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Imunologia - Aulas 1 e 2 - Profa Andrezza
Imunologia - Aulas 1 e 2 - Profa Andrezza
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Urinálise – Farmácia 2023 – Professora Andrezza Cucinelli PÁGINA 1
É o processo de formação das células sanguíneas, desde a Os leucócitos são um grupo de células sanguíneas que
célula tronco até a célula final. Desde os primeiros meses estão envolvidos com os mecanismos de defesa do
de gestação, as células sanguíneas começam a ser organismo. Representam 5 tipos celulares diferentes:
produzidas. O saco vitelino é o principal local da formação
das células sanguíneas mais iniciais/precursoras, ficando
com esta função até os primeiro 03 meses de gestação. Em Neutrófilos – apresenta normalmente núcleo com 3 a 5
seguida, o baço e o fígado passam a ser os locais lóbulos, possui grânulos delicados de característica
responsáveis pela produção dessas células. Ficando acidófila. Geralmente atua nas infecções bacterianas
responsáveis por ela entre o segundo até o sétimo mês de realizando a fagocitose e produção de interleucinas.
gestação. Em seguida, a medula óssea passa a ter esta
Em algumas doenças, como nos casos de anemias
responsabilidade e fica com ela após o nascimento e até o
megaloblásticas, os neutrófilos podem apresentar-se com
último dia de vida da pessoa. No entanto, em bebês
hipersegmentação nuclear, com mais de 5 lóbulos
pequenos, a medula óssea de todos os ossos será
nucleares.
produtora de células sanguíneas, devido a alta demanda
requerida pelo crescimento. Após esse momento, vai
ocorrendo a redução da quantidade de ossos cuja medula
Eosinófilos - apresenta normalmente núcleo bilobulado,
estará comprometida com a hematopoese, de forma que
com grânulos grosseiros de característica acidófila.
ao final da adolescência em diante, apenas a medula óssea
Geralmente atua nas alergias e processos parasitários de
de alguns ossos, principalmente os ossos longos (fêmur) e
parasitas multicelulares como, por exemplo, os helmintos.
o externo serão os locais de produção destas células.
Basófilos - apresenta normalmente núcleo bilobulado, com
grânulos grosseiros ricos histamina/heparina. Geralmente
Dependendo do local em que a célula tronco esteja dentro envolvidos nos processos alérgicos.
da medula óssea, da sinalização recebida através de
citocinas ou pelas células encontradas no estroma da
medula óssea, será dada a informação para ela se Linfócitos - apresenta normalmente núcleo redondo. A
especializar em uma linhagem mielóide ou linfoide. relação núcleo/citoplasma (N/C) é alta, ou seja, esse núcleo
é grande ocupando quase todo o espaço citoplasmático.
Geralmente envolvidos na produção de imunoglobulinas e
nas infecções virais.
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a) barreiras físicas
b) barreiras químicas
d) citocinas e quimiocinas
▪
É uma resposta mais elaborada.
▪ Interagir com o estranho (non-self) e preservar o
As principais características são:
próprio (self);
Defesa tardia;
Principais componentes:
Tolerância Imunológica – Capacidade de preservar o que é
próprio. Falhas na tolerância imunológica levam as doenças a) linfócitos (B e T)
autoimunes. O sistema identifica que é próprio, mas não
consegue tolerar e gera uma resposta imune. b) anticorpos ou imunoglobulinas
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Os anticorpos são representados por um “Y” e a parte de monoméricas ou diméricas, sendo que as imunoglobulinas
cima do “Y” é chamada de região Fab e a parte de baixo presentes nas secreções são diméricas.
de porção Fc.
IgA secretora presente nas mucosas constitui a 1ª linha de
Porção Fab: é a parte que vai se ligar aos antígenos defesa contra MO externos – inibe a aderência dos MO as
diretamente. Logo é a região que confere a especificidade mucosas.
do anticorpo.
IgD: geralmente ligado a superfície dos linfócitos B.
Porção Fc: é uma região mais conservada. A porção Fc
IgE: geralmente ligado a superfície dos basófilos.
dos anticorpos de um mesmo indivíduo será muito
semelhante, porém entre indivíduos diferentes será bem
diferente. Essa região também possui sítios para estimular
células do sistema imune (macrófagos, neutrófilos, entre
outros) e também ativar o sistema complemento.
É a ligação entre o antígeno e o anticorpo correspondente.
Essa ligação é fraca quimicamente, ou seja, utiliza ligações
do tipo não covalente, que são reversíveis como, por
exemplo as forças eletrostáticas, pontes de hidrogênio,
forças de van der Waals e interações hidrofóbicas.
Existem 5 classes de anticorpos ou imunoglobulinas:
Determinante antigênico ou epítopo: é a parte do antígeno
IgM: é a primeira classe que os linfócitos B começam a
que se liga ao anticorpo.
produzir, sendo geralmente a primeira a aparecer numa
infecção. Possui estrutura pentamérica (ou seja, 5 Y ligados O anticorpo se liga pela porção Fab.
pela porção Fc). Devido a essa forma pentamérica ela é
muito grande espacialmente e isso impede que passe pelas
membranas celulares. Assim, não passa pela placenta e isso
é uma informação importante utilizada para o diagnóstico
As respostas imunológicas podem causar lesão aos tecidos
de doenças congênitas, ou seja, aquelas adquiridas pelo
normais, além de destruírem os organismos invasores que
bebê durante a gestação. Nestas doenças, quando o
podem ter desencadeado sua geração. São classificadas
sangue do bebê apresenta IgM, significa que foi ele que
em quatro tipos de hipersensibilidade:
produziu a IgM, já que ele anticorpo não passa pela
placenta. Logo ele está com a doença. Hipersensibilidade do tipo 1: relacionada as respostas
alérgicas. É mediada pela IgE que fica ligada aos basófilos.
Observação: a maioria das IgM produzidas são
Assim, quando o antígeno liga a IgE ativa os basófilos que
pentaméricas, mas é normal uma pequena quantidade de
vão então liberar os grânulos de histamina. Esse processo
IgM ser monomérica (apenas um Y). No entanto, em
também ativa o sistema complemento.
pacientes com doenças autoimunes, devido a intensa
quantidade de imunocomplexos formados em Hipersensibilidade do tipo 2: o anticorpo se liga ao
consequência da doença, a quantidade de IgM antígeno na superfície celular. É observada nas reações
monomérica é aumentada. A IgM monomérica não é tão transfusionais. Esse processo também ativa o sistema
eficaz quanto a pentamérica. complemento.
IgG: é a imunoglobulina mais bem estudada. Está Hipersensibilidade do tipo 3: envolve a formação de
relacionada com a memória imunológica. Passa pela complexos imunes livres (ligação do antígeno com seu
placenta e confere imunidade aos bebês durante a anticorpo) no organismo que podem ser levados pela
gestação e nas primeiras semanas de vida. corrente sanguínea e se depositar em alguns órgãos,
levando a inflamações crônicas. É comum acontecer nas
doenças autoimunes. Esse processo também ativa o
IgA: Principal imunoglobulina presente nas secreções (leite, sistema complemento.
saliva, lágrimas, secreções do TGI). Podem ser
Hipersensibilidade do tipo 4: mediada por linfócitos T, tanto
CD4+ quanto CD8+. Ataca células infectadas com
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organismos intracelulares (vírus, bactérias, fungos). Como Além disso, as hepatites podem evoluir de forma aguda ou
não ocorre a formação do imunocomplexo é conhecida crônica. Infelizmente, devido ao diagnóstico tardio, a
como imunidade celular ou tardia. maioria dos casos já é diagnosticado na fase crônica.
As hipersensibilidades dos tipos 1, 2 e 3 são chamadas de Fase aguda: apresenta sintomas que duram até 06 meses.
imediatas e envolvem a formação do imunocomplexo além
Fase crônica: ocorre a replicação do vírus por mais de 06
de ativarem o sistema complemento.
meses. Geralmente os pacientes são assintomáticos e,
quando os sintomas aparecem indicam mal prognóstico da
doença.
▪ Fraqueza
▪ Mal-estar
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consta na maioria das referências bibliográficas por transmitido por via parenteral, através do contato com
enquanto. sangue contaminado. Seja através de acidente biológico
com materiais perfurocortantes, seja através da doação de
Partícula viral: O vírus HAV é um vírus não envelopado que
sangue (que é bem reduzida tendo em vista o rastreio das
possui o RNA fita simples senso positivo, ou seja, já está
bolsas de sangue) ou através do compartilhamento de
pronto para realizar a tradução das proteínas.
seringas entre usuários de drogas. A transmissão também
Replicação viral: ocorre no interior do hepatócito. O vírus pode ocorrer de forma vertical, quando a gestante
penetra por endocitose mediada por receptor e no infectada e não tratada passa o vírus para o feto, levando
citoplasma libera o RNA que passa a controlar a maquinaria o mesmo a apresentar a doença congênita.
celular do hospedeiro para a confecção de novas partículas
Partícula viral: o HBV é um vírus envelopado cujo material
virais.
genético é o DNA fita dupla.
Sinais e sintomas: a hepatite A é geralmente aguda e
Replicação viral: ocorre no interior do hepatócito. O vírus
autolimitada. Apresenta os sinais prodrômicos já citados,
penetra por endocitose mediada por receptor. O envelope
porém pode acontecer febre de até 38ºC e diarreia pode
se funde a membrana da célula hospedeira e o capsídeo
ser observada em crianças. Não há relatos de hepatite A
entra no citoplasma liberando o DNA que vai se ligar ao
crônica e nem de evolução para câncer hepático. No
núcleo da célula hospedeira, passando a controlar a
entanto, pode acontecer casos de hepatite A fulminante,
maquinaria celular do hospedeiro para a confecção de
que é uma hepatite aguda grave que pode levar a falência
novas partículas virais. Uma partícula de HBV completa
do fígado, podendo levar a morte.
produzida chama-se partícula de Dane.
Evolução clínica: a hepatite A apresenta um período de
Marcadores laboratoriais da hepatite B:
incubação de 15 a 45 dias (média de 30 dias). A transmissão
pode ocorrer a partir de duas semanas antes do Hbsag – é a proteína presente no envelope do vírus (indica
surgimento da icterícia até 01 semana após. O período total a presença do vírus no organismo do hospedeiro). É o
da viremia é de 79 dias. A produção de anticorpos IGM marcador mais precoce da infecção, ou seja, o primeiro a
anti-HAV costuma acontecer pouco antes da elevação das apresentar-se positivo. Se permanecer positivo por mais de
transaminases, podendo ser detectada antes ou no 6 meses indica que a infecção cornificou.
momento da manifestação dos sintomas clínicos
Anti-Hbc – anticorpos para a região do capsídeo (região
(aproximadamente 2 a 3 semanas de infecção) e decai após
central/core do vírus). O organismo é capaz de produzir
3 a 6 meses. Por isso é um marcador que confirma a fase
anticorpos anti-HBc das classes IgG e IgM. A IgM é
aguda da doença, ou seja, a positividade indica que a
produzida inicialmente, sendo, geralmente o segundo
pessoa está com a doença ativa. Os anticorpos IgG anti-
marcador laboratorial a positivar numa infecção, indicando
HAV surgem logo após a IgM, mas perduram por muitos
fase aguda da infecção. A classe IgG é produzida em
anos, conferindo imunidade para a doença, mesmo tendo
sequência e pode ficar positiva por muito tempo, mesmo
sido obtida pela vacinação. Em pacientes curados ou
após a cura da doença. Quando apenas este marcador dá
vacinados, apenas a IgG anti-HAV fica positiva.
positivo significa que é cicatriz sorológica.
Prevenção: por vacinação.
Hbeag - é a proteína presente no capsídeo do vírus (indica
replicação do vírus no organismo do hospedeiro).
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com o tempo. Por isso é importante tomar a vacina e suas há necessidade de realizar biologia molecular (HCV-RNA)
doses de reforço. Quem toma a vacina apresenta apenas para confirmação. Anticorpos IgM anti-HCV estão
este marcador positivo, enquanto tiver os anticorpos de presentes tanto na infecção aguda como na crônica e não
memória. são úteis ao diagnóstico.
Evolução clínica: A maioria dos casos é assintomático. Quando os resultados entre os imunoensaios e a biologia
Quando descoberto e tratado tem 90% de chance de cura, molecular forem discordantes, deve-se realizar um teste
mas 10 a 20% podem cronificar. A cronificação é mais complementar chamado teste do imunoensaio
comum na transmissão vertical, entre as crianças que recombinante para HCV (RIBA). Esse teste detecta
adquiriam a doença durante a gestação. Quando cronifica anticorpos, logo é um imunoensaio, que emprega
geralmente evolui para cirrose e depois para câncer proteínas recombinantes de HCV isoladas por meio de
hepático. análise de dot ou strip blot. A presença de anticorpos para
dois (em um total de quatro) ou mais antígenos de HCV é
Hepatite oculta: são os casos de pacientes que apresentam
considerada resultado positivo, enquanto a ausência de
mutação na região do HBsag e por isso não positiva esse
anticorpos é considerada resultado negativo. Esse teste é
marcador, mas os demais positivam normalmente. É mais
análogo aos testes de Western blot utilizados para
comum acontecer em pacientes hemodialisados ou que
confirmar resultados positivos em outros tipos de doenças
utilizam drogas imunossupressoras.
infecciosas.
Prevenção: por vacinação.
É causado pelo vírus HCV. Tem distribuição mundial É um vírus defectivo, pois precisa da presença do Hbsag do
principalmente entre as pessoas com mais de 50 anos. vírus HBV para infectar o paciente. Assim, os pacientes
Geralmente assintomática e a cronificação ocorre em mais crônicos para HBV são reservatórios HDV.
de 80% dos casos, sendo a principal causa de transplantes Transmissão: idêntico ao HBV.
de fígado.
Partícula viral: RNA circular fita simples
Transmissão: A principal via de transmissão é a parenteral,
através do contato com sangue contaminado. Seja através Principal causa de cirrose em crianças nas áreas endêmicas
de acidente biológico com materiais perfurocortantes, seja (Itália, Amazonas, Inglaterra)
através da doação de sangue (que é bem reduzida tendo
A única proteína codificada pelo genoma viral é o HDVag.
em vista o rastreio das bolsas de sangue) ou através do
compartilhamento de seringas entre usuários de drogas. A Coinfecção - infecção pelo HBV e pelo HDV
transmissão também pode ocorrer de forma vertical, simultaneamente – é autolimitada – cronificação é
quando a gestante infectada e não tratada passa o vírus incomum.
para o feto, levando o mesmo a apresentar a doença
Superinfecção – HBV crônico infectado depois se infecta
congênita. E pode acontecer a transmissão por via sexual,
pelo vírus HDV. Geralmente é uma infecção grave e aguda
embora não seja muito frequente.
que costuma cronificar em 80% dos casos.
Partícula viral: o HCV é um vírus envelopado cujo material
A hepatite D deve ser investigada em indivíduos que
genético é o RNA fita simples senso positivo.
apresentem resultados reagentes em imunoensaios para o
H.sag. e que residam ou tenham estado em áreas
endêmicas.
Replicação viral: ainda não está totalmente esclarecido,
mas sabe-se que o vírus utiliza frações do colesterol, No diagnóstico de infecção pelo HDV, o achado de anti-
principalmente VLDL para entrar nos hepatócitos. HDV total (IgG + IgM) sustenta o diagnóstico, enquanto a
IgM anti-HDV não é confiável para distinguir entre infecção
Marcador laboratorial: consiste na detecção de anticorpos
aguda e crônica.
IgG para HCV por técnicas imunológicas. Quando positivo
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Os títulos são expressos pela maior diluição reagente. Para aparelho mitótico, etc) e o sistema revelador utilizado
se detectar anticorpos IgM, repete-se o teste com os soros (geralmente o fluorocromos isotiocianato de ficoeritrina)
previamente diluídos em solução de 2-mercaptoetanol, vai gerar uma cor (vede-maçã) fluorescente que só
que inativa os anticorpos IgM. Assim, uma significativa consegue ser observada num microscópio de
redução do título indica a presença destes. fluorescência. É uma técnica semiquantitativa, então além
de definir os padrões de fluorescência também consegue-
Discrepâncias de valores entre técnicas de ELISA ou IFI altos
se definir os títulos em que apresenta positividade.
e hemaglutinação baixos é um bom marcador de infecção
recente, pois Ac IgG de baixa avidez, como ocorre no início
da infecção, têm pouco poder aglutinante, do que resultam
É normal na população em geral ocorrer alguns padrões
títulos baixos, embora sejam elevados nos testes de
em baixos títulos. Assim, títulos acima de 1/160 devem ser
imunofluorescência ou ELISA, em que a avidez não
melhor investigados.
interfere.
ELISA – dependendo do padrão observado no FAN, alguns
anticorpos específicos podem ser identificados e
quantificados utilizando ELISA. Existe um conjunto muito de
Existem mais de 80 doenças autoimunes. Ainda não se sabe anticorpos específicos, mas infelizmente não determinam
exatamente como ocorre, mas estão relacionadas com uma doença específica, mas orientam quanto a alguns
problemas na tolerância imunológica. São crônicas e tipos mais relacionados.
devem ser diagnosticadas de forma precoce para controlar Testes complementares: alguns outros testes podem ser
a doença e reduzir as sequelas. realizados dependendo da suspeita clínica. Por exemplo:
Existem diferentes fatores de risco sendo que os mais dosagem de fator reumatoide e de anticorpos anti-ccp
relatados são: propensão genética, fatores ambientais quando a suspeita principal é de artrite reumatoide.
(alimentação, exposição a algumas substâncias químicas ou a) Dosagem de anticorpos anti-DNAds e dos componentes
a alguns tipos de radiação) e hormonais. C3 e C4 do sistema complemento – quando a doença
A maioria dos casos de doenças autoimunes (mais de 80%) autoimune está ativa, costuma apresentar altos títulos de
ocorrem em mulheres em idade fértil, em todo mundo. Por anticorpos anti-DNAds enquanto o sistema complemento
isso, sabe-se que há um forte fator hormonal, mas ainda está sendo consumido, reduzindo os valores de C3 e C4.
não se sabe os mecanismos envolvidos. Isso caracteriza uma doença autoimune ativa e estas
sofrem períodos de reativação ao longo do tempo.
Diagnóstico: As doenças autoimunes são de difícil
diagnóstico exigindo uma ampla investigação médica que b) Fator Reumatoide: É uma imunoglobulina, geralmente
envolve as etapas clínicas, laboratoriais, exames de IgM, de baixa afinidade dirigido contra a porção Fc da
imagem, dentre outros dependendo da suspeita clínica. molécula de IgG presente em pacientes com AR. Os
autoanticorpos são habitualmente da classe IgM, embora
O laboratório de análises clínicas apenas auxilia o médico cerca de 15% dos casos de Artrite Reumatoide exibam a
na investigação e no acompanhamento das doenças classe IgG. Presente no soro de 50 a 95% dos adultos com
autoimunes. Inicia-se com uma triagem para doenças AR, porém o FR não é específico para a AR e com
autoimunes que consiste na realização de um teste frequência é detectado em casos de infecção crônica e
chamado Pesquisa de Anticorpos Anticélula (FAN). outras condições inflamatórias, como mononucleose, LES,
esclerodermia, hepatite crônica, cirrose e sífilis. Além disso,
múltiplas vacinações ou transfusões sanguíneas e sistema
FAN: teste chamado Pesquisa de Anticorpos Anticélula. É complemento ativado podem afetar os resultados.
um teste de triagem para doenças autoimunes. A técnica
Crioglobulinas ou níveis elevados de lipídios podem produ
utilizada é a imunofluorescência indireta (IFI). Utiliza-se
zir resultados falso positivos.
uma lâmina de vidro com células oriundas de câncer de
laringe humanas, denominadas células Hep-2. Os
pacientes que apresentarem esses anticorpos vão se ligar
a regiões específicas das células (núcleo, citoplasma,
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c) Crioglobulinas: São imunoglobulinas que precipitam de ao seu anticorpo. Podem ser classificados de diferentes
forma reversível a baixas temperaturas (4ºC). Podem ser de maneiras. Uma delas considera a utilização, ou não, de
03 tipos: marcadores para a visualização do resultado. De acordo
com esse parâmetro os imunoensaios podem ser
Tipo 1 - É uma imunoglobulina monoclonal,
classificados em:
frequentemente IgM kapa, que precipita no frio sem se
ligar a outras proteínas. Geralmente associadas ao mieloma Marcados – utilizam alguma substância para facilitar a
múltiplo e a macroglobulinemia de Waldenström. visualização do resultado.
Normalmente
Exemplo: Radioimunoensaio, ELISA, Quimioluminescência
presentes em grandes quantidades (> 5 mg/dℓ de soro).
Pode ocorrer gelificação do sangue quando coletado. Não marcados – não utilizam substâncias para facilitar a
visualização dos resultados.
Tipo 2 - Imunoglobulina monoclonal misturada com pelo
menos outro tipo de imunoglobulina policlonal. Mais Exemplo: Floculação, hemaglutinação, turbidimetria,
comum IgM e IgG policlonal, sempre com FR. Associado à nefelometria.
infecção crônica pelo HCV, com menos frequência ao HBV,
EBV, infecções bacterianas e parasitárias, doenças
autoimunes, dentre outras.
ELISA – utiliza uma enzima que irá gerar cor, para facilitar
Tipo 3 – Imunoglobulinas policlonais mista, mais
a visualização do resultado.
comumente combinações de IgM e IgG, geralmente com
FR. Respondem a cerca de 50% dos casos e presentes em Após a formação do imunocomplexo (ligação entre
doenças do tecido conjuntivo, como LES. antígeno e seu anticorpo específico), adiciona-se um
sistema revelador (que é o anticorpo anti-conjugado)
Dosagem de Crioglobulinas: começa com um período de
atrelado ao sistema revelador enzimático. A mudança de
incubação à baixa temperatura (4ºC), para detecção de
cor e a diferença de intensidade permite quantificar o valor
turvação ou precipitação após um período de 24 ou 72
obtido por espectrometria. O antígeno ou o anticorpo
horas.
necessita está fixado na base da placa ou ficar preso através
Controle: alíquota do soro do paciente mantida a 37ºC de beds magnéticas as cubetas de reação.
Serve de controle quanto à presença de substâncias
Gerações de ELISA para o teste HIV
precipitantes não relacionadas ao fenômeno observado a
frio. O desenvolvimento da técnica de ELISA está atrelado ao
desenvolvimento de testes diagnósticos para a
Qualquer crioprecipitado formado é sedimentado por
identificação do HIV. Sendo assim, ao longo dos anos,
centrifugação, lavado brevemente com salina fria para
melhorias na técnica eram realizadas e a mesma mudava
remoção de outras proteínas séricas e, então, rediluído em
de geração.
salina morna para análise por eletroforese e imunofixação
com o objetivo de identificar componentes de 2ª geração do ELISA para HIV detectava apenas anticorpos
imunoglobulinas eventualmente presentes. Lipemia pode do tipo IgG, o que tornava a sua janela diagnóstica muito
interferir. grande.
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Vantagens: precisão, alta sensibilidade, facilidade de Western Blot – associa a técnica de ELISA com a
conjugação do isótopo, detecção do sinal sem otimização, eletroforese dos imunocomplexos.
estabilidade
Fase sólida: membrana de nitrocelulose com indicador
Desvantagens: curta meia vida dos reagentes, incolor com antígenos de HIV fixados e distribuídos de
radioatividade, não podem ser usados em imunoensaios acordo com seu peso molecular.
homogêneos
Citometria de Fluxo - É um imunoensaio fluorescente
Quimioluminescência – Utiliza um sistema revelador multiparâmetro simultâneo.
quimioluminescente ligado ao conjugado. Como derivados
Dois tipos de fluoróforo são usados para reconhecimento
do luminol (não se usa mais), ésteres de acridínio (são os
do analito aonde um anticorpo monoclonal está fincado a
mais usados atualmente), dentre outros. Essas substâncias
uma partícula de látex na fase sólida.
quando submetidas a uma reação de óxido-redução
(geralmente com peróxido) exibem uma Em princípio, mais de 60 analitos podem ser detectados
quimioluminescência relativamente alta que pode ser simultaneamente.
convertida em luz ou eletricidade, sendo desta forma
quantificada. A amostra é misturada com anticorpo monoclonal
marcado com R-ficoeritrina (fluoróforo) e um segundo
Sensíveis o bastante para detectar menos de 1 pg/mL de anticorpo monoclonal imobilizado no látex como a fase
analitos (dosar hormônios, drogas); sua sensibilidade é sólida.
muito maior do que a dos RIAs; manipulação do ensaio é
bastante simplificada pelo uso de instrumentos As partículas ou células passam em fluxo laminar, uma a
completamente automatizados. uma, através de um feixe de luz, espalhando a luz em
diferentes direções.
Imunofluorescência - Surgiram para ensaios em cortes de
tecido e estão muito bem estabelecidos no laboratório de É um ensaio sensível, em comparação com o ELISA
patologia. convencional.
Fase sólida: poços de lâminas de vidro com algum tecido O resultado da marcação e dois sinais de fluorescência
ou células fixadas. sobre a partícula são detectados simultaneamente por um
scanner a laser.
Processo: quando a molécula é irradiada com luz de
comprimento de onda adequado, um elétron passa do A análise da citometria de fluxo é feita a partir de
estado neutro para excitado. Quando retorna ao estado histogramas e de análise estatística das medidas; os
neutro a energia física é liberada na forma de fóton de resultados são comparados com um histograma-controle.
menor energia (maior comprimento de onda) do que a luz
excitante.
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a) Ig A b) Ig E CAFAR - 2006
c) Ig G d) Ig M
10) Na ativação da resposta imune celular, uma série
de eventos é necessária para a proliferação de
CAFAR - 2022 linfócitos T CD4+. É correto afirmar que os eventos
iniciais são
7)Todas as funções dos linfócitos dependem das
suas interações com outras células. A respeito das a) processamento do antígeno por macrófagos, expressão
células apresentadoras de antígenos (APCs) e do de MHC-classe I e produção de interleucina 2.
sistema de apresentação, é correto afirmar que as/ b) processamento do antígeno por macrófagos, expressão
de MHC-classe II e produção de interleucina 2.
a:
c) produção de interleucina 10 por linfócitos T CD4 e
a) APCs convertem antígenos proteicos em peptídeos e linfócitos B.
exibem complexo peptídeo-MHC para o reconhecimento d) ligação de linfócitos T CD4 a neutrófilos e produção de
pelas células T. interleucina 4.
b) maioria dos linfócitos T reconhece peptídeos, proteínas,
ácidos nucleicos, polissacarídeos, lipídeos e pequenas CAFAR - 2018
substâncias químicas.
c) células T reconhecem antígenos peptídicos estranhos 11) Os pacientes portadores da Síndrome da
mesmo quando esses peptídeos são apresentados por Imunodeficiência Adquirida (AIDS) se tornam
moléculas de MHC de APCs de outro indivíduo. suscetíveis a diversas infecções por microrganismos
d) células T CD8+ são restritas ao MHC classe II (peptídeos intracelulares e agentes oportunistas devido à perda
derivados das proteínas extracelulares) e as células T CD4+ de células T CD4+. Esse tipo de células participa
são restritas ao MHC classe I (peptídeos derivados de diretamente de qual tipo de reação de
proteínas citosólicas).
hipersensibilidade?
a) Tipo IV ou tardia
b) Tipo II ou citotóxica
c) Tipo I ou de natureza alérgica
d) Tipo III ou doença do complexo imune.
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total, enquanto a imunidade obtida por vacinação só teria III. A transmissão do vírus da hepatite E (HEV) ocorre,
anti-HBs. Eventualmente, o anti-HBc pode ser o único principalmente, por via sanguínea, relações sexuais e
indicador da imunidade natural detectável transmissão vertical.
sorologicamente, pois com o tempo o nível de anti-HBs
pode tornar-se indetectável. São marcadores de triagem Está correto apenas o que se afirma em
para a hepatite B apenas o HBsAg.
a) III
d) Anti-HBs (anticorpos IgG contra o antígeno de
b) I e II
superfície) indica imunidade contra o HBV. É detectado
c) I e III
geralmente entre 1 a 10 semanas após o desaparecimento
d) II e III
do HBsAg e indica bom prognóstico
CAFAR - 2019
CAFAR - 2022 17) Sobre a infecção pelo vírus da hepatite B (HBV)
15) Numere por ordem crescente de aparecimento em pessoas imunocompetentes e não vacinadas,
no soro durante o curso da infecção os marcadores analise as afirmativas abaixo.
do vírus da hepatite B. I. O HbsAg é o primeiro marcador sorológico a ser
( ) HBeAg detectado no sangue, e sua permanência no sangue,
após seis meses de infecção, pode indicar evolução
( ) HBsAg para a forma crônica da hepatite B.
( ) anti-HBe II. O anti-Hbc IgM aparece na fase aguda da doença,
( ) anti-HBs e pode coexistir juntamente com anti-Hbc IgG por
um tempo. Se houver evolução para a forma crônica
( ) anti-HBc IgM da doença, o anti-HbC IgM persistirá por toda a
( ) anti-HBc IgG vida.
A sequência correta dessa ordenação é III. O HbeAg é o primeiro marcador sorológico a ser
detectado no sangue e indica alto grau de
a) (1); (2); (6); (4); (3); (5)
replicação viral.
b) (1); (3); (4); (5); (2); (6)
c) (2); (1); (5); (6); (3); (4) IV. A presença do anti-Hbs indica recuperação
d) (5); (3); (6); (4); (1); (2) sorológica do estado de infecção e imunidade
contra o HBV
CAFAR - 2021
Estão corretas apenas as afirmativas
16) Hepatites virais constituem doenças infecciosas
sistêmicas que afetam o fígado e que podem ser a) I e IV
causadas por diferentes agentes virais. A respeito b) II e III
c) III e IV
das hepatites virais e sua avaliação laboratorial,
d) I, II e III
avalie o que se afirma
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38) Associe as colunas relacionando os testes
35) As técnicas de precipitação são fundamentadas imunológicos listados abaixo com suas respectivas
na quantificação de precipitados produzidos pela características e aplicações
reação antígeno-anticorpo. Em qual situação
ocorre o fenômeno de prozona?
a) Excesso de anticorpo
b) Excesso de antígeno
c) Ausência de antígeno
d) Ausência de anticorpo
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