Você está na página 1de 6
‘etrturaas, podem ser melhor compreendiéas se a ociedade for ‘enearada como uma méguina em eqlfro. Conado as explcabes fanconts ao psem ser encaradas em sta de otros po de explicagbeshistrcs, que complemenam e no contaram, dado que tender a ser mas reposts a perguntas diferentes do qu spo tas ciferenos para as mesma porguns (ef. Geller, 1988). A sug to nfo dear fora explcagdes hitSicasclisicas, mas sim spro- ‘ver algo de pra © qual os historadores no tém defacto equ ‘alent fein PAPEL SOCIAL ‘Um outro concit fundamental para a. socologia ¢ 0 de pape ‘cial, defisidocomo modelo enormas» de comporament ads ‘5 dtcminad stares ou posi na estar soil ren, ecxanga>, ‘anista» ou qualquer out. A metsfora do mundo como palco ‘emonts antiga Gréeia mas devmvolvee torsos mais pecs ‘leona socildgiensobretudo nos limos vine anos aves de Erving Goffman, que algo a coeetos as como adesempeno» & espago pessoal deforma a expicar agua que ele cham scape- dade de impresso» ou eapesenago do eu» (Goffman, 1958) Una forma de defnr um papel € saves daqullo que os tos esperar. ‘Cringe, por exemplo, & um papel social que pode ser defnido turwés das expectativas dos alos, a8 quit mdaram muito na [Euopa Ocidental desde a Idade Mia. As eranas com sete an08, ‘que, come sedi, inh tingid a sida da radios, deveriam et tm comportmento © mais prétimo posivel do dos adultos. Ele ou ‘la eram vistos como um adulto pequeno, co, inefciene, inexpe Fieme ejgnorane, mas de qualquer mania um sto (Art, 1960), demos defini os pps través das expecttvas dos otto, desde «que ns nfo exqueyameos que a8 vrias pessoas pode fr expecttivat contradiis em relupo ao mesmo papel, provocando aqui aque cs tocidlogs chamam senso do pape em quem ocupa essa pig. Pdersein argumenta qe os historiadoreseriam muito a ganar se usssem muito mais do que feito até agora o conceit de «papel Socials. Fzé-oencorj-osia a explicar em ermos estas com> ortameatos que foram até agora eacarados em temos de persona Tides e muitas vezescondenadoe deforma simplista e ence (s favoritos do i or exemplo, foram desta forma mits vezes mal compreenidos ienifikssimplevmenie com uma pessoa md, que surge por coincdéncin junto de um rei fico e-@ corre. Na realdade, «favorit era um papel social com fungGes definidas gue mlcrocoamos do sistema Social cone. Os ris, tal come as fouras estos. preisavam do amigos c,conraramente 2s cutas estou preciaram de cooselhewos no offi. Precsavam, 35 ‘eres, de ir © mecanismo foal do seu pio govera.Preci- avum de alm em quem conta, alguém que thes tvese qu ser Fel jt que a sun posicso depend disso, alguém que fosse indepen- tos no pode ser explicado através da fraqueza de um determined ‘monarc (Soe o poder dos euncos, ver Hopkins, 1978, p. 172-96) “Algunas monograis historias faze bom wo doesn de pupal social. TC. Cochran, por exemplo,dscuti o «papel execu vo» na América do século XIX e as presses que o mokaram. Peer ‘ioyd um anropéogo social escreveu sobre a eno do pape» no «so do obs, goverante sgaado dos reinas Vora tradicioais.O ‘ba estavarodeado de chetes, que esperavam simultaneamente que ele Se auo-afrnasse aceite as suas dese (Cochran 1953, cap. 16; Loyd, 1968) A argumenacio de Loyd tem uma importincia Sbvis pars hiss da Europa Miva e'dos primios da Made Mo ema, ode of ris eran, num certo semido,sagrdos © etavam a0 ‘mesmo tempo rodeados de bares que dle esperavam simalanea- ment forge docldae, Nada havin que o eh pdesse fer para satsfazer essa expecaivas cotati. O respeito pelo papel ” sagrado do ri podria inibir erica abena por pare dos que © Fodeavam, jf que se restentava que <0 rei no pode era; mas no impedin os stagues & a pon, através de outs mens. especial mont tas da denincia ds seus eiabliosconselbeiros». It ea tama manera indirect de critica ore e uma mania deta de man festar 0 io pos rvs quo ndo cram grandes nobres, mas im teretados como alguém aergido do pie pos favres doris Aon inde desta eras, fits, por exemplo, pelo eoista Orders ‘Vili conta Henrique T de Ingatera no séulo XI © pelo birafo SsintSimom conta Ls XIV de Franca no século XVII, suger ave ‘ problema er denalureza estuurl, apesar de os conttporiness © Coninarem encartem Lennox pessais (ef. Rosenthal, 1967). A rds, os ris no cram as ined vtimas das expects cont fitrias ex ragdo ace paps ma polica medical. Os res também tsperavam miss vezes que os seb bares fosem ao mesmo tempo ores ¢ fraos, efcenes defenores da paz nos Ses tetrios mas no sindividos todo-poerosase (Lande, 1969, ca. 7) ‘Seria iso sugeir que os contemporines desconheciam con pletament a idea de epepel, Shakespeare ao foi o nico drams- {argo dos princi ds tempos moderos a ize ao seu pico que ‘cada homem desempenba, nasa vida, muitos pape». © ator de O Cotes, que explica 0 quanto hi de trabalho deduo a produto de ‘um comportmento aparentemente natural e espontineo, nascido lnsoertes, nto tena ido muito que apendcr com © alr de The Presemation of Self in Everday Lie (Castiglione, 1528; Gotan, 1958) ‘No entanto uso siemsico do canesito de spopel pelos hisio- riadres euopens os primeirs tempos da Idade Modema podria fevelares axpetoseaqucidos da cultura e da socedade da époe, (0, plo menos, pos de sbreviso cont ua inerpeajo dems Sind simpli de certs artefactos, Ot etratos, pr exempl, revels {gl pose, os pesos, expresso os sbens> que o asta consie- fava (ou ponsava que 0 se cliente considerata)apropriads para ‘kerinado papel soca, ineluindo a armadura para os nobres que tance lutarame vos para bspos que nunca estar. Representa (papel de grande nob na Inglaterra ds culos XVI e XVI impli “ ‘ava enomes despess em bens dst tip, ncuindo roupas sumptu- Ss eum grande eas, sem as quai quem desempentava esse papel no reeberiao respeitoe a eadarago» aque se achava com dito. ‘A deserigo vate e peneuane que Lawrence Stone faz do «con sumo conspicuo» por pate da nobrezainglesa de roupas € casas, oeptalidade e funeris, ada fin a Sever a ese pera cision dt sociolosia que ¢ The Theory ofthe Livre Class (Veblen, 1899; Stone, 1965). Hover que acrescenar que um dado grap socal pode desem- renhar pais diferentes em perodos diferentes. © que mim dado moment os seus membros podem er que escolher paps. O papel de sei, por exemplo, nfo gerava na Inglaterra de 1760 as mesmas expocivas que em 1066. Tera sido posivel esrever a histria Social do artista, em Lilia, por exemplo, em termos de diferentes apes que foram dominantss pr ordem cronlépics, embora em cada pea houvesse mais do que um adequado 20s arisus, que assim diam adapar ose comportamento a pao preenddo. Assim. 0 papel dominant pra os ans na lia medieval ea anes». Na Renasengs,o papel principal er por set domusiado mecrico, demasiado igo para descrever 0 que 5 prende, ¢ define o seu conceit alemativo de shabins> como ‘eoquemas ge hablitam os agentes «ger umainfinidade de peticas daptadas a um sem fim de situagGes de mudanga. O seu terceiro By concrit, ode «viléaia smb», diz rexpito a imposigfo daca ‘waa (norma, valores, habits) da ease dominant 20s membros das clases dominadas especialmente 0 proceso pelo qual ests grupos ‘dminadoe so levador a recembece cultura dominant come lei tima ea sua propia cultura como ila (Boudin, 1972; Bourdieu ce Fasern, 1977). Sera fscnantedspormos de uma hstria do sistema eductivo frances oa inglés, ou melhor, do seu sistema de eno, escrita estes termos. Quando fl hiss iver sido feta, seré mais fei avalos panos fortes facos da abordagem de Bourdieu. O mesmo se aplica stimula econtrovess dsc de Basil Berstein sole 3 soci lizagdo através de egos de linguagem aeaborndse e sestitose (Bernsen, 1970). Comudo, a rerospeciva sécio-ingutstia ainda mal omegou. A coisa mais apoximada que temos para uma discuss de “solciasinbilicn no psd €tlvezo recent wal sobre o tagueslvados a cabo no século XVI poe pt do elero da Contr ‘Refama cont a reliido popular eo process plo qual os eampo- ‘ees foram evados#encarar a sua cultura tical como «sper Yiiotas ¢ ddan, 08 mesmo «diabélicar, © 4 mudar a suas nomas (Delaney, 1971; Mushembied, 1978). E claro que nem sempre a normas sto cumprids. «Desviow, 0 temo sociligico uilizado para o compontameato que viola as ‘nommas dem dado sistema social, tem a vantagem de tomar mas Techwats copes aie Ita jae pres er fee ‘es outros aspectos como 0 lucos, os criminsos, omissions, ‘0§ revolcionfros. «Desvio» implica um consenso de que alguns se afastam, mas 0 temo mio significa nem contara a aeitagS0 de ‘una opnigo consensual da sociedad, oposta uma visto confit ds mesma. Teme sugerdo que «os grupos soca criam desvi fazendo normas cujs infacglo consi desvio aplicandonas & eteminas pessoas e clasiicando-as como marginaisr (Becker, 1963). A conelusi parceria ser que 0 desvio devera ser encaado ‘em termos de chogue entre dis gros soci om interesese val res diferentes, os que clasitiam (que detfm 0 poder) 0 lasifice dos (que ndo 6 detén. sa feorasclasiicaiiayofereceria ou prspctiva ti sobe 2 4 feitigaria, ateriormente encarada (pp. 40, 45) em termos de “ings, Paece no haverdivids de que as suioidades, em parica- lar ov inguisidore,criavar ftigaria no fins da dade Ma apre- sett mulheres sagazese ures pessoas como herdias ¢ levando- ‘as confessar estrem em conlaio cam 0 deménio. Ito nfo quer dizer qv nesta 6poca nunca inguém tents pejudcr our através ‘de mcios sobrenaturis, mas apenas que malfca deste tipo era ‘apenas um dor clement do exeripo da bruxa (Cob, 1975) "A vanagem de distr capa is roxas dos séculos XVI e XVIL em temos 6a sua clasifcacao como desviants & 0 facto de isso ‘Scoajr os Nstoriadores «prpuntare quem ext a clavicar quem © porgué. De modo idéntico, parece stil esudar © problema dos ‘hamadoe seria fizer a suposgSo oposta, 0 que seria ss ‘gunmen pergos, dada evinca. ainda mais prigoso distr a reloges ee um fag do sSculo XVII of seus reniiros fin termos de contol social guando © propio, cm ver de fazer ‘umprir ae nora da comunidad (na eld, ao pi o5cagadores Fartives, ele esta ea atansgreir sas nas), exrciao poder mt defesa dos seus inereses, ou melhor, fia eampric um conjunto de nora rmigas, as rormas do governo cera a da sus pris ‘ase (Perkin, 196, pp. 32 83 compara com E. P. Thompson, 1975, ‘com Donagrodzki, 1977. (0 termo sclsse levanta, cooido alguns dos problemas mais ommpicados no conjunto da ists sociale da socilogi. CLASSE SOCIAL E ESTRATIFICAGAO SOCIAL, | sttiicasio social € uma Sea em que 0s hisoradores so cepeciamenie espnsives plo uso de temas tics, tis como “ewtan sobilidade»e ous, sem etarem conscenes dos probe~ nas nels implies e das distnges que 0 scilogostém achat Convenient fazer, O conecto de slasen 6, deforma particular, tio Smibiguo guano inispensive. Na maria das sociedad, se nfo om todas, bi dsizaldaes na dstibuigso da riqueza ede ouras vans lems ovis, como sorar © pre. Contd, € mites vezer dif entific os pintpios que presisem a esta dsribuigo ov doxerever ts oles soci a que condazem nis desiguakades. Essa relagbes incluem oseatdo de soideredade no seo de um deteminado grupo. fo seu seni da diferenga em rela (¢ possiveleonlito com) 208 ‘utes gros eo sentido da hirargla, da posi reativamente 20s futros, Ao desrever esas relages, parece inviivel 0 recurso Inctfors quando falamos de alba» social ou de «ptf» frefeinos 1 imagem geologic de sestratifiagdow socal. ‘im hisriador poe mito bem perguniar qual €0 problema em aceitar a imagem de uma dada exruura social apresentada pelos proprig actres, cm lugar de impor uma mais moder, 6 que 0s ontemporineos eanecia a sua Scie por dentro. Os hbtantes 6 le uma sca francesa do seulo XVI compreendiam sem divin ‘slguma esa sociedade muito melhor que ns. Mas no que reset ss provincia ov A Franga como um toda? Nos nossos das, 05 Iistriadoes, com a possblidae de acesso aos documentos ofc com os seus inodoe quuntitaivos, eto, nalguns aspects, mais ‘bem informados sobre a dstribuigio de riqueza e de ours vantgens a Panga do século XVI do que 0s que nelavveram. ‘Out rao para mio adopiar potas de vst contemporineos sobre una dads sociedad ¢ que mas vere eles so conrad 'S pire spesenta um aspect diferente consante olga que nla eocapa eof depoimenas e alguns conterporanevs sure 8 tury social devem ser encaraos mais como usicagtes do que como escrigGes nets, A visio meival adicional da sociedad era ad ‘dpendéncia mita de ts grupos cero, a nobreza eos eampone= Ses, No entant,eta dvsio du roiedade ete 0s gue Fear, 05 que Tota eos que trablhem» paccese muito com una jstificaeo dos ‘qe nto tabula pelos que no tba, Os pics de vista dos ontemporinens,embora cnstituam um elemeato indspensivel dos dos avr anaisado, nos a mati pia mais adequa quel anise. Neste campo, mais do que em gualuer ouzo da hstria socal, 6 dite tabalar sem um modelo (Ossowsk, 1957, cap. 9; Stone, 1955). 0 modelo msi eonhecio ¢, sem divida, 0 de Mark, 10 ‘ohetante ofr deo eaptlo sole «classe» de O Capital ve esumit ‘ pouaslishas, guides da nota sul termina © manusrito». Outs ‘serios de Marx pemitem reconsiuio capitulo qu fai, com mam pusae (Beodixe Lipset, 1953; Dahrenor, 1957, pp. 9-18) ‘ara Mar, um clase 6 um grupo social com uma uns parteu- lar no processo de produgio. Os propretros da trea, 08 a= pct da capital eos rabalhadres que naa possuem a nose 28 Sas mios so ts grandes elses scl, carespondendo 0s factors de produgona economia cia, tora, tabalbo e capital. AS iterentesfunges desta clases conferees interesses opstos fe farem-nas como que pense e air de manera diferenes. Assim, Distress striata de clases. ‘A coca mais frequen surgida conta este modelo & também & ”

Você também pode gostar