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Salgueiro Maia

- o capitão sem medo -

Trabalho realizado por: 6º K


Afonso Pinto, nº 1
Leonor Guttierres, nº 12
Miguel Agostinho, nº 19
Tomás Lourenço, nº 28
Introdução
Neste trabalho, para a disciplina de História e Geografia
de Portugal, vamos falar sobre uma figura
importante na Revolução do
25 de Abril de 1974: Capitão Salgueiro Maia

Figura I – O militar Salgueiro Maia


Quem foi?
Fernando José Salgueiro Maia foi um
militar que participou na Revolução do 25
de Abril.
Foi “uma personagem” importante nesta
revolução que afetou totalmente o
governo e o país.
Foi com a sua ajuda que o governo passou
de Estado Novo ou Ditadura para a
Democracia em que vivemos hoje.

Figura II – O Jovem Salgueiro Maia


O Nascimento, a Infância e os Estudos
 Fernando José Salgueiro Maia, mais conhecido por apenas Salgueiro Maia, nasceu a 1
de Julho de 1944, em Castelo de Vide (distrito de Portalegre).
 Era filho de Francisca Silvério Salgueiro e de Francisco da Luz Maia.
 Em Castelo de Vide, aos oito meses e dezoito dias, Salgueiro Maia, pesava 10.200kg.
 A mãe foi morta, atropelada por um autocarro, na Estrada das Laranjeiras, ao pé do
Jardim Zoológico, num passeio da família à capital, Salgueiro Maia tinha apenas
quatro anos.
 Dois anos e meio depois da morte da mãe, o seu pai casou novamente com uma
costureira amiga da falecida mãe de Salgueiro Maia, Maria Augusta.
 Frequentou a escola primária de São Torcado, Coruche (no distrito de Santarém).
 Fez os estudos secundários em Tomar (distrito de Santarém) e em Leiria.
 Na infância, ele gostava de futebol, boxe, judo, atletismo e hipismo ou equitação,
aplicando-se muito a esses desportos, nunca deixando de se empenhar e de se esforçar.
 Participou, também nestes desportos no programa escolar da Academia Militar.
Em África
Salgueiro Maia partiu para África em 1967.
A 1 de Dezembro desse mesmo ano seguiu para
Lourenço Marques (atual Maputo, em
Moçambique), a fim de integrar a 9ª companhia de
comandos “Os Fantasmas” sediada em
Montepuez.
Participou, em 1967, na Guerra Colonial em
Moçambique.

Voltou para Santarém, temporariamente, onde


conheceu a sua futura mulher, Natércia, em 1969
e casaram a 22 de Agosto de 1970 e mais tarde a 4
de Julho de 1971 embarcou para a Guiné, com
destino a Bula, de onde só voltou 27 meses depois
(2 anos e 3 meses), em 1973.
A sua contribuição no 25 de Abril
Salgueiro Maia alinhou na Revolução que depôs a Ditadura e impôs a
Democracia. 
Por esta altura iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças
Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, a 25 de Abril desse ano,
comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou o cerco aos
ministérios do Terreiro do Paço.

“Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados


sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar
com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa
e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”
Contribuição no 25 de Abril (cont.)
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de
forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro
Maia, cederam ao seu carisma e formaram de imediato à sua
frente.
Às três e meia da manhã, dez viaturas blindadas atravessam
a porta de armas da EPC, comandadas pelo capitão sem medo.
O objetivo é atingir... Toledo, o nome de código para o
Terreiro do Paço e os seus ministérios - o coração do
regime.
Charlie Oito, ou seja, Salgueiro Maia, comunica a Tigre, ou
seja, a Otelo Saraiva de Carvalho:
  “- Ocupámos Toledo e controlamos Bruxelas e Viena (Banco
de Portugal e Rádio Marconi)!”
Para que revolução corresse do modo mais secreto possível, os
militares arranjaram nomes de códigos para determinados
locais e para si próprios. 
Contribuição no 25 de Abril (cont.)

Figura IV – Salgueiro Maia, ocupa o Largo do Carmo,


cercando o Quartel do Carmo onde estão refugiados
Marcello Caetano e alguns dos seus ministros.

Figura V – Salgueiro Maia em frente ao Quartel do Carmo


Contribuição no 25 de Abril (cont.)
No Largo do Carmo, à porta do Quartel da GNR onde
estava refugiado Marcelo Caetano, Salgueiro Maia fez
sempre o que era mais importante e decisivo ser
feito. Mesmo quando depois de penetrar no interior
da sede da corporação ficou frente-a-frente com o
chefe do governo.
Cansado, desalinhado e só Marcelo afirmou ainda
com altivez que apenas se renderia ao General
Spínola. E, enquanto lá fora, o povo, pedia contas e
exultava com o desfecho breve, justificou a sua
pretensão: “ Para que o poder não caia na rua!”.
A um só tempo, Salgueiro Maia teve pena e respeito
pelo homem que tinha diante de si. Sugeriu então a
Marcelo Caetano que abotoasse o último botão da
camisa e ajeitasse o nó da gravata, endireitou-se
com firmeza, fez a continência e retirou-se de
modo a dar cumprimento ao pedido.
Contribuição no 25 de Abril (cont.)

Já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que


entregou a pasta do governo a António de Spínola.
Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o
exílio no Brasil.
Nesta Revolução, por incrível que pareça só morreram 5 pessoas.
A Democracia e Salgueiro Maia
A democracia portuguesa nunca se entendeu
com Salgueiro Maia nem Salgueiro Maia com ela.
O militar envolveu-se na Revolução porque
acreditou ser possível melhorar a situação do
país e não a sua própria situação de cidadão ou
de militar.
Nas memórias da Revolução do 25 de Abril de
1974, a figura de Salgueiro Maia foi-se
agigantando, até aparecer hoje, como o símbolo
mais nobre, generoso e desinteressado da
Revolução dos Cravos.
Na modéstia e isenção do seu comportamento
e na honradez do seu carácter, foi uma
referência. Compreendeu como poucos o papel
que deve caber aos militares numa sociedade
democrática.
O Fim
Sob uma chuva copiosa, naquele dia do princípio de Abril de 1992, pelas cinco e um
quarto da tarde, no cemitério de Castelo de Vide, milhares de pessoas e quatro
presidentes da República (António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes e Mário
Soares), veem descer à terra num modesto caixão o corpo de um dos homens que
mais contribuiu para que tivessem podido ascender à mais alta magistratura da
Nação.
No dia 4, Fernando Salgueiro Maia fora vencido pela doença.
“O gajo ganhou”, dissera ele a um oficial da EPC, referindo-se ao cancro quando se
convenceu do carácter terminal da sua doença.
Sepultado, por sua expressa vontade, numa campa rasa e ao som de Grândola Vila
Morena, Salgueiro Maia vai ao encontro da terra fresca com a mesma franqueza
implacável de sempre. 
A melhor maneira de honrarmos a sua memória é continuarmos a construir o País de
liberdade e solidariedade, sem discriminações nem injustiças, que ele sonhou para
todos os portugueses.
O Fim
Aquele que na hora da vitória 
Respeitou o vencido 
Aquele que deu tudo e não pediu a paga 
Aquele que na hora da ganância 
Perdeu o apetite 
Aquele que amou os outros e por isso 
Não colaborou com a sua ignorância ou vício 

Sophia de Mello Breyner


Conclusão
Neste trabalho, de tema “Salgueiro Maia – o
Capitão sem medo”, é relatada a vida do capitão
que comandou as tropas na revolução do 25 de
Abril. 
Com este trabalho aprendemos onde nasceu, onde
viveu, quando morreu, quem era a sua família, qual
a sua contribuição na revolução do 25 de Abril e até
os seus companheiros em África. 
Gostámos de realizar este trabalho e de conhecer
um homem íntegro, o rosto da coragem da
Revolução dos Cravos, que teve um papel
importante na história do nosso país. 
Bibliografia
 Duarte, António de Sousa – Salgueiro Maia, Fotobiografia, Âncora Editora,
abril de 2004   
 Duarte, António de Sousa – Salgueiro Maia, Um Homem da Liberdade, Âncora
Editora, março de 2014
 Baptista, Jacinto – Caminhos para uma revolução,  Livraria Bertrand, 1975  
 Maia, Salgueiro – Capitão de Abril, Âncora Editora, julho de 2014
 Mattoso, José – História de Portugal - O Estado Novo - Vol. VII (1926 -
1974), Editorial Estampa, abril de 1994
 Mattoso, José – História de Portugal - Portugal em Transe - Vol. VIII (1974 -
1985), Editorial Estampa,  abril de 1995
 Imagens do Google 

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