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UNIVERSO POÉTICO

POR

Do Carmo

“Por trás de cada alma existe um universo de


versos, somos uma bela e infinita poesia”.
© 2021 by Do Carmo
Todos os direitos desta edição estão reservados ao autor.
Poemas e escritos do poeta Do Carmo.
Arte de capa e projeto gráfico
PKART e Ana Clara Lopes
Edição
Tomaz Musso
Idealização e coordenação editorial
Microselo editorial Zé Alguém

Vila – Velha 2021


Este livreto foi produzido com recursos advindos de:
Lei Aldir Blank
Prefeitura Municipal de Vila velha
Governo Federal do Brasil
O amor do desprezo
Tentei me enxergar e no final não pude ignorar que
As feridas, insistem em me chamar
A solidão, insiste em me abraçar
A alegria, insiste em me deixar
E deixado de lado, me viro pro mundo
Não sou vagabundo, mas queria vadiar
Ter como amigo esse ar que me dá forças
Que não me deixa viver atoa
E que vibra toda vez que minha voz ecoa.
Me olho de canto e preparo um canto
Eu sei não sou santo, mas queria sorrir
Em lágrimas decido ir, afinal vou partir daqui
E ver meu peito partir
Por não ter um motivo pra sorrir.
Ao longo dos anos da minha curta vida
Percebo que o desprezo nunca me desprezou
Ficaste comigo até no perigo
Será que o que sentes por mim é amor?
Talvez possessão, pois me mostrou na ação
Que o meu maior medo é o de ficar só
Me vejo comigo, mas não me amo tanto
Talvez, ter o desprezo comigo é melhor.
Perguntas sem respostas

Eu devo sorrir sem motivo?


Agradeci pela vida que tanto me ataca
23 anos correndo perigo
Enquanto a tristeza tão linda me abraça
Talvez eu até tenha motivos para sorrir, mas não os enxergo
Apenas vejo a tristeza, que insiste em me olhar.
Eu vejo a felicidade me ignorar
Mas sigo escrevendo para nunca parar.
E ao seguir escrevendo consigo notar
Vejo uma sociedade tentando aparar
Meu sonho que ainda me faz continuar
Sabendo que tudo pode desmoronar
Me acuso e me frustra essa sensação
Percebo na ação que tudo é tão triste
Hoje me pergunto, será mesmo que desistir não é opção?
E hoje, essas mesmas perguntas me afligem
Sonhar? Viver?
Amar? Sorrir?
Coisas difíceis de serem feitas nessa sociedade drástica
Morrer? Parar?
Desistir? Chorar?
O que devo fazer?
Não sei, descubra nas próximas páginas.
Minha Capitu

Ao entardecer, vi algo transparecer


Algo que eu não consegui esconder
Que era a vontade de ver você.
Aumentou em mim o desejo de te ter
Te ouvir e não te ver era loucura
Então para mim mesmo fiz uma jura
Decidi nunca mais amar
Mas era impossível realizar
Quando eu te via chegar
Era impossível não te amar
Quando eu senti teu cheiro exalar
Esse teu olhar de Capitu
Me deixava quase nu
Procurei alguém como você de norte a sul
Foram falhas as tentativas, pois não encontrei em lugar algum.
E esse teu beijo?
Não tinha defeito
Só de lembrar, sinto meu corpo arrepiar
Te escrevi versos pequenos, talvez submersos comparado a você
Eles não são tão belos, mas são sinceros
Quem sabe talvez, eu consiga tirar um sorriso de você
Ao te ver sorrir percebo que o paraíso existe
E que meu amor insiste em ainda te amar
Mas a sua ausência ainda me agride
Então pego meu telefone e decido te ligar.
Louco sentimento

Você me atende, mas não me entende


Tento explicar o quanto tua ausência ainda machuca
Então eu te digo que sonhei com a gente
E que meu amor por você nunca muda
Falei de você várias vezes, em versos, poesias e canções
Te mostrei em palavras, rimas e ações
Que sou sujeito homem e tenho conduta
Se for pra te fazer sorrir eu por ti faço tudo
Ao sentir o teu beijo me sinto no céu
Em algum papel falo de você pro mundo
E que todo dia a saudade é cruel
Um mero poeta que quer ser feliz
Ao lado daquela que ele sempre retratou
Em tantas poesias em tantas canções
Que de tanto retrata, ele pode provar o que é o amor
E ele percebeu que o amor é tão tenso
Que enquanto ele achava que estava longe da dor
Esse sentimento ia te destruindo por dentro
E que não ia ser fácil se livrar desse amor
Em outro momento, em algum outro verso
Eu vou explicar esse louco sentimento
Tentarei explicar o que é o amor
Para assim, tentar aliviar todo o meu sofrimento.
O que é o amor?

O amor é loucura, é uma tempestade


É viver na verdade sem saber o que fazer
É desejar o outro, é desejar estar perto
E quando estiver perto não querer se esconder
Não saber o que fazer então começa a sorrir
É deixar fluir o sentimento mais puro
É fazer com que tudo que esteja em si
Possa sair e embelezar o mundo
O amor está longe de ser explicado de forma tão rápida
Se eu te convencer que o amor é pequeno
Poderia ocorrer uma coisa tão trágica
Mas assim vou fazendo, como num passe de mágica
Te faço entender que esse sentimento te deixa fora de estática
Não tem equilibro se torna uma loucura
E a gente faz a jura de nunca mais amar
Até olhar pro lado e enxergar um sorriso
Que por um instante faz nosso mundo parar
Faz nossa cabeça girar e nos dá a certeza que tudo isso vai
acontecer de novo
Talvez o amor seja isso, te fazer se sentir vivo e ao mesmo tempo
tão morto
Mas em mundo de tanto ódio, se arrisque em amar
Afinal, não amar é coisa de louco.
Viver, sobreviver, morrer

Não sei se eu morri ou se estou me sentindo mais vivo


Sobrevivendo no inferno e no fogo do inverno minha mente
queima tanto
A tempo que não me enxergo mais sorrindo
E meu corpo foi tomado por um amargurado pranto
Talvez o meu verdadeiro trampo seja o de sobreviver
Sorrir pra quê? Afinal não sou santo
E a cada dia estou tão perto de morrer
A cada dia me sinto menos vivo, não sei o que fazer
E quanto mais eu resisto sobre essa certeza
Eu tenho menos dias de vida sobre essa terra
Ainda estou naquela, de que minha mente é predadora e eu presa
E quando ela me ataca é incrível a forma que ela não erra.
Talvez eu esteja morto desde o dia em que eu nasci
E estou por aí correndo tanto perigo
Talvez quando eu for, vocês se lembrem de mim
E as lembranças me façam, mesmo depois de morto, me sentir
mais vivo.
Poetizar

Tu que és poesia, se poetize.


Se sinta, se toque, se ame.
Se escreva, se leia e se pinte.
Com a mais bela caneta que a vida lhe entregar.
Tu que és poesia, se entregue.
Sim, haverá dias sem rima.
Haverá dias sem versos.
Nesse momento a poesia será em silêncio.
Esteja atento ao escutar.
No dia de chuva dance.
Entre as linhas do peito não erre seus passos.
Mesmo que tenha defeitos, escute o compasso.
O coração lhe dará direção na escrita.
Alguém será o motivo.
De uma poesia com choro ou sorrisos.
Mas não pare de escrever.
A vida é uma poesia tão linda.
Repito se escreva, se ame, se divirta.
Tu que és obra prima.
Nos dias de choro peço-te, se torne poesia.
Dizeres de um herói

Agora aqui todos deitaram.


Logo me veio um silêncio.
Um silêncio que de tão alto.
Me falou umas verdades.
Na vida o tempo passa para tudo.
Mas só as coisas boas, que viram saudade.
Só as pessoas boas, que se tornam saudade.
Só as pessoas boas, que choram com essa maldade.
A noite é em silêncio sem meu herói.
Tão longe, mas tá tão perto pensando em nós.
O que era pra ser uma Fé se tornou algoz.
Mas sei bem que Deus é Pai e Ele nos entende.
Esse silêncio é tão alto e ensurdecedor.
Não importa o quanto dói eu sei que não estou só.
O meu herói vai vim falar, vai voltar pra nós.
Tempo ruim é só uma fase, logo tudo ficará melhor.
Simples nobreza

Nobreza é ser feliz, nobreza é ter alguém.


Nobreza é ser alguém que se tem.
Nobreza é querer bem.
Nobreza é viver bem.
Nobreza é sorrir.
Nobreza é chorar também.
Nobreza é vencer.
Nobreza é perder.
Nobreza é querer o amor lindo no peito.
Nobreza é ter respeito.
Nobreza é ser perfeito.
Nobreza é ter defeito.
Nobreza é ter seu jeito.
Nobreza é ser alguém que segue se amando.
Nobreza é ver os defeitos e segui se adorando.
Nobreza é apesar dos dias decidir seguir cantando.
Nobreza é ser gentil, nobreza é ser você.
Nobreza é ser humano.
Sonhe alto

Tornei-me alguém melhor 


Quando passei a acreditar 
Na minha capacidade de me tornar 
Aquilo que decidi sonhar. 
Dessa vez me vi tão só, 
Foi inevitável não chorar, 
Mas na dor encontro forças para poder continuar. 
Dizem que seu futuro só depende de você,  
Tentam te parar ao prender sua mente. 
O seu hoje é consequência do seu ontem. 
Pare de querer acreditar na conversa dessa gente.  
Quem disse que tu não podes realizar
Acreditou também que não conseguiria
É tão frustrado quem tenta te parar, 
Que grande foi incômodo enquanto você sorria. 
Se você acredita naquilo que quer, 
Circunstância se torna motivo para seguir.  
Se decidir se banhar da sua Fé, 
Quem vier atrapalhar vai ter que te ver sorrir.  
Parece até um papinho clichê,  
Mas te faço uma pergunta pra tirar teu sono 
Esse que tantas vezes aprisiona você, 
Diga-me, "como você se sente diante do seu sonho?”.
Tentando entender

Loucura é não se importar com o que a nossa mente constrói


Afinal senão nos importamos em algum momento aquilo nos
destrói
Somos vítimas de pensamentos perturbadores
Que nos trazem tantas dores que, sim eu sei que parece rumores
E que parece tudo novela e não passamos de atores
No momento em que Sócrates proclama,
"Só sei que nada sei"
Provou ali, que ele muito sabia
Mas acreditar que nada sabe liberta a própria mente de uma
prisão tão vazia
Quem sabe pensa, quem pensa descobre, quem descobre fica mal
Afinal tudo o que precisa ser descoberto, na maioria das vezes,
não é algo tão legal
E se esconder nesse vendaval de pensamentos, tormentos e
sofrimentos
Te faz perceber que tudo isso é lamento
E que já estamos morrendo desde o dia do nosso nascimento
Será mesmo que só se morre uma vez
Morrer várias vezes é pensamento de louco
Não sei mesmo que pensamento é esse que eu criei
Mas é que sei lá, nessa vida eu me senti vivo tão pouco que as
vezes respiro fundo e me pergunto, Será mesmo que eu não estou
morto?
Ser preto

Seremos resistência enquanto a nossa cor existir


Mas ainda dói tanto sabe?
O sonho de um preto?
É o de existir, estamos cansados de resistir
É o de viver, sobreviver cansa tanto
Morreram tantos e tantos, e a liberdade não virou o nosso canto
Não ser branco me faz não ser humano?
Porque tantos olhares andam nos julgando?
Porque tantos dedos andam nos apontando?
Porque tantos deles andam nos atirando?
Porque tantos deles andam nos tirando?
Porque minha cor vos incomoda tanto?
Quando criança meu sonho era ser branco
Aprendi desde cedo que eu tinha que passar pano
Para que o branco pudesse vim sujando
Para o argumento viesse me humilhando dizendo: "Enquanto
estiver alguém sujando, você está trabalhando."
Ser preto dói tanto, machuca tanto
Seguimos honrando toda nossa ancestralidade
E não, não estamos só, estamos sempre em bando
Hoje somos escravos desses seus olhares que carregam tanta
maldade.
Como um rio

Loucura, tortura te fiz uma jura


Pra sempre e para todo o sempre eu irei te amar
E quando chega a noite começa os açoites
Meu peito insiste em sempre te chamar
Eu sei essa chama não cessará
E o meu corpo todo ela vai queimar
Quando a minha mente começa a lembrar
Naquela noite em que eu fui te beijar
Parecia romance de novela das 21:00h
Todo aquele romance ia resumir em poesia
Bom de se ler, bom de fazer, enquanto eu te tocava tudo fluía
Como um rio que segue em direção ao mar
Assim eu escrevo tentando encontrar
O mar do seu corpo para que, eu possa mergulhar
Hoje eu consigo me orgulhar daquele sussurro que fiz você dar
Tão entoado que dava pra cantar
Você toda bela soube me encantar
Queria voltar para aquele lugar
Pra que em uma noite fria eu possa te esquentar.
Obra prima

É incrível a forma que você, sempre que eu te escrevo, me chama


Minhas poesias te amam de uma forma tão linda
Isso que eu faço eu chamo de arte
Isso o que você faz quando sorri é obra prima
Daquelas pinturas tão belas que encanta qualquer um que vê
Então por isso, eu digo que seu sorriso daria um belo som
Você me inspira de um jeito que não sei nem dizer
Tudo flui tão naturalmente quando falo da gente
Seja menos espaçosa, você já tomou meu coração e minha mente
Eu sei que não sou experiente
E que esse papo de amor talvez não seja suficiente
Você controla minha mente de um jeito fácil
Sempre tira de mim tudo aquilo que deseja
O meu corpo te almeja, você é o meu próprio céu
Seu corpo é um paraíso, você merece muito mais que versos em
um papel
Mas estou correndo para isso, te darei tudo aquilo que tu almejas
Disposto a correr qualquer perigo, para que eu possa te
convencer
Churrasquinho no domingo, um pagodinho de fundo e a gente se
beijando
Era tudo o que eu queria que acontecesse entre mim e você.
Olhar o outro

O outro, há o outro.
Ao ver no outro a oportunidade de ser bom.
Desperta em mim o mais belo dom.
O dom de amar sem restrição.
Sem porquê, sem virgulas ou comparação.
O outro é diferente, eis que meu peito entende.
O outro não é melhor, não é pior, mas é gente como a gente.
Longe de ser egoísta isso não combina comigo.
Me enchi de amor próprio, e entendo o meu objetivo.
Devo fazer com que o outro dê o mais lindo sorriso.
Não digo abraçar o mundo sozinho.
Digo pra amar quem está do seu lado.
Mostrar que aquele que chora não está sozinho.
E que tudo pode se curar com um abraço.
Tudo pode se curar com um sorriso, ou até mesmo com um
olhar.
Tudo pode se curar com um bom ouvido, pra ouvir alguém
desabafar.
Lembra o quanto ele é importante, é algo que pode curar.
Precisamos entender que
NÃO FALTA AMOR, FALTA AMAR.
A luta continua

Os gritos continuam acontecendo.


Se perdendo e se mantendo em cada canto.
A favela repete o mesmo canto.
E o racismo ainda cresce o mesmo tanto.
O mesmo tanto que prevaleceu naqueles tempos, onde os meus
ancestrais morreram.
Onde os sorrisos se perderam.
Onde chorava o povo indígena e os africanos.
E nos dias de hoje esse povo ainda chora.
O nosso maior sonho ainda é viver.
Se você é preto tome cuidado.
Depois de 23 minutos pode ser você.
Há quem diga que nossa luta é vitimismo.
Há quem faz dos nossos traços, motivo de chacota.
Tem os que finge se importar com nossa luta.
Pra no dia 20 de novembro dizer pra todo mundo "vidas pretas
importam"
Eu ando por aí com tanto medo.
As vezes dá vontade de chorar.
Mas enquanto eu existir, eu não me entrego.
E pelo povo preto eu vou lutar.
Há quem diga

Há quem chame de palavras, apenas palavras que rimam


Não sentem como eu sinto, não ficam com a dor
Não percebem que, por muitas vezes, vi a poesia como minha
sina
Uma dor tão intensa que eu só queria transpor.
Ao vomitar minhas dores no papel
Percebo que sou réu, enquanto o mundo quer me julgar
Sou tão pecador, não consigo sonhar com céu
Mas sigo a escrever, para que eu nunca possa me deixar.
Sinto dores, muitas dores, faço versos, muitos versos
Há quem chame minhas angústias de rumores
Ao falar de dor, parece que levo comigo as dores do universo.
E se tudo fosse o inverso?
Talvez eu pudesse concordar
Que nesse mundo de retrocesso, a escrita é o que tenho para
aliviar.
Alivia quem lê, machuca que escreve
Quem sente não esquece que o escritor deseja simplesmente
amar.
Ele ama tanto que dói e a cada verso ele não esquece sua
trajetória
Que em tempos de sorrisos forçados, o poeta é o que chora.
Enquanto no papel a lágrima rolam,
O poeta carrega o fardo de mudar histórias.
Solidão amiga

Há dias que não sei mais sorrir,


Mas acho que com todos tem sido assim.
Parece que os dias chegaram ao fim,
E a angústia encontrou um abrigo em mim.
Não chamo ninguém, pois preciso seguir,
Talvez a resposta esteja em mim,
Talvez sem resposta seguirei assim,
Estou longe de tudo, me encontro no fim.
É bom estar no fim, posso recomeçar,
Com outras pessoas, em outro lugar,
Aprendo a sorrir, sem medo de errar,
Decido que hoje não vou mais chorar.
O medo de ficar sozinho me deixou só,
Parece que todos saíram de perto.
Olho pra mim e me sinto o pior,
Não me lembro de já ter me sentindo tão cego.
Sinto uma mão gelada a me abraçar,
Olho pra trás e vejo a solidão,
Se sentindo só me chama de irmão,
Me diz que sente medo de escuridão.
Sento-me com ela e a olho no olho,
Vejo tristeza em seu olhar sereno.
Percebo angústia em sua voz dizendo,
"A tempo que me vejo sem ninguém."
Sento-me com ela e faço poesia,
A olho no olho e a vejo partir,
Há dias que eu não me sinto tão bem,
Mas sigo escrevendo pra nunca sumir.
Sou poeta, poeta sou

E se eu não fosse um poeta?


Talvez eu sentiria menos, me culparia menos
Talvez seria menor a dor de querer amar.
E se eu não fosse poeta?
Talvez eu seria mais livre de viver, com menos diretrizes não ia
querer sonhar.
E se eu não fosse um poeta?
Talvez não seria culpado dos próprios atos,
Seria um cara qualquer que viveria a total realidade de cada fato
Não ia querer inventar.
E se eu não fosse um poeta?
Não ia querer viver aquele momento perfeito,
Eu iria enxergar com mais tranquilidade os meus defeitos,
Não ia toda noite me esconder nos versos para chorar.
Mas eu me tornei um poeta;
E hoje me encontro só,
Sem os versos que do meu choro tinha dó,
Nessa estrada eu acho que o mais inteligente é parar.
Mas eu me tornei um poeta
E agora a vida me cobra
E o choro que tentei esconder,
Não dá mais pra segurar.
E agora que sou poeta,
Eu escrevo a minha dor
Acho que aprendi a transpor
Ao ler, tome cuidado pra você não chorar.
Lenta morte

O grito sufocante permanece em mim,


Ando gritando alto, mas ninguém me escuta,
Seremos só lembranças nesse mundo sim,
Mas peço que quando eu for, não seja sua a culpa.
Minha mente se ocupa ainda com tanta ideia,
Meus pensamentos são alcateia, virei presa fácil.
Agora que sou presa, eu me sinto preso,
De mim sinto desprezo nesse quarto opaco.
Todo esse pensamento virou turbulência,
Alguém chamado carência diz que me conhece,
Aproveito teu abraço e não me sinto só, 
E a tal da esperança logo me esquece.
Sei que quando amanhecer o sorriso volta,
Mas a vida é triste e o amanhecer tá longe,
Hoje procuro paz olhando a minha volta, 
Eu queria ter comigo aquela paz de monge.
Toda vez que vou dormir vejo meus pensamentos,
Por mais que sejam tormentos eles ficam comigo,
Eu só queria que agora alguém me respondesse, 
Quantas madrugadas vou ter que morrer...
Para me sentir vivo?
Sexta-feira, dia de sorrisos

A cada dia que se passa sou mais forte


Meu suporte se tornou a poesia
Sociedade maldita que me condena
Minha mente que anda aí tão fria
Não posso me entregar aos meus desejos,
Nem a esse devaneio que me mata,
Sentimentos que me autossabota,
Sorrisos falsos que desejam minha alma.
Essa semana eu tenho um plano intenso
Chegar na sexta feira dando sorrisos
Peço a Deus que me guie nessa estrada
Que me livre mesmo de todos falsos amigos
Eu sou preto, eu sei, corro perigo
E correndo, eu sei, posso ser morto
23 anos e eu sigo tão vivo
O sistema, eu sei, passou sufoco
O meu plano é controlar meus sentimentos
Me cansei do tormento da ansiedade
Em um mundo que é tão cheio de exemplos
Já vi gente que não ama, me falando de santidade
Já vi gente cheio de amor, sentindo tanto ódio ao ver maldade
Já vi gente pregando mentira, e me cobrando a verdade
E eu sigo como um louco tentando controlar minha ansiedade,
Mas nessa luta eu sei terei vitória
Mesmo com coração partido darei sorrisos
Era pra ser uma poesia de segunda
E acabou se tornando de domingo
Eu faço isso porque eu amo
A poesia vai curar meu coração
Paz interior eu te peço venha logo
Não me deixe trancado nessa escuridão.
Este material foi impresso em papel pólen bold 90, em fonte
Garamond 12, a partir de impressora epson L8180 com tinta
corante.
Me chamo Jhenis do Carmo
Nazaré tenho 22 anos escrevo
poesia desde os 11 anos, tenho
várias vivências em slam (batalha
de poesia falada) fiquei em
segundo lugar no slam ES.

"Se eu não for poesia amanhã, que minha vida acabe agora
minha alma que deseja libertação tranca em si um coração
que chora."

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