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Um livro vai para além de um objecto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
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ISBN:
Depósito Legal n.º
RicaRDo maRques
Na Teia
Do Poema
Chiado Editora
PRÓLOGO AO LEITOR
TEIA
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1. INTRODUÇÃO
NUNO JÚDICE: “O MECANISMO
FRAGMENTÁRIO DA IDENTIDADE”
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Podemos referir como um dos melhores exemplos O Processo
Poético, Lisboa, Imprensa Nacional, 1992, onde há uma parte
inteiramente dedicada a este período e suas influências nas décadas
subsequentes (cf “A metáfora na poesia francesa de transição dos
séculos XIX e XX”, pp. 9-44).
8
Curiosamente, Nuno Júdice não inclui esta obra no cânone
que reúne em PR, 2000.
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9
Veja-se a tradução portuguesa recente de José Augusto
Seabra, bem como o seu elucidante prefácio. Cf. Poesias de Stephane
Mallarmé, Lisboa, Assírio e Alvim, 2005.
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10
Cf. Poema “A Árvore” (PR, 2000, p. 180).
11
Albert-Marie Schmidt defende que esta cor é uma metáfora
sobretudo apolínea em Mallarmé, o que acontece igualmente em
Nuno Júdice: “Respectant le vocabulaire mallarméen, on peut donc
dire que l’Azur évoque l’Être, dans la lumière solaire, les Fleurs,
avec une rapidité, une simplicité, un bonheur qui sont, pous le poète,
consterné par les lentes transes de as création nocturne, une raillerie,
un reproche. Inspiré par un désespoir de qualité nouvelle, Mallarmé
déplore la hantise de l’Azur, l’ironie de l’Azur”. Como reforça em
outro passo – “L’Azur, c’est pour lui le suprême Artiste dont les
prestiges faciles produisent les magnificences de la Nature […]”. (in
Albert-Marie Schmidt, La Littérature Symboliste (1870-1900),
Collection “Que sais-je?”, Paris, Presses universitaires de France,
1963, p. 12.).
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12
Cf. Fernando Guimarães, “Simbolismo: a procura da origi-
nalidade”, in Simbolismo, Modernismo e Vanguardas, Lello & Irmão
Editores, Porto, 1992, p. 17.
13
Cf. Revista Ler, 2005, p. 80.
14
um dos mais conhecidos especialistas sobre a simbologia da
cor nos estudos culturais, Michel Pastoreau, refere o azul como a cor
por excelência da cultura ocidental, exemplificado vários tipos de
funções e significados para a mesma, o que demonstra a sua
versatilidade (desde uma cor aristocrática até à dos jeans que
usamos). Assim, e tendo em conta a poesia judiciana, é importante
salientar que Pastoureau conota o azul com o Romantismo,
nomeadamente através do motivo da “flor azul” de Novalis em
Heinrich von ofterdingen ou da cor em Werther de Goethe. (Cf.
Michel Pastoureau, Dicionário das Cores do Nosso Tempo, Lisboa,
Editorial Estampa, 1997, pp. 23-24).
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15
Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar, Lisboa,
Editorial Caminho, edição definitiva de Luís Manuel Gaspar e Maria
Andresen de Sousa Tavares, 2003, p. 82 (1947).
16
PR, 2000, pp. 256-7.
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Não tanto da sua própria poética, que apesar de ser contem-
porânea do que de melhor se escreveu no Romantismo alemão, é
essencialmente classicizante. De notar igualmente que esta
característica bem romântica do exagero sentimental, isolamento e
solidão do mundo está presente em outros poemas judicianos ainda
na década de 70, nomeadamente o do primeiro livro, sobre a pianista
Maria Pleyel, que já tivemos oportunidade de referir. Cf. Poesia
Reunida, pp. 68-69.
18
Como o denota Maria Teresa Dias Furtado, “A herança
poética de Hölderlin marcou e continua a marcar a literatura europeia
e ainda hoje é objecto de estudo em todo o mundo. Nela encontramos
as raízes da poesia moderna, de que fazem parte a dicotomia palavra-
-silêncio, a busca das razões do dizer poético, o confronto da
realidade actual com os seus precedentes culturais. A utopia através
da escrita continua a ser uma constante na poesia contemporânea.
Neste espaço não cabem referências à recepção holderliana na poesia
portuguesa, mas não podemos deixar de mencionar a sua projecção
em poetas como Sebastião da Gama, Vitorino Nemésio, Sophia de
Mello Breyner Andresen, Fiama Hasse Pais Brandão e Nuno Júdice”.
(in Hölderlin, Elegias, Lisboa, Assírio e Alvim, 2000, p. 14). um
outro poema, bastante erotizante, onde podemos ver esta forma ser
retomada reside em “Elegia com variação romântica”, do livro
Raptos, em que a variação referida e homenagem são às “mulheres
loucas”, que “Dispo […] no meu poema”. (PR, 2000, p. 879).
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19
PR, 2000, p. 75.
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Dele falaremos mais tarde; Este poema encontra-se in PR, pp.
63-64. os exemplos são demasiados para serem referidos numa nota.
Fá-lo-emos no decurso deste trabalho, com os elementos a que
aludiremos.
21
No que toca aos seus primeiros livros, e tendo em conta a sua
publicação num tempo em que o regime salazarista ainda subsistia,
agonizante, “1400 metros de altitude” poderia ser lido à luz da guerra
colonial que então grassava (PR, 2000, p. 87).
22
PR, 2000, p. 35. outro poema, já fora do contexto ditatorial,
mas retratando-o, poderia ser “Em Lisboa (anos 60)”, in PR, 2000, p.
202.
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23
Nuno Júdice, O Processo Poético, Lisboa, INCM, 1991, pp.
164-165.
24
A epígrafe em questão é a seguinte – “A arte, diz-se, põe hoje
problemas de sua teoria no própri oacto de sua invenção. Põe-se a si
mesma em causa no interior de si mesma; procura no gesto com que
se cria, definir-se, postular-se, explicar-se de forma mais próxima de
si; mais correcta porque elimina o processo de dicotomia
estabelecido pela existência de dois ofícios: o teórico e o prático, e
mais verosímil porquanto é por um gesto de invenção (mas
apresentado aqui com grande honestidade e clareza), que elabora a
sua teoria, as suas axiomias, porquanto é ainda praxis a sua
teorização”. (PR, 2000, p. 55).
25
PR, 2000, p. 55.
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26
Não falaremos aqui de outros exemplos paralelos desta
geração, como José Agostinho Baptista, uma vez que a sua poesia
se filia numa outra tradição, que poderíamos dizer lírica e pessoal,
enquadrada por um grande cunho autobiográfico. Cf. artigos sobre
a poesia deste escritor in Fernando Pinto do Amaral, 1990 e Gastão
Cruz, 2008.
27
Luís Miguel Nava, “António Franco Alexandre”, in Ensaios
Reunidos, Lisboa, Assírio e Alvim, 2004, p. 280.
28
António Franco Alexandre, Poemas, Lisboa, Assírio e Alvim,
2000.
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29
João Miguel Fernandes Jorge, Sob Sobre Voz, Lisboa,
Moraes, 1971.
30
Gastão Cruz, A Poesia Portuguesa Hoje, Lisboa, Plátano,
1973, pp. 207-08 (refundido mais tarde numa segunda edição, pela
Relógio d’Água, 1999, e ainda uma terceira in A Vida da Poesia,
Lisboa, Assírio e Alvim, 2008).
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PR, 2000, p. 103.
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ou “Itinerário do Inverno”, “um inverno em Lisboa”, p. 709, “ode a
uma noite de Inverno”, p. ; “Corte de corrente no campo, no Inverno”,
p. 785; também dois poemas intitulados “Primavera”, p. 521 e p.
984, “Variação sobre a Primavera”, p. 623, “um Requiem na
Primavera”, p. 944 , “Bucolismo: o Verão”, p. 499 o outono,
referido em “A construção do ser” de Cartografia das Emoções, p.
157 – ‘o outono, com a sua melancolia, empresta um estranho/
perfume da terra ao espírito”, conotando esta poesia com a
maturidade e o seu ensimesmamento que daí decorre – “Carta de
outono”, p. 323, “As quatro estações: o outono”, p. 429. Sobre as
estações, de um modo geral, Cf. “As quatro estações”, p. 349,
“Estação morta”, p. 292; “Apontamentos para uma estação”, p. 384).
De O Estado dos Campos, 2003, pp. 24-25, “uma ode por entre as
estações”.
40
Veja-se igualmente a sua definição para a função da poesia
no mundo actual, que usa esta mesma palavra – “ Escrever poesia,
no mundo actual, é uma forma de conservar o que, em cada dia,
vamos perdendo; o ser no tempo, a identidade do eu na dissolução
do sujeito devorado pelo movimento do mundo“ (in As Máscaras do
Poema, Lisboa, Aríon, 1998).
41
PR, 2000, p. 42.
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um deles, “Babel e Sião”, talvez de influência camoniana,
deu origem a um poema com este nome em Geometria Variável (p.
61) e a uma alusão a esta história em “Terra Prometida” de A Matéria
do Poema (p. 99). outros episódios tratados por Júdice centrar-se-
-ão à volta da morte de Cristo e da criação do mundo por Deus ( vd.
notas seguintes).
55
(“Última Ceia”, “Ressureição”, a sua relação com Madalena
– “Cristo e Madalena”), “Calvário” e “Et Ressurexit” (ambos de O
Estado dos Campos, pp. 103-104 e 105-106).
56
“Deus” é precisamente o nome de um poema de Júdice, pre-
sente in PR, p. 531; “Génesis”, de O Estado dos Campos, 2003, p. 13.
57
Estamos aqui perante aquilo que Hans Robert Jauss teorizou,
já em 1966, acerca do “horizonte de expectativa” (Cf. H. R. Jauss, A
Literatura como Provocação, Lisboa, Vega, 1993 ou Pour une
esthétique de la recéption, Paris, Gallimard, 1978 para um
desenvolvimento adequado). Segundo este teórico, o interlocutor de
uma mensagem literária espera já do seu autor ou de um tipo de obra
uma determinada estrutura externa e interna, que, em grande parte
devido à prática paródica que impera nos tempos que correm, é posta
em causa, abrindo espaço para o campo da ironia. Como leitores
esperamos que “Salmo” seja um poema religioso para descobrirmos
que o conteúdo não vai de encontro ao paratexto inicial, na acepção
de Genette deste termo. o mesmo acontece, de resto, com muitos
sonetos e outras formas fixas na poesia de Nuno Júdice, e um pouco
por toda a poesia deste autor. os seus títulos, por um lado, resumem
de forma paródica o que o poema vai tratar (“Arte Poética com citação
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de Hölderlin” (PR, 2000, p. 834) ou “Pastoral em tom elegíaco” ( PR,
2000, p. 245) ) e, por outro subvertem o intertexto convocado neste
paratexto – veja-se, por exemplo, “Divina Comédia” que em quase
nada tem a ver com a obra de Dante (PR, 2000, p. 783).
58
De modo diferente, em O Estado dos Campos, tem Nuno
Júdice um poema em que fala sobre o mar através da religião,
“Enigma Teológico” (p. 152).
59
De entre os poemas em que isto acontece, podemos falar em
“Cristo e Madalena ( um quadro de Albert Eldelfelt)” e “Exposição”
in, respectivamente, PR, 2000, p. 926-27 e p. 822 ; o “Tríptico” em
três partes – Cristo Anónimo, Cristo Morto, “Ecce Homo” de
Cartografia das Emoções (2001, pp. 119-122) é também
paradigmático.
60
Apresenta vários exemplos desta postura – Por exemplo, num
título como “Iconoclastia”, PR, p. 841 ou “Viático Profano” e “o
Evangelho segundo quem o traduz” (in, respectivamente, A Matéria
do Poema, 2008, p. 47 e p. 48).
61
Geometria Variável, 2005, pp. 36-37.
62
As Coisas Mais Simples, 2006, pp. 101-102.
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[…]
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66
Veja-se, a título de exemplo, a poesia do livro de 2008, A
Matéria do Poema, onde não só temos poemas pequenos e de uma
só estrofe, como “o Silêncio”, outros igualmente pequenos, mas com
um estilo narrativo como “Conto de Fadas” e outros longos e mais
narrativos como “A Mala do Poeta”, que mais tarde iremos ver.
67
A propósito desta forma fixa, o poeta reflecte sobre o
processo de escrita de sonetos num intróito a um dos últimos livros
de poesia, O Breve Sentimento do Efémero, referindo que segue um
modelo académico e estabelecido, que pretende depois imitar.
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Veja-se, a este propósito, o número de sonetos constante de
livros com menos de uma década como são O Estado dos Campos
ou Rimas e Contas, com o seu livro inicial, onde impera o verso livre
em grandes secções dentro de um livro. Por outro lado, também se
nota uma aproximação à quadra, apesar de esta já se notar desde os
primeiros livros.
78
PR, 2000, p. 1063.
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79
PR, 2000, pp. 413-414.
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A quantidade de poemas explicitamente sobre a arte poética
é, como veremos, imensa, sendo aliás a linha temática que
claramente sobressai, ainda mais se lhe juntarmos aqueles poemas
em que implicitamente está a falar da arte literária e poética. (Cf.
Capítulo “As coisas do Poema e o Poema enquanto Coisa”).
81
Cf. Claudio Guillén, Entre el uno y el diverso: introducción
a la literatura comparada, Barcelona, Tusquets, 2005 [1985].
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PARTE I
DIÁLOGOS COM
A LITERATURA
1. DIÁLOGOS COM A LITERATURA
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88
Expressão cunhada por Manuel Frias Martins, num artigo
sobre a poesia de Júdice. Cf Bibliografia final.
89
Cf. A Matéria do Poema, 2008, p. 100.
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90
A Matéria do Poema, 2008, p. 104.
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91
A Matéria do Poema, 2008, p. 11.
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92
Geometria Variável, 2005, pp. 118-119.
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93
Cf. Primeira elegia de Duíno. usamos a seguinte tradução
espanhola – Rainer Maria Rilke, Elegías de Duino/Los Sonetos a
Orfeo – (Edición de Eustaquio Barjau), Madrid, Catedra, Colección
“Letras universales”, 2007 [1986].
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Veja-se todos os poemas que compõem o ciclo “Botânica”,
ciclo a que já fizemos menção. Também a árvore se identifica com
o ser humano, naquele que é o símbolo mais conhecido para este
elemento vegetal (Cf. Chevalier et Gheerbrant, Op. cit. , 2002), em,
por exemplo, “Árvore”. (PR, 2000, p. 180).
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2. O POETA E O UNIvERSO POéTICO
2.1. A poesia
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102
PR, 2000, p. 644.
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103
PR, 2000, p. 186.
70
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104
PR, 2000, p. 982.
71
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105
Sobre a inter-relação entre a escrita e o silêncio (igualmente
sinónimo da morte) que a faz escrever, como uma espécie de “ritual”
antagónico de escrita, lembramos um passo de outro poema com este
mesmo título (“Ritual”), presente em O Movimento do Mundo
(1996): “[…]oh/ Silêncio que grita cada uma das transições/ da
alma: dá lugar ao verso, para que dele/ brotem as antigas flores da
primavera – e/ o riso estranho que acompanha a morte”. (in PR,
2000, p. 646).
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106
Poder-se-ia fazer um paralelo com o poema “Poema
(arredores)”, presente em A Partilha dos Mitos, onde é verda-
deiramente tratada de uma forma dura uma memória de uma mulher
morta “na plenitude da idade” – “A brancura/ dos ossos, em contraste
com a terra argilosa, / com a erva, com a parede arruinada, faz-me
lembrar/ leite, papel, cal,/ e também as tuas mãos – frias. […]” (PR,
2000, p. 242).
107
Nos Braços da Exígua Luz, 1976, in PR, 2000, p. 201.
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110
PR, 2000, pp. 825-26.
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112
Pedro, lembrando Inês, 2001, p. 25.
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113
A conjunção coordenativa adversativa “mas” é de extrema
importância na poesia narrativa e lírica de Nuno Júdice. Sobre ela,
entre outras (também o “assim”) falamos no capítulo introdutório –
“Nuno Júdice e o mecanismo fragmentário de uma identidade”.
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114
PR, 2000, p. 308.
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[…] Não
se pense, porém, que essa “inspiração” determina,
de forma absoluta, aquilo que escrevo: não só
uma disposição anterior me impõe a frase literária
como também o “estilo”, essa marca individual
da linguagem, me integra numa expressão
mais vasta de sentimentos e ideias, na corrente
humana de uma procura de outra verdade – que
a língua vulgar é incapaz de reproduzir. Nalguns,
o verniz das convenções dissimula o esforço
autêntico, a alma ou, por outras palavras, a
revelação divina que o poema manifesta; em outros,
pelo contrário, é aquilo que se designou
por “génio”, particular manifestação da loucura,
que imprime um ânimo profundo às palavras
devolvendo-lhes, num raro brilho, a sua significação
primeira. Então, elas deixam ver uma parte
desse todo invisível que é a Criação; nada
ensinam: e não se pode, com rigor, falar de
conhecimento, de compreensão de um objecto
específico. Vemos a luz sem fixarmos a fonte,
banhamo-nos na água sem tocarmos o fundo.
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117
A Matéria do Poema, 2008, pp. 52-53. Pensamos haver aqui
uma ponte com um autor de estilo muito próximo de Nuno Júdice
no que toca ao ludismo com que muitas vezes trata as suas
metapoesias. Falamos do americano e laureado Billy Collins (1941)
e em particular do seu poema “Introduction to Poetry”, que
reproduzimos de seguida: “I ask them to take a poem/and hold it up
to the light/like a color slide/or press an ear against its hive.//I say
drop a mouse into a poem/and watch him probe his way out,/or walk
inside the poem’s room/and feel the walls for a light switch.//I want
them to waterski/across the surface of a poem/waving at the author’s
name on the shore.//But all they want to do/is tie the poem to a chair
with rope/and torture a confession out of it.//They begin beating it
with a hose/to find out what it really means. Veja-se atrás para mais
um exemplo da sua poesia, quando damos um exemplo de poesia
narrativa na parte final do capítulo 1.2. “A poesia contemporânea –
uma poética de tempo e de espaço(s)”.
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______________________
118
PR, 2000, p. 156.
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[…]
Vi então que os meus gestos eram a repetição mecânica deles
próprios.
Mas, enquanto se sucediam, algo instalava uma diferente disposição
dos seus elementos verbais (ainda que subjectivos), insinuando uma
nova época de Prosa. E a compreensão geral surgiu.
Era tempo para que ela se formasse no interior do cérebro,
o envolvesse (“tentacularmente”).
Daí para a frente tive tudo nas mãos. As mãos faziam
com que eu escrevesse, davam-me de comer, vestiam-me,
dispunham os diversos elementos sobre um tabuleiro abstracto
que alguém disse ser “eu próprio”.
E é por isso que já não digo nada. É por isso que eu estou aqui,
sem me mexer, de pé e batido pelo vento,
de mãos nos bolsos e sem dizer nada.
_________________________________________
119
PR, 2000, p. 108.
88
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Foi como se não tivesse lido nada. Sem me dar conta sequer
de um estilo, de uma gramática,da própria língua…Foi
como se não soubesse ler.
Ao apresentar a narrativa exacta do que aconteceu, descubro
que também aqui não tenho nenhum objectivo, nenhum
pretexto, nenhum facto que justifique o poema. Mas ele
existe apesar disso. E é por isso mesmo que, sem arte
poética e sem argumentos, o apresento e mantenho.
89
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120
PR, 2000, p. 952.
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____________________________________________
124
PR, 2000, p. 108.
125
O Estado dos Campos, pp. 20-21.
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__________________________________________
126
Veja-se o que dizemos sobre esta questão na análise de
“Texto para uso didáctico”.
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131
As Coisas Mais Simples, 2006, p. 26.
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[…]
Por vezes à noite há um rosto
Que nos olha do fundo de um espelho
E a arte deve ser como esse espelho
Que nos mostra o nosso próprio rosto
[…]
Jorge Luis Borges, “Arte Poética”134
__________________________________________
134
In Jorge Luis Borges, Obras Completas 1923-1949 (1ºvolume),
Lisboa, Círculo de Leitores, 1998 ( incluído originamente no livro de
1923, O Fervor de Buenos Aires).
102
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___________________________________________
135
Cf. Românica, 1999, p. 251.
103
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__________________________
136
Cf. Chevalier et Gheerbrant, Op. cit., pp. 510-14.
137
Românica, Lisboa, Cosmos, 1998, p. 252.
138
“o lugar das coisas”, in Cartografia das Emoções, 2001, p. 20.
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139
Na acepção da omphalos grega, de Delfos, e de outros
lugares-centro do mundo epifânicos, de onde este emana( Cf. Mircea
Eliade, O Sagrado e o Profano, Lisboa, Edições Livros do Brasil,
2000).
105
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106
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____________________________________________
141
Sobre o entrecruzar destes três tipos de texto – textual, visual
e musical – daremos conta no próximo capítulo, em que veremos
que autores de outras artes vai Júdice convocar na sua poesia
(perspectiva exoliterária sobre a literatura).
142
“o poema é uma longa hesitação entre som e sentido”.
143
De acordo com a máxima latina – “opus artificem probat”
(“A obra mostra o artista”).
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144
PR, 2000, p. 412.
108
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[…] os caminhos
do campo não coincidem com esse rumo
a que as palavras habituam o ser: uns,
desembocam na margem de um rio sem
imagens – a vida, dizem!; outros,
acabam subitamente como certas linhas
na mão em que toco. Atalhos, é como
vem nos dicionários. Palavras que nos
levam mais depressa até esse horizonte
onde nunca pensámos chegar.
109
RICARDo MARQuES
145
Geometria Variável, 2005, p. 25.
110
NA TEIA Do PoEMA
____________________________________________
146
Cf. Introdução à Poesia Reunida, 2000. Também no artigo
de Nava sobre um dos seus livros de poesia (Cf. Bibliografia final).
147
Também outros o notaram, nomeadamente o malogrado
poeta Luís Miguel Nava , no estudo por nós referido várias vezes.
148
PR, 2000, p. 774. Há aqui igualmente uma alusão à poética
medieval, ainda que apenas como referência simples ao tipo de
composição, normalmente uma cantiga de amigo, cuja temática se
ligava à água. Para mais informações, veja-se <http://www2.fcsh.
unl.pt/edtl/verbetes/B/barcarola_marinha.htm >.
111
RICARDo MARQuES
112
NA TEIA Do PoEMA
_______________________
149
As Coisas Mais Simples, 2006, pp. 103-107.
113
RICARDo MARQuES
114
NA TEIA Do PoEMA
115
RICARDo MARQuES
__________________________
analogia com a árvore, com a metamorfose de árvore em poema – “A
árvore permanece, sobre/ o outono e o Inverno, com a sua ânsia
primaveril; e/ eu deito-me à sua sombra, que me aquece,/ ouvindo o
canto que a terra me ensina”. De uma forma mais completa no que
toca à analogia do poema a uma árvore, ainda que implícita, é
“Poesia”: “Esta árvore entrou no meu corpo, com as suas raízes/de
fogo; devorou-me a alma, com os ramos acesos da/inspiração; corroeu
cada recanto do meu ser, com as/folhas brancas da sua ânsia; e em
cada primavera deu/a flor mais inesperada, com a música das suas
pétalas,/e o brilho da imagem que se abre quando o olhar/procura o
centro da corola. É uma árvore que não seca,/nem precisa de água; que
não perde folhas e flores,/apesar de invernos e outonos; que partilha o
dia/com a noite, quando procuro a sua sombra, e é a sua luz/que me
enche. Podia ser uma árvore de ar livre; mas/também cresce nos
quartos mais obscuros, nas salas/onde se acumula o fumo e a
respiração de quem vive,/nas caves onde a luz não entra. Cortaram-
-lhe em vão as/raízes; em vão tentam apagar o seu fogo: nasce do/ser
o húmus que a alimenta; corre nas veias a seiva/que a percorre. Mas
não cresce sozinha; e é em ti que/encontra a sua terra mais fértil, no
frio do inverno,/o ar que a envolve, quando a tua ausência a asfixia,/a
água que as suas flores bebm, na aridez do estio. Tu,/com os teus dedos
de hera, os teus lábios de pólen/e o doce musgo de palavras com que
envolves o seu/tronco. Árvore partilhada, abrigando as aves do
amor,/deixo que os seus ramos se estendam sobre nós,/com o seu canto
de nuvem, e o seu eco de floresta.”
116
NA TEIA Do PoEMA
______________________________________________
152
PR, 2000, p. 819.
117
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118
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119
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______________________________________________
155
PR, 2000, p. 1015.
120
NA TEIA Do PoEMA
__________________________
156
O Estado dos Campos, 2003, pp. 36-37.
121
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122
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157
PR, 2000, p. 903.
123
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124
NA TEIA Do PoEMA
158
PR, 2000, p. 693.
125
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159
PR, 2000, p. 1018.
126
NA TEIA Do PoEMA
______________________________________________
160
É inevitável pensar a ligação deste poema ao de Sophia de
Mello Breyner Andresen, “Coral”, que dá nome ao mesmo livro de
poesia de 1966 – “Ia e vinha/ e a cada coisa perguntava/ que nome
tinha”. Poetisa da ligação dos elementos ao ser, este poema
concretiza o ser como permanentemente inquieto na sua indagação
às coisas e aos mistérios da vida, como tantos outros dos seus
poemas.
161
A Matéria do Poema, 2008, p. 22.
127
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128
NA TEIA Do PoEMA
129
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162
Geometria Variável, 2005, p. 76.
130
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133
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___________________________________________
164
PR, 2000, p. 261.
165
Veja-se aquilo que dizemos sobre a passagem do tempo
ligado às estações do ano neste poeta, de que falámos atrás, no
capítulo “Nuno Júdice – o Mecanismo Fragmentário de uma
Identidade”.
166
Cf. Roman Jakobson. Essais de Linguistique Générale,
Paris: Les Éditions de Minuit, 1963 .
134
NA TEIA Do PoEMA
135
RICARDo MARQuES
136
3. DIÁLOGOS COM A LITERATURA
PORTUGUESA
137
RICARDo MARQuES
________________________
camoniana nos poetas contemporâneas, recomendo o volume nº4 da
Revista de Literatura Românica. (Cf. AA.VV., Românica, Lisboa,
FLuL, 1995, pp. 63-81, 127-137), bem como a revista de poesia
Relâmpago, no número especial dedicado ao poeta. (Cf. AA.VV.
Relâmpago, nº4, Lisboa, Fundação Luis Miguel Nava, 1999).
169
Nuno Júdice, “Camões, Sempre”, in Relâmpago, nº20, Abril
de 2007, p. 148.
170
Podemos ver isso claramente em outros lados. Por exemplo,
nos Cadernos de Serrúbia, 1998, quando fala da poesia portuguesa,
ou no intróito ao seu O Breve Sentimento do Efémero, de 2008,
quando volta a incluir-se na genealogia directa deste poeta
renascentista, neste último caso como modelo definidor daquilo que
é o soneto clássico e que ele academicamente tenta imitar: “[…]os
meus sonetos sao escritos à mão e não em computador[…]” porque
“o soneto, de certo modo, tem esse lado académico […] há um
modelo qualquer à sua frente”. (Cf. O Breve Sentimento do Efémero,
2008, p. 10).
138
NA TEIA Do PoEMA
139
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141
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________________________
174
Geometria Variável, 2005, p. 83.
145
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___________________________________________
175
O Estado dos Campos, 2003, p. 129.
146
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159
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160
NA TEIA Do PoEMA
161
RICARDo MARQuES
___________________________
discurso poético dos últimos anos 60, Nuno Guimarães e Nuno
Júdice opõem-se diametralmente, o primeiro com o seu constru-
tivismo minucioso, que leva às últimas consequência toda a
experiência desenvolvida nese sentido por alguns sectores da poesia
dos anos 60, o segundo tentando operar uma espectacular
recuperação daquele discurso que há onze ou doze anos parecia sem
futuro e que afinal talvez o tivesse.” (p. 218).
188
PR, 2000, pp. 57-58.
162
NA TEIA Do PoEMA
11 de Junho de 1985
lisboa
163
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164
NA TEIA Do PoEMA
Só uma vez
o amor interrompeu a frase;
só uma vez
o rio transbordou a margem;
só uma vez
os astros se apagaram;
só uma vez
ouvi o silêncio dos ventos.
A tabacaria
fechou, nessa tarde,
só uma vez.
– a última vez.
165
RICARDo MARQuES
166
NA TEIA Do PoEMA
167
RICARDo MARQuES
___________________________________________
190
Veja-se esta atitude, com, por exemplo, no seguinte poema
de Pessoa – “Já não me importo/Até com o que amo ou creio amar./
Sou um navio que chegou a um porto/ E cujo movimento é ali estar.
[…] só me não cansa/o que a brisa me traz/ De súbita mudança/ No
que nada me faz.”.
191
A Matéria do Poema, Lisboa, 2008, pp. 90-91.
168
NA TEIA Do PoEMA
169
RICARDo MARQuES
____________________________________________
192
O Estado dos Campos, 2003, pp. 90-91.
193
Geometria Variável, 2005, p. 99.
194
PR, 2000, p. 930.
170
NA TEIA Do PoEMA
171
RICARDo MARQuES
172
NA TEIA Do PoEMA
Ao volante, no periférico
de saint-germain-en-laye, pela estrada engarrafada, enquanto as luzes
se acendem, e à minha frente um condutor sai do carro
para tirar o rádio do porta-bagagens, dou comigo na estrada
de lisboa para setúbal, já a chegar à curva de azeitão. […]
[…] No periférico
interior, ainda antes de versalhes, um ar de luzes decadentes
limpa o ar da poluição parisiense e traz de volta
essa curva de azeitão, já longe de lisboa, onde o carro hesita
antes de se meter na curva, como se preferisse entrar
em azeitão – mas para fazer o quê, em azeitão? Enquanto que aqui,
a caminho de saint germain-en-laue, não tenho nada que
hesitar: versalhes, para a direita, não me chama ( já vi
o palácio e luís XIV, desde “os três mosqueteiros”, não faz
parte das minhas relações). Pelo contrário, em saint germain-en-laye
há o liceu internacional onde, daqui a pouco, vou
ouvir gil vicente. ouço-o em francês, em português, em franco-
-português, e até, em brasileiro – mas de que outro modo poderia
ouvi-lo num liceu internacional, a esse gil vicente, que se ficou pelo
português e pelo castelhano, se não contarmos com o galego e
com o latim de sacristia? ouço-o, e enquanto o ouço dou mesmo
essa curva de azeitão, a fugir da arrábida, mesmo que o meu destino
possa ser setúbal onde não há nenhum liceu internacional, onde não
se ouve gil vicente em língua nenhuma, e onde nenhum condutor,
no periférico que vai de versalhes a saint-germain-en-laye, sai do
carro para tirar o rádio do porta-bagagens, na estrada engarrafada
que nunca poderia ser a estrada deserta que os chevrolets tomavam
para engarrafar o caminho que leva de sintra a álvaro de campos.
173
RICARDo MARQuES
174
NA TEIA Do PoEMA
____________________________________________
203
Geometria Variável, 2005, pp. 38-39.
204
PR, 2000, pp. 1109-1112.
205
PR, 2000, pp. 394-5.
175
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177
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178
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179
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180
NA TEIA Do PoEMA
181
RICARDo MARQuES
182
NA TEIA Do PoEMA
__________________________________________
208
Publicado originalmente na revista de poesia, entretanto
extinta, Hífen, no seu número 3, já de 1988, um número temático
sobre “poesia e outras artes”. (Cf. Hífen – Cadernos Semestrais de
Poesia, outubro 1988 / Março 1989, Porto).
183
RICARDo MARQuES
____________________________________________
209
no sentido de dar alguma consistência ao nosso trabalho,
não falaremos de Camilo Pessanha, apesar de o considerarmos uma
figura importante na poesia de Nuno Júdice, sobretudo no que toca
à imagética sinestésica e aquática ( esta última tão importante e
desenvolvida, como se sabe, em Clepsidra) que se ligam depois à
preocupação com a musicalidade dos versos. um poema de Júdice
onde há uma citação deste autor simbolista e se desenvolve esta
gramática estilística encontra-se em Geometria Variável, p. 100 ,
intitulado “Eclosão Estival”.
184
NA TEIA Do PoEMA
210
Sobre a sua influência, quanto a Júdice, na literatura
portuguesa que se lhe seguiu, veja-se o parágrafo seguinte: “É este
aspecto [a luminosa dureza do ritmo de Cesário], de resto, que penso
constituirá a contribuição d’ O Livro na transição da escrita
romântica para a escrita do nosso século: desembaraçando a
linguagem literária de uma adjectiva moleza, a que nem um Camilo
escapa, e dando – o que um Garrett por vezes conseguira – a cada
palavra um valor próprio, fazendo com que o poema se construa a
partir do jogo de sonoridades que impõem um sentido (semântico e
musical) ao verso, ao contrário do processo ultra-romântico de
subordinar à tensão (e intenção) emocional o jogo verbal, reduzido
assim a um mero fundo ilustrativo.” ( in Nuno Júdice, “Cesário Verde
visto hoje por poetas portugueses”, Revista Colóquio/Letras.
Inquérito, nº93, Set. 1986, p. 111 ).
185
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211
Geometria Variável, 2005, p. 122.
186
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187
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212
PR, 2000, p. 197.
188
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189
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190
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___________________________
Geometria Variável, 2005, pp. 40-41.
214
191
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215
Cartografia das Emoções, 2001, p. 97.
193
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__________________________________________
216
O Estado dos Campos, 2003, p. 132.
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199
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Assim
eu mesmo lamentando te seguira. um rosto
consente a sua memória mudada de penas,
em pena tanta. Como, de sua morte vendo
a hora, o cisne docemente canta e chora.
E já que
entre as folhas e flores da margem o per-
dido olhar evoco, tudo quanto vejo são tor-
mentos; por eles consumirei meu canto, e
por teu nome prazeres e contentamentos de
furor forçado choro.
Juntamente
foge logo o riso que, largo, em teus lábios
vi. Entre os ramos da verde e fresca planta
o fio de água se funde em rio de lágrimas.
Amor que um canto celebra, em outro só mágoas
e tristezas igualmente gera.
Nunca mais
certo de alegrar-me, busquei mil vezes gos-
tos que cantasse. Mas a quem triste se opõe
e triste nasce já gostos acabaram. Na verde
hera do triste velho abrigo assim canta
a suave
200
4. DIÁLOGOS DENTRO DA
LITERATURA ESTRANGEIRA
201
RICARDo MARQuES
222
Não nos devemos esquecer, no entanto, que ovídio é uma
figura fundamental na transmissão posterior dos mitos da
antiguidade clássica à cultura ocidental, uma outra temática
importante na poesia de Júdice. Devido à extensa referência a este
escritor latino, podemos pensá-lo, através de Metamorfoses, como
uma possível fonte secundária, e até primária, de leitura desses
mesmos mitos. Sob o título de “Metamorfoses”, publicou Nuno
Júdice pelas Éditions du Murmure, em 2008, a metamorfose de Deus
num pássaro ( cf. Bibliografia final).
223
Sobre o exílio, Júdice tem dois poemas, um logo do primeiro
livro e outro de Meditação sobre Ruínas. Em PR: “Exílio” (p. 61) e
“A respiração do exílio” (p. 570). Neste segundo, a figura tutelar de
ovídio aparece logo no segundo verso, entre outros nomes literários
prostrados pelo exílio – Dante e Camões.
224
PR, 2000, p. 911.
202
NA TEIA Do PoEMA
203
RICARDo MARQuES
_____________________________________________
225
PR, 2000, p. 556.
226
Cartografia das Emoções, 2001, pp. 85-86.
204
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205
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206
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229
Geometria Variável, 2005, p. 62.
207
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208
NA TEIA Do PoEMA
__________________________________________
230
Cartografia das Emoções, 2001, p. 79.
209
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___________________________________________
231
Cartografia das Emoções, 2001, pp. 32-33.
232
Luís de Camões – “Amor é fogo que arde sem se ver”
210
NA TEIA Do PoEMA
.
_________________________________________
233
“Converso com os livros, isto é, com os mortos”, como já
referimos na nossa introdução a esta tese.
211
RICARDo MARQuES
212
NA TEIA Do PoEMA
_____________________________________________
234
Cartografia de Emoções, 2001, pp. 30-31.
213
RICARDo MARQuES
214
NA TEIA Do PoEMA
235
Falamos de “Alegoria da Caverna”, (PR, 2000,p. 1027).
Analisaremos este poema mais tarde, aquando da análise dos poemas
com uma perspectiva metaliterária, uma vez que o conteúdo aponta
directamente para esta temática.
215
RICARDo MARQuES
__________________________________________
236
Geometria Variável, 2005, pp. 130-131.
216
NA TEIA Do PoEMA
217
RICARDo MARQuES
___________________________________________
237
PR, 2000, pp. 445-446.
218
NA TEIA Do PoEMA
219
RICARDo MARQuES
___________________________________________
238
“Le langage poétique”, in Un chant dans l’épaisseur du
temps suivi de Méditation sur des ruines, Paris, Gallimard, 1996, pp.
7-14 [texto originalmente publicado in Les Cahiers de la Villa Gillet,
nº1, Lyon, Circé, Novembre 1994].
239
Cf. Capítulo anterior, sobre o seu diálogo com a Antiguidade
Clássica.
220
NA TEIA Do PoEMA
221
RICARDo MARQuES
242
PR, 2000, p. 529.
222
NA TEIA Do PoEMA
223
RICARDo MARQuES
224
NA TEIA Do PoEMA
____________________________________________
247
PR, 2000, pp. 881-82.
248
O Estado dos Campos, 2003, pp. 99-100.
225
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226
NA TEIA Do PoEMA
227
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228
NA TEIA Do PoEMA
______________________________________________
250
Shakespeare é ainda referido em “A noite do porto” (PR,
2000, p. 782) e em “Condomínio” (A Matéria do Poema, 2008, p. 57).
251
PR, 2000, p. 1000. Sartre é alvo de um artigo de Júdice. Este
analisa-o tendo em conta o seu gosto pela poesia – “Sartre, leitor de
poesia” é o título da comunicação (Cf. bibliografia final).
229
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230
NA TEIA Do PoEMA
_____________________________________________
253
A Matéria do Poema, 2008, p. 13.
231
RICARDo MARQuES
232
NA TEIA Do PoEMA
_____________________________________________
254
Pedro, Lembrando Inês, 2001, p. 22. “Meditação Veneziana”
é um outro poema em que podemos ver Veneza de uma forma irónica
e contemporânea, convocada por uma epígrafe do dramaturgo e
libretista Hugo Von Hofmannsthal (1872-1929) – “o tempo tem
canais tão obscuros como os da cidade;/ apesar das pontes, ouve-se
o ruído da água contra as paredes/ e as fundações das casas; e sabe-
-se que uma corrupção/ antiga não cessa quando temos os pés em
terra. Então,/ talvez valha a pena pensar no que ficou para trás, e/ ir
ao encontro do que está em frente como se fosse o que,/ há pouco,
parecia não existir a não ser num fundo vago da memória”. (PR,
2000, pp. 650-51).
233
RICARDo MARQuES
________________________________________________
255
Geometria Variável, 2005, p. 80.
234
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235
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236
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237
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238
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239
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240
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Ó Rosa, insecto
que muge na cama
invisível, voa
a descoberto
sobre o vento
do amor que roeu
a púrpura secreta
da tua vida
241
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um corvo branco
uma pomba negra,
um pavão sem cor
e um macaco sem rabo:
mistérios estéreis
no leite da criança
afogada no leito.
242
NA TEIA Do PoEMA
__________________________________________
263
PR, 2000, p. 915.
243
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244
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245
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246
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247
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___________________________________________
265
PR, 2000, p. 50.
248
NA TEIA Do PoEMA
249
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250
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251
RICARDo MARQuES
____________________________________________
269
No original de Lawrence, lê-se o seguinte: “The proper way
to eat a fig, in society,/ Is to split it in four, holding it by the stump,
And open it, so that it is a glittering, rosy, moist, honied, heavy-
-petalled four-petalled flower. // Then you throw away the skin/
Which is just like a four-sepalled calyx /After you have taken off the
blossom with your lips.”
252
NA TEIA Do PoEMA
253
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254
NA TEIA Do PoEMA
255
RICARDo MARQuES
Celebrava os pombais
que lhe nasciam do peito,
tão fortes como os ais
que o tornavam suspeito.
256
NA TEIA Do PoEMA
257
RICARDo MARQuES
258
NA TEIA Do PoEMA
259
RICARDo MARQuES
__________________________________________
273
Cartografia das Emoções, 2001, p. 83.
260
NA TEIA Do PoEMA
261
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262
NA TEIA Do PoEMA
263
RICARDo MARQuES
264
NA TEIA Do PoEMA
265
RICARDo MARQuES
278
PR, 2000, p. 912.
266
NA TEIA Do PoEMA
_________________________________________________
279
PR, 2000, pp. 893-94.
280
Repare-se no interesse de Júdice pela figura de Dickinson.
Concomitante com este trabalho, saiu o seu volume de tradução da
poetisa no ano seguinte, pela Relógio d’Água. Esta foi uma das
poucas autoras de língua não-francesa que Júdice traduziu, daí a sua
importância para o autor. outro poema, “Encontro Inesperado”, de
As Coisas mais Simples (pp. 99-100), parece ecoar um fragmento
poético desta autora que se intitula “Because I could not stop for
death”, mostrando, tal como em Dickinson, a chegada da morte
personificada em alguém que chega a uma estação.
267
RICARDo MARQuES
268
NA TEIA Do PoEMA
269
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270
NA TEIA Do PoEMA
_____________________________________________
283
Como ele escreve, autobiograficamente, no fim de O
Panamá ou as Aventuras dos meus Sete Tios, “ESPERo.Gostava de
ser a quinta roda do carro/ Trovoada/ Dificuldades/ Em nenhum lado
e por toda a parte”. (in Blaise Cendrars, Poesia em Viagem (tradução
de Liberto Cruz), Lisboa, Assírio e Alvim, s/d, p. 75). Liberto Cruz
descreve-o perfeitamente neste papel, na sua introdução a este livro,
ao caracterizá-lo como “o poeta suiço que foi, no século passado, o
primeiro poeta cidadão do mundo”.
271
RICARDo MARQuES
____________________________________________
284
“The fact is that poetry is not the books in the library . . .
Poetry is the encounter of the reader with the book, the discovery of
the book.” (in Poesia, 1977). Vemos aqui igualmente um paralelismo
com as teorias de Angenot e outros, desenvolvidas à luz da
Sociocrítica, que consideravam ser determinante o papel do leitor no
fenómeno literário. (Cf. Capítulo “A Relação Interartes: Da Ekprasis
simples à Intermedialidade”).
272
NA TEIA Do PoEMA
___________________________________________
285
PR, 2000, pp. 289-290.
273
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274
PARTE II
DIÁLOGOS FORA DA
LITERATURA
DIÁLOGOS FORA DA LITERATURA
277
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____________________________________________
288
“Nunca deixei, desde então, de manter essa relação com a
imagem de onde nasceram livros com pintores como Jorge Martins,
Manuel Amado, Graça Morais, Júlio Pomar, escultores como Rui
Chafes; fotógrafos como Julie Ganzin, Gerard Castello-Lopes, Duarte
Belo, entre outros.” (idem, ibidem). Falaremos destes mais adiante.
278
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280
NA TEIA Do PoEMA
291
No que diz respeito às capas dos seus livros de poesia, deve
ser realçado que todos os volumes editados pela Quetzal mantinham
uma relação ecfrástica com a poesia do volume correspondente
através de uma imagem, normalmente um quadro simbólico. São os
casos de A Condescendência do Ser, capa de Rogério Petinga,
Quetzal, Lisboa, 1988, Enumeração de Sombras, capa de Rogério
Petinga sobre gravura de Giorgio de Chirico, Quetzal, Lisboa, 1989,
Obra Poética (1972-1985), capa de Rogério Petinga sobre pormenor
de pintura de Carlo Carrá, Quetzal, 1991, Um Canto na Espessura
do Tempo, capa de Rogério Petinga, Quetzal, Lisboa, 1992,
Meditação sobre Ruínas, capa de Rogério Petinga sobre quadro de
Louis Janmot (1814-1892), Lisboa, 1994, O Movimento do Mundo,
capa de Rogério Petinga sobre pormenor de quadro de Caspar David
Friedrich, Quezal, 1996, A Fonte da Vida, capa de Rogério Petinga
sobre «Retrato da Princesa Golytsina» de Pyotr F. Sokolov (1791-
-1848), Quetzal, 1997; e Teoria Geral do Sentimento, capa de
Rogério Petinga sobre quadro de Christopher Wilhelm Eckersberg,
«Mulher no espelho», 1841, Quetzal, Lisboa, 1999. Também as
capas de outros livros mais antigos, e de outras editoras têm gravuras
de diversos artistas (Cf. bibliografia final).
281
RICARDo MARQuES
__________________________________________
292
Cf. Bibliografia final. Também colaborou com o autor,
segundo a entrevista que lhe fizemos (em anexo), na ilustração de
dois contos infantis seus, e, mais recentemente, da Revista
Colóquio/Letras.
293
Cf. Egídia Marques Souto, Le Musée Imaginaire de Nuno
Júdice, 2007, Anexo I, pp. VI-VII.
282
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1.1 Os Pintores
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______________________________________________
303
Cf.<http://www.henri-matisse.net/biography.html# fauvism>
– Acedido em Junho de 2009.
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___________________________________________
305
Geometria Variável, 2005, p. 57.
297
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___________________________________________________
306
Geometria Variável, 2005, p. 66
307
No seu blogue ecfrástico encontramos mais exemplos de
poemas sobre quadros de Gustave Courbet que não analisaremos,
nomeadamente “Mulher com papagaio”, publicado a 18 de Maio de
2006. (Cf. <http://aaz-nj.blogspot.com/2006_05_01_archive.html >–
acedido em Junho de 2009).
299
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300
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_____________________________________________
309
Cf. Relâmpago, nº23, Lisboa, Fundação Luís Miguel Nava,
out. 2008, p. 121. Publicado originalmente a 2 de Junho de 2006 no
seu blogue ecfrástico (<http://aaz-nj.blogspot.com/2006 _06_01_
archive.html> – Acedido em Junho de 2009).
301
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_______________________________________________
311
O Estado dos Campos, 2002, pp. 119 – 125.
304
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306
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_______________________________________________
313
Podemos mais uma ver ler esta passagem à luz do que
sabemos acerca do fascínio pela morte que o autor já confessou em
diversos momentos, e que acontece desde os tempos de criança,
ainda no Algarve, onde foi sobretudo educado e esteve rodeado de
gente idosa.
307
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308
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____________________________________________
314
Há aqui decerto um erro de impressão, uma vez que a alusão
deve ser a “East-Bergholt”, de onde era originário John Constable,
bem como a mulher de Constable, Maria Bicknell (Cf. Anthony
Bailey, John Constable: A Kingdom of His own, London: Vintage,
2007).
309
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310
John Constable, “Estudo de Nuvens e Árvores”, 1821,
Victoria and Albert Museum, Londres
312
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_______________________________________________
318
Revista Colóquio/Letras. Poesia, nº 95, Jan. 1987, pp. 72-73.
323
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_________________________________________
324
O Estado dos Campos, 2003, pp. 94-95.
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327
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____________________________________________
325
Cartografia das Emoções, 2001, p. 90.
328
NA TEIA Do PoEMA
Eu é que não sei o que fazer a ferida daquela seta. Deixo-a sangrar,
enquanto tu olhas os quadros, e sigo-te por entre as mulheres de
burne-jones, tu, a que eu amo, e cujos olhos me fixam no olhar sem
fim de maria zambaco.
329
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326
PR, 2000, pp. 803-804.
330
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331
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______________________________________________
327
o poema em questão é “Exercício de Interpretação” e
encontra-se in PR, 2000, pp. 917-918.
328
Cartografia das Emoções, 2001, p. 91.
332
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334
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329
Idem, p. 88.
335
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336
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_____________________________________________
330
Sobre este poema, diz o autor, numa entrevista com Egídia
Marques Souto, que “Foi uma relação casual que juntou as duas
coisas [o quadro de Nattier e a música de Scarlatti]. Foi a relação
com a exposição de Nattier, onde vi esse quadro e, depois, também
a época. É o mesmo século, o século XVIII. Nesse período, eu estava
também a ouvir muito a música de Scarlatti, que esteve na corte de
D. João V nesse mesmo século”. Daqui depreendemos que, como
em muitos outros poemas judicianos, a relação entre os vários níveis
intertextuais se processa de uma forma quase aleatória, numa junção
claramente decidida pelo autor.
337
RICARDo MARQuES
331
O Estado dos Campos, 2003, pp. 92-93.
338
NA TEIA Do PoEMA
da razão por que sorris, com essa ironia que se dirige a alguém
que está no lugar onde eu estou, agora que atravessei a rua
e fui ter contigo, nessa paragem de autocarro em que esperas
um futuro que não sabes qual é, há tantos séculos atrás
do meu.
339
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1.3. As naturezas-mortas
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337
PR, 2000, p. 820.
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351
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_____________________
341
Geometria Variável, 2005, p. 68.
352
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353
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[…]É possível
que estas flores tenham secado, e que o vento tenha
espalhado estes cabelos no túmulo de terra de algum
antigo inverno, mas o perfume deste beijo mantém-se,
e nos olhos fechados dos amantes o amor está vivo.
354
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_________________________________________
344
Maurice Blanchot, L’Entretien infini, Paris, Gallimard, 1969.
360
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361
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[…]
___________________________
345
PR, 2000, p. 883.
346
o livro onde este ciclo começa intitula-se Condescendência
do Ser, de 1988, com o poema “Zoologia: o Tigre” (PR, 2000, p.
300). Apenas de PR, podemos referir os subsequentes exemplos, que
não analisaremos nesta tese: “Zoologia: o Melro” (p. 479),
“Zoologia: os gatos” (p. 480), “Zoologia: As Rãs de Mateus” (p.
481), “Zoologia: o gato” (p. 482), “Zoologia: o tigre de circo” (p.
548), “Zoologia: outro tigre” (p. 577), “Zoologia: os leopardos” (p.
703), “Zoologia: outro gato” (p. 771) e “Zoologia: A Jibóia” (p.
773). outro ciclo pertinente, onde igualmente se parecem entrever
aspectos humanos nos elementos da natureza é “Botânica”, que
começa no livro Linhas d’Água, de 2000, igualmente incluído no
volume de PR, e continuado nos livros subsequentes.
362
NA TEIA Do PoEMA
347
Assinalado tanto por poetas como por compositores.
Eugénio de Andrade fala da poesia como “música do sangue”.
363
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_______________________________________________
348
Continua mais que válida a afirmação de Paul Valéry, que
dizia que a poesia era uma “longa hesitação entre o som e o sentido”,
no sentido de oscilação e síntese entre a primeira e a segunda.
Segundo Gastão Cruz, num depoimento para a revista Relâmpago
que desenvolve esta mesma citação, há uma clara supremacia do som
sobre o sentido: “o simbolismo pôs em evidência o que sempre fora
a autêntica natureza da poesia, a supremacia do som sobre o sentido:
não talvez uma hesitação, como pretendeu Valéry entre dois
elementos afinal indissociáveis, mas o encontro duma totalidade
conformada pelo triunfo do primeiro sobre o segundo […] É o poder
do som que confere ao sentido o seu sentido.”.(Relâmpago, nº19,
Lisboa, 2006, p. 137). Veja-se o que se refere para o simbolismo mais
à frente.
349
Fernando Pinto do Amaral, “A música do sangue”,
Relâmpago, nº19, Lisboa, Fundação Luís Miguel Nava, outubro de
2006, p.135.
364
NA TEIA Do PoEMA
350
o poeta Gastão Cruz refere isso, distinguindo as duas artes
da seguinte forma: “ […]a prova de que a música da poesia é uma
coisa diferente da outra música está nisso, no facto e os compositores
se sentirem motivados para lhe juntarem a sua própria, sem que tal
trabalho resulte redundante ou excessivo.” No mesmo artigo, este
mesmo autor entrevê como possível o cruzamento das duas
linguagens. (Cf. Gastão Cruz, “Música de som e sentido”, in
Relâmpago, nº19, Lisboa, Fundação Luís Miguel Nava, outubro de
2006, pp. 137-138, sublinhados do autor).
351
No caso da Literatura, em certos correntes e movimentos
chega a ser mesmo essencial, como durante o Simbolismo, e através
de Stephane Mallarmé e de Verlaine, que dizia “de la musique avant
toute chose”, ou nos tempos medievais com as diversas “cantigas”
com características retóricas como os refrões e outras repetições
Veja-se, neste sentido, o que dizemos na parte sobre a identidade do
poeta Nuno Júdice, um pouco atrás. De salientar que, em muitos dos
seus poemas e artes poéticas, Nuno Júdice refere a importância da
música e da musicalidade das palavras em poesia.
352
De acordo com o que diz Nuno Júdice numa entrevista, a
feitura de poesia é incompatível com escutar música, por estas terem,
precisamente, “duas linguagens diferentes.” (Cf. Revista Ler,
Fevereiro de 2009, pp. 80-81)
365
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__________________________________________
353
Cf. Roman Jakobson, Quéstions de Poétique, Paris, Seuil,
1973, p. 234.
354
Penso aqui num grau máximo de interacção entre poema e
música nos textos medievais de lírica trovadoresca, que incluiam
estruturas musicais cuidadosamente pensadas, de que os estribilhos
e paralelismos diversos são um claro exemplo. Para um
desenvolvimento adequado destes e de outros aspectos da semiótica
do cancioneiro medieval, vd. Stephen Reckert et Hélder Macedo, Do
Cancioneiro de Amigo, Lisboa, Assírio e Alvim, 3ª edição, 1996
(1976).
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________________________________________________
360
Para uma leitura mais musicológica e precisa deste bloco de
peças, veja-se o capítulo “The English Suites”, do livro The
Keyboard Music of J.S. Bach, editado por David Schulenberg. New
York: Routledge, 2006, pp. 275-299.
361
Geometria Variável, 2005, pp. 32-33. Para uma elucidativa
metanálise de artigos e referências diversas acerca do compositor
barroco, e em especial sobre a importância pioneira e influência dos
seus concertos, Cf. < http://www.lycos.com/info/vivaldi—vivaldis-
concerto.html >, acedido em Julho de 2009.
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[…] o
concerto dele, assim, também faz passar para o mundo da ordem
o caos exuberante da criação. É como se flores, rebentos, caules,
aves e cores, surgissem da mais obscura das combinações: o violino,
atravessando as vagas da orquestra, que traça um rumo exacto que
desemboca no porto azul da vida; e esta chuva que,
ao bater nos vidros, se mete pelos ouvidos como a água entra na terra,
fecundando o interior da alma. Sei, então, o que irá nascer desta
analogia; e
compreendo o que fez Mozart passar para o seu Concerto nº5
a ideia de Primavera, mesmo que ela não estivesse lá
quando ele o escreveu.
378
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379
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__________________________________________
368
PR, 2000, p. 653.
380
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371
PR, 2000, p. 1017.
382
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372
PR, 2000, p. 834.
383
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___________________________________________
373
Devemos lembrar aqui que Platão é um dos autores mais
convocados por Nuno Júdice, que assim o faz de diversas formas,
nomeadamente através da história do “Mito da Caverna” incluso na
República ou, indirectamente, através da concepção platónica do
Amor, que se estende aos episódios mitológicos sobre Eros e o Amor,
que vemos neste capítulo.
384
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385
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375
Maria Helena Rocha Pereira, 2003, p. 180.
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____________________________________________
383
O Estado dos Campos, 2003, p. 19.
384
Idem.
390
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_________________________________________
385
PR, 2000, pp. 361-262.
391
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[…]
Interrompe esse canto.
A luz do outono é vermelha nos cabelos da madrugada
quando um gesto súbito abre as persianas do quarto.
Perco a ordem das colinas,
o sentido único do amor,
uma ressaca de redes na maré baixa das imagens.
Rodam devagar os troncos decepados na obscuridade do bosque,
e um sonho de lenhadores loucos celebra o tédio do inverno
– janeiro, fevereiro, e os mascarados nus sob os mantos de linho
anunciando as cinzas do sexo,
nostálgicos de uma opulência de algas.
Foi assim que a rapariga amada morreu,
e ninguém recebeu no cálice negro dos lábios a oferenda
da sua virgindade. Eu, porém, deitei-me com ela
antes que março trouxesse o luto da manhã e um despojo de erva
no fundo do campo. Rasguem os azuis do sono; e tracem em vão
o perfil da futura aparição nos patamares da noite:
é que a hora das sombras não é essa – mas
esse meio-dia em que a luz cai a pique,
rasgando o segredo dos portais.
Descubro, devagar, o caminho de casa. Então,
é cedo para saber se o nevoeiro se dissipará, entre os risos
familiares de uma antiga alegria e a cinzenta inquietação
dos olhos que viram o outro lado da névoa – despertos
à força durante a inesperada vigília do amor.
Mas tu, que nada obrigava à insónia árida da morte,
por que optaste por ela – a seca ceifeira – e lhe sacrificaste
esse riso que os ecos devolvem às salas fechadas,
às varandas sem flores nem um murmúrio húmido do vento litoral?
A impaciência do poema exalta o incenso.
Deito-te na estrofe – e deixo-te,
olhando para trás até ao fim do tempo que a respiração do verso
me concede.
392
NA TEIA Do PoEMA
393
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________________________
392
A importãncia do elemento na poesia de Nuno Júdice já foi,
de resto, referida, num interessante artigo de Luís Miguel Nava,
simultaneamente crítica a Enumeração de Sombras, livro de 1989.
Cf. Luís Miguel Nava, “Mnemónicas para Nuno Júdice: uma poética
da água”, in Luís Miguel Nava, 2004.
393
Ainda no que diz respeito à ilusão e a sua relação com o
reflexo da água, lembramos a alusão velada a outro mito grego, o de
Narciso, que o poeta igualmente glosa em alguns poemas seus. Veja-
-se a nossa análise Veja-se, a este propósito, a análise de José Ribeiro
Ferreira, na sua intervenção sobre o “o Mito de Narciso na Poesia
Contemporânea”, em que este autor refere como cinco os poemas
em que Júdice fala deste mito, incluindo, pelo topos do reflexo da
água, o poema “Epitáfio Campestre”, de Teoria Geral do Sentimento
[na edição de 1999, pp. 47-48], que não analisaremos neste trabalho.
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396
PR, 2000, p. 558.
398
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_____________________
398
Tem desenvolvido alguns artigos sobre o tema, nomea-
damente “A viagem entre o real e o maravilhoso” in Ana Margarida
Falcão et allii (eds.), Literatura de Viagem – Narrativa, História,
Mito, Lisboa, Cosmos, Dez. 1997, pp. 621-629.
400
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_________________________________________________
399
PR, 2000, p. 663. Sobre Penélope há mais poemas no seu
blogue ecfrástico, nomeadamente “Mulher numa cadeira grega
(Penélope)” – Cf. <http://aaz-nj.blogspot.com/2006_05_01_archive.
html >– acedido em Junho de 2009).
400
Também Carol Ann Duffy, apesar do seu tratamento mais
jocoso e paródico, demonstra com o seu “Penelope” (Duffy, 1999,
pp. 70-71), presente em The World’s Wife, como a metáfora da teia
pode tornar-se um elemento central deste mito, tornando-o, no
mesmo passo, o elemento central do seu poema. Assim, enquanto
em Júdice, Penélope é entrevista através da sua “fria” tapeçaria como
a imagem da fidelidade apesar de todas as contrariedades e incerte-
401
RICARDo MARQuES
__________________________
zas, a poetisa inglesa relaciona a feitura e destruição da sua tapeçaria
com a passagem sempre inexorável do tempo. Por outro lado, há
neste poema um maior desenvolvimento da caracterização
psicológica de Penélope, naquilo que se torna um monólogo
dramatizado do tempo que passou entre a partida de ulisses e a sua
chegada. Vejamos algumas linhas do mesmo: “At first, I looked
along the road/Hoping to see him saunter home/Among the olive
trees,/A whistle for the dog/Who mourned him with his warm head
on my knees./Six months of this/And then I noticed that whole days
had passed/Without my noticing./I sorted cloth and scissors, needle,
thread,/Thinking to amuse myself,/But found a lifetime’s industry
instead”.
402
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[…]
403
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__________________________
403
A Matéria do Poema, 2008, p. 29. Ligado ao tema deste, e
ainda no mesmo livro, aparece um poema intitulado “Labirinto” (pp.
88-89), que alude a esta história mítica que envolve o Minotauro.
404
NA TEIA Do PoEMA
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407
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[…]
__________________________________________
406
Tal como o poema de Júdice, também as Histórias de
Heródoto vão-se subdividir em nove partes, cada uma dela também
evocando uma musa, o que leva a crer que o autor terá tomado
conhecimento com esta obra e autor. Também ovídio, autor caro a
Júdice, nas suas Metamorfoses, as refere algumas vezes, inclusive
dedicando algumas estrofes a duas delas em particular (urânia e
Calíope).
408
NA TEIA Do PoEMA
________________________________________________
407
Cf. Parte I, Capítulo “o escritor e o universo literário.”
408
PR, 2000, p. 716.
409
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409
A Matéria do Poema, 2008, p. 98.
410
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411
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___________________________________________
410
A Matéria do Poema, 2008, p. 88.
412
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____________________________________________
411
Cartografia das Emoções, 2001, p. 27. Não iremos
reproduzir o outro, intitulado “A mesa de Sibila”.(Ibidem, Idem, pp.
17-18), bem como todas as referências a estas figuras mitológicas,
explícitas em determinados versos, na obra poética deste autor
413
RICARDo MARQuES
414
NA TEIA Do PoEMA
_____________________________________________
412
No entanto, é de salientar que Galateia é o nome de duas
personagens mitológicas, sendo contada igualmente a história de
Teócrito sobre a rejeição trágica de Galateia por Polifemo, caída de
amores por Acis.
415
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416
NA TEIA Do PoEMA
___________________________________________
416
Já falámos dela no primeiro capítulo desta parte – “Nuno
Júdice, o mecanismo fragmentário de uma identidade.”
417
PR, 2000, p. 910.
417
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418
NA TEIA Do PoEMA
418
PR, 2000, p. 784.
419
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420
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421
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______________________
421
Veja-se, para um desenvolvimento adequado, as referidas
obras, cujas edições indicamos na bibliografia final. Veja-se ainda a
seguinte página <http://plato.stanford.edu/entries/plato-friendship>
acedida in Junho de 2009).
422
Lembrando a sua “Teoria do soneto inglês” presente na
Geometria Variável, de 2005.
422
NA TEIA Do PoEMA
423
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____________________________________________
424
Com Platão vemos, segundo a sua teoria das almas, que
amamos sempre uma imagem de nós reflectida nos outros, aquilo
que sentimos que não temos sendo isto a origem do próprio amor
entre dois seres (daqui a expressão corrente da “procura da alma
gémea”). Aqui diferencia-se claramente o amor em relação ao
próprio, o amor que encontra arquétipo em outro mito, o de Narciso
(e que veremos aquando da análise dos mitos em Nuno Júdice). Veja-
-se, para mais desenvolvimentos da concepção platónica do amor,
as obras O Banquete e Fedro deste autor clássico.
425
Cartografia das Emoções, 2001, p. 13.
424
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426
Gheerbrant et Chevalier, Op. Cit., 2002, pp. 99 – 102.
425
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______________________
427
PR, 2000, p. 1019.
426
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430
Geometria Variável, 2005, pp. 20-21.
430
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_____________________________________________
434
PR, 2000, pp. 889-890.
433
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_________________________________________
435
Cf. Fernando Pinto do Amaral, Op. Cit., 1990.
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[…]
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437
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____________________________________________
439
PR, 2000, p. 259.
440
PR, 2000, p. 762.
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440
CONCLUSÃO
441
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________________________________________
445
“Le sujet poétique”, Lignes D’eau – Linhas de água, Paris,
Fata Morgana, 2000, pp. 69-75 e “Le langage poétique”, in un chant
dans l’épaisseur du temps suivi de Méditation sur des ruines, Paris,
Gallimard, 1996, pp. 7-14 [originalmente publicado in Les Cahiers
de la Villa Gillet, nº1, Lyon, Circé, Novembre 1994].
442
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___________________________________________
446
Veja-se, na bibliografia sobre a poesia do autor (que
reproduzimos no da fortuna crítica), o artigo de Eduardo Pitta, 1991,
ou a introdução da tradução antológica para espanhol, ambas da
autoria do poeta Vicente Araguas (1996).
447
“[…] o devaneio baudelairiano visa […] embrenhar-se cada
vez mais longe no mistério, mas não existe nele qualquer termo ou
paragem; por isso não atinge nenhum saber último, e o real
permanece, para ele, em suspenso”. cf. Jean-Pierre Richard, Poésie
et profondeur, Paris, Colection “Points”, Seuil, 1976, p.100 (1955)
(apud Baudelaire, 1998, p.15).
443
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448
Veja-se o prefácio de Lignes D’eau, 2000.
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BIBLIOGRAFIA FINAL
Nota Introdutória
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BIBLIOGRAFIA DO AUTOR
1) Poesia
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455
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Búlgaro
Poesia. Karina M., Sofia, 1999.
Checo
Sarlatova Zena. Argo, 1999.
Dinamarquês
Vandlinier. Brondum, Copenhagen, 1998.
Espanhol
Antología poética, Ediciones Angria, 1996, Caracas (Tradução
de Eduardo Estévez com Neni Tábora).
Francês
Les Degrés du regard (anthologie). L’Escampette, 1993.
(Tradução de Michel Chandeigne.)
456
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Inglês
Meditation on Ruins. Archangel, 1997. (Tradução de Richard
Zenith)
The Cartography of Being: Selected Poems 1967 – 2005.
Livros Pé da orelha, 2012. (Tradução de Paulo da Costa)
Italiano
Antologia. Colpo di Fulmine, 1991. (Tradução de Adelina
Aletti).
Neerlandês
Recept om Blauw te Maken. Wagner & Van Santen,
Rotterdam, 1998.
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Hebraico
Meditation on ruins. Carmel, 2000. (Tradução de Ahron
Amir.)
Sueco
Källskrift. Aura Latina, 1998. (Tradução de Lasse Söderberg).
Vietnamita
Tuyen tâp tho, , ed. Trh Bây, 1999. (Tradução de Diêm Châu)
2) Ficção
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3) Teatro
4) Ensaio
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6) Outras traduções
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BIBLIOGRAFIA PASSIVA
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SÍTIOS WEB
www. plato.stanford.edu/entries/plato-friendship/
[sobre Platão e a teoria platónica das ideias].
http://aaz-nj.blogspot.com
[Blogue Ecfrástico de Nuno Júdice]
http://www.henri-matisse.net/biography.html#fauvism
[página web oficial sobre o legado do pintor Henri Matisse].
http://www.interiorsforumscotland.com/page16.htm
[Robillard, Vallerie, “Image, Word and the Space Between” –
Conferência “Interior Design, Interior Tools”, Edinburgo, 21
de Agosto de 2008].
http://e-
archive.vanderbilt.edu/bitstream/1803/125/1/angenotsocialdsv
1n1.pdf
[Marc Angenot, “Social Discourse Analysis: outlines of a
Research Project”].
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http://sociocritique.mcgill.ca/Pdf/Angenot3.pdf
[Marc Angenot, “Que peut la littérature?” Sociocritique
littéraire et critique du discours social”].
http://www.litencyc.com/php/stopics.php?rec=true&uID=1229
[Verbete “Intertextuality” de Graham Allen in The Literary
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http://docs.lib.purdue.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1370&
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[Marko Juvan, “Towards a History of Intertextuality in
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Literature and Culture 10.3 (2008)]
http://www.lycos.com/info/vivaldi—vivaldis-concerto.html
[Metanálise de Artigos sobre Vivaldi e sua importância e
influência]
http://portugal.poetryinternationalweb.org/piw_cms/piw_html
/html/flash_player.html?mp3=../../files/32/9828_NunoJ_e_inte
r.mp3&title=Nuno J%FAdice interviewed by Michele
Hutchison
[Entrevista a Nuno Júdice sobre a escrita da sua poesia no
âmbito do Fesival de Poesia de Roterdão, em Maio de 2007.]
http://www.florilege.free.fr/toulet/les_contrerimes.html#1
[A primeira das contrarimas de Toulet]
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http://www.letras.puc-rio.br/catedra/revista/4Sem_08.html
[ Fernando J. B. Martinho, “Depois do Modernismo, o quê?
o caso da Poesia Portuguesa”, Semear, nº5, Rio de Janeiro,
2000].
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ENTREvISTA A NUNO JÚDICE
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