ANTÓNIO
GEDEÃO
PERFIL
António Gedeão, aliás, o professor
Rómulo de Carvalho, são duas
pessoas: o Poeta e o Cientista.
Nome completo
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho
Nascimento
9 novembro, 1906 - Lisboa, Portugal
Estudos
1931 - Licenciatura em
Ciências Físico-Químicas
Cônjuge
Natália Nunes
Algumas Obras
Movimento Perpétuo (1956)
Teatro do Mundo (1958)
Máquina de Fogo (1961)
Poesias Completas (1964)
Linhas de Força (1967)
A Poltrona e Outras Novelas, (1973)
História breve da lua (1981)
Poemas Póstumos(1983)
Novos Poemas Póstumos (1990)
Prémios
1996 Medalha de Mérito Cultural.
Curiosidades
Escolheu António para pseudónimo
literário, o nome de um tio por quem
tinha grande afeição. Juntou-lhe o
nome Gedeão de um aluno a que
achou graça o nome.
Morte
19 fevereiro, 1997 (90 anos), Lisboa
Assinatura
Fontes
http://www.romulodecarvalho.net/
http://www.bnportugal.pt/
RÓMULO DE CARVALHO
DUAS PESSOAS, UMA VIDA… DUAS DESPEDIDAS
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, que será conhecido sob o
pseudónimo de António Gedeão, é filho de um funcionário dos
correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da
Gama de Carvalho cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa
modesta, no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente
marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva na sua vida.
Foi uma criança precoce, aos 5 anos escreve os seus primeiros
poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões.
No liceu toma contacto com as ciências e desperta nele um novo
interesse. Em 1931 licenciou se em Ciências Físico Químicas. Durante
40 anos é professor e pedagogo. Ensinar era uma para si uma paixão.
Dedica-se à elaboração de compêndios escolares de ciências,
física e química. Apesar da intensa atividade científica nunca
esqueceu a arte das palavras e continuou sempre a escrever poesia.
Em 1956, após ter participado num concurso de poesia, publica,
aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. O livro
surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o
professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no
anonimato a que se votou. O livro é bem recebido pela crítica e
António Gedeão continua a publicar poesia e mais tarde, teatro,
ensaio e ficção. Nascia assim o Poeta!
A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma
geração que, reprimida por um regime ditatorial (o Estado Novo) e
atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia
profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta que
acreditava que através do sonho, era possível encontrar o caminho
para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por
Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.
Deixa-nos inúmeros poemas como, «Calçada de Carriche»,
«Lágrima de preta» e «Poema de me chamar António».
A vasta obra de António Gedeão inclui narrativa, poesia, teatro,
ensaios literários…
De 24 de Novembro de 1906 a 19 de Fevereiro de 1997, atravessa
todo o século XX, até dois dias antes de partir, quando escreve a última
página da sua própria história. Ao primeiro capítulo chamou Nasci e
ao último Adeus, deixando um espaço para a data da sua partida.
Quando completa 90 anos de idade, o professor, investigador,
pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é
reconhecido publicamente por personalidades da política, da
ciência, das letras e da música.
Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva Rómulo de
Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido sete anos antes, aquando
da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.