Você está na página 1de 83

Pílulas de felicidade

Isabel Castella
Aos que me apoiaram e me marcaram de alguma forma.
Direitos autorais © 2020 Isabel Castella de Magalhães

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um


sistema de recuperação, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer
meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão
expressa por escrito da autora.

Revisão:
Amanda Gomes e Gabriela Capistrano

Você pode encontrar a felicidade em tudo. No pássaro que te acorda as


5 horas da manhã no seu único sábado de folga, ou quando você descobre que
seu namorado te engana todas as noites quando diz que vai dormir. Ah, tudo
tem um lado bom (ou não). Sempre me disseram que eu sou pessimista, mas
eu não concordo, por isso, dei esse título ao livro. Para mim, meu sofrimento
é minha pílula de felicidade. Ah, não me ache esquisita, estou abrindo meu
coração para você.
Escrever sempre fez parte da minha vida, mas nunca tive a intenção de
compartilhar meus escritos com ninguém. Hoje estou aqui, mostrando tudo
com a intenção de um recomeço. Espero que você sinta tudo junto comigo e
se emocione. O ser só é, quando sente.

Boa leitura! -b
Introdução
Posso não escrever coisas
Sobre romance clichê
Que te tira o ar
Sempre que você assiste.

Mas na minha arte


Eu descrevo o real
As cicatrizes que são deixadas
E ninguém se preocupa em curá-las.

Não sou triste e nem vivo no passado


Apenas me permito ser vulnerável
E transmitir sensibilidade
Da forma que me é possível.

Busco uma forma de expressar


Minha indignação
Sobre a minha vida
E a vida de outros.

Não tente me decifrar


Apenas eu tenho as respostas
Para todas as suas perguntas
E não as responderei.

Sinta aqui toda a dor


Fictícia ou não
E se acalme
Com uns versos de amor.
PARTE I

NEM SEMPRE SOMOS FELIZES


I
O azul representa tanto
A tristeza e a tranquilidade
E essa ambiguidade
Representa quem eu sou
Eu sempre quis me sentir livre mas
Acho que nunca consegui de verdade
Sempre tem algo que me prende
Algo pouco, mas que vira muito para mim.
O amor é algo que me prende.
Eu amo cores, flores, dores...
Tudo sempre tem um lado bom
Talvez tendo sempre algo para me prender
Me poupa de voar
E me perder.
II

Você me segura como uma âncora.


Me mexo, brigo, sofro, grito e permaneço ali.
Olho para todos os lados e só vejo escuridão,
Será que há algum farol por aqui?
Estou presa para sempre?
Decerto deve haver algo para me salvar,
Me livrar dessas correntes.
Senão algo, alguém me escutará
Mesmo em silêncio.
Eu busco explicação para o que me acontece,
E acho que já descobri.
III

Da inércia da minha vida


Não saem versos e
Nem ações
A única coisa que eu penso
É como irei dormir essa noite
Sem você.
Estou em pedaços
Não sei como me reerguer
Você foi embora
Sem me deixar instruções
De como viver.

- O vazio me consome.
IV
Eu me acostumei com rotina
De te ter sempre comigo
Mas me desacostumei logo depois
que você foi embora.
As vezes penso em te dizer oi
Ainda me lembro do seu rosto
Mas, um passo em falso
e você me fode outra vez.
Não posso me permitir
Sofrer novamente
Ficar sem ti
Nunca foi uma opção
Mas hoje
Essa é minha realidade.
V
Nos meus rascunhos tem sempre você.
Que me feriu, que me fodeu.
Sempre te guardei com carinho,
Até nos meus escritos mais tristes.
Minhas linhas estão sujas
Das canetas podres que você me fez usar
Meus versos estão vastos
De promessas vazias que você propôs.
Você partiu
Pouco te importa o que sobrou de mim
Bom, eu vou te contar
Eu virei poeira, sem amor
Sim, dá para viver sem amor
Principalmente sem um amor de merda.
VI
Falta uma parte de mim
que está dividida entre
as pessoas mal-agradecidas.

Falta uma parte de mim


que está perdida entre
todos os sentimentos que dei aos outros.

Falta uma parte de mim


que está viva entre mil corações,
mas nunca no meu.

Falta uma parte de mim


que não voltará
e quem a tem, não sabe sua grandeza.

- Hoje falta tanto, que não me acho mais.


VII
Hoje eu te peço perdão.
Não sou quem eu gostaria de ser
e nem quem você gostaria que eu fosse.
Hoje me sinto só, na imensidão do meu mar,
mal conheço meu caminho,
meu lar é meu hospício.
Me decepciono, me perco,
me acho, quem sou?
A confusão que me habita é enorme,
ninguém consegue arrumar.
Hoje eu te entendo,
se eu pudesse, me abandonaria também.
Eu queria sumir sem objetivo,
sem rumo, sem você.
Hoje eu queria ser tão consistente
a ponto de nada me abalar.
Hoje eu queria aquela coragem
de magoar todos por algo egoísta.
Hoje vejo, ninguém entende meu eu,
apenas queria conseguir ficar sem
Sem ti, sem mim, sem nada.
VIII
Eu não me reconheço
Em versos vagos
Cobertos de amor
E juras de felicidade.

Eu não me reconheço
Em frases poucas
Que reproduzem
Falas repetidas.

Eu não me reconheço
Em noites calmas
Dormidas as dez
Sem um pouco de ação.

Eu não me reconheço
No segundo em que acordo
Esperando novidade
E me deparo com mais do mesmo.
IX
O som das lágrimas sai sereno
A gota do meu sangue
Sai preta como a cor
Dessa tinta que te escrevo

Meus órgãos mortos


Tem teu cheiro e
Enquanto tudo escorre dentro de mim
Meu coração ainda balança

A dor que tu me causas


É crônica
Nada é capaz de me fazer esquecer
Tamanha ingratidão.

No meu ser bobo,


Você poderá dançar
E eu farei contigo
O que você quiser.
X
Durante meses me machuquei
Te fiz de intocável
Me torturei com uma culpa
Que não me pertencia.

Te dei um valor que


Nunca foi o suficiente para
Te fazer ser fiel
A mim.

Te fiz parte de mim


Compartilhei tudo contigo
E você me quebrou...
E eu não encontro meus pedaços.

A dor de perceber a tolice


De confiar cegamente em alguém
Equivale a dor de perder um membro
E eu perdi.

-Te fiz meu cais e naufraguei.


XI
Você me prometeu,
Naquela madrugada de sexta-feira,
Agarrados embaixo da coberta,
Que ficaria sempre comigo.

Você se lembrou disso


Quando foi embora
Sem nem olhar para trás?
Eu me lembro.

Durante todas as noites


Frias ou quentes,
Estreladas ou chuvosas,
Eu me lembro que estou só.

Não bastava uma falsa promessa,


Você ainda me deu um falso amor,
Me fez confiar em você
E partiu...

Estou sozinha aqui,


Lamentando todo o meu passado
Descontando em todas as pessoas,
Menos em você.

Você me deixou só,


Mesmo sabendo que
Eu nunca apreciei
A minha própria companhia.

A solidão desse quarto me sufoca,


Eu perco os meus sentidos,
Não tenho no que me apoiar,
Estou vazia por dentro.

Mas hoje não seria você


Quem me tiraria desse poço,
Nossa relação
Já está resolvida para mim.

Me isolo por não ter algo mais


Que mexa com meus sentimentos.
Um simples amor vira só um tormento
Na vida de quem sente apenas solidão.

O sentimento de vazio
Tomou conta de mim por inteiro
Nem da cama levanto mais,
Por não me sentir sorteiro.

-Nem a sorte me quer por perto.


XII
Sinto dores que
Não sei de onde vem
Só sinto
E me derramo.

Sofro.
Meus sentimentos me guiam
E eu sinto o peso de ser
Um ser que sente.

Busco meu eu que perdi


Mas não acho...
Me afogo no mar de incertezas
Me doo e me dói.

Distante de mim
Aceito metades
E distante de mim eu percebo
A importância de me ter por perto.
XIII

Tu feres meu coração sem dó


Não se incomodas
Com o que me diz
E me faz virar pó.

A cada palavra
Uma parte morre
E não entende
Você.

A faca entra fria


Sem motivo
Sem perdão
Sem amor.

O peito arde
Sem um porque
Talvez seja apenas
Um talvez.
XIV

Eu te conto o que sinto


Enquanto meu coração
Se abre em mar
Quando estou só e triste.

Se você souber o que se passa


No inconsciente da minha alma
Tu me convidarias para um café
E uma sessão de terapia.

Mas se eu te cantar
Aquela música tranquila
Te acalmaria e te faria acreditar
Que está tudo bem cá no meu mar.
XV

O sufoco me consome
Me vejo sem respirar
Hoje é meu último dia
A trabalhar nesse mar.

Lágrimas escorrem
O peso me leva para baixo
Preciso de amparo
Se não, fico no chão.

Está tudo preto


Eu giro e
Encontro meu caminho
Sem luz, mas comigo.
XVI
O céu está tão escuro agora sem você
Nada mais faz sentido
Como fazia contigo
Estou tentando dar um jeito nisso.

O vazio me toma tanto


Que tudo o que eu quero
É correr para você
Não é a mesma coisa quando eu estou só.

Sua voz me faz querer


Ser o mundo que gira em torno de ti
Mas está tudo sem sentido agora
Vou aonde você quiser.

Eu choro até transbordar


E queria te dizer
Que a última vez que transbordei por amor
Foi com você.
XVII
Nesse instante
Estamos distantes
Mesmo querendo
Estar perto.
A vontade
Mesmo grande
Não é maior
Que a dificuldade
De ir te ver.
Nesse instante
Você está triste
E eu estou aqui
Longe de ti.
XVIII
Me deixaram só
Enquanto o caos
Abraçava todo o meu ser
É... eu entendo
Ninguém tem culpa
As coisas simplesmente acontecem
Acontece que eu
Sempre fui ingênua demais
Porque enquanto eu desmoronava
Vocês sambavam
Sobre os escombros
E riam
Enquanto a loucura
Tomava conta de mim.
Hoje eu sinto
Todas as dores no meu corpo
Da forma mais visceral
Que é possível.
Eu me recompus
Mas não tenho um coração
Vocês pisaram nele
E não sei onde encontrar outro.
XIX
Você vai, mas sempre volta
Nunca fui bom em ler nas entrelinhas
Passa uma noite aqui
Mas encontro minha cama vazia logo pela manhã.

Me diga o que fazer


Com essa saudade
Que massacra meu peito
E com o medo de você não voltar.

A tristeza fez morada em meu peito aberto


Sua incerteza me parte em pedacinhos
E a cada momento que penso em você
Peço que vá embora de uma vez.
XX
Você chegou de mansinho
Pedindo um abraço
E devagarinho
Você foi levando meu braço.

No embraço do teu laço


Me vi presa
Nas tuas juras
Mais lindas de amor.

Caminhei de cabeça baixa


Seguindo apenas seus passos
E esperando para ver
Onde esse amor ia me levar.

Chegando ao nosso destino


Levantei apenas meus olhos e
Reconheci o lugar
Já estive aqui antes.

Era morno, um pouco estranho


Dava uma sensação de vazio
E foi assim que eu me lembrei,
Era o fundo do poço.
PARTE II
O AMOR TEM O SEU ESPAÇO
I

Existem vários tipos de amor


O amor breve, que chega leve
Te faz suspirar
Mas logo se vai.

O amor fácil,
Que te encanta num olhar
Te leva as alturas
Sem nem precisar falar.

O amor sereno,
Que te leva nas ondas,
O balançar que te acalma
Fazendo tudo melhorar.

Tem o amor forte,


Que te rasga quando chega
Você se entrega sem nem pensar
E se derrete por inteiro.

O amor difícil,
Que além do sentimento
Há tanta complicação
Que ele só não se sustenta.

Tem o amor que é só amor,


Que você sente e se deixa levar,
Se irrita, mas te faz melhorar
Que te rasga e te faz suspirar.

Ah, mas tem o amor completo,


Que te conhece de todas as formas e
Te aceita em todos os sentidos
E faz a diferença todos os dias.

- O amor próprio.
II
Numa tarde de verão
Vejo o sol se pôr e
Sinto falta de segurar
Sua mão.
O estranho é que eu
Nunca segurei sua mão
Num pôr do sol
Em uma tarde de verão.
Teu sorriso atraí o meu olhar.
Faz meu coração sair pela boca.
Quando você me vê,
Sinto todo o seu amor.
III
Esse é um poema sobre amor
Mas sobre o amor que dói
E que você perdoa,
Mas volta atrás.

O amor tem padrões.


Ele te fere,
Te faz chorar
E te mata.

O amor chega manso


Te oferece um café
Um cheiro
Uma flor.

Quando você nega


Ele se revolta
Te maltrata
Te faz recuar.

Mas você se torna forte


A cada dia
E, no fim,
Você o deixa para trás.

Ficar sozinha
Nunca te fez tão bem
Me disseram depois de um tempo
Que eu o deixei.

A verdade é que
Eu me sentia tão amada
E tão viva,
Como nunca antes.

Eu descobri
Algo renovador,
Você também deveria experimentar,
O amor por mim.
IV
O canto que
Tu cantas
Encanta
Cada canto
Onde tu
Se propôs
A cantar.
A rima que
Tu dita
Combina
Com a minha sina
E me ensina
Sobre ti
E sobre o canto
Que rima
Com o meu ser.
V
Com o tempo eu aprendi
A me fazer tão feliz
A ponto de não precisar
Do teu medíocre amor.

Não me sentia eu
Me sentia tua escrava
Tentando sempre te agradar
Para você me fazer feliz

Mas você me fazia


Presa
Sufocada, sem ar
Sem vida, sem voz.

Tudo mudou para mim


Hoje me sinto livre
Repleta de serenidade
Não espero amor de ninguém

Hoje eu me sinto completa


Aproveito minha solitude
E sempre tenho mais certeza
De que sou o suficiente.
VI

O brilho de cada estrela


Causa em mim certo arrepio
Trazendo consigo o desafio
De não te decepcionar

Me propus a te amar
Vou me dedicar
Ditar meu canto, mostrar meu pranto
Se você desabar.

O brilho da lua
Causa em mim uma certeza
Traz para mim a leveza
De te carregar.

Me dispus a olhar
Vou te amar
Mostrar meu canto, chorar teu pranto
Para te segurar.
VII
Dei meus primeiros passos
No segundo em que te vi
Indo embora
Naquela tarde de segunda feira.

Respirei fundo
Pois não sabia o que fazer,
Nunca andei sozinha antes
Sempre te tive como apoio.

Me virei em direção
A um lugar qualquer e fui
Tentando não tropeçar
Na vontade de te ter de volta.

Quando eu subi as escadas


Do meu apê de um quarto só,
Suspirei aliviada
De ter chegado em paz.

Os dias se seguiram em silêncio


Somente o canto dos pássaros
Era ouvido por mim
E meu livro no canto na mesa.

Não distante de mim


Estava toda a reflexão
Dos meses em que passei presa a você
E hoje consigo ver o estrago que fez em mim.

Minha solitude de agora


Me fez conhecer meus gostos,
Meus anseios,
Minha liberdade.

Me sinto eu sem você aqui


Durmo às 4 da manhã
Sem me preocupar com
Aquelas ligações que você me fazia às 7h.

Minha solitude de agora


Me fez conhecer meus traços
O caminho até meus pés
Que hoje sou capaz de mover sozinha.
VIII
Aprendi a me sentir
E hoje me sinto só
E nada mais
Sentir-se só, te faz se sentir.

No tempo em que me sinto


Lido com emoções demais
Sempre fui de transbordar
Não me contento com pouco.

Me mantenho em versos
Não abaixo a cabeça
Meu caos me envolve num abraço
E eu aceito essa dança.

-Eu me amo infinitamente.


IX

Aquele momento
Que eu julgava qualquer
Se tornou uma rotina
Nos dias que se seguiram.

Eu acordava às 10h
Sem me preocupar
Com as mensagens não lidas
No meu celular.

Pegava meu café


E sorria.
Que momento raro era aquele
Que a felicidade vinha sem explicação.

Os minutos se seguiam calmos


Sem a cobrança de fazer
O que esperam de mim
O tempo é só meu.

Dancei sozinha
A minha música favorita
O som do blues
Causa em mim uma paz desconcertante.

Não estou acostumada


Com a beleza da minha companhia
Amar ficar sozinha
É um progresso incrível.
X

Se não compreendem que


Você pode ficar só e
Ainda amar, não te demores
A vida é curta demais.

O tempo voa,
Não passe seus dias tentando agradar
Não permaneça onde tem pouco
Fique apenas se te fizer transbordar.

Procurar o amor em alguém


É o maior sinal de desamor
Que você poderia dar
A si mesma.

Se coloque acima de tudo


Esteja sempre em primeiro lugar
Em nenhum lugar você vai achar
A calma que você mesma se dá.

Dizer não alimenta a alma


Faz teu espírito crescer
Desenvolve uma força
Que você não imaginava ter.

Teus desejos não são menores


Que o dos outros e
Os seus sentimentos
São mais importantes que o amor.

Seja firme.
Dê um passo de cada vez
No final do arco íris
Há sempre um potinho de ouro.

-Nesse pote há todas as coisas que você deixou de fazer por anos.
XI

Passeio pelo teu corpo


E meu coração aquece
Seguro em seus braços
Tocada pela tua alma.

Seus tons formam versos


E a harmonia do teu ser
Forma a combinação
Mais linda de se ver.

O meu caminho
Sente falta de não
Te ver passar por aqui,
Então fique.

Teus olhos dizem que


Tudo vale a pena
Mas você precisa estar
Sem moletom e sem all star.
XII

Nos meus versos


Saem palavras tristes
E amores passados
Que jamais voltarão.

Da minha voz
Esperam grosserias
Em um tom doce
Ou ácido.

Do meu toque
Esperam carinho
E as vezes saem machucados
Como se tivessem tocado numa lâmina qualquer.

De mim
Esperam coisas que jamais darei
Porque eu vivo para mim
Não para os outros.
XIII

Te carrego no frio da minha pele


Esperando que me aqueça
Em todos os momentos
Que não consigo aguentar.

Hoje me sinto eu
Me sento na cama
E te assisto dançar
Mesmo em meio ao caos.

No desânimo do desamor
Eu desejo o sabor
Do teu beijo amador
No nosso cobertor.

Vejo tua maré subir e descer


Sabendo que eu sou a tua lua cheia
Sinto tua maré serena
Me deixando entrar para mergulhar.
XIV

Me leve como flor


Onde tu for
Me prendo em ti
Feito parasita

A força do vento
Arrasta o que
Sobra de mim
E eu me refaço.

Comigo,
Só um pedaço
Contigo,
Um jardim inteiro.
XV

O afeto que eu tenho é teu


Teu colo me ensinou
Meus primeiros valores
Que serão sempre meus.

O afeto que eu tenho


Foi me passado assim
Sem pressa e sem fim
Sempre para mim.

O afeto que me tem


É o mesmo que te tenho
E me mantenho sã
Enquanto eu o mantiver.

O afeto é teu
O amor sou eu
Somos intensos da mesma forma
Como você me ensinou a ser.
XVI
Eu conquistei o meu espaço
Linha após linha
E de texto em texto
Fui sendo capaz de me encontrar.

Meus versos tem um pouco de ti


E de alguém que eu nunca vi
Mas foi assim que eu senti
Onde eu pertencia.
XVII
Ah, amor
Permaneça aqui
Para eu sempre te ouvir
Enquanto faço palhaçadas para ti.

Teu sorriso é sempre contagiante


Sua risada se tornou
Meu som favorito
Sempre sonho contigo.

O aconchego do teu peito


Me faz suspirar
Não precisa me pedir para ficar
Contigo meus dias ficam completos.

Nossos planos para o próximo mês


São incertos como os nossos dias
A única coisa certa aqui
É sobre quando vamos nos casar.
XVIII
Achei a rosa
Mais linda do mundo
E te entreguei junto
Com o meu coração.

Uma vez te disseram que rosas morrem


E você a jogou fora
Queria que você tivesse guardado
Como guardou todos os nossos momentos.

Nosso amor é como uma flor


Mas não jogamos no lixo
Eu te curto em todos os segundos
Mesmo de longe.

Apesar da distância
Te desenho de forma simples
E com uma rosa na mão
Eu memorizei cada detalhe teu.
XIX
A inocência do teu toque
A felicidade em beijar
Os meus lábios e
A vontade de me ter em você
Teu olhar me cativa
Tuas lágrimas
Provocam em mim
Sentimentos inexplicáveis
Mas isso tudo não é paixão,
É carinho, respeito e
Vontade de fazer seu mundo melhor.
XX
O amor é como a brisa
Na beira da praia
Assistindo o sol nascer
Numa manhã de domingo.

O tempo para
O sol aquece nossas almas
Enquanto elas se encontram
No horizonte.

As gaivotas no céu
Dançam a coreografia mais bonita
Para eternizar nosso momento
Enquanto encerramos mais um ciclo.

O amor é como uma pluma leve


Que deixa o vento levar
Tudo o influencia
Mas ele segue seu próprio caminho.
PARTE III:
O FIM
I
Nosso término começou cedo
Era uma terça-feira
Às 10 da manhã
E você já ameaçava ir embora.

No dia seguinte
Você esqueceu da nossa briga
E preferiu ficar
Minha opinião não te importava.

Na semana seguinte
Eu já havia me esquecido
Aquilo era normal
Em relacionamentos, não era?

Um mês depois
Num domingo à tarde
Eu decidi ir embora mas
Cedi quando me pediu para ficar.

Minha opinião não importava e


Eu nunca consegui te dizer não
Mesmo que isso corroesse
Toda a minha dignidade.

Hoje eu decidi que


Não vou mais passar por cima de mim
Por me doar demais aos outros
Preciso me amar também.

Fui embora sem nem olhar para trás


Senti meu corpo aliviado de finalmente
Ter aceitado que todo aquele amor
Deveria ficar apenas no passado.

- Estou triste mas preciso ir.


II

Sim, eu consigo escrever sobre você


Só não quero
Tem coisas que precisamos
Deixar como está.

Você fez parte de mim,


Te fiz meu abrigo
Mas hoje,
Você só faz parte do meu passado.

Te carrego com carinho em mim


Mas sem te querer por perto
Ainda consigo ver de perto
O estrago que você me fez.

O tanto que você poderia ter feito


Para poupar meu coração
Mas você não via...
Então eu fui embora.

Peguei as caixas com suas expectativas


Que foram jogadas em cima de mim
E devolvi para você de forma breve
Não preciso te dar explicação.

O teu caos
Se misturou com o meu
Você não deveria ter feito isso
Cada um precisa cuidar de si.

A carona que eu te dei


Chegou ao fim
Tem um momento na nossa vida
Que temos que aprender sozinhos.

- Eu não sou uma máquina que atende à expectativas.


III
Passo a mão
Em tua pele rabisca
E sinto toda a dor
Que você já sentiu.

O tom da sua risada


Denuncia tudo aquilo
Que você gostaria de ser
Mas não é.

No teu olhar
Eu vejo doçura e amor
Mas sempre por quem
Não merece recebê-los.

Não te reconheço mais


Te perdi pelo caminho
Sei quem você é
Mas não te conheço comigo.

- Fique bem e se sinta vivo.


IV

Hoje eu sonhei
Com o dia em que você foi embora
No céu, o degradê era de se admirar
Mas eu só consegui o ignorar.

Eu já te tive
Em tantos lugares
E hoje só penso
Que você se foi.

O tom dos teus olhos


Me faz lembrar nossa tarde sentados no bosque
E foi ali que eu entendi
Que você ficou no passado.

A naturalidade
Com o que tudo aconteceu
Me choca até agora,
Nunca foi difícil para nós.

Para se acertar,
Para terminar,
Tudo sempre fácil
Menos quando eu te vi indo embora.
V

Meus olhos te enxergavam


De todas as formas
E
De todas as maneiras.

Compreendia seus desejos


Identificava suas decepções
Absorvia suas dores
E ia me deixando para trás.

Chega um momento que


A partida se torna necessária
Não importa o que vai acontecer
O principal é te deixar ir.

Independente de tempo
De raiva, de rancor ou decepção
A gente resiste a isso
Você sempre terá o seu espaço.

Um dia você verá


O quanto passei por cima de mim
Para te agradar
E não me sobrou nada.

- Encontrei a luz no azul do céu.


VI

Esse será
O último que eu te escrevo
Para você perceber
A falta que não me faz.

A chuva escurece o mundo


Quando cai
Mas por quê?
Ela afeta todos os caminhos.

Mas quando tudo passa


O céu se abre novamente
E eu vejo o meu reflexo iluminado
Na última poça que tem na minha calçada.

A tormenta passou
Por aqui está tudo calmo
Encontrei a minha paz
Deixando você para trás.
VII
Mesmo aqui de longe
Eu acompanho seus passos
Torço pela sua vitória
E fico feliz por você.

Finais fazem parte da vida


Viver é deixar ir
É saber partir
Viver é se sentir livre.

Minha alma é solta


Ela dança livre por aí
Realiza seus próprios desejos
E eu apenas a observo de longe.

Se desprender de amarras
Que te feriram tanto
Traz uma sensação
De renascimento.

Não que o seu amor


Tenha sido ruim
Apenas nos desencontramos
No meio do caminho.

Enquanto você queria ficar


Eu queria ir
Me permitir sentir
E me redescobrir.
VIII
No meu primeiro gole
Ele desceu amargo
Como meus meses ficaram
Sem você por perto.

Você sempre foi


A primeira a saber
Das minhas conquistas
E dos meus desesperos.

Não sei ao certo


Onde foi que te perdi
Se foi em março, quando morri...
Mas em junho, você ainda estava aqui.

Fui deixando
Seus pedaços para trás
Pouco a pouco
De mês em mês.

Você, enfim, se foi


Mas sua sombra me segue
Nunca fico só por completo
Eu não consigo fugir de ti.

Teu nome chega aos meus ouvidos


E eu penso em você
Eu só queria dizer um oi
E te colar de volta na minha memória.

Eu faço falta para você?


Não lembro do som da sua risada
Nas madrugadas em claro
Tomando um vinho, ou te dando amparo.
IX
Nossa ligação terminou
Às 5:25h
E quando tentei dormir
Minha cabeça me levou até você.

Nossa história era de amor?


Vivíamos juntos e separados
Você amava outras
E eu nem ligava.

Me acostumei com o seu amor


Meio louco, meio demais
E te dei pouco
Perto do que eu deveria.

Você desistiu de mim e sumiu


Eu fiquei ali
Procurando a gente
Mesmo sabendo que não iria achar.

Tive que me acostumar


Com sua triste ausência
Refiz minha rotina sem ti
E me perdi de mim.

Ser nós me ajudava


A achar meu eu
E hoje percebi
Que eu ainda não te escrevi.

Nós vivemos meios...


Eu meio que te iludi
E não vi problema nisso
E você meio que partiu.

Nossa história foi


Sem um começo, nem um fim
E nosso meio ficou assim...
Meio de lado.

Eu meio que precisava


Dormir às 6h
Relembrando meu passado
E me encontrando outra vez.

Você meio que entende


Tudo dentro de mim
E a gente se entende
Mesmo que no fim.
X
Me dei conta do fim
Quando te vi virando a esquina
E não pude ir correndo
Para os seus braços.

Hoje ouvi nossas músicas


Embaixo da chuva
Deixando todo o frio
Tomar o meu coração.

Meu peito queimava


A todo instante
Enquanto a angústia
Me tomava por inteira.

Eu vi a minha vida parada


Por causa de você
E eu não era capaz de mudar isso
Mas aconteceu.

Sofri calada
Com a sua ausência
Mas escrever me libertou
De toda aquela escurião.

Te dedico todas as frases


Mais linda de amor
Porque em meu corpo
Terá sempre as tuas digitais.
XI
Já faz um tempo que não te escrevo
Esse poema é sobre o nosso fim
Naquele dia lindo em frente ao mar
Onde tivemos certeza
Que era melhor deixar tudo
Como está.
Te guardo da forma mais pura
Meus dedos trilham no ar
As tuas três marias
Como se fosse um ritual pra mim.
Você me marcou de uma forma simples
E conturbada demais
O meu amor era leve
E nossa relação era pesada
Para o meu coração aguentar.
Hoje, nessas linhas
Digo para ti
Que o tempo nos fez bem
Éramos jovens demais
Sonhadores demais
Mas se tem uma coisa
Que eu nunca esqueci
É que tudo deve acontecer sem pressão.
XII
Venho descobrindo mais sobre mim
Finais sempre servem
Para causar
Momentos de reflexão.

Hoje sei o que sinto,


Encontrei o meu caminho
De volta para o meu lar
Estive um tempo longe.

Deixo aqui registrado


Todas as minhas vitórias
E derrotas
Para quem quiser ler.

As flores voltam a crescer


Depois de um tempo de seca
O sol volta a aparecer
Depois que passa a tormenta.
XIII
Como poderia ser para você
Se não fui para mim?
Eu me atropelei todos os dias
Para realizar seus desejos.

Eu me desconheci
No momento em que minha mão
Tocou na sua
Naquele dia chuvoso.

Deve ter sido um sinal


Mas eu percebi tarde demais
A corda já estava amarrada até o meu pescoço
E não sou boa em desamarrar.

Você me pedia tanto


Me impedia demais
E eu fui aceitando
Mas a verdade é que cansei.

No final de tudo
Não tenho como te explicar
Porque eu parti
Não deve ter sido fácil para você.

Preciso que me entenda


Eu não sou quem você achava
Eu apenas
Me moldei para você.
XIV
Durante um tempo
Eu pensava em
Como seria
Te sentir de novo.

Coração na boca
Seus olhos nos meus
Suas mãos pelo meu corpo
E nossas almas juntas.

Eu sempre te achei
Suficiente para mim
Mas você se fez
Insuficiente.

É difícil enxergar
O que é verdade
Eu me fiz presente
E você, ausente.

Dia após dia,


distância
Dia após dia,
amor.

Me disseram
Que o amor basta
Mas deixa eu te contar um segredo...
Eu fui embora.
XV
O nosso fim foi
O mais bonito para mim
Ali, rodeados por aquele mar de gente
Você me presenteou com
O seu último adeus
Meu coração aquece
Com a forma natural que tudo foi
Seu toque sempre foi poesia para mim
Que no final tudo rima
E você sempre será minha sina
Sabe, estou marcada para a vida inteira
Você me mudou e
Mesmo que eu te negue
Nossa melodia foi a mais bonita
Que eu compus.
XVI
Eu te deixei para trás
Porque precisava encontrar o amor
O encontro dos nossos caminhos
Me fez o desencontrar.

O sentimento que existe por ti


Está bem aqui
Embaixo de todo o meu ar
Sufocado por sua presença.

Na vida, a gente precisa de leveza


Para sentir o amor
Porque existem vários tipos
E eles precisam estar sempre juntos.

Mas contigo
Só existiu um tipo de amor
O seu
Que me fez esquecer do meu.

Por isso, fui


E não tenho intenção de voltar
O nosso tempo só a gente viveu
Mas uma parte de mim morreu.
XVII
Foi ali que tudo se perdeu
Quando você preferiu amar outro
E não eu,
E eu não sou de mendigar amor.

Eu dou valor e cuido


Se tu me passar segurança
Estou aqui até o fim,
E o fim chegou.

Peguei nossa história e fui


Você já tinha me machucado demais
Não tinha mais espaço cá no meu peito
Para tamanha ingratidão.

Não se preocupe,
De ti guardo apenas boas lembranças
As ruins eu guardei junto
Com a faca que cravou em mim.

Sabe, nem sempre tudo é bonito


Mas acreditei com todo o meu ser
Que contigo seria para sempre
Mas o para sempre não existe por aqui.

É melhor você por aí


E eu por aqui
Assim a gente se poupa
De sofrer de novo.
XVIII
Algo mudou por aqui
Não sei te dizer quando o fim chegou
Mas meu peito apertava
Quando eu lembrava de ti.

Era um sentimento diferente


Que nunca havia sentido por você
Talvez um aviso
De que era melhor eu ir.

Entende quando eu digo


Que não sei o que aconteceu?
A gente só sente quando o amor chega
E só sente quando ele se ressignifica.

Finais não precisam ser rancorosos


Se a história foi real
Basta apenas aceitar
E o tempo faz o que restar.

Quando o sentimento é intenso demais


A negação chega e fica
Mas viver com ela não é uma opção
Busque a sua libertação.
XIX
De pouco em pouco
Você se tornou muito para mim
Um fardo pesado
Que nem de lado eu aguentava carregar.

Mas tentei tanto


Que o tanto me dói até hoje
Com meus ombros pesados
Que ainda sentem você comigo.

Faz tempo que você se foi


Mas tuas marcas ainda então em carne viva
Nesse meu peito
Aberto em solidão.
XX
Ir embora de alguém
Sempre foi meu maior desafio
Eu me moldava para ser
O que queriam que eu fosse
Eu não percebi
Que ir embora de mim
Tinha se tornado tão fácil.
São 1:55h
E só agora eu percebi
Que preciso encontrar
Os meus pedaços
Fui me perdendo pelo caminho
Estou sempre cansada
De me sentir vulnerável
Por sentir demais
E me escondo
Da minha essência.
Não sou fraca, nem frágil
Apenas sensível
Ser sensível não é algo ruim
Eu percebi com o tempo
Mas eu também passei tempo demais
Escondendo meus poemas
Por medo da sensibilidade
São 1:58h
E aqui eu decido pôr um fim
Nesse meu medo
De sentir demais.
Me esconder em ações
Que não são minhas
Para não decepcionar alguém
É algo que não farei mais.
Cansei de falsos sorrisos
De lutar contra os meus sentimentos
Que transbordam dentro de mim
Aqui eu recomeço.
Findo um ciclo,
dando início a outro.
Agradecimentos
Aos meus pais, obrigada pelo prazer de estar viva.
Deixo aqui o meu muito obrigada à todas as pessoas que me inspiraram e me
motivaram na criação desse livro, sem vocês, essas páginas estariam cobertas
de palavras sem sentido.
Prin, nossas conversas me ajudaram muito nessa criação, te devo muito
agradecimento.
Amanda, obrigada pela paciência em procurar todos os acentos faltantes.
Por último, agradeço sua curiosidade por chegar até aqui.
Findo aqui o que eu era antes desse livro.
Lembre-se tudo tem um lado bom e o ser só é, quando sente.
Até o próximo encontro,
Bel.
Sobre o autor
Isabel Castella de Magalhães
Carioca, 20 anos, estudante de Psicologia. Começou a escrever desde nova,
mas apenas em 2019 criou um instagram para publicar seus poemas.
@sobcaos

Você também pode gostar