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Belo Horizonte
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Belo Horizonte
2022
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos interessados em atuar sobre o déficit habitacional e cultural
brasileiro de forma resiliente. É para vocês.
AGRADECIMENTOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
1.1 ABRIGOS RESILIENTES PARA HABITAÇOES SOCIAIS ................................................. 11
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.3 OBJETIVOS E METODOLOGIA ..................................................................................... 17
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17
1.3.2 Objetivos Específicos e Metodologia .......................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 18
2.1 COMPONENTES ARQUITETÔNICOS ............................................................................ 18
2.2 QUALIDADE EM CONSTRUÇÕES ................................................................................. 19
2.3 SUSTENTABILIDADE .................................................................................................... 19
2.4 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................................... 20
3 OBRAS DE REFERÊNCIA ........................................................................................... 21
3.1 CASA COLOR CARIBE ................................................................................................ 21
3.2 RESIDENCIAL HELIÓPOLIS I - REDONDINHOS ...................................................... 26
3.3 CONJUNTO ESTRELA DALVA ..................................................................................... 29
4 DIAGNÓSTICO DO LUGAR ........................................................................................ 35
4.1 INSERÇÃO URBANA .................................................................................................... 35
4.1.1 Descrição ......................................................................................................... 35
4.1.2 Mapeamento ................................................................................................... 36
4.1.3 Análise ............................................................................................................. 38
4.2 ESTRUTURA FÍSICO-AMBIENTAL ................................................................................ 40
4.2.1 Descrição ......................................................................................................... 40
4.2.2 Mapeamento ................................................................................................... 40
4.2.3 Análise ............................................................................................................. 41
4.3 ESTRUTURA URBANA, FÍSICO-FUNCIONAL E CARACTERIZAÇÃO SOCIAL,
ECONÔMICA E CULTURAL ................................................................................. 41
4.3.1 Descrição ......................................................................................................... 41
4.3.2 Mapeamento ................................................................................................... 41
4.3.3 Análise ............................................................................................................. 42
4.4 DIAGNÓSTICO LEGAL – LEGISLAÇÕES E NORMAS APLICADAS AO LUGAR E AO TEMA
42
4.4.1 Descrição ......................................................................................................... 42
4.4.2 Mapeamento ................................................................................................... 44
4.4.3 Análise ............................................................................................................. 44
4.5 PLANOS OU PROJETOS EXISTENTES PARA A ÁREA ................................................... 44
4.6 LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO............................................................. 46
4.7 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................................... 48
5 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO-ALVO ............................................................... 49
5.1 METODOLOGIA ...................................................................................................... 50
5.2 SEÇÃO 01 DO QUESTIONÁRIO. CARACTERIZAÇÃO DOS
RESPONDENTES ................................................................................................... 51
5.2.1 Descrição ......................................................................................................... 51
5.2.2 Gráficos............................................................................................................ 51
5.2.3 Análise ............................................................................................................. 53
5.3 SEÇÃO 02 DO QUESTIONÁRIO. CARACTERIZAÇÃO DA MORADIA ATUAL .......... 54
5.3.1 Descrição ......................................................................................................... 54
5.3.2 Gráficos............................................................................................................ 54
5.3.3 Análise ............................................................................................................. 56
5.4 SEÇÃO 03 DO QUESTIONÁRIO. CARACTERIZAÇÃO DA NOVA MORADIA .................. 56
5.4.1 Descrição ......................................................................................................... 56
5.4.2 Gráficos............................................................................................................ 57
5.4.3 Análise ............................................................................................................. 62
5.5 QUESTIONÁRIO ESPECIALISTAS. ................................................................................ 63
5.5.1 Descrição ......................................................................................................... 63
5.5.2 Análise ............................................................................................................. 63
5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 64
6 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS DE PROJETO ....................................................... 65
7 PROGRAMA ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO ................................................ 68
8 VIABILIDADE DA PROPOSTA ................................................................................... 72
8.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................. 72
8.2 CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES.............................................................. 72
9 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 74
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO COM POTENCIAIS CLIENTES .............................. 77
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO COM ESPECIALISTAS ............................................ 88
APÊNDICE C - DIÁRIOS DE PESQUISA ......................................................................... 89
ANEXOS ................................................................................................................................ 92
11
1 INTRODUÇÃO
Fonte: Map data ©2015 Google, com polígonos sobrepostos trabalhados pelo autor (2022).
13
1.2 JUSTIFICATIVA
É certo que também existem soluções menos dramáticas, boa parte erguidas
através dos financiamentos de programas populares, para populações de diversas
classes sociais atingidas pelo déficit habitacional. Para os mais pobres, residências
de valores menos custosos repetem soluções de condomínios de apartamentos em
blocos gêmeos, ou também de casas muitas vezes também geminadas. É nítido que
além de quantidade, qualidade também é bastante demandada.
O problema de habitações sociais sustentáveis é mundial. O crescimento destas
populações, os impactos ambientais, econômicos e sociais envolvidos ilustram
cenários pouco sustentáveis. O mundo todo busca otimizar seus recursos e reduzir
seus impactos ao mesmo tempo que provê moradia de qualidade em quantidade
suficiente para a população. Na Inglaterra, durante a Conferência Internacional para
Melhoria da Eficiência Energética nas Residências, um papel expõe diversos
benefícios que as tecnologias trazem, mas também desafios de viabilidade econômica
para as Habitações Sociais. Este é um tema atual internacionalmente.
Alcançar a sustentabilidade é chegar a solução, e somente através de inovações
poderemos alcançá-la, com propostas diferenciadas que um trabalho acadêmico tenta
produzir. Através do planejamento e desenvolvimento de soluções inovadoras para
habitação social junto com ele a sociedade precisa reduzir os impactos ambientais,
aproveitar bem seus recursos, gerar economia e bem-estar social, e cada pequena
decisão no processo pode representar um avanço ou retrocesso nesta direção. Aqui
o estudo da arquitetura tem papel importante na geração de propostas.
Um conceito que vem se mostrando potencialmente bom para resolução dos
problemas de infraestrutura urbana e que precisa ser estudado e aplicado em projetos
acadêmicos como este é o de cidades compactas. Proposições de ocupações
adensadas e mistas sugerem que necessidades atendidas de maneiras mais
cômodas reduzem impactos e aproveitam os recursos por diversos caminhos, do
maior uso de transportes ativos e públicos, a maior segurança, com convívio sadio
nas áreas urbanizadas. A matéria de 28/09/2016 publicada no Jornal da Universidade
de São Paulo diz como cidades tem mostrados avanços positivos neste caminho, em
São Paulo o modelo testado levou a uma redução de 7,5% de doenças
cardiovasculares e de 5% de diabetes do tipo 2, facilitando deslocamentos por meios
de transporte ativo e público.
A cidade de Neves, onde está o terreno proposto para intervenção, faz parte da
RMBH e está localizada entre municípios com altos índices de déficit habitacional,
16
superiores a 10% - Figura 2. A área está muito próxima ao corredor da Linha Verde
de Belo Horizonte, “atrás” da Cidade Administrativa da Capital, e ainda é uma área
verde, apesar de cercada por áreas urbanizadas e sofrer com pressão imobiliária,
fazendo-se relevante pra um projeto que proponha qualidade urbana sustentável,
diferente de propostas que se repetem no mercado. A cidade apresenta um dos
menores PIBs per capta da RMBH e teve recentemente um Plano Diretor aprovado.
A Região vai se beneficiar com estudos deste tipo, propondo alternativas
diferenciadas que difundam as estratégias urbanas dos novos planos e ajudem as
municipalidades com seu desenvolvimento.
Figura 2 – Déficit Habitacional na RMBH
Fonte: Habitação de Interesse Social - Secretaria de Estado de Cidades e de integração Regional - SECIR
Superintendência de Habitação e Infraestrutura – SHI - Adaptado pelo autor (2022)
Este estudo tem como objetivo investigar a arquitetura resiliente, conceitos de cidades
compactas e Smart Cities e a organização dos abrigos de usos flexíveis e mistos em
empreendimentos de habitações sociais, a fim de gerar uma discussão que suporte
trabalho de conclusão de curso de Arquitetura e Urbanismo no próximo e último
semestre de graduação, em projeto habitacional de interesse social em terreno verde
pressionado pela incorporação imobiliária e por projetos urbanos na RMBH.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Como referencial teórico são apresentadas três obras que trazem conceitos e
teorias arquitetônicas que podemos imaginar como uma linha imaginária que nos leva
das bases do desenho arquitetônico a soluções sustentáveis aplicadas, passando
pela qualidade dos espaços de habitar. Esta base é ainda adicionada a outras ideias
apresentadas nas referências deste estudo.
As ideias destas obras também podem ser sintetizadas na forma do quadro
abaixo (Quadro 2).
Quadro 2 – Referencial Teórico adotado
ASSUNTOS, IDEIAS, VISÃO DO(S) ANÁLISE DO ALUNO E REFERÊNCIAS
CONCEITOS AUTOR(ES) CONEXÃO COM A
ESTUDADOS SUA PROPOSTA
PARA O TFG
Componentes Herman Hertzberger O livro funcionará como Lições de Arquitetura
estuda os diversos biblioteca para consulta (Herman Hertzberger,
componentes quando for necessário 2018)
arquitetônicos tomar alguma decisão
aplicados em obras projetual.
referenciadas e as
organiza de forma que
transformam a prática
em uma teoria.
Qualidade João Sette coordena Entrega ao projeto Produzir casas ou
uma extensa pesquisa proposições construir cidades? (João
diagnóstica para arquitetônicas testadas Sette Witmaker Ferreira,
propor critérios de para o segmento 2012)
qualidade e econômico em voga.
sustentabilidade para
as cidades.
Sustentabilidade Brian Edwards estuda Esta referência Guia básico de
e expõe programas e internacional aborda um sustentabilidade (Brian
políticas a favor do problema-chave a ser Edwards, 2009)
meio ambiente, enfrentado e servirá de
resume medidas e consulta de tendências
soluções ecológicas a que contribuem à
ser consideradas no sustentabilidade do
desenvolvimento projeto.
sustentável.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Herman Hertzberger
O autor apresenta no livro Lições de Arquitetura (2018) os diversos componentes
arquitetônicos aplicados em obras referenciadas, organizados de certa forma que
transformam a prática em uma teoria, em uma espécie de biblioteca para consulta
quando temos algum problema e precisamos de tomar uma direção projetual.
19
2.3 SUSTENTABILIDADE
Brian Edwards
O Guia básico de sustentabilidade (2009) elaborado pelo autor se tornou uma
referência internacional que aborda um problema-chave enfrentado pelos arquitetos
de todo o mundo. Vem servindo de consulta com tendências que contribuem à
sustentabilidade dos projetos. Expõe programas e políticas a favor do meio ambiente
20
2.4 CONSIDERAÇÕES
3 OBRAS DE REFERÊNCIA
FICHA TÉCNICA
Arquitetos: Juan Mario Pradilla Duarte, Andrés Cabal Dominguez
Localização: Cartagena, Bolívar, Colômbia
Ano de Projeto: 2017
Ano de Construção: -
Prêmio: Primeiro Lugar no Prêmio Corona Pro Habitat
Figura 5 - A proposta de uma arquitetura diversa e flexível – Equipe Casa Color Caribe (2017)
Segundo propõem a equipe de projeto, módulos de habitações básicas foram
concebidos a partir do arquétipo da casa de empena, uma volumetria tradicional no
Caribe, elevada do solo, com pé direito alto e beiral, adaptada das antigas tipologias
de influência europeia ao clima tropical, mas agora com uma cumeeira deslocada que
aumenta a área do mezanino e possibilita expansão, transformada em treliça. Além
disso uma parede maciça cria ritmo à fachada ao mesmo tempo que recebe
24
instalações sem segredo para o banheiro e cozinha. Com uma estrutura modular
montada com placas parafusadas a mão de obra de montagem também não precisa
de grande especialidade, e os moradores recebem um manual para sua montagem e
desmontagem, em módulos de 1,20x1,20m que por sua vez compõem outros módulos
principais de 3,60x3,60m. Esta caixa básica tem assim um módulo principal social,
incluindo sala de estar, sala de jantar e cozinha com acesso ao pátio central e jardim
frontal com alpendre e caramanchão, pátio com usos separados do banheiro em
módulo de 2,40x3,60m com possibilidade de ampliação para sala e o segundo andar
repetindo o primeiro da sala.
A casa suspensa do solo com fachadas treliçadas, telhados altos, beiral e
aberturas ao pátio central, funciona suavizando a luz enquanto direcionam a
circulação do ar que sai quente pelas aberturas no telhado. A vegetação no jardim
central e nas fachadas potencializam ainda mais o conforto térmico. Além disso há
também uma captação da água das chuvas para uma lagoa ou tanque, depois de
passar por um filtro de brita que retém sedimentos e gordura, como também a água
dos chuveiros e pias para irrigação do pomar ou descargas sanitárias.
Figura 6 - Preocupação com o conforto ambiental - Equipe Casa Color Caribe (2017)
A obra foi escolhida como referência por se tratar de um projeto percebido
completo em todas as preocupações que tangenciam o trabalho de intervenção a ser
proposto, com uso de modulações, entrega resiliente pela possibilidade de expansão
e flexibilidade de espaços e programas, conforto e respeito ao meio ambiente, uma
referência de criação de ambientes mais humanos, sustentáveis na concepção e no
tempo, como a proposta de intervenção almeja.
25
Figura 7 - Espaços humanos dentro e fora - Equipe Casa Color Caribe (2017)
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FICHA TÉCNICA
Arquiteto: Ruy Otake
Localização: Heliópolis, São Paulo, São Paulo
Ano de Projeto: 2008-9
Ano de Construção: 2011-13
Área do Terreno: 35.000 m2
Área Construída Total: 40.472 m2
Número de Unidades: 324 unidades habitacionais em 18 torres circulares
Equipamentos comunitários: Playground, Quadras, Centro Comunitário
FICHA TÉCNICA
Arquiteto: Joel Campolina
Incorporadora e Construtora: Inocoop Centrab
Localização: Bairro Estoril, Belo Horizonte, Minas Gerais
Ano do Projeto: 1970-79
Ano de Construção: 1980-83
Área do Terreno: 233.000 m2
Área Construída Total: 154.000 m2
Número de Unidades: 1381 apartamentos em 81 torres
Equipamentos comunitários: Escola, centro comercial, clube social e capela
Taxa de ocupação: 9%
Áreas livres (estacionamentos e parques): 133.000 m2
Vias de transporte urbano: 28 mil m2
O Conjunto Estrela Dalva foi concebido e construído
entre as décadas de 1970 e 1980 como um
empreendimento de moradia para famílias que
ganhavam até 5 salários-mínimos da época. Atualmente
o programa federal Casa Verde Amarela por exemplo
atende a famílias com renda de até 7 salários. À época a
área escolhida era considerada fronteira de
desenvolvimento urbano, e os moradores enfrentaram
muita dificuldade com o transporte pois havia apenas
uma linha de ônibus que ligava o conjunto ao centro da
cidade, atualmente são cinco linhas que o cortam,
algumas em direção a bairros populosos e inexistentes
então, como o Buritis, altamente adensado nos dias de
hoje.
O projeto concebido por Joel Campolina era
extremamente inovador em vários aspectos, com
Figura 12 - concepção das grandes quadras interligadas por estacionamentos,
superquadras, agrupamentos e
arborização - Joel Campolina (1971) áreas verdes, e espaços reservados para equipamentos
urbanos importantes para uma vida completa, com
30
escola, igreja, comércio, posto de saúde, posto policial, tinha na primeira proposta a
possibilidade de ter espaços abertos flexíveis que deveriam ser divididos por
ambientes pelos moradores que iriam adquirir os imóveis. Era uma maneira tão
inovadora que não passou no crivo do financiador, o BNH – Banco Nacional da
Habitação, que achava que traria uma complexidade e um desperdício de tempo,
material e mão de obra para realizar em duas etapas o que normalmente se fazia em
apenas uma. A segunda proposta ainda tentou manter certa flexibilidade, mas
somente o terceiro plano apresentado foi aprovado para construção.
Durante o passar dos anos, além das modificações internas realizadas pelos
moradores, as superquadras antes abertas começaram a ser fechadas por problemas
de segurança e de restrição das vagas de estacionamento. Pequenos núcleos de uma
grande torre e duas menores começaram a se fechar criando condomínios a parte.
Por outro lado, uma associação geral angariou recursos e terminou a construção de
um centro comercial conforme havia sido projetado e não entregue, também
construíram um supermercado e um clube social que cobra R$47,00 por cada
apartamento que o utiliza, cerca de 300, com 1100 moradores. O clube abriga também
o Projeto social Bom na Bola Bom na Vida, que atende menores em situação de
vulnerabilidade social da vizinhança. Os aluguéis das lojas ajudam a subsidiar estas
áreas, o projeto social e também auxiliam na conservação o conjunto. Também foram
construídos na quadra social do interior do conjunto uma igreja, um posto policial e
um centro de saúde hoje desativados e substituídos por outros regionais, mas que
deram lugar a um CAC – Centro de Apoio e Convivência com um grande parque anexo
e mantidos pela Prefeitura. A obra também vive.
para concluir este trabalho analítico, que encontrou aqui muita relevância com os
temas de resiliência e sustentabilidade aplicadas aos empreendimentos de habitações
sociais, com flexibilidade, conforto ambiental e boa oferta de serviços à comunidade,
comprovadamente eficaz no caso que se autovaloriza com o tempo.
O projeto foi por tudo isso escolhido como referência para a intervenção que, como
ele foi, será feita em área suburbana e ainda com pouca estrutura urbana, e que
buscará, assim como este, se tornar um marco, caso consiga captar qualidades do
programa e do ambiente resiliente como foi aqui criado.
4 DIAGNÓSTICO DO LUGAR
4.1.1 Descrição
4.1.2 Mapeamento
4.1.3 Análise
4.2.1 Descrição
4.2.2 Mapeamento
4.2.3 Análise
A fragilidade da área está na infraestrutura urbana para gestão das águas que
ainda deverá ser instalada, porém a topografia e as condições da vegetação não criam
empecilhos para que seja bem aproveitada, possibilitando boa insolação e ventilação,
que deverão ser bem aproveitadas pela proposta de intervenção que precisará prever
uma solução de paisagismo mais interessante.
Da mesma forma a estrutura viária precisará ser desenvolvida conforme o Plano
Diretor aponta, que após entregue terá ótimas conexões para os usuários que terão
fácil acesso à área e ligados a diferentes centralidades.
4.3.1 Descrição
4.3.2 Mapeamento
4.3.3 Análise
Esta situação pré urbanização pode aqui também ser encarada como uma
fragilidade pela falta de suporte atual, mas é uma potencialidade para os
incorporadores que poderão ali estabelecer novas referências urbanísticas para a
região, como quer propor também a intervenção arquitetônica a ser desenvolvida
neste trabalho.
4.4.1 Descrição
4.4.2 Mapeamento
4.4.3 Análise
atender uma região já distante do polo comercial da Rua Padre Pedro Pinto. O terreno
escolhido é um elo de ligação desta nova centralidade local planejada.
4.7 CONSIDERAÇÕES
5 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO-ALVO
O Programa Casa Verde e Amarela é uma política pública que busca combater
o déficit habitacional e é voltado a um público de mais baixa renda, composto por
integrantes da classe baixa e média baixa da população seguindo cinco faixas de
renda familiar:
Grupo 1: destinado às famílias com uma renda mensal de até R$ 2 mil.
Grupo 2: direcionado para famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 2.600,00.
Grupo 3: famílias com renda entre R$ 2.600,01 a R$3 mil.
Grupo 4: famílias com renda entre R$ 3.000,01 a R$4 mil.
Grupo 5: famílias com renda de R$ 4.000,01 até R$ 7 mil.
Há diversas metodologias para esta classificação econômica social, algumas
mais detalhadas como da Fundação Getúlio Vargas que busca cruzar a renda per
capta das famílias, suas posses e hábitos, porém vamos aqui usar a metodologia mais
simples do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a título de ilustração
para o trabalho. O IBGE estratifica a sociedade a partir da quantidade de salários
mínimos recebidos pelas famílias. Assim os grupos do Programa Casa Verde Amarela
podem ser classificados aproximadamente como:
Grupo 1: Classe E, rendimento familiar inferior a 2 salários mínimos.
Grupo 2, 3 e 4: Classe D, rendimento familiar entre 2 e 4 salários mínimos.
Grupo 5: Classe C, com rendimentos entre quatro e dez salários mínimos.
Ao avaliar as demandas e oportunidades imobiliárias na região é observado que
o lançamento na região se concentra para o grupo social da Classe C, ou Grupo 5 do
Programa Casa Verde Amarela. Vamos manter nele o foco para este projeto a fim de
aproveitar este mercado na boa localização do plano de expansão do município que
identificamos dentro do terreno, um espaço mais nobre no plano urbanístico projetado.
O valor máximo do imóvel é de R$ 264.000,00 para financiamento pelo Programa
Casa Verde e Amarela - Habitação Urbana - Recursos do FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço), onde se tem até 30 anos para pagar, com subsídios na forma
de taxas de juros menores e descontos a serem concedidos conforme o grupo urbano
de renda, valor e localização do imóvel.
A persona a quem dedicamos o projeto e que buscaremos para ser entrevistada
como usuário é cidadão a partir de 25 anos, solteiro ou que estejam já com família
sendo constituída, que tenham interesse em novas moradias ou que já tenham a sua
50
moradia mas possa dar sua contribuição como decisor ou forte influenciador por este
tipo de aquisição, portanto as entrevistas são direcionadas ao chefe da casa, ou com
seu cônjuge alternativamente.
Também serão entrevistados especialistas, sendo um arquiteto e um engenheiro
que tem hábito em atuar sobre este tipo de empreendimento social.
5.1 METODOLOGIA
5.2.1 Descrição
5.2.2 Gráficos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
52
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
53
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
5.2.3 Análise
5.3.1 Descrição
5.3.2 Gráficos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
55
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
56
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
5.3.3 Análise
5.4.1 Descrição
5.4.2 Gráficos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
58
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
59
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
60
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
61
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
62
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022, com base em FORMULÁRIOS GOOGLE, 2022.
5.4.3 Análise
5.5.1 Descrição
5.5.2 Análise
momento de desenho dos espaços, conjuntos com áreas que possam ser construídas
em outras 2 etapas pelos próprios usuários.
8 VIABILIDADE DA PROPOSTA
marca o início da ocupação desta ZD4 e valoriza todo o entorno que será aproveitado
por algumas destas incorporadoras que já reservaram áreas na região. O Quadro 8 a
seguir cita estes possíveis empreendedores e suas diretrizes, justificando seu
interesse, planos existentes nas empresas.
Quadro 8 – Caracterização do empreendedor
POSSÍVEIS
JUSTIFICATIVA RESPONSABILIDADE
EMPREENDEDORES
MRV, Encammp, MIP Têm empreendimentos na Permutas no local na
região e diretriz de aquisição do Terreno.
expansão de Incorporação e construção
empreendimentos na pelos empreendedores
RMBH. Busca sempre áreas indicados aqui.
novas próximas para Operação e Manutenção por
aproveitar conhecimento condomínio de moradores
local de público alvo e com eleição de síndico e
institucional nos conselho, ou indiretamente
desenvolvimentos por empresa especializada
realizados na vizinhança. indicada por eles.
Direcional Não têm empreendimento Permutas no local na
Engenharia, CAC na região e podem querem aquisição do Terreno.
Engenharia, Fórmula aproveitar como área de Incorporação e construção
Construtora, Precon expansão para atender pelos empreendedores
mesmas diretrizes de indicados aqui.
expansão na RMBH. Operação e Manutenção por
Também podem buscar condomínio de moradores
aproveitar o com eleição de síndico e
desenvolvimento proposto conselho, ou indiretamente
pela concorrência na região. por empresa especializada
indicada por eles.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.
74
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.050: Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos. Rio de janeiro: ABNT, 2015.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de
janeiro: ABNT, 2001.
BIG - BJARKE INGELS GROUP - Homes for All - Dortheavej Residence / Bjarke Ingels Group , 2018.
Disponível em: https://big.dk/#projects-dong. Acesso em: 01 abr. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Código Civil Brasileiro. Lei n. 10.406, 10 jan. 2002.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 01
abr. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 10.098, de 19/12/2000 Estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm . Acesso em: 01 abr. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 14.118, de 12/01/2021 Institui o Programa Casa
Verde e Amarela. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2021/lei/l14118.htm . Acesso em: 01 abr. 2022.
CAU/BR. Arquitetura Social: o mal-entendido que levou Ruy Ohtake a Heliópolis em São Paulo.
12 nov. 2019. ArchDaily Brasil. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/896166/arquitetura-
social-o-mal-entendido-que-levou-ruy-ohtake-a-heliopolis-em-sao-paulo. Acesso em 01 abr 2022.
METEOBLUE - Dados históricos simulados de clima e tempo para Ribeirão das Neves Disponível em:
https://www.meteoblue.com/pt/tempo/historyclimate/climatemodelled/ribeir%c3%a3o-das-
neves_brasil_3451353. Acesso em 01 abr 2022.
MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Lei Estadual No 14.130 de 19/12/2001 -
Dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico no Estado e dá outras providências.
Disponível em:
https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?ano=2001&num=14130&tipo=L
EI. Acesso em: 01 abr. 2022.
RIBEIRÃO DAS NEVES. Prefeitura Municipal. Código de Obras de Ribeirão das Neves -
Complementar nº 212/2021. Município de Ribeirão das Neves, 2021. Disponível em:
https://leismunicipais.com.br/a1/codigo-de-obras-ribeirao-das-neves-mg/. Acesso em: 01 abr. 2022.
RIBEIRÃO DAS NEVES. Prefeitura Municipal. Código de Posturas de Ribeirão das Neves - Lei
Complementar nº 40/2006. Município de Ribeirão das Neves, 2006. Disponível em:
https://leismunicipais.com.br/a1/codigo-de-posturas-ribeirao-das-neves-mg/. Acesso em: 01 abr. 2022.
RIBEIRÃO DAS NEVES. Prefeitura Municipal. Plano Diretor de Ribeirão das Neves e Anexos - Lei
Complementar nº 207/2020. Município de Ribeirão das Neves, 2009. Disponível em:
https://leismunicipais.com.br/a1/plano-diretor-ribeirao-das-neves-mg/. Acesso em: 01 abr. 2022.
RIBEIRÃO DAS NEVES. Prefeitura Municipal. Plano de Zoneamento de Uso e Ocupação do solo
de Ribeirão das Neves - Lei Complementar nº 37/2006. Município de Ribeirão das Neves, 2006.
Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a1/plano-de-zoneamento-uso-e-ocupacao-do-solo-
ribeirao-das-neves-mg/. Acesso em: 01 abr. 2022.
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Nome:
Entrevistado
Função/Cargo:
1. Qual tem sido sua atuação dentro dos empreendimentos de cunho social?
2. Quais os principais players deste mercado na Região Metropolitana de Belo Horizonte?
3. Você possui metas no desenvolvimento de serviços para estes players? Quais?
4. Como você enxerga a evolução destes serviços nos próximos 10 anos?
FATO 02: “Os benefícios e os desafios da eficiência energética nas habitações sociais
na Austrália”
Fonte:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1876610217334859?ref=pdf_dow
nload&fr=RR-2&rr=71a7215aca64356b. Acesso em: 01/04/2022.
Os custos de se produzir e também de se manter empreendimentos de cunho social
são o maior desafio enfrentado pelos mercados e que levam as cidades a
abandonarem este enorme problema de moradia social. Este artigo apresenta uma
avaliação de dez habitações de habitação social em Horsham (Victoria, Austrália),
incluindo quatro casas de baixo consumo de energia e seis casas normais para
controle de dados que mostraram redução de 45-62% no consumo energético,
melhoraram o conforto térmico, a saúde e os resultados sociais. Houveram vários
desafios, incluindo o apoio aos inquilinos para usar certos recursos projetados e os
resultados da pesquisa ajudam a orientar projetos semelhantes para resultados mais
sustentáveis.
FATO 04: “MG é o segundo estado com maior déficit habitacional no Brasil”
Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/com-cerca-de-500-mil-familias-sem-casa-
mg-e-o-2-com-maior-deficit-no-brasil-1.2516703#
Em Minas Gerais 500 mil famílias sofrem com a baixa qualidade de moradia e somente
em Belo Horizonte este número é de 100 mil famílias. A demanda por aqui também é
enorme.
ANEXOS