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SÉRIE AUTOMOTIVA

SISTEMA DE
FREIOS
Série automotiva

SISTEMA
DE FREIOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série automotiva

SISTEMA
DE FREIOS
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


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FICHA CATALOGRÁFICA
_____________________________________________________________________________

S491s
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Sistema de freios / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2015.
100 p. : il. (Série Automotiva).

ISBN 978-85-7519-942-8

1. Automóveis - Freios. 2. Freios – Documentação - Normas. 3. Freios -


Manutenção e reparos. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.

CDU: 629.3.077
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Ilustrações
Figura 1 - Lei de Pascal......................................................................................................................................................12
Figura 2 - Sistema de freio automotivo......................................................................................................................14
Figura 3 - Disco sólido.......................................................................................................................................................15
Figura 4 - Disco ventilado................................................................................................................................................15
Figura 5 - Pastilha de freio...............................................................................................................................................16
Figura 6 - Pastilha de freio com mola de assentamento......................................................................................17
Figura 7 - Pinças de freio..................................................................................................................................................17
Figura 8 - Cavalete fixo.....................................................................................................................................................18
Figura 9 - Cavalete flutuante..........................................................................................................................................19
Figura 10 - Cavalete punho.............................................................................................................................................19
Figura 11 - Disco de freio e cavalete............................................................................................................................20
Figura 12 - Êmbolo da pinça de freio..........................................................................................................................21
Figura 13 - Parafuso de sangria.....................................................................................................................................21
Figura 14 - Tambor de freio.............................................................................................................................................22
Figura 15 - Sistema de freio a tambor.........................................................................................................................23
Figura 16 - Sapatas e lonas de freio.............................................................................................................................24
Figura 17 - Cilindro de roda com parafuso de sangria..........................................................................................24
Figura 18 - Mola de retorno e mecanismo de ajuste e compensação do desgaste...................................25
Figura 19 - Alavanca do freio de estacionamento (da sapata de freio)..........................................................26
Figura 20 - Espelho de freio a tambor.........................................................................................................................26
Figura 21 - Sistema de freio misto (tambor e disco) em corte...........................................................................27
Figura 22 - Alavanca de freio de estacionamento..................................................................................................28
Figura 23 - Pedal de freio.................................................................................................................................................29
Figura 24 - Servo freio.......................................................................................................................................................30
Figura 25 - Válvula de retenção de vácuo do servo freio.....................................................................................31
Figura 26 - Cilindro mestre..............................................................................................................................................32
Figura 27 - Cilindro mestre em repouso.....................................................................................................................32
Figura 28 - Cilindro mestre atuando............................................................................................................................33
Figura 29 - Esquema elétrico da luz de freio.............................................................................................................34
Figura 30 - Tampa do reservatório de fluído de freio (esquema elétrico)......................................................34
Figura 31 - Reservatório de fluído de freio................................................................................................................35
Figura 32 - Fluido de freio...............................................................................................................................................36
Figura 33 - Válvula equalizadora...................................................................................................................................39
Figura 34 - Válvula proporcionadora...........................................................................................................................39
Figura 35 - Marcas no solo produzidas pela frenagem de veículo...................................................................59
Figura 36 - Veículo sendo submetido ao teste do sistema de freios no dinamômetro............................59
Figura 37 - Técnico utilizando aparelho eletrônico para obter diagnóstico automotivo.........................61
Quadro 1 - Princípios físicos...........................................................................................................................................13
Quadro 2 - Classificação DOT.........................................................................................................................................38
Quadro 3 - Exemplo de checklist de componentes do sistema de freios.......................................................60
Quadro 4 - Exemplos de causas e consequências nos sistemas de suspensão e direção........................63
Quadro 5 - Ferramentas específicas do sistema de freios...................................................................................65
Quadro 6 - Instrumentos de metrologia utilizados no sistema de freios.......................................................66
Quadro 7 - Equipamentos de proteção para lidar com o sistema de freios..................................................67
Quadro 8 - Manutenção no disco de freio.................................................................................................................70
Quadro 9 - Manutenção nas pastilhas de freio........................................................................................................71
Quadro 10 - Manutenção na pinça de freio..............................................................................................................72
Quadro 11 - Manutenção no cavalete de freio........................................................................................................73
Quadro 12 - Manutenção no tambor de freio..........................................................................................................74
Quadro 13 - Manutenção nas lonas e sapatas de freio.........................................................................................75
Quadro 14 - Manutenção no cilindro de roda.........................................................................................................76
Quadro 15 - Mola de retorno e catraca de ajuste...................................................................................................77
Quadro 16 - Alavanca da sapata de freio...................................................................................................................78
Quadro 17 - Espelho de freio.........................................................................................................................................79
Quadro 18 - Alavanca do freio de estacionamento...............................................................................................80
Quadro 19 - Pedal de freio..............................................................................................................................................81
Quadro 20 - Servofreio.....................................................................................................................................................82
Quadro 21 - Cilindro mestre...........................................................................................................................................83
Quadro 22 - Reservatório do fluido de freio.............................................................................................................84
Quadro 23 - Luz de freio e de anomalia.....................................................................................................................86
Quadro 24 - Tubulação rígida e flexível......................................................................................................................87
Quadro 25 - Válvulas de controle de pressão...........................................................................................................88
Sumário
1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Sistema de Freio..............................................................................................................................................................11
2.1 Conceitos básicos para compreender o sistema de freio..............................................................12
2.2 Tipos de sistema de freio...........................................................................................................................13
2.2.1 Freio a disco.................................................................................................................................14
2.2.2 Freio a tambor.............................................................................................................................22
2.2.3 Freio misto....................................................................................................................................27
2.3 Componentes de acionamento do sistema de freio.......................................................................27
2.4 Inovações tecnológicas no sistema de freios.....................................................................................40

3 Normas Técnicas e Documentação..........................................................................................................................43


3.1 Manual do proprietário do veículo........................................................................................................44
3.2 Manual técnico de reparação..................................................................................................................45
3.3 Órgãos normalizadores..............................................................................................................................48
3.4 Normas técnicas aplicadas ao sistema de freio.................................................................................49
3.5 Normas ambientais aplicadas ao sistema de freio...........................................................................50
3.6 Ordem de serviço.........................................................................................................................................52

4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio.........................................................................57


4.1 Testes de frenagem......................................................................................................................................58
4.1.1 Tipos de testes de frenagem..................................................................................................58
4.1.2 Checklist de verificação de componentes e substituição de peças..........................60
4.1.3 Ferramentas de informática e equipamentos de diagnóstico..................................60
4.1.4 Parâmetros de avaliação de componentes......................................................................61
4.1.5 Análise dos resultados e identificação de anomalias no sistema de freios..........61
4.2 Relação de causa, impactos e consequências nos sistemas de suspensão e direção.........62
4.3 Recursos...........................................................................................................................................................63
4.3.1 Recursos humanos....................................................................................................................63
4.3.2 Equipamentos e ferramentas................................................................................................64
4.3.3 Instrumentos de metrologia..................................................................................................66
4.3.4 Equipamentos de proteção....................................................................................................66
4.4 Sistema de gerenciamento.......................................................................................................................68
4.4.1 Peças e insumos.........................................................................................................................68
4.4.2 Catálogo de peças.....................................................................................................................69
4.4.3 Orçamento de peças.................................................................................................................69
4.5 Procedimentos de manutenção para os componentes do sistema de freios........................69
4.5.1 Disco de freio...............................................................................................................................70
4.5.2 Pastilha de freio..........................................................................................................................71
4.5.3 Pinça de freio...............................................................................................................................72
4.5.4 Cavalete.........................................................................................................................................73
4.5.5 Tambor de freio...........................................................................................................................74
4.5.6 Lonas e sapatas de freio..........................................................................................................75
4.5.7 Cilindro de roda..........................................................................................................................76
4.5.8 Mola de retorno e catraca de ajuste....................................................................................77
4.5.9 Alavanca da sapata de freio (localizada no espelho de freio)....................................78
4.5.10 Espelho de freio.......................................................................................................................79
4.5.11 Alavanca do freio de estacionamento.............................................................................80
4.5.12 Pedal de freio............................................................................................................................81
4.5.13 Servo freio..................................................................................................................................82
4.5.14 Cilindro mestre.........................................................................................................................83
4.5.15 Reservatório do fluido de freio...........................................................................................84
4.5.16 Luz de freio e de anomalia...................................................................................................86
4.5.17 Tubulação rígida e flexível....................................................................................................87
4.5.18 Válvulas de controle de pressão.........................................................................................88

Referências............................................................................................................................................................................91

Minicurrículo dos Autores...............................................................................................................................................93

Índice......................................................................................................................................................................................95
Introdução

Caro aluno, seja bem-vindo ao livro que trata dos sistemas de freio automotivo.
Com o avançar de seus estudos você conhecerá os princípios físicos que regem o compor-
tamento do veículo em relação as frenagens.
Compreenderá a evolução deste importante conjunto de peças, que é responsável por sal-
var vidas e evitar acidentes.
Conhecerá os componentes do sistema de freio automotivo, seu funcionamento e terá con-
dições de verificar, junto aos manuais técnicos de reparação, os procedimentos de diagnóstico
de falhas e as intervenções de manutenção corretiva.
Além dos componentes do sistema, será apresentada uma série de ferramentas e equipa-
mentos necessários para prestar manutenção em freios de veículos.
Dicas de limpeza, conservação e descarte do material de trabalho serão fornecidas ao longo
do texto, visando desenvolver em você o senso de responsabilidade para com o meio ambiente.
Você verá como aplicar os conhecimentos sobre metrologia na avaliação dos componentes
do sistema de freio para identificar a condição de cada peça e determinar o momento exato
da substituição.
Serão apresentados os componentes eletroeletrônicos relacionados ao sistema de freios.
Siga em frente e bons estudos!
Sistema de Freio

Neste capítulo você será apresentado aos componentes do sistema de freios, aos tipos de
sistemas existentes no mercado, aos procedimentos de elaboração de ordens de serviço e co-
nhecerá as particularidades de funcionamento do sistema de freios.
Assim, ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) interpretar as informações do proprietário quanto às anomalias apresentadas pelo veículo;
b) identificar, com base nas informações fornecidas pelo proprietário, o contexto de utiliza-
ção do veículo;
c) compreender os princípios básicos que regem o sistema de freios;
d) identificar os componentes do sistema de freio;
e) localizar no veículo os componentes do sistema de freio;
f) conhecer as características de cada componente do sistema de freio;
g) compreender o funcionamento do sistema de freio a partir da atuação de seus compo-
nentes;
h) conhecer o processo de inovação tecnológica nos sistemas de freio automotivo.
Quanto desafio, não é mesmo? Portanto, embarque nessa trajetória e explore todas as fon-
tes de conhecimento aqui apresentadas.
SISTEMA DE FREIOS
12

2.1 Conceitos básicos para compreender o sistema de freio

A roda foi uma das invenções que se tornou um marco na história do ser humano. Este componente
possibilitou que o trabalho de deslocar materiais e pessoas se tornasse simples e ágil. No entanto, logo
percebeu-se a necessidade de criar um mecanismo que pudesse conter o giro da roda, quando acionado.
Surgiu assim o freio.
Atualmente os veículos são equipados com um sistema de freio que tem seu funcionamento baseado
nos princípios físicos de inércia e nos conceitos de hidráulica desenvolvidos por Pascal.
O princípio da inércia diz que todo o corpo tende a manter o movimento que está realizando. Se um
corpo estiver parado, sua tendência será permanecer parado.
A lei de pascal é com relação aos fluidos e a aplicação de força sobre eles. De acordo com esta lei física
quando se aplica uma determinada força, pressionando um líquido, ele dissipará esta mesma força em
todas as direções. Veja na figura a seguir como isso acontece.

Aplicação
de Força

Êmbolo (tampa/rolha)

Dispersão da
Recipiente força aplicada
em todas as
direções
Allesse Rodrigues (2015)

Líquido

Figura 1 - Lei de Pascal


Fonte: do Autor (2015)

Além destes princípios mencionados, pode-se perceber a aplicação dos seguintes conceitos no sistema
de freios. Acompanhe!
2 Sistema de Freio
13

Conceito Definição

Força Ação capaz de alterar a velocidade de um corpo em relação a outro.

Área A dimensão de uma determinada superfície.

Relação estabelecida entre a força que se aplica sobre determinada área e sua dimensão.
Pressão A fórmula matemática é a seguinte:
Pressão (P) = Força (F) / Área (A)

Energia cinética A energia que determinado corpo apresenta em função de seu movimento.

Atrito A resistência ao movimento existente entre dois corpos que estejam em contato.

Desgaste O consumo de um material em função do atrito.

É a forma de energia que se transfere de um corpo para outro em função da diferença de temperatura.
Calor A transferência dá-se daquele que possui maior temperatura para o aquele que possui menor tempe-
ratura, com o objetivo de alcançar um equilíbrio térmico.

Força de frenagem Força realizada pelo mecanismo de freio em oposição ao movimento do veículo.

Quadro 1 - Princípios físicos


Fonte: adaptado de ITT Teves (2007)

Agora que você já viu os conceitos básicos, deve estar se perguntando como todos eles são aplicados
no veículo. Veja a seguir os tipos existentes de sistema de freio e de que forma cada um deles funciona.

2.2 Tipos de sistema de freio

Os sistemas de freio podem ser construídos de diferentes maneiras. Pense no freio de uma bicicleta sim-
ples, com acionadores e cabos metálicos. Trata-se de um freio mecânico, acionado pela força do próprio
ciclista.
Nos veículos leves (carros e motos) um sistema de freios totalmente mecânico não é capaz de conter o
movimento das rodas de maneira eficiente. Para suprir as necessidades de força foram adicionados com-
ponentes que atuam de maneira hidráulica e pneumática, reduzindo o esforço do motorista e tornam o
processo de frenagem eficaz.
A partir de agora, você conhecerá uma série de componentes de sistemas mecânicos, hidráulicos, elé-
tricos e pneumáticos. Verá também que todos trabalham em harmonia para garantir a segurança dos con-
dutores e pedestres durante a frenagem.
Os automóveis possuem, convencionalmente, no sistema de freio hidráulico, três tipos de conjuntos de
freio: conjunto de freio a disco, de freio a tambor e um conjunto misto dos dois (disco e tambor). Antes de
começar sua jornada, observe a figura a seguir com atenção. Você verá em seguida a explicação de cada
um dos componentesque compõem o sistema de freio automotivo.
SISTEMA DE FREIOS
14

Cabos do freio
de estacionamento
Válvula Proporcionada
Pinça sensível à carga
Reservatório Flexivel
de �uido
Pinça Servo freio
Cilindro
de roda
Cilindro Freio de
mestre estacionamento

Lonas

Pedal do freio
Flexível Tambor Sapata
do freio
Válvula
de retenção Pastilha
FREIO A TAMBOR
Tubo hidráulico

Nakata (2015)
Válvula Equalizadora Disco
com ponto de corte �xo

Figura 2 - Sistema de freio automotivo


Fonte: Nakata (2015)

2.2.1 Freio a disco

Se você for observar a roda dianteira de um carro produzido nos últimos 10 (dez) anos, encontrará um
disco de freio. Este sistema apresenta uma resposta precisa, sendo capaz de conter o movimento da roda
de maneira eficaz.
Como o esforço realizado pelo sistema de freio na frenagem é maior nas rodas dianteiras do veículo,
podendo chegar até 70% (setenta por cento) da carga, o freio a disco é a opção mais segura adotada pelas
montadoras. (PRIETO, 2014).
Em veículos com motores esportivos, que possuem faixa de potência superior aos convencionais, é
comum encontrar o freio a disco também nas rodas traseiras, mas isto eleva o custo de produção para a
montadora.
Veja a seguir os componentes do sistema de freio a disco e suas características.

Disco de freio
Este componente é construído de ferro fundido ou em uma liga especial de cerâmica. Ele transforma
a energia cinética (de movimento) em calor e sua eficiência é medida de acordo com a capacidade que
apresenta em dissipar o calor gerado. Existem discos sólidos e discos ventilados. Cada veículo tem um
modelo específico recomendado pelo fabricante, de acordo com sua necessidade de dissipação de calor.
Os discos ventilados possuem aletas internas que permitem a passagem do ar, facilitando a troca de calor
com o ambiente externo.
2 Sistema de Freio
15

O disco é posicionado no cubo de roda do veículo, sendo preso normalmente por um parafuso de fixa-
ção e posteriormente encaixado pelos próprios parafusos de roda. Veja nas imagens a seguir os dois tipos
de disco de freio disponíveis no mercado.

tarasov_vl [(20--?)]
Figura 3 - Disco sólido
Fonte: Thinkstock (2015)

E também o disco ventilado, na sequência.


Ensup [(20--?)]

Figura 4 - Disco ventilado


Fonte: Thinkstock (2015)
SISTEMA DE FREIOS
16

O disco de freios fica posicionado entre a roda e o cubo de roda, o cubo de roda permite que o disco gire
juntamente com a roda mesmo estando fixo ao montante da suspensão. Quem entra em contato com ele
quando o pedal de freio é acionado é a pastilha de freio.

Pastilha de freio
Este componente tem a função de entrar em atrito com o disco de freio realizando a contenção e/ou o
controle da rotação do conjunto disco e roda. As pastilhas de freio são normalmente compostas de cerâ-
mica ou carbono semimetálico. (FRASLE, s.d.)

Em função dos efeitos nocivos à saúde causados pelo amianto, o uso deste
CURIOSIDADE material na fabricação de pastilhas de freio tem sido descontinuado a partir
da lei nº 9.055, de 1 de junho de 1995.

Na medida em que é utilizado nas frenagens, tanto o material das pastilhas de freio como do disco
sofrem desgaste. Tanto o disco como a pastilha de freio devem ser inspecionados e substituídos periodica-
mente, de acordo com as recomendações do fabricante.
Veja na imagem a seguir, as pastilhas de freio.

homydesign [(20--?)]

Figura 5 - Pastilha de freio


Fonte: Thinkstock (2015)

Dependendo do fabricante, os tipos de pastilhas de freio apresentam uma aba metálica que tem a
função de tocar no disco e fazer barulho, indicando que está desgastada. Já há outras que possuem um
sensor elétrico para indicar o desgaste, informando por meio de uma luz no painel que chegou a hora da
substituição.
2 Sistema de Freio
17

Sobre as pastilhas de freio é comum encontrar uma mola utilizada para assentá-la melhor no alojamen-
to, evitando que produza ruídos, como pode ser observado na figura a seguir.

Phantom1311 [(20--?)]
Figura 6 - Pastilha de freio com mola de assentamento
Fonte: Thinkstock(2015)

A pastilha de freio é alocada na pinça de freio, que é outro importante componente deste sistema.

Pinça de freio
A pinça de freio é um alojamento, que pode ser fixo ou móvel, onde ficam as pastilhas de freio, o êmbo-
lo do freio e o parafuso de sangria do sistema hidráulico de acionamento do freio.
Veja como ela se parece na figura da sequência:
Phantom1311 [(20--?)]

Figura 7 - Pinças de freio


Fonte: Thinkstock (2015)
SISTEMA DE FREIOS
18

As pinças de freio são classificadas de acordo com seu funcionamento. Existem pinças de freio do tipo
cavalete fixo, cavalete flutuante e punho.
Nos freios que apresentam uma estrutura fixa, onde apenas o êmbolo se move em relação ao disco de
freio, é dado o nome de cavalete fixo. Este movimento é possível por apresentar êmbolos de cada lado do
disco de freio. Conforme a figura a seguir.

Nakata (2015)

Figura 8 - Cavalete fixo


Fonte: Nakata (2015)

Existem freios a disco do tipo cavalete flutuante, onde o êmbolo se desloca, pressionando a pastilha
contra o disco. Ao encontrá-lo, o cavalete se move no sentido oposto, pressionando a pastilha do outro
lado. Neste sistema só é necessário um êmbolo. Acompanhe!
2 Sistema de Freio
19

Nakata (2015)
Figura 9 - Cavalete flutuante
Fonte: Nakata (2015)

O freio a disco do tipo punho funciona da mesma maneira que o freio do tipo cavalete flutuante, com a
diferença que possui dois pinos para orientar o movimento da pinça de freio. Como pode ser visto a seguir.

Pinça Fixa
Sangrador
Anel de vedação

Molas antiruído Êmbolo

Guarda-pó

Pastilhas
Pinos-guia
Nakata (2015)

Pinça deslizante
e buchas

Figura 10 - Cavalete punho


Fonte: Nakata (2015)

A pinça de freio é instalada no cavalete, que é fixo no montante de roda.


SISTEMA DE FREIOS
20

Cavalete de freio
O cavalete tem a função de alojar a pinça de freio. Ele é instalado no montante de roda, que também é
conhecido pelo termo manga de eixo.
Veja a imagem do cavalete de freio.

buffaloboy [(20--?)]

Figura 11 - Disco de freio e cavalete


Fonte: Thinkstock (2015)

Êmbolo da pinça de freio


Este componente do sistema de freio é acionado de maneira hidráulica. Sua função é pressionar as pas-
tilhas de freio contra o disco, realizando a frenagem do veículo.
Veja a seguir uma figura que mostra o êmbolo em movimento no sistema de freios.
2 Sistema de Freio
21

Anel de vedação Coifa

Disco Disco

Êmbolo Êmbolo

FREIO FREIO
APLICADO LIBERADO

Nakata (2015)
Figura 12 - Êmbolo da pinça de freio
Fonte: Nakata (2015)

Ele possui um rebaixo na sua parte externa, que serve para encaixar a gaxeta, ou anel de vedação. Este
anel de borracha tem a função de impedir vazamentos do fluido de freio e auxiliar o êmbolo a retornar para
sua posição inicial.
Além do anel de vedação, o êmbolo possui uma coifa de proteção, chamada de guarda-pó. Esta coifa
impede que agentes contaminantes entrem em contato com o alojamento do êmbolo, comprometendo
seu funcionamento.

Parafuso de sangria
Este parafuso é alojado na pinça de freio, cilindro mestre e cilindro de roda. Normalmente é construído
de materiais metálicos e serve para sangrar o sistema hidráulico, procedimento que será estudado no capí-
tulo de manutenção, removendo bolhas de ar do fluído de freio. O parafuso de sangria é oco, para permitir
a passagem de fluído quando aberto.
Veja como ele se parece.
Allesse Rodrigues (2015)

Figura 13 - Parafuso de sangria


Fonte: Banco de Imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
SISTEMA DE FREIOS
22

FIQUE O parafuso de sangria é de cobre, um metal que se deforma com facilidade. Portan-
ALERTA to, tenha atenção ao apertá-lo.

2.2.2 Freio a tambor

O sistema de freio traseiro dos veículos convencionais normalmente apresenta um sistema de freio a
tambor. Este sistema antecedeu o sistema de freio a disco e, em alguns modelos de carros antigos, pode
ser encontrado também na dianteira. Seu funcionamento segue a mesma lógica do freio a disco, mas apre-
senta componentes diferenciados, que podem ser observados a seguir.

Tambor de freio
Este componente mecânico, construído de ferro fundido, faz o papel do disco de freio. Ele gira acom-
panhando o movimento da roda e sofre atrito mecânico sempre que o pedal de freio, ou alavanca de freio
de mão, são acionados.

Photoraidz [(20--?)]

Figura 14 - Tambor de freio


Fonte: Thinkstock (2015)

Ao remover a roda do veículo, o tambor de freio será o único componente visível, pois os demais com-
ponentes encontram-se em sua parte interna ou traseira, como é o caso do cilindro de roda.
2 Sistema de Freio
23

Existem tambores de freio que são montados sobre o cubo de roda e outros que fazem o papel do
próprio cubo de roda. Veja a seguir um exemplo de quando o tambor de freio é montado sobre o cubo de
roda.

SuchatSi [(20--?)]

Figura 15 - Sistema de freio a tambor


Fonte: Thinkstock (2015)

Na figura anterior você pode identificar que o tambor foi removido, mas o cubo de roda permanece fixo
no centro dos componentes de freio. Neste caso a roda é fixa no cubo e não no próprio tambor de freio.

Lonas de freio e sapatas de freio


As lonas de freio são constituídas dos mesmos materiais que as pastilhas de freio (cerâmica ou carbono
semimetálico). Elas ficam na parte interna do tambor de freio e possuem a função de atritar com ele, redu-
zindo seu movimento, podendo chegar a zero.
É possível encontrar no mercado de autopeças lonas de freio que são vendidas separadamente das
sapatas ou sapatas que têm as lonas coladas em si, desde a fabricação.
SISTEMA DE FREIOS
24

homydesign [(20--?)]
Figura 16 - Sapatas e lonas de freio
Fonte: Thinkstock (2015)

A função da sapata de freio é, além de alojar a lona, conduzi-la e pressioná-la contra o tambor. Mas para
isso ela tem que ser acionada pelo cilindro de roda.

Cilindro de roda
Este componente é acionado de maneira hidráulica e possui importância vital para o acionamento do
freio a tambor. Ele fica no centro do espelho de freio, que será apresentado a seguir, entre as sapatas de
freio. Quando submetido a uma pressão hidráulica, ele projeta dois êmbolos metálicos para fora, empur-
rando as sapatas de freio e as lonas, contra o tambor de freio.

Parafuso
de sangria
BigJoker ([20--?])

Êmbolo Cilindro de roda Êmbolo

Figura 17 - Cilindro de roda com parafuso de sangria


Fonte: Thinkstock (2015)
2 Sistema de Freio
25

Além da função de acionamento, o cilindro de roda também possui um parafuso de sangria do sistema
hidráulico. Você verá no capítulo que trata dos procedimentos de manutenção, o propósito deste parafuso.

Mola de retorno e catraca de ajuste


A fim de garantir que as sapatas de freio retornem para sua posição inicial após a frenagem, é encontra-
da uma mola que une as duas sapatas. Normalmente ela está localizada abaixo do cilindro de roda.
Como as lonas de freio são consumidas com o processo de frenagem, por causa do atrito, o sistema pre-
cisa compensar esta diferença de medidas aproximando as sapatas do tambor. Isto é feito para que o freio
não diminua sua eficiência enquanto as lonas sofrem desgaste. Para solucionar este problema, foi criado
um mecanismo de catraca (âncora ou meia lua), que vai automaticamente compensando o desgaste do
material na medida em que o freio é acionado. Este dispositivo pode ser visto na figura a seguir, logo abai-
xo da mola que faz com que as sapatas retornem.

Mola de retorno
Gilles_Paire ([20--?])

Mecanismo de ajuste
de desgaste com catraca

Figura 18 - Mola de retorno e mecanismo de ajuste e compensação do desgaste


Fonte: Thinkstock (2015)

Alavanca da sapata de freio


Junto da sapata de freio existe uma alavanca que atua quando o condutor aciona, dentro do veículo, o
freio de estacionamento. Esta alavanca movimenta a sapata de freio, enquanto o freio de estacionamento
estiver atuando. Este componente pode ser visto na figura a seguir.
SISTEMA DE FREIOS
26

Allesse Rodrigues (2015)


Figura 19 - Alavanca do freio de estacionamento (da sapata de freio)
Fonte: Banco de Imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Espelho de freio
O espelho de freio é a estrutura metálica que abarca estes componentes, vistos até agora, do sistema
de freio a tambor. Nele são encontradas as molas e parafusos responsáveis por fixar as sapatas de freio e o
cilindro de roda.

TeerawatWinyarat [(20--?)]

Figura 20 - Espelho de freio a tambor


Fonte: Thinkstock (2015)

Veja a seguir, o que é considerado um sistema de freio misto.


2 Sistema de Freio
27

2.2.3 Freio misto

Existe um sistema que combina ambos os sistemas estudados até agora, apresentando os componentes
do sistema de freio a tambor e do sistema de freio a disco. Neste mecanismo, o disco é freado externamen-
te pelas pastilhas quando o pedal de freio é acionado. Ao puxar a alavanca do freio de estacionamento, as
lonas de freio são empurradas contra a parte interna do disco, que serve como tambor.
São poucos veículos que utilizam este sistema, pelo seu custo de implantação. No entanto, ele apre-
senta uma grande eficiência e durabilidade dos componentes, sendo superioras ao sistema convencional.
Observe a seguir:

TEVES (s.d.) [(20--?)]

Figura 21 - Sistema de freio misto (tambor e disco) em corte


Fonte: TEVES (s.d.)

Nesta etapa da aprendizagem você conheceu os tipos de sistemas de freio e o quanto eles são funda-
mentaispara garantir a segurança dos condutores e pedestres durante a frenagem. Agora siga agregando
conhecimento com os componentes de acionamento do sistema de freio.

2.3 Componentes de acionamento do sistema de freio

Até agora você foi apresentado aos componentes mecânicos do sistema de freio, que realizam trabalho
e são responsáveis por parar o veículo. No entanto, existe um conjunto de componentes que os coman-
dam, de maneira elétrica, hidráulica e pneumática.
SISTEMA DE FREIOS
28

Alavanca do freio de estacionamento


Lembra das sapatas de freio? Você já se perguntou o que acontece quando você aciona o freio de esta-
cionamento do veículo?
O automóvel fica com o freio acionado sem a necessidade de pisar no pedal de freio. Isso ocorre por
meio de um cabo ligado à alavanca do freio de estacionamento, que faz o acionamento mecânico das sa-
patas traseiras de freio (nos modelos dotados de freio traseiro a tambor) ou o acionamento mecânico do
êmbolo da pinça de freio traseira (em veículos com freio a disco na traseira).

Artfoliophoto [(20--?)]

Figura 22 - Alavanca de freio de estacionamento


Fonte: Thinkstock (2015)

A função da alavanca ou botão é acionar o freio de estacionamento sem a necessidade do condutor


manter o pedal de freio pressionado.

Pedal de freio
Os veículos de transmissão mecânica apresentam três pedais. Da esquerda para a direita tem-se o pedal
da embreagem, depois o do freio, seguido do acelerador.
Os componentes mecânicos do sistema de freio que você estudou até agora são acionados quando o
motorista pisa no pedal de freio. A partir daí é dada a ordem a todo o sistema, em função da intensidade
da força aplicada.
2 Sistema de Freio
29

Allesse Rodrigues (2015)


Figura 23 - Pedal de freio
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC-São José/Palhoça (2015)

Veículos de transmissão automática apresentam a mesma estrutura do siste-


CURIOSIDADE ma de freios dos veículos de transmissão mecânica. A diferença está na em-
breagem e na forma como o veículo realiza as trocas de marcha.

Servo freio
Este componente tem a função de reduzir o esforço do motorista durante o acionamento do pedal de
freio. O servo freio é uma estrutura metálica, dotada de câmaras internas com membrana de borracha e
mola. Estas câmaras são utilizadas para produzir um ambiente com vácuo, que amplifica a força gerada no
pedal de freio.
Você deve estar se perguntando: o que o vácuo tem a ver com o sistema de freios?
E a resposta é simples: tudo.
A resistência que o ar oferece ao deslocamento de um veículo, ou de qualquer corpo, é uma das forças
responsáveis por reduzir o deslocamento.
Pense em um veículo acelerando em uma rodovia deserta. Ele se move com facilidade, pois a aerodinâ-
mica do automóvel o auxilia a vencer as barreiras do ar. Em determinado momento, o motorista aciona um
paraquedas. O que aconteceria?
Sim, o veículo seria literalmente “segurado” pela resistência do ar. Note que isso não acontece no vácuo.
Seguindo o raciocínio do exemplo dado, ao deslocar a haste do cilindro mestre, enfrentando a resistên-
cia apenas do vácuo gerado no interior do servo freio, o esforço do motorista para acionar o sistema de
freios será minimizado.
SISTEMA DE FREIOS
30

jeffy1139 [(20--?)]
Figura 24 - Servo freio
Fonte: Thinkstock (2015)

O vácuo do servo freio é causado pela admissão do veículo, que enquanto estiver ligado, estará geran-
do pressão negativa no sistema de freios. A admissão do veículo se encarrega de aspirar o ar de dentro do
servo-freio, enquanto que a válvula de retenção de vácuo impede o retorno do ar. Como resultado, cria-se
um ambiente com vácuo.

SAIBA Experimente pisar por três vezes no freio de um veículo desligado. Você perceberá o
MAIS quanto é difícil acionar os freios sem o auxílio do vácuo do motor.

O servo freio é um componente lacrado, que deve ser substituído em caso de avarias. No entanto, pos-
sui dois componentes externos, que podem ser avaliados quanto a folgas ou desgaste. A haste do cilindro
mestre, que pode apresentar folgas laterais e a válvula retentora de vácuo, que pode ser analisada quan-
to a sua condição de funcionamento. A construção da válvula possibilita que o ar passe em apenas um
sentido, do servo freio para o motor, impedindo o retorno. Caso isso não esteja ocorrendo a válvula, em
questão, deverá ser substituída.
Veja na imagem a seguir a válvula de retenção de vácuo.
2 Sistema de Freio
31

Allesse Rodrigues (2015)


Figura 25 - Válvula de retenção de vácuo do servo freio
Fonte: Banco de Imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Cilindro mestre
Você já aprendeu que a haste do servo freio aciona o êmbolo do cilindro mestre. Agora conhecerá este
componente de atuação hidráulica, que pode apresentar diferentes formas de construção, de acordo com
o fabricante, mas com a mesma função de pressurizar o sistema hidráulico de freios. Ao ser acionado pelo
movimento que vem do pedal e passa pela haste do servo freio, o cilindro mestre pressurizará as linhas
hidráulicas de fluido de freio. A pressão transmitirá a força até os acionadores mecânicos do sistema de
freios.
No sistema de freio a disco a pressão gerada no cilindro mestre atua até as pinças de freio, acionando o
êmbolo. Já no sistema de freio a tambor, esta pressão aciona o cilindro de roda, projetando seus êmbolos
para os lados.
O cilindro mestre é comumente encontrado junto ao servo freio. Ele pode apresentar uma ou várias
saídas para a pressão hidráulica, de acordo com o projeto do sistema de freios. Veja na figura a seguir o
cilindro mestre e suas variações na medida em que é acionado.
SISTEMA DE FREIOS
32

Allesse Rodrigues (2015)


Figura 26 - Cilindro mestre
Fonte: Banco de Imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Veja na imagem da sequência, o que acontece com o cilindro mestre em repouso.

Para a Para a
extremidade extremidade
dianteira traseira

TOYOTA (2007)

Êmbolo n°2 Êmbolo n°1


Figura 27 - Cilindro mestre em repouso
Fonte: TOYOTA (2007)

Em repouso, ele está com as vias de saída de fluido abertas, e sua posição é mantida pela ação de uma
mola. Neste momento, a pressão no circuito hidráulico é equivalente a pressão atmosférica, e os freios não
estão sendo acionados.
2 Sistema de Freio
33

Veja na sequência o que acontece quando ele é acionado.

TOYOTA (2007)
Contato

Figura 28 - Cilindro mestre atuando


Fonte: TOYOTA (2007)

Neste caso, quando o sistema é acionado as linhas de fluido hidráulico são pressurizadas e a mola de
retorno é comprimida.

O cilindro mestre pode apresentar uma ou duas câmaras de pressão. Nos casos em
SAIBA que apresenta duas, uma delas é utilizada para as rodas dianteira direita e traseira
esquerda, e a outra para a dianteira esquerda e traseira direita, em x. Essa disposição
MAIS permite ao veículo conservar o sistema de freio com metade da eficiência em caso de
um dos sistema apresentar problemas.

Interruptor da luz de freio


Pense qual seria o melhor lugar do veículo para instalar um interruptor elétrico de freio. As montadoras
adotaram o cilindro mestre e o pedal de freio como locais de referência para instalar este componente.
Desta forma, quando o condutor acionar o sistema de freios por meio do pedal ou mesmo da pressão ge-
rada no cilindro mestre, as luzes traseiras de freio do veículo são acesas.
Veja a seguir o diagrama elétrico do sistema de sinalização dos freios.
SISTEMA DE FREIOS
34

Interruptor

Luz de Freio
Bateria

Allesse Rodrigues (2015)


Massa Massa
Figura 29 - Esquema elétrico da luz de freio
Fonte: do Autor (2015)

Reservatório de fluido de freio


O fluido de freio é inserido em um reservatório, que serve para suprir todo o sistema hidráulico de freios
do veículo.
O reservatório é feito de plástico, encaixado no cilindro mestre por meio de borrachas de vedação. Sua
tampa apresenta uma particularidade: um sensor do nível de fluído, que atua como interruptor da luz de
avaria localizada no painel. Além disso, é comum encontrar gravado em relevo na tampa, a especificação
do fluido de freio a ser utilizado no veículo.
Veja na sequência como é feita a instalação elétrica que transmite ao painel do veículo a informação de
baixo nível de fluído de freio.

Tampa

Bóia
Comutador
Lâmpada
de ignição
de
Reservatório anomalia
(painel)
Bateria Fluido de freio
Allesse Rodrigues (2015)

Massa Massa
Figura 30 - Tampa do reservatório de fluído de freio (esquema elétrico).
Fonte: do Autor (2015)
2 Sistema de Freio
35

O reservatório apresenta indicação de nível mínimo e máximo de fluído para rápida conferência.

knowlesgallery [(20--?)]
Figura 31 - Reservatório de fluído de freio
Fonte: Thinkstock (2015)

Em veículos com embreagem hidráulica, há uma saída de fluido no meio do reservatório de armazena-
mento. Como o sistema hidráulico de embreagem funciona com o mesmo fluido utilizado para os freios,
ele é alimentado a partir do mesmo reservatório. O fato da saída ser localizada no centro do reservatório
permite que um sistema funcione independentemente do outro, sendo assim, qualquer problema na em-
breagem, como vazamentos por exemplo, não afetará o freio e vice-versa.
Dentro do reservatório vai um fluido específico, chamado de fluido de freio.

FIQUE Normalmente o fluido de freio tem validade de um ano ou 10.000 (dez mil) km.
ALERTA

Fluido de freio
Este fluido é desenvolvido para apresentar as características necessárias ao sistema de freios, que não
podem ser atendidas por óleos e outros tipos de fluidos derivados do petróleo.
Ele possui a característica de não danificar as tubulações metálicas por onde circula e nem os retentores
de borracha. Suporta temperaturas superiores a 100°C (cem graus célsius), sem perder suas propriedades.
Também apresenta a fluidez necessária para transmitir rapidamente a força de acionamento aos freios.
SISTEMA DE FREIOS
36

dashadima, [(20--?)]
Figura 32 - Fluido de freio
Fonte: Thinkstock (2015)

FIQUE O fluido de freio é um líquido sintético, produzido em laboratório, para atender as


necessidades do sistema de freios. É errado chamá-lo de óleo de freio. O termo corre-
ALERTA to é fluido de freio.

O fluido de freio é higroscópico, o que quer dizer que absorve água com facilidade. Por este motivo
deve ser mantido em recipiente lacrado e protegido de agentes contaminantes, como óleo, graxa ou fluido
de freio usado. Esses cuidados não devem ser tomados apenas com o fluido armazenado, mas também
com o fluido utilizado no veículo, pois, em função de sua higroscopia o fluido deve ser substituído confor-
me indicação de prazo informado pelo fabricante do veículo (quilometragem ou tempo).
No Brasil ele é normalizado pela ABNT. (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que baseia as espe-
cificações nas diretrizes na SAE. (Sociedade dos Engenheiros Automotivos).
Os requisitos básicos observados são relacionados quanto ao: ponto de ebulição, ponto de fulgor, esta-
bilidade térmica e viscosidade. As normas regulamentadoras relacionadas ao sistema de freio automotivo
são NBR 9292/91 e NBR 9576/91.
2 Sistema de Freio
37

A seguir, em Casos e Relatos você perceberá a importância de informar aos condutores automotivos a
utilização correta dos termos técnicos.

CASOS E RELATOS

Termos técnicos
Juquinha sempre foi um mecânico habilidoso. Ele aprendeu muitas coisas sobre automóveis,
pois, desde jovem trabalhava em oficinas mecânicas. No entanto, acabou por adotar alguns ter-
mos incorretos para se referir aos componentes automotivos.
Certa vez ele estava verificando os freios do carro de Judite, e explicou a ela sobre o funcionamen-
to do sistema hidráulico. Ao se referir ao fluido de freio, ele usou a expressão óleo de freio. Para
ele a diferença entre fluído de freio e óleo do motor era clara, mas Judite entendeu que tratava-se
do mesmo líquido.
Durante uma viagem, a luz do painel acendeu, indicando que havia pouco fluido de freio no re-
servatório. Judite prontamente foi até o porta-malas, pegou um recipiente com óleo para motor
e o adicionou ao reservatório de fluido de freio.
Os resultados foram desastrosos, pois o sistema ficou com o funcionamento comprometido. Al-
gumas horas depois, Juquinha estava recebendo o carro de sua cliente, sendo trazido por um
guincho.
Judite lhe disse que havia feito conforme ele tinha explicado, e Juquinha percebeu a importância
de utilizar os termos técnicos corretamente.

O fluído de freio costuma possuir a sigla DOT em seu rótulo. Isso se deve ao fato de os testes e a norma-
tização do fluido terem sido realizados pelo departamento de transportes dos Estados Unidos da América.
A sigla é seguida por um número, que pode ser 3 (três), 4 (quatro) ou 5 (cinco), de acordo com a capacidade
do fluido de suportar temperatura. Cada veículo tem uma indicação no manual do proprietário indicando
qual DOT deve usar.

A classificação DOT 3, DOT 4 ou DOT 5 não se dá a partir da potência do mo-


CURIOSIDADE tor, mas sim em função da temperatura a ser dissipada no sistema de freios.
SISTEMA DE FREIOS
38

Veja a classificação no quadro a seguir.

Classificação DOT 3 DOT 4 DOT 5

Ponto de ebulição seco 265°C 268°C 268°C

Ponto de ebulição úmido 153°C 168°C 187°C

Quadro 2 - Classificação DOT


Fonte: adaptado de Nakata (2015)

Tubulação rígida e flexível do fluido de freio


Do cilindro mestre até cada uma das rodas existe uma tubulação metálica rígida, que tem a função de
conduzir o fluido. Esta tubulação, no entanto, não vai até as pinças ou cilindros de roda, pois estes compo-
nentes se movem com o trabalho da suspensão.
Na junção entre a tubulação de cobre, as pinças e cilindros de roda há um tuboflexível com determina-
da folga para garantir que o sistema não seja danificado com os deslocamentos do conjunto da suspensão.

FIQUE As mangueiras flexíveis do sistema de freio possuem revestimento metálico interno,


ALERTA portanto, se forem de alguma maneira amassadas, não retornarão à posição inicial.

Válvulas de controle de pressão do sistema de freio


O sistema de freios pode contar com um conjunto de válvulas chamado de equalizadora. Este conjunto
é instalado na tubulação rígida, entre a saída do cilindro mestre e os componentes mecânicos de freio das
rodas traseiras.
Segundo Nakata (2015), a função da válvula equalizadora é de regular a pressão hidráulica entre as
rodas dianteiras e traseiras.
Ao frear um veículo, uma crescente parcela de seu peso é transferida do eixo traseiro para o dianteiro,
processo denominado transferência dinâmica da carga nos eixos.
A função da válvula é regular a pressão de aplicação do freio, evitando o excesso de força de frena-
gem nas rodas traseiras, que, dependendo da situação do peso sobre a roda, das condições da pista, bem
como da intensidade da frenagem, provocaria o travamento da roda traseira, o que poderia levar o veículo
desgovernar-se, comprometendo sua estabilidade.
Veja na imagem a seguir a posição da válvula equalizadora.
2 Sistema de Freio
39

Nakata (2015)
Válvula equalizadora

Figura 33 - Válvula equalizadora


Fonte: Nakata (2015)

O sistema de freios pode apresentar, ao invés da válvula reguladora, uma válvula proporcionadora (sen-
sível a carga), que desempenha o mesmo papel de distribuição da força hidráulica a fim de estabilizar o
veículo durante as frenagens.
Observe na sequência a válvula proporcionadora.

Válvula
Proporcionadora
Nakata (2015)

Figura 34 - Válvula proporcionadora


Fonte: Nakata (2015)

Até aqui você conheceu os componentes de acionamento do sistema de freios e como este conjunto
efetua os comandos, de maneira elétrica, hidráulica e pneumática. A seguir você iniciará uma nova etapa
de estudos: inovações tecnológicas no sistema de freios.
SISTEMA DE FREIOS
40

2.4 Inovações tecnológicas no sistema de freios

O sistema de freios, encontrado nos veículos da atualidade foram elaborados após a realização de es-
tudos e implantação de melhorias. Isso pode ser percebido através da evolução dos componentes auto-
motivos.
Para aperfeiçoar os componentes do sistema de freios foi preciso que passasse por dois processos dis-
tintos, o de inovação e o de melhoria.
Considere as definições a seguir.

I.no.var: 1 Fazer inovações, introduzir novidades..., 2 produzir algo novo, encontrar novo processo, 3
introduzir...pela primeira vez...
Fonte: Michaelis (2009)
Me.lho.rar: 1 Tornar-se melhor ou superior, 2 tornar mais próspero ..., 4 aperfeiçoar, reformar, reparar ...,
7 Passar a condição mais próspera.
Fonte: Michaelis (2009)

Existe uma diferença entre inovação e melhoria, que fica clara quando se considera as definições de
cada palavra. A inovação é uma verdadeira mudança na forma de fazer, enquanto que a melhoria é o aper-
feiçoamento do que já existe.
De acordo com ehow.com.br (2015), os primeiros sistemas de freio eram de madeira, e objetivavam
travar uma roda metálica por atrito. No início dos anos 1900 (mil e novecentos), uma inovação surgiu e foi
criado o freio a tambor. Em 1918, Malcolm Lougheed patenteou uma melhoria, transformando o sistema
de freio a tambor em um sistema hidráulico.
Quando alguém introduz uma melhoria ou cria algo novo, é possível apropriar-se dos direitos intelectu-
ais do projeto. Sendo assim, o detentor da propriedade intelectual torna-se dono do direito de utilizar sua
invenção ou melhoria, podendo cedê-lo a quem desejar, da maneira que lhe for conveniente.
No Brasil, a lei 9.279 de 14 de maio de 1996, regulamenta a questão da propriedade intelectual. Em 19
de fevereiro de 1998 foi estabelecida a lei 9.609, que dispõe da proteção dos direitos intelectuais.
Segundo Pereira (2010), a visão inovadora consiste em não se contentar com o que é dado e desenvol-
ver a capacidade de imaginar e projetar o futuro e as soluções que serão necessárias para enfrentá-lo.
Quando uma determinada montadora decide utilizar um sistema de freios para seu veículo, precisa
certificar-se de quem o desenvolveu para solicitar sua autorização para uso no projeto.
Chegou o momento de você refletir a respeito dos tópicos estudados. Acompanhe a seguir!
2 Sistema de Freio
41

Recapitulando

Esse capítulo lhe permitiu ter a visão geral do sistema de freios, e lhe fez perceber que os três siste-
mas estudados, freio a disco, a tambor e misto apresentam características singulares, que tornam o
processo de manutenção e avaliação particular para cada tipo de sistema.
Além de conhecer o sistema como um todo, você pôde conhecer componente por componente
que integram o sistema, portanto a partir desse momento você está apto a identificá-los, o que será
muito útil a partir de agora em sua vida profissional como reparador automotivo.
Nos próximos capítulos do seu livro didático você perceberá que os componentes estudados até
aqui serão abordados novamente, porém a abordagem será direcionada a seus procedimentos
de manutenção, manuseio e conservação, dessa forma para compreender a importância de cada
processo de reparo é importante que você tenha aprendido sobre o princípio de funcionamento
de cada um desses componentes.
Agora você verá as normas e os procedimentos burocráticos e ambientais relacionados ao sistema
de freio automotivo. Bons estudos!
Normas Técnicas e
Documentação

Os automóveis estão presentes no dia a dia das pessoas. São responsáveis pelos desloca-
mentos rurais e urbanos e seu mau funcionamento pode oferecer risco a integridade física das
pessoas.
Devido à relevância das condições dos veículos e seus componentes, a indústria automotiva
é normalizada, o que quer dizer que está sujeita a determinadas normas nacionais e internacio-
nais, que serão consideradas neste capítulo.
As dicas constantes no manual do proprietário de veículo são oriundas das recomendações
dos fabricantes, que por sua vez estão em harmonia com as normas técnicas vigentes.
A importância da documentação para evidenciar os procedimentos executados e sua har-
monia com o recomendado pelo fabricante, serão considerados a seguir.
Ao estudar este capítulo você estará apto a:
a) correlacionar, para fins de diagnóstico, as informações fornecidas pelo proprietário e o
histórico de manutenções com as especificações/indicações do manual do fabricante;
b) interpretar os procedimentos e normas técnicas aplicáveis à manutenção dos sistemas
de freios;
c) reconhecer os requisitos da legislação a serem considerados no descarte de resíduos ge-
rados nos processos de limpeza de componentes dos sistemas de freios;
d) interpretar os procedimentos e normas técnicas aplicáveis à inspeção de componentes
dos sistemas de freios;
e) interpretar os procedimentos e normas técnicas aplicáveis a testes de funcionamento dos
sistemas de freios;
f) reconhecer o padrão de entrega técnica utilizado pela empresa (verificações finais, remo-
ção de proteções, orientação sobre futuras revisões, informações sobre serviços executa-
dos, devolução de peças substituídas);
g) aplicar os princípios de organização do trabalho estabelecidos no planejamento e no
exercício de suas atividades profissionais.
Vá em frente e bons estudos!
SISTEMA DE FREIOS
44

3.1 Manual do proprietário do veículo

Todo o produto industrializado que você adquire vem acompanhado de um manual, que contém as
orientações para o uso adequado. Com os automóveis não é diferente. Todo o veículo zero km é entregue
ao proprietário com um manual de uso.

Se você comprar um veículo usado, que esteja sem o manual do proprietário,


CURIOSIDADE pode entrar em contato com a concessionária da marca e solicitar um exem-
plar.

Este manual do proprietário não é destinado a manutenção corretiva do veículo. As informações cons-
tantes nele são para que o motorista saiba como utilizá-lo de maneira correta, sem comprometer o funcio-
namento de algum componente.

Vladimir Daragan [(20--?)]


3 Normas Técnicas e Documentação
45

No manual do proprietário é possível encontrar informações sobre:

a) visão geral do veículo e seus opcionais;


b) orientações de segurança;
c) instrumentos e controle;
d) equipamentos de conforto e comodidade;
e) verificações para antes da condução;
f) orientações de condução do veículo;
g) dados técnicos para manutenção preventiva dos sistemas automotivos;
h) cuidados estéticos com o veículo;
i) procedimentos para situações de emergência.

A garantia, oferecida pelas empresas que comercializam veículos, está condicionada ao seguimento das
orientações constantes no manual do proprietário. Utilizar o veículo de maneira diferente da especificada,
caracteriza-se mau uso, expondo o conjunto mecânico a uma condição severa que poderá provocar danos,
que não serão cobertos pela garantia.
Para os casos em que seja necessário realizar um procedimento de manutenção corretiva, deve-se re-
correr a outro tipo de material técnico, que é o manual de reparação.
Neste capítulo você pôde constatar o quanto as orientações contidas no manual do proprietário per-
mitem os cuidados adequados aos veículos evitando assim muitos transtornos a seus usuários. Confira na
sequência o manual técnico de reparação.

3.2 Manual técnico de reparação

Os fabricantes e concessionários difundem as informações de acordo com o papel de cada um no pro-


cesso de utilização e manutenção dos veículos. As informações escritas com linguagem técnica, destinadas
as intervenções de manutenção corretiva são para os mecânicos autorizados a prestar serviços pela marca.
SISTEMA DE FREIOS
46

O manual técnico de reparação possui a descrição detalhada do veículo, de cada sistema automotivo
e dos procedimentos de manutenção. Pelo seu elevado número de páginas, as montadoras optam por
disponibilizá-lo em meio eletrônico aos reparadores da rede autorizada. Como pode ser visto na figura a
seguir.

Minerva Studio [(20--?)]


Ao apresentar os componentes do veículo em vista explodida1, o manual proporciona acesso a informa-
ções técnicas de maneira didática, para que o profissional possa visualizar todos os detalhes do compo-
nente antes de proceder com a manutenção.
Você conseguiria fazer uma lista de todos os carros que existem no mercado? Talvez ache esta tarefa
impossível de ser feita, visto que todos os anos surgem novos modelos de veículos. Cada modelo tem
suas características de manutenção e seria impossível que um mecânico conhecesse tudo a respeito de
todos os carros. A partir desta necessidade de informação técnica, as montadoras disponibilizaram um
compêndio que auxilia o técnico a executar o diagnóstico e a manutenção dos sistemas automotivos. No
entanto, estas informações estão escritas em linguagem técnica, rica em símbolos, unidades de medida
e procedimentos específicos que requerem o domínio de metrologia, desenho técnico, conhecimentos
sobre ferramentas e eletricidade básica.

1 Desenho técnico do componente expondo todas as suas partes, para identificação de componentes.
3 Normas Técnicas e Documentação
47

Em um manual técnico de reparação automotiva é possível encontrar informações sobre:

a) especificações gerais do veículo;


b) motor;
c) transmissão;
d) suspensão;
e) freios;
f) direção;
g) segurança;
h) carroceria;
i) sistema elétrico;
j) sistema de climatização;
k) procedimentos de manutenção;
l) procedimentos de diagnóstico de defeitos
m) tapeçaria e vidraçaria.

As montadoras costumam registrar a propriedade intelectual de seus manuais técni-


FIQUE cos, tornando proibida sua reprodução e divulgação, mesmo que parcial. Portanto, se
ALERTA você tiver acesso à manuais técnicos de reparação, lembre-se que são propriedade
da empresa montadora.

As oficinas autorizadas e concessionárias possuem a responsabilidade perante a fábrica de seguir os


procedimentos de manutenção de acordo com o especificado no manual de reparação. Para os casos em
que os procedimentos não são seguidos, ocorre a perda da garantia, por falta de atenção às informações
técnicas disponibilizadas.
Acompanhe na sequência novo assunto: órgãos normalizadores.
SISTEMA DE FREIOS
48

3.3 Órgãos normalizadores

No Brasil, o órgão normativo2 maior do sistema de trânsito é o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsi-
to), que dispõe sobre as questões relacionadas aos transportes. Atuam em sintonia com o CONTRAN, os
conselhos estaduais de trânsito (CETRAN), o conselho de trânsito do distrito federal (CONTRANDIFE) e de-
mais órgãos normativos menores.

Robert Churchill [(20--?)]

A ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas) normaliza os procedimentos e especificações téc-


nicas aplicadas à manutenção automotiva. Este órgão é responsável por estabelecer as normas regula-
mentadoras para que a indústria automobilística nacional atenda ou exceda aos critérios das exigências
internacionais, que são definidas pela ISO (Internacional Organization for Standardization - Organização
Internacional de Padronização), para todo o mundo. Este instituto surgiu da necessidade de garantir a
qualidade e a padronização a nível global.
Outra organização reconhecida internacionalmente e utilizada como base para diretrizes da ABNT é a
SAE (Society of Automotive Engeneers – Sociedade dos Engenheiros Automotivos).
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é outro importante órgão brasileiro, que visa nor-
malizar os procedimentos industriais de maneira que o meio ambiente seja preservado, oferecendo seus
recursos naturais de forma sustentável, sem comprometer sua existência no futuro.
Agora que você obteve esclarecimentos a respeito dos órgãos que regem o sistema de trânsito siga
aprofundando seu conhecimento com as normas técnicas aplicadas ao sistema de freio.

2 Normativo, normalizar e normalização dizem respeito a criar normas, regulamentar.


3 Normas Técnicas e Documentação
49

3.4 Normas técnicas aplicadas ao sistema de freio

Desde os testes de desempenho de frenagem até as dimensões e capacidades do sistema de freios é


possível encontrar normas regulamentadoras aplicáveis a este sistema automotivo. Veja a seguir algumas
normas e suas disposições.
a) CONTRAN Resolução nº84 de 19 de novembro de 1998
Estabelece normas referentes a inspeção técnica de veículos de acordo com o artigo 104 do CTB (Códi-
go Brasileiro de Trânsito).
b) ABNT NBR 14958-1:2012
Esta norma especifica os métodos para ensaios, em laboratório, do material que compõe as pastilhas de
freio com veículos de até 3.500kg.
c) ABNT NBR 10753:1998
Refere-se ao método de avaliar o desempenho e desgaste do material de fricção dos sistemas de freio a
disco e a tambor. O ensaio requer o uso de um dinamômetro3 inercial.
d) ABNT NBR 10966-1:2013
Aplica-se a frenagem de veículos e reboques. Baseada nas normas ABNT NBR 13776 e ABNT NBR 6067.
e) ABNT NBR 12895:1993
Determina as condições exigíveis para teste de desempenho das pastilhas e sapatas de freio para veícu-
los rebocados. O teste é feito em um dinamômetro inercial.
f) ABNT NBR 5537:2002
Prescreve o método para verificar, em laboratório, a resistência ao cisalhamento e aderência entre guar-
nição do freio e o suporte metálico para as pastilhas de freio a disco e sapatas de freio a tambor.
g) ABNT NBR 9301:1986
Descreve o método para determinar a compressibilidade das guarnições do sistema de freio a disco e
a tambor.
h) ABNT NBR 14040-6:1998
Especifica como deve ser realizada a inspeção de segurança veicular, de maneira visual e por meio do
uso de equipamentos de diagnose mecânica.
i) ISO 26867:2009
Descreve o método utilizado para avaliar a influência da pressão, temperatura e a velocidade linear em
material de atrito com componente de acoplamento.
j) ISO 26867:2009
Destina-se a utilização de materiais de fricção comparando-os quanto ao atrito.

3 Equipamento utilizado para medir a força em função da rotação de um determinado corpo móvel.
SISTEMA DE FREIOS
50

k) ISO 26867:2009
Trata das aplicações do sistema de freios e estabelece diretrizes para o desenvolvimento de produtos.
l) SAE J 431:2000
Estabelece informações gerais sobre a composição química do ferro fundido utilizado em componen-
tes automotivos.

SAIBA Você quer saber mais sobre estas e outras normas? No site da ABNT você fica por den-
MAIS tro. Acesse: <http://www.abnt.org.br/>

Neste capítulo você teve acesso as normas técnicas aplicadas aos sistemas de freios e sua abrangência.
Na sequência você irá conhecer a respeito das normas ambientais que regem este sistema.

3.5 Normas ambientais aplicadas ao sistema de freio

Os materiais utilizados nos automóveis costumam ser nocivos ao meio ambiente, o que torna seu des-
carte um assunto de grande importância aos órgãos normalizadores. Veja a seguir, o que fazer com o fluído
de freio, um agente considerado tóxico ao meio ambiente.

Os resíduos perigosos, são assim classificados por seu poder potencialmente contami-
nante ou em razão das substâncias químicas presentes na sua composição. São conside-
rados resíduos perigosos: Medicamentos, resíduos de saúde (hospitais e farmácias), re-
síduos da indústria, resíduos eletroeletrônicos (pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes,
computadores, televisores), tintas, solventes, pesticidas, inseticidas, herbicidas, óleos lu-
brificantes, fluídos de freio, aerossóis em geral, entre outros. Tais resíduos não devem ser
descartados no lixo comum, pois a destinação desses itens contempla etapas tais como
descontaminação, autoclave, incineração e a destinação a aterros industriais controla-
dos. Pela Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010, as empresas
tem prazo até agosto de 2014 para implementar seus planos de logística reversa, o que
significa viabilizar o retorno do material por meio dos diversos elos da cadeia produtiva,
a fim de garantir a destinação adequada dos resíduos perigosos e o não-desperdício
das peças recicláveis. Em razão da responsabilidade compartilhada, consumidor, varejo
e indústria devem empreender esforços no sentido de fazer com que todos os tipos de
resíduos perigosos retornem ao destino adequado.
Fonte: portal.tjsc.jus.br (2015)
3 Normas Técnicas e Documentação
51

Conforme o disposto em lei, as empresas precisam implementar um plano de logística reversa4 para
destinar adequadamente o material a ser descartado.

Julien Grondin [(20--?)]

Quanto ao descarte das peças metálicas utilizadas no sistema de freio, o Decreto Federal 5940/2006
institui a destinação dos resíduos metálicos de órgão públicos às cooperativas de catadores de material
reciclável. Esta orientação pode ser seguida pelo setor privado de reparação automotiva.
Ao ser descartado corretamente, o ferro retorna para a cadeia produtiva industrial, sendo processado e
recebendo novas aplicações.

SAIBA O CONAMA possui uma resolução específica, que trata do descarte de pneus. Interes-
sado em mais informação? Pesquise por CONAMA 258/1999 no site <www.mma.gov.
MAIS br/conama>

Neste capítulo você estudou a importância das normas ambientais na preservação dos recursos natu-
rais do planeta. Acompanhe agora novo tópico: ordem de serviço.

4 Retornar o produto para a cadeia produtiva, como no caso do óleo de motor usado, que passa novamente por um processo
de refino.
SISTEMA DE FREIOS
52

3.6 Ordem de serviço

Você conheceu um pouco sobre a origem das informações técnicas constantes nos manuais de repa-
ração automotiva. Agora, você conhecerá um documento que dá início ao processo de manutenção auto-
motiva, a OS (Ordem de Serviço). Confira antes o Casos e Relatos para ilustrar sua aprendizagem.

CASOS E RELATOS

O que era mesmo?


O movimento na oficina de Nina não parava de crescer. Antes ela trabalhava sozinha fazendo tro-
cas de óleo e pequenos consertos no sistema de freios e agora estava com cinco funcionários,
lidando com um movimento três vezes maior de veículos por dia.
Como seu negócio cresceu rápido, Nina não deu atenção à organização dos padrões de serviço, e
seguia confiando na memória.
Ela recebia os clientes, ouvia suas solicitações e, depois de colocar o carro no box de serviço, expli-
cava ao mecânico o que era necessário ser feito.
Certo dia o movimento foi tão intenso que Nina esqueceu de informar ao mecânico que o cliente
havia reclamado de uma pastilha de freio barulhenta. O profissional realizou o serviço a partir do
que ela havia informado e não prestou atenção a este item.
No final do dia, o cliente voltou, pegou o carro e foi para casa. No caminho, percebeu que o pro-
blema não havia sido solucionado. Por ser uma pessoa ocupada, ele não pôde voltar na oficina
naquele dia e acabou procurando outro lugar para fazer as manutenções de seu veículo.
Nina nunca soube o que houve, mas aquele cliente passou a não ir mais em sua oficina.

Conforme apresentado, no Casos e Relatos anterior, a falta de organização pode ser responsável pela
perda de clientes. Mas existem meios de evitar este tipo de situação, usando um controle de atendimento
realizado e efetuando o preenchimento das ordens de serviço.
Uma OS nada mais é do que uma notação de tudo que o cliente relatou, adicionando a percepção do
técnico que recebe o veículo. As informações constantes na OS servirão para guiar o mecânico no momen-
to da manutenção e para não deixar que nada passe despercebido.
3 Normas Técnicas e Documentação
53

A OS é um documento de controle das atividades realizadas. Deve conter minimamente as informações


quanto a:

a) ano, modelo e marca do veículo;


b) placa do veículo;
c) quilometragem do veículo;
d) nome do técnico que o recebeu;
e) relato do técnico quanto as condições do veículo (algumas ordens de serviço incluem checklist5
da condição de determinados componentes, a fim de registrar possíveis avarias que posterior-
mente poderiam ser questionadas pelo proprietário);
f) registro dos apontamentos feitos pelo proprietário;
g) código da OS (pois permite buscar nos arquivos ou softwares6 da empresa o histórico de ma-
nutenção do veículo);
h) registro dos apontamentos feitos pelo mecânico, depois deanalisar as informações levantadas
no recebimento do veículo;
i) registro dos serviços e peças aplicadas, após aprovação do proprietário, para solucionar os pro-
blemas encontrados.

A partir das necessidades constantes na OS, será estipulada a quantidade de horas necessárias para o
serviço, a partir do tempário7 da oficina, a TPMO (Tabela Padrão de Mão de Obra). Estas informações servi-
rão para realizar o orçamento a ser passado ao cliente.
Com estas informações, a OS servirá de registro do acompanhamento do veículo ao longo dos proces-
sos produtivos da oficina. Desde o recebimento até a entrega final ao cliente.
Na sequência você tem a oportunidade de relembrar tópicos estudados neste capítulo. Acompanhe!

5 Palavra oriunda do inglês, que significa lista de verificação.


6 Sistema informatizado de armazenamento de dados, programa de computador.
7 Manual do tempo necessário para cada intervenção de manutenção.
SISTEMA DE FREIOS
54

Recapitulando

Você estudou neste capítulo sobre os órgãos normativos do sistema de trânsito brasileiro, que dis-
põem sobre os procedimentos de inspeção, manutenção e fabricação de componentes automotivos.
Os conhecimentos adquiridos servem para compreender a importância de atuar, na reparação au-
tomotiva, de acordo com as recomendações dos manuais técnicos, que têm suas diretrizes e pa-
drões baseados nas normas técnicas.
Você considerou a diferença entre as informações constantes no manual do proprietário do auto-
móvel e no manual técnico de reparação.
Ao saber onde encontrar as informações referentes às normas técnicas, você está capacitado a
pesquisá-las quando se deparar com uma situação real de trabalho.
Considerou também a importância e os procedimentos necessários para elaborar uma ordem de
serviço, documentando os procedimentos realizados desde o recebimento do veículo até a conclu-
são dos trabalhos.
Parabéns e siga motivado a aprender mais!
3 Normas Técnicas e Documentação
55

Anotações:
Diagnóstico, Manutenção e
Ajustagem do Sistema de Freio

Este capítulo trata do diagnóstico do sistema de freio com relação ao seu funcionamento,
dos procedimentos técnicos de manutenção dos componentes do sistema de freios, sua mani-
pulação, armazenagem e descarte.
Ao considerar as informações deste capítulo, você estará apto a:
a) utilizar o manual técnico de reparação como base para a realização de procedimentos de
manutenção;
b) avaliar as condições dos componentes do sistema de freios;
c) avaliar as condições de funcionamento do sistema de freios;
d) manipular, armazenar e descartar os materiais utilizados na manutenção;
e) identificar a condição dos componentes do sistema de freios a partir de sua condição de
uso;
f) prestar manutenção nos componentes do sistema de freio;
g) buscar soluções aos problemas apresentados;
h) selecionar os recursos necessários para cada procedimento de manutenção (ferramentas,
equipamentos de proteção, equipamentos, peças e insumos).
Quanto aprendizado você tem pela frente! Prepare-se e vamos lá!
SISTEMA DE FREIOS
58

4.1 Testes de frenagem

O sistema de freios é composto por uma série de componentes, como você estudou nos capítulos an-
teriores. Cada um deles possui especificações técnicas, oriundas das normas regulamentadoras ou dos
próprios fabricantes, de como deve funcionar. No entanto, existem situações em que o freio pode estar
apresentando alguma anomalia funcional.

Os fabricantes de veículos realizam testes, em condições severas, nos vários


sistemas de freios antes de selecionar o adequado para cada carro. Apesar
CURIOSIDADE dos cálculos e do histórico de desempenho, a análise da experiência prática
é o que fundamenta a escolha.

Para identificar as necessidades de procedimentos de ajustagem e manutenção no sistema de freios, é


importante realizar um diagnóstico, que pode ser obtido por meio de algumas técnicas distintas: avaliação
de componentes, diagnóstico assistido por ferramentas de informática, testes dinâmicos de frenagem e
testes estáticos de frenagem.
Cada um destes testes será considerado a seguir.

4.1.1 Tipos de testes de frenagem

Os testes de frenagem visam avaliar o desempenho do conjunto do sistema de freios. As duas formas
mais usuais de avaliar a frenagem têm sido com a realização de testes dinâmicos, observando o comporta-
mento do veículo enquanto os freios são acionados, ou estáticos, a partir das leituras registradas por equi-
pamentos específicos, como por exemplo os dinamômetros8. Acompanhe os procedimentos.

Procedimentos
Nos testes dinâmicos é preciso que o piloto dirija o veículo e faça periodicamente o acionamento dos
freios, observando as seguintes variáveis, de acordo com a ABNT NBR 10966-1:2013 e as recomendações
constantes no manual de reparação técnica:

a) barulho produzido durante a frenagem;


b) tendência do veículo de permanecer em linha reta;
c) oscilação do pedal de freio;
d) marcas desiguais no solo;
e) tempo de parada do veículo.

8 É um equipamento mecânico utilizado para medir a potência de veículos e a eficiência de seus freios.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
59

payphoto [(20--?)]

Figura 35 - Marcas no solo produzidas pela frenagem de veículo


Fonte: Thinkstock (2015)

Ao realizar um teste estático no sistema de freios do veículo, é possível obter informações precisas a
partir dos relatórios produzidos pelo software do dinamômetro. O equipamento aplica força de giro nas
rodas do veículo, simulando uma aceleração normal, e então mede e eficiência do sistema de freios, ao
ser acionado para fazer com que a roda pare. Todo o desempenho é monitorado e registrado por meio de
gráficos, que projetam a leitura em tempo real na tela de um computador.
cipango27 [(20--?)]

Figura 36 - Veículo sendo submetido ao teste do sistema de freios no dinamômetro


Fonte: Thinkstock (2015)
SISTEMA DE FREIOS
60

4.1.2 Checklist de verificação de componentes e substituição de peças

A avaliação de componentes é uma prática adotada pelas oficinas e montadoras automotivas, de acor-
do com a ABNT NBR 14040-6:1998 e com os procedimentos constantes no manual de reparação técnica
de cada veículo.
Ao inspecionar cada componente do sistema de freios, é possível identificar quais necessitam de subs-
tituição. Veja a seguir. Basta ordenar os componentes do sistema de freios e verificar quais estão de acordo
com o especificado como normal pelo fabricante.

Veículo Carro

Placa XXXX - 0000

Técnico Juquinha

Data 20/07/20xx

Checklist do sistema de freios

Componente Localização Não conforme Conforme Obs.

Disco de freio Dianteiro direito X

Disco de freio Dianteiro esquerdo X

Pastilha de freio Dianteiro direito X

Pastilha de freio Dianteiro esquerdo X

Excedeu o tempo de troca especificado


Fluido de freio X
pelo fabricante

Lona de freio Traseiro direito X

Lona de freio Traseiro esquerdo X

Tambor de freio Traseiro direito X

Tambor de freio Traseiro esquerdo X

Quadro 3 - Exemplo de checklist de componentes do sistema de freios


Fonte: do Autor (2015)

4.1.3 Ferramentas de informática e equipamentos de diagnóstico

As ferramentas de informática têm estado cada vez mais presentes nos diagnósticos automotivos, visto
que a tecnologia dos automóveis permite uma integração entre os sistemas do automóvel e um software
externo.
É possível realizar um diagnóstico de falhas a partir da tela de um equipamento eletrônico de diagnose,
que pode indicar o mau funcionamento de algum componente veicular que esteja ligado em rede.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
61

Um fio com mau contato, uma lâmpada queimada ou um sensor danificado serão automaticamente
detectados por um software específico de diagnóstico.
Normalmente, os veículos que possuam redes veiculares com acesso para diagnóstico apresentam uma
tomada, onde deve ser plugado o equipamento que fará a leitura das informações eletroeletrônicas.

IndyEdge [(20--?)]

Figura 37 - Técnico utilizando aparelho eletrônico para obter diagnóstico automotivo


Fonte: Thinkstock (2015)

4.1.4 Parâmetros de avaliação de componentes

O reparador de automóveis tem competência para avaliar as condições dos componentes automotivos,
mas esta avaliação não pode ser feita, apenas, a partir de sua própria opinião. Os parâmetros de normalida-
de para cada componente estão listados pelo fabricante no manual técnico de reparação. Este documento
serve para orientar a avaliação do profissional, que deverá obter os valores do veículo a partir da análise
dos componentes e do uso dos equipamentos e ferramentas apropriados, para então confrontá-los, iden-
tificando as anomalias.

4.1.5 Análise dos resultados e identificação de anomalias no sistema de freios

Uma vez que as informações do componente avaliado foram obtidas, é necessário compará-las com o
especificado no manual técnico de reparação. Conforme pode ser observado no Casos e Relatos a seguir.
SISTEMA DE FREIOS
62

CASOS E RELATOS

Análise dos resultados


Juquinha, um técnico automotivo experiente, estava avaliando o sistema de freios de um veículo
usado. Ele percebeu, durante o teste dinâmico, que ao acionar o freio, o veículo tendia para a di-
reita.
A partir daí registrou uma não conformidade em seu checklist. Juquinha colocou o carro no dina-
mômetro e constatou que a roda dianteira esquerda não estava freando com a mesma eficiência
que as outras. Isso fazia com que o veículo desacelerasse na direita e não na esquerda.
Visando resolver o problema, ele colocou o automóvel no elevador adequado e constatou que a
pinça de freio, que deveria deslizar livremente sobre os pinos, estava travada. Juquinha recorreu
ao manual técnico de reparação, que dizia que a pinça deveria se movimentar, o que não estava
acontecendo.
O técnico então seguiu o procedimento recomendado, desmontou a pinça de freio, removeu os
pinos e os limpou. Ao fazer isso Juquinha percebeu que a sujeira estava impedindo os movimentos
da pinça.
Depois de proceder com o reparo, foi testar novamente o carro e pôde perceber que o problema
havia sido solucionado.

Como visto na história anterior, a análise dos problemas a partir dos parâmetros do manual técnico de
reparação permite que o técnico faça intervenções precisas de manutenção.
Você estudou neste capítulo como identificar, por meio de um diagnóstico técnico, as necessidades de
procedimentos de ajustes e manutenção no sistema de freios. Agora você está preparado para conhecer
novo assunto: relação de causa, impactos e consequências.

4.2 Relação de causa, impactos e consequências nos sistemas de suspensão e


direção

Os sistemas automotivos trabalham em conjunto, possibilitando que os deslocamentos em veículos


sejam confortáveis, seguros e rápidos. Ao perceber esta interação, é possível compreender que quando
um sistema apresenta defeitos, os outros sofrem impactos em seu funcionamento.
Nas rodas dos veículos encontram-se os freios, os componentes de suspensão e até mesmo de direção,
o que torna sua relação quase que interdependente.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
63

Um veículo com problemas no sistema de freios tornará a viagem menos confortável e menos segura. Ob-
serve a seguir com alguns exemplos de como este sistema interfere nos sistemas de direção e suspensão.

Defeito Consequências

Disco de freio empenado Veículo trepida nas frenagens.

Disco de freio trincado Pode travar uma roda de maneira brusca.

Pastilha de freio gasta Barulho metálico e pouca eficiência na frenagem.

Pinça de freio travada aberta Veículo vai para um dos lados na frenagem.

Excesso de consumo de combustível, veículo tende para um lado, desgaste


Pinça de freio travada fechada
prematuro das pastilhas e disco de freio.

Quadro 4 - Exemplos de causas e consequências nos sistemas de suspensão e direção


Fonte: do Autor (2015)

Bem, você pôde perceber a importância dos sistemas automotivos funcionarem corretamente para que
o resultado seja uma perfeita interação entre os mesmos. Na sequência você vai estudar novo tópico. Va-
mos lá!

4.3 Recursos

Para realizar as análises, desmontagens, manutenções, montagens e avaliações de conformidade nos


sistemas de freios, é necessário dispor de alguns recursos além do espaço físico, como por exemplo: profis-
sionais habilitados, ferramentas gerais e específicas, equipamentos, instrumentos de metrologia e equipa-
mentos de proteção. Veja a seguir como é descrito cada um destes recursos.

4.3.1 Recursos humanos

Como você definiria um mecânico? Ou um técnico automotivo?


Os profissionais da área automotiva devem obter formação técnica comprovada por meio de certifi-
cado de conclusão de curso na área. Após a obtenção do certificado, o técnico deve registrar-se no órgão
de classe, recebendo um registro que lhe permite assumir a responsabilidade técnica pelos serviços que
presta e também emitir laudos técnicos com validade legal.

SAIBA Saiba mais acessando o site <http://www.confea.org.br> CONFEA (Conselho Federal de


Engenharia e Agronomia) este órgão federal congrega os conselhos regionais da cate-
MAIS goria dos reparadores automotivos brasileiros.
SISTEMA DE FREIOS
64

Caso o profissional não esteja com sua formação ou registro em dia, ele atuará como auxiliar, não po-
dendo emitir laudos nem assumir a responsabilidade técnica sobre serviços.

4.3.2 Equipamentos e ferramentas

Os equipamentos e ferramentas são de extrema importância para a realização dos procedimentos de


diagnóstico, desmontagem, reparação, montagem e teste de componentes.
As ferramentas de uso geral, empregadas na manutenção do sistema de freios são: chave combinada,
chave fixa, chave estrela, chave de fenda convencional, tipo philips, tipo allen, tipo torks®, jogo de soquetes,
cabo de força e catraca reversível. Mas existem algumas ferramentas que são de uso específico no sistema
de freios, pois realizam procedimentos impossíveis de serem feitos adequadamente com as ferramentas
de uso geral. Veja na sequência alguns exemplos de ferramentas e equipamentos que você precisa para
lidar com o sistema de freio automotivo.

Imagem Nome Função/Tipo Aplicação Conservação

Utilizada para recu-


Ferramenta para Específica para ar os êmbolos do Manter limpa com
recuar os êmbolos do desmontagem e cilindro de rodas um pano e guardada
Allesse Rodrigues (2015)

cilindro de rodas. montagem. com freio a disco em local seco.


na traseira.

Ferramenta para Específica para Utilizada para Manter limpa com


Allesse Rodrigues (2015)

recuar o êmbolo da montagem e recuar o êmbolo da um pano e guardada


pinça de freio. manutenção. pinça de freio. em local seco.

Manter limpa com


Específica para Utilizada para
um pano e guardada
desmontagem, apertar ou afrouxar
Allesse Rodrigues (2015)

Chave estrela aberta. em local seco. Não


montagem e as conexões da
utilizar para outras
manutenção. tubulação.
finalidades.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
65

Manter limpa com


um pano, protegê-la
Utilizada para de quedas, armaze-

Allesse Rodrigues (2015)


Máquina de sangria Específica para
substituir o fluído nar em local seco.
hidráulica. manutenção.
de freio. Utilizá-la de acordo
com o manual do
fabricante.

Utilizá-lo para erguer


Utilizado para veículos de peso
Uso geral para
suspender o veí- adequado com a
inspeção, desmon-
Elevador automotivo culo enquanto são recomendação do
tagem, montagem
feitos os procedi- fabricante e mantê-
e manutenção.
mentos. -lo lubrificado e
limpo.
moodboard [(20--?)]

Equipamento Utilizado para Manter limpo com


Multímetro de diagnóstico medir grandezas um pano e guarda-
elétrico. elétricas. do em local seco.
fotos-v [(20--?)]

Quadro 5 - Ferramentas específicas do sistema de freios


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
66

4.3.3 Instrumentos de metrologia

Como o sistema de freios apresenta diversos componentes mecânicos, que atuam realizando atrito e
são suscetíveis a desgaste, é necessário o uso de instrumentos de metrologia para avaliar a condição das
peças. Veja a seguir, os instrumentos utilizados na manutenção do sistema de freios.

Imagem Nome Função/Tipo Aplicação Conservação

Utilizado para medir a


dirkkoebernik [(20--?)]

Paquímetro de Medir espessura


espessura dos discos e
ponta com precisão.
tambores de freio.

Utilizado para medir a


Manter limpo com um
Micrômetro Medir espessura espessura dos discos,
aarrows [(20--?)]

pano, guardado em local


externo com precisão. tambores, lonas e
seco sem oscilação de
pastilhas de freio.
temperatura e manter
a aferição e calibração
em dia.

Comparar desgas- Utilizado para medir


Relógio compa-
te de uma super- o empenamento dos
rador com base
fície e paralelismo discos e ovalizações
Sad?k Güleç [(20--?)]

magnética.
na superfície. nos tambores de freio.

Quadro 6 - Instrumentos de metrologia utilizados no sistema de freios


Fonte: do Autor (2015)

4.3.4 Equipamentos de proteção

Uma oficina mecânica é um ambiente que oferece riscos a integridade física dos profissionais que ali
trabalham. Pela natureza das atividades realizadas é necessário atenção as normas técnicas referentes ao
uso de equipamentos individuais e coletivos de segurança. Veja a seguir os equipamentos de segurança
utilizados para lidar com o sistema de freios.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
67

Imagem Nome Função/Tipo Aplicação Conservação

Proteger as mãos
Manuseio de
Luva de pano contra sujeira e Descartável.
componentes.
cantos vivos.
xtrekx [(20--?)]

Manter limpa com


Proteger as mãos Manuseio e uso água e sabão, guar-
Luva de borracha
contra líquidos. de fluido de freio. dada em ambiente
belchonock [(20--?)]

seco.

Manter o recipiente
Proteger as mãos
Utilizar sob a luva em local seco sem
contra resíduos que
Luva química que estiver sendo alteração de tem-
possam penetrar
andy_Q [(20--?)]

utilizada. peratura. Verificar a


na pele.
validade.

Sempre que Manter limpo


Proteger os olhos
Óculos de pro- estiver lidando com um pano e
musicphone1 [(20--?)]

contra sujeira e
teção com o sistema de armazenado em
respingos.
freios. local seco.

Proteger o corpo Sempre que Manter lavado, pas-


Guarda-pó
contra sujeira e estiver em uma sado e sem rasgos
reach-art [(20--?)]

(Jaleco)
respingos. oficina mecânica. ou furos.
YolandaVanNiekerk [(20--?)]

Proteger os pés Sempre que Manter limpa,


Botina contra sujeira, res- estiver em uma encerada e sem
pingos e impactos. oficina mecânica. rasgos ou furos.

Quadro 7 - Equipamentos de proteção para lidar com o sistema de freios


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
68

Nesta etapa dos estudos você aprofundou seus conhecimentos nos recursos necessários para reali-
zar as análises, desmontagens, manutenções, montagens e avaliações de conformidade nos sistemas de
freios. Agora siga construindo sua aprendizagem por meio do sistema de gerenciamento.

4.4 Sistema de gerenciamento

Independente do porte da oficina mecânica, é necessário sistematizar as rotinas de trabalho para que
as medidas de controle possam ser aplicadas. Seja por meio de planilhas, formulários ou sistemas informa-
tizados (softwares), é importante que os procedimentos sejam acompanhados através de um sistema de
gerenciamento, que permita ao gestor perceber como as atividades estão sendo feitas e como os recursos
da empresa estão sendo utilizados.

4.4.1 Peças e insumos

A gestão do estoque de peças e insumos a serem utilizados nos procedimentos de manutenção asse-
gura agilidade aos trabalhos. Você verá a seguir, neste livro, na sessão de procedimentos de diagnóstico e
manutenção, quais componentes de reparação são utilizados para cada procedimento.
Você perceberá que alguns devem ser solicitados mediante a necessidade de um serviço de manuten-
ção, enquanto que outros, mais comuns, devem estar disponíveis na oficina mecânica. Para controlar os
estoques e estimar as próximas necessidades, é possível utilizar um sistema de gerenciamento informati-
zado.

Vida útil dos componentes do sistema de freio


Todas as peças têm uma vida útil estimada com base nos testes realizados pelo fabricante. Esta in-
formação serve para nortear a periodicidade das trocas recomendadas no manual técnico de reparação
automotiva, podendo ser antecipada se o veículo for utilizado em regime severo de funcionamento. Nas
situações em que seus componentes sofram maior desgaste, como por exemplo uso de reboques, trânsito
em centros urbanos movimentados ou transporte de cargas pesadas.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
69

4.4.2 Catálogo de peças

Este documento disponibilizado pelas fabricantes de peças de reparação automotiva auxilia o técnico a
selecionar o componente correto para cada modelo de veículo que atende. No catálogo são apresentadas
diversas marcas, com diferentes características para cada peça.
Ao acessar o catálogo de peças o técnico poderá distinguir qual a marca original de cada componente
de um veículo. Isso possibilita que mantenha o mesmo padrão de peças selecionado pelo fabricante.

FIQUE Sempre consulte o catálogo de peças, pois veículos do mesmo ano e modelo podem
ALERTA utilizar peças diferentes, de acordo com o lote de fabricação.

4.4.3 Orçamento de peças

Ao fazer um levantamento das peças necessárias para reparar um veículo, é importante realizar o orça-
mento, ou seja, verificar com os fornecedores de peças o preço da lista a ser comprada.
Esta etapa acontece antes do preço do serviço ser passado para o cliente, pois este valor irá considerar
além das peças, o tempo dispendido para a atividade de reparação. Os preços de peças de reparação se-
guem as regras de oferta e demanda vigentes no mercado, o que quer dizer que não há uma padronização
dos valores aplicados e que estes podem variar de acordo com cada fornecedor e com o volume de com-
pras da oficina. Portanto, pesquise!
Importante este capítulo, não é mesmo? Com ele você aprendeu como é fundamental a sistematização
das rotinas de trabalho para que as medidas de controle possam ser aplicadas. Na sequência você estudará
como efetuar a manutenção nos componentes do sistema de freio.

4.5 Procedimentos de manutenção para os componentes do sistema de freios

Agora que você já conhece os componentes, as ferramentas, equipamentos e normas técnicas aplica-
das ao sistema de freios, aprenderá como são realizados o diagnóstico, a manutenção, a desmontagem e
montagem do conjunto. Considere na sequência os procedimentos para cada componente.
SISTEMA DE FREIOS
70

4.5.1 Disco de freio

Acompanhe os seguintes procedimentos para o disco de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina e


Local limpo e seco Manual Estopa
jaleco

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual de rachaduras e marcas de superaquecimento;


b) medição de empenamento com relógio comparador fixo na suspensão;
c) medição do desgaste com micrômetro externo ou paquímetro de pontas.

Procedimento de desmontagem e montagem

Para removê-lo é preciso sacar a roda do veículo, os parafusos de roda, os parafusos de fixação do disco, a pinça de
freio e o cavalete de freio.

Procedimento de manutenção

a) rachaduras ou marcas de superaquecimento - substituir;


b) disco empenado dentro do limite de desgaste - retificar;
c) disco com desgaste igual ou maior ao limite máximo - substituir.

Descarte de materiais

O disco costuma ser de ferro fundido ou outros materiais que são comprados por cooperativas de reciclagem de lixo
industrial.

Quadro 8 - Manutenção no disco de freio


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
71

4.5.2 Pastilha de freio

A seguir você vai conhecer como efetuar os procedimentos nas pastilhas de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Pano seco ou pincel
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual e com uso de micrômetro externo ou paquímetro quanto ao desgaste;


b) inspeção visual quanto a corpos estranhos;
c) teste de funcionamento quanto a ruídos.

Procedimento de desmontagem e montagem

As pastilhas costumam ficar alojadas no interior da pinça de freio, sendo necessária sua remoção. Depois de soltar a pinça de
freio, é possível remover a trava que prende as pastilhas e liberá-las.

Procedimento de manutenção
a) excesso de desgaste - substituir.
b) corpos estranhos, como óleo e sujeira - remover o corpo estranho, se não for possível, substituir.
c) ruídos – inspecionar a superfície da pastilha quanto a vitrificação ou desgaste excessivo, em caso de vitrificação realizar
procedimento de raspagem superficial conforme indicado pelo fabricante do componente, em caso de desgaste excessivo,
substituir pastilhas.

Descarte de materiais

A pastilha é composta por vários materiais metálicos, que são comprados por cooperativas de reciclagem de lixo industrial. É
importante informá-los qual o tipo de metal predomina na pastilha, de acordo com as informações do fabricante.

Quadro 9 - Manutenção nas pastilhas de freio


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
72

4.5.3 Pinça de freio

Chegou a hora de conhecer como realizar os procedimentos na pinça de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, de borracha, Pano seco por fora e fluido de


Local limpo e seco Manual
botina, jaleco e óculos freio por dentro

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação do movimento do êmbolo;


b) verificação do estado do guarda-pó;
c) verificação da movimentação da pinça.

Procedimento de desmontagem e montagem

A pinça costuma estar fixa no cavalete de freio por meio de parafusos de fixação. Além disso, está ligada ao sistema hidráulico
pelas mangueiras flexíveis.

Procedimento de manutenção

a) movimento do êmbolo reduzido - desmontar, limpar com fluido de freio, verificar o anel de vedação e se necessário substituí-lo;
b) guarda-pó danificado – substituí-lo;
c) movimento da pinça reduzido – remover os pinos deslizantes, limpá-los, lubrificá-los com graxa para alta temperatura e re-
montá-los. Se não for suficiente, substituir a pinça e os pinos.

Descarte de materiais

A pinça costuma ser de materiais metálicos comprados por cooperativas de reciclagem de lixo industrial.

Quadro 10 - Manutenção na pinça de freio


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
73

4.5.4 Cavalete

Na sequência você vai conhecer como realizar os procedimentos no cavalete:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Pano seco
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção da fixação do cavalete;


b) inspeção da fixação da pinça de freio no cavalete;
c) inspeção de corpos estranhos entre o cavalete e o disco de freio;
d) inspeção de rachaduras ou oxidação no cavalete.

Procedimento de desmontagem e montagem

Depois de remover a roda e a pinça de freio, o cavalete estará acessível, preso por parafusos de fixação na manga de eixo ou
montante de roda.

Procedimento de manutenção

a) cavalete frouxo – apertar os parafusos de fixação;


b) pinça de freio frouxa no cavalete – apertar os parafusos de fixação da pinça, ou substituir os pinos deslizantes;
c) corpos estranhos entre o cavalete e o disco – remover os corpos estranhos;
d) rachaduras ou oxidação no cavalete – substituir.

Descarte de materiais

O cavalete costuma ser de ferro fundido ou outros materiais que são comprados por cooperativas de reciclagem de lixo
industrial.

Quadro 11 - Manutenção no cavalete de freio


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
74

4.5.5 Tambor de freio

Agora verifique como fazer os procedimentos no tambor de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Estopa com thinner interno e pano


Local limpo e seco Manual
e óculos seco externo

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual de rachaduras e marcas de superaquecimento;


b) verificação de desbalanceamento com relógio comparador fixo na suspensão;
c) medição do desgaste com paquímetro de pontas.

Procedimento de desmontagem e montagem

Depois de remover a roda do veículo, o tambor estará acessível ou por detrás do cubo de rodas.

Procedimento de manutenção

a) rachaduras ou superaquecimento – substituir;


b) tambor desbalanceado – substituir;
c) desgaste excessivo com relação as tolerâncias do fabricante – substituir.

Descarte de materiais

O tambor costuma ser de ferro fundido ou outros materiais que são comprados por cooperativas de reciclagem de lixo industrial.

Quadro 12 - Manutenção no tambor de freio


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
75

4.5.6 Lonas e sapatas de freio

Os procedimentos nas lonas e sapatas são feitos da seguinte forma, acompanhe:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Pano seco
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação de desgaste das lonas visual e com paquímetro;


b) inspeção de desgaste das sapatas de freio;
c) inspeção de ruídos nas sapatas de freio.

Procedimento de desmontagem e montagem

As sapatas de freio ficam sob o tambor de freio, fixas aos componentes do sistema de freio a tambor e ao espelho de freio por
meio de molas, cabos e parafusos.

Procedimento de manutenção

a) lonas desgastadas – substituir;


b) sapatas de freio desgastadas ou danificadas – substituir;
c) ruídos metálicos na sapata de freio – limpar os pontos de contato no espelho de freio.

Descarte de materiais

As sapatas são metálicas, enquanto que as lonas possuem diversos materiais. O ideal é destiná-la a uma empresa de reciclagem
de resíduos industriais, informando sua composição predominante.

Quadro 13 - Manutenção nas lonas e sapatas de freio


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
76

4.5.7 Cilindro de roda

Observe agora como realizar os procedimentos no cilindro de roda:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Pano seco
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual de vazamentos no cilindro de rodas;


b) verificação do avanço dos êmbolos do cilindro de rodas.

Procedimento de desmontagem e montagem

O cilindro de rodas fica no espelho de freio, entre as duas sapatas. É necessário afastá-las para removê-lo.

Procedimento de manutenção

a) vazamento no cilindro de rodas – substituir;


b) êmbolos do cilindro de rodas travados – substituir.

Descarte de materiais

O cilindro costuma ser de liga de alumínio ou outros materiais que são comprados por cooperativas de reciclagem de lixo
industrial.

Quadro 14 - Manutenção no cilindro de roda


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
77

4.5.8 Mola de retorno e catraca de ajuste

Agora veja como fazer os procedimentos na mola de retorno e catraca de ajuste:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Pano seco e pincel com


Local limpo e seco Manual
e óculos thinner

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação da condição da mola;


b) verificação do avanço da catraca;
c) verificação da condição da catraca.

Procedimento de desmontagem e montagem

Estes componentes ficam entre as duas sapatas de freio, sendo necessário afastá-las para acessá-los. Ambos são encaixados e
podem ser removidos com alicate específico para molas e chave de fenda.

Procedimento de manutenção

a) mola danificada – substituir;


b) catraca mantendo as sapatas sem pressão contra o tambor – ajustar a catraca no sentido de avanço;
c) catraca espanada, danificada ou com folga – substituir.

Descarte de materiais

Estes componentes são metálicos e podem ser descartados em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 15 - Mola de retorno e catraca de ajuste


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
78

4.5.9 Alavanca da sapata de freio (localizada no espelho de freio)

Confira a seguir como realizar os procedimentos da alavanca da sapata de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Pano seco e pincel com thinner
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação de folgas nos encaixes, com chave de fenda;


b) verificação da condição do cabo de acionamento;
c) verificação da condição de movimentação;
d) inspeção visual quanto a ferrugem, oxidação ou rachaduras.

Procedimento de desmontagem e montagem

Este componente fica na parte interna do espelho de freio. Uma de suas extremidades é presa no próprio espelho, outra no
cabo de acionamento e ainda faz contato com as sapatas de freio por meio de encaixe.

Procedimento de manutenção

a) folgas nos encaixes – apertar ou substituir parafuso de fixação;


b) cabo partido – substituir;
c) movimento limitado – efetuar a limpeza do local e depois secar;
d) ferrugem oxidação ou rachaduras – substituir.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 16 - Alavanca da sapata de freio


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
79

4.5.10 Espelho de freio

Para você conhecer detalhes sobre os procedimentos do espelho de freio é só seguir:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco e Pano seco e pincel com


Local limpo e seco Manual
óculos thinner

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual quanto a rachaduras, oxidação e ferrugem;


b) inspeção visual quanto a deformidades;
c) inspeção visual quanto a corpos estranhos;
d) verificação de ruídos metálicos durante a frenagem.

Procedimento de desmontagem e montagem

O espelho de freio fica preso ao eixo da suspensão automotiva. Ele é o último componente do sistema de freio a tambor,
sendo necessária a remoção de todos os demais componentes para acessá-lo livremente.

Procedimento de manutenção

a) rachaduras, oxidação e ferrugem – substituir;


b) deformidades – substituir;
c) corpos estranhos (sujeira) – efetuar a limpeza e depois secar;
d) ruídos metálicos – limpar os pontos de contato com as sapatas de freio.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 17 - Espelho de freio


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
80

4.5.11 Alavanca do freio de estacionamento

Acompanhe os seguintes procedimentos para a alavanca do freio de estacionamento:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Pano seco ou produto específico


Local limpo e seco Manual
e óculos para limpar o interior de veículos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação do acionamento para identificar se está muito justo ou folgado;


b) verificação de folgas laterais na alavanca de freio de estacionamento.

Procedimento de desmontagem e montagem

Esta alavanca fica, normalmente, entre o banco do motorista e do passageiro, na dianteira do veículo. Pode ser desmontada por
parafusos que a fixam na carroceria e está ligada ao cabo que aciona a alavanca do freio de mão do espelho de freio.

Procedimento de manutenção

a) acionamento justo ou folgado – ajustar a tensão do cabo;


b) folgas laterais – apertar os fixadores ou substituir o componente caso esteja excessivamente desgastado a ponto de não ser
possível fixá-lo.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais. Quanto à parte plástica,
esta deve ser depositada em lixeira de coleta seletiva.

Quadro 18 - Alavanca do freio de estacionamento


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
81

4.5.12 Pedal de freio

Na sequência você acompanha procedimentos para o pedal de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Pano seco ou produto específico


Local limpo e seco Manual
e óculos para limpar o interior de veículos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificação de folgas laterais no pedal;


b) verificação de folgas no acionamento do pedal;
c) verificação dos movimentos de avanço e retorno do pedal. (Este movimento pode ser influenciado pela ação do servo freio).

Procedimento de desmontagem e montagem

O pedal de freio fica fixo a carroceria do veículo, movimentando-se para frente ao ser acionado pelo motorista e retornando pela
ação de molas. Ele está ligado a haste do servo freio.

Procedimento de manutenção

a) folgas laterais – apertar os fixadores ou substituí-los;


b) folgas no acionamento – apertar os fixadores ou substituir o pedal em caso de folga excessiva, onde não seja possível realizar o
aperto;
c) pedal não avança normalmente – remover corpo estranho do curso do pedal;
d) pedal não retorna normalmente – encaixar adequadamente as molas ou substituí-las caso estejam comprometidas.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais. Quanto à parte plástica, esta
deve ser depositada em lixeira de coleta seletiva.

Quadro 19 - Pedal de freio


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
82

4.5.13 Servo freio

Veja na sequência os procedimentos realizados para o servo freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Pano seco, água e sabão


Local limpo e seco Manual
e óculos (externo)

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção da válvula de retenção de vácuo (verificar se ela está permitindo a passagem de ar em apenas um sentido);
b) verificação do avanço e retorno da haste do servo freio;
c) verificação do vácuo com o veículo ligado (pedal de freio deve estar leve ao ser acionado).

Procedimento de desmontagem e montagem

Este componente encontra-se preso por parafusos à carroceria do veículo, no cofre do motor. Sua haste de entrada está ligada ao
pedal de freio, enquanto que a haste de saída está ligada com o cilindro mestre. Sua remoção e instalação requer a desmontagem
da haste de entrada do pedal de freio e a remoção do cilindro mestre.

Procedimento de manutenção

a) válvula de retenção ineficaz – substituir;


b) avanço e retorno da haste comprometidos – substituir servo freio;
c) servo freio não produz vácuo com o veículo ligado e válvula de retenção ok – substituir servo freio.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 20 - Servofreio
Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
83

4.5.14 Cilindro mestre

Os procedimentos realizados no cilindro mestre serão conhecidos a seguir:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco Pano seco por fora e fluido de freio
Local limpo e seco Manual
e óculos por dentro

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual quanto a vazamentos;


b) teste de acionamento no veículo e em bancada;
c) verificação das molas e vedações de borracha.

Procedimento de desmontagem e montagem

O cilindro mestre fica no cofre do motor ligado à tubulação rígida do sistema de freios e ao servo freio. Sua remoção requer o uso
das chaves estrela abertas.

Procedimento de manutenção

a) vazamentos – reapertar as conexões de rosca da tubulação rígida e encaixar o reservatório nas borrachas de vedação;
b) acionamento ineficiente – substituir;
c) problemas nas molas e vedações de borracha – substituir;
d) vazamento pela gaxeta primária – substituir.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 21 - Cilindro mestre


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
84

4.5.15 Reservatório do fluido de freio

Veja como proceder no reservatório do fluido de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco


Local limpo e seco Manual Água e sabão
e óculos

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspeção visual quanto a rachaduras;


b) inspeção visual quanto a contaminantes;
c) inspeção visual quanto a vazamentos.

Procedimento de desmontagem e montagem

O reservatório de fluido de freio pode estar preso por parafusos ou trava no cilindro mestre. Após remover a trava ou para-
fuso, é possível sacá-lo com um movimento firme, utilizando as duas mãos.
Tenha um recipiente próximo, pois o fluido de freio vai escorrer pelas aberturas do reservatório. Não permita que o fluído
de freio entre em contato com outros componentes do cofre do motor e com a lataria do veículo. Caso aconteça utilize
água para limpeza.

Procedimento de manutenção

a) rachaduras – substituir;
b) contaminantes no fluído de freio – substituir o fluído de freio realizando o procedimento de sangria hidráulica;
c) vazamentos – encaixar o reservatório nas borrachas de vedação e fechar a tampa.

Descarte de materiais

Este componente é plástico e deve ser depositado em lixeira de coleta seletiva.

Quadro 22 - Reservatório do fluido de freio


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
85

Procedimento de sangria do sistema hidráulico


Os sistemas hidráulicos funcionam a partir do princípio de Pascal, que parte da constatação que os líqui-
dos são incompressíveis (não podem ser comprimidos), diferente do ar, por exemplo.
Se junto do fluído hidráulico houver ar, este será comprimido, dispersando a pressão aplicada sobre o
fluído. Por esta razão, os sistemas hidráulicos são vedados e precisam ser livres de bolhas de ar.
O procedimento de eliminar as bolhas de ar de um sistema hidráulico é chamado de sangria.
Nos automóveis, é feito a partir da pressão gerada no cilindro mestre, seja pelo uso de equipamento de
sangria, ou pelo acionamento do pedal de freio. O procedimento é o seguinte:

a) gerar pressão através do cilindro mestre para todas as rodas e a manter;


b) abrir o parafuso de sangria, permitindo que fluido de freio e bolhas de ar saiam (o uso de uma
mangueira transparente permite visualizar o momento em que as bolhas de ar saem);
c) fechar o parafuso de sangria;
d) aliviar a pressão no cilindro mestre;
e) repetir o procedimento até que não seja mais possível ver bolhas na saída do parafuso de sangria.

É necessário realizar a sangria em cada uma das rodas, da mais distante do cilindro mestre até a mais
próxima. Alguns fabricantes recomendam que seja feito o procedimento em X, começando pela roda
traseira direita, depois dianteira esquerda, traseira esquerda e dianteira direita. Consulte as informações
do manual técnico de reparação para cada veículo.
Os veículos dotados de sistema ABS (Anti lock Brake System) devem ter a sangria realizada eletronicamen-
te através do equipamento de diagnóstico (scanner), pois em função do funcionamento do sistema a unida-
de de controle eletrohidráulico mantem em seu interior quantia significativa de fluido de freio, dessa forma
através do acionamento eletrônico das válvulas internas a unidade é possível descartar o fluido antigo.
Se este procedimento não for feito a eficiência do sistema de freio estará comprometida, oferecendo
risco aos ocupantes do veículo e pedestres.
SISTEMA DE FREIOS
86

4.5.16 Luz de freio e de anomalia

Confira os procedimentos na luz de freio:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Local limpo e seco Manual Botina, jaleco Não se aplica

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificar se a luz do painel acende ao remover o fluido de freio do reservatório;


b) verificar se a luz de freio (atrás do veículo) acende ao acionar o pedal de freio.

Procedimento de desmontagem e montagem

A luz do painel, normalmente pode ser acessada, por trás dos instrumentos de painel. Para saber exatamente onde fazer esta
intervenção, consulte o manual de serviço do veículo. A luz de freio pode ser acessada pelo porta-malas sem a necessidade de
remover o acrílico de sinalização.

Procedimento de manutenção

a) luz do painel não acende – verificar, com multímetro, se a tampa do reservatório do fluído de freio está funcionando
adequadamente;
b) luz do painel queimada – substituir;
c) luz de freio não acende – verificar com o multímetro se o interruptor de freio (no pedal ou cilindro mestre) está funcionando
adequadamente;
d) luz de freio queimada – substituir.

Descarte de materiais

Estes componentes elétricos possuem vidro e devem ser descartados em lixeira de coleta seletiva.

Quadro 23 - Luz de freio e de anomalia


Fonte: do Autor (2015)
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
87

4.5.17 Tubulação rígida e flexível

Agora você irá descobrir os procedimentos exigidos para tubulação rígida e flexível:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco e Pano seco, água e sabão


Local limpo e seco Manual
óculos (externo)

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) inspecionar a tubulação rígida para verificar se há avarias e vazamentos;


b) inspecionar a tubulação flexível para verificar se há avarias e vazamentos;
c) verificar se o sistema possui obstruções na linha, sangrando as rodas.

Procedimento de desmontagem e montagem

As tubulações são fixadas à carroceria do veículo por fixadores e parafusos, possuindo entre si conexões prensadas e roscadas,
que podem ser soltas com chaves de boca convencionais.

Procedimento de manutenção

a) tubulação rígida com avarias e vazamentos – substituir;


b) tubulação flexível com avarias e vazamentos – substituir;
c) obstrução na linha – desobstruir com ar comprimido e substituir o fluído de freio.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 24 - Tubulação rígida e flexível


Fonte: do Autor (2015)
SISTEMA DE FREIOS
88

4.5.18 Válvulas de controle de pressão

E por fim verifique os procedimentos utilizados para as válvulas de controle de pressão:

Armazenamento Manuseio E.P.I. Limpeza

Luva de pano, botina, jaleco e Pano seco, água e sabão


Local limpo e seco Manual
óculos (externo)

Diagnóstico de anomalias, inspeção, teste e análise

a) verificar no dinamômetro a distribuição da pressão de frenagem.

Procedimento de desmontagem e montagem

Estas válvulas não devem ser desmontadas, pois sua calibração é feita na fábrica através de um ajuste fino.

Procedimento de manutenção

a) problemas na distribuição da pressão de frenagem – substituir.

Descarte de materiais

Este componente é metálico e pode ser descartado em cooperativas que recolhem resíduos industriais.

Quadro 25 - Válvulas de controle de pressão


Fonte: do Autor (2015)

Que tal revisar os tópicos estudados? Para isto siga com o recapitulando.
4 Diagnóstico, Manutenção e Ajustagem do Sistema de Freio
89

Recapitulando

Você considerou aspectos importantes sobre os testes no sistema de freios e a maneira como os
fabricantes de automóveis selecionam o tipo de freio para cada veículo.
Considerou os ensaios feitos de maneira estática ou dinâmica no sistema de freios, identificando
possíveis avarias que interferem no sistema de suspensão e direção do automóvel.
Foi apresentado aos recursos humanos, ferramentas e equipamentos empregados na manuten-
ção do sistema de freios. E as qualificações necessárias para que um profissional automotivo pos-
sa elaborar documentação técnica de maneira oficial.
Além disso você teve a oportunidade de conhecer os procedimentos mais usuais de manutenção
realizados em cada um dos componentes do sistema de freios que lhe foi apresentado no início
deste livro.
Com o emprego dos recursos disponíveis e das informações técnicas oriundas dos documentos
técnicos de reparação, você poderá identificar e solucionar anomalias no sistema de freio auto-
motivo.
Parabéns pela conclusão de mais um capítulo e sucesso!
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Veículos rodoviários automotores — Material
de atrito, ABNT NBR 14958-1:2012. Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br/norma.
aspx?ID=091897>. Acesso em: 14 set. 2015.
BERNHARDT, Sharon. História do sistema de freio automotivo. Trad. Cezar Rosa Disponível em:
<http://www.ehow.com.br/historia-sistema-freio-automotivo-sobre_62593>. Acesso em: 14 jul.
2015.
CONHECIMENTOS básicos sobre sistemas de freios. São Paulo (SP): ITT Automotive do Brasil Ltda,
[19--]. 56 p.
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”. Guia para gerenciamento de resíduos
campus. “Luiz de Queiroz”. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/gresiduos.pdf>. Acesso em: 15
jul. 2015.
GUESSER, Wilson Luiz et al. Ferros Fundidos Empregados para Discos e Tambores de Freio.
Disponível em: <www.tupy.com.br/downloads/guesser/ferro_fund_freio.pdf>. Acesso em: 04 ago.
2015.
MANUAL técnico de materiais de fricção. São Paulo (SP): Fras-le S.A., [19-].23 p.
MICHAELIS. Dicionário prático da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo (SP): Melhoramentos, 2010.
952 p.
PEREIRA, Maurício Fernandes. Planejamento estratégico: teoria, modelos e processos. São
Paulo:Atlas, 2010.
PRIETO, Ronaldo Deziderio. Freios hidráulicos: da física básica à dinâmica veicular. São Paulo:
SENAI/SP, 2014.
SGA. Secretaria de Gestão Ambiental. Coleta Seletiva. Disponível em: <https://portal.tjsc.jus.br/
web/sga/coleta-seletiva>. Acesso em: 15 jul. 2015.
TOYOTA. Técnico em diagnóstico Toyota: diagnóstico em chassi. [S.I.], 2007. 164p.
MINICURRÍCULO DOs AUTORes
Allesse Carvalho Rodrigues
Allesse Carvalho Rodrigues é graduando em administração pela Universidade Federal de Santa
Catarina, técnico em manutenção automotiva pelo SENAI/SC e instrutor de náutica habilitado
pela academia técnica Yamaha (YTA) nível prata. Colaborador do SENAI/SC desde 2010, já lecio-
nou no curso técnico em manutenção automotiva, nos cursos de qualificação da área automotiva
e náutica. Coordenou por três anos a equipe multidisciplinar de instrutores da qualificação profis-
sional da unidade onde trabalha. Atualmente tem dado sua contribuição à instituição, elaboran-
do material didático para a educação a distância.

Alexandre de Ávila
Alexandre de Ávila é técnico em Manutenção Automotiva, formado no SENAI/SC desde 2013. Re-
alizou diversos cursos na área de Manutenção Automotiva. Trabalhou com reparação automotiva
em oficinas de pequeno e médio porte e em uma grande concessionária, com mecânica, elétrica
e tapeçaria. Atua como docente em cursos de Qualificação Profissional, ministra aulas de mecâ-
nica e elétrica automotiva.
Índice

A
ABNT, 36, 48, 49, 50, 58, 60, 91
Acionamento, 6, 7, 8, 17, 24, 25, 27, 28, 29, 35, 39, 58, 78, 80, 81, 83, 85, 95
Ajustagem, 57, 58
Alavanca, 22, 25, 26, 27, 28, 78, 80
Ambientais, 41, 50, 51
Ambiente, 9, 15, 29, 30, 48, 50, 66, 67
Análise, 58, 61, 62, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88
Anomalia, 58, 86
Avaliação, 9, 41, 58, 60, 61, 102

B
Botina, 67, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88

C
Catraca, 25, 64, 77
Causa, 25, 62
Checklist, 60, 62
Cilindro, 21, 22, 24, 25, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 38, 64, 76, 82, 83, 84, 85, 86
CONAMA, 48, 51
Conservação, 9, 41, 64, 66, 67
CONTRAN, 18, 20, 24, 27, 48, 49, 67, 77

D
Desmontagem, 64, 65, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88
Diagnóstico, 9, 43, 46, 57, 58, 60, 61, 62, 64, 65, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81,
82, 83, 84, 86, 87, 88, 91, 96
Direção, 62, 63, 89
Disco, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 22, 27, 28, 31, 41, 49, 60, 63, 64, 70, 73
Documentação, 43, 89
Dot, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34,
35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 46, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65,
66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 91, 93, 101
E
Êmbolo, 17, 18, 20, 21, 31, 64, 72
Equipamento, 59, 60, 61, 65, 85
Espelho, 24, 26, 75, 76, 78, 79, 80
Estacionamento, 25, 26, 27, 28, 80

F
Ferramenta, 64, 97
Fluido, 21, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 60, 67, 72, 83, 84, 86
Flutuante, 18, 19
Freio, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35, 36,
37, 38, 40, 41, 48, 49, 50, 51, 52, 57, 58, 60, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76,
77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 89, 91
Frenagem, 13, 14, 20, 25, 27, 38, 49, 58, 59, 63, 79, 88

G
Gerenciamento, 5, 7, 8, 68, 91, 97
Guarda-pó, 21, 67, 72

H
Haste, 29, 30, 31, 81, 82
Hidráulico, 13, 17, 21, 25, 31, 32, 33, 34, 35, 37, 40, 72, 85
Humano, 12

I
Impacto, 8
Informática, 58, 60
Inovação, 11, 40
Inovações, 39, 40, 41
Insumos, 57, 68

J
Jaleco, 67, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88

L
Limpeza, 9, 43, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88
Lona, 24, 60
Luva, 67, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 87, 88
M
Manual, 37, 43, 44, 45, 46, 47, 54, 57, 58, 60, 61, 62, 65, 68, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80,
81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 91
Manutenção, 6, 9, 21, 25, 41, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 52, 54, 57, 58, 62, 64, 65, 66, 68, 69, 70, 71, 72,
73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88, 89, 93
Melhoria, 40
Metrologia, 9, 46, 63, 66
Misto, 26, 27, 41
Mola, 6, 8, 17, 25, 29, 32, 33, 77
Montagem, 64, 65, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88

N
Norma, 49, 91
Normalização, 102
Normativos, 48, 54

O
Óculos, 67, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 87, 88
Ordem, 28, 51, 52, 54
Órgãos, 47, 48, 50, 51, 54, 63

P
Parafuso, 15, 17, 21, 22, 24, 25, 78, 84
Parâmetros, 61, 62
Pascal, 12, 85
Pastilha, 16, 17, 18, 52, 60, 63, 71
Peças, 9, 43, 50, 51, 57, 60, 66, 68, 69
Pedal, 16, 22, 27, 28, 29, 31, 33, 81, 82, 85, 86
Pinça, 17, 19, 20, 21, 62, 63, 64, 70, 71, 72, 73
Proprietário, 11, 37, 43, 44, 45, 54
Proteção, 21, 40, 57, 63, 66, 67
Punho, 18, 19

R
Reparação, 9, 45, 46, 47, 51, 52, 54, 57, 58, 60, 61, 62, 64, 68, 69, 85, 89, 93
Reservatório, 34, 35, 37, 83, 84, 86
S
SAE, 36, 48, 50
Sangria, 17, 21, 22, 24, 25, 65, 84, 85
Sapata, 24, 25, 26, 75, 78
Segurança, 8, 13, 27, 49, 66
Serviço, 11, 51, 52, 53, 54, 68, 69, 86
Servo-freio, 30
Sistema, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35, 36, 37,
38, 39, 40, 41, 46, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 72, 75, 79,
83, 85, 87, 89, 91
Software, 59, 60, 61
Substituição, 9, 16, 60
Substituir, 65, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88
Suspensão, 38, 62, 63, 70, 74, 79, 89

T
Tambor, 13, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 31, 40, 41, 49, 60, 74, 75, 77, 79
Técnicas, 36, 43, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 52, 54, 58, 60, 63, 64, 66, 69, 89, 91, 93, 101
Técnico, 5, 45, 46, 47, 52, 54, 57, 60, 61, 62, 63, 68, 69, 85, 91, 93, 101, 102
Teste, 49, 59, 62, 64, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88
Tipo, 18, 19, 41, 52, 64, 66, 67, 71, 89
Tubulação, 38, 64, 83, 87

U
Útil, 41, 68

V
Válvula, 30, 31, 38, 39, 82
Verificação, 60, 72, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83
Vida, 68
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Pinto Morgado


Gerente Executivo de Educação Profissional e Tecnológica

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Allesse Carvalho Rodrigues


Alexandre de Ávila
Elaboração

Teófilo Manoel da Silva Júnior


Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Rosecler Fernandes
Design Educacional

Allesse Carvalho Rodrigues


Fotografias

Ana Carolina Vieira Fleck


Ilustrações e Tratamento de Imagens
Thinkstock
Banco de imagens

Edison Bonifácio
Francisco David L. Silva
Comitê Técnico de Avaliação

Felipe da Silva Machado


Diagramação

Davi Leon Dias


Revisão e Fechamento de Arquivos

Luciana Effting Takiuchi


CRB – 14/937
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

Jaqueline Tartari
Kelly Zeferino
Contextuar
Revisão Ortográfica e Gramatical

Jaqueline Tartari
Contextuar
Normalização

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