Você está na página 1de 16

ELEMENTOS

DO DIREITO
Prof. Maycon Raulino Coelho
AULA 3 - 22.03.2023 - Conceitos em Direito

Conteúdo Programático:

● Direito enquanto ciência


● Etimologia, Denominação e Distinção
● Características
● Estrutura Tridimensional do Direito
Conceito
“O termo “direito” comporta pelo menos as “De “experiência jurídica”, em verdade, só
seguintes concepções: a de ciência, podemos falar onde e quando se formam relações
correspondente ao conjunto de regras próprias entre os homens, por isso denominadas relações
utilizadas pela Ciência do Direito; a de norma intersubjetivas, por envolverem sempre dois ou
jurídica, como a Constituição e as demais leis e mais sujeitos. Daí a sempre nova lição de um
decretos, portarias etc.; a de poder ou antigo brocardo: ubi societas, ibi jus (onde está a
prerrogativa, quando se diz que alguém tem a sociedade está o Direito). A recíproca também é
faculdade, o poder de exercer um direito; a de fato verdadeiro: ubi jus, ibi societas, não se podendo
social, quando se verifica a existência de regras conceber qualquer atividade social desprovida de
vivas existentes no meio social; e a de justiça, que forma e garantia conceber qualquer atividade
surge quando se percebe que certa situação é social desprovida de forma e garantia jurídicas,
direito porque é justa.” nem qualquer regra jurídica que não se refira à
sociedade.”
(RIZZATO NUNES, 2019, p.76) (MIGUEL REALE, 2002, p. 2)
Etimologia

● A palavra “Direito” deriva do Latim directu (m) -


colocar em linha reta.
● Deusa IUSTITIA (JUSTITIA) - declarava o
direito (jus) - direito (rectum)
○ de+rectum
● Denominação.
○ law, derecho, droit, recht
Direito enquanto ciência
“Aos olhos do homem comum o direito é lei e
ordem, isto é, um conjunto de regras
obrigatórias que garante a convivência social
graças ao estabelecimento de limites à ação
de cada um de seus membros. Assim sendo,
quem age de conformidade com essas regras
comporta-se direito; quem não o faz, age
torto.”

(REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27ª


Ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 1.)
Direito enquanto ciência
“A introdução e ciência do direito não possui um
prisma próprio para contemplar o direito,
fazendo as vezes de filosofia jurídica, quando
procura expor os conceitos universais do direito,
que constituem os pressupostos necessários de
quaisquer fenômenos jurídicos; (...) quando
analisa os fatos sociais que exercem influência na
seara jurídica, por intervirem na gênese do
desenvolvimento do direito (...)”

(DINIZ, Maria Helena. Compêndio de


introdução à ciência do Direito. 27ª Ed.São Paulo:
SAraiva Educação, 2019, p. 22).
Direito enquanto ciência
“(...) Como teoria (a teoria pura do
direito), quer única e exclusivamente,
conhecer o seu próprio objeto. Procura
responder a esta questão: o que é e como é
o Direito? Mas já não lhe importa a
questão de saber como deve ser o Direito,
ou como deve ele ser feito. É ciência
jurídica e não política do Direito.”

(KELSEN, Hans, 1881-1973. Teoria pura do direito;


[tradução JOão Baptista Machado]. 6ªEd. São Paulo:
Martins Fontes, n. 1198, p. 1)
Direito enquanto ciência

“A Ciência do Direito é uma ciência de


investigação de conduta que têm em vista
um “dever-ser” jurídico, isto é, a Ciência do
Direito que investiga e estuda as normas
jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos
certas regras de conduta que devem ser
obedecidas.”

(NUNES, Rizzatto. Manual de Introdução ao


Estudo do Direito. 16ª Ed. São Paulo: saraiva
Educação, 2019, p. 73.
Método do Direito

● Ciência Social Aplicada


○ Ideal para Real
● Métodos interpretativos através
da Hermenêutica.
● art. 111, do CTN.
Distinção entre o Direito e a Moral

● Direito - heterônomo, bilateral-atributivo (coercível)


● Moral - autônoma, incoercível, voluntária do indivíduo.
● Ambos com normas de comportamento e regulam condutas.
● Teoria do Mínimo Ético (Georg Jellinek (1851-1911)
● Direito imoral e direito amoral.
Estrutura Tridimensional do Direito

● Dr. Miguel Reale (1910 - 2006)

● Direito enquanto estrutura tridimensional:


○ Fato - juridicamente relevante
○ Valor - dado pelo direito
○ Norma - ligando a relação entre fato e valor
Estrutura Tridimensional do Direito

Cobrança de Aluguel:
● Fato: locação
● Valor: fixado em contrato (R$1.000,00)
● Norma: regulando a relação - Lei 8.245 / 91
Estrutura Tridimensional do Direito

a) onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente (fato
econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc.); um valor, que confere determinada
significação a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou
preservar certa finalidade ou objetivo; e, finalmente, uma regra ou norma, que representa a relação ou
medida que integra um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor;

b) tais elementos ou fatores (fato, valor e norma) não existem separados um dos outros, mas coexistem
numa unidade concreta;

c) mais ainda, esses elementos ou fatores não só se exigem reciprocamente, mas atuam como elos de
um processo de tal modo que a vida do Direito resulta da integração dinâmica e dialética dos três
elementos que a integram.
(REALE, 2018, p. 65)
Estrutura Tridimensional do Direito
EMENTA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. CONEXÃO COM AÇÃO DECLARATÓRIA. MORTE DE UM DOS AUTORES.
COMUNICAÇÃO TARDIA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PRELIMINARES DE IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL E IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
REJEITADAS. PROVA DA INADIMPLÊNCIA DOS COMPRADORES E DA NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. DIREITO ÀS BENFEITORIAS. PRECLUSÃO. I - Segundo a
jurisprudência do STJ, a ausência de suspensão do processo nos casos de falecimento da parte configura nulidade relativa, exigindo-se, para a invalidação
dos atos processuais posteriores, que seja demonstrado o efetivo prejuízo. Ausente a demonstração de prejuízo, desnecessária a suspensão do feito. II -
Deve ser rejeitada a preliminar de irregularidade de representação, tendo em vista que foi juntada aos autos a procuração devidamente assinada pelos
apelados. III - Precluiu a alegação de impossibilidade jurídica do pedido, por inadequação da via eleita, uma vez que a parte não se insurgiu contra a
decisão do Juízo a quo, que afastou a preliminar. IV - Restando incontroverso nos autos que as partes celebraram um contrato de compra e venda de
imóveis rurais, e que os réus não pagaram a integralidade do valor acordado, bem como que estes foram notificados da intenção dos autores de não
renovarem o contrato de arrendamento, forçoso concluir que a boa-fé sempre esteve com o autor, razão pela qual deve ser mantida a sentença que julgou
procedentes os pedidos da ação declaratória. V - A ação de despejo por falta de pagamento, somente pode ser elidida com a comprovação da quitação, o
que não ocorreu no presente caso. VI - Verificando-se que os réus não especificaram, nem pleitearam as benfeitorias em contestação, resta configurada a
preclusão. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 0803009-10.2017.8.10.0026, em que figuram como partes os acima
enunciados, ACORDAM os Desembargadores da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, por unanimidade, em NEGAR
PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto do Relator. Participaram do julgamento os Senhores Desembargadores Jorge Rachid Mubárack Maluf -
Relator, Kleber Costa Carvalho e Nelma Sarney Costa. Funcionou pela Procuradoria Geral de Justiça o Dr. José Antonio Oliveira Bents. São Luís, 18 de
março de 2021. Des. JORGE RACHID MUBÁRACK MALUF Presidente e Relator ( PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL Sessão do dia 18 de março de 2021. APELAÇÃO
CÍVEL Nº 0803009-10.2017.8.10.0026 - BALSAS APELANTES: CLÁUDIO BRUNETTA E JUREMA CALEGARI BRUNETTA )
PARA A PRÓXIMA
AULA :
Direito Objetivo e Direito Subjetivo

Até a próxima!
Prof. Maycon Raulino Coelho
@mayconraulinocoelho
maycon.raulino@superior.florence.edu.br

Você também pode gostar