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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: ANÁLISE FINANCEIRA GOVERNAMENTAL
DISCENTE: JÉSSICA DA COSTA SALUSTIANO

Resumo - Análise da posição financeira e patrimonial

A condição financeira e a posição financeira são dois conceitos distintos, mas


relacionados. O primeiro refere-se à capacidade do governo em prestar serviços de
forma contínua e cumprir com suas obrigações financeiras; o segundo refere-se ao
status financeiro do governo em determinada data expresso no balanço patrimonial.
A análise da condição financeira leva em consideração fatores socioeconômicos e
organizacionais, e a análise da posição financeira focaliza, exclusivamente, a
informação financeira extraída, principalmente, do balanço patrimonial. Portanto, o
capítulo discute mecanismos de avaliação da posição financeira e patrimonial por
meio da análise do balanço patrimonial e das mutações patrimoniais evidenciadas
na demonstração das variações patrimoniais e na demonstração das mutações do
patrimônio líquido.
A posição patrimonial é obtida por meio do confronto entre ativos e passivos
totais, que resulta na situação líquida patrimonial ou patrimônio líquido. Deste
modo, a patrimonial é mais abrangente que a posição financeira, pois no cálculo da
situação patrimonial os ativos e passivos financeiros são, também, considerados.
Diante disto, a análise da posição financeira e patrimonial visa identificar o status
financeiro e a situação patrimonial do governo em um dado momento, bem como
revelar o seu desempenho financeiro e patrimonial durante o exercício.
O balanço patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira e
patrimonial do governo em determinada data. Dessa forma, sua análise revela as
seguintes infor­mações gerais:
● A liquidez: a capacidade para fazer frente às obrigações de curto prazo;
● A solvência: a capacidade para fazer frente às obrigações de longo prazo;
● O status financeiro e patrimonial: mostra a composição dos ativos e passivos
de curto e longo prazo e o patrimônio líquido;
● A estrutura financeira: a forma como os recursos econômicos têm sido
financiados (capital de terceiros de curto e longo prazo e capital próprio).
Essa informação é útil para previsão da necessidade de endividamento,
distribuição do fluxo de caixa e possibilidade de obter financiamento adicional.

A análise vertical e horizontal do balanço patrimonial mostra a


representatividade e a evolução dos itens patrimoniais, permitindo conhecimento
a respeito da posição financeira e patrimonial.A análise vertical, de forma geral,
mostra que a estrutura patrimonial não sofreu alterações significativas, porém a
análise horizontal revela algumas variações patrimoniais importantes, tanto nos
itens circulantes como nos itens não circulantes.
Já a análise de indicadores extraídos do balanço patrimonial pode ser
realizada por meio do exame de indicadores de liquidez, de endividamento e de
solvência. A premissa para o entendimento do conteúdo informativo da
demonstração das variações patrimoniais (DVP) é realizar uma análise pela ótica
do resultado patrimonial, que é afetado tanto por fatos orçamentários quanto por
fatos independentes da execução orçamentária, observando-se os itens mais
relevantes que interferem no superávit ou déficit patrimonial. Sendo assim, a
análise horizontal revela o comportamento ou a tendência dos itens da DVP ao
longo do tempo, permitindo detectar a evolução das variações aumentativas, das
variações diminutivas e do resultado patrimonial.
Já a análise da demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
deve ser feita em conjunto com o balanço patrimonial e a demonstração das
variações patrimoniais, uma vez que a DMPL é um detalhamento das variações
das contas que compõem o patrimônio líquido. Uma forma bastante útil para a
análise da DMPL é a utilização das técnicas de análise vertical e horizontal.
Dessa forma, é possível identificar a representatividade e o comportamento ao
longo do tempo dos itens que afetam o patrimônio líquido, seja por afetação
conjunta do ativo e passivo, seja por mutações internas no patrimônio líquido.
Já a posição financeira do governo é representada pelo resultado financeiro
acumulado, sendo identificada por meio da diferença entre ativos e passivos
financeiros em determinado período. Quando os ativos financeiros suplantam os
passivos financeiros, tem-se posição financeira positiva ou superávit financeiro; por
outro lado, quando os ativos financeiros são inferiores aos passivos financeiros,
tem-se posição financeira negativa ou déficit financeiro. A posição financeira é
modificada pelo resultado financeiro do exercício, que resulta dos fluxos de receitas
e despesas orçamentárias. Assim, o resultado financeiro é reflexo do resultado da
execução orçamentária.
Por fim, a posição patrimonial é representada pelo patrimônio líquido, que é
afetado pelo resultado patrimonial do exercício e por outras mutações evidenciadas
na DMPL. Assim, quanto maior o valor das operações apropriadas no sistema
patrimonial por força do regime de competência, maior será a diferença entre o
resultado patrimonial e o resultado do orçamento corrente. Contudo, espera-se que
esse resultado seja sempre menor do que um devido ao efeito conjunto do registro
de receitas públicas a receber e de despesas provisionadas no sistema patrimonial
que independem da execução orçamentária. .

Questões para discussão


14. Você concorda que é importante para a análise da condição financeira do
governo produzir informações sobre superávit e déficit patrimonial do
exercício? Justifique sua resposta.
Sim. É imprescindível a necessidade de a entidade manter sua posição financeira
em situação favorável (superávit financeiro) ou equilibrada, sob pena de conduzir-se
ao endividamento. A aplicação desse princípio depende da adequada execução
orçamentária, pois despesas orçamentárias realizadas acima das receitas
orçamentárias arrecadadas provocam déficits financeiros que absorvem superávits
gerados em períodos anteriores e, inclusive, podem contribuir para a geração de
déficits permanentes.

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