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acompanha a classe esta se alfabetizando" sligado’ sass conatilem ms de dos trcos da demande infant i 20: psidloges, em servicer publicos dé Saude, elnicar escola re alfeas patcologeas A maiona das teshestas dos pscologos se paropedagagos —a cst: pedidos deajucs tende andi & patologizeceracerisicas da propria ened @ ae sue ein, neabilzando-as pelas difcldades escolres apfesentadas. A > © Seusifunelonamentos adostides ¢ adoecedores de ‘as/adolescentes, protessores e pay nao costume ser inclita vestigorda © Ma intervencao‘pacologice, S40 compreensoes = as que carecem de cesignfiar €/ou mudar as concepto=s rs scared Gprodusse erenutencao das quehas ercobres 2 sofa: aco scored oc, Fe mE veneer ee sescolares que pretende pieenchertaislacunas: a Orentagao tra Escojar, que’ vem sendo desenvolvida ha mars de dez 200s ula de sicologi da USP. com resultados estimulantes. Are: sient go A QUEKNES: ANMUNME MA | eee ues eC eee cy ieee eee eer Casa do Psicélogo® Trabalhando com dificuldades na aquisigao da lingua escrita' Beatric de Paula Sousa? A queina de difculdades na alfabetizagio & das mais fee- {quentes entre as apresentadas como motivo de eacaminhamento de criangasjovens & Orientagio 4 Queixa Escolar. Ou seja, hi luma suposigio por parte de professores, pais e muitos psicdlogos, de que, subjacente a esta classe de difculdades, deve estar umm problema psicolégico. Séo queixas como: *nio aprenden a ler", “copia tudo, mas ndo entende o que capiow”, “escreve, mas mio le", “36 aprendeu o A e 0 B”, “esereve tudo atrapalhado”, “come lettas", “troca letras” ¢ outras Sabemos que nossa escola nio tem sido efciente em sua tarefs bisica de ensinar a ler, escrever ¢ cantar, Os resultados do Siseema Nacional de Avaliacio da Educagio Bisica — SAEB — «de 2003, exame nacional realizado pelo gaverno federal fim de Basan io a oa i ta de Csr Mera, elogs educators do Calg Vra Cam So Page Mate Ted Oia Linm cogs «pny cord Ess aad {Enno Ranta Cleo So Dinas to Pads ea, Som formato de potent no seo de Edens Comineas on Pe sr ener eal ice) Up de Ch, fo ag Reap pao aa op Cento de args Pecado Foncnuilogts Cnc (CHENG) wo Cano Vac te Seas OMAR » Ilsiogs do Servgn de Psion do Vanda de $0 Pay ‘este tm pti saa redeados to as fe etesoas ‘Sienarte 1 QuarsEole® Eat hapccoacl sont » Uso thas da pean SAE pad feo ax eke dos Os prac ean dev AB 5195 29% cms er ‘shins Co dapoiblimdesea eee htpireuinepooooonead ‘Se 204enladovBRAS pl. Quann ss soukaes E500 as ‘momen erred 2) sb ects spots mete, aferir conhecimentos dos alunos que estdo no meio (4 série) € no fim (8 sie) do ensino fundamental eno fim (3 série) do ensino rmédio, nos mostram que menos de $96 dos estudantes da 4 série cstio adequadamente alfabetizados para a série, sendo que quase 1996 sio provavelmente analfabetos. Nos atendimentos na Orientagio & Queixa Escolar emos idicios de uma mudanga quaitativa: o crescimento da demanda de crianca/adolescentes ditos “copistas” — os que sio capanes e copiar com qualidade longos textos da Jousa, tém cadernos frequentemente impeciveis e s4o incapazes de entender o signfi- cado do que estio registrando, pois nio sabem le. Portanto no cstio escrevendo verdadeiremente, mas desenhando letras. E co- ‘mum estarem em anos escolaes avancados (# S* anos do ensino fandamental) ¢ semiparalisados quanto a teflexio sobre a escrita, sencindo-se incapazes nesta érea — embora quase sempee cuti- vando um desejo ardente de aprender a ler a eserever, Os cadernos escolares dessas criancas costumam revelar tum cotidiano escolar em que as edpias, atividades mectnicas que ‘nio implicam em saber ler e escrever, parecem ser a atividade largamente predominante durante as alas, que parecer reservar ppouco tempo para que 0s alunos possam fazer reflexdes que os, Jevem a aprendizagens cfetivas sobre os contetidos ensinados. ‘Temas a impressio de estarmos diante de um subproduco pperverso da politica de progressio continuada: a eépia parece terse tornado a estratégiapreferencial de enfrentamento do pro: bblema do mimeto significative de analfabetos (ou quase isto) due frequentam os anos avangados do ensino fundamental. O alto indice de analfaberismo em tais anos escolates € uma das ‘consequéncias da maneira como essa politica publica foi implan- tada, aliada ao nio enfrentamento dos problemas cruciais do censino que a precediam. Eselarecemos que nio somos totalmente contrrios & prét- «a das c6pias. Como uma das estratégias possveis de fixacdo & sistematizagio, podem ter um papel relevante na aprendizagem da lingua escrzaembora nto central. No entantotém sido utilzadas ‘com outrasfinalidades, fazendo com que muitas vezes contribu- am no sentido inverso desta aprendizagem. Tratamos agai de algamas destas distargses. A cépia permite que o professor (eiase a escola) cenha documencado 0 faco de ter dado 0 conteido correspondente 20 ano escolar, ao mesmo tempo em que controla — até certo ponto —o comportamento dos alunos que no tém instrumental acadé- rico para acompanhar tal conteddo. Permite que estes tltimos finjam estar aprendendo, acompanhando as aulas. Livros, um pouco da humilhane condigéo de alunos que nfo aprendem, pos sibilitandorthes uma ainade semelhante & das bons alunos: ficam todos iguais, debrugados sobre seus cadernos, enchendo-o de _rafismos,olhando a lousa e 0 caderno alteznadamente. A profes sora finge que os ensina e eles fingem que aprendem. Tudo bern. Algumas criangas que temos atendido relatam a extensio da pritca excessiva de cSpias para 0 expaga do reforgo escola, Duat dela, atendidas por nds no primeira semestre de 2006, que no s¢ ‘conhecem e nem estadam na mesma escola, disseram a mesma fra- ‘se. seus respectivos terapentas: "eu nao preciso aprender a copiae, isto en jf sei. Eu preciso que alguém me ensine a le!". 1 possivel que uma crianga que nao se est alfabetizando a contento seja portadora de deficits cognitivos e/ow neurolégicos, (08 que esteja tomada por sofrimentos de origem extra-escolar ‘que dificultam o born desenvolvimento de sua aprendizagern. No entanto informagées contundentes acerca da produsio massiva, e criangagjovens mal alfabetizados pela escola, como os resul- tados do SAEB citados no infcio dese texto, fazem-nos ter como, hipétese primeira que esa ma alfabetizacio € produzida nas rela- 6es escolares. E preciso que fiquemos atentos para que nossos atendimentos néo estejam a servigo da ocultagao de funcio- namentos escolares insatisfatérios ou danosos, através da psicologizagio das dificuldades de alfabetizagio — e outras de gem escolar. io basta, porém que 26s, pscSlogos limitemos-nos a dizer aos pas 2 escola e pr6priacrianga que ela nio tem ne hum problema pscoldgco e sim pedagSsico, que cabe 3 escola cuidar. Embora esta seja uma resposta 4 queixa de difculdade de alfabetizacio melhor do que sua psicologizasio, podemas ¢ devemos i alm dst. f preciso contribuir com todos os envole vidos na produgo e manutensio da queixa, para se superar essa situagéo. (© analfahetsmo, notadamente nos grandes cents urba- ‘os, vem se tornando crescentemente um importante fatoe de excluso social, com todos 0s rscosimplicados, como o aumento 4a volénca, por exemplo. Numa socedade em que a tecnologia desenvolvese rapidamente, dispensando cada dia mais os waba- Jos no qualifcados,o nivel minimo de escolaiagio exigido vem subindo de patamar. Inserise no mercado de trabalho sem © cerificado de conciusio do ensino fandamental & tarefa cada vez mais dif. Ler muito pouco ou quase nada é, a partir do inicio da adolescéncia, um faor de risco socal e de vunerabili- dade fente aos apels da criminalidade © analisheusino €fator de exclsio também da pessilidade sd acesso a um ocean de infrmages, numa sociedad lenada como 4 nos. Por exempla, exezcer um papel tivo frente os instrumen- tose ferraments da informitica, que vém se farendo presemes no mos que o conceito de fonema exige uma capacidade de abstragio superior a0 de silaba. Esta resiséncia aliase as dificldades de se cabalhar com base alfabétice, para quem ainda a est§ aprendendo. Aliaseain- aa um movimento natural e vital dos seres animados, de evonomizar energia diante de desafios cansativos. Estes © outros fatores fazem com que 0s aprendizes demo~ remse por um tempo varivel neste patamar, no qual utilizam as hipétesessiltbica e alfabética na mesma produgio. £ 0

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