao é de um trabalhador agricola para cada 1Semoutros stares, Pade-seafirmarque esse pais apre- senta uma atividade agropecusria cam elevada utliza- do defertiizantes, sistemas deitrigacSo emecanizacSo. Estados Unidos ‘Alersanha opie ‘Aribia Soudita Filipinas hina ledia so20 mp Etldpla 493 wp abcoreertotyeecepatans Aesesce Ret Ne fit a Distribuic¢ao da renda ‘edo hasta consutarapirimide era saber quan- ‘as criangas atingirao a idade escolar no préximo ano para planejar o ntimero de vagas nas escolas da rede publica, Tambem énecessti saber comasserd a dit ‘buicdo dessas criancas nas redes piblicae privada,a.que cenvolve a alice ne apenas da qualidade do ensina oferecido pelo Estado, mas também das condigoes eco- ndericas dos estudantes edo suparte que deve ser ofe- rexido= materia escolar,merends, transporte outros. ‘Assim, s¢ 0 governo ignoraa distribuigio da renda nacional durante planejamento da educs¢30, 6 s- de, da habitacdo ou do transporte, por exemplo, as politics pablicss tendem a fracaceat. Oa parte da ii- Ciativa privads 20 planejaroatendimentodas deman- das do mercado, ¢ preciso considerar ndo apenas © riimero,o sexo e 2 idade dos consumidores, mas £0: bretudo seu poder aquisitivo. Amodarniaagie da agropecusra &iadustita por vivios ators: processode industilish Ro-urbaeizacl, ‘ompetltvidade ne stor de wxpertaghs,coneor rena de ra ese serra onal ae afel ie Plaka parol des recess ett uteri) fotacoheta ashen Eatsh beri e203 ‘Aanilise dos indicadores de dstribuigSo de renda mostra que nos paises em desenvolvimento e em al- ‘guns emergentes ha grande concentracae do rendi- ‘mento nacional brutoem mos de pequenaparcela da popuiac3o, enquanto nos desenvolvidos ela est mais bem distribuida. © que ocasiana isso? ‘Além dos bainos saldrios que vigoram nos paises pobres e em alguns emergentes e da cifculdade de acesso a proptiedade regular (urbana ourural, hd ba sicamente dois fatores que explicam a concentracio de renda: o sistema tributatio 0s impostos pesam ‘mais para os mais pobres ~e ainflagdo~quase sempre ndorepassada integralmente aos salries, como vimos ‘no Capitulo 2, ‘Observe nos préximos grificas como esta distri- bids a carga tributsria nas trés esferas da governo brasileiro (municipal, estadual e federal) e a compa- racSo desta com acarga de autros paises. @ vost core wowtriatbrana- 2005-2014 Ae ET RA coe sched cticechacen) “obuinh ban cryrotune i Eas Rc ot @ tsi etguns paises da OCDE: carga tibutaria - 20 ee Outro fator preponderante é que, nos paises em desenvolvimento, os servigos piblicos em geral s30 muito precarios, prevalecenda um mecanismo perver: so de reproduce da pobreza. Filhos de trabalhadares cde baixa renda dificilments tém acesso a sistemas Gentes de educacSo, constituindo, na maioria dos ca- 05, mio de obra sem qualificacao. A consequéncia é (que essas pessoas sao mal temuneradas,o que dificul ta orompimento do circula viciosa da pobreza. Atuaimente, com a globalizac3o da eco- rnomia, a situacao dos trabalhadores assala- sigdas tern se deteriorado ainda mais. A aber tura de filiais de empresas em paises. em desenvolvimento, ou a transferéncia delas para esses locais, onde os salérios so mais bbaixose a legislagio trabalhista ¢ mais flexi vel, acorre em detrimerto dos trabathadores, Em muitos desses paises os assalariados tém ‘uma participacdo menor na renda nacional e podem ser demitidos sem muitos encargos para as empresas, Acrescente-seaisso.odesemprego estrutu- ral, ou seja,3 reducio de postos de trabalho em virtude das novas formas de organizacio da produclo. Essa é uma tendéncia verficada es: pecialmenteem paises cujasempresas investem em informatizacaoe robética, o que fragiliza a aco dos sindicates e diminui a forca dos em: ppregados em processos de negociacSo salarial SECC US EEL! ate econ Paisagen em 2014 STE cape nna Aes * Mea despiesdu CE gear a £m raz30 de sua importneia, oassunto tem domi: nado as ilimas discusses em encontros de G-20, do Frum Econémica Mundial (reunio de liderancas erm presarais,polticas, sindcaic e centifcas que ocore anualmante na cidade de aves, na Suiga) © de varias ciipulas ligadas & ONU, que influenciam as dietrizes econémicas os inanciamentos gerenciados pelo FMle pelo Banco Mundial eas determinacées da OIC. 2 cam tea infiaestrutura em Copenhagus (Dinara), Crescimento econémico e desenvolvimento social (© grande crescimento do PIB mundial acorrido ras iltimas détcadas @ resultado do desenvolvimento denovas tecnologias aplicadas 4 produg3oagricolae industrial es atividades tercidrias.Apesar de a evo: luego da populagae mundial terse mantido canstan- te, 0 crescimento do PIB apresentou grandes varia- ¢ées anuais, como se observa no grafico abaixo Gireita, Embora em alguns anos esse indicador apre- sente um crescimento superior aa da populacao, o @ Mende: tentnciase projegtes do desemprege “Spo3-2018" Beseoyng es To days PEPPEPP POPES EES Tu earfwemipscr Vp pepe aor payaclentvpatetanaes pi roan a a nc ocotac ras eadoehplpscponokeconege po ‘partirda década de 1970, maise mais governospas- ‘saram a vineulat a: questdes ambiental 8 andlise dos. problemas saciais, oque ampiia a abordagem das teorias demogrificasestudadas nocapitule anterior Noenfoque cencaminhado pela ONU, populscio. meio ambiente e deservolvimento devem ser analisadas conjuntamente par serem variveis cada vez mais interdependentes. Duarte aConferbnca des Nags Unidas sobie Meio Arter reslzads 99 Ride lata em aacipas ata — evar eta Igusimenteem tao pes «regis da munds aan aumentoida rends mundial pouco beneficia os habi tantes das regides © dos paises mats pobres do pla neta, assim como no beneficia por igual populacSo dos paises mais ricos Entre autubro de 2008 e o fim de 2009 ~ periodo criticada cise econémica dos EstadosLlnidos, ue pos teriormenteatingiu diversas nacSes~houverecessi0 ‘em alguns paises e oritmo de crestimento se desace lerou em outros. Em escala mundial, ocarreu a queds do PB o aumento nas indices de desemprego, mas no fim de 2009 2 economia mundial ja demonstrava inais de recuperacso. UNITED NATIONS CONFERENCE ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT Rio de Janeiro 3-14 June 1982 Compreendendo contetdos 1. Explque quais 30 as principaiccausas © principals efits dos movimentas populacionait 2. Observanda novamente o infogrifien das paginas 10. 1312 2: fotos sbsiva, como vee justficara ax principals ‘otas migratorias no mundo atual, considerande os paises que acolhem imigrantes eas regides de partida? coat ia) em 2006 ASomsliaé comiderada lum pi de repuis dentrado tuna ‘migratoria mundial Aeoportade valencia fl {Gpsnhs) ers 2015, Ospaiesca Unite cuore f so considerados polos siracie pepulaciona, 3. Deque mansira as informagies das pirémices etdras eda distribuicio da renda podem auailiar no plansjamentoe 1a introduce de palticas pablicas? D8 um exemplo 4, Explique de que manera osistema tributisio pode ser utilzado como mecanismnode distibuigioda renda nacional Desenvolvendo habilidades 5. Releia a epigrate desse capitulo redja um texto dissertativo considerando sua ideta principal e a impartancia do respeito aos direitos humanos, com destaque ao diterto 4 naconalidade. 6. Observe novamenteo esquema da pagina 133 eresponda as questies a) Oque ce pede coneiuir sacomparar s base 2 topa das duss pirdmides? ') Em qual pirdmiceh maior parcantual de populacso adult, que concentra a PEA dos palses? Que concequéncias econdmicas isso pode acarretar? secapencmecaiaads Say populacao do Brasil foi formada, ands a conquista portuguesa, prin- Cipalmente de povas nativos ou indigenas, africanos eeuropeus. Nes- 2 perfada a maior parte des africanas tinha origem etnolinguistica banto ¢ ipruba, enquanto os europeus eram oriundas especialmente de Por- ‘tugal, mas, em menor ndmero, também da Francs, dos Paises Baixos, do Reina Unido, entre outras, Destie meadios do século XIX até os dias atuals, a populacda brasileira teve influéncia de variados paves que imigraram para o pais em busca de melhores candicées de vida, em épacas diferentes. $30 exemplos os euro- peus, como italianos, espanhdis, alemaes e poloneses; os asiaticos vindos do apo, daCoreiade Sule de paises do Oriente Médio: os latina-americanos vindos principalmente da Bolivia, do Chile e do Haiti; além dos africanos de distintas nacionalidades, came mocambicanos, guineenses, angolanos © cabo-verdianos Neste capitulo, vamos estudiar a formacao ea diversidade étrico-cultural daponula¢ao brasileira, os principsis periados de movimentara populacional eas correntes migratérias internas e internacionais. Tomersoie Hirtsne do indir na, /*) Benafecsiitesda )\_) Fundaed Nacional da Ido (Fura > romaine cuarcttecitwattnommiscarncies (Wi) (2) Formacao da populacao brasileira Desde o séeulo XVI, inicio da enlonizacdo, 0: por tugueses foram se fixando no Brasil Entre 1532 e 1850, 0s africanos foram trazidos forcadamente para.esse territério, escravizados. Be pois de 1870, a imigracio de europeus, asisticos © latina-americanas fol ampliads &, camisso, o pals foi endo povoade ¢ novas familias se formaram. (Os descendentes de todos esses povas com: pem a populacdo brasileira atual. Leia o texto a seguir. 0 povo brasileiro Surgimos da confluéncia, do entrechoque edo caldeamento de invasor portugués com indias sil- ‘vicolas e campineiras e cam negras afrieanos, uns ‘outros aliciadas como escravos. Nessa confluéncia. que se da sob portugueses, matrizes racinis dispares, ‘turais distintas, formactes socials defasadas se en- frentamese fundem para dar lugar a um povenovo (Ribeiro, 1970}, num nova modelo de estruturacso. societaria. Novo porque surge camo uma etnia na- ‘ional diférenciada culturalmente de suas matrizes formadoras,fortemente mesticada, dinarizada por ‘uma cultura sincrética e singularizada pola redefint ‘sdode tragos culturais dela oriundos.Taribém nowo porque se vé a si mesmo e€ visto como uma gente nova, ummnovo género humano diferente de quantos. ‘existam, Povo novo,ainda, porgue ¢ um novo mode- ede estruturagao societaria, que inaugura uma for: ms singular de organizacao socioscon Sraica funds. ‘da mum tipo renavadods escravismo emumaservido bb, mais terras que eu percorra, Ndo permita Deus que eu morra continuada 20 mercado mundial. Novo, inclusive, pels inverossimil alegns e espantesa vontade de fe cidade, num pove taa sacrificado, que alenta e co move a todas es brasileiros. {_] Essa unidade étnica basica nde sigrifica, porém, nenhurna uniformidade. mesmo porque atuaram, sobre ela trés forpas diversificadoras. A ecalégica,fa- endo sungir paisagens humanas distintas onde as condigies de meio ambiente obrigarama adaptaci regionais A econémica,criande formas diferenciadas de produpao, que conduziram a especializacdes fun: cionais #a0¢ seus correspondents géneros de vida. E por ultimo, aimigrara0, que introduziu, nesse mag. ma, noves contingentes humanos, prinsipalmente ‘europeus, arabes e japoneses. Mas jd o encontrando formadae capaz de absorvé-las e abrasileira-los ape nag estrangeirou alguns brasileitos ae gerar diferen. clagSes nas areas ou nos estratos sociais onde os imigrantes mais se cancentram. Sem que eu volte paralé...” (Genre ins Fa pont oral inser Como a populacao brasileira se identifica Segundo o IBGE, come ¢ possive observarnos Bi ficos a seguir, opercentual de pessoas que se conside- rambrancas tim caidoeo nimeradas quese conside ram pretascalude1950 3 1980 wottou aaumentarem 2010. a autoidentificagdo como pada estécrescenda Gesde a década de 1950 sso pode indicar que 0 pro cessode acetacioe de valorizacio daidentidade afto- escendente da populae3o brasileira tem se ampliada nas tims décadas. Osdadas dos grficos sao levantados pelo BGE @ refletem a forma como as pessoas se identifica, Nem sempre os pardos se declararam como tal, @ sass core raca (14) 1950-2010" havendo muitos que se declaravam como brancos. ‘Alem disso, como wacé viuna pagina 143, 0Censo 2010 foi primeira oferecer a apse “indigena” como au: toidentificador. Existem ainda muitas pessoas que, por particulsridades culturas,nlo se identifica com nenhuma das cincoopcies oferecidas para enquara- mento da resposta (branca, preta, amarela, parda e indigens) ‘A espécie humana é Uniea: no existem racas CO conceito deraca falém do decor, que seriaexpressao fenotipica de um individuo). como aparece nas pesqui sas, mapase relatirios do IBGE, ndo tem embasamen tobiologico, mas simbistorica.Otexto a seguirexplica 0.uso de alguns conceitos importantes acerca desse tems, comorsea, core racismo. Popaagie rs 1950 1980: 613 no 02 aut 08 06 a = 2014 60 04 03 | Wiser cies | 2a, Bape trea ged tect gous =< © Raca, cor ¢ racismo: algumas conceituacées necessarias aca &antesde tuda.um artificio tedrica Reco nhecer seu estatuto como construrio social signi- fica, primeiramente,entender que a noo de raca fj historieamsente adatada como ferramenta d& eccusio ehierarquizaciode povos eculturas,tendo sido mobilizada por setores da ebte para legiimar aches escravstas,eugénicasecolonialistas Depois, cam a emengéncia das morimentos sociais raga fo retomada como instrumentadeluta pal handeira pelo recanhecimente de direitos ede re istribuigdo de recursos. Hoje falardersca no sg. nifica evocar sua histricae ineliz definicio, muito menos fazer apologia de seus maus usos,e sim re conhecer sua importancia camo conceita analitico para luminar desigualdades,valorizaridentidades, enfrentaroracizmo e promovertransformacdes a sociedade.[_] ‘Apercepcio cada pelo contexte sonoculturale ecandmaco em que se encontram 0s sujeitos: ser branco au negro nao ¢ ~¢ munca foi ~ um produto objetivamente apreendido pela aferico de medidas, como acan cantragio dé melanins na pela analiseda onigem Homa-se altamente inflaen Maniflestac do Orgul aulta, a repldocentralde Sto Paulo ($), 2015 Alem de ncantvat a autoes tia 2 populagSaw avatars acho da ientidade negra. a marche #eontra a dacriminacio€ descricao de tacos ferctipicos caucasia- nos ou negraides..] Por entender queraga é dotads de uma reall dade social eculturalmenteconstruida,anociode cor também deve serproblematisads. Emseu sen ‘ido usual, acor éempregada para designara clas- sificacdo racial dos sujeitos ser, no entanto, se comprometer com a "raga"em si [.] Analissroque significa pertencer a uma cor "branca’,“preta” ou “amarsla’ remete a uma ideslogia que opera por tris dessas categorias, conferindones sentido; loge, o conceite de cor inevitavelmente evoca a nocio de raga, Dai decorre que cor é raca.[_]s2a nogie de coré,nvfundo, um sindnimoderaca, por que continua operanda eom a primeira? Porque cor é uma categoria nativa,tradicionalmente ut- lizada para diferenciar idadios livres de escravos, colonizadores europeus de powos nativos, imigran- tes asticas de negras descendentes de povestra azidos da Africa ete Em suma, parquefeio principal conceito utilizada nas relacdes raciais do Brasil pars clasificar pessoas |_| bgp dlecal tlie cca: SRN iS Porvezes,tedrieos dafendem usubstituiglo do comceito de ra¢a ou de cor pelo de etnia. Essa pre ferénciaestaria amparada na nocaa de que otermo “etnia” transmitiria uma ideia de pertencimento ancesteal,remetendo. origern einteresses comuns [Dentro dessa perspectiva.etnia poder sbran- set os variados grupos indigenas que habitam nos sopais, mas ndo se mostrariasuficiente cama con ceito para cals que erwolver, por exemplo.as populaces brancae negra Devido a razieshhistricas, brancos enegros compartilha zam diversas caracteristicas culturais em um ter ritenio que, embora fosse o mesma, sempre esteve stravestado de hierarquiassociais, para as quais 0 conceite de raga é prédigo em enumerar, discutir ¢ problematizar ‘lem dessas reflexdes, é fundamental que 0 conceit de racismo também seja explorado em alguns detalhes. Entende-se oracisme como um fendmeno social detade de trés principals dimen. sBes: em primeiro lugar, racismo é uma corrente tedtica,defendida historicamente pelos partidd raed eugenis, para justificar desigualdades en te 0s povos ao atribuirum espectro hierarquico arcar as elagbes de moral e valores que seriam explicados por suas supostas “naturezas”.Para tanto, o racismo, para fetivar suas praticas de domina¢ao, criou primei- ramente o seu abjeto — a raca como ferramenta decopressaa Segundo, racicma também é um eanjunto de preconceitos,discriminagdes e viokéncias dirigidas as pessoas em razdo de suas diferencas étnico-ra dials, este, o sentido mais corriqueino de racism, esta presente nas ofensas, injirias e violéncias orientadas par concepedes prévias calcadasmo pre concsita racial, Por fim aterceirasentido deracismo dia espei toauma questio estrutural acerca das desigualda des entre as ragas, resultante das formas historia ‘mente injustas de trtar os diferentes pores; ao se constatay, a titulo de ilustragio, que a populagio negra alcana piores nivis de escolardade,pode-se condluir que hé racismo na area educacional,haja vista que existe uma situacdoestruturalque produz esustenta essa disparidade tema crinacitrtcrnsaaenrcers (48) @) imigracao internacional ‘Coma a Cares partuguess nia faziaregictros oficiais dotrafice de escravizades, no existe dades precisos de rimero de afficanos que ingressaram no Brat, quaiso- am os anas de maior flixo, por qual porto entrarame de ‘que lugar da Africa vieram. © Atfas da politica externa Brasco. no entanta, trax umaboa hiptesedesces dacos. ‘Segundo as estimativas expostas no livro Brasik 1500 anos de povoamento, ingressaram no pais pelo menos mithdes de africanas entre 1550.e 1850, a maio- fia proveniente do golfe de Benin e das regiSes que _atualmente compreendem os territérios de Angola (20 ‘sul docontinente, costa ocidental] e Mocambique (tam- bem 20 sul, casta orental). ‘Observe, nos gréficos abaixo, que a participacso brasileira nototal de escravizados por destino mundial ‘é multe grande, o mesmo ocorrendocom Rio delaneio © SS Paulo em relaeao 3 quantidade de escravizados para.o Brasil (@ dtrica-brasit quantidade de escravizados per destino 1500-1850 r e eo & ‘Censuitea naapie a firme Qlomboe nee eecines bers eens ae 10 Entre as comrentes imigratarias livees especificadas no grafica da préxima pagina, a mats importante foi a portuguesa, queseestendeu atéos anos 1980. voltou ‘a acontecer depois da crise econdmica mundial de 2008/2009, com a vinds de profissionais qualificados ‘em busca de emprega. Além de serem numericamente mais significativos, ox imigrantes portugueses espa: Iharam-se por todo. teritcrio nacional ‘Até 1883, a segunda maior corrente de imigrantes livres foi 3 italiana; a terceira, a alemd; e a quarta, 3 ‘espanhota. A partir de 1850, a expansio dos cafezais pelo Sudestee a necessidade deefetivacolonizacio da regidoSu levaram ogoverno brasileiro acriar medidas de incentiva vind de imigrantes europeus para subs tituiramaa de obra escravizada. Algumas das medidas adotadas e divulgadas na Europa foram o financiamen: te dapassagemea suposta garantiade emprego, com moradia, aimentacao e pagamento anual de salarios. Embora.atraente, essa propaganda gavemnamental revelou-seenganosa e ezcondia uma realidade perver 2:3 escravidae por divida, A saida do imigrante da Fazenda somente seria permitida quando. divida fos: se quitada. Coma nfo tinha condicSes de pagar 0 que devia, ele ficava aprisionade na atifindio, vigiado por capangas. Essa pritica, de excravidio por divida, 6c0- mum até hoje em varios estados do Brasil, sobretudo na regido Norte a cis de cate quar drei eee pagar era porte que. segundo a propaganda do gover @pscasi entre aciesnnde nigrantes — 1619-1940 nae (Onan date de nid ‘Akém dos cafezais da regide Sudeste, outra grande frea de stragao-de imigrantes europeus, com destaque para portugueses,italanos e alemdes, fi o Sul de pais. "Nossa regiao, osimigrantes ganhavamapropriedade da terra, onde fundaram colénias de povoamento, Observe info fire noe prima gins fetugindosrigetanos pads da Capa dos Ret artesanate oj de roupas ea posive eonhecar um pours dacuiturs depaises came ‘Angele, Cabo verde, Nigeria « Macaque Os espanhéis nfo fundaram colénias; emvez disso cespalharam-se pelos grandes centros urbanos de toda 0 Centro-Sul brasileiro, principaimente nas estados de So Paulo e Rio de Janeiro. Em 1908, apertouem Santos. primeira embarcacso trazendo colonos japoneses. O destino de quase todos foram as lavouras de café do oeste do estado de S30 Paulo e norte do Parand: alguns se instalaram no vale ddo Ribera (SP) e a0 redor de Belém (PA. Da década de 1980-até 2008/2009, porém, alguns descendentes de Japoneses pactaram a fazer o camino inverso de sous ancestral, emigrandoem direc30.30!apsacomo traba: thadores (os chamados decaseé gui), passaram accu: par postos de trabalho desprezacos por cidados japo: ‘ness, geralmente em linhas de produeao industrial Com a crise econdrica mundial que se iniciou em 2008 © @ aumento do desemprego no Japa, esse fluxo se cestagnau e muitos decassdguis retornaram 20 Brasil AAs correntes imigratarias de mene expresso in. cluem judeus, espalhados pelo Brasil e oriundos de siversos paises, principalmente europeus; arabes srios « libaneses, também distribuidos pelo pais: chinesese coresnos, mais concentrades em So Paulo; eslavos, sobretudo poloneses, lituanos e russos, mais concen- trados em Curitiba e outras cidades paranaenses. Ha também sul-americanos, como argentinos, uruguaics, pparaguaios, belivianos echilenos, a maioriana Grande $80 Paulo; haitianos e pessoas de varios paises aftica: nes, com destanuie pars Angola, Coho Verde =| “anstaao ime Gain Wea 0 neta HugestBen de Kodera Flmere aes @ Migracao interna Segundo datosdo IGE.em 2014, 385% @)rasit principals las migratérins -2008 dos habitantes do pais no eram naturais cdo municipio em que moravam. e cerca de 16% delesnaoeram procedentes da unidade da federacio.em que vivian Federacieorranjo poco fo case da federacie Runs co stadia Uniden. dt Alemanba, pee poqualaeu ancora porta Esses dados revelam que predominam cos movimentos migratérios dentrado esta- cdodeorigem. Atualmentaha um crescimen to das fluxes urbaro-urbano e intrametro- politane, isto &, auments 0 numera de pessoas que migra de uma cidade paraoutra rnomesmaestada cu em deterrinada regifo rmetropolitana em busca demelhores condi Bes de vida, No entanta, continuam ocor- rendoes movimentos migratériasinteresta- dduais, como mostra.o mapa 20 lado. “svalisandaa histéra brasileira, percebe mo: que, desde século XVI,o5 movimentos, rmigratérios estao associadosa fatores eco /nbmicos. Quando o ida da cana‘de-apicar no Nordes- te decaiu, por exemplo, se intensficou o do ouro em Minas Gerais. Esses grandes deslocamentos de pessoas provocam umintenso pracesso de urbarizacse na nova centralidate econémica do pais. Mais tarde, com ociclo docaté eo proceso dein dlustrializacao, 0 e:x0 $30 Paulo-Rio delaneirose tornau ‘esstaaa fie hememaue iru sua. es orienta nasecio ‘Sapestes de tars, filmes eater 0 = sce a AD Mi fon 6138370 oer ‘apd de CE Ale Maios en ano Rin de an, 28 p82 © grande polo de atracia de migrantes, que saiam da regide de origem'em busca de emprego ou de melhares salirios. Somente partirda década de 1970, porcausa do processode descancentracao da atividade industrial ‘eda criagdo de politicas pablicas de incentive 3.ocupa (Godas regides Norte eCentro-Oeste, a migracio para co Sudeste comecou a apresentarsignificativa queda Se determinada regio do pais camecar a rece ber investimentas produtivos, pablicas ou privados, que aumentem a oferta de emprego, em pouco ‘tempo ela se toma polo de atracSo de pessoas. £0 -queacontece atualmnente com os municipios doin- ‘prior do estado de Sio Paulo, Municipios medion grandes do interior da ested de Sto Paulo,comoCampinas Ribeiro Feta. S80 José das Campos, Sorecaba eStoosé do Ro Preta.e alguns menoses, {presentam indices de cmscimante econdmice maior dos que os da capita oque geraatracao populacional isso se deve a0 deservelviment dos sistemas de Varsperte, fenergiae telecomunicacies Vita patil de $30 Jos@ do Ria ‘eto (SP. em 200, Exodo rurale migracao pendular Em 1920, apenas 10% da populace brasileira: via em cidades. Em 1970, esse percentual ja era de 56%. De acordo.com a Sintese dos Indicadores Sociats No entanto, a5 cidades receptaras deste enorme contingente populacional naa recebom investimentos piiblicos suficientes para obras de infraestruturae pa: ‘a uma urbsanizagao plangjada, Esses fatores fizeram ‘cam que ascidades paccascem a crescer desordenada: mente, com autoconstrucdes, submoradias e iotea: mentos dandestinos nas periferias. Assim foram reduzidas a3 ccupacdes esparsas que existiam entre uma cidade e outra e, somade a outros atores.a formacdo de regides metropelitanas 2015 do 18CE, mais de 85% da populacae brasileira é urbana (no Capitulo 10 vamos analisar esses dados de forma mais aprofundada). Estima-se que, entre 1950 ¢ 2000, $0 milhdes de pessoas migraram de campo para as eldades, fend. ‘mene conhecide como éxodo rural importante emt smaiora dos cases, 05 nigrantes se deslacom para ascidades com pouguissimo dinneio.e em condi coes ‘muita precarias. consequ ‘dewuma poltica agrariaque ‘concentra 2 posse das teas egies metropeitanas, andes dades muito a fete de inal rede e Pauls (SP) ar ares de igrantes odot ot ano pelo territério ne Capitule 10). Nessas regides acarre um deslocamento diario da papulagso, movimento conhecido como migracda pendular. Aexisténcia de um eficiente sistema de transporte coletivaé funda ‘mental para quem migra pendularmente entre 2 mo: radia, muitas vezes situada na periferia distante, eo local de trabalho, localizado nas centralidades urba rnat.Como e sistema de transparke pUblies dae me. tropoles brasileiras em geralé ineficiente, o desloca mento didrio dos trabalhadores penosae consome foi favorecida (veremos sua definigao ¢ distri muito tempo. Brasil; populagdo urbana e rural 1970-2014 Urbana unt Mithdesdehabitantes | % | Mithtesdehabitantes | 1% a 559 m1 44) Bas es 386 Ba 1081 mo 380 260 ig ay ne 189 1602 Baa 305 156 m9 5 303 4 te tn mlm mame Srnec ao emo OT @) Emigracao Como vimos na capitulo anterior os movimentos cde populagio sempre estap associados a fatores de repulsao e de atracéo e, mutas vezes, os emigrantes saem contrariades de seu pas de origer. A partir ds

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