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DO SER DA LINGUAGEM
Abstract: El universo simbólico del lenguaje construye el universo del Arte, en este
universo el poético puede manifestarse en cualquiera producción artística, para que él
se manifieste, dependerá de la forma como cada artista utiliza su objeto de trabajo.
El artista necesita transcender la materialidad del objeto. En el caso de la Literatura, el
objeto de trabajo es la palabra. Pero, no la palabra agotada del cotidiano cargada de
referencialidad, sin embargo la palabra-enigma, capaz de encaminarnos para nuestro
abismo; es en ella que encontramos el poético, independiente del género literario. Esta
palabra astillada es que posibilita la personificación del ser del lenguaje y la autonomía
de la Literatura. Así, para que posemos percibir este ser del lenguaje que surge
autónomo, proponemos el presente en este presente ensayo, una discusión teórica la cual
nos ayudará a comprender esta autonomía, teniendo como foco la evolución del género
romanesco y la concepción de Literatura foucaultiana.
É neste céu imaginário que se forma o ser da linguagem para Foucault, pois
considera que a Literatura é um distanciamento aberto no seu interior, uma distância
percorrida e jamais terminada, um tipo de linguagem que oscila sobre si mesma. Esta
oscilação permite ao signo uma órbita infinita, lexicalizando-se e deslexicalizando-se,
perpetuamente. É o fato de fechar sobre si que proporciona ao ser da linguagem, sua
autonomia, destituindo-o de qualquer funcionalidade.
Um exemplo fértil do ser da linguagem que compõe o espaço literário é a
obra brasileira, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Neste romance
percebemos a ação do ser da linguagem que constrói: [...] Nas linhas mais gerais tem-se
o conto no meio do romance, assim como o diálogo dentro do monólogo, a personagem
dentro do narrador, o letrado dentro do jagunço, a mulher dentro do homem, o Diabo
dentro de Deus. (GALVÃO, 1972, p. 13)
A linguagem se transforma em objeto de si mesma, criando um duplo
clivo “[...] como na imagem da banda de Moebius que gera uma superfície num certo
sentido com dois lados: um que é exposto e um que é escondido.” (FINK, 1998, p.67)
Assim, temos a representação do objeto representado, o simulacro foucaultiano, que ora
se manifesta e ora se esconde, compondo esta ambiguidade que perpassa o romance.
A forma de construção da obra que faz uso de um diálogo-monólogo determina a
manifestação do ser da linguagem, pois todo o relato do velho jagunço se torna
convincente como linguagem a qual possui como elemento basilar o falar letrado do
sertanejo. Tal convencimento só é permitido, pois “[...] cada palavra real é de certo
modo uma transgressão da essência pura, branca, vazia e sagrada da literatura que faz de
toda obra não a realização da literatura, mas a ruptura, sua quebra, seu arrombamento.”
(FOUCAULT apud MACHADO, 1999, p. 146)
Este arrombamento compõe o espaço literário o qual não busca
nenhuma aproximidade com o real, mas sim estabelece uma relação especular com ele,
não uma afinidade de reflexão, no entanto, de refração. [...] A literatura – que não deve
ser compreendida nem como linguagem do homem, nem como a palavra de Deus, nem
como a linguagem da natureza, nem como a linguagem do coração ou do silêncio – é
uma linguagem transgressiva, mortal, repetitiva, reduplicada: a linguagem do próprio
livro. (FOUCAULT, apud MACHADO, 1999, p. 155)
Deste modo, a consolidação do romance coincide com o surgimento do ser da
linguagem que é a própria Literatura, o caminho percorrido pelo gênero até a sua
ascensão, constitui um dos fatores para a sua autonomia. A virilidade romanesca que na
modernidade transgride o signo, possibilita o manifestar de um outro universo, o
universo poético, isto é, a própria Arte. O romance como gênero em perpétua evolução,
transforma a trivialidade do cotidiano em matéria de poesia, conseguindo abarcar as
aflições do sujeito perdido de si mesmo e do mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FINK, Bruce. O sujeito lacaniano; entre a linguagem e o gozo. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1998