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Uma conmoaliy eve consume 6 no rival endo cexcludente, bem privado Uma conmoaliy eve consume & ale exeludence Bens publicos ‘Nao hd nenhuma religido mais alta que aassisténcia social Trabalhar para o bem comum é a ‘mais alia doutrina. ‘Nunca ouvl dizer que tenham realizado grandes colsas aqueles que simulam exercer 0 ‘comércio visando ao bem plblico. aan ssa ‘Apés os ataques terroristas de 11 de sctembro de 2001 nos Estados Unides, todos os ame- ricanos concordaram que 0 governo precisava tomar medidas para prevenir agressies no futuro. Embora as pessoas debatessem vigorosamente sobre o que deveriam ser essas medi- das, todos tinham por certo que a defesa era fungio prépria do governo. Que caracteristca de defesa nacional a toma uma responsabilidade apropriada do governo? Hé outras mer- cadorias e servigos que também apresentam essa caractertstica? O governo também deve fomect-los? Essas perguntas repousam no centro de algumas das mais importantes contro- vérsias das politicas piblicas. Neste capitulo, discutimos sob que condigdes 0 governo deve Fomover meiwalutia © se1vigus. Delivaiues especial ateuydo & uauprocussu dus suutivos pelos quais o mercado pode falhar em fomecer determinadas mercadorias, de acordo com niveis Pareto eficientes. ooo > BENS PUBLICOS DEFINIDOS Qual a diferenga entre a defesa nacional uma pizza? A pergunta parece ridfcula, mas pensar sobre ela leva a uma estrutura dil para determinar se 0 fornecimento pdblico ou privado de virias commodities faz sentido, Para comecar, uma diferenga grande entre as duas commodities 6 que duas pessoas ndo podem consumir uma pizza simultaneaments ~ se eu como um pedago, vocé néo pode comé-1o. Em contraste, seu consumo dos servigos de protecdo fornecidos pelo Exército néo diminui 0 meu consumo dos mesmos servicos. ‘Uma segunda diferenca importante ¢ que eu posso facilmente excluir vocé de consumir tia pizea, unas muauté-ly afastale Jos beueficios da Uefess uacioual & yuase insposstvel. (E muito dificil imaginar uma situagdo em que terroristas tenham permissio para invadir a sua casa mas nao a minha.) ‘A defesa nacional é um exemplo de um bem pablico puro, definido da seguinte rmaneira: * O consumo do bem é ndo rival — uma vez fornecido, 0 custo adicional do recurso para ‘consumo do bem por outra pessoa € 2270. ‘= © consumo do bem & ndo axcludente —impedir alguém de consumir 0 bem é muito caro ou impossfvel. Em contraste, um bem privado como uma pizza é rival e excludente. Virios aspeetos de nossa definigdo de bem piblico sfo dignos de nota. CAPITULO 4 Bens publicos 55 ‘Mesmo que todo mundo consuma a mesma quantidade do bem, ele néo deve ser igualmente valorizado por todos Pensc em limpar um apartamento com vé- rios companheiros de quarto da universidade, Essa atividade é um bem pablico. Todos se beneficiam de um banheiro limpo, e é dificil excluir alguém desse beneficio, Mas alguns estudantes preocupam se muito mais com a limpeza que outros. Da mesma forms, no nos so exemplo da defesa, as pessoas que se preocupam profundamente com as intengOes de estrangeiros hostis valorizam mais a defesa nacional que as pessoas que se sentem relati- ‘vamente segura, idea mais eanstante: Te fato, as pessoas talue7 difiram sobre se 0 valor de certo bem piblico ¢ positivo ou negativo, Todos nao tém escolha a ndo ser consumir 0 servigos de um novo sistema de misseis. Para esses que acreditam que o sistema aumenta a sua seguranca, 0 valor é positivo. Outros pensam que mais mfsseis s6 resultam em uma corrida armamentista ¢ enfraquecem a seguranca nacional. Esses individuos estimam um :nisil adivional negativamente. Bes estasiam dispostos « pagat por nd0 t€-lo por pesto. A clascificagso como bem piiblico no & absoluta; dopende de condigéex de mercado e do estado da tecnologia Pense em um farol. Uma vez que o farol es- teja aceso, um navio pode aproveité-lo sem afetar a capacidade de outro navio em fazer 0 ‘mesmo. Além do mais, nenhum navio pode ser impedido de tirar proveito da sinalizacio, Sob essas condigdes, 0 farol é um bem piblico puro. Mas suponha que fosse inventado um dispositivo de interferéncia capaz de impedir que navios avistassem a luz do farol, a ‘menos que comprassem um receptor especial. Neste caso, 0 critétio de no exclustio no se mantém, € 0 farol ndo é mais um bem pailico puro. Uma vista panordmica é um bem pblico pure quando no hé muitas pessoas envolvidas. Mas na medida em que © némero de turistas aumenta, a drea pode ficar superiotada. A mesma “quantidade” da vista panor’- mica esta sendo “consumida” por cada pessoa, mas a qualidade diminui de acordo com a quantidade das pessoas. Por isso, 0 eritério de ndo rivalidade nio é mais atendido. Em muitos casos, entdo, faz sentido pensar em “‘publicness” (publicidade) como uma {questi de gradacao. Um bem pablico puro atende a definicéo de modo exato. O consumo de um bem péblico puro é, em algum nivel, rival ou excludente. Néo hé muitos exemplos 4e bens paiblicos puros. No entanto, assim como a andlise da competigao pura rende ideias importantes sobre o funcionamento dos mercados reals, # anilise de bens publicos puros ajuda a entender os problemas enfrentados pelos tomadores de decisio pablicos. Uma commodity pode satisfazer parte da definigéo de bem pablico e ndo satisfazer outra parte Ou seja, a ndo exclusio e a nio rivalidade ndo precisam estar juntas. Pense nas ruas de uma frea central da cidade durante a hora do rush. A nfo exclusio geralmente se mantém, pois nao é vigvel montar cabines de peddgio suficientes para con- {rolar vefculos e impedir alguns de entrar. Mas 0 consumo certamente € rival, como pode stestar qualquer um que ficou preso em um engarrafamento, Por outro lado. muitas pes- soas podem aproveitar uma enorme érea do litoral sem diminuir 0 prazer de outros. Apesar do fto de 0s indivfduos nao serem rivals uns dos outres no consumo, a exclusdo sera fil se houver poucas vias de acesso. Como antes, a caracterizagao de uma commodity depende do estado da tecnologia e de disposigdes legais. Pense novamente no engarrafamento na estrada. Transmissores instalades nos para-brisas, como o ConectCar, usam ondas de rédio para identificar automéveis e cobrar pelo pedégio automaticamente nas contas dos moto- ristas. A rodovia CityLink de Melbourne, na Austrdlia, por exemplo, ndo requer pragas de pedigia: 08 motorisias pagam por meio da transmissor ou ligam ¢ registram 0 niimera da placa para os dias que planejam usar a estrada, Algumas estradas com pedégio alteram a tanta para retletir periodos de demanda mais alta e mais baixa. Pode-se imaginar que al- ‘zum dia essa tecnologia seré usada para a cobranca de carros em ruas congestionadas das cidades. As ruas tomar-se-iam excludentes. bem pablic impure Um bem que 6 rival e/ou fexclugente ce cara poe, 5 PARTI _Despeses piiblicas: bens piblicos ¢ externelidedes bone piblicos fornacidos publicamente Commeditesrvaise cexcludentes que sho emacdas por governos Algumas coisas que nao so convencionalmente consideradas commodities ‘tm caracteristicas de bens publicos Um excmplo importante é a honestidade. Se todos os cidados forem honestos em transagbes comerciais, toda a sociedade se beneficia, pois os custos de se fazer negécio ficam mais baixos. Essas reduces de custos so no excludentes e nao rivais. Da mesma forma, a equidade da distribuigio de renda é um bem pablico. Se a renda ¢ distribufda “de forma justa”, cada pessoa fica satisfeita por viver em ‘uma sociedade boa, e ninguém pode ser exclufdo de ter essa satisfagao, Naturalmente, por causa de desacneng sore nogies ce equidade, ax pessoas paclem divergir coher como ima determinada distribuigao de renda deve ser estimada, Nao obstante, o consumo da equida- de da distribuigdo de renda é nao rival e ndo excludente —e, portanto, é um bem puiblico. Certos tipos de informagies também sio bens péiblicos. Em Los Angeles, os restaurantes devem exibir uma classficagdo de higiene: “A” (limpo), “B” (sujo) ou “C” (nojento). Essa informagao exibe as varacterfticas ds bens péblicos — o consumo € 80 tival, no sentido ue todos podem ficar sabendo, sem custos, sobre a higiene do restaurante indo & Internet, consultando um jornal ou simplesmente dando uma olhada na janela do restaurante,e € ndo excludonte. Os bens privados no séo sempre fornecidos exclusivamente pelo setor privado Hé muitos bens privados fornecidos de modo piiblico ~ commodities ri- vais ¢ excludentes que sio fornecidos por governos. Servigos médicos € moradia si0 dois exemplos de bens privados &s vezes fornecidos de modo piiblico. Da mesma forma, como veremos mais tarde, bens puiblicos podem ser fornecidos de modo privado. (Pense nas pessoas que doam dinheiro para manter espagos piblicos, que € 0 modo como © Central Park de Nova York consegue ter aquelas belas flores.) Em resumo, a indicagio de privado ou pablico nao € 0 suficiente para nos dizer sobre que setor fornece deter- minado item, © fornecimento por parte do governo de um bem nio significa necessaria- mente que esse bem deve ser produzido pelo governo Considere a coleta do Lixo, Algumas comunidades fornecem elas mesmas esse servigo: os administradores do szoverno compram caminh@es de lixo, contratam funcionério e organizam os horérios. Em outras comunidades, a administragao municipal contrata uma empresa privada para otraba- Iho e nko organiza o servigo cla mesma, Alguns estados até mesmo deixam sua representa~ io legal a carga do setor privado. Por exemplo, o procurador geral de justiga de Oklahoma Contratou escritérios de advocacia privados para processar as empresas avicolas que supos- tamente poluiram as vias navegiveis do estado (Liptak, 2007]. > FORNECIMENTO EFICIENTE DE BENS PUBLICOS Qual é a quantia eficiente de defesa ou de qualquer outro bem péblico? Comecamos por reexaminar os bens privados a partir de uma perspectiva levemente diferente que a do Ca- pitulo 3. Suponha outra vez uma sociedade com duas pessoas, Adio ¢ Eva. HA duas mer- cadorias privadas, mags ¢ folhas de figueira. Na Figura 4.1, a quantidade de folhas de figueira () é medida no eixo horizontal, eo prego por folha de figueira (P) esté no vertical. ‘A cacvnde demand de! Aida referent ds folhas de igoeica €mepresentada pox DNA caree de demanda mostra a quantidade de folhas de figueira que Adio estaria disposto a consumir por determinado prego, tudo 0 mais constante.° Da mesma forma, Dna Figura 4.18 € a curva de demanda de Eva. A curva de demanda de cada um também mostra quanto ele ou ela estaria disposto a pagar por uma quantidade determinada. CAMTULO 4 Dens piiblicos 57 n 1 ‘Fp 0 2 frorano 3 ‘por en FIGURA 4.1. Adicao horizontal das curvas de demanda. ‘A curva de demanda do mercado de um bem privade como folhas de figue'ra ¢ cerwvada por ‘exemplo, a um preco de $5, Ado dems demanda duas folhas de figueira, entao quantidade total ex de figueira e 6 de tés folhas de figueira. Suponha que nés queremos derivar a curva de demanda do mercado para folhas de ‘gueira. Vara tazer 1860, simplesmente edicionamos 0 numero de tolhas de tigueira que cada pessoa demanda a cada preco. Na Figura 4.1 a um preco de $5. Adio demanda uma folha de figueira, a distincia horizontal entre o eixo vertical ¢ D’. A Figura 4.1B indica, que, nesse prego, Eva demanda duas folhas de figueira. A quantidade total exigida ao prego de $5 €, portanto, de trés folhas. A curva de demanda do mercado para folhas de figueira € rotulada como D?”* na Figura 4.1C. Como acabamos de mostrar, © ponto em que prego 6 $5 e quantidade 6 3 fica na curva de demando do mercado, Da mesma forma, para achar a demanda do mercado em um determinado prego dado, some a distancia horizontal entre cada uma das curvas de demanda privadas e o eixo vertical naquele prego. Esse process0 é chamado adigia horirantal a ‘A Figura 4.2 reproduz as informagGes da Figura 4.1. A Figura 4.2C entio sobrepte @ Proceso de ciar ua ana curva da oferta do mercado, rotulada de S, na curva de demanda do mercado D0 equi- de demanda do mercado prio do mercado reside onde oferta e demanda sfo iguais, no prego de $4,na Figura 4.2C. Paumecdeadieie sos esse prego, Adio consome 1% folhas de figueira e Eva consome 3. Observe que io hé 32 eividuo acada prego rnenhuma razao para se esperar que Adio ¢ Eva consumissem as mesmas quantias. Por conta de gostos e rendas diferentes, eles demandam quantidades diferentes de folhas de Figueira. Isso possivel porque as folhas de figueira slo bens privados. © cquilfbrio na figura 4.2C tam uma propriedads significativa: a alocagdo de folhas de figueira tem eficiéncia de Pareto, Na teoria do consumidor, o individuo que maximiza a utilidade define a taxa marginal de substituigdo de folhas de figueira por macis (TMS,,) como igual ao preco das folhas de figueira (P) dividido pelo prego de macis (P,): TMS, = P,/P,.’ Como apenas 0s pregos relatives importam para escolha racional, 0 prego de ma- «is pode ser arbitrariamente definido como qualquer valor. Como conven¢a0, defina P, SI. Assim, a condigdo para maximizacdo da utilidade se reduz a TMS... = P,..O preco de fo- thas mede, assim, 0 {ndice em que um individuo estédisposto a substtuirfolhas de figueira por magia. Agora, acurva de mercado de Adio para folhas de figucira (D) mostra 0 prego horizont 58 PARTE I! Despeses piiblicas: bens publicos ¢ externelidedes A B 1% fam Sean FIGURA 4.2 Fornecimanta aficiante do um ham privada, (O mercado esté em equilbrio quando oferta e procure estao iguais. :mximo por folha de figueira que ele pagaria em cada nivel de consumo de folha. Portan to, a curva de demanda também mostra a TMS,, em cada nfvel de consumo de fotha de figueira, Igualmente, a D5 pode ser interpretada como a curva da TMS,, de Eva. Da mesma rmaneira, a curva de oferta OF da figuen 4 9 mostra coma a taxa marginal de transfirmagio das folhas de figueira em magas (T™MT,,) varia com a produgao de folhas de figueira.” Em equilfbrio na Figura 4.2C, Addo e Eva definem 0 TMS, igual a quatro, €0 produ- tor também define o TMS,, como quatro. Por isso, em equilfbrio musi = TMS" = TMT, an A equagio (4.1) € condigio necessfria para a eficiéncia de Pareto derivada no Capitulo 3 Contanto que o mercado seja competitivo e funcione adequadamente, o Primeito Teorema de Bem-tstar garante que essa condigao se mantem. Derivagao da condigao de eficiéncia ‘Tendo agora reinterpretado a condigao para fornecimento eficiente de um bem privado, cxaminamos 0 caso do bem piblico. Vamos deseuvolver @ condigd0 intuitivameate antes de examinar a derivagdo formal. Suponha que Adio ¢ Eva estejam assistindo a uma exi- bigdo de fogos de artficio. O prazer que Eva sente ao ver os fogos nfo diminui o de Ado «© vice versa, « é impossivel para uma pessoa impedir outra de observar a exibigio. Por isso, 0 show de fogos de artficio € um bem pablico. O tamanko do show de fogos de arti- ficio pode variar, ¢ tanto Ado quanto Eva preferem os maiores aos menores, tudo o mais Constante. Suponha que 0 show consista em 19 roj6es e que possa aumentar a um custo de $5 por rojo, que Adio estaria disposto a pagar $6 para que o show aumentasse por meio da exibigdo de outro rojo, e que Eva estariadlsposta a pagar $4, &eflciente aumentar 0 tamanho do show em um rojo? Como de costume, devemos comparar o valor adicional associado a esse rojao (0 “beneficio marginal”) com o custo de fornecer esse rojo (0 “cus- ara vero motivo, observe que, sob competislo, as empresas profuzem até o pontoem que o prego se igual 0 custo marginal, Po sso, a curva de procura 0, rosea 0 custo marginal de cada nivel da produto de folha de figure. Conforme notado no capulo 3, em “Economia do Bem-Estar", TMT. = CH, (CM, Como P= $1 €0 rego igual o custo marginal, eatio CM, = Se7MT,, = Cl, Porant, podcmot idenifcarataxa marginal de trmnsformapdo com o custo marginal, por isso, com a curva de oferta CAPITULO 4 Bens puiblicos 59 to marginal”). Para computar o beneficio marginal, observe que o consumo do show & no rival, portanto 0 vigésimo rojao € consumido tanto por Ado quanto por Eva. Por iss0, © beneficio marginal do vigésimo rojo & a soma do que os dois estio dispostos a pagar, que €S10. Como o custo marginal é de apenas $5, ele basta para adquirir o vigésimo rojao. Ge- ralmente, se a soma da disposigio dos individuos em pager por uma unidade adicional de tum bem piblico excede o custo marginal desse bem, a eficincia exige que a unidade seja comprada; se for o contrério, a compra no deve acontecer. Por isso, eficiéncia exige que 0 famecimenta de wm bem piiblica seja expandide até 0 panta em que a soma da beneficio ‘marginal de cada pessoa para atitima unidade iguale o custo marginal. Para ilustrar este resultado, considere o painel A da Figura 4.3, em que o consumo de rojdes (r) de Adao ¢ medio no eixo horizontal, ¢o preco por rojdo (P,)esté no eixo vertical. ‘Accurva de demanda de Adio para foguetes é D*; a de Eva é D’ na Figura 4.3B. Como deri- ‘aus &disposiga do prupu cin paas polos sujdes? Pata aches a eve de deuandade grup para folhas de figueira — um bem privado -, somamos horizontalmente as curvas de demanda FIGURA 4.3. Adicao vertical de curvas de demand A curva total de demanda de um bem piblice como rojées é derivada por meio da adigéo dos 'precos que cada pessoa esté disposta a pagar por uma determinada quantidade. Por exem- blo, Adio esté disposto a paaar $6 pelo viaésimo rojo e Eva esti disposta a pacar $4 por esse rojao; desse modo, a disposicao total em pagar 0 rojao é de $10. * Tata-se de um exemplo comum de andise marginal em economia, Veja um exame mais aprofundado no apéa- ice do fim dol, 60 PARTE! _Despeses piiblicas: bens piblicos ¢ externelidedes adigho vertical de demands agregade pare lum bam publica por meio da adiggo dos propos que Subse ear eais '3 pager por uma dada eee individuais. Esse procedimento permitiu a Adio e Eva consumir quantidades diferentes de folas de figueira pelo mesmo prego. Para um bem privado, sto €bom. No entanto, os servi {05 produzidos pelos ojGes ~ um bem pliblico ~ devem ser consumidos em quantias iguas. Se Addo consome um show de fogos de atifico de 20 rojdes, Eva também deve consumir um show de fogos de arificio de 20 rojSes. Nao faz sentido tentar somar as quantidades de um bbem péblico que os individuos consumiriam por um determinado prego. Em vez disso, para determinar a disposigo do grupo em pager pelos rojdes, adiciona- ros os pregos que cada wm estaria dispasta a page pos uma quintidade particolar A curva de exigéncia na Figura 4.3A informa que Adio esté disposto a pagar $6 pelo vigésimo ro- Ho. Eva esta disposta a pagar $4 pelo vigésimo rojo. disposigao do grupo em pagar pelo vvigésimo rojao é, portanto, de $10, Desse modo, se definimos D’“* na Figura 4.3C como a disposigdo do grupo em pagar, ento a distincia vertical entre D*** e 0 ponto r = 20 deve. set 10.° Outs poutus ea D4 sv detetiados pela repelivau Uesse prucedinnenls eat cada nivel de saida. Para um bem piblico, entdo, a disposigdo do grupo em pagar € dada pela adiglio vertical das curvas de demands individuais. ‘Observe a simotria entre bane privados « pablicos. Com um bem privado, todos tm 0 ‘mesmo TMS, mas as pessoas podem consumir quantidades diferentes. Portanto, as deman- das so somadas horizontalmente em relacio &s quantidades divergentes. No caso de bens [Riblicos, todos consomem a mesma quantidade, mas as pessoas podem ter diferente TMSs. ‘A adigio vertical é necesséria para se encontrar a disposigdo do grupo em pagar. Colocado 4e outra maneira, para bens privados normals, taéos veem o mesmo prego e, em segulda, as pessoas decidem que quantidade querem. No caso dos bens piiblicos, todos vem a mesma PRIVATIZAGAO Privatizagao quer dizer tomar servigos que séo tornecados pelo governo ¢ concedé-10s 40 setor privado para seu fornecimento ou producio. Pafses do mundo inteiro debatem as vir- tudes da privatizagdo de fungSes do govemo. Nesta sego, primeiramente vamos examiner asountos relacionados ao fornecimento &, em veguida, & produyav. Fornecimento publico ou privado? As vezes, bens fornecidos pelo poder piiblico podem ser obtidos de fontes privadas. A commodity “protegio” pode ser obtida de uma forga policial piblica. Por outro lado, © até certo ponto, as pessoas podem garantir seguranca privada, por meio da compra de cadeados e traneas, alarmes contra roubo e com a contratagao de guarda-costas. Mesmo a defesa nacional pode, em parte, ser fornecida por uma entidade privada. Os governan- tes dos Emirados Arabes Unidos, por exemplo, recentemente contrataram um exército ‘mercendrio composto de ex-soldados de outros patses para realizar missoes especiais dentro e fora do pais [Mazzetti e Hager, 20111. Da mesma forma, substitutos para servi- g0s fornecidos por tribunais piiblicos podem ser obtidos de particulares. Por causa dos altissimos eustos de se usar o sistema judicial do governo, as empresas Bs vezes ignoram os tribunais , em vez de recorrer a eles, resolvem disputas ante conselheiros neutros ‘mutuamente institufdos. ‘Ao longo do tempo, a mistura entre 0 fornecimento piiblico ¢ 0 privado mudou con- sideravelmente. Durante 0 século 19, a responsabilidade privada quanto a educagio, segu- ranga policial, bibliotecas ¢ outras funges era muito maior do que o & agora. No entanto, parece haver uma tendéncia de volta ao setor privado quanto an fornecimento de mercado- rias e servigos anteriormente oferecidos publicamente. Por exemplo, como consequéncia de comes no orgamento municipal que reduzem impostos destInados ao saneamento, em- presérios de viriaslocalidades resinem-se e contratam seus proprios lixeiros para manter as ruas limpas. Em algumas comunidades, proprietrios de casas contratam empresas privadas para fornecer protcgao contra ineéndios. De fato, eproximadamente dois tergos dos scrvi- 0s de bombeiros da Dinamarca so fomecidos por empresas privadas. Qual éa mistura correta de fornecimento piblicoe privado? Para examinar a questi, pense nos bens fornecidos piblica e privadamente como subsfdios na produgio de alguns produtos. Por exemplo, professores,salas de aulas, livros ¢ tutores sio subsidios na produ- «40 de um produto que talvez possamos chamar de qualidade educacional. Suponha que 0 ue mais importa para as pessoas seja 0 nivel da qualidade educacional, ndo os subsidios usados para produzi-la. Quais critérios devem ser usados para selecionar a quantidade de cada subsidios? Hi vérias comsideragies. Salério relative e custos materiais Sc os sctores piblico ¢ privado pagam quanties diferentes por trabalho e materiais, entdo 0 setor menos caro deve ser preferido em termos de eficiéncia, tudo 0 mais constante. Por exemplo, os custos de subsidios assumidos pelas excolas piblicas excedem os das escolas privadas quando os professores do setor piblico so sindicalizados, enquanto suas contrapartes do setor privado nao sao. Custos administrativos No Ambito do fornecimento piblico, todos os custos adminis- trativos fixos poem ser distribufdos sobre um grande grupo de indivfduos. Em vez de todo CAPITULO 4 Bens puiblicos 65 ‘o mundo passar tempo discutindo um contrato de recolhimento do lixo, a negociagio € feita por um escrtério, para todos. Quanto maior a comunidade, maior seré a vantagem em ser capaz. de distribuir esses custos. Da mesma forma, um sistema de escola piblica que forne- ce amesma educagiio em todas as escolas poupa aos pais o tempo e oesforgo envolvidos na pesquisa de escolas para se saber quais sio as boas. Diversidade de gostor Familias com e sem filhos tém visSes diferentes sobre 0 de- sejo de uma educagao de alta qualidade. As pessoas que armazenam joias em casa podem estimar a protegio da propredade mars que as pessoas que ndo 0 tazem. Na medida em ‘que essa diversidade est presente, 0 fomecimento privado ¢ mais eficiente, porque as pes- s0as podem ajustar seu consumo aos priprios gostos. Como explicou o presidente Reagan, “una estratégia wooinn wonegura a produydo de servigos que sao exigidos pelos consumid- 18s, no aqueles servigos escolhidos por burocratas do governo”. Claramente, os beneficios da diversidade devem ser pesados em relagao a quaisquer aumentos possfveis dos custos administratives, Problemas de distribuigao As noses de equidade que 2 comunidade tem podem cexigir que algumas commodities sejam disponibilizadas para todos, uma nogdo as vezes chamada de igualitarismo de commodity. O igualitarismo de commodity pode ajudar a cexplicar 0 amplo apelo da educagao fornecida por entes paiblicos: as pessoas acreditam que todos devem ter acesso a um nivel minimo de instrugo, pelo menos. Esta nogio também surge uo debate 01a em curso sobre @assistéucia médica. Produgio publica ou privada? ‘Todos concordam que a seguranga dos aeroportos & uma preocupagao fundamental, mas hd um debate controvertido em como manter a seguranga na aviacio. Alguns afirmam que 6 trabalhadores de seguranga dos aeroporios devem ser funcionérios do governo federal. Outros acreditam que, embora 0 governo deva pagar pela seguranca nos aeroportos, os trahalhadores devem ser contratades por empresas privadas, que seriam controladas e res- ponsabilizadas pelos eros. Este debate destaca o fato de as pessoas poderem concordar que o fomecimento pu- blico de certos servicos faz sentido, mas continuam a discordar quanto ao fato de esses 0s deverem ser produzidos piblica ou privadamente. Parte da controvérsia vem das iferoncas fundamentais relativas ao quanto govemo deve intcrvir na economia (vejao Capitulo 1). Parte se deve a opinides diferentes sobre os custos relativos das produgdes publica ¢ privada. Alguns argumentam que administradores do setor piblico, 20 contrésio de suas contrapartes do setor privado, nao tim ée se preocupar com lucro nem com a possi- bilidade de a empresa em que trabalham ser adquirida ou ir faléncia. Por conta disso, eles so pouco incentivados a controlar com cuidado as atvidades de suas empresas. Essa nogao ‘vem de muito tempo. Fm 1776, Adam Smith escreveu: Em toda grande monarquia da Europa, a venda da terras da Coroa geraria uma soma muito grande de dinhero, a qual, se apicada no pagamento das divas piblics, varia de hipoteca time renda muito sperior a qualquer renda que esas terra jamais prnponsianariam A Coroa (Quando as terras da Coroa se torassem propriedade privada no prazo de alguns anos estaiam sethoradas bem cultvadss Hé indmeros indfcios que moctram ecco ponto de vista. Por exemplo, o furacko Ka trina destruiu uma ponte rodoviéria de propriedade do govemno e uma ponte ferroviéria privada em Bay St. Louis, no Mississipi. Os proprietérios da ponte ferroviéria privada de- ram inicio & reconstrugdo em algumas semanas, ¢ a ponte ficou pronta em seis meses. O Giada em Sheshinkie Lopez Cava (1999), ‘gualitarismo de commodity Aideia de que algumas ‘commodities dave er dipontiizadas pore todos, $6 PARTE _Despeses piiblicas: bens piblicos ¢ externelidedes prazo para a ponte rodoviria do governo ultrapassou 16 meses apés 0 advento do Katrina [Cooper, 2007]. Quando Chicago trocou os funcionétios pablicos por servigos privedos 1a tarefa de rebocar carros abandonados, a poupanga Iiquida anual foi calculada em USS 2,5 milhdes. Em 1998, uma empresa privada assumiu o South Florida State Psychiatric Hospi- tal, que havia muito tempo ere considerado um depésito de pacientes bastante maltratados. Embora defensores dos doentes mentais tivessem inicialmente ficado horrorizados com a cdo, um ano mais tarde perceberam que as condigbes do hospital tinham melhorado. Além disso, s empresa responsfvel afirmau que estava tendo Ivera, Os oponentes de privatizagio dizem que exemplos assim exageram os dados sobre 1 economia de custos da producao privada. De fato, hd surpreendentemente poucas evi- déncias sisteméticas quanto as diferencas de custo entre producao privada e psblica. Uma razo importante para isso ¢ que a qualidade dos servigos fomecidos por cada um pode ser Uiferente, wruandy Uiffell fazer eomparayses. Telvee, por excumplo, us luspilais privaos tenham custos mais baixos que suas contrapartes pablicas porque nao admitem pacientes com doengas cujo tratamento & caro. Iss0 nos leva ao argumento central dos oponentes da produgio privada: fornecedorss privados fabricam produtos inforiore. Contratos incompletos Uma possivel resposta a essa critica é que 0 governo pode simplesmente redigir um contrato com o fornecedor privado, especificando em todos os detalhes a qualidade do servigo que 0 governo deseja. No entanto, como notaram Hart, Shleifer e Vishny [1997], as vezes é impossivel redigir um contrato que previna todas as situagées, pois ndo é possivel especificar antecipadamente todas as contingéncias pro- véveis. Por excmplo, um “governo no colovaré sob contrato a condugso de sua politica externa, pois contingéncias imprevistas sao parte fundamental da politica externa e uma empresa privada teria enorme poder para maximizar sua propria riqueza (recusando-se, por exemplo, a enviar tropas para algum lugar) sem violar o contetido do contrato” (p. 3). Por outro lado, no caso de algumas atividades relativamente de rotina (coleta do lixo (ou remogio da neve, por exemplo), contratos incompletos ndo sto um impedimento pre- ‘cupante para a produgao privada. Em resumo, quando custas slo mais haixos no se- tor privado do que no paiblico ¢ contratos relativamente completos podem ser redigidos, Justica-se a produgao privaca, Os defensores da privatizacio acreditam que, ainda que seja impossivel redigir um contrato completo, hé outros mecanismos para fazer com que as empresas privadas nfo ceconomizem esforgos ou custos. Na medida em que os préprios consumidores compram © bem e virios fornecedores estdo disponiveis, eles podem trocar de fornecedor se 0 atual oferece servigo de mé qualidade. Além do mais, construir uma reputago pode ser importante — um fornecedor privado que quer mais contratos no futuro é incentivado 2 evitar redugées ineficientes de custos no presente. Shleifer [1998] afirma que 0 desejo de construir umta boa reputagdo era em certa medida importante entre os produtores privados de prisses. PONTO DE VISTA POLITICO A seguranca dos aeroportos deve ser fornecida de modo piblico ou privado? Acestrutura de contratacéo 6 util para se pensar sobre a seguranga dos aeroportos, assunto mencionado anteriormente. Os que sao a favor do fornecimento privado da seguranca dos aeroportos dizem que é possivel redigir contratos completos para tare- {as do retina, como o exame de bagagene, © govemo poderia determinar ss norma «0 vetlicaro desempento. Empreses privades que vem ao luc seriam incentvedes CAPITULO 4 Bens puiblicos 7 2 aproveitar a tecnologia para manter os custos de mao de obra sob controle. Além disso, afirmam que um sistema privado administrado por empresas locais seria mais responsabilizaca que um sistama federal. Obsarvam quia Israel, quia tom alguns dos melhores sistemas de seguranga de aeroporto do mundo, substtuiu seus funcionSrios do govemo por empregados privadas sob contrato junto as autoridades aeroportué- fias. © governo israelense determina e impde normas para a seguranca, mas 0 ope rador do aeroporio fica encarregado das operacdes e é responsebilizado pelos erros ‘Wei Tierney. 2001), Por outro lado, aqueles que acreditam que a seguranca dos aeroportos deve ser fornecida por entes pablicos afirmam que é impossivel redigir un contrato que cubra todes as eventualidades, e que as empresas privades economizariam no treinemento de seus funcionérios para aumentar os ucros, Referem-se ao sistema vigente em 11 de setembro de 2001, no qual a seguranga dos aeroports ficava a cargo das companhias aéreas © 0 pessoal de seguranca recebia baixos salarios e pouco treinamento [Krug- man, 2001] Ouitra ert dis quo im cisterna privatizacn racitaria am niveie dferontos de segurana em aeroportos diferentes [Uchitelle, 2001, p. WK3}. Nop Estate Unik, o debate fui ventidy pelos fevurdveis av formecinenty po blico de seguranga dos aeroportos. Em noveribro de 2001, a seguranca dos aero- portos foi colocada sob a supervisio de uma nova agéncia federal, a Administracao de Segurenca de Transporte (TSA, Transportation Security Administration © 0s agen- tes de seguranca tomaram-se funcionérios federais. A nova lei também permitiu que BENS PUBLICOS E ESCOLHA PUBLICA uso da palavra priblico para descrever commodities que so ndo rivais e nfo excludentes quase parece prejulgar a questio de se elas devem ser fornecidas pelo setor piblico. De ato, mostranos que us mercados privaos provavelinente nao evnseguctn gerar bens pabli- os puros em quantidades com eficiéncia de Pareto. Isso imediatamente levanta & pergunta de se algum tipo de processo coletivo de tomada de decisdo pode fazer melhor. Consequen- temento, as qucstdes de bens piblicos ¢ escolha pablice esto intimaments ligadas. No Ce pitulo 6, discutimos e avaliamos diversos mecanismos para a tomada coletiva de decisoes. + Bens piblicos sao nao rivaise ndo excludentes no consu- sno. Assim, vada pessoa consome a mesina quantia, mas no necessariamente a quantia preferida, do bem pablico. * 0 fomecimento eficiente de bens piblicos exige que a soma das TMSs individuais seja igual & TMT, ao contré- rio dos bens privados, para os quais a eficiéncia exige «que cada uma das TMSs seja igual & 7MT. ‘+ 0 mercado privado provavelmente nio € capaz de for- necer bens nao rivais de modo eficiente, ainda que eles, sejam excludentes. ‘+ A observagio informal ¢ os estudos de laboratorio inai- cam que as pessoas no exploram possibilidades do free rider completamente, Nao obstante, em certos casos, 0 Jice vider € um problema importante: ‘+ Bens ptiblicos podem ser fornecidos de modo privado. « bens privados podem ser fomnecidos de modo pablico.. '* Mesmo quando o fornecimento péblico de um bem é selecionada, a escotha entre a peodugio pribliea ¢ a vada deve ser feita. Um fator fundamental na de- terminagdo de se a producdo publica ou privada seré ais eficiente & 0 ambiente de mercado. Outra questo importante é em que medida contratos completos po- ‘dem ser edigidos com provedores de servigos Uo setor privado. Questées para discussado Quais das opgies a seguir vocé considera bens pat os puros? E bens privados? Por qué? a, Areas de vida selvagem b. Televisio por satlite cc. Ensino na faculdade de medicina 4. Programas da rede piiblica de televisio . Caixas autométicos TIndique se cada uma das seguintes afirmagea é vor dadeira,falsa ou incertae justifique sua resposta. 4. 0 fornecimento eficaz de um bem piblico exige que cada membro da sociedade dé o mesmo valor para a itima unidade, 'b Se um bem é ndo rival ¢ excludente, nunca serd produzido pelo setor privado. ©. Uma estrada € nao rival porque 0 uso dessa estrs~ da por um s6 individuo nio reduz-0 uso que outro individuo faz. dela, 4. Comunidades maiores tendem a consumir maio- res quantidades de bens ndo rivais que comunida- des menores. . ‘Tarzan e Jane vivem 0s na selva e treinaram Chee- tah para patrulharo perfmetro de sua clareira e colher frutas tropicais. O guepardo pode recolher 3 libras de fruta por hora ¢ atualmente gasta 6 horas fuzendo & patrulha, 8 horas colhendo e 10 horas dormindo, CAMTULO 4 Dens pitblicos 69 8. Quais so os bens piblicos € privados deste exemplo? by. Se Tarzan e Jane estio dispostos a ceder, cada ‘um, uma hora de patrulha por 2 libras de fratas, a alocagdo atual do tempo de Cheetah tem eflcien- cia de Pareto? O guepardo deve patrulhar mais ou ‘menos? im 2008, 0 governo dos KUA gastou cerca de USS 1,6 milhao na procura de inteligéncia extraterrestre (SETI - Search for Extraterrestrial Intelligence). Essa pening? valet’ Exe ipoo sore pague por isso? Na Pensilvania, as lojas de bebidas tém sido admi- nistradas pelo governo do estado nas witimas ofto de- cadas, De acordo com um artigo do New York Times, as lojas geralmente esto as moscas e sio locals lé- gubres: “Como prisionciros de um gulag, os consu- midores de lé podem apenas fantasiar sobre comprar seu vinho ¢ ufsque em um mercado livre competiti- vo" [Seelye, 2011]. Use os crtérios examinados nes- te capitulo para avaliar se as lojas de bebidas devem ser operadas por entes privados ou pelo governo. Embora o México disponha de vestas rexervas de pe tréleo, nos ditimas anos sua produgio da substincia tem diminuido. Para inverter esse declinio, 0 ex-pre- sidente Felipe Calderén tentom privatizar a empresa petrolifera estatal, Pemex (Luhnow, 2008]. Muitos oponentes da proposta afirmaram que a privatizagao do companhia telefbnica do México, a Telmex, tinha resultado em um monopélio, que cobrava pregos exor- bitantes. E de se especar que algo semelhante aconte- ga se a Pemex for privatizada’ Relacione sua resposta com a nossa discusséo do papel do ambiente de mer- cado 20 avaliar as consequéncias da privatizago. Alguns aeroportos administrados pela iniciativa pri- vada fommecem comodidades como hotéis-cépsula, que permitem aos viajantes tirar uma soncca entre os vyoos. Essas comodidades geralmente nio estdo dis- poniveis em aeroportos estatais. Com isso em mente, vocé recomendaria que os aeroportos fossem privati- zados? Se nio, que outras informagées voce exigiria? Varios anos atrés, alguns cidadios de Manchester, em ‘Vermont, decidiram langar uma campanha para arre- cadar fundos para uma escola. Um grupo privado de cidadios decidia com quanto cada familia e empresa devia contribuir. e havia bastante pressfo social para que a quanta integral fosse doada. Um folheto publi- citdrio avisava: “Nao podemos ficar parados ¢ espe- rar que nossos vizinhos arquem com tudo sozinhos” 1 [Tomsho, 2001, p. A]. Use os resultados experimen- tals sobre 0 free rider discutidos neste capitulo para prever o resultado dessa campanha. ). Para agir de acordo com os gostos de seus patronos, a Biblioteca Publica do Condado de Fairfax descar- ta livros que nao foram retirados no perfodo de dois. ‘anos para dar espaco a livros mais populares [Miller, 2007]. Essa politica provocou a remogo de obras, «léssicas de William Faulkner e Thomas Hardy, dan- ddo espaco para livros populares de John Grisham e James Patterson. Dado que se tornou mais ficil e mais barato encontrar livros em lojas fisicas e on-line recentemente, as bibliotecas fornecem um bem pabli- ‘607 0 aspecto de hem piiblico das bibliotecas € aten- ido com 0 fornecimento de obras de apelo popular ‘ou com uma colegao de livros clissicos? Empresas militares privadas forneceram boa parte do apoio logistico a tropas americanas no Afeganistéo ¢ ‘no Iraque, € algumas pessoas defenderam 0 uso de ‘ropas desse tipo para ajudar a parar 0 genocfdio em. ‘curso em Darfur, no Sudio. Os eriticos dessas tropas ‘de mercenérivs afirmam que elas S80 muito caras, ‘agem irresponsavelmente e ndo conseguem fomecer solugdes a longo prazo. Como um opositor declarou, “no hé nenhuma razo em supor que uma empresa privada contratada para executar um servigo publico terd um melhor desempenho que pessoas emprega- das diretamente pelo governo” (Krugman, 2006, p. ‘A2T]. Relacione esse debate com a nossa discussio ‘do papel que 0s concratos desempenham na decisao de se produzir um bem piblico por um ente privado. Suponha que haja apenas dois pescadores, Zach € Jacob, que pescam em um determinado litoral. Am- bos tirariam proveito se fossem construidos farsis, ao longo da costa onde pescam. O custo marginal de ‘construir cada farol adicional & de $ 100, O beneticio ‘marginal para Zach de cada farol adicional é 90 - Q, 0 beneficio marginal para Jacob é 40 — Q, onde Q é igual ao mero de farbis. a. Explique por que talvez ndo possamos esperar ‘encontrar 0 niimero eficiente de far6is ao longo ‘aguele litoral. . Qual é 0 ndmero eficiente de farsis? Quais se- riam os beneficios liquidos para Zach e Jacob se ‘ondimero eficiente fosse fornevido? Um pastor solitirio pode pastorear 10 ovelhas por ano em um prado. Cada pastor adicional que usa 0 prado reduz 0 mimero de ovelhas que pode ser man- tido em uma ovelha por pastor. Se alguém ficasse em 70 PARTE I! Despeses piiblicas: bens publicos ¢ externelidedes 1 casa em vez de pastorear menos que quatro ovelhas (isto é, 0 custo da oportunidade de ir até 0 prado é de quatro ovelhas), quantos pastores levarfo seus reba- nhos até o prado a cada ano? Quais sao 0s beneficios liquides desse resultado para a sociedade? Qual é © niimeto eficiente de pastores no prado? O prado é um bem piblico? Dritney ¢ Paris sfo vizinhas. Durante-0 inverno, é im- possivel para um removedor de neve limpar a rua na frente da case de Britney sem limpar na frente da de Paris. O beneficio marginal de Britney dos servigos de limpeza de neve é 12 -Z, onde Zé 0 nimero de vezes que a rua € limpa. O beneficio marginal da Paris €8 — 22, O custo marginal da limpeza da rua é $ 16. Esboce duas programagoes de beneficio margi- nal e da curva do beneficio marginal agregado. De- senhe a programagiia do custo marginal ¢ encontre 0 nivel eficiente de fornecimento dos servigos de lim- peza daneve. Apéndice > MECANISMOS DE REVELAGAO DE PREFERENCIA (Os mercados geralmente no conseguem induzir individuos a revelar suas preferéncias reais por bens pablicos néo excludentes. Por conta disso, um sistema de prego no con- segue fornecer essas preferéncias em quantidades eficientes. Existe algum modo, exceto forgar todo © mundo a passer no detector de mentiras, para fazer com que as pessoas digam a verdade? Vérios procedimentos foram sugeridos para induzir as pessoas a re- velarem suas preferéncias reais. Descrevemos agora um método baseado no trabalho de Groves e Teh [1975] " Tmagine que um agente do govemo se aproxima de Eva e diz. “por favor, conte-me «qual € a sua curva de demanda para exibigoes de fogos de artficio. Usarei essa informagao também as informagdes que recebo de Adio para selecionar uma quantidade de rojdes com eficiéncia de Pareto ¢ atribuir a cada um de vocés um imposto. Mas antes que me dé sua resposta, quero que compreenda que voce seré taxada do seguinte modo: sempre que co nivel de fomecimento de um bem piiblico aumentar por unidade, a mudanga no imposto seré 0 custo incremental dessa unidade, menos o valor que as demais pessoas pem no Depois que o agente parte, a primeira coisa que Eva faz ¢ representar a estrutura de imposto algebricamente. Se A/*" & a mudanca no imposto quando o fornecimento do bem pablico aumenta uma unidade, TMT, € 0 custo incremental de recurso da unidade, TMS"™ €0 valor marginal de mais uma unidade para Adio e Eva, e TMT" & 0 valor marginal para Eva apenas, entzo as = 11, — (uM — rans) ay Em relagdo & Equagao (44.1), Eva tem que decidir se conta ou ndo a verdade, isso 6, se revela sua avaliago marginal verdadeira para cada n‘vel de fomecimento do show de fogos de artifici. Ela sabe que de seu ponto de vista egoista, a produgio deve continuar até 0 ponto em o beneficio marginal de consumir uma unidade a mais, TMT,2", é igual a0 custo marginal para ea, que ¢ 0 aumento no seu imposto. Assim, Eva desejaria que o bem pblico fosse fornecido na seguinte quantidade Al = TMTSE* (4A.2) Substituir da Equagdo (44.1) para Al™ nos 44 TMT, — crs" — TMs") = TMs!" jonar (TMS — TMS") aos dois lados da equagdio gera TMT, = TMS" @A3) Como as condicdes (44.2) e (44.3) so equivalentes. seria do interesse de Eva contar a verdade, se ela soubesse que o governo usaria suas informagées para realizar a alocagio correspondents & Equagao (4.3). © Veja também Tideman Tullock (1976) 72 PARTE I! Despeses piiblicas: bens publicos ¢ externelidedes Mas entio ela compreende que isto & exatamente o que o agente de governo faré. Por que? Lembre-se de que o agente prometeu escolher um forecimento com eficiéneia de Pareto, de acordo com as informagdes que ele recebesse. Esse fomecimento ¢ caracterizado pela Equacio (4.2) no texto. Assim, por definicao, TMS" = TMS + TMS", as Equa- «es (4A.3) @ (4.2) aio idénticas. Consequentemente, o fornccimento do governo de shows de fogos de antficio ir satisfazer @ Equagao (44.3), € Eva tem um incentivo para contar a verdade. Uma vez que Adio lida com o mesmo tipo de estrutura de impostos, le também tem wen incentive para se sinceea, Q problema do free rider parece ter side resalvide Para ver intuitivamente por que o sistema funciona, considere o lado direito de Equa- 40 (44.1), que mostra como o imposto de Eva € determinado. Observe que (TMS), — ‘TMS".") € a soma do beneficio marginal de todos menos 0 de Eva. Por isso, 0 aumento no imposto de Eva quando o resultado aumenta nfo depende do seu pr6prio beneficio margi- dul, © pontaniy la ude Loin ncubian incentive pass sncuti subne ee. HE varios problemas com este mecanismo, muitos dos quais sio compartilhados por outros dispositivos para resolver o problema do free rider. Em primeiro lugar, os contr- buinter podem nio aor eapazes de entender o sistema. (Se voo8 acha que isso nao é um pro blema, tente explicé-lo a um amigo que nio fez nenhum curso de economia.) Em segundo lugar, ainda que o esquema possa ser entendido, os contribuintes t&m de estar dispostos a fazer oesforgo de computar suas curvas de demanda inteiras e informé-Ias ao governo. As pessoas podem achar que isso néo vale o esforgo. Em terceiro lugar, dado que milhdes de pessoas s20 envolvidas nas decisoes governamentals, os custos de reunir e assimilar todas as informac6es seriam proibitivos.'* (Para grupos relativamente pequenos, como clubes sociais, isso nfo seria muito problemético.) Concluimos que, embora mecanismos de re- velagao de preferéncia dessc tipo fornegam informagies intercssantcs sobre a estrutura do problema do free ride, eles no sio modos priticos de resolugo, a0 menos para a tomada de decisto do setor publico. Hi alguns problemas idcnicosadicionais. Os impostos coletados talvez no supram o orgamento,e existe a posibildade de forma de grapos de opcigio ao sistema Veja Tidemane Tullock (1976).

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