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Introdução

No trabalho em causa vamos refletir sobre os acordos de Lusaka assinado


em 20 de Novembro de 1994 na capital da Zâmbia Lusaka, podendo dar a seguinte
definição de que foi um tratado de paz em Angola que durou cerca de quatro anos e
tinha como base a desmobilização das tropas do MPLA/FAA e as tropas da
UNITA/FALA. Posteriormente falarmos sobre o mesmo acordo, a participação da
ONU, aquisições de armas, bombardeamentos, conflitos, no decorrer de todo o
processo de paz de lusaka, falando especialmente em 1998, o governo Angolano
tem sido responsável por grandes violações dos direitos humanos. Visto que
também falaremos sobre as violações sistemáticas e horríveis que a UNITA tem
vindo a cometer dos direitos humanos durante a vigência do processo de paz de
lusaka e na nova guerra.

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Acordo de Lusaka

O acordo de Lusaka foi assinado no momento em que os rebeldesda UNITA


(união nacional para a independência total de Angola) encontravam-se
enfraquecidos, querendo interromper as suas perdas territoriais a partir do governo.
O acordo de lusaka providenciava o cessar-fogo, integrado de generais da UNITA
nas forças armadas do governo (que deviam estar a ser não-partidárias e
controladas por civis), a desmobilização (emendado por desmilitarização) sob
vistoria da ONU, a repatriação de mercenários, a incorporação das tropas da UNITA,
a polícia Angolana, controlado pelo ministério do interior, e a proibição de qualquer
outra polícia ou organização de vigilância. Como pano de fundo do acordo,
encontravam-se activos desde 1993 um embargo do conselho de segurança sobre
transferências de armas e petróleo a UNITA, tanto o governo como a UNITA,
concordaram, parte do acordo, em fazer parar novas aquisições de armas. Mas o
embargo à UNITA não foi cumprido e ambos continuaram a fazer abertamente
aquisições de armas durante todo processo.

Principais questões do acordo de lusaka: O mandato da ONU (verificação e


monitorização do acordo de Lusaka), a função dos soldados de paz (vigilância), a
realização do processo eleitoral e a reconciliação nacional. Para a reconciliação dos
partidos, os líderes da UNITA recebiam residências particulares, escritórios políticos
em cada uma das províncias e também um quartel-general. Os membros da UNITA
ocupariam também uma série de postos Como os dos ministros, vice-ministros,
embaixadores, governadores, vice-governadores de províncias, administradores e
administradores adjuntos de municípios e administradores de comunas.

Neste acordo incluía os direitos humanos em texto secundário, mencionado


apenas, no protocolo sobre a reconciliação nacional e no mandato da ONU , o
compromisso de adoptar os princípios gerais dos direitos humanos. Já à amnistia, a
posição tanto do governo Angolano como da UNITA era clara: O acordo de lusaka.

Uma comissão conjunta, formada por representantes da ONU e UNITA,


incluindo observadores dos EUA, Portugal e Rússia, (a chamada troika) orientou a
implementação do acordo de Lusaka. Qualquer violação do acordo que fosse
verificada pela ONU por um dos partidos seria discutida na comissão conjunta. Na
prática a comissão tornou-se depósito de registos de violações militares e de direitos
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humanos, embora a ONU tivesse pouca vontade de investigar ou publicar estes
incidentes.

Embora a ONU é a maior protagonista da paz mundial, só em 1995 é que o


conselho de segurança aprovou uma operação de paz significativa, no qual devido
aos atrasos do seu destaque, apenas atingiu a sua força total em 1996. O atraso do
destaque da ONU facilitou as violações dos acordos, cometidos pela UNITA e pelo
governo, mas o erro fundamental foi a política, advogada por Blondin Beye,
representante especial da ONU, de fechar os olhos e deixar passar impunes as
violações dos acordos. Em 1995 um funcionário da ONU disse à Human Rights
Watch que “a situação é sensível demais para se fazer uma monitorização séria dos
direitos humanos. Se publicássemos o que sabemos, podíamos debilitar o processo
de paz e regressar à guerra.

Um principal factor para o enfraquecimento do acordo de lusaka foi as


violações dos direitos humanos. Se tivessem monitorizado e divulgado melhor os
direitos humanos e suas violações, teria sido mais difícil que a UNITA e o governo
abusassemdos direitos dos angolanos, e mais fácil fazer os culpados assumirem as
suas responsabilidades. A impunidade com que os direitos foram violados corroeu a
confiança no processo de paz, criando um círculo vicioso de violações dos direitos, o
qual foi piorando gradualmente. Visto o processo de paz estar em desintegração,
Beye ordenou uma mudança de estratégia, pouco antes da sua morte, em Maio de
1998, e a sua missão na ONU esgotada, começou pela primeira vez a investigações
mais robustas das violações dos direitos humanos, tarde de mais para manter a paz.

A prática, adoptada pela ONU, de ignorar as decepções e depredações de


ambos os partidos, assim como a sua própria falta de transparência, tinha
encorajado ambos os partidos a considerar o processo de paz com desprezo, e
tanto o governo Angolano como a UNITA haviam decidido optar pela guerra.

A divisão dos direitos humanos que pouco tempo a ONU tinha feito durante
quase todo processo de paz de lusaka, melhorou em 1998, devido recrutamento de
um profissional de direitos humanos para a sua chefia. O regresso a guerra em
Dezembro reduziu dramaticamente as suas actividades e durante os primeiros sete
meses de 1999 a divisão dos direitos humanos não foi capaz de despenhar a função
que pretendia desempenhar, gastando muito energia a tentar delinear um futuro e
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realizando poucos trabalhos sérios de investigação sobre as violações dos direitos.
Não produziu-se nenhuma publicação. Actualmente continuamos sem saber o que
se pode fazer a não ser que a divisão dos direitos humanos obtenha um mandado
nítidoque inclua trabalhos de investigação e disseminação das descobertas dos
mesmos.

O decorrer do acordo de lusaka, o governo Angolano tem sido


responsável por grandes violações dos direitos humanos. Estes
abusos abalaram a confiança da UNITA no processo de paz de
lusaka, e incluíram:

Torturas, desaparecimentos, e execuções sumárias, particularmente de partidários


da UNITA, em áreas onde o controle do governo tinha acabado de ser estabelecido,
em 1998;O homicídio indiscriminado de civis e pilhagens durante as operações
militares;

O recrutamento arbitrário para o serviço militar; O deslocamento forçado da


população civil; O uso de armas indiscriminadoras, tais como minas antipessoal, em
1998 e 1999;

A perseguição e censura dos media; A perseguição da oposição política leal.

A UNITA também tem cometido violações sistemáticas e


horríveis dos direitos humanos durante a vigência do processo de
paz de lusaka e na nova guerra incluindo:

Bombardeamento indiscriminado das cidades; Execuções sumárias;

Torturas; Mutilação de vivos e mortos; Rapto de civis, incluindo mulheres e crianças,


por vezes tratados como escravos; O recrutamento infantil e outros arbitrários,
negando a crianças de menor idade, a oportunidade de se reunirem voluntariamente
as sua famílias; A tomada de estrangeiros como reféns; A restrição de movimentos
da população civil em áreas ocupadas pelo partido, confiscando alimentos e
obrigados a efectuar trabalhos não remunerados; Condições cruéis desumanas nas
prisões.

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Desde Dezembro de 1998 que a UNITA tem sitiado várias cidades e vilas,
com Malanje e Kuito. Em fins do mesmo período a UNITA lançou muitas bombas
sobre o Kuito, resultando em 150 baixas civis. O bombardeamento de Malanje
começou em Janeiro de 1999, sem que tenha sido suspenso, desde então e
resultando na morte de pelo menos 600 civis. O cerco que a UNITA tem feito em
Malanje tem aumentado a fome da população civil, tendo sido necessário suspender
de vez em quando os voos de assistência humanitária para a cidade.

A guerra de minas tem sido intensificada desde que as hostilidades foram


reatadas, o governo colocou novas minas antipessoal em redor das cidades sitiadas,
em cintas de minas e ao longo de estradas, a fim de obstruir o acesso a UNITA.
Esta situação é duplamente deplorável porque o governo Angolano assinou em
Dezembro de 1997, no Canadá a convenção sobre a proibição do emprego,
acumulação, produção e transferência de minas antipessoal e sobre a sua
destruição (tratado de Otava). Também a UNITA tem colocado novas minas nas
estradas e campos, com o objetivo de abrandar o ritmo das ofensivas militares do
governo. As minas colocadas pelo governo e pela UNITA têm resultado em vítimas
civis.

A UNITA usou o acordo de paz de lusaka para impedir mais perdas territoriais
e fortalecer suas forças militares, adquirido grandes quantidades de armamento e
combustível em 1996 a 1997 enquanto ia cumprindo sem pressa, compromissos
que assumirá através do protocolo de lusaka.Pela segunda vez nesta década, a
UNITA não cumpriu a sua promessa de desmobilização, entregando apenas uma
fracção dos seus armamentos a ONU e não aquartelando muitas das suas tropas
elite e também não transferiu para o controle do governo todos os territórios que
prometerá, cumpriu apenas as obrigações que achou não serem estrategicamente
essenciais para a sua segurança, afim de ganhar mais tempo. Em meados 1998 o
governo perdeu a paciência com a UNITA e começou a fazer preparativos sérios
para o retorno a guerra, esse retorno foi alimentado por novas entradas de
armamentos no país apesar do embargo que a ONU impus a UNITA em 1993.Está
adquiriu em fornecedores estrangeiros quantidades de armamento. A Human Rights
Watch crê que algumas destas armas sejam provenientes de fornecedores privados
da Albânia e da Bulgária. A UNITA conseguiu quebrar efectivamente a barreira das
sanções com ajuda dos países vizinhos especialmente a África do Sul, Congo,
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Zâmbia, Zaire (actualmenteR.D.C), Ruanda, Uganda, Togo e Burkina Faso. O Zaire
foi o portal mais importante na infração das sanções a Angola até a queda do
presidente Mobutu, em meados de 1997; A entrada passou a ser o Congo
Brazzaville até aos fins de 1997, quando o governo Angolano ajudou a derrubar o
governo democraticamente o governo eleito de Pascal Lissouba. Em 1998 a
frequência dos voos em infração das sanções para os territórios da UNITA começou
a declinar, em parte devido ao aumento das restrições regionais, ao facto da UNITA
ter resolvido o vale Cuango, rico em diamantes, ao governo que passou a controlar-
lo. Uma grande percentagem de violações cometidas pela UNITA em 1998 foi para a
obtenção de abastecimento logísticos, de equipamentos para minas, e de
combustível essencial para os esforços bélicos da UNITA. O cerco da UNITA à
cidade do Kuito terminou em janeiro de 1999 porque as suas forças tinham esgotado
todo o seu combustível e tiveram de retirar-se.

A ONU não conseguiu resolver o cumprimento das sanções pela UNITA em


1995 e 1996, fingindo não ter conhecimentos das transgressões relacionadas com o
embargo de petróleo e, que tinha declarado em 1993. As suas interdições,
decretadas de boa fé foram dificultadas pelos lentodestaque dos soldados da paz
que tinham sido prometidos como parte do acordo de lusaka. Em Outubro de 1997 a
ONU impôs mais uma série de restrições à UNITA, proibindo que os seus oficiais
visitassem outros países e fechando os seus escritórios no estrangeiro. Só em
Junho de 1998 é que a acção da ONU incidiu sobre a exportação directa eindirecta
de diamantes provenientes de zonas da UNITA, congelando também as suas contas
bancárias, apesarde serem estás as fontes principais de rendimento para as
aquisições de combustível e de armamentos que a UNITA fazia.

A UNITA financiou a reconstrução das suas forças militares através do seu


controle dos diamantes angolanos, maior parte dos diamantes foi contrabandeada
para a Europa através do Zaire e do Congo Brazzaville, as explorações de
diamantes que a UNITA fez durante o processo de lusaka, proporcionaram aos
rebeldes um lucro deU.S.$1,72 biliões. Em 1993 os lucros do comércio de diamantes
tinham já substituído os fundos de assistência que a UNITA tinha recebido, dos
Estados Unidos e África do Sul. Segundo consta os Estados Unidos o que forneceu
a UNITA atingiu o total de U.S.$250 milhões.

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Também o governo recebeu o carregamento de armas durante o processo, o
que debilitou o espírito do protocolo de lusaka contribuiu para o enfraquecimento do
processo de paz. As armas foram adquiridas em séries de países, incluindo a
Bielorrússia, Brasil, Bulgária, China, Eslováquia, Ucrânia e a África do Sul. A Rússia,
integrante da Troika (com a função de observadores/mediadores no processo),
debilitou a sua posição oficial, pois vendeu ao governo grandes quantidades de
armas. Durante o processo, Portugal, integrante da Troika, fez acordos militares com
o governo. A Rússia volta como principal fornecedor de armas em Angola em 1999
níveis elevados como os de 1994. Durante o processo, nenhum país forneceu a
ONU a informação detalhada sobre as suas transferências de armas em Angola.

O governo fez aquisições de armas através de empréstimos bancários,


remessas de lucros do petróleo e minas de outras concessões. O governo usou
cerca de U.S.$870 milhões, vindo de pagamentos de bônus por conta de
concessões de blocos de exploração petrolífera, para o pagamento de armas.

O insucesso do processo de lusaka não deve-se apenas a má fé da UNITA. A


estratégia da ONU de não revelar acções públicas contra violações dos acordos, a
sua falta de transparência, incapacidade, de implementar os embargos, minaram o
respeito que a UNITA e o Governo poderiam ter para o protocolo e a sua adesão.
Com o colapso do processo, a ideia de não ver nem falar no mal, parece ter
funcionado. Por duas vezes empregou-se a ideia é por duas vezes fracassaram, os
acordos de paz, o regresso a guerra. A situaçãopoderia ser evitada se a ONU
tivesse incluído os seus soldados de paz, com dever de efectuar uma monitorização
sensível e para registarem as violações do cessar-fogo, do embargo assim como
dos direitos humanos. Devia impor-se um embargo de armas para ambos, o
embarque à venda de diamantes da UNITA os rebeldes usavam-no para armarem-
se.

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Conclusão

Chegado a conclusão de que o acordo de lusaka foi um tratado de paz


angolano que durou cerca de quatro anos e tinha como base a desmobilização das
tropas do MPLA/FAA e da UNITA/FALA. O tratado foi assinado na capital da
Zâmbia, Lusaka, no dia 20 de Novembro de 1994, pelo então ministro das relações
exteriores do governo angolano, Venâncio de Moura e o então secretário geral da
UNITA, Eugénio Ngolo Manuvakola. Este processo que veio corrigir alguns défices
que registaram-se nos acordos de Bicesse e também serviu para a formação de um
governo de unidade é de reconciliação nacional em Angola, que incluiu todas as
forças políticas que tinham assento parlamentar, saído das eleições de 29 e 30 de
Setembro de 1992. No entanto a guerra continuou até 2002, com a morte do Dr.
Jonas Malheiro Savimbi, líder da UNITA foi morto em combate. Por este facto a
UNITA depois desse acordo deixou de ser um movimento armado passando a ser
uma força política.

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Anexos
1.

Os dois grandes líderes da UNITA e MPLA: Dr. Dos santos e Dr. Savimbi em apertos de mão.

2.

Anteriormente citados em tempos de reconciliação por parte de acordos.

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Referências bibliográficas

www.wikipedia.com

www.gogle.com

www.apreder.com

www.wikdicionary.com

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