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162 pie de iia er duConsco, que fomece anor inerocores Grégoire 5 Ne Scr Gpetalads dio a avs empeendinent, ar een uma forma deeb rita eum pojeo Tiitt canine econhecd. vocamesa mas eee ene Seer Sa Clin aver ta preeccora sj ma sig Serer Sodedae dos Oberadres do Homem (1795 TSO Bas ama deine as propa come um grupo eet, sae olaiamenteeanind padre winds de han: saan ent cifenesencotnosal mio strats, Seamer, Horas lf, publ a Pareto Tn de um memo proto el. Seu inquest sa nc bide pevinaaepr tena aor, ret prs tcoriade si prguia (6 Hele que astre ce tit soe membre dn sea eco pei, Titan ay dese Sj, 0 home asim defi er ermarngln or dslgee proper uma rorniao diipl erie doce posal ar bse rts ea plagalada pes, Ufone, pro elon sitematiar octal do poplt,o consi 0 tnx cits dem concen: pea pila ec aan oa popes en dum pote detexanento aoe ede unm pains aor das cls do ho- ce oe mis ua gundo cites empresados deo ne Taek cron ths cu concrees NO eran come Fj alo em uo ime ha rang Os el caer dapenaes eo sr whreo poo drow snag, Ree care una cic or genet nomata © Sten ondnco que nase no prin ea do stele XIX FT COPANS,jsJAMM Op citsJAMIN,). Nine de aeration ano cape Soe es Chr deFHomene (1799-105): Cabo Imetmtonas er Saal. 1980. Cultura popular: uusos e abusos de uma ferramenta historiogréfica’ ‘A cultura popular tornou-se, desde os anos 1960, uma das egies mas frequentadas da pesquisa eda reflexdo histrics. Este novo interesie €revestdo de um duplo aspecto: pesquisas "posit vas", procurando individualizar os tragosps6prios do "popular" a parti de um conjunto de documentos bem delimitado,¢exjo mo- ‘elo poderia sero livo pioneiro que Robere Mandron consagrou, ‘em 1964, 2 Bibliothtque Bleue de Troyes uma reflexio critica, ppor outro lado, buscando - mais frequentemente a partic deses primeros sesuleados —cercar melhor o proprio contedo que guia ‘a esestrabalhos.? Apds duas décadas, durante a quais 0 nimero de publcasées no parou de crescer, parece que chegimos a um curioso ponto de incereza. Nao hd dvida de que o que sabemos hoje das pritcas culturaisndo leftimas aumentou consideravel- _mente,sobretudo no caso das sociedadespré-industrais que foram ‘mais particularmente estudadas. Mas, 20 mesmo tempo, os con- tornos deste novo dominio no deixaram de torarse mais ince tos, eas concepsSes dos historiadores menos segura, Puseram-se a “Arig ogoalmente publica em: REVEL, Jacque. La ular papules Matt: Editorial Universidad Compaen 1986 " MANDROU, R, Dele cane popu ons XVIF ot XVIP ie, a bile (ur lea de Tye Pati Stok, 1964 » Eocene nines decom cj nme va ao que me pee sumensand, ‘rdol regs mizandne Para um pl arlene igs, See GINZBURG, Ca If frmap esr Trin: Ena, 1976 ond France: Pare Flmmacion 98) NGA Propicts- Ennio cde Hina Hing crabalhar sem que fosemn feta perguntas pévias. €convencios, por razdes que srfo menconadas mais adiane, que alguma coisa ‘Como a cultura popula devia exis evidence que no se devera Guestionaraexseeia de formas culuris diferentes, mas hoje e tem menos cere sobre o que fundamentaestadiferenga e sobre a decerminagio soil dessas formas. Prodlamada demas, por vezs invocada como uma férmula magica cao efeito tera sido o de g- tantra exiséncia de uma realidad, cultura popular aparece hoje Como usa nogioprecocementeutlizada. Certs hisoriadors 5 Guecendo que afi, em td cao, portadora de uma el efcéia historiogdfics, eariam pronts, daqui em diane, a evitéle, De pois de um rempo de wo sem disernimento échegado aqule da ‘vida, por vets excessiva? Eevidene que fa me proponho aqui a responder a0 con- jumo de queer colocadas. © raciotnio que eu sgiro tomara amo apoio ahisoriografia recente dx cultora popular para tenar ompreender coma este objeta tornado improvéve foi constuido ‘estado, « em que media seu sso historiogsfico pode dar con- ta das increas dos blogueos aos guaistemos frequenemente 0 seatimento de teos alcangado.Fszendo sso, espero trae & nz ‘certo nmero de representagaesimplicitas, de bits de pensamen- toy de valores admits que marearam em prfundidade a pesquisa ¢ seus resultados. Pos € bem cridente qu, para os histriadores profisionas, 2 ecalha de um objeto come 0 popular, 2 definicio {ue dele consttocm e a8 modalidades segundo a quai 0 abordam Calocam em questo uma represenagio global do campo cultural ¢ de sua propia porgaa este campo, mesmo que eles tetsem de guns alas a isa deve qucionaenta gue C. GINZBURG, op Sie cacao wn poco seo pefco: CERTEAU, M. de JULIA. D. REVEL, Lab ha mort, Le concep de ate poplin: Pitiue ‘Asidn, 12,1970, 3-23: SCHMITT }-Cl Religion pope exculre {serge In mae ESC 3, 1976, p 941955; CHARTER. La clare pla cn quion In: HH, 198, p. 8596. um periodo diseane’ E precsamente por um objeto como a culeura popular faer, fandamencalmente, apelo a uma exionomia socal, implica ou explicia, que su retorno & historiograia me parece hoje ecesirio, Empreendo isso dentro de cer niimero de limires {gue bom asinalar de imediar, [Examinarel aqui apenas producto hisérica recente, grosio ‘modo, ados anos 1960-1980. Tal escolha€ parcial, eprovavelmente injuta, Exsiam, bem ances dos anos 1960, grandes livros e pes sas de primeiro plano que inspitam, ances de tudo, uma reflexio 0 bre a cultura popular: para mencionar apenas rabalhos Fancese, © alguns dente eles, pensemos em Rois Thaxmaturges de Mar Bloch, fem La Grande Peur de Georges Lefebvre, na obra de A. Van Gen- rep ou em La Taraiguede L- Dumont. Noto, no entanto, que esas tempreitadas mantiveram-e isoladas, seja no interior da disciplina histérica (€ seguramente o cago dos livros de Bloch e de Lefebvre; jnolados cles permaneceram, de fto,aé mesmo dentro das respect ‘as obras de seus autores) sea por resularem de dsciplinas que por ‘muito cemapo permaneceram marginale mal reconhecidas em nosso sistema universitirio(ofoleloce, que ainda no tina sido rebaizado como etnologia da Franc). Pos © que me parece ter mudado com ‘0s anos 1960, é a0 mesmo tempo, a dimensio, a conformagso ea legitmidade do objeto cultura popular dentro da geografia acadé- rica. Longe de se solado em margens inceras, seu estudo € agora parilhado, nfo somente por historiadores, mas por socilogos,an- ‘ropélogos, homens de letras etc. A redescoberta do popular tonou- eum tanto obsesiva,Tentare mostrar mais adiance que as proprias condiges dessa teneaiva recente nfo deaaram de marcar 0 proprio objeto que era vsado, que certo niimero de “dobras” ideoligicas foram criada enti, T BOURDIEU, Fee Le dsincsion, Crgu mae agro Paris Min 7, ‘6 levarci em conta, por outro lado, uma bibliografia essen ialmente francesa. Que ndo se vejaaf uma deciso nacionalista, mas sim uma escolha razodvel. A problemstica da cultura popula fo, muito frequentemente,formulada em vemos extremamente gers pois ev crio que ela € muito intimamente lgada is experincias histérica ehistorigréficas nacional, a historiografiaensalz-se, a cada vex em uma hstia particular. Parece-me assim evidente que ‘os bistoriadoresfranceses tenham, 20 redescobrir a cultura popula, tomado ~ isso feito pars invertt-lo, na maioe parte dos c3s05~ um ‘modelo de descrcdo sociocultural muito profundamente ancorado na expetigncia nacional e que fez do processo de margializacio por distingSo um dos mecanismos estencias de nossa vida culeu- ral, 1 menos desde o séeulo XVIL? Pois, no mesmo momento, os hiseoriadoresitalianosutlzavam mais fcilmente o termo cultura subalrerna ou dominada (emprestado da concetualizagao grams- cana), segundo um modelo de anise que privilegiavao ecudo das ‘expresses culturis, como efeto de relagBes de forgassocisis. Nesse ‘iso, formulas do problema parece meter nlo somente 2 uma ‘radigio marsisa particular, mas ambém 2 uma experiénciatotal- mente original. A hisroringafiainglesa proporiatambéan um caso de representa diferente na medida em que ela reflec, cro, so- ‘ne ds conjuntas cultura que, sob o mesmo nome, foram objet dle tratamentos mica diftenter: de um lado, uma cultura popular antiga, essencialmente cural,radicalmente eradicada nos séculos XVIe XVII, e que foi abordada sob uma perspectiva bascante pré- xima do procedimenco hstorogréfico Fancts; de outro, uma cul- tua popular urbana, operiria, mais reoentee largamente viva, que rene gu siplific muito grtcence um proces qe, de it, ft pc mpage modaliddes it diver to eompls. Te {er na ne mn pci do Ls frmes de experi er ie Ieee lea pope’ en Fer, 16501800 ns KAMIMEN, Noe KAPLAN, S.L (Org) Popular Cle ly Made Earp, Bei Nove Yo: Mouton, 1584p. 235274 ina pep snmesinor te. 167 xem sn dla ines car © did gus ein rose A Joan ogy mince cis ni connate Ses sido sumaias vsam somente a assnala enfa facibme se compreende ais Felten Asim, no € mesma reali pave torpor sa aluses demasiado rea Sat als de es opal i setae eam geragan evs diferentes pepectivs pala sa ao ue no poems nepligeaciar a ins intro a ja aordagcn dpi parca, som Si eo ero qe flemos sempre do mesmo objet cerita no scm vida extanka 2s desvos 208 ms eg crue nos onupa E preisaent salons ‘etna deena, a propos da produto Frances -Tomadosem bloeo conser que ets esd crac aoe amen vs femam em pimeto ug actinic dun car ren, de pn mul ue us ds se a ovo que 2 denorsnador com Fala re pul deer pl "eu opal da poplar ce Neos que em sua des deere tepals” vem caecerzar umn objeto qe cm Be se Nexans ane de ui SN sox acura popular parse siden oben, a 6 i pits do que com as obras, com comp ‘io individuas. a culeura popular se a * I, 0 livra clissico de THOM 197 ee Fen es deat popu 9" EE {ov ry Wonk. [ses rabalhos tm em comum, por outr lado, aeitar como -evidente um oposigioente cultura popular e cultura erudita que ‘organiza segundo um modelo hierérquico simples. Cultura erudita, altura letada, cultura das eles, cultura legltima: hesitourse muico ainda se hestard sobre a formulagio a conservar, que nfo 6, por erto, inocene, Sio exes, pincipalmente, notemos de passagem, ot Alois pares antagoniets popularlerudto © popularelte que foram, at agu,privlegiados: 0 que me parece confirmar a imporcincia de lum carte que remeta 0 mesmo tempo a uma qualificaso profissio- ral (ritcasandrquias/prticas autorizadas) social (povoelte) da cultura, que, éevidene, reper as clivagens constantemente coloc- das em privica na histéria cultural da Franga. Tambeém vale a pena sublinhar que, na lieraura que nos interes, esses trmos anrago- nists slo sempre considerados também como solidios: como sea tcalidade cultural se identificase necessariamente com a testo que os separa sss pesquisa patlham enfim uma mesma convioeo: a cul- sura popular apenas teria significado se percebida na mito longt duragao de uma bistéra quase imével, esa inéciaconsiuiia uma caractertica prépria sua. As mecforas que 0s historiadoresempr= fgamaccsterespeito so muito eveadora cles falam de Fundamenco, de carmada, de lngol; ests imagens geoldgicas evocam facilmente tur pedestal antigo, inerte, avo se abulado por movimentos vindos do exteiior. Estmot aqui, 20 que parece, no dominio do tempo muito longo da ciilizaio tradicional, da culrura sedimentada: des sa muito longa Idade Média, por exernplo, que Jacques Le Gof vera facilmente exender-se dos séculos V e VI s sobrevivencias curs do século XIX. Ena representacio, amplamente parilhada, coloca, vetemos, alguns problemas. ‘A parts desastréscaractriatica prncipas, tentamos eabe- lecer, por aproximagio ~ eer termos que por vezts variam conside- ravelmente um modelo de interpetagio que éum modelo dindmi- 0, Simplfcando as coisas de mado ultrsjane, poderosresumi-lo Cl poplars de. 169 assim: a hiss da cultura popula sevia, de nosse parte, ade uma Tongs ¢ progressva marginalzago, que por vezesresltou em uma ‘rradicapio complet. As modalidades dese proceso podem ter sido ‘bastante diversas; podem tomar a forma de uma represio, de um acantonamento ou de uma assimilagie,conforme o caso. Mas pare- ‘ce haver um acordo sobre o sentido e sobre 0 resultado global desse ‘empreendimento multiforme. Pode ser encontrada aqui como que ‘uma eonfirmasio da represenaséo de tipo geol6gico que evoquel agora hi pouco: os axpectosantgos da culcura popular ceriam sido corroides,reparados, mutiadose, finalmente, muito armplamente sedimentados por formagées culcuris mais recente e que acabaram pot recobriro relevo primitivo, Eo eaquema que reserva para si furores por outro lado Go dispares quanto Robert Muchembled & Peter Burke.” Encontrames uma versio mais elaborada,¢ enrique ida por um jogo de metiforasinédit, em Carlo Ginzburg, que recentemente propos um modelo “sruptivo" o alicerce popular nfo

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