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Belém 05/2003
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1. Introdução
O Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste em um método numérico aproximado para
análise de diversos fenômenos físicos que ocorrem em meios contínuos, e que são descritos através de
equações diferenciais parciais, com determinadas condições de contorno (Problemas de Valor de
Contorno), e possivelmente com condições iniciais (para problemas variáveis no tempo). O MEF é
bastante genérico, e pode ser aplicado na solução de inúmeros problemas da engenharia.
A idéia principal do Método dos Elementos Finitos consiste em se dividir o domínio (meio
contínuo) do problema em sub-regiões de geometria simples (formato triangular, quadrilaeral, cúbico,
etc.), conforme ilustra esquematicamente a Figura 1.1.
Esta idéia é bastante utilizada na engenharia, onde usalmente tenta-se resolver um problema
complexo, subdividindo-o em uma série de problemas mais simples. Logo, trata-se de um
procedimento intuitivo para os engenheiros.
contorno original
1
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Devido ao fato das sub-regiões apresentarem dimensões finitas, estas sub-regiões são chamadas
“elementos finitos”, em contraste com os elementos infinitesimais utilizados no cálculo diferencial e
integral. Advém daí, o nome “Método dos Elementos Finitos”, estabelecido por Ray Clough, na década
de 50.
Os elementos finitos utilizados na discretização (subdivisão) do domínio do problema são
conectados entre si através de determinados pontos, denominados nós ou pontos nodais, conforme
indica a Figura 1.1. Ao conjunto de elementos finitos e pontos nodais, dá-se, usualmente o nome de
malha de elementos finitos.
Diversos tipos de elementos finitos já foram desenvolvidos. Estes apresentam formas
geométricas diversas (por exemplo, triangular, quadrilateral, cúbico, etc) em função do tipo e da
dimensão do problema (se uni, bi, ou tridimensional). A Figura 1.2 apresenta a geometria de vários
tipos de elementos finitos.
2
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
O número de áreas de aplicação para o MEF tem crescido de forma considerável recentemente.
Dentre os inúmeros campos de aplicação possíveis, podem se citar: Indústria da Construção Civil;
Indústria automobilística, naval, aeronáutica e aeroespacial; Metalurgia; Mineração; Exploração de
petróleo; Setor energético; Telecomunicações; Forças Armadas; Meio ambiente; Recursos Hídricos;
Saúde.
As primeiras aplicações do MEF foram em problemas de engenharia estrutural, mais
especificametne, sobre análise de tensões. Neste tipo de problema, busca-se determinar as tensões,
deformações e deslocamentos em um corpo sólido sujeito a determinadas ações tais como cargas
(forças aplicadas) e recalques (deslocamentos impostos). Exemplos de tais aplicações compreendem o
estudo do comportamento de estruturas civis, tais como edifícios, pontes, barragens, e túneis, onde os
elementos finitos são utilizados na discretização de vigas, lajes, treliças, paredes, fundações, etc.
O estudo de análise de tensões também é importante em outras áreas da engenharia, tais como
engenharia mecânica, naval, aeronáutica, aeroespacial, onde são necessários análises das estruturas e
peças mecânicas de máquinas, automóveis, caminhões, navios, aviões, espaçonaves, etc. Dentro da
área de mecânica dos sólidos, podem ser realizadas: análise estática, análise modal (problemas de auto
valor e auto-vetor, para estudo de vibrações e instabilidade estrutural), e análise dinâmica.
Além da aplicação clássica do MEF na solução de problemas da mecânica dos sólidos, várias
outras áreas da engenharia empregam atualmente o MEF como uma poderosa ferramenta na análise de
diversos fenômenos físicos, e no projeto e análise de diversos equipamentos, dispositivos, processos
industriais, etc.
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
A quantidade de problemas físicos que podem ser analisados com o MEF é bastante grande. A
título de ilustração podem-se citar as seguintes áreas:
• Transferência de calor;
• Elastostática;
• Elastodinâmica;
• Eletroestática;
• Eletromagnetismo;
• Acústica;
• Fadiga;
• Mecânica da fratura;
• Hidráulica;
• Hidrodinâmica;
• Aerodinâmica;
• Biomecânica;
• Lubrificação;
• Problemas de interação fluído-estrutura;
• Problemas de propagação de ondas;
• Dispersão de contaminantes;
Vários dos fenômenos listados acima podem ser agrupados em uma categoria especial de
problema físico, denominado problema de campo (ou, mais particularmente, problema de potencial).
Exemplos comums de problemas de campo são:
• Condução de calor,
• Condução elétrica;
• Campos gravitacionais;
• Campos eletroestáticos;
• Campos magnetoestáticos;
• Fluxo irrotacional de fluidos ideais;
• Percolação através de um meio poroso;
• Torsão de barras prismáticas;
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Os fenômenos de campo descritos acima têm em comum o mesmo tipo de equação diferencial
governante, qual seja a equação quasi-harmônica. Casos particulares da equação quasi-harmônica são
as conhecidas equações de Poisson, e de Laplace.
No capítulo 2, apresenta-se o desenvolvimento da equação de Poisson, com aplicação do
problema de condução de calor. Entretanto, o mesmo desenvolvimento pode ser aplicado a outros
problemas de campos com poucas alterações.
Além dos conceitos de “elementos finitos” e “nós” no MEF, um outro conceito muito importante
refere-se ao conceito de “grau de liberdade” (degree of freedom) ou, “gdl” (dof). A idéia de grau de
liberdade tem sua origem na idéia do movimento de partículas em problemas da Mecânica, onde se
considera que, conforme ilustra a Figura 1.3:
• Um ponto apresenta, no espaço tridimensional, três graus de liberdade, quais sejam três
possíveis movimentos de translação.
• Mais genericamente, um corpo rígido apresenta, no espaço tridimensional, seis graus de
liberdade, quais sejam, três possíveis movimentos de translação e três possíveis movimentos de
rotação.
(a) (b)
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Em problemas de mecânica dos sólidos (análise de tensões), os graus de liberdade dos nós
correspondem aos possíveis movimentos que estes podem sofrer. Por exemplo, o problema de análise
de tensões em um meio tridimensional apresenta três graus de liberdade por nó (três translações). No
caso plano, existem dois graus de liberdade por nó (duas translações).
Estes movimentos ou deslocamentos dos nós são as incógnitas principais da análise pelo
método tradicional de Elementos Finitos do problema geral da Mecânica dos sólidos.
Por um outro lado, no problema de condução de calor, por exemplo, embora não se estude o
movimento de partículas, utiliza-se comumente o termo “grau de liberdade” para fazer referência à
incógnita principal do problema, qual seja o valor do campo de temperatur nos nós da malha.
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
2.1. Forma forte das equações governantes do problema Equation Section (Next)
Ω
y
Figura 2.1 - corpo bidimensional com domínio Ω e contorno Γ , com referência a um sistema
de coordenadas cartesianas (x, y).
Seja Q( x, y ) a taxa de geração de calor interna ou fonte1 (calor por unidade de volume e
tempo) e qx ( x, y ) e q y ( x, y ) as componentes do vetor fluxo de calor (calor por unidade de área e
1
Fontes de calor Q são proporcionadas, por exemplo, por resistência à corrente elétrica e reações
químicas.
7
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
qx ( x, y )
q = q ( x, y ) = . (2.1)
q y ( x, y )
∂q x
qx qx + dx
dy ∂x
Q
dx
qy
Figura 2.2 – elemento diferencial com fluxo de calor atravessandoo contorno do elemento
Considerando, sem perda de generalidade, que a espessura do corpo é unitária, a taxa de calor
gerado no corpo é igual a Qd x dy . Se as faces anterior e posterior indicadas na figura forem isoladas
termicamente, então a seguinte condição deve ser satisfeita
∂q x ∂q y
Qdxdy + q x dy + q y dx = (q x + dx)dy + (q y + dy )dx . (2.2)
∂x ∂y
∂q x ∂q y
− − + Q = 0 em Ω , (2.3)
∂x ∂y
ou, ainda
8
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
−∇T q + Q = 0 em Ω , (2.5)
onde
∂
∂x
∇= (2.6)
∂
∂y
∂ ∂ qx ∂qx ∂q y
∇Tq = = + = divq . (2.7)
∂x ∂y q y ∂x ∂y
No caso de fluxo unidimensional, observa-se fisicamente que o fluxo de calor em uma direção
é proporcional à taxa de variação da temperatura T naquela direção (Lei de Fourier). Assim,
∂T
qx = −κ x , (2.8)
∂x
κ xx ( x, y ) κ xy ( x, y )
κ = κ ( x, y ) = (2.10)
κ xy ( x, y ) κ yy ( x, y )
∂ ∂T
∂x ∂x
∇T = T = = gradT . (2.11)
∂ ∂T
∂y ∂y
9
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
∂T
q x κ xx κ xy ∂x
q = − ,
∂T
(2.12)
y κ xy κ yy
∂y
ou seja,
∂T ∂T
q x = − κ xx + κ xy
∂x ∂y
(2.13)
∂T ∂T
q y = − κ xy + κ yy
∂x ∂y
∂ ∂T ∂T ∂ ∂T ∂T
κ xx + κ xy + ∂y κ xy ∂x + κ yy ∂y +Q = 0. (2.14)
∂x ∂x ∂y
todas as direções), tem-se que κ xx = κ yy = κ . Neste caso, a matriz de condutividade térmica, pode ser
escrita como
κ ( x, y ) 0 1 0
κ = κ ( x, y ) = = κ ( x, y ) = κ ( x, y ) I , (2.15)
0 κ ( x, y ) 0 1
com I sendo a matriz identidade de ordem 2.
No caso de um meio homogêneo, a condutividade térmica não depende das coordenadas (x ,y),
ou seja, κ xx e κ xx são constantes.
∂ 2T ∂ 2T
κ + +Q = 0 (2.16)
∂x 2 ∂y 2
a qual é conhecida como Equação de Poisson. Esta equação governa vários dos problemas de campo
importantes na engenharia.
Pode-se também obter a eq. (2.16) de forma mais direta e compacta, substituindo-se a eq. (2.9)
na eq. (2.5), o que resulta em
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
∇ T κ ∇T + Q = 0 (2.17)
κ∇ 2T + Q = 0 (2.18)
∂
∂ ∂ ∂x ∂ 2T ∂ 2T
∇ 2T = ∇ T ∇T = T = + (2.19)
∂x ∂y ∂ ∂x 2 ∂y 2
∂y
Para o caso particular em que Q = 0 , ou seja, sem nenhuma fonte de calor interna, a eq. (2.18),
fica
∂ 2T ∂ 2T
∇ 2T = 0 ou + =0 (2.20)
∂x 2 ∂y 2
Em geral, três diferentes tipos de condições de contorno podem ser considerados para o
problema de condução de calor, quais sejam: a) Imposição de temperatura; b) Imposição de fluxo de
calor; c) Imposição da relação entre temperatura e o fluxo de calor (ocorrendo na parte do contorno
sujeita a convecção). Por simplicidade, serão consideradas na discussão a seguir, apenas os tipos de
condições de contorno (a) e (b).
Para isto, considera-se que o contorno Γ é subdivido em duas subregiões, ΓT e Γ q , conforme
ΓT ∪ Γ q = Γ
(2.21)
ΓT ∩ Γ q = ∅
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Γq
Ω
y
x
ΓT
quais sejam:
a) Imposição de temperatura. Este caso corresponde ao tipo mais simples de condição de contorno, e
consiste basicamente em se especificar o valor da temperatura na região ΓT do contorno, ou seja
T =T em ΓT (2.22)
n̂
∆s qn
Γq qx α
Ω
∆s cos α Q n̂ α
y
∆s senα
x
ΓT qy
(a) (b)
Figura 2.4 – Equilíbrio de fluxo no contorno. a) Corpo com detalhe do elemento infinitesimal no
contorno; b) fluxos de calor no elemento infinitesimal;
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
nˆ x cos α
nˆ = = (2.23)
nˆ y senα
é o vetor normal unitário a superfície do contorno, com α sendo o ângulo que este vetor normal forma
com o eixo das abscissas; ∆s é o comprimento da face do elemento triangular referente ao contorno do
corpo; e qn é o valor conhecido do fluxo normal à superfície no contorno Γ q .
De acordo com a Figura 2.4.b , para que haja equilíbrio de fluxo de calor no contorno, a
seguinte equação deve ser satisfeita
1
Q ∆s 2 cos α senα + qx ∆s cos α + q y ∆s senα + qn ∆s = 0 . (2.24)
2
Dividindo a equação por ∆s , tem-se
1
Q ∆s cos α senα + qx cos α + q y senα + qn = 0 . (2.25)
2
Levando esta expressão ao limite quando o lado ∆s tende a zero, observa-se que o primeiro
termo desaparece. Assim, a equação fica
− q x nˆ x − q y nˆ y = qn , (2.26)
−qT nˆ = qn em ΓT (2.27)
Por conveniência, as equações que governam o problema de condução de calor, na forma forte,
são resumidamente apresentadas no quadro abaixo:
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Condições de contorno
T =T em ΓT
(2.30)
−qT nˆ = qn em Γ q
A obtenção da forma fraca das equações que governam o problema consiste no estabelecimento
de equações integrais sobre o domínio Ω e o contorno Γ do corpo, referentes à satisfação destas
equações em um sentido “médio” (ao contrário do sentido restrito pontual da forma forte).
Nos desenvolvimentos seguintes, utiliza-se a notação compacta de diferenciação em relação as
variáveis x e y, tal que
∂ϕ ∂ϕ ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
ϕ, x = , ϕ, y = , ϕ, xx = , ϕ, xy = (2.31)
∂x ∂y ∂y 2 ∂y∂x
A forma fraca das equações governantes pode ser obtida seguindo-se os seguintes passos:
1o Passo) Multiplica-se a eq. (2.28) por uma função arbitrária w( x, y ) , denominada, função teste, tal
que
( )
w( x, y ) −∇T q(T ) + Q = 0 (2.32)
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
ou seja,
w( x, y ) ( qx, x + q y, y − Q ) = 0 (2.33)
∫ w( x, y) ( qx, x + q y, y − Q ) dΩ = 0 (2.34)
Ω
Observa-se que caso se determine o campo de temperatura T ( x, y ) que resolva a eq. (2.28), ou
seja, caso a eq. (2.28) seja satisfeita, então a eq. (2.34) também é automaticamente satisfeita para
qualquer que seja a função w( x, y ) . Por outro lado, pode-se demonstrar que caso se determine um
campo de temperatura T ( x, y ) que satisfaça a eq. (2.34) para qualquer que seja a função w( x, y ) , então
este campo é a solução da equação (2.28).
3o Passo) Faz-se integração por partes da equação acima, utilizando-se o teorema integral de Gauss.
Para isso, inicialmente transfere-se as derivadas da função qx e q y para a função teste w , utilizando-
wqx, x = ( wqx ), x − w, x qx
(2.35)
wq y , y = ( wq y ), y − w, y q y
tal que
∫ w ( qx, x + q y, y − Q ) dΩ =
Ω
(2.36)
∫ ( (wqx ), x + (wq y ), y − w, x qx − w, y q y − wQ ) dΩ
Ω
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
0= ∫ w ( qx, x + q y, y − Q ) dΩ
Ω
(2.38)
∫ ( − w, x qx − w, y q y − wQ ) dΩ + ∫ wq nˆ dΓ
T
=
Ω Γ
região do contorno. Porém, o termo qT nˆ é desconhecido em ΓT . Esta dificuldade pode ser resolvida
eliminando-se a incógnita q , através da seguinte restrição na função teste
w( x, y ) = 0 em ΓT (2.40)
∫ wqT nˆ dS = 0 (2.41)
ΓT
∫ ( − w, x qx − w, y q y − wQ ) dΩ − ∫ wqn dΓ = 0 (2.42)
Ω Γq
− ∫ ( ∇w )T q dΩ = ∫ wQ dΩ + ∫ wqn dΓ (2.43)
Ω Ω Γq
Esta equação consiste na forma fraca do problema de condução de calor. Observa-se que esta
equação independe das propriedades do material (relações constitutivas) do meio.
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Considerando a relação constitutiva do meio dada pela eqs. (2.29) (Lei de Fourrier), e levando
em conta ainda que w é uma função escalar ( w = wT ), a eq. (2.43) pode ser escrita como
T κ (∇T )dΩ = T T
∫ ( ∇w ) ∫w Q dΩ + ∫w qn dΓ (2.44)
Ω Ω Γq
Esta equação consiste na forma fraca do problema de condução de calor para um material
obedecendo as relações constituivas do material referentes às leis de Fourrier.
A solução do problema nesta forma fraca consiste em se determinar o campo de temperaturas
T ( x, y ) satisfazendo a eq. (2.44), para toda função teste w( x, y ) admissível. Uma solução aproximada
para este problema pode ser obtida através do método dos Elementos Finitos, descrito na próxima
seção.
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
3 10
( x3 , y3 )
4
( x4 , y4 )
2
( x2 , y2 ) 9
5
6
1
( x1, y1) 11
y 8 12
x
Figura 3.1 – Especificação da posição dos nós da malha.
Em geral, o número de graus de liberdade por nó da malha está relacionado com o tipo e a
dimensão do problema em questão. No caso de problema de potencial, o objetivo inicial é a
determinação de um campo escalar correspondente à solução do problema. Por exemplo, no problema
de condução do calor, objetiva-se determinar o campo de temperaturas, o qual consiste em um campo
escalar. Neste caso, os elementos empregados na análise devem possui um grau de liberdade (gdl) por
nó, independentemente da dimensão do problema (se uni, bi ou tridimensional).
No problema de condução de calor, quando se utiliza o MEF, as incógnitas principais do
problema são as temperaturas nodais, ou seja, são os valores do campo de temperaturas avaliados nos
nós da malha. Essas temperaturas nodais podem ser armazenadas em um arranjo unidimensional
(vetor) da seguinte maneira
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
T1
T
2
T = T3 , (2.45)
#
TN g
N g ×1 , e T é o vetor de incógnitas.
F1
F
2
F = F3 (2.47)
#
FN g
onde F1 é a fonte de calor correspondente ao gdl 1, F2 é a fonte correspondente ao gdl 2, e assim por
diante, até o número de graus de liberdade N g da malha.
A idéia de fonte de calor concentrada pode ser inserida no contexto do problema contínuo
desenvolvido anteriormente considerando-se uma função Q ( x, y ) taxa de geração de calor, pontual, ou
seja, uma função nula em todo o domínio, exceto em um determinado ponto P (função singular, ou
delta de Dirac). Utilizando-se esta idéia, tem-se que (ver eq. (2.44))
∫ w( x, y)Q ( x, y) dΩ = w( xP , yP ) Fc P = wP Fc P (2.48)
Ω
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
onde FcP corresponde a fonte de calor concentrada no ponto P, e wP corresponde à função teste
w( x1, y1 ) w1
w( x , y ) w
2 2 2
w( x , y ) w
w= 3 3 = 3 (2.50)
# #
w( xg , y g ) wg
Fc1
F
c2
Fc = Fc3 (2.51)
#
Fc N g
é o vetor contendo as fontes de calor concentradas nos nós da malha. Caso não exista fonte de calor
concentrada em um determinado nó, então a respectiva componente no vetor Fc é nula.
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
como este elemento é considerado na solução do problema global, considerando toda a malha de
elementos finitos.
A partir dos valores das temperaturas nos nós de um elemento pode-se determinar o valor do
campo de temperatura em um ponto qualquer no interior do elemento, realizando-se uma interpolação
dos valores nodais. Esta interpolação pode ser linear, quadrática, ou referente a qualquer outra função
polinomial, dependendo do número de nós do elemento. Na verdade, pode-se também utilizar outras
funções de interpolação além das funções polinomiais, tais como funções trigonométricas,
exponenciais, etc.
Um dos elementos finitos mais simples já desenvolvidos é o elemento finito triangular com
interpolação linear. Este elemento apresenta uma forma triângular, com três nós I, J, e K posicionados
nos vértices do triângulo, conforme indica a Figura 3.2.
K ( xK , y K )
I ( xI , y I )
y
J ( xJ , y J )
x
Figura 3.2 – Elemento finito triangular linear, com referência ao sistema de eixos cartesianos.
elemento. Estes graus de liberdade são armazenados no vetor de temperaturas nodais Te do elemento
TI
e
T = TJ (2.52)
TK
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
T ( x, y ) = a1 + a2 x + a3 y (2.53)
onde a1 , a2 e a3 são constantes a serem determinadas. A eq. (2.53) pode ser escrita de forma mais
compacta como
T ( x, y ) = x( x, y )a (2.54)
onde
x= 1 x y (2.55)
e
a1
a = a2 (2.56)
a3
T ( xI , yI ) = a1 + a2 xI + a3 yI = TI
T ( xJ , y J ) = a1 + a2 xJ + a3 y J = TJ (2.57)
T ( xK , yK ) = a1 + a2 xK + a3 yK = TK
1 xI yI a1 TI
1 x
J y J a2 = TJ (2.58)
1 xK yK a3 TK
Ga = Te (2.59)
onde
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1 xI yI
G = 1 xJ y J (2.60)
1 xK y K
a = G −1Te (2.61)
onde
( x J y K − xK y J ) ( x K y I − xI y K ) ( xI y J − x J y I )
1 (y − y )
G −1 = J K ( yK − yI ) ( yI − y J ) (2.62)
det(G )
( xK − xJ ) ( x I − xK ) ( xJ − xI )
com
det(G ) = ( xJ yK + xI y J + xK yI ) − ( xJ yI + xK y J + xI yK ) (2.63)
2 At = det(G ) (2.64)
T ( x, y ) = x( x, y )G −1Te (2.65)
ou ainda,
T ( x, y ) = N ( x, y )Te (2.66)
onde
N( x, y ) = x( x, y )G −1 (2.67)
N( x, y ) = N1 ( x, y ) N 2 ( x, y ) N3 ( x, y ) (2.68)
onde
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1
N1 ( x, y ) = ( ( x J y K − xK y J ) + ( y J − y K ) x + ( xK − x J ) y )
2 At
1
N 2 ( x, y ) = ( ( x K y I − xI y K ) + ( y K − y I ) x + ( xI − xK ) y ) (2.69)
2 At
1
N 3 ( x, y ) = ( ( xI y J − x J y I ) + ( y I − y J ) x + ( x J − xI ) y )
2 At
Te .
Uma interpretação geométrica dos termos da matriz de funções de forma é apresentada no
Apêndice A.
∇T ( x , y ) = ∇N ( x , y )T e = B ( x, y ) T e (2.70)
onde
∂
∂x
B( x, y ) = ∇N( x, y ) = N1 ( x, y ) N 2 ( x, y ) N3 ( x, y )
∂
∂y
(2.71)
∂N1 ( x, y ) ∂N 2 ( x, y ) ∂N3 ( x, y )
∂x ∂x ∂x
=
∂N1 ( x, y ) ∂N 2 ( x, y ) ∂N3 ( x, y )
∂y ∂y ∂y
Calculando as derivadas das funções de forma em relação às coordenadas cartesianas (ver eqs.
(2.68) e (2.69)), chega-se a
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1 ( y J − yK ) ( yK − yI ) ( yI − y J )
B= (x − x ) (x − x ) (x − x ) (2.72)
2 At K J I K J I
wI
e
w = wJ (2.73)
w
K
w( x, y ) = N( x, y )w e (2.74)
Da mesma forma, o gradiente de w( x, y ) , necessário na eq. (2.44), também pode ser obtido de
forma similar ao gradiente da temperatura T ( x, y ) (ver eq. (2.70)), resultando em
∇w( x, y ) = B( x, y )w e (2.75)
A eq. (2.49) é válida para um domínio Ω de formato qualquer, e também, para qualquer
subdomíno dentro do domínio original. Assim, pode-se particularizar esta equação para um
subdomínio referente a um elemento finito, ou seja,
T T T
∫e ( ∇w)
T κ (∇T )dΩ =
∫e w Q dΩ + ∫e w qn dΓ + w e Fce (2.76)
Ω Ω Γq
Fce
I
e e
Fc = Fc J (2.77)
e
Fc K
25
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
T
Colocando-se o termo w e em evidência, chega-se a
T
w e ∫ BT κB dΩ Te − ∫ N T Q dΩ − ∫ N T qn dΓ − Fce = 0 (2.79)
e
Ω Ω e
Γ e
q
∫e B
T
κB dΩ Te = ∫e N
T
Q dΩ + ∫e N
T
qn dΓ + Fce (2.80)
Ω Ω Γq
K e Te = F e (2.81)
onde
Ke = ∫e B
T
κB dΩ (2.82)
Ω
Fe = ∫e N
T
Q dΩ + ∫e N
T
qn dΓ + Fce (2.83)
Ω Γq
Fqe = ∫e N
T
Q dΩ + ∫e N
T
qn dΓ (2.84)
Ω Γq
tal que
26
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
A partir das matrizes de condutividade e vetores de fontes nodais dos elementos que formam a
malha de elementos finitos, pode-se obter a matriz de condutividade e a matriz de fontes nodais do
modelo.
Para isso, será utilizado como exemplo uma malha simples ilustrada na Figura 3.3.
4 5
d
1
b c
a
2 3
Na discussão seguinte, considera-se a conectividade dos elementos para a malha da Figura 3.3,
conforme especificada na Tabela 3.1.
Elemento Nó I Nó J Nó K
a 2 3 1
b 2 1 4
c 3 5 1
d 1 5 4
27
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
T1
T
2
T = T3 (2.86)
T
4
T5
TIa
T2
a a
T = TJ = T3 (2.87)
a T
TK 1
Observa-se que a equação acima pode ser escrita como o seguinte produto matricial
T1
TIa
0 1 0 0 0 T2
Ta = TJa = 0 0 1 0 0 T3 (2.88)
a 1 0 0 0 0 T
T 4
K
T5
ou ainda,
Ta = H a T (2.89)
onde
0 1 0 0 0
H = 0 0 1 0 0
a
(2.90)
1 0 0 0 0
Tb = Hb T
Tc = H c T (2.91)
Td = H d T
onde
28
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
0 1 0 0 0
H = 1 0 0 0 0
b
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
H = 0 0 0 0 1
c
(2.92)
1 0 0 0 0
1 0 0 0 0
H = 0 0 0 0 1
d
0 0 0 1 0
29
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
F1
F
2
F
F = 3 (2.93)
F4
F5
F6
FIa
a a
F = FJ (2.94)
a
F
K
Uma condição de “equilíbrio” a ser satisfeita, é que a soma das fontes nodais, referentes a um
nó comum, de cada elemento que estão conectados a este nó comum, deve ser igual à fonte nodal total
aplicada deste nó. Ou seja, para o nó 1, tem-se
F2 = FIa + FIb
F3 = FJa + FIc
(2.97)
F4 = FKb + FKd
F5 = FJc + FJd
F1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0
F 1 FIa FIb FIc d
2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 FI
F3 = 0 1 0 FJa + 0 0 0 FJb + 1 0 0 FJc + 0 0 0 FJd (2.98)
F 0
0 0 F a 0
0 1 F b 0
0 0 F c 0
0 1 F d
4 K K K K
F5 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
30
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
F a = K a Ta Fb = K b Tb F c = K c Tc F d = K d Td (2.102)
ou ainda,
F = KT (2.106)
onde
31
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
T T T T
K = H a K a H a + Hb K b Hb + H c K c H c + H d K d H d (2.107)
é a matriz de condutividade (ou de rigidez) do modelo. Esta equação também pode ser escrita na forma
de somatório, seguindo a idéia utilizada na eq. (2.101). Assim, em geral, pode-se obter a matriz de
rigidez do modelo, através do seguinte somatório
ne T
K = ∑ He K e He (2.108)
e=1
Caso as temperaturas nodais de todos os nós da malha fossem conhecidas, as fontes nodais
poderiam ser facilmente determinadas através da eq. (2.106). Entretanto, em situações práticas, se
conhece a temperatura nodal de alguns nós, e a fonte nodal dos demais nós.
Para a determinação dos valores desconhecidos das fontes e temperaturas nodais, deve-se
numerar os graus de liberdade da malha, de tal maneira que os nós com fonte nodal prescrita
(conhecida) sejam numerados primeiro, e os nós com temperatura prescrita (conhecida) sejam
numerados por último.
Por exemplo, considera-se a malha da Figura 3.3. Neste caso, a eq. (2.106) pode ser escrita na
forma expandida como
32
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
Considera-se agora, que as fontes nodais sejam prescritas para os nós 1, 2 e 3, e que as
temperaturas sejam prescritas para os nós 4 e 5. Com isso, pode-se particionar o sistema acima, da
seguinte maneira,
K 00 K 01 T0 F0
K = (2.111)
10 K11 T1 F1
onde
Desta forma, deve-se notar que os vetores T1 e F0 são conhecidos, ao passo que os vetores T0
e F1 são desconhecidos.
Desenvolvendo a eq. (2.111), tem-se
K 00T0 + K 01T1 = F0
(2.113)
K10T0 + K11T1 = F1
Com isso, o vetor de temperaturas nodais T0 pode ser calculado, a partir da primeira das
equações acima,
As etapas de análise pelo Método dos elementos finitos são descritas resumidamente abaixo:
κ xx ( x, y ) κ xy ( x, y )
κ = κ ( x, y ) = (2.116)
κ xy ( x, y ) κ yy ( x, y )
2) Montagem da matriz com as derivadas das funções de forma (eq. (2.72)) para cada elemento
1 ( y J − yK ) ( yK − yI ) ( yI − y J )
B= (x − x ) (x − x ) (x − x ) (2.117)
2 At K J I K J I
Ke = ∫e B
T
κB dΩ (2.118)
Ω
Para o caso particular do elemento triangular linear, com material homogêneo, as matrizes κ e B
são constantes (independentes de x e y). Assim, a matriz de condutividade do elemento pode ser
obtida como
K e = BT κBAt t (2.119)
4) Determinação do vetor de fontes ou fluxos nodais para cada elemento, através da eq. (2.83)
Fe = ∫e N
T
Q dΩ + ∫e N
T
qn dΓ + Fce (2.120)
Ω Γq
Para o caso particular do elemento triangular linear, com fonte Q constante, e fluxo normal
prescrito no contorno do elemento qn nulo, o vetor F e pode ser obtido como
34
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1
F = 1 QAt t + Fce
e
(2.121)
1
5) Determinação da matriz de incidência H e para cada elemento, conforme explicado na seção 3.2.1.
Na verdade, apenas se conhece uma parte deste vetor, denominada F0 , em função das condições
de contorno. Após a montagem do vetor F total como mostrado acima, extrai-se a parte F0 deste vetor,
K 00 K 01 T0 F0
K = (2.124)
10 K11 T1 F1
T
T = 0 (2.127)
T1
Te = H e T (2.128)
13) Determinação do gradiente de temperatura no interior de cada elemento (eq. (2.70)
∇T = BTe (2.129)
14) Determinação do fluxo de calor no interior de cada elemento (eq. (2.9)).
q = −κ∇T (2.130)
Com isto, tem-se a solução do problema de condução de calor por elementos finitos, utilizando-
se o elemento triangular linear.
36
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
K ( xK , y K )
I ( xI , y I )
y
r J ( xJ , y J )
x
Figura A.1 – Vetores definidos pelas arestas do elemento, para determinação da área do triângulo.
rx xJ − xI s x xK − xI
r = ry = y J − yI e s = s y = yK − yI (A.1)
0 0
rz sz
1
At = r×s (A.2)
2
Assim,
ˆi ˆj kˆ ˆi ˆj kˆ
r × s = rx ry rz = ( xJ − xI ) ( y J − yI ) 0
(A.3)
sx sy s z ( xK − xI ) ( y K − y I ) 0
= 0ˆi + 0ˆj + ( ( xJ − xI )( yK − yI ) − ( xK − xI )( y J − yI ) ) kˆ
37
O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1 1
At = r × s = ( ( xJ − xI )( y K − yI ) − ( xK − xI )( y J − yI ) )
2 2 (A.4)
1
= ( ( x J y K + x I y J + xK y I ) − ( x J y I + xK y J + xI y K ) )
2
Comparando as equações (2.63) e (A.4), conclui-se que
det(G ) = 2 At (A.5)
K ( xK , y K )
A2 A1
P ( x, y )
I ( xI , y I ) A3
y
J ( xJ , y J )
x
Desta forma, o cálculo da área A1 do triângulo definido pelos pontos P, J e K pode ser
calculada utilizando-se a eq. (A.4), com as variáveis x e y, no lugar de xI e yI , respectivamente
1
A1 ( x, y ) = ( ( xJ yK + xy J + xK y ) − ( xJ y + xK yJ + xyK ) )
2 (A.6)
1
= ( ( x J y K − xK y J ) + ( y J − y K ) x + ( xK − x J ) y )
2
1
A2 ( x, y ) = ( ( xK y I − x I y K ) + ( y K − y I ) x + ( xI − xK ) y ) (A.7)
2
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O MEF aplicado ao Problema de Condução de Calor Remo M. de Souza
1
A3 ( x, y ) = ( ( xI y J − x J y I ) + ( y I − y J ) x + ( x J − xI ) y ) (A.8)
2
Comparando as eqs. (A.6), (A.7) e (A.8) com os elementos da matriz N( x, y ) na eq. (2.67), e
considerando ainda a eq. (A.5), conclui-se que a matriz de funções de forma pode ser expressa como
A1 ( x, y ) A2 ( x, y ) A3 ( x, y )
N ( x, y ) = (A.9)
At At At
ou ainda como,
N( x, y ) = N1 ( x, y ) N 2 ( x, y ) N3 ( x, y ) (A.10)
com
A ( x, y ) A ( x, y ) A ( x, y )
N1 ( x, y ) = 1 N 2 ( x, y ) = 2 N 3 ( x, y ) = 3 (A.11)
At At At
sendo denominadas coordenadas naturais do triângulo. É interessante observar que a medida que o
ponto P “se aproxima” do nó I por exemplo, N1 → 1 , N 2 → 0 e N3 → 0 . Quando o ponto P se situa
1 se L = M
N L ( xM , y M ) = (A.12)
0 se L ≠ M
39