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Universidade Federal de Juiz de Fora – Departamento de Letras Estrangeiras

Modernas

Faculdade de Letras - Curso de Bacharelado em Letras/Tradução-Inglês

Disciplina: Versão II

Professor(a): Carolina Alves Magaldi.

Discente: Javier A. Pedroso Domech.

Análise do poema "O navio negreiro", de Castro Alves.

O poema “O navio negreiro” foi escrito por Castro Alves, mais conhecido como o poeta dos
escravos, em 1870. A poesia narra a história sofrida pelos escravos africanos que foram
desterrados de suas terras ilegalmente para servirem de mão de obra em esses países que
ainda existia a escravidão. Este poema está integrado dentro de um outro poema épico
chamado “Os escravos”. Pertence a 3ra geração do Romantismo no Brasil que destaca os
problemas sociais e questões de identidade nacional existentes no Brasil. Era uma época em
que a maioria dos índios foram exterminados e o protagonista passa a ser o negro, a própria
vítima, portanto o Romantismo de uma forma criticava isso. O navio negreiro é um poema de
grande importância por essa razão, denunciava o tráfico ilegal de escravos e reclamava de
certa forma a liberdade do homem.

Nos primeiros fragmentos do poema observamos como é descrito um ambiente belo,


relacionando o céu azul com o do mar, desenhando os marinheiros que trabalham no navio
em um meio de harmonia. A partir da terceira parte, essa realidade que foi disfarçada pela
beleza do mundo, começa a aparecer, dando uma perspectiva oposta, angustiante, dolorosa e
triste.

A obra apresenta vários desafios lexicais de vocabulário arcaico, vocativos e terminologias


do universo náutico, assim como outras figuras de linguagem que não foram tão bem
respeitadas e preservadas tendo em conta a primeira tradução. Alguns exemplos dos desafios
anteriores são apresentados a seguir: “ardentias / ardentias”, “arfar / painting”, “corcéis /
steeds”, “procela / storm”, “Albatroz / Albatross”, “Orquestra — é o mar, que ruge pela proa /
Orchestra — it's the sea, which roars from the bow” No caso da métrica e rima, o tradutor
não deu muita importância tendo como resultado uma estrutura muito diferente ao texto
original.

Com relação à frase “Como turba de infantes inquieta”, podemos comentar que a segunda
tradução foi mais adequada que a primeira simplesmente por causa da palavra “turba”, que
foi traduzida como “band”, pois esse termo no inglês não é frequentemente utilizado como
sinónimo de multidão ou grupo.

O termo “Doudo” na primeira tradução foi estrangeirizado, e na segunda tradução


domesticado com o uso da palavra “Mad”. No caso da primeira tradução, a escolha de manter
a mesma palavra não foi a melhor opção por causa de que ela já existe no idioma alvo e não
mostra nenhuma dificuldade em ser traduzida. Já a segunda tradução conseguiu trazer um
enfoque mais próximo à língua de chegada. Para a análise desse exemplo nos baseamos nos
conceitos de Lawrence Venuti (2008 [1995]) sobre domesticação e estrangeirização.

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