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Potência elétrica

Potência elétrica é a medida da quantidade de energia elétrica


fornecida ou consumida por um circuito elétrico. Pode ser
calculada por meio de grandezas como tensão, corrente
e resistência elétrica, e sua unidade de medida é o watt.
O cálculo da potência elétrica é de grande importância, uma
vez que, por meio dele, é possível determinar qual será a
quantidade de energia elétrica consumida por um dispositivo
elétrico durante um determinado intervalo de tempo.
Veja também: Eletricidade – origem, fórmulas e exercícios
resolvidos
O que é potência elétrica?

Potência elétrica é a quantidade de energia elétrica que é


fornecida a um circuito elétrico a cada segundo ou, ainda, a
quantidade de energia que esse circuito converte em outras
formas de energia, também a cada segundo. A unidade de
medida da potência elétrica, de acordo com
o Sistema Internacional de Unidades (SI), é o watt (W), que
equivale a joules por segundo (J/s).
A potência elétrica geralmente é estudada em dispositivos
como geradores, receptores e resistores, que são elementos
dos circuitos elétricos que, respectivamente, geram energia
elétrica, consomem energia elétrica e produzem calor, devido
ao efeito Joule.
Como calcular a potência elétrica

Como qualquer outro tipo de potência, a potência elétrica pode


ser calculada dividindo-se a energia consumida, ou
transformada, pelo intervalo de tempo. Entretanto, existem
fórmulas de potência mais específicas que relacionam
grandezas como tensão elétrica (U), corrente elétrica (i) e
resistência elétrica.
A potência elétrica pode variar em muitas ordens de grandeza
de acordo com a aplicação estudada. Veja alguns exemplos!
 Um chuveiro elétrico dissipa, em média, 5 kW de energia
elétrica na forma de calor a cada segundo.
 Usinas hidrelétricas geram eletricidade a uma taxa de 30
MW.
 Um chip de computador consome 1 mW de energia
elétrica.
Por isso, é importante conhecer e saber utilizar corretamente
os prefixos de unidades do SI.
Veja também: Dielétricos – o que são, para que servem e
exemplos

Dielétrico
Dielétricos são meios isolantes que sofrem polarização ao
serem sujeitos a grandes intensidades de campo elétrico.

Os dielétricos são colocados em volta de fios de alta tensão


para que se evite a ruptura dielétrica do ar ao seu redor.
Dielétrico é o nome dado aos materiais que têm
propriedades isolantes e que podem ser facilmente
polarizados, geralmente são meios que dificultam a formação
de correntes elétricas. Os dielétricos polarizam-se quando
sujeitos a um grande campo elétrico externo, essa propriedade
concede a esses materiais diversas aplicações tecnológicas nas
áreas de eletrônica, óptica, biofísica etc.
Função

 Barrar a passagem da corrente elétrica


 Acumular cargas elétricas em razão de sua polarização
 Evitar a ruptura dielétrica do ar em fios de alta tensão
 Isolar componentes elétricos
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Como ocorre a polarização de materiais dielétricos

Quando os materiais dielétricos são colocados em uma região


de campo elétrico intenso, pouca ou nenhuma corrente elétrica
é capaz de fluir através deles. Isso ocorre porque esses
materiais são pouco condutores. Ao propagar-se no interior
dos dielétricos, o campo elétrico causa a polarização das suas
moléculas, isto é, os portadores de cargas do material são
levemente deslocados de sua posição de origem, fazendo com
que um campo elétrico oposto ao campo elétrico externo surja,
anulando-o.
A figura a seguir mostra como ocorre a polarização do
dielétrico. Em branco, temos uma representação das moléculas
do dielétrico, o campo elétrico externo “puxa” as cargas
negativas em sua direção, produzindo, assim, uma separação
de cargas que dá origem a um campo elétrico de
polarização, oposto ao campo elétrico externo:
O campo elétrico externo polariza o meio dielétrico.
Ruptura da rigidez dielétrica

A ruptura da rigidez dielétrica ocorre quando o campo elétrico


externo aplicado a um dielétrico é grande o suficiente para que
esse material deixe de ser um isolante elétrico e passe a
ser condutor de eletricidade. Quando isso ocorre,
os elétrons desse material, que antes eram fortemente ligados
aos núcleos atômicos, passam a ser conduzidos através da
sua rede cristalina. Esse processo é geralmente violento,
produz uma grande quantidade de calor e pode causar danos
irreversíveis ao dielétrico.

Os raios formam-se quando o ar passa a conduzir a corrente


elétrica.
A ruptura da rigidez dielétrica também pode ocorrer quando
se aquece o material, o aumento de temperatura pode
fornecer mais energia aos elétrons, que, quando excitados, são
conduzidos mais facilmente.
De modo geral, todos os dielétricos necessitam de grandes
quantidades de energia para sofrerem rupturas de rigidez
dielétrica, da ordem de, pelo menos, 3 eV (3 elétron-Volts) —
cerca de 4,8.10-19 J para cada elétron excitado.
Um exemplo simples que retrata a ruptura da rigidez dielétrica
é a formação dos raios: quando o campo elétrico entre as
nuvens é alto o suficiente, o ar atmosférico, que é um bom
dielétrico, polariza-se no momento em que o campo elétrico
excede um valor máximo de 3.106 V/m. Dessa forma, o ar torna-
se condutor. A passagem dos elétrons pelo ar produz um
enorme aumento de temperatura e emite um estrondo, em
razão da alta expansão térmica do ar.

O efeito corona surge em fios de alta tensão, devido ao grande


campo elétrico em sua volta.
Exemplos de materiais dielétricos

 Ar
 Cerâmica
 Mica
 Vidro
 Plástico
 Porcelanas
 Óxidos
 Água destilada
 Óleos
 Borracha
Aplicações

 Capacitores: Esses são dispositivos elétricos formados


por duas placas condutoras “recheadas” por um meio
dielétrico. O campo elétrico formado entre as placas
polariza esse meio, e isso aumenta grandemente a
capacidade desses dispositivos de armazenarem cargas
elétricas.
 Transformadores: Os vernizes utilizados nos fios das
bobinas dos transformadores são capazes de isolá-los uns
dos outros, bem como o óleo que é utilizado para
refrigerá-los tem propriedades dielétricas
 Sensores diversos: Existe uma grande gama de sensores
de pressão, temperatura e luz que utiliza dielétricos para
indicar variações mínimas nessas grandezas.
 Telas touchscreen: As telas dos smartphones são feitas de
materiais dielétricos. Quando o dedo toca a tela, fecha-se
um circuito similar a um capacitor. Pequenas variações de
cargas são detectadas indicando a ocorrência do toque.
Constante dielétrica

Constante dielétrica é a constante física


que influencia o acúmulo de cargas de um capacitor. Quanto
maior for a constante dielétrica de um meio, maior será a sua
capacidade de acumular cargas para uma
determinada diferença de potencial. A constante dielétrica é
definida como um múltiplo da constante dielétrica do vácuo. A
constante dielétrica do vácuo tem valor de ε0 = 8,85418782.10-
12 2 -1 -2
 C N m .
Qualquer material, senão o vácuo, tem a sua constante
dielétrica definida com base na seguinte relação:

ε — constante dielétrica do meio


ε0 — constante dielétrica do vácuo
K — constante dielétrica relativa
Confira os valores de constantes dielétricas de alguns meios
conhecidos:

Material Constante dielétrica relativa (k - C2N-


Ar 1,00059
Alumínio 8,1 a 9,5
Papel 4a6
Porcelana 6
Óleo 4,6
Mica 5,4 a 8,7
Vácuo 1
Quando um material apresenta uma constante k = 5, por
exemplo, isso significa que a sua capacitância será cinco
vezes maior que a do vácuo. Se um capacitor receber esse
dielétrico entre suas placas, ele será capaz de armazenar cinco
vezes mais carga.
Fórmula do capacitor com dielétrico

A fórmula que usamos para capacitores de placas paralelas é


mostrada a seguir, observe:

C — capacitância
A — área
d — distância entre as placas do capacitor
Para os casos em que o capacitor tem um dielétrico inserido
entre suas placas, devemos levar em conta a constante k,
confira:

O dielétrico inserido entre as placas de um capacitor aumenta


grandemente sua capacidade de armazenar cargas.

Fórmulas da potência elétrica

Conheça as principais fórmulas utilizadas para o cálculo da


potência elétrica:
P – potência elétrica – W
U – tensão elétrica (V)
R – resistência elétrica (Ω)
i – corrente elétrica (A)
Com as fórmulas acima, é possível resolver a maior parte dos
exercícios de eletrodinâmica que envolvem o cálculo da
potência. Há também uma fórmula mais geral que pode ser
utilizada para determinar o consumo de energia elétrica, por
exemplo. Observe:

E – energia (J)


Δt – intervalo de tempo (s)
Com tudo o que aprendemos até agora, já podemos fazer
alguns exercícios sobre potência elétrica, não é mesmo?
Veja também: Dores, desmaios e queimaduras – os efeitos da
corrente elétrica no corpo humano

Efeitos da Corrente Elétrica no Corpo


Humano
Os efeitos da corrente elétrica no corpo humano dependem
da sua intensidade. Entre as consequências do choque
elétrico, podemos citar formigamentos e até a morte.
Ao passar pelo corpo, a corrente elétrica pode gerar,
dependendo do seu valor, desde formigamentos até a morte
A corrente elétrica é um fenômeno que pode levar um ser
humano à morte. Quando se estabelece uma diferença de
potencial entre dois pontos do corpo humano, flui
uma corrente elétrica entre eles. A intensidade dessa corrente
depende da diferença de potencial e da resistência
elétrica entre esses pontos sobre os quais se aplica a voltagem,
por exemplo, a resistência elétrica entre as orelhas é igual a 100
Ω, aproximadamente.
A sensação de choque elétrico surge com correntes elétricas de
intensidade superior a 1 mA. Com correntes superiores a 10 mA,
os músculos contraem-se, o que dificulta, por exemplo, o pulo
(salto). Correntes próximas de 20 mA tornam a respiração mais
difícil, a qual pode cessar com correntes que chegam a 80
mA. As correntes elétricas que chegam a matar são aquelas
cuja intensidade está compreendida na faixa entre 100 mA e
200 mA. Com intensidade próxima dos 100 mA, as paredes
do coração executam movimentos descontrolados, o que é
chamado de fibrilação. As correntes que chegam a ultrapassar
os 200 mA não são tão perigosas quanto as de 100 mA, pois as
contrações musculares do coração são tão violentas que esse
órgão fica paralisado, fato que acaba aumentando a
possibilidade de sobrevivência de um ser humano submetido a
esse tipo de choque elétrico.
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Ao contrário do que muitos pensam, as correntes elétricas mais
perigosas são aquelas que têm intensidades relativamente
mais baixas, que podem ser obtidas em eletrodomésticos
comuns que funcionam a 110 V e 220 V. Correntes mais intensas
podem provocar desmaios e fortes queimaduras, porém não
chegam a matar de imediato.
O socorro a uma vítima de choque elétrico deve ser rápido,
começando pelo corte da tensão elétrica. Caso não seja
possível cessá-la, deve-se retirar a pessoa do local com um
material que seja isolante, como materiais plásticos. Feito isso,
é necessário chamar os bombeiros, que são pessoas altamente
preparadas para esse tipo de atendimento emergencial.

Exercícios resolvidos sobre potência elétrica

Questão 1 — (Enem) Quando ocorre um curto-circuito em uma


instalação elétrica, como na figura, a resistência elétrica total
do circuito diminui muito, estabelecendo-se nele uma corrente
muito elevada.
O superaquecimento da fiação, devido a esse aumento da
corrente elétrica, pode ocasionar incêndios, que seriam
evitados instalando-se fusíveis e disjuntores que interrompem
essa corrente, quando a mesma atinge um valor acima do
especificado nesses dispositivos de proteção.
Suponha que um chuveiro instalado em uma rede elétrica de
110 V em uma residência possua três posições de regulagem da
temperatura da água. Na posição verão, utiliza 2100 W; na
posição primavera, 2400 W; e na posição inverno, 3200 W.
GREF. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 1993
(adaptado).
Deseja-se que o chuveiro funcione em qualquer uma das três
posições de regulagem de temperatura, sem que haja riscos de
incêndio. Qual deve ser o valor mínimo adequado do disjuntor
a ser utilizado?
a) 40 A
b) 30 A
c) 25 A
d) 23 A
e) 20 A
Resolução:
Vamos utilizar a maior potência de operação do chuveiro para o
cálculo. Fazendo isso, descobriremos qual é a maior corrente
que pode atravessá-lo.
Com base na resposta e nas alternativas, percebe-se que é o
fusível a ser utilizado deve ser de 30 A, portanto a alternativa
correta é a letra B.
Questão 2 — (Enem) Todo carro possui uma caixa de fusíveis,
que são utilizados para proteção dos circuitos elétricos. Os
fusíveis são constituídos de um material de baixo ponto de
fusão, como o estanho, por exemplo, e se fundem quando
percorridos por uma corrente elétrica igual ou maior do que
aquela que são capazes de suportar. O quadro a seguir mostra
uma série de fusíveis e os valores de corrente por eles
suportados.

Fusível Corrente elétrica (A)


Azul 1,5
Amarelo 2,5
Laranja 5,0
Preto 7,5
Vermelho 10,0

Um farol usa uma lâmpada de gás halogênio de 55 W de


potência que opera com 36 V. Os dois faróis são ligados
separadamente, com um fusível para cada um, mas, após um
mau funcionamento, o motorista passou a conectá-los em
paralelo, usando apenas um fusível. Dessa forma, admitindo-se
que a fiação suporte a carga dos dois faróis, o menor valor de
fusível adequado para proteção desse novo circuito é o:
a) azul
b) preto
c) laranja
d) amarelo
e) vermelho
Resolução:
Inicialmente calcularemos a corrente elétrica em cada farol
usando uma das fórmulas de potência:

Com os dois faróis ligados ao mesmo fusível, teremos o dobro


da corrente elétrica. Observe:

Com base no cálculo, vimos que a corrente elétrica é de


aproximadamente 3 A. Com base nisso, o fusível a ser utilizado
deve ser o fusível laranja, de 5 A, uma vez que, se colocarmos
um fusível mais fraco, ele queimará. A alternativa correta é a
letra C. 

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