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Bias. W poo apredoarmacdiagay em oo Teche OS Princfpios gerais do tratamento psicofarmacologico Doses sicus seus métodes de tatamenco. A auudanga de uma orientagio sobretudo psics palitia para uma posisio radicalmente mais biokigiea alterou nv apenas suas abordagens bisicas em relagie aos pacientes, mas também as caracteristicas dos profissionais da irea, Para ox psiquiatras mais antiges, a transfarmagio ocortida nas décadas de 1980 ¢ 1990 no foi ficil. Primeiro, manter-se atvalizado em relagio 3 constante expansio de informagées sobre as teorias biologicss, 20s fovos testes laboratoriais,& informatizagio, os aoves medicamentos e 208 10 vos empregos dos antigas agentes ornot-se, por sis6, uma ecupagio de tempo integgal ~a qual, com Frequéncia, permitia que sobrasse pouco tempo ou ener~ sia para se integrar a informacao anual 3sua pritica dtirla. Além disso, a ripids proliferacao da informagio biolégica e psicofarmacoldgica rornou a tarcfa de Integra as abordagens biolSgicas e psicoterapéuticas ainda mas difiil. Hoje, as cexapas mais complica «apis duas ou mais décadss, surgizam grupos de psiquiatras experientes em Pricofarmacologia 970, a psiquiatsia vivencia wma ripida meramorfose era is da transigio terminaram para a maioria dos meédicus, ‘Alguns académicos e médicos defendem que a psicofemacologia tornou- -se a essincia da psiquiatria; todavia, por muitos anos, outros insstran que ssi abordagem simplesmente mascarava as doengas subjacentes, agia contra a resolugio do conflico,interfera na terapia e assim por diante. Nossa impressio Ede que maioria dos médicos de huje desenvalvesbordagens mais harm6nicas paicofarmacologia dhica « pritica, combinand elementos da pric pia € da psicofarmacologia. De 1s mérodas is vers hiperateo modo singular, 0 psiquiacrs académico, com fiados e polarizados, ficou defasado no que tange & pritica clinica, Acreditamos dde forma intuitiva que a psiquistia como subespecialidade médica esté incor porando aspectos das teorias psicussocial, psicubiolGgica e psicafarmacolégica para formar, de fato, uma nova psiquiatra Contuco, talver o treinamento dos residentes de psiquistria nfo os exteja preparando de forma ideal, principalmente pela limitada carga horitia e pela restrita habilidade ma aplicagio cas normas do Manual diagnéiticaestaiice de sransturnos mensais (DSM), (Uma sarso importante paraa ineorporagie dessesaspectas cxersam efeitos piofundos e benéficos sobre # cognigio, o humor ¢ © compor- ‘tamento, os medicamentos psicots6picos geralmente no mudam o pracesso .embora da doenga subjacente, que, com frequéncia, € muito sensivel aos estressones intrapsiquicos, interpessoais e psicossociais. Em regra, os resultados bendticos podem ser obtidos apenas pelas simuleneasredugio dos sintomas © promogio da capacidade do individuo de adaprar-se 3s exigéncias da sua vida. Surpreen- dentemente, alguns clinicos gerais tém adotado or princfpios psicossociais para complementar otratamenro de doengas como a hipertensio, a agtite reamatoi- dee o diabetes juvenil. Dz mesma forma, os psiquiatras que adotam a psicofie: ‘macologia como a roralidade e a finalidadeiltima de sua eign peovavelmente ieio se encontrar na mesina posigio dos clnicos gers que acham que a presi ‘0 de tiazidas € uma solugio simples para a doencs hipertensiva. Os psicanalis~ {2s, no entanto, ndo devem esperar que sua abordagem cure ou reduza de forma significativa os sintomas vegetativas nos pacientes endogenamente depressvos. Em vez diss, precisam compreender os beneficios potenciais alternatives ~ so- bretudo dos medicamentos psicatripicos. Para os médicos sens uma vastaexpetinea, a transigio para uma pritica ificuldades, Um resultado elinico favo- tivel apés a prescrigdo de um medicamento psicotrépico reforya a confianga nas abordagens psicofivmacoldgicas. Do ponto de vista prético, uma vez que resultados fvoriveis com feequéncia podem ser produzidos mais rapicamente com uina abordagem psicofirmacolégica do que com a psicoterapia, a confian- ‘92 no tratamento medicamentosv poderi ser conquistada com mais acilida- dle. Os inibidores seletivos da recapragio de serotonina (ISRSs), com sua fell utlizagio e seus amplos efeitos teapéuticos, ajudaram os médicos a tornar-se terapeutas farmacol6gicos efetivos. Embora este livro seja primaviamente wnt guia para a psicofarmacolo- Bia ele nda deve levar o leitor a concluir que saber escolher © prescrever os mais farmacoldgica nie acorren sem ‘medicamentos psicotrépicos elimina a necessidade bisica de avaliar conbecer por completo os pacientes psiquidtricos. Noss objetivo Fundamental éfornecer a0 leivor/médico informagses de medicamentos psiquiericos. Fste manual foi escrito come um gua clinieo pritico e de ficil manuseio a fim de aunxiliar na esolha e prescrigio das tera- pias medicamentosas adequadas a cada paciente, considerando nossa propria experigncia clinica, bem como as informagoes contidas na leitura especitica Fle nao & uma série de tabalhos documentados e met 2s ¢ prdticas em relagio is muitas clases sulosumente revisidos, portanto, as declaragies no testo, as vezes, nip apresentam referéacias indivie dduais, Entretanto, cada capitulo €acompanbado de uma lisa de artigos ¢livas relevantes, selecionados para aquelesleitotes que dessjam ir além do cont aqui apresentado. Acreditamos que isso conttibui para tornar esta nova ediga mais compreensivel. Além disso, em resposta a algumas sugestdes dos leitores, ado ineluimos virias melhoriaseesperamos que o leitorconsidere esta edigso ~ bem Iai ~ proveitosa que as anteriores Conselhos gerais Ei geral, a nova geragto de psiqularas est mals bem capachada em prcoBir macologia do que muitos colegas de geragées anteriores. Normaliwente, reco- _mendamos que os médicos concentrem-se primeizo em um ou dois fiemacos por classe ce medicamento c se familiarizem com seu emprego (dosagem, ee tos colaterais, ete). Apesar de esta recomendaio ainda ser pertinente, cresce a aprecnsio em relagio 3 redugio dos incentives a programas educacionais, pra teada pelas companbias farmacéutica, inibigio da oferta de mais conteiido programitico, por parte das insteuigdes académicas; com iso, ot médicos nio ‘obtém informagdes suficientes sobre os mais recentes agentes sio incapaes de prescre se de um verdadeito desaste, ji que, para alguns pacientes, um novo medicamento pode significar vidas savas. Es. peramos que, com o tempo, surja uma abordagem mais racional e hagmdnica para lidar com a indéstria frmactutica. O que os médlicos podem face para mantet-seinformados? Objerivamente, eles podem pesquisar a literatura far ‘macoigicae partcipar dos programas de Educagao Média Continuada-EMC. (CME-Continuing Medical Education). Isso no significa disponibiliaagio de informagies adequadas sobre os novos agentes. Os boletins farmacolig- cos apresentam informagbes atuaise ites. Eles podem ser suplementades com algum materal-chave de pesquisa disponivel, como livros-texto sobre psicofar- rmacologia ¢ 0 Physician’ Desk Reference (PDR). (Alguns ttulos de auxilio estio indicados no Apendice, no final deste manual.) Paes aqueles da “gerasio tecno. os com propriedadle. Trt Manual de pscotamacologia dina logica’, baixar em seu computador ou celular um produto como o Epocrates, {gue inclui basicamente uma versio digital do PDR, é bastante il Alkan disso, os méelicos deverio estar funiliaizados com alguns livros di- reciomados ao piblico lego, os quais poderio sjudi-los com informagses com- plementares a serem fornecidas aos pacientes (ver Apéndiee) ‘Também ¢ inceressante identficar os consultores locais em psicofarmacalo- sa, que podem fornecer segunda opinises quando necessivio ~ por exemplo, caso 6s pacientes mio respondam aa tratamento ou apresentem efeitos claterais graves, Orientacées praticas Desde o inicio da década de 1990, diretrizes tém sido desenvalvidas por s0- ciedades compostas de profissionais, bem como por lideres académicos. Essas corientagées podem ser tices, jf que, cm gor, sio baseadas na evidencia e na literatura. Infelizmente existem limitagies imposes pela superconfianga nessis digeuizes. Prinsciro, com o relato de evidénciss, nvas indicagSes ou novos te tamentos, esas orientages podem tornar-se obsoletas com rapide. Segundo, «evidéncia disponibilizada na literatura publicads pode ser de agentes que iio io os mais eficazes no tatamento de pacientes especifics. Tercera, a evidéncla com frequéncia sucumbe quando o médlico se depara com uma falta de resposta 8 terapia incial, © que o deixa desanimado com a experigneia o« o julgamen- to clinico. Quarto, a evidéncia comumente esti fundamentada nas opinioes consensuais dos especialistas. Essas opiniies sho de auxilio, mas ndo sio neces- sariamente precisas. As diretrizes podem ser bastante avxiliadoras para médicos sem especialidade, mas menos iteis para aqueles mais experientes que tratamn de pacientes com condigdes reftatiras. Por fim, ainda existe uma considerivel nnecesidade de pericia na pritica da medlcina Questées legais, é Parece prudente dscuterapidamente aguas quests legs, dtc ¢econ- micas em relago &psicofarmacologia. Como uma discuss abrangente de to- das esas questoes est am do escopo deste manual, o leit deve recore ou tras fontes para informasiesexpecifias (vee Apéndice).Tambeém esti disponivel uum excelente tabalho de reviso dessa ea, de autora de Hoop ecolaboradores (2009) © termo de consentimento tomou-se uma questio eada vee mas impor- tante na medicina. Hi muito tempo que pritica médica padrio & reconecida por informar aos pacientes os beneficios resus iscos dos viros procedimentos Capiulo 1 __Princpios gas do wat ento psicolamacoligico 5 cirirgicos ¢ médicos. Na década passada, grande atengio foi dada & questio do termo de consentimento; eneteranto, quando se fala em termos de consent mento na psiquiatria, apidamente sargem virios problemas-chave. Primeiro, 6 psiquiatras deparam-se com o desafio de avaliar a capacidade do paciente ‘de compreender com perfeigio tanto 0s beneficios quanto 0s rscos do medica mento prescrito ou de interpretar a informagio fornecida de forma tllexiva © bhenéfica. Com certeza, essa questo & urgente no caso de pacientes psicsticos, cea tute legal s vere, deve forneser 9 terme de consentimento adequado. Felizmente, os psicbtioos represcntaan ma minoria na média da populgio de pacientes de um médic. Pacientes paranoid sto mais bem superados por meia do estabelecimento de um trabalho solide de relacionamento, Esse individuos sio encontrados com menor trequéncia do que aqueles muito ansiosos, obsessivos ou agitados, que esto propensos a na abordagem medicamentosa fica. A primeira vista, nesses casos, o médica pode considerar o termo de conseatimento como um obstsculo insuperivel Entrtanto, na pritica ais pacientes ficatio ansiosos mesmo que o profisional ‘aio os informe sobre os efeitos colaerus, Na realidade, a revelagio dos fatos ao individuo em geralalivia sua ansiedade. Isso também implica 0 respeito pela s1avidade da sua doenga ea necessidade de assumie certs rscos muruamente Dever’ o médica informar o paciente de todos os efeitos colateais e- lacionados no PDR ou apenas enfitizar os mais comuns? Alguns eebunais as- severam que os clinicos podem ser responsabilizados se no informarem a seu cliente todos os efeitos colaterss, Na pritica, a maioria nao procede assim por vitias raxdes, incluindo o tempo envolvido ¢ preacupagio em assustar 0 indi- ‘viduo indevidamente. Tal prevcupagiv & de especial relevineia quando alguém pondera o fato de que a informagéo contida na embalagem reluciona quase teados os efeitos colaterais jf relatados nos enstivs eam o Farmaco, mesino que cas capazes, apresentam probleinas priticos que cles no tentham ocorride devide av mnedicamento em questiv,aléin dos efeitos colateras observados apenas ou sobrecudo com agentes similares. Ficamos im- pressionados com o fato de os pacientes néo apenas terem live acess a c6pias do PDR € a guias de medicamenros para 0 consumidor, como também com © fato de eles consumirem normalmente os medicaments. De certo modo, essis priticas comeyam a eliminar » aparente problema do médico, mas este precisa, ide qualquer forma, dialogar abertamente com todos os pacientes ein telagio fos beneficios efeitos colaterais do medicamento, mesmo (ou sobretudo) com ‘os “autodidatas”. Os pacientes que leem o PDR precisam ser informados da selativa probablidade de ocorréncia de um ou outro feito colateral. Por exem- ‘plo, devem ser insteuidos pata entender que a boca seca, como resultado de lum antidepressivo tricilico (ADT), & esperada, mas que a agranulocitose out Manual de pscolanmacologia clvica anafilaxia sio extremamente raras, Nossa experigncia é de que os pacientes ficam seguros pela crenga (esperanga) do médico de que esses efeitos colateris| io ocorterio, Hoje, as bulas costumam incluir tabelas comparando os efeitos colateras nos pacientes tratados com um flemavo ativo Aqueles observados nos individuos que receberam placebo, sso coloca as questbes em uma perspectiva muito melhor, Alguns médicos oferecem 0s pacientes, rotineiramente, mate sal escrito (em geral, flhas indlividuais para cada medicamento) que explica 0s riscos relatives do firmaco, Iso funciona bem, mas apenas seo profissional sentirse eonfortivel com essa sboragem e se esta for, de fat, sma rotina em sua prdtca Durante muitos anos, até a introduyso dos antipsicdticos atipicos, um problema especialmente dificil em isco de desenvolvimento da diseinesia tarda, urn efeito colaeral desastroso, em sgeral devido a um tratamento de longo prazo com medicamentos antipsicsticos picos (ver Cap. 4). A discinesia taeda representa tim isco menor 1 pritica psiquidcrica de hoje. Cerea de 14% dos pacientes sob terapia de ma utengio com medicamento neuroléptico-padrio foram afetados hi trés ou _mais anos, ea condigio pode set mais comum em individdos com transtornos aferivos do que naqueles com esquizoftenia, Assim, os médicas precisam ser «especialmente conservadores na administragio de neurolépticos em pacientes que nio demonstraram episédios psicsticosfrequentes ou crdnicos. Fntcerant, como inflizmente os transtomos psicdticos crénieos existem, mesmo a pritica prudente com antipscdtiens de pri

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