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Sexta-feira, 27 de Outubro de 1995 BOLETIM I SERIE — Némero 36 - OFICIAL PREGO DESTE NUMERO — 48800 tis Ol le sr daa hina de rome Nene dade ‘ASSINATURAS seri deri nevi plan dente contra nina doonta |] THOR eaten ee eee Bimini menret sans | ‘iy Beni ie nade cS tei th tian unde mii tants || sare aaee50 120080 | see ‘2400800 1 ant§00 0 wha ina a rep operon WAG me UIT LER.) Liki, ee Aig ee ei rene |] LoS n_258_L5ORD_| foes = Sam as are pled ac cree sot neve ts mpm || STUD sae ck ~ #00 trope rt fi nr oven, s periods de mrinatras ootamae ot af Ss Wan “eomeste "Se | Série soosoo 2200800 ance armas tat em psec || hea an ea | sei. o00too rain come? Sea Telli oo 9.0080 250080 AVISO TABELAB Os Ex.mo assinantes do Boletim Oficial sio aoe T For avisados que devem renovar ou inscrever, as feaes Seca suas assinaturas para 1996, até 31 de Dezembro do corrente ano. 1600800 00800 | 00800 0 respectivo expediente encerra-se impreteri- se velmente nessa data, sendo considerados de venda avulsa os mimeros publieados posterior- rate. As guias modelo B comprovativas do mento das assinaturas nas recebedorias nangas dos concelhos do Pais, deverdo ser envia- das & Imprensa Nacional de modo a darem © trada antes de 1 de Janeiro, sem que as inseri ‘e6es. sero feitas A data da recepedo, sujeitando- “Soe os interessados ao pagamento avulso dos 1 ‘meros publicados depois de 81 de Dezembro. As demais condigdes de assinatura, sua remessa e direitos inerentes, so as que constam da Porta. 7/92, publicada no Boletim Oficial I Série 6/92, de 19 de Outubro. ‘TABELAA serie | re00s00| 1 2acs00| 2 400go0|s soos | 2 soaso}2 anton série | Lomso0] oto} 1 ons00|1 2a0800| 2 conga cootoo 16% Série| 2 scoso0} 1 500800] 3 100s00|2 100800 s soos} nsc0 PRESIDENCIA DO CONSELHO DE MINISTROS: Decreto-Lai nt 60/08: Alters as caracterfstions tenis das macdas de 1008, constantes do artigo, do Decreto-Lei a? 114, do 10 de Fovoraeo. Docreto-Legislative n® 9/95: Define e regula o regime juridico das contra-ardenaptes. MINISTERIO DA JUSTIGA: Dospachor Reconhove » Astociagéo pare Protoopio da Pamfia, VERDEFAM, come pessoa juries MINISTERIO DA COORDENAGAO ECONGMICA E MINISTERIO DO TRABALHO, JUVENTUDE E PROMOGAO SOCTAL: Portaria n* 5696: ‘Autoriza» liquidagio, em prestagSes, dos doseontas ou contrib ‘es dovidas por funciondrios contemplados pelo. Decreto- Legislativo x? 195 de 29 de Maio, 2_IS#RIE—N* 25 —SUP. -B.0.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE —27 DE OUTUBRO DE 1995. Deereto-Lei n® 60/95 de27 de Outubro, Convindo alterar as caractoristicas técnicas das moe- das metélieas de valor facial de 1008, criadas pelo De- ereto-Lei n? 7/94, de 10 de Fevereiro, de forma a que elas possam ter 0 exterior, também, em aluminio- bronze; No uso da faculdade conferida pela alinea a) do n® 2 do artigo 216* da Constituigao, o Governo decreta 0 se- guinte: ‘Artign Unico ‘As earacteristicas téenieas das moedas de 1008 cons- tantes do artigo 3° do Decreto-Lei n® 7/94, de 10 de Fe- vereiro, passam a ser as seguintes: Diametro 26 milfmitros ¢ peso de 11 gramas, cunha- das numa liga bimetdlica, sendo o exterior em bronze ou aluminio-bronze, eo interior em euproniquel e for- ‘mato de um poligone de 10 lados ligeiramente arredon- dado» ‘Visto e aprovado em Conselho de Ministros. Carlos Veiga —Anténio Gualberto do Rosério— Pedro Freire de Andrade. Promulgado em 24 de Outubro de 1998. Publique-se . © Presidente da Repiiblica em exereieio, AMILCAR FERNANDES SPENCER LOPES, Referendado em 25 de Outubro de 1995, © Primeiro Ministro, Carlos Veiga, Decreto-Legislativo de 27 de Outubro: 9195 Convindo dotar o pais de um adequado direito de ‘mera ordenagdo social, traduzindo, assim, a urgéneia que se vinha sentindo, tanto no plano da reflexao tes- rica como no da aplieagio pritiea do direito, de dispor de um ordenamento sancionatério alternativo e dife- rente do direito criminal; Considerando que os proprios drgaos legislative e executivo tém, no raras vezes, sentido a caréncia de um tal ordenamento, impedindo, frequentemente, esses Orgaos de langar mao de uma gama diferenciada de sanges ajustada & natureza e gravidade dos ilicitos a reprimir ou prevenir; ‘Tendo em conta que nenhum Estado que promova a justiga social e que, portanto, desenvolve nesse sentido tuma larga intervengio da Administragto, desigmada- mente, nos dominios da economia, satide, habitagdo, cultura e ambiente, pode atingir os fins que se propie sem uma aparelhagem de ordenagio social a que cor- responde um ilieito e sangGes préprias que nfo se confundem com 9 ilicito e sangdes penais, por nao vio- larem aquele minimo étieo social com relevaneia crimi- nal; Considerando, ainda, que é necessério libertar 0 di- reito penal do ntimero inflaciondrio e ineontrolavel de infracgdes destinadas a assegurar a effcécia dos coman- dos normativos da Administragio, cyja desobediéneia nao se reveste da ressonancia moral caracteristica do direito penal, como, alids, tem vindo a acontecer em va rias experiéncias comparadas; Dando, assim, cumprimento ao Programa do Go- ‘Ao abrigo da dutorizardo Legislativa concedida pela Lei n® 131/1V/95, de 27 de Junho. ‘No uso da faculdade conferida pela alinea 6) do nt 2, do artigo 216" da Constituipao, 0 Governo decreta 0 se- guinte: PARTEI Da contra-ordenacao e da coima em geral CAPITULO T Disposigses gerais Antigo 18 (Contra-order 1. Constitui contra-ordenagdo todo 0 facto ilfcito & censuravel que preenchia um tipo legal no qual se co- 2. A lei determinard os casos em que uma contra- ordenagdo pode ser imputada independentemente do carsieter censuravel do facto. Antigo 2 (Principio da legalidade) S6 sera punido como contra-ordenagao 0 facto des- erito e declarado passivel de coima por lei anterior a0 ‘momenta da sua pritica, Antigo (Aplicagdo no tempo) 1. A coima aplicdvel 6 a estabelecida pela lei vigente no momento da pratiea do facto ou do preenchiment dos pressupostos de que depende. 2. Se a lei vigente ao tempo da pratiea do facto for posteriormente modificada, aplicar-se-a a lei mais favo- rivel a0 arguido, salvo se ja tiver transitado em jul- gado a decisio da autoridade administrativa ou do tri- bunal. 3. Nao se aplica o disposto na parte final do nimero anterior, se a lei posterior mais favoravel ao arguido se traduzit na eliminacao do facto do numero de infrae. e0es cominadas com uma coima. 4. 0 disposto no ntimero 2 deste artigo ndo se aplica s leis tempordrias, salvo se estas determinarem o contrario, 5. O regime previsto nos nimeros anteriores aplica- se, com as devidas adaptagées, aos efeitos das contra. ordenagies. ISéRIE— Antigo (Aplicagéo no espago) ‘A prosente lei 6 aplicavel: a) A factos praticados em territério nacio- nal, independentemente da nacionalidade do agente; 4) A factos praticados a bordo de navios ou aero- naves nacionais, salvo tratado ou convengdo ‘em contrario. Aatign 5 (Momento da pratica do facto) 0 facto considera-se praticado no momento em que o agente actuou ou, no easo de omissio, deveria ter ac- ‘tuado, independentemente do momento em que 0 re- sultado tipico se tenha produzido. Anign 6 Lugar da pritica do facto) © facto considera-se praticado no lugar em que, total ‘ou parcialmente e sob qualquer forma de comparticipa- $40, o agente achuou ou, no easo de omissio, devia ter actuado, bem como naquele em que o resultado tipico se tenha produzido, CAPITULO I = Contra-ordenagio Antigo’? @poromiseéo) 1. Quando, num tipo legal no qual se comine uma coima, se preveja um certo resultado, 0 facto abrange ndo s a acgio adequada a produzi-lo, com a omissio da aegio adequada a evité-lo, salvo s¢ outra for a tengio da lei. (Comissio por ace 2. A comissao de um resultado por omissio s6 é puni- vel quando sobre o omitente reeaia um dever juridico que pessoalmente o obrigue a evitar esse resultado, 3. No caso do niimero anterior, atendendo as cireuns- tancias coneretas do caso, 2 coima poderd ser livre- mente atenuada, Artign (Responsabilidade das pessoas colectivas ou equiparadas) 1. As coimas podem aplicar-se tanto as pessoas sin- gulares como as pessoas colectivas, bem como as asso- Giagdes ou_outros organismos sem personalidade juri- dia 2, As pessoas colectivas ou equiparadas sero res- ‘ponsaveis pelas contra-ordenagses praticadas pelos “seus drgdos no exercicio das suas fungies, Artign & (Dolo e negligencia) 86 é punivel o facto pratieado com dolo ou, nos casos especialmente previstos na lei, com negligéncia. Antigo 10" (Bere sobre as cixeunstancias de facto) © erro sobre elementos deseritives ou normativos do tipo, ou sobre um estado de coisas que, a existir, afas- taria a ilicitude do facto, exclu o dolo. 36 — SUP. «B.O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 27 DE OUTUBRO DE 1995. 3 ‘Anigo 1? Brro sobre ailicitude) 1. Age sem culpa quem actua sem conseiéncia da ili- citude do facto, s6 0 erro ndo the for eensursivel. 2. Se o erro for censurdvel, a coima poder ser livre- mente atenuada, 3. O regime previsto no mimero 1 é aplieaval em caso de erro sobre um estado de coisas que, a existiv afasta- ria a culpa do agente. Ars 12 nimpotabilidado om razio da idade) Para efeitos do presente diploma, consideram-se in- imputaveis os menores de 16 anos, Anigo io nimputabilidade em razio de anomalia priquica) 1. # inimputavel quem, por forga de uma anomalia psiquica,¢ineapaz, no momento da prétiea do facto, de tvalior a ilicitude oa de se determinar de acordo com ssa aval 2, Pode ser declarado inimputavel quem, por forga de uma anomalia psiquiea grave nao acidental e cujos efeitos nao domina, sem que por isso possa ser censu: rado, tem no momento da pratiea do facto a capacidade para avaliar a ilicitude deste ou para se determinar de acordo com essa avaliagao sensivelmente diminuida. 3, A imputabilidade nao é exclufda quando a anoma- lia psiquica tiver sido provocada pelo préprio agente ‘com intengio de cometer o facto. Aigo 14° (ctor preparatérion) Os actos preparatérios nao so puniveis, salve dispo- sigdo da lei em contrério. Artigo 15" (Tentativa) 1. Ha tentativa quando 0 agente pratica actos de exe- cugdo de uma contra-ordenarao que decidiu cometer som que esta chegue a consumar-se. 2. Sifo actos de execurdo: 4) Os que preenchem um elemento constitutive de um tipo de contra-ordenapao; 5) Os que so idéneos a produzir 0 resultado tt ico; €) Os que, segundo a experiéneia comum e salvo circunstancias imprevisiveis, sio de natu- reza a fazer esperar que se lhes sigam actos das espécies indicadas nas alineas anterio- Aigo 16° (Punibilidade da tentativa) 1, A tentativa s6 € punivel quando a lei expressa- mente o determinar. 2. Em caso de tentativa punivel, a coima serd, salvo ddisposigdo da lei em contrdrio, livremente atenuada, 4__I SERIE — N* 36 — SUP. «B, 0.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE —27 DE OUTUBRO DE 1995 Artigo 17° (Desisténeia om caso de tentativa) 1. A tentativa nao 6 punivel quando o agente volun- tariamonte desiste de prosseguir na execugo da contra-ordenagdo ou impede a consumagio ou, no obs- tante a consumagio, impede a verifiearao do resultado nndo comproendido no tipo da contra-ordenagao. 2. Quando a consumagdo ou a verifieagao do resul- tado sao impedidas por facto independente da conduta do desistente, a tentativa nao é punivel se este se es- forgar por evitar uma ou outra. Artigo 16° (Autoria) E autor quem executa 0 facto por si mesmo ou por in- termédio de outrem, ou toma parte directa na sua exe- ceugdo, por acordo com outro ou outros, e ainda, quem, dolosamente, determina outrem a pratica do facto, desde que haja comeso de execucio. Antigo 19° (Cumplicidade) 1. 6 cimplice quem, dolosamente, fornece auxilio ‘maierial ow moral a prétiea, por outrem, de um facto doloso. 2, Em caso de cumplicidade a coima é livremente atenuada. Artigo 20" (Comparticipasio) 1. Se varios agentes comparticipam no facto, qual- quer deles incorre-em responsabilidade por contra- ordenago mesmo que a ilieitude ou o grau de ilicitude do facto dependam de certas qualidades ou relapses es- peciais do agente e estas 36 existam num dos comparti- cipantes, salvo se outra for a intengao da norma, 2. Sea lei determinar que um facto em principio ‘quatificado como contra-ordenagao deve ser conside- rrado como erime devido a certas qualidades ou relagdes especiais do agente, s6 se aplicard a lei penal ao com- articipante ou comparticipantes que detenham essas qualidades ou relagées especiais. ‘Artigo 22° (Desisténcia em caso de comparticipasio) Em caso de comparticipaeao, ndo é punivel a tenta- tiva daquele que voluntariamente impede a consuma- so ou a verifieagéo do resultado, nem daquele que se esforga seriamente por impedir uma ou outra, ainda que os comparticipantes prossigam na execugdo da contra ordenagao ou a consumem. Antigo 22° (Culpa na comparticipagio) Cada comparticipante ¢ punido segundo a sua culpa,independentemente da punigio ou do grau de culpa dos outros comparticipantes. Antigo 29° (Concurso de contra-ordenagio) Se 0 mesmo facto violar varias leis pelas quais deve ser punido como contra-ofdenagdo, ou uma daquelas leis varias vezes, aplicar-se-a a lei que comine a coima mais elevada, podendo, todavia, ser aplicadas as san- 60s acessérias previstas na outra lei. Antigo 204 (Coneurso de tnfeacgBes) Se o mesmo facto constituir simultaneamente crime e contra-ordenagio, sera o agente sempre punido a t{- tulo de crime, sem prejuizo da aplicagiio das sangdes acessérias previstas para a contra-ordenagio, CAPITULO IIT Coima ¢ sangsea accssérias Artigo 25° (Montante da coime) 1, So 0 contrdrio nao resultar da lei, 0 montante mf- io da coima aplicavel 8s pessoas singulares sera de 3.000800 e o maximo de 300.000$00. 2, Se a lei, relativamente ao montante maximo, néo distinguir 0 comportamento doloso do negligente, este 36 poderd ser sancionado até motade do montante mdximo da coima prevista. 3, Se o contrario nao resultar da lei, as coimas aplica- das as pessoas colectivas ou equiparadas poderio ele- var-se até aos montantes maximos de: 4) 4.000.000$00, em caso de dolo; '5) 2,000.000800, em caso de negligéncia. Artigo 26° (Determinagio da medida da coima) 1, A determinagio da medida conereta da coima far- se-d em fungio da gravidade da ilicitude, da culpa e da situagdo econémica do agente, 2. Sem prejuizo dos limites maximos fixados no ar- tigo anterior, a coima deverd, sempre que possivel, ex- ceder 0 beneficio econémico que 0 agente retirou da prétiea da contra-ordenacao. Artigo 27° (Sangies acessérias) 1. A lei pode, simultaneamente com a coima, deter- minar as seguintes sanges acessérias: 4) Apreensio de objectos; 6) Privagio do direito a subsidio ou beneficio ou- torgado por entidades ou servigos pablicos; ©) Privagio do direito de participar em feiras, ‘mercados competi¢ées desportivas, ou de en: pode on ed ds eae see d) Privagao do direito de participacdo em arrema- ‘tapos ¢ eoncursos promovidos por entidades ou servigos puiblicos, de obras publicas, de forneeimento de bens e servigos, ou conces- sio de servigos, licengas ou alvards; 2) Encerramento do estabelecimento ou cancela- mento de licengas e alvards. 2. As sangies referidas nas alineas 6) e seguintes do nuimero anterior terdo a durapao maxima de dois anos, contados a partir da decisao condenatéria definitiva, se ‘o contrério ndo resultar da lei. 3. A lei pode ainda determinar os casos em que deva dar-se publicidade aos casos punidos por contra- ordenagdo. Aigo 26 (Prinefple da subsldlariedade da aproensso) 1. A apreensdo sé é permitida quando: @) Ao tempo de deciso os objectos pertengam ao agente; 4) Representem um perigo para a comunidade ou favoregam pratica de um crime ou de outra contra-ordenagdio; ¢) Tendo sido alicnados ou onerados a terceiro, ‘este conhecesse, ou devesse razoavelmente conhecer, as cireunstaneias determinantes da possibilidade da sua apreensio. 2, Nao ha lugar & apreensio, excepto nos casos pre- vistos na alinea 6) do nimero anterior, quando ela seja manifestamente desproporcionada a gravidade da ilii- tude e da culpa do agente ou do terceito, 3, A apreensdo serd suspensa sempre que as suas fi- nalidades possam ser devidamente prossoguidas atra- vvés de medidas menos gravosas para as pessoas atingi- das, 4. Quando for possivel, a apreensdo serd limitada a parie dos objectos. Antigo 20° Gfeitos de apreensio) 1.0 transito em julgado da decisio de apreensao de- termina a transferéncia da propriedade para o Estado ou para a entidade publica que a lei determinar. 2. Serdo nulos os negécios juridieos de alienagiio dos objectos posteriores ao trinsito em julgado da deciséo de apreensa Artigo 30° (Apreensiio independente de coima) L. Se por qualquer motivo, ndo puder haver procedi- ‘mento contra uma pessoa ou contra ela néo puder ser aplicada uma coima, podera a apreensao dos objectos ser ordenada desde que se verifiquem os pressupostos da apreensio total ou parcial. 2. 0 disposto no numero anterior aplicar-se-4 tam- bém nos casos em que a autoridade competente para 0 procedimento dele desista ou o juiz mande arquivar 0 proceso, Ange 31? (Indematzagio) 1, Quando a apreensao referida na alinea 6) do mi- mero I do artigo 28° recair sobre objectos pertencentes a tereeiro, este tera direito a indemnizagdo segundo as normas da lei civil, salvo se os tiver adquiride de ma f. 2. A obrigagao de indemnizacdo compete ao Estado ou a entidade publica para a qual tenha sido transfe- rida a propriedade dos objectos apreendides. CAPITULO IV Preserigio Artigo a2 (Prescrigio do procedimento) Salvo disposigtio legal em contrario, 0 procedimento por contra-ordenagiio extingue-se por efeito da preseri- ‘io logo que sobre a pratica da contra-ordenagao hajam decorrido os seguintes prazos: a) Dois anos, quando se trate de contra- ordenagdes a que seja aplicavel uma coima superior a 100 000800; 5) Um ano, nos restantes casos. Artigo 35° nterrupedo da preserieio) L.A proserigtio do ordenaedo interrompe-se: procedimento por entra. 2) Com a comunieagao ao arguido dos despachos, decisbes ou medidas contra ele tomados ou com qualquer notificagao; 6) Com a realizagdo de quaisquer diligineias de prova, designadamente exames e buscas, ou com o pedido de auxilio as autoridades poli- ciais ou a qualquer autoridade administra. tiva; ©) Com ghaisquer declaragdes que 0 arguido tenha proferido no exercicio do direito de audigio. 2, Nos casos de concurso de infracgdes, a interrupeio da prescrigo do procedimento eriminal determina a in- terrupeao da prescrigdo do procedimento por contra- ordenagao. Antigo sat (Preserigdo da coima) 1. As coimas preserevem nos prazos seguintes: 4) 4 anos, no caso de uma coima superior a 100 00800; : 6) 3 anos, nos restantes casos. 2. 0 prazo conta-se a partir do transito em julgado a decisao condenatéria. Artigo a5? (Suspensio da preserigdo da colma) A prescrigao da coima suspende-se durante o tempo om que: 4) Por forga da Iei a exeeueio nio pode eomegar ou ndo pode continuar a ter lugar; 5b) A execugio foi interrompida; ¢) Foram concedidas facilidades de pagamento. Artign 36° (Preseriedo das sangSes acassérias) Aplica-se as sangGes acessérias 0 regime provisto nos artigos anteriores para a prescrigdo da coima. CAPITULO V Direito subsidi Arcigo 97° (o direito subsidiaeio) Aplicam-se subsidiariamente, no que respeita & fixa- so do regime substantive das contra-ordenagies, as normas constantes da legislagao penal desde que nao contrariem o presente diploma. 1 SERIE — N° 36 — SUP. «B. 0» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 27 DE OUTUBRO DEN995 “7 3, Os dirigentes dos: servigos aos quais tenha sido atribuida a competéncia a que se refere o numero ante- For podem delegé-la, nos termos gerais, nos dirigentes de grau hierarquieamente inferior, salvo disposigdo ex- prossa om eontrério. Antigs si? (Competéncta teritorial 1. A competéncia territorial cabe & autoridade admi- nistrativa em cuja area de actuagao 4) A infeacgio foi praticada ou desesberta; 5) O arguido tem a sua residéncia ao tempo do inicio ou durante qualquer fase do processo. 2, Se a infraccds for cometida a bordo do navio ou ae- ronave nacional, fora do ambito de eficdcia espacial deste diploma, sera competente a autoridade nacional ‘em euja cireunseriedo so situe 0 porto ou aeroporto que primeira for escalado depois do cometimento da infrac- pio, Artigo 52° (Competéncia por conexio) 1. Em caso de coneurso de contra-ordenagdes sera competente a-autoridade a quem, segundo as disposi- gees anteriores, ineumba processar qualquer das contra-ordenapoes. 2. O-disposto no mimero anterior aplica-se, igual- ‘mente, aos casos em que um mesmo facto torna varias pessoas passiveis de uma eoima, Aigo 5° (Conflitos de competincia) 1. Se das disposigies anteriores resultar a competén- cia cumulativa de varias autoridades, 0 conflito seré rezolvido a favor da autoridade que, por ordem de prio- ridades: a) Tiver primeiro ouvido 0 arguido ou em caso de ‘comparticipagio, um dos arguidos pela pra- tica da contra-ordenagio; 6) Tiver primeiro requerido a sua audigao pelas autoridades policiais: c) Tiver primeiro recebido das autoridades poli- ciais os autos de que conste a audigao do ar- guido. 2. As autoridades competentes poderdo, todavia, por raabes de economia, coleridade ou ofiedeia processuais, acordar em atribuir a competéncia a autoridade di- versa da que resultaria da aplicacdo do disposto no mui- mero anterior. CAPITULO IL Fase de inscrisao Artigo 54 iniciativa do processa) © processo da contra-ordenagio iniciar-se-a oficiosa- mente, desde que as autoridades administrativas com- petentes tenham eonhecimento do facto constitutivo da contra-ordenagdo ou mediante participagio das autori- dades polieiais ow fisealizadoras ¢ ainda mediante de- nineia partieular, 1. As autoridades policiais e fiscalizadoras deversio tomar eonhecimento de todos os eventos ou eireunstén- cias susceptiveis de implicar responsabilidade por contra-ordenagdo © providenciar as medidas necessd- ‘ras para impedir o desaparecimento de provas. 2, Na medida om que o contradrio nao resulte das dis. posigdes deste diploma, as autoridades policiais tem di reitos e deveres equivalentes aos que tem em matéria criminal, 3. As autoridades policinis'e agentes de fiscalizagao remeterio imediatamente as autoridades administrati- vvas a participagdo e as provas recolhidas. Artign 55 Anstrusio) 1. A autoridade administrativa procederd a investi- ‘gagdo dos factos constitutives da contra-ordenagdo ¢ das circunstareias que precederam, acompanharam ou seguiram 2 sua prétiea, \ 2. A inst agiie deverd ser concluida no prazo méximo de 30 dias, prorrogdvel por igual periodo, sob pena de |eaducidade do procedimento. 8. S6 6 admissivel a prorrogagdo do prazo da instru- «lo nos easos de comprovada complexidade processual, 4, As autoridades administrativas poderdo confiar a instrugdo, no todo ou em parte, as autoridades poli- ciais, bem como solicitar 0 auxilio de outras autoris des ou servigas publicos 5, Sem prejuizo do disposto na parte final do nimero seguinte, a instrugdo poderd ser dispensada, em despa- cho fundamentado, quando todos os indicios relativos ‘aos elementos constitutivos da contra-ordenagdo se en- contrem comprovados em face de documentos ou cons- tem de auto de noticia que faga f& em juizo, nos termos estabelecidas no Cédigo de Processo Penal. 6, No caso previsto no mimero anterior, 0 arguido serd ouvido nos préprios documentos, podendo, no en- tanto, juntar ou requerer qualquer meio de prova desti- nado & abalar os indicios da contra-ordenagao. Antigo 57 (Envie do processo ao Ministérie Pablico) 1. A autoridade administrativa competente remetera © processo ao Ministério Publico sempre que considere que a infraegdo eonstitui crime. 2. Se o Ministério Publico considerar que néo ha lugar para a responsabilidade criminal, devolveré 0 rocesso 4 mesma autoridade. Aigo 58° Unstrugao pelas autoridades competent ‘para a inrtrugio criminal 1. Quando 0 proceso é instruido pelas autoridades competentes para a instrugdo criminal, as autoridades administrativas sao obrigadas a dar-Ihes toda a colabo- ago, assistindo-Ihes, em geral, 0s direitos e deveres, das autoridades policiais em relagdo ao processo erimi: nal 1 SERIE —N? 36 — SUP, «B. O» DA REPUBLI 8, Os dirigentes dos servigos aos quais tenha sido atribuida a competéncia a que se refere o ntimero ante- rior podem delegé-la, nos termos gerais, nos dirigentes de grau hierarquieamente inferior, salvo disposi¢ao ex- pressa em contrario, Antigo 51° (Competineia territorial) 1, A competéncia territorial eabe & autoridade admi. nistrativa em cuja area de actuagao: 4) A infracgdo foi praticada ou descoberta; 5) O arguido tem a sua residéncia ao tempo do inicio ou durante qualquer fase do processo. 2, Se a infracgdo for cometida a bordo do navio ou ae ronave nacional, fora do ambito de eficdeia espacial deste diploma, ser competente a autoridade nacional em cuja circunserigio se situe o porto ou aeroporto que primeiro for esealado depois do comotimento da infrac- sao ‘argo 52" (Competéncia por conexio) 1. Em caso de coneurso de contra-ordenages sera competente a autoridade a quem, segundo as disposi- ges anteriores, incumba processar qualquer das contra-ordenagoes. 2, O'disposto no niimero anterior aplica-se, igual- ‘mento, aos casos em que um mesmo facto torna varias, pessoas passiveis de uma coima, igo sa" (Conftitos de competéneia) 1, Se das disposigdes anteriores resultar a competén- cia cumulativa de varias autoridades, o conflito sera resolvida a favor da autoridade que, por ordem de prio ridades: @) Tiver primeiro ouvido o arguido ou em caso de comparticipagio, um dos arguidos pela pra- tica da contra-ordenagio; 6) Tiver primeiro requerido a sua audigio pelas autoridades policiais; ¢) Tiver primero: reeebido das autoridades poli- ciais os autos de que conste a audigao do ar- guido. 2, As autoridades competentes poderdo, todavia, por razées de economia, celeridade ou efieacia processuais, acordar em atribuir a competéncia a autoridade di versa da que resultaria da aplicagao do disposto no nti- mero anterior. CAPITULO IIT Fase de inscrigao Antigo 54” (nitativa do processo) © processo da contra-ordenaga inieiar-se-d offeiosa- mente, desde que as autoridades administrativas com- petentes tenham conhecimento do facto constitutive da contra-ardenagao ou mediante participagdo das autori- dades policiais ou fisealizadoras ¢ ainda mediante de- niincia particular. 0 VERDE — 27 DE OUTUBRO DENI995 1 Arvigo 55 iscalizagio) 1. As autoridades policiais e fiscalizadoras deverdo tomar conhecimento de todos os eventos ou cireunstén- cias susceptiveis de implicar responsabilidade por contra-ordenacao © providenciar as medidas necessé- vias para impedir o desaparecimento de provas. 2, Na medida em que o contrério nao resulte das di: posigdes deste diploma, as autoridades policiais tém di- reitos e deveres equivalentes aos que tm em matéria criminal, 3, As autoridades policiais e agentes de fisealizagao remeterdo imediatamente as autoridades administrati- vvas a participagdo e as provas recolhidas. Aigo 56° Unstragio) 1. A autoridade administrativa procedera a investi- gagdo dos factos constitutivos da contra-ordenagdo & das circunstancias que precederam, acompanharam ow seguiram a sua prética, 2. A inst: apie deverd ser concluida no prazo maximo de 30 dias, prorrogavel por igual periado, sob pena de leadueidade do procedimento. 3, $6 6 admissivel a prorrogagdo do prazo da instru- 0 nos casos de comprovada complexidade processual. 4, As autoridades administrativas poderao confiar a instrugio, no todo ou em parte, As autoridades pol ciais, bem como solicitar o auxilio de outras autot des ou servigos publicos, 5, Sem prejuizo do disposto na parte final do nimero seguinte, a instrupdo poder ser dispensada, em despa- cho fundamentada, quando todos os indicios relativos, aos elementos constitutives da contra-ordenagéo se en- contrem comprovados em face de documentos ou cons- tem de auto de noticia que faca 16 em juizo, nos termos estabelecidos no Cédigo de Processo Penal. 8. No caso previsto no niimero anterior, 0 arguido sera ouvido nos préprios documentos, podendo, no en- tanto, juntar ou requerer qualquer meio de prova desti- nado & abalar os indieios da contra-ordenagao, Aigo 57° (Envio do processo a0 Ministério Publico) 1, A autoridade administrativa competente remeterd © processo ao Ministério Publieo sempre que considere que a infracpao constitui crime, 2. Se © Ministério Publico considerar que néo ha lugar para a responsabilidade criminal, devolverd 0 processo 4 mesma autoridade. Antigo 5° Clostrugio pelas autoridades competentes ‘para a instrugao criminal) 1, Quando 0 processo é instruido pelas autoridades competentes para a instrupdo eriminal, as autoridades administrativas sao obrigadas a dar-Ihes toda a colabo- ragdo, assistindo-Ihes, em geral, os direitos e deveres das autoridades policiais em relagdo ao processo erimi- nal §__1 SERIE — N* 36 — SUP. «B.O» DA REPUBLICA DE CABO VERDE —27 DE OUTUBRO DE 1995 2, Quando, nos casos previstos no artigo anterior, 0 Ministério Publico deduzir acusagio por crime deverd, de igual modo, fazé-lo em relagéo & contra-ordenagao. 3. Quando o Ministério Puiblico acusar 0 arguido também por contra-ordenagdo, deverd comunicar as autoridades administrativas, enviando-lhes uma cépia da acusagiio. Antigo 59° (Deveres das testemunhan ¢ peritos) 1. As testemunhas e os peritos sio obrigados a obe- decer as autoridades administrativas quando forem so licitados a comparecer e a pronunciar-se sobre a maté- ria do proceso. 2. Em easo de recusa injustificada, poderdo as auto- ridades administrativas aplicar sangdes pecunidrias até 10.000$00 e exigir a reparagao dos danos causados com a sua recusa. Artign 60° dentificagio plas autoridades administrativas, policiais © ‘agentes de flscalizagio) 1. As autoridades administrativas competentes, as autoridades policiais e os agentes de fiscalizagéo podem exigir ao agente de uma contra-ordenagio a res- pectiva identifieagao. 2. Se esta ndo for imediatamente possivel, em caso de flagrante delito, podem as autoridades’ policiais deter 0 presumivel agente pelo tempo necessdrio A sua identificagao, néo podendo, em caso algum, esse tempo exeeder 12 horas, Arvigo 61" (Obcigatoriedade de audigSo.do arguido) 1. E obrigatéria a audigao do arguido durante a ins- trugao do processo, 2. © arguido, durante a fase de instrugao, podera apresentar ou requerer qualquer meio de prova. Aigo 62 etensor) 1. O arguido da pratica de uma contra-ordenagao tem o direito de se fazer ropresontar no proceso e acompanhar de advogado escolhido em qualquer fase do proceso. 2. As autoridades administrativas nomeardo um de- fensor oficioso ao arguido sempre que qualquer defi- ciéncia deste ou a gravidade da infracgao e da santo 0 Justifique, CAPITULO IV Fase de decisiio Antigo 62" (Deeisao) 1, Coneluida a instrugao, se ndo resultar provada a contra-ordenagao, a autoridade administrativa arqui- vard 0 processo. 2. Se a contra-ordenagao resultar provada a autori- dade administrativa impors,-cgm a devida fundamen- tapdo, a coima e ou as sangd8S deossérias que ao caso couberem. 3, A decisdo que aplica a coima deve conter: 4) Aidentificagao do arguido e dos eventuais com- participantes; 'b) A deserigao concreta ¢ precisa dos factos consti- tutivos da contra-ordenaeao que se imputa 20 arguido e das provas obtidas, bem como a indicagdo das normas segundo as quais se pun ©) Acoima e as sangdes acessérias. 4, Da deciséo deve ainda constar a informagio de que: @) Accondenagao transita em julgado se torna exe- quivel se ndo for judicialmente impugnada nos termos previstos no presente diploma; 4) Em caso de impugnagdo judicial, o tribunal pode decidir mediante audiéneia ou, caso 0 arguido e 0 Ministério Publico nao se opon- ham, mediante simples despacho; ©) Nao vigora a proibi¢do da reformatio in pejus. 5. A decisao contera ainda: a) A ordem de pagamento voluntério da coima no prazo méximo de duas semanas apés o trén- sito em julgado; b) A indicagdo de que, em caso de impossibilidade de pagamento tempestivo, deve comunicar 0 facto, por eserito, & autoridade que aplicou a Antigo 64° (Pagamento voluntésio) E admissivel 0 pagamento voluntario da coima em qualquer altura do processo, mas sempre antes da deci- a0, devendo, neste easo, a coima ser liquidada pelo mi- nimo, sem prejuizo das custas que forem devidas. Aigo 65 (Processo de adverténcia) 1. Em easo de contra-ordenagao ligeira poderio as autoridades administrativas competentes decidir por uma mera adverténcia, acompanhada da exigéncia do pagamento de uma soma pecunidria nunea superior a 5000800, 2, Este processo sé terd Iugar quando o arguide, in- formado do direito de o recusar, com ele se conformar e se dispuser a pagar a respectiva soma pecunidria ime- diatamente ou no prazo maximo de cinco dias. 3. Nos casos referidos nos mimeros 1 e 2 ndlo pode o facto voltar a ser apreciado e sancionado como contra: ordenagao, CAPITULO V Fase de recurso Aigo 66" orma e prazo) 1. A deciso da autoridade administrativa que aplica uma coima, com ou sem sangdo acesséria, é susceptivel de impugnagao judicial 1 SERIE —N* 36 — SUP, «B. 0.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 27 DE OUTUBRO DE 1995 “9 2. A impugnagio judicial podera ser interposta pelo arguido ou pelo seu defensor com poderes bastantos ¢ tem efeito suspensiva. 3. O recurso ser formulado em requerimento diri- gido ao juiz do tribunal competente e apresentado na secretaria da autoridade administrativa que aplicou a coima, no prazo de cito dias. 4. © prazo referido no ntimero anterior conta-se a partir do conhecimento pelo arguido da decisio que aplicou a coima. 5. O requerimento de impugnagdo judicial devera conter as alegagdes sumarias de facto e de dircito, as respectivas conclusées, bem como a indicago ou jun- sao de todos os meios de prova disponiveis que, com- provadamente, nao Ihe foi possivel apresentar em in- stancia administrativa. Antigo 67 |/ (Pritsunal competents) \ Salvo disposigdo da lei em contrério, 6 competente para conhecer do recurso o tribunal de comarca com ju- risdigdo em matéria crime na drea territorial onde se tiver aplicado a eoima. Artigo 65¢ (Envio das autos ao tribunal) 1. Recebido 0 recurso, deve a autoridade administra- tiva remeter os autos ao tribunal competente, no prazo de quarenta e oito horas. 2. Até & remessa dos autos ao tribunal competente para conhecer do recurso, pode a autoridade adminis- trativa revogar a decisdo de aplieagdo da coima ou ape- nas revogar a decisao de aplicagdo da sangao acesséria. Antigo 69° ejeigdo do recurso) © juiz rejeitars, por meio de despacho fundamen- tado, o recurso interposto fora do prazo ou sem obser- vyancia dos requisitos de forma. Artigo 70° (Remessa dos autos a0 Ministéxto Publico) 1, Admitido 0 recurso, o Juiz ondenard a remessa dos autos ao Ministério Pablico para realizar as diligencias requeridas pelo arguido, nos termos do mimero 5 do ar- tigo 66% ou, ndo as havendo, para simples parecer. 2. As diligéncias referidas no mimero anterior serio realizadas no prazo maximo de 8 dias. Antigo 72 (Parocer do Ministério Publico) Recebido 0 proceso ou concluidas as diligéncias a que se refere 0 artigo anterior, havendo-as, 0 Ministé- rio Publico elaborard 0 seu parecer no prazo de cinco dias e ordenara a remessa dos autos a0 Juiz. Antigo 72° (Desisténcia do recurso) O recorrente poderd desistir do recurso até a decisio final. Antigo 79" CAmbito da prova) Compete ao Juiz determinar o ambito da prova a produzir, recusando a aceitagdo de meios de prova que Julgue desnecessarios a formagao da sua conviegdo. Antigo 4" (Decisio do recurso) 1, A decisdo do Juiz sera proferida na prazo de 8 dias, 2, A decisao poderd ordenar 0 arquivamento do pro- cesso, absolver o arguido, manter ou alterar a decisdo proferida na instancia administrativa, 3. O Juiz devera fundamentar sumariamente a sua deciséo, tanto ne que concerne aos factos como a0 di reito aplicado e as circunstancias que determinam a ‘medida da sangiio. CAPITULO VI Processo de contra ordenagio e Processo Criminal Artign 75° Conve 1 O tribunal ndo esta vinculado a apreciagdo do facto como contra-ordenagao, podendo, oficiosamente ou a requerimento do Ministério Publico, converter 0 provesso em procosso eriminal. ‘om processo criminal) 2. A conversao do processo determinaré a interrup- G0 da insténcia e a remessa dos autos ao Ministério Publico, para efeitos de instauragdo de corpo delito, aproveitando-se, na medida do possivel, as provas jd produzidas. 3, A decisao de conversdo do processo deve ser comu- nicada & autoridade administrativa que seria compe- tente para promover a instauragdo do processo de contra-ordenagao. Antigo 76" (Conhecimenta da eontra-ordenagio no procesto criminal) 1. 0 tribunal poder apreciar como contra-ordenagéo ‘uma infracedo gue foi acusada como crime. 2. No caso referido no mimero anterior o jufz julgaré a contra-ordenaedo, aplicando-se as disposigies do pre- sente diploma. B.A decistio a que se refere o ntimero anterior deve ser comunicada & autoridade administrativa que seria competente para promover a instauragdio do proceso de contra-ordenagao. Antigo 77! (Processo relative a erimes e contra-ordenagses) 1, Se o mesmo proceso versar sobre crimes e contra ordenagées, havendo infracydes que devam apenas considerar-se como contra-ordenagdes, aplicar-se-do, quanto a elas, as disposigdes dos artigos 38° a 41? ¢ 61° do presente diploma. 2, Quando, nos casos previstos no niimero anterior, se interpuser simultaneamente recurso em relagio a contra-ordenagio e a crime, 0s recursos subiro em si- multéneo. 10__1 SERIE — N* 36 — SUP. «B. 0.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE —27 DE OUTUBRO DE 1995 3. 0 recurso subir nos termos do Cédigo de Processo Penal, ndo se aplicando o disposto nos artigos 66° a 74 do presente diploma. CAPITULO VII Caso julgado e revisio Artin 18° (leanee do easo jelgado) 1, 0 transito em julgado da decisio da autoridade administrativa ou da decisao judicial sobre o facto jul- gado como contra-ordenagdo ou como erime preclude a possibilidade de novo eonheeimento de tal facto como contra-ordenagao, 2. 0 transito em julgado de decisio judicial sobre 0 facto julgado como contra-ordenagao preclude igual- mente 0 Sen novo conhecimento come crime. Anigo 1 (Admissibitidade da revisdo) 1. A revisio das decisdes proferidas em matéria contra-ordenacional e transitadas em julgado obede- cera a0 disposto nos artigos 673" e seguintes do Cédigo de Processo Penal, sempre que o eontrario nao resulte do presente diploma, 2. A revistio do processo a favor do arguido om base em novos factos ou em novos meios de prova no serd admissivel quando: a) arguido apenas foi condenado em coima igual ou inferior a 50.0008 ou, tendo havido Tugar & aplieagtio da sangdo acesséria, esta seja de naturoza patrimonial e no exce- dente Aquele limite; 1b) Tenha decorrido dois anos apés 0 transito em julgado da decisdo revidenda. 3:°A revisdo contra o arguido s6 sera admissivel quando vise a sua condenagao pela pratica de um crime. ‘Antigo 80" Regime do processo de revisio) 1. A revisdo da decisdo da autoridade administrativa € da competéncia do tribunal de comarea competente para conhecer da impugnagao judicial 2. A revisdo da decisdo proferida pelo tribunal é da competéncia do Supremo Tribunal de Justiga Artige (Cadicidide da decisio de aplicagio da coima por efeito da ‘decisdio proferida em processo criminal) 1. A decisdo da autoridade administrativa que apli- cou uma coima caduca quando 0 arguido venha a ser condenado em processo criminal pelo mesmo facto. 2. 0 mesmo efeito tera a decisao final proferida em processo criminal gue, ndo consistindo numa condena- silo, seia ineampativel com a aplicagao da coima. 3. As importéncias pecunidrias que tiverem sido pagas a titule de caima e cusias serao, por ordem de Prioridades, levadas a conta da multa, dos efeitos das enas que impliquem um pagamento em dinheiro e das custas processuais. 4. Da decisdo ou dos demais despachos proferidos em processo criminal e referidos nos mimeros 1 e 2 deste artigo devera constar a referéncia expressa aos efeitos revistos nos seus nuimeros 1, 2&3. CAPITULO VIII Execugio Artigo 82 (Pagamento voluntério das quantins fixadas na deciso) 1, E exequivel toda a decisdo que haja trinsito em Julgado ha, pelo menos, duas semanas, 2. O pagamento voluntdrio da eoima e das custas do processo, quando estas forem devidas, deverd ser efec- tuado no prazo referido no nimero anterior, contra re- cibo, eujo duplicado sera entregue @ autoridade admi- nistrativa ou ao tribunal que tiver proferido a decisao. 3. Sempre que a situagdo eeonémica do arguido o jus- tifique © a requerimento deste, a autoridade adminis- trativa ou o tribunal podera autorizar que o pagamento da eoima ¢ das custas se efectue dentro de um prazo ndo superior a um ano ou em prestagies ndo exeeden. tes a vinte e quatro meses, sem prejuizo do disposto no numero seguinte. 4, A autoridade administrativa ou o tribunal poder, também, condicionar o pagamento da coima no prazo ¢ condigdes previstos no ntimero anterior & liquidagao jimediata das custas. 5. 0 pagamento autorizado nos termos do niimeros 3 deste artigo sera, por ordem de prioridades, levado & conta da eoima e, por tiltimo, das custas. 6. No caso de pagamento a prestagées, a falta de pa- gamento de uma delas implica o vencimento de todas as outras e sua exigibilidade imediata, 17. Dentro dos limites referidos no ntimero 3 deste ar- tigo, quando motivos supervenientes a justifiquem, 0s prazos e os planos de pagamento inicialmente estabele- cidos podem ser alterados, a requerimento fundamen tado do arguido. Artigo 83° (Bxecugio) 1. O nio pagamento voluntirio da coima e das cus- tas, em conformidade com 0 disposto no artigo anterior, dard lugar & execucéo, a qual sera promovida pelo Mi nistério Publico perante o tribunal competente previsto no artigo 67°. 2. A execugio terd por base a decisiio que aplicou a coima, que constitui titulo executivo. 3. Quando a exeeugio deverd ter por base uma deci sfo da autoridade administrativa, esta remetera ao Mi- nistério Publico junto do tribunal competente uma cépia autenticada dessa decisdo, para efeitos da sua promogao. 4. A exceugdo abrange todas as quantias pecunidrias constantes da decisio exequenda, Artign 6” (Pvamitagio) 1. A exeeugio obedecerd aos termos da execusdo por cusias, aplicando-se, com as neeessarias adaptagées, 0 disposto no artigo 640# do Cédigo de Processo Penal. ISERIE— 2, Para efeitos de execupdo ¢ dispensavel a peti¢ao inieial, bastando a simples promogio do Ministério Pi- blico, a qual sera sempre acompanhada do titulo execu- tivo, Artigo 85° (Suspensio « extingie da exocugiio) 1, Suspender-se-& a execugiio quando, apés o transite em julgado da decisdo da autoridade administrativa que aplicou a coima, foi dada acusagao em processo cri- ‘minal pelo mesmo facto. 2, A execusdio extingue-se com a morte do arguido. 3. 0 tribunal da exeeupao devera, oficiosamente ou a requeri- mento do Ministério Pablico ou do arguide, pronuneiar-se ex-pressamente sobre todas as questies @ que so refere o artigo 81", quando elas ndo tiverem sido conhecidas no processo criminal, de acordo com 0 ntimero 4 daquele artigo. Aigo 80" ncidentes) tribunal perante o qual se promove a execugao sera o competente para decidir sobre todos os ineiden- tes e questdes suscitados na pendéneia da execugio, nomeadamente: a) A admissibilidade da execugao; b) “As decisbes tomadas pelas autoridades admii- nistrativas em matéria de facilidades de pa- ‘gamento; ©) Asuspensio e a extingdio da execucdo, CAPITULO IX Custas Antigo 97 (Principios gerais) 1. Em proceso das contra-ordenagées as custas re- gular-se-do, com as necessdrias adaptagdes, pelo dis- posto nos artigos 159° a 197%, 205% a 229" do Cédigo das. Custas Judiciais e pelo disposto na Portaria n? 53-A/ 85, de 20 de Setembro, sem prejuizo da aplieagio de disposigdo legal em contrario. 2. As decisdes da autoridade administrativa proferi- das sobre a matéria do processo das contra-ordenagies deverdo fixar 0 montante das custas e determinar quem as deve suportar. 3. Sem prejuizo do disposto no mimero seguinte, as enstas seyao suportadas pelo argido era cass de apli- eagao da coima pela autoridade administrativa ou pelo tribunal e, ainda, em casos de desisténcia ou de rejei- ao da impngnagao judicial 4, Em easo da ndo aplicagéo da coima, a autoridade administrativa devera reembolsar ao arguide, pelos seus cofres, is despesas qué, eomprovadamente, tenha realizado cott 0 processo, designadamente os honor rios ao seu defensor. 36 — SUP, «B. 0.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 27 DE OUTUBRO DE 1995 11 Antigo sa" Cmbito das custas) 1, As custas abrangem 0 imposto de justiga, o im- posto de selo e os eneargos. 2. Para efeitos do presente diploma, consideram.se encargos: @) Os reembolsos ao cofre da autoridade adminis- trativa ou do tribunal, por gastos com papel, franquias postais, expediente e outras despe- sas realizadas; 5) Os pagamentos devidos aos servigos ou quais- quer ontidades pelo custo de certidses, salvo as extraidas oficiosamente pela autoridade administrativa ou pelo-tribunal, documento: pareceres, plantas, outros elementos de is formagdo ou de prova e servigos que a autori- dade administrativa ou o tribunal tenha re- quisitado; ©) Resribuigdo, eusto de transporte ou indemniza- 70 &: pessoas com intervengao acidental no proceso ou que colaboram com a autoridade administrativa. ou o tribunal, designada- mente as testemunhas ¢ os peritos; @) 0 custo da publicagslo de antineios, de comu cagdes telefinieas, telegraficas e postais e de transporte de bens apreendidos; e) As despesas que o arguido tiver despendido ‘com 0 proceso, em-caso da ndo aplieacao da coima; POs caminhos devidos polas diligéncias realiza- das na rea territorial sob jurisdigao da auto- ridade administrativa ou do tribunal. 4) Outras despesas relacionadas com o processo. Antigo 898 Asengses) O Betado, as autoridades administrativas e 0 Minis- tério Publico so isentos de custas. Argo 90" (Imposto de justiga « prepare inicial) 1. 0 processo das contra-ordenag¥es que corre pe- ante as autoridades administrativas nao esta sujeito a0 pagamento do imposto de justica e do prepara ini- cial 2, Nao 6, igualmente, devido o imposto de justiga na impugnagio judicial de qualquer decisao das autorida- des administrativas 3. Porém, € devido o pagamento do imposto de justiga ‘em todos o$ processos em que tenha havido decisées ju- diciais desfavordveis ao arguido. 4.0 imposto de justiga nao sera inferior a 1000800 e nem superior a 50.0008, devendo 0 seu montante ser fixado em razi6 da situagao econémica do infractor, da complexidade do processo ¢ da naturoza da infracgao. I SERIE — N°36 —SUP. «B. 0» DA REPUBLICA DE CABO VERDE —27 DE OUTUBRO DE 1995 Artigo 91° Cmpugnagio das custas) As decisées das autoridades administrativas rela- ‘as custas proferidas em processo das contra- ragies sao impugndveis, nos termos estabelecidos digo das Custas Judiciais. Da decistio das autoridades administrativas profe- + sobre a reclamacao em matéria de custas cabe re- > para o tribunal da comarca com jurisdigao em ria eriminal na circunscrigdo das referidas autori- , que decidird om ultima instdncia. No processo da impugnayao judicial, da decisio do ‘nal proferida sobre a reclamagio em matéria de as abe recurso para o Supremo Tribunal de Jus- ‘nos termos gerais. Visto © aprovado em Conselho de Ministros. srlos Veiga — Ulpio Napoledo Fernandes — Teofilo siredo Silva — Pedro Freire de Andrade. Promulgado em 25 de Outubro 1995. :blique-se. Presidente da Reptiblica, em exereicio, Amélear andes Spencer Lopes. Referendado em 25 de Outubro de 1995. Primeiro Ministro, Carlos Veiga. ——o$o— MINISTERIO DA JUSTICA Despacho 4 requeride ao Ministario da Justiga o reconheci- to da Associaeio Caboverdiana para Proteccao da —VERDEFAM —cujos objectives, de entre os, se destacam os seguintes: —divulgagéo junto da populagao dos direitos da familia ¢ promopdo de inicitativas eficazes de debate e sensibilizagao para os problemas & caréncias existentes, especialmente em rela- io & satide reprodutiva. —intervengao no dominio do planeamento fami- liar e da sade materno-infantil, permitindo as familias uma escolha responsivel ¢ pla- neada quanto ao ntimero de filhos a ter num quadro de garantia de condigées dignas de satide e existéncia. processo estit devidamente instruido e nada obsta eferimento do pedido estes termos e nos do disposto no n® 2 do artigo 10° ‘ei n? 28/11/87; de 31 de Dezembro, vai reconhecida 9 pessoa juridica a Associagao Caboverdiana para cpio da Familia — VERDEFAM, inistério da Justiga, 24 de Outubro de 1995. —O istro, Pedro Freire de Andrade. MINISTERIO DA COORDENACAO ECONOMICA E MINISTERIO DO TRABALHO, JUVENTUDE E PROMOGAO SOCIAL Portaria n° 56/95 40.27 de Outubro Considerando que o Decreto-Legislativo 1/96, de 29 de Maio, estabelece o direito & aposentagdo ou reforma dos funcionsrios aposentades por outro Governo que hhajam prestado Servico ao Estado de Cabo Verde de- pois de 5 de Julho de 1975; Considerando que se condiciona a concretizagdo deste direito a efectivagao dos descontos legais nos ter mos do Estatuto de Aposentagio e de Sobrevivencia dos Funcionarios Publicos ¢ a entrada das contribui- des nos termos do regime geral da Previdencia Social dos trabalhadores por conta de outrem; Ao abrigo do disposto no n* 2 do artigo 3° do Decreto- Lei n® 1/96 de 29 de Maio; ‘Manda 0 Governo da Repiiblica de Cabo verde, pelos Ministros da Coordenagdo Econémica e do Trabalho, Juventude e Promogao Social, o seguinte: Artigo O requerente que tenha sido autorizado pelo Secret- rio de Estado das Finaneas a efectuar 0s documentos ou contribuigées devidas poderd liquidé-los em presia- s6es dedutiveis na remunera¢do mensal ou por deduso ha pensdo, nos termos estabelecidos no artigo 26" do Bstatuto de Aposentagio e da Pensdo de Sobrevivencia. Aitign2? 0 desconto poderd, igualmente, ser feito em presta- s6es, quando a instituigdo gestora da previdéncia social nisso consinta, ndo podendo em qualquer easo ultra- passar 1/3 da remuneragdo a receber. Artigas? Sem prejuizo das responsabilidades ¢ encargos que devam ser assumidos proporcionalmente pela institui- 80 gestora da providéncia social, ao Estado, ao aposen- tado é garantido o direito de receber as remunerarses da entidade para qual tenha prestado mais tempo de sorvigo. Antigo # Para preenchimento do perfodo de garantia, sera contado conjuntamente, tanto o tempo de servigo pres- tado na fungao publica como o prestado na empresa, ‘com entrada de contribui¢des, procedendo-se a transfe- réncia dos descontos para a instituigdo onde benefi- cidrio descontou mais anos. Artign A presente portaria produz efeitos @ partir da data da sua publicagao. Gabinetes dos Ministros da Coordenagdo Eeonémica e do Trabalho, Juventude e Promogio Social, 24 de de Outubro de 1995.—Os Ministros, Anténio Gualberto do Rosario — José Anténio dos Reis. IMPRENSA NACIONAL DE CABO VERDE

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