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MÉRCIA JAYNNE

eu vou consertar o mundo


copyright © Mércia Jaynne, 2020
todos os direitos reservados

nenhuma parte desta publicação poderá


ser reproduzida sem a autorização previa da autora.

preparação do texto
mércia jaynne

capa
mércia Jaynne
este livro possui uma playlist feita especialmente para você ouvir enquanto ler.
para ter acesso, você só precisa escanear o código QR acima.
A mim, por ter resistido e suportado tanta coisa, inclusive o meu pior.
Aos meus amigos por ouvirem eu falar da mesma pessoa tantas vezes:
em casa, na faculdade, nos bares e nas festas.
Obrigada pelos conselhos, nunca segui nenhum.
Sempre fiz o que meu coração pedia:
vai atrás de quem você gosta.
Nunca ouçam o coração de vocês.
Uma breve introdução que seria mais ou menos uma
explicação do porquê esse livro existe.

A tendência depois de uma grande decepção é você se fechar e acabar se


esfriando para novas oportunidades amorosas. A gente não quer mais se sentir
vulnerável por gostar tanto de alguém, por amar, por se dedicar e por cuidar. Não
deveria ser algo tão ruim assim né? Tem algo errado e não é você!
É nossa natureza amar. Só estamos fazendo isso de uma forma meio ‘ troncha’ né? Esse
livro não é nada parecido com autoajuda ok? É só meus meros simples e melancólicos
sentimentos que os transformei nesse amontoado de palavras que causam medo, fúria,
tristeza, alegria, conforto e desconforto em tantos e em mim também. Quero que você
sinta através desse livro, o que você não é capaz de falar, escrever ou expressar. Eu
espero que você, apesar de achar que para o seu coração é o fim, encontre através desse
livro, um novo recomeço, um novo sentimento, mais liberdade e maturidade.
Apresentação

Sempre fui apaixonada por poesias e sempre escrevi, arriscava na verdade;


escrevia porque queria registrar em palavras de alguma forma o que estava passando
comigo naquele momento. O ‘engraçado’ é que quando eu escrevo algo, acho bem idiota
e depois de um tempo quando leio, parece legal, até já me disse algumas vezes que
parecia ser escrito de algum desses poetas bem famosos, mas depois cai a ficha: -
‘arriégua’, foi eu mesma.
O título desse livro nasceu com um proposito, inicialmente eu pensei que esse
livro seria algo sim algo relacionado a autoajuda. Eu imaginei que aqui teria inúmeros
textos e poemas te motivando a não desistir do amor e assim não deu muito certo. Eu
pensei que poderia sair distribuindo esse livro por aí nos quatro cantos do mundo e de
fato consertar o mundo através do amor – dessas histórias que comigo não deu certo,
mas que com você, segundo eu, daria. Porque de acordo comigo, lidar com os
sentimentos dos outros é mais fácil; não sou eu que estou sentindo, então, fora da caixa,
dá para ter uma visão maior da catástrofe e assim dá para tentar ‘consertá-la’.
Porém, estou erradíssima, não sou capaz de ajudar ninguém, até porque não sei nem
como me ajudar.
Desde então decidi anular, fingir que não sinto nada, que não tenho vida
amorosa e que não nasci para isso. Eu sei ou não, pelo menos é o que se passa nas
histórias de amor, que quando você menos esperar ou quando você estiver preparado
você vai encontrar a pessoa que irá amar e que irá ser recíproco.
Jamais se esqueça que ninguém é capaz de te preencher, você precisa ser inteira para
ter um relacionamento saudável; uma pessoa que irá te amar, ela nunca vai te
completar, ela vai te fazer transbordar. Pense nisso. Seja uma pessoa foda para só
depois encontrar alguém tão foda quanto você.
Bom, como prova da minha fuga, eis aqui tudo que senti e ainda sinto. Uma
evidência de pura fraqueza. Se eu amasse de mentira, conseguiria esquecer com
rapidez, mas como não sei mentir, é pecado, eu amo e como amo. Das declarações que
não faria, são elas as que mais queria fazer olhando naqueles olhos castanhos que me
causam arrepios e êxtase. Se você ama, não tente entender, o amor foi feito para viver
sentindo cada segundo da vida enquanto você não o percebe.
Como diz um dos meus poetas favoritos, o Bruno Fontes: - eu e o amor nos odiamos, mas
frequentamos os mesmos lugares.
como um outono que seca as folhas e as deixam cair;
assim tem sido comigo, tenho deixado tudo de você ir embora de mim.
fiz de conta que eu não me importava
mas doeu
doeu muito te ver saindo por aquela porta.
a saudade tem batido cada vez mais forte
mas eu sempre a recuso.
eu percebi que tinha algo errado quando eu me importava demais.
quando queria saber demais
quando queria estar sempre perto demais
a rotina ou a falta de entrega
qual nos matou?
enquanto o vendaval me ameaçava
a única mensagem que eu recebia era o
silêncio.
você nem tentou, apenas desistiu.
apagar;
deletar;
suspender;
cortar;
suprimir;
excluir;
remover...

tantos sinônimos e um único significado:


fazer meu coração extinguir qualquer vestígio seu.
de que um dia ele o conheceu
de que um dia você nos tocou
de que um dia você estava aqui e
preferiu ir.
foi o seu tanto faz que me permitiu partir e é ele que tem me sustentado.
compactei o solo do meu coração não há mais espaço fértil.
deixe-me sangrar, um dia tudo isso estanca.
o sol nasce e se põe em horários diferentes.
quando anoitecer no seu mundo, talvez no meu o sol já tenha nascido
assim não teremos tempo para reencontros.
sinto meu coração ancorado.
por mais que eu tente, que eu puxe e que eu pense na solução
mais certa a se tomar para o desancorar, de nada vai adiantar.
ele se enraizou.
não posso fazer mais nada a não ser seguir e
sobreviver com ele nessa condição.
na condição amargurada e triste que ele vive.
quem vê minha cara, não vê meu coração.
não faz ideia da destruição que ele se encontra.
todos os dias eu te mando uma mensagem
dizendo que estou com saudades
mas não chego a enviar.
quantas vezes vai ser preciso
eu fingir que te esqueci
para conseguir te esquecer de fato?
na próxima vez que o amor
ousar entrar na minha vida
eu o evitarei
farei o impossível
porque nada é mais importante
do que o meu próprio amor e
nenhum chegará aos pés da
importância e da catástrofe
que o seu um dia
teve e causou para e em mim.
são essas declarações toscas que me doem que arranco do fundo do peito
em dias tristes e quando te trago em pensamento: com uma lágrima que
insiste em cair quando vejo seu nome.
eu amo você e você nunca vai saber disso.
não sei te amo, tipo AMO, sabe? mas é algo tão intenso, único e verdadeiro que eu não
sei o que fazer com tanto sentimento que eu tenho no peito.
eu penso em você o tempo inteiro, penso em diversas formas de estar com você, de
dividir o que penso e o que acho sobre as borboletas, sobre os girassóis e sobre o fim do
mundo. para todos os lugares que eu vou, eu vejo um pouco de você, vejo coisas que me
lembram você; como aquela caneta que tinha uma lhama que vi outro dia no shopping
e disse que te daria para você usar no seu consultório quando você se formasse. eu penso
e te vejo no meu futuro sempre, em todo passo que pretendo dar e em todo plano. acho
que meu erro é esse, te imaginar na minha vida, no meu futuro, quando na verdade não
deveria. vou me afastar de você gradativamente, um dia por vez. Quando você menos
perceber, eu nem estarei mais na sua vida e nem vai ter te doído, mas terá me destruído.
nunca vou conseguir olhar para você
e não sentir nada.
minha pele sua frio
meu coração acelera
só de pensar em você
só porque eu te quero tanto
como nunca antes quis alguém.
sempre vai haver faíscas entre nós...
hoje eu fiz macarrão com sardinhas
sinceramente, não gosto muito, você sabe
mas a saudade de você chegou a esse ponto.
movi os móveis do lugar e retirei a poeira. dei uma nova cara ao meu coração, mas
de vez em quando ainda encontro vestígios seus – é o vento que bate na janela e me
lembra que nada que eu faça vai fazer você sumir de mim.
dessa vez não doeu quando apaguei tudo nosso.
o peito não queimou por ter que apagar todas as fotos
as conversas e os projetos.
o que doeu mesmo foi você nunca saber o que eu tinha
planejado para a gente – se ia fazer você ficar.
minhas anotações bobas que sempre fazia quando pensava
em você e algo que eu sei que você ia gostar, como por exemplo:
- lembrar de descontraí-lo e o fazer esquecer aquela disciplina chata que
eu sei que ele estava indo mal;
o que me dói é isso, ter me dedicado tanto para você e
ter esquecido de mim;
ter esquecido ao ponto de não ter percebido que para você
eu, nós, éramos nada.
a gente sabe que é melhor se afastar, mas o coração teimoso
apegado ao desejo grita como ninguém.
não importa o que você sente
não importa o que o seu coração diz
não importa o que você quer e eu sei que você o quer
mas você precisa permanecer assim: fria
só assim você percebe os fatos e se dá conta que
se ele gostasse de você, ele estaria com você.
eu só sei que não posso deixar fresta nenhuma aberta que
permita você de novo em minha vida.
é só meu coração trancafiado impossibilitado de ter você que
chora de vez em quando. um dia eu sei que ele te esquece.
um dia qualquer eu sei que vou olhar o céu e não vou te ver mais
como uma pessoa que eu tanto gostei. um dia.
me afastar nunca foi minha opção, foi necessidade.
fui obrigada a apagar você da minha vida.
infelizmente, você já não me cabe mais.
pois é né!? quem diria que
com tantas pessoas incríveis no mundo
eu iria me apaixonar logo por você.
tenho buscado me reconstruir dia após dia
buscando uma forma de acalmar meu coração
depois de tanto estrago, barulho e destruição
eu tenho dito para ele que você está bem sem a gente
que não significamos nada para você
ele só engole o choro, sai e fica triste no canto da parede
contado os dias para o tempo passar e amenizar a dor que ele sente
eu apenas aceito que ele precisa do tempo e espaço dele
cuido da forma que posso, mas tem dias que ele não se conforma
se debruça no chão e chora de desespero
eu continuo tentando acalma-lo, vivendo e o deixando trancado
quando ele estiver bem e cicatrizado, eu o deixo sair e andar novamente e
quem sabe, ser feliz e amar novamente.
mas enquanto esse dia não chega, vamos vivendo um dia de cada vez deixando o
tempo ser ele.
você nunca vai ser feliz se continuar
andando com essa armadura medieval achando que
está se protegendo, não está.
qual o sentido de viver com uma bula na mão o tempo inteiro?
eu fazia mil planos para a gente enquanto você dormia
eu ficava te olhando e pensando em cada plano meu.
cada plano eu te incluía...
dançar, zoar, ouvir nossos cantores favoritos
correr aos sábados no parque e cozinhar juntos
como sempre fazíamos.
e você? os seus planos? me cortar e assim fez.
foi só um momento para você, eu sei.
eternizado.
as razões, os sentimentos, os motivos, as emoções...
tudo que um dia eu senti por você.
tudo que eu pensei em construir e ter com você.
eternizado e enterrado.
eu sou a maré viva.
se não souber nadar, minha correnteza vai te levar.
por favor, não entre aqui se não souber lidar com isso.
por gentileza, não permaneça navegando por aqui se
não tiver intenção de velejar.
quer tranquilidade? fica no cais, como todo e
qualquer barco que tem medo de profundidade.
só não inventa de se arriscar, eu posso ficar mais violento, ou mais calmo;
depende do marinheiro.
segue sua vida e eu sigo a minha e assim fingimos que
nunca nos conhecemos e que nunca tivemos nada?
sabe, eu morro de saudades de você, muitas mesmo...
sinto falta do seu abraço, do seu lar, do seu carinho, dos seus beijos
saudades de estar ao seu lado.
do lado que eu sempre pensei que ficaria.
pena que isso tudo não passou de uma breve ilusão.
dessas ilusões que nasce em uma linha temporal que não deveria existir.
dessas entre setembro e outubro sabe?
haverá coisas e pessoas que nunca vamos superar a ‘perda’ e
precisamos aprender a viver assim, de certa forma ‘incompletos’.
haverá dias e dias que serão bons e outros meio sentimental demais
meio doído mesmo.
bem como diz o clichê: - a vida é feita de altos e baixos.
é como se a vida fosse como a imagem de um coração palpitando na tela de um
hospital; seguindo a ordem dos fatores, preocupação deveria surgir se ficasse uma
linha reta nessa tela certo?
é uma boa comparação.
mas voltando ao que interessa: superar.
haverá pessoas que nunca vamos superar e isso é um fato.
é como ter que reaprender a fazer algumas coisas antes obvias para você e outras ter
que aguça-las, pois você não consegue mais usar ou fazer algo que antes fazia bem.
é como ter que viver faltando um rim ou ter um marca passo no coração, viver com
cuidado e mesmo assim você continua vivendo, da sua forma e do seu jeito.
haverá dias que você nem vai lembrar, mas haverá outros que vai doer como nunca e
tudo bem. você fez o seu melhor, entenda isso e lembre-se de caminhar, mesmo que
alguns trechos você precise ir só ou ferido demais.
nos contos, a história conta um final feliz né?
fingir que não sinto nada e
que não tem nada acontecendo aqui dentro
têm me salvado.
está sendo doloroso ter que
carregar o fardo que sobrou de você em mim
que sobrou de nós...
todos os dias eu tento te esquecer
mas meu coração faz questão de me lembrar
a cada batida o motivo dele estar palpitando mais triste e rápido.
às vezes me pergunto se você sente o mesmo que
eu sinto no peito: um pouco de amargura.
uma sensação de querer, de matar as saudades, mas
que ao mesmo tempo, não deve e não pode.
não posso porque não devo.
não posso cruzar a linha, por mais que já esteja em cima dela;
não devo ultrapassar.
o orgulho e a certeza me prendem e me enraízam no chão.
a certeza de que você está bem sem mim, e que não dá para aceitar
menos do que eu mereço e preciso.
por mais que meu coração grite tanto por você.
não vou me torturar.
vou entregar para ele todas as palavras de efeito catastrófico
que você me falou.
quem sabe assim, seu nome deixa um gosto amargo.
eu que tomei a difícil decisão de me afastar de você.
eu que quis assim, mas têm sido dias terríveis.
a tempestade que habita aqui, parece não passar.
é chuva e trovoadas grande parte do tempo.
quando não, é nublado; aquele clima frio...
é raro os dias que faz sol.
sempre sou atingida novamente por algum vendaval.
o sentimento que ficou foi de amargura, tristeza...
sei que estou bem, mas queria estar melhor com você.
com você ao meu lado.
queria poder ser livre em seus braços.
mas infelizmente, tive que partir.
eu não sei o que fazer para tirar você da minha cabeça.
eu confesso que a minha vontade é de correr para seus braços e
te abraçar o mais forte possível e ali mesmo ficar.
os meus olhos nunca se encantaram tanto por alguém e
meu coração jamais desejou tanto alguém como ele deseja você.
por mais que eu diga que não, que temos caminhos diferentes
não rola conversa, meu coração infelizmente grita seu nome a todo momento e eu não
posso fazer nada a não ser continuar fingindo que isso não é nada
que eu estou bem e que nada está acontecendo.
eu queria ir contigo assistir ao pôr do sol.
só eu e você.
queria admirar seu sorriso ao acompanhar o doce caminhar do sol e
te beijar com a leveza que os pássaros voam.
para só assim, conseguir enxergar o céu estrelado através dos
seus lindos olhos castanhos.
eu já aceitei que parte do meu coração sempre vai pertencer a você.
já aceitei também que já deu...
eu estava disposta a queimar e você não.
tua voz
teu sorriso
teu rosto
têm se tornado cada vez menos presentes em minha memória.
uma das coisas que eu tive que aprender na marra foi a ser sozinha.
a gostar de mim e de aproveitar minha própria companhia.
levei muito tombo e na maioria das vezes não tinha nenhuma mão ou apoio para
continuar seguindo. aprendi caindo e sofrendo a filtrar as pessoas e
a endurecer meu pobre coração gelatinoso.
não é que você deva caminhar sempre solitário
e sim saber que é você que precisa fazer seu rumo.
sempre vai ter pessoas ao seu lado torcendo pelo o seu sucesso e contra ele também, só
depende de você escolher à quais vai dar ouvidos.
as pedras e os galhos desarranjados que surgem em sua direção é para te fazer
entender que nem tudo é flores, mas que também não é tudo ruim.
nada dura para sempre e você precisa ser forte, por você.
porque no final das contas, quem está com você quando tem tempestades e ventos
violentos é você.
se proteja, seja sua base, sua rocha firme.
tenho pavor de imensidão.
olhar para o céu me dá essa impressão e o mar da mesma forma.
é grande demais, me causa ‘borboletas no estomago’ – é como se todos os meus órgãos
se revirassem na caixa torácica.
o amor também passa essa imagem.
quando você se apaixona por alguém, é como se ver perdido boiando em pleno oceano
e isso assusta.
me causa pânico, pois eu sempre gostei de ter controle em tudo.
ter a sensação de não estar pilotando é como cair sem saber quando vai chegar o chão
e se vai ter proteção quando chegar lá; é queda livre.
por isso dizem que é preciso mais coragem para amar do que enfrentar a guerra.
eu fui embora porque não havia motivos que me fizesse ficar.
eu sabia que no fundo você não se importava, eu só não queria aceitar
eu sabia, sempre soube por que eu sempre te falava das borboletas e
você nunca ligou de me perguntar as cores e os jeitos.
pulei da carga igual areia que escapa de um caminhão em uma rodovia
pulei porque estava cheio demais, eu não cabia mais ali.
a vida é curta demais para se entregar ou viver cada segundo com intensidade?
não quero insistir em alguém, não quero sair por aí vivendo
minha vida de qualquer forma fingindo que
não carrego no peito o que tanto quero matar
não quero ter que viver uma normalidade que
não existe só porque dizem que você tem
já chega de discurso pronto!
eu quero insistir em você, quero estar contigo, quero viver todos
os clichês ou melhor, nós mesmos podemos criar todos os nossos
queria poder dizer que te amo de tantas formas e a mais dita é essa
esse toque poético de palavras cruas e doces que amargam
é essa capacidade que tenho de te tornar poesia
quando na verdade, só te queria
no simples sem rodeio metafórico
eu o amo no mais puro sentir
meu coração tolo me lembra de ouvir isso todos os dias na primeira batida
da manhã: - eu ainda o amo
ou melhor, quando passei a ama-lo assim?
desde quando meu coração pegou essa barra?
eu juro que não o vi, se tivesse visto, teria tomado na mesma hora!
mas já que ele pegou, é essa simplicidade
eu o amo
não há o que possa fazer para mudar isso
é como se eu quisesse separar dois materiais depois de uma combustão.
faz uma diferença tremenda ter alguém que acredita em você
que te põe para a frente, te apoia, sorri e chora contigo.
aos trancos e barrancos que segue né?
é assim que falam que tem que ser.
quase sempre eu lembro de olhar o pôr do sol
às vezes fujo, mas na maioria dos dias eu me deparo com
a luz sendo invadida com a luz laranjada do sol e isso
acaba sendo um convite para sair e ir vê-lo
enquanto o admiro, fico pensando:
mais um dia se foi, nem sei quantos já se foram
não tenho percebido as semanas e os meses passarem
a única certeza que ainda tenho aqui é a de que você continua presente
tudo que sinto ainda continua firme e forte a cada novo ciclo da via láctea
continuo te amando com a mesma intensidade que o sol brilha na minha sala.
eu acho que viver é isso:
é estar remendado para sempre
com cicatrizes, com lanças encravadas no peito e com o coração
sempre ancorado em algum lugar
por mais que você mude e que o tempo passe
você já não é o mesmo
estamos em incompletas mudanças.
depois que você perceber que tudo só vale a pena por você
você vai ver que nunca deveria ter se sujeitado a tão pouco e
nunca mais vai querer algo limitado.
amanhã quando eu acordar eu sei que ainda vou gostar de você
com a mesma intensidade que durmo hoje
porque sempre que deito a cabeça no travesseiro, é seu rosto que eu vejo.
você não sabe, mas eu precisei partir
me permitir sentir tudo me ferindo de uma vez;
me despedaçando e me torturando gritando que não –
não tem mais espaço para o que
eu sinto por você no peito
isso não me serve, não quero ter que oferecer tudo de mim, tudo de melhor que tem no
meu coração e por fim acabar recebendo um mero rascunho seu
eu sei que preciso ir porque sempre que penso em você, dói em mim e eu aprendi
que se algo dói é porque tem algo errado, algo precisa ser consertado
meu sentimento não cabe nessa confusão toda
justamente porque você não me prende que eu tenho que te apagar do peito.
precisava de um balde quente mesmo para perceber que o frio é confortável.
não quero mais lidar com pessoas
não quero ter que amar, me entregar e
confiar em alguém que no fim pode me magoar ou ir embora
na minha viagem não quero mais dividir o banco do passageiro com ninguém
liguei o som do carro no volume máximo
dirijo rápido e se você pedir parada ou carona, não vou te ouvir.
e se eu nunca tivesse cruzado com ele?
com aquele sorriso?
e se eu nunca
tivesse
o conhecido?
o dia que eu me apaixonei
era uma quarta, o dia começou ensolarado e fez máxima de 33 ºC
acabei decolando até você, era mais de 21h da noite
mesmo antes de sair de casa já sentia todos os meus órgãos se contraírem
em só pensar que estava indo te encontrar, finalmente
arrumei minha carteira esses dias e achei o cartão de telefone do Uber
que fui naquele dia; o Paulo Henrique, tem uma banda pela cidade
você vestia amarelo, estava lindo e eu toda nervosa
parecia que tinha visto um fantasma
a gente conversou sobre tantas coisas;
suas tatuagens que você já havia feito, sobre o gudang, sobre o gato do bar etc.
já estava tarde e o bar estava quase fechando
não tinha mais tanta gente assim por lá
a gente acabou sentando-se, você bebendo e eu te admirando
olhando seu jeitinho desastrado e bobo de falar; todo malandrão
tipo esses caras largado sabe?
que não liga para muita coisa, que presta atenção nos clássicos e
ouve Zé Ramalho.
foi nesse dia que eu me apaixonei por você, pelo seu jeito
meu coração se encantou
pelo seu sorriso lindo e como seus olhos ficam quando sorri
pelo seu beijo, até que fim, saiu
e eu fiquei complemente inerte, sem reação, boba
te encarando e acabei falando que seus olhos eram castanhos claro
parecia com os meus, você sorriu
foi nesse momento que eu percebi que já era
depois desse dia fiquei totalmente desarmada.
eu acho que na vida passada ele era um anjo
isso explicaria a paz que sinto quando estou com ele
deitar-se e dormir naquele peito é como se eu estivesse no céu
é como se meus problemas não existissem.
ele me causa uma sensação de devaneio, loucura e
uma vontade gigante de esquecer o mundo e nos trancar no quarto
e bagunçar a cama de um jeito que só a gente sabe.
estou apanhando feito para conseguir te apagar de mim
é esperneio, choro e caminhada sobre os espinhos
meu coração não aguenta mais apanhar tanto
todo fim de noite ele chega no meu colo judiado e ensanguentado
pedindo para que tudo passe logo
todo dia é trilha sobre as pedras que ele solta dele mesmo
todo dia é uma reconstrução
não sei mais o que fazer para que ele pare de sofrer
não sei o que fazer com tanto sentimento acumulado
despedaçado e corrompido
não dá para jogar tudo na lixeira
eu já fiz isso, mas sempre volta.
mas no fim da noite é você quem vem na mente
é seu rosto, seu sorriso, seus olhos
você e nossos momentos
daria tudo de mim e até o impossível se pudesse
para te ver acordar todos os dias ao meu lado.
brilha como o céu em uma noite estrelada de interior: seus olhos
doce, forte e quente sabor de um café no fim da tarde: seus beijos
lindo como o mais belo pôr do sol: você
já fiquei muito tempo sentada no portão te observando e
desejando estar na tua vida e na tua felicidade
não posso ficar sentada esperando
que você olhe e veja que eu sempre estive aqui
estou indo embora, vou com calma, seguindo meus passos lentos
sem olhar para trás e tropeçando quando decido correr
mais rápido para longe de tudo
deixei meu coração pendurado no portão
vivo e derramando sangue
espero pelo dia que ele seque como as folhas no outono.
ontem me disseram que meus olhos brilhavam
me perguntaram o motivo
eu não disse
mas veio você na minha mente.
é só na tua mão
que meu coração
bate forte.
as chamas não possuem sombras
o único rastro que fica do nosso incêndio
é a louca vontade de se queimar novamente.
parece que existe uma parede entre nós
cheia de espinhos e galhos longos que não permite
que eu me aproxime muito
sempre que tento me aconchegar mais
sou duramente machucada e me afasto
talvez isso seja um aviso prévio
uma sinalização para me fazer entender que não
posso cruzar o máximo permitido.
eu passei o dia pensando naquele dia que você dormiu a tarde e eu fiquei te olhando
dormir e fazendo carinho no seu rosto e no seu cabelo
fiquei pensando o quanto eu queria que a gente durasse...
decorei cada detalhe do seu rosto e se você me perguntar alguma coisa sobre o meu
sentir, eu te recitaria um poema de Fernando Pessoa:
“[...] e eu gosto tanto de você que não sei como o desejar.
se não o vejo, imagino-o e sou forte como as árvores altas.
mas se o vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dele [...]”
te dedicaria todas as músicas românticas, andaria da rua te vendo
em cada rosto, contaria de você para os pássaros e para os gatos com o intuito
de alegra-los também
queria que todos soubessem o quanto você é lindo e como me faz ter
os sentimentos mais lindos do universo
queria te desejar aquela música do rádio que tanto me lembra você: planos, BK
queria todos os dias poder encaixar meu rosto na curva entre seu pescoço e seu ombro
e simplesmente descansar a cada fim de noite.
depois que eu entendi que quem perdia não era eu, muita coisa mudou.
a gente se maltrata muito ao decorrer da nossa vida
a gente cobra muito de nós e por quê?
precisamos nos olhar com mais carinho e nos confortar igual
confortamos um amigo próximo.
seja seu amigo próximo.
eu acho que eu nunca teria alguém que me escolheria
eu sonho demais, eu viajo demais, eu quero alguém
que embarque comigo em tudo: nos filmes, livros, ideias, planos e
que discuta sobre o melhor bolo do mundo!
um parceiro e companheiro, que esteja ao meu lado quando
tudo ficar ruim, quando os problemas surgirem, quando
os ventos ficarem violentos e quando eu não souber sair da cama
alguém que me diga: não importa, eu estou com você
vamos superar isso juntos
ninguém nunca me escolheria
estamos muito feridos, maltratados, maltrapilhos, tristes e
afundados no nosso mundo que não permitimos ninguém entrar
mas como boa sonhadora, eu tenho esperanças
esperanças de que alguém me escolha e
contrarie minhas estatísticas
eu não deixo ninguém entrar, mas espero que alguém
queira entrar ao ponto deu esquecer a porta aberta.
eu não suporto a sensação de pensar no teu abraço
e te ter longe de mim
eu sinto tantas saudades dos nossos momentos
de todas as vezes que sorri contigo e das vezes que
te beijei e esqueci que o mundo não existia além de nós
queria beijar você da forma mais romântica possível e
poder te olhar nos olhos e falar: você não tem ideia do quanto eu te amo.
por mais que nosso coração esteja com a
ponta da bussola apontando para aquela pessoa
não importa mais
a gente precisa ir.
sua confusão me arrumou.
me permitiu enxergar que a maneira à qual eu notava as coisas ao meu redor estavam
erradas e me possibilitou compreender que, o que eu parecia entender, no final das
contas eu não concebia conhecimento nenhum.
sua bagunça me permitiu cair em si.
jamais lhe agradeço, essa recompensa é minha – eu que suportei, eu que sangrei, eu
que adoeci, eu que cai, inúmeras vezes, incontáveis vezes... eu que suportei.
eu que aguentei tudo, você apenas me destruiu, mais de uma vez.
desculpe decepcionar você que leu até aqui e esperava encontrar uma salvação para o
que sente, a resposta é óbvia: você vai se tornar uma pessoa mais fria com o passar do
tempo. você vai encontrar pessoas que irão dilacerar seu coração e depois vão embora
ou você vai precisar ir, você vai ficar só, você e seus cacos, você vai tentar se
reconstruir, vai colar os pedacinhos, você mesma vai se destruir, vai pegar os cacos e se
cortar, vai se ferir e jogá-los para longe.
vai demorar, talvez anos, talvez nem passe e você apenas se acostume, mas um dia para
de doer e machucar tanto.
eu te garanto.
o último antes que isso tudo acabe, 21 de julho do ano de 2021.

assistir um episódio da série Grey’s Anatomy, o da despedida do personagem Karev e


isso me fez perceber muitas coisas que eu não gosto, mas que são reais – apesar de tudo.
apesar da dor, do sofrimento, das mágoas, das expectativas, das esperanças quebradas
e dos sonhos destruídos.
eu o amo, como nunca amei e vou amar outro alguém em toda a minha vida... é como se
fosse parte de mim. eu não quero ama-lo, mas eu o amo. amo-o por completo, talvez
tenha sido pelos ideais, mas não tenho certeza; ou tenha amado no passado e o
sentimento permaneceu quieto, mas permanece. e isso só o tempo vai ter como apagar
ou não. mas, infelizmente, ele é alguém que foi e é importante para mim. ele sempre vai
ser o alguém. aquele gênesis de tudo. o ideal e o mero molde que ‘procuro’ em qualquer
pessoa. ele sempre vai ser aquele que causou tudo: a tempestade e o arco-íris, a guerra
e a paz. alguém com muita importância, alguém que arrancou um pedação do meu
coração e desfigurou-o.
obrigada a todos que contribuíram para a existência dessa mini obra – inclusive aos
meus amigos que serviram de ombros para noites e dias repletos de choro, indignação,
alegria, tristeza e conselhos mal sucedidos. vocês me permitiram ser forte.

quero deixar uma forte lembrança e um abraço para uma amiga que merece que seu
nome esteja aqui e que todos saibam o quanto ela contribuiu com esse livro: te amo
Gabriela Rocha, você é importante!

obrigada a você que leu até aqui, novamente; esse livro não é nada feito por
profissionais ou coisa do tipo, tudo aqui é arte feita com muito amor e carinho.

tudo que eu pensei e penso estão aqui, minha pura essência é essa: amor.

esse livro é uma mera lembrança de sentimentos que já passaram por mim.

não romantize quem te faz chorar.

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