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ELEMENTOS

DO DIREITO
Prof. Maycon Raulino Coelho
4. Direito Objetivo e Subjetivo

Conteúdo Programático:

● Direito Objetivo
● Direito Subjetivo
● Sujeitos de Direito
● Escolas do Pensamento Jurídico
Participe

Reflita sobre:

“Direito de dirigir”, “Direito à Vida”, “Direito à Educação”,


“Direito de herança”, “Direito de cultivar a terra”, “Direito do trabalho”

O DIREITO É ALGO INERENTE AO SUJEITO


OU
É CONSTRUÍDO SOCIALMENTE?
Direito Objetivo

● Complexo de normas impostas às pessoas (físicas ou jurídicas),


tendo caráter universal, dentro de um território onde há estado
soberano.
● Ex. Emissão de nota fiscal, contratos de compra e venda, etc.

Entende-se como Direito Objetivo “o conjunto de normas e modelos jurídicos -


exatamente porque se destina a ter vigência e eficácia na universalidade de um
território - constitui, no seu todo, um sistema global que, através de um
ordenamento jurídico. (REALE, 2002, p. 189/190)
Preâmbulo da Constituição

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia


Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”
Direito Subjetivo

● Faculdade de postular seu direito, visando a realização de seus


interesses.
● Ex: Acionar um vizinho judicialmente, realizar denúncia, executar
contratos, exigir direito à saúde, etc.
Artigo 188, I, do Código Civil de 2002 (Lei 10.406 de 10.01.2002)

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Sujeitos de Direito

● Pessoas Físicas: art. 1, do Código Civil


● Personalidade Jurídica = art. 2, do Código Civil
● Incapazes: art. 3, do Código Civil
● Início da Capacidade:
● Capacidade para o trabalho = Art. 7, XXXIII, da
CRFB/88
● Capacidade de Voto: art. 14, §1, da CF/88;
● Término da Pessoa Natural: Art. 6, do Código CIvil
Pessoa Jurídica

● Conceito: Unidade organizada de pessoas físicas


e/ou patrimônios que visa determinados fins,
sendo juridicamente tratada como sujeito de
direito.

● Personalidade DIVERSA de seus sócios.


Tipos de pessoas jurídicas (privadas)

● Artigo: 53, do CC;


● Art. 981, do CC;
● Art. 62, do CC;
● Art. 44, §1, do CC;
● Art. 980-A, do Código Civil
Pessoas Jurídicas de Direito Público

● Pessoas Jurídicas de Direito Público


Interno: art. 41, do Código Civil;

● Pessoas Jurídicas de Direito Público


Externo: art. 42, do Código Civil
Entes Despersonalizados

● Sociedades que não foram legalmente


reconhecidas como pessoas jurídicas;

● Exemplos: Massa Falida, Espólio,


Herança Jacente, Herança Vacante.
Animais enquanto sujeitos de Direito

● Artigo 82, do Código Civil


● Lei. 12.854/2003 - Santa Catarina: Código Estadual de proteção aos
animais:
● Lei Art. 34-A. Para os fins desta Lei, cães e gatos ficam reconhecidos
como seres sencientes, sujeitos de direito, que sentem dor e angústia, o
que constitui o reconhecimento da sua especificidade e das suas
características face a outros seres vivos. (NR) (Redação dada pela Lei
17.526, de 2018)Estadual (SC) 12.854 de 2003, art.
● REsp 1.713.167/SP.
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. ANIMAL DE ESTIMAÇÃO. AQUISIÇÃO NA
CONSTÂNCIA DO RELACIONAMENTO. INTENSO AFETO DOS COMPANHEIROS PELO ANIMAL. DIREITO DE VISITAS.
POSSIBILIDADE, A DEPENDER DO CASO CONCRETO. 1. Inicialmente, deve ser afastada qualquer alegação de que a discussão
envolvendo a entidade familiar e o seu animal de estimação é menor, ou se trata de mera futilidade a ocupar o tempo desta Corte. Ao
contrário, é cada vez mais recorrente no mundo da pós-modernidade e envolve questão bastante delicada, examinada tanto pelo ângulo da
afetividade em relação ao animal, como também pela necessidade de sua preservação como mandamento constitucional (art. 225, § 1, inciso
VII - "proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade”). 2. O Código Civil, ao definir a natureza jurídica dos animais, tipificou-os como coisas e, por
conseguinte, objetos de propriedade, não lhes atribuindo a qualidade de pessoas, não sendo dotados de personalidade jurídica nem
podendo ser considerados sujeitos de direitos. Na forma da lei civil, o só fato de o animal ser tido como de estimação, recebendo o afeto da
entidade familiar, não pode vir a alterar sua substância, a ponto de converter a sua natureza jurídica. 3. No entanto, os animais de
companhia possuem valor subjetivo único e peculiar, aflorando sentimentos bastante íntimos em seus donos, totalmente diversos de
qualquer outro tipo de propriedade privada. Dessarte, o regramento jurídico dos bens não se vem mostrando suficiente para resolver, de
forma satisfatória, a disputa familiar envolvendo os pets, visto que não se trata de simples discussão atinente à posse e à propriedade. 4. Por
sua vez, a guarda propriamente dita - inerente ao poder familiar - instituto, por essência, de direito de família, não pode ser simples e
fielmente subvertida para definir o direito dos consortes, por meio do enquadramento de seus animais de estimação, notadamente porque é
um munus exercido no interesse tanto dos pais quanto do filho. Não se trata de uma faculdade, e sim de um direito, em que se impõe aos
pais a observância dos deveres inerentes ao poder familiar. 5. A ordem jurídica não pode, simplesmente, desprezar o relevo da relação do
homem com seu animal de estimação, sobretudo nos tempos atuais. Deve-se ter como norte o fato, cultural e da pós-modernidade, de que
há uma disputa dentro da entidade familiar em que prepondera o afeto de ambos os cônjuges pelo animal. Portanto, a solução deve
perpassar pela preservação e garantia dos direitos à pessoa humana, mais precisamente, o âmago de sua dignidade. 6. Os animais de
companhia são seres que, inevitavelmente, possuem natureza especial e, como ser senciente - dotados de sensibilidade, sentindo as mesmas
dores e necessidades biopsicológicas dos animais racionais -, também devem ter o seu bem-estar considerado. 7. Assim, na dissolução da
entidade familiar em que haja algum conflito em relação ao animal de estimação, independentemente da qualificação jurídica a ser adotada,
a resolução deverá buscar atender, sempre a depender do caso em concreto, aos fins sociais, atentando para a própria evolução da
sociedade, com a proteção do ser humano e do seu vínculo afetivo com o animal. 8. Na hipótese, o Tribunal de origem reconheceu que a
cadela fora adquirida na constância da união estável e que estaria demonstrada a relação de afeto entre o recorrente e o animal de
estimação, reconhecendo o seu direito de visitas ao animal, o que deve ser mantido. 9. Recurso especial não provido. RESP 1.713.167/SP
Escolas de Pensamento Jurídico

● Jusnaturalismo
○ John Locke (1632-1704)
○ Thomas Hobbes (1588-1679)
○ Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
■ legítima defesa
■ autoconservação
● Conceitos subjetivos
Direito Racional

● Immanuel Kant (1724-1804)

○ “fim em si mesmo”

● Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)

○ não há contrato
Escola da Exegese
● Direito Natural inserto na legislação, criada racionalmente.
● Código Civil Francês (Código Napoleônico) em 1804.
● Função mecânica
● Vontade do legislador
○ Interpretação lógico-sistemática
● Crítica
○ Utilitarismo de Benthan
○ Teleologismo de Rudolf von Ihering
Escola da Exegese
ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. MULTAS. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DO ALIENANTE. INTERPRETAÇÃO MITIGADA DO ART. 134 DO CTB. ACÓRDÃO
RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 83/STJ. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA. INAPLICABILIDADE DO ART. 97 DA CF/88.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO 1. Comprovada a transferência da propriedade do veículo,
afasta-se a responsabilidade do antigo proprietário pelas infrações cometidas após a alienação,
mitigando-se, assim, o comando do art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro. 2. A mitigação do art. 134
do CTB não implica em declaração de inconstitucionalidade do referido dispositivo legal, tampouco o
afastamento desse, mas tão-somente a interpretação do direito infraconstitucional aplicável à espécie,
razão pela qual não há se falar em violação à cláusula de reserva de plenário prevista no art. 97 da CF e
muito menos à Súmula Vinculante 10 do STF (AgRg no AREsp 357.723/RS, Rel. Min. BENEDITO
GONÇALVES, DJe 10.09.2014). 3. Agravo Regimental do DETRAN/RS desprovido. (AgRg no AREsp n.
457.738/RS, Rel. MInistro Napoleão Nunes Maia Filho, j. em 04.11.2014, v.un., Primeita Turma).
Juspositivismo

● Juspositivismo ou Positivismo Jurídico


○ Hans Kelsen
○ Teoria Pura do Direito

“(a Teoria Pura do Direito) pretende libertar a ciência jurídica de todos os elementos que lhe são estranhos. Esse
é o seu princípio metodológico fundamental.
Isto parece-nos algo de per si evidente. Porém, um relance de olhos sobre a ciência jurídica tradicional, tal como
se desenvolveu no decurso dos sécs. XIX e XX, mostra claramente quão longe ela está de satisfazer à exigência
da pureza. De um modo inteiramente acrítico, a jurisprudência tem-se confundido com a psicologia e a
sociologia (...). Esta confusão pode porventura explicar-se pel ofato de estas ciências se referirem a objetos que
indubitavelmente têm uma estreita conexão com o Direito.”
(KELSEN, 1998, p. 1-2)
Comparativo

Direito Positivo Direito Natural

Mutável Imutável

Base territorial Universal

Estado é soberano O pressuposto está acima do Estado

Formulação culturalmente construída Deriva-se da essência natural do ser


Realismo Jurídico

● Realismo Jurídico
○ Direito enquanto aquilo que os Juízes (Tribunais) diz que é.
○ Common Law
■ Lênio Streck;
■ STF;
■ Ministro Flux;
■ Ativismo Judicial.
Para a próxima aula

Pesquise uma súmula do STF e


compartilhe com a turma
durante a nossa próxima aula.
Lembre-se de identificar a
possibilidade de ser uma súmula
vinculante ou não.
Obrigado e
Até a próxima aula!

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