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LiMITES DA CLINICA CLINICA DOS LIMITES Inia de Api: FAPER) ERS Sa ides lenis Amoi Gare «Mar Rend Cardo Fado Heange B Rondon Sandra Rein Felis Imagens dap Pat Ki, Cel Graton ide eo. 2011 {CIP-BRASIL.CATALOGACAO-NA-FONTE 'SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DELIVROS. RJ ve Limi de lnc, clinica ds limie Claudia Amorim Garcia ¢ Mares Renee Rie de Jaco = Cade Feud: PAPER, 2011 COU 1399032 oan 204 ae Aealecoe 9p be Pama de = Po min om fac SuMARIO 7 Apresentacio 11 Borda e dabra em psicanilis: sobre o limite na experiencia 5 As origens do psiquismo em Winnicott ¢ Gaddini Paulo de Carvalho Ribeiro 47 Asrelagdes entre o psiquico € 0 somitico: 0 corpo na clinica psicanalitica ‘Maria Helena Fernandes 65 —_Limites entre a psique e 0 soma? Monah Winograd 77 Oslimites da representagio psiquica Regina Herzog 1cs da representagio na experiéncia esquizoide Augusto Peixoto Junior 93 (Os 103 A rrepetigio onirica do “terror” limites da representagio Gabriela Maldonado Borges ¢ Marta Rezende Cardoso 117 __Limites da interpretagio Lute Augusto M, Celes ¢ Claudia Amorien Garcia A QueSTAO DOS LIMITES E A sITUACAO ANALISANTE NA cLiNICA CONTEMPORANEA Luis Claudio Figueiredo Kt, xg processos terclirios estio operando, As consequéndiss desta ciferengas na ©} instalagio e sustentagio da situagio analisante sto profundas, 2 elasserdde- $44 dicada a parte final do trabalho. Contudo, antes de podermos focalizar estes = temas, a propria situaro analisante sera objeto de exame Para identficar suas {°S qualidades, seus clementos, sa estruturae dinimia,A tee prindpal £20 de} Ue a instalagio e sustentagao de uma sieuagde anaitica€ sempre & principal Y tarela do analista, seja nos atendimentos padro, eja em su25 s 1 —A struacho aNatiica como siTusgio 4S invengio do disposi Comegaremos recor sm pouco da pré-hist6ria dai ference econo pré-analiteas, Be tivo freudiano', momentos em que algumas descober so do dinpeitvanaltco 2 pari rege TRE, 1938/1970). uso da hipnose, a que chamaremos: aso, a hipnose é adotada para 7 foi também com a in por Freud, totalment . € apoiada e em send lo capaz de descobri ee rir com base na hipne nace 2 hipnose, com base nas conversas dirigidas com Si Pesquisa € terapia. Ao renunciar também a esta diresa0 sas com scus pacientes, criava-se a psicanilise. ico da psicandlise& 0 que articula a fala em as ‘ampo de visio do outro, Nesta mo: lista, sentado em sua poltrona, fora do »ntagem, a dimensio temporal se estende A QUESTAO DOS LimtTES eA .ncia ~ do paciente ¢ do analista é ainda mais exigida, bem como fo exigidos, 20 menos recomendados um epop lugares de repouso ar para os dois. { processo se transforma: a invés de transpor e tentar evitar as éncins inconscientes recorrendo 3 hipnose, elas so convocads; a in- roxio dcixa que elas vena cents em conta com cs, segue em sony verdade, deixa-se conduzir pela prprias ressténcias,& medida forage, em sua Dose grad dos ftre pstoginicos qu, por a oer perdem a reativasimpliidade de um “evento traumtco” pars serem de forma muito mais complexa e dinimica, incluindo conjuntos fa vida de relagbes do sujeito suas fantasias, 0s “complexos” ibera suas verdades de forma sinuosa dis 908 € nio pode ser apressada, flutuante também ociagio livre, sendo te inesperados. contramarchas, te mpos € con ica e sua tempora- antes de a escuta se converter em interpretagio preciso. mado de “teorizagio livremente €3¢ dissipam, muitas s ghborar na mente do anal a ton tancose barrancos, uma C{oriagio 208 mS, wm "PA sobre o paciente e sobre a propria relago terapéuih cm £28 SS do atual em sua Na verdad, a excutae esta forma rudimentar de pelonincnsente do paces ies ¢ controliveis, tes do mesmo processo de deixar-se levar ; € do analista em seus encontros muito pouco Pres tatcantes, surpreendentes. Destacamos neste momento como + it Couhecimento tedrico ¢ a propria terapia eS * freudiano. O processo se complicou: no s° 3 lem Akesejo recaleadas, mas também as resistencia 32S ‘mental do paciente | og al ACO ANALISANTE oe 187 & =U ae ® EA srungho aNauisaxte a 89 so convocadas, como também sio exigidas a paciéncia da escuta _ oe pacidade de pensamento do analsta; 0 te faa. terapéutico, Mesmo quando ha alguma “construgio® (o ‘vez mais, além das rememora Mf aventad® POF Freud em 37, mas 86 veioareceber maior relevo nas < = joie wits abun) amor arpa do Tevecendo sustenta;o¢contngni,epelhoment ou merle), 0 i 88 Linsres pe cutnica, CLINI amines aalista (0 sero pquamo do paiente em suas recess agit ss ¢ defesas primitivas nao pode ser economizado e abreviado, Isso requer “pena 30 anaista € 20 analisando, y ‘pis ea breve consideraio da stung amit parr dos textos . semi Fev, podemos reconsiderara propria forma de nosreerimos vay tzendo cena o conceito sugerido -Lue Donnet (2005), ‘isi nalant) O que este coneito ajuda atornar mak eidete tg ‘ensejo, quando nio exigindo novas invengoes positivos ou ajustes © modificagdes na situagao a indmica ¢ operante do disj ‘pas as suas variantes que, alias, ‘nos como descoberta ¢ invengao vracrotransformages se ligam as expansdes do conhecimento ¢alteragbes on ieee ee das téenicas, O resultado destas interagies dinimicas ¢ fazer da situaci Re iva e continuamente em processo de j- q | analignte uma espécie de ent 50 e conquista, 0 que cri a possbldade de cootar: ¢ fazer-se a sua ‘arqueologia” (f- A relags formas e estruturas que a cada momento deiner sstaianisante oa nimi que habitam pode ser pensadaa partir sta conjugagio de dimensdes esté dade la distingdo entre game e play, entre as regras estabelecidas para que #€ smo qe cheervando, mais stoke maaan! conan um campo de jogo (go) ¢4 espontancidade crativaque se esper2 pardon es Penta ava em varedades m Dade Ds ogadores (play) or Freud, como veremos adiante, tro imensamente fecundo ¢ em continua pos O analista argentino Jost Bleger (1967/1985), em uma prot. ‘2 original da questes da vida institucional dx quests do enquadre ni Apropésito:em um dos seus diversas formas de hi trabalhos, opondo a situagio analiticaa fe hipnose, Freud (1 La ia relagio entre o imsrel dos. 0 procesua} como sendo realizado per rsd ona a) caracterizao seu trabalho ret a dats ageimncomens| ‘io desqualificao trabalho © nio per via di porte, Essa observasi0 aaa de outro, suas cons (@ ico em suo dine 6 deconstrucio" ‘Cheenomentl do pacente esto” em quea mente doanalistacoloca eh dipore Fred ena ‘ementos ali em falta. Ao contrapor a via di Algo que se inscreve i. bose que, em principio, devem ser estaveis. Mas @ rase referindo, vai além, sugerindo que ¢ justamente nestes ¢! 20 processo de des-cobrir, de reve- « agtrindo que & juste ee do psiquismo do Como uma dimensio essenci de 'sdo essencial da situagio analitica. oe fo me o campo dentro do nio dinimicos do ‘Possam scr dai desaljados ¢analsados a mantidos em estado ¢ Ou 1e — que as regras do em definidos —, @ he ‘um campo de forcas capazes de gerar suas pri ‘compartilhadas’ ¢ de sustentar ¢ impulsionar a anal forgas: So capus logue anise quando se conv compartilhadas no que eles chamam de (Baluartes), cg0 ps le (Baluartes), pontos ca ‘da compulsio a repetigao da dupla. . co seen atone sae opensamento dalitio de Blegr not evo Go de ‘econhecer no proprio enquadre tanto 1 ‘pee opi enguns ani umn condi de be pao ro se de dlecomaum parca ‘figura de resisténcias compartilhadas fclopentec plana, ou ej, om blr» fro ¢ perlaborado. Trata-se da velha conhecida, a Se ‘Caramente un recur do. de crc analitico” 1992/1986) a isco" de Thomas Open (1992/1946) Ieee REDO, 20092): oenguadre éndo sb «condo do andi, como ao 7] cul sigs (ig ne reba ise: » ‘a partir dos Baranger e seu conceitode"Cmpo dnd de Gituacio analisantee sua énfase da historia ong? 20/ong? ito sutis€ pouco evidentes, Contudo, & do monitoramento sam SF “ ' oerulagaes © do maneio destas microtransformagies que depende 0 ae ou 2 stags do proceso orna, certamente,asituacio analisante tio viva dindmica, Mas oque padoalecomploxt ‘ba sua peculiak fora de craps) Segundo JB. Ponta: p99 po transferencial que se nstaura em uma relagio analitica orga magnética. Aqui sugerimos que 0 feito atrativo é édotado des sido tanto sobre o paciente quanto sabre analista, ou seja, todo 0 tratransferencial que se constitui como situagao a atrativa: toda a. vida psicossomética da dupla associagbes, relatos oniicos, narrativa, campo transferencial € cOn' palavras (livres im como as repetigdes Tiuagio analisante e pelos processos re qindoche vida. ‘A nogio de “elasticidade da 92, op. cit.) Isante como um todo € em sua nquadramentos), Par® (2° racterizam em sua daltica OPE para se referir a clasticidade generalidade (suas regras, nla caibam e atuem as tensdes que a cal Teco data de alguna espontanetiade; leixa de aplicar-s apenas #8 stuafort de com as mudancas de enquad dis ysicandlise, “abarcando todas desviante” até a mais de stendimento dos “pacientes Fequerem, para se estender a - da situagio anal ‘cordo com a “técnica padrio”. Cremos que a nogio de situasao ‘ubsttui com vantagem a nocio de “situasso anal ie, desde a mais osta por Donnet por sua capacidae 192 & Luites oa ctintes. Cristie nsiderar a questio da frequéncia de éncia, de uma maior in. ta maior intensidade Xcontros na situagi analisante, aumentando-se também a forga de atrasio. A capaci situagio analisante atrair e abrir possbilidades de vida varia, em ‘medida, de acordo com ‘ao é 0 Unico fator determi atraida e gerada mesmo com bai superior, imposta de fora, con sempre, a determinacio desta ‘micro ou macromanejos que a da singularidade de cada caso ¢ que, em ger corresponde uma maior densidade emocional agdo de vida uma condigio implica algo mais, a que nos 50 que vem sendo exposto ropondo uma nogio ampla do psicanalisar, Parafraseando Freud (1914/1976), que disse: “Qualquer linha de investigagao que reconhega estes dois fatos [a resisténci 10s de uma definigio ampla dos fazeresana- ‘outro trabalho (2009). ywalquer de suas variantes, faciitamos a jcitamente bem esta Kin cojogo do bio em Winnkcot xemplifca petonens SoS ‘aslo intersubjetiva de uma situagio analisante. A lon (2005) deram con- {imei Ferro e Ogden tabi Rowssbta ‘buicSes originais nesta diregio. Destaquemos alg Jag argo « oie de in Pe cee bragoces baum Tg Es ch genera cr 194m Limits oe crintea, Cui AO AXALISANTE 3 195 gos ome pra de ue feprento tareuias 2 aes abalho interpretativo nos moldes freudianos como é er ot Je cura ¢ transformacio psiquica quando a problemética da -a estiver na base do adoecimento, {MIR E ACORDAR Estar 00" srugio da situagio analisante, ao longo da histira, asiste-se a0 ‘mas nunca completo, distanciamento em relagio aohipnotismo aug hipnotica, ae See ee edo seu enquadre fal enquadre nao nas cria as: igGes para as acdes terapéuticas lo enquadre) como é, ele mesmo, como base da si- le destag ; de autoria de M. Khan Kahn nos apresenta uma do que entende por or terapéutico. O tratamento psiquico no apenas lamento a instalagdo e sustentagio da situagao analisante situasio analitica” como co parte, com este processo i medida que facltae y pomove as S funcionamento onirico) para .ce para conduzir estas “tarefas” de inamos “manejo” no sentido ampliado. Hi i funcionamento onirico na situagio analisante, verifica-se a ma regressio narcisista Iso que & prépprio do sono ocorre ee =o.que € proprio do sono ooorre ba sessio como condicio basica na constituigio 20 analisonte. Novamente aqui os trabalhos de B. Lewin e de M. Khan alguns de Winnicott (cf. 1954/1958). Sect « pelas ressténcas mais prmit- para q possa se mover, algo que deve ser ‘ormecido para que algo possa ser despertado,faeno do anata sil: ttcamente um adormecedior ¢ um despertador; 9 enquste SEES itt fangs uperegoicasdeensias do psc . de forma a facilitar a emergéncia do infantil e 60-8 cnalani (ombors oma parte importante deste mater permanes ‘oriamente — ¢, talvez, para sempre ~ fora do campo do jogo)- Provis cximer pons ie A Questho bos Limits £4 struacho ee cho anauisanre 197 coduzindo sondas em fesas et estratos profundos do piqu pio de ue desde all novos el eee enn Jementos venham i eee er el horsey yr pam 196 Lew A situagio analisante se sit de B. Lewin, mas também Grunl ‘entre “fazer dormir” (hipnotiza para adotarmos a formulag either e condi Fer que *P asco — ‘0 corpo do analista. ropria emergéncia da atividade interpretativa do analista indigdes dinimicas do campo analitico, de que fazem parte tomado como 0 que deina *dormit”, sonhar e bri Baline (1968, Tee zando com ele; Arango € EVOCAGKO DAS RESSTENCIAS NA EA STUAGHO AMALSASTE sues de pasarmos i variedades da clinica, mas preparando o terreno, ncias & anilise satura trata preferencialmente é do que aqui chamare- acre I:a resisténcia a0 corte ca resisténciaintegragio, vresténcia 3 dor psiquica do “ser encontrado e desalojado” ea resistincia dover em si”e fazer contato com o recalcado e/0u cindido, Como estas fungBes de corte ou de integragdo sio exercidas pelas vias interpretativas, 3s resstncias nestes casos sempre emergem como resistencias interpretacao te instalada € em opera: A cundirios, E 0 faz comnts ue rte dees — quem sonba e ajudando seu paciente, Emgeral, m para que se mantenha e evolua. ta 60 que poderfamos chamar deresisténcia tipo I: aqui se trata de uma resisténcia ao semissono da anise, 20 movimento de deixar se sdormecer e ser acordado, a resistencia ao sono (e seus equivalents) ¢& foe compartihado —€ sa interrupgso: a0 objeto earegressionarcsista Spite, gar cd erm jog ¢ x decaTengTGUEIREDO. 2003 20094) ¢a Tatas de morte, ssociada 3 ena de Sr pede ‘Msbndonados Ea resistin a “dbearse ct fos de RESETS situagio analisante, E nein & a que caracteriza 05 a ncia do analista em termos de (Roussillon), 2 pavens, Ena fungi de despertador pode ser aproximada a fungi jue denominamos traumética (de corte ¢ interpelagio) e a fungio que (Ginenesi: eek ageel Gicieneso one Entas so fangs 2 fundo, é sempre ares on a Renin come phe da Ment Tap lance he ee 198 Lu ny WAKO ANALISANTE 199 ei mtato 20 mesmo tempo com duas regides presdidas por I = + embora possa vir ase revelar também ao longo dos ratamen cles fae Snicas: 0 sonho— tal como sonhado e, mais anda, tl Pacientes neurstic a lente, 0 conceito de “sonho bom" de M, Kahn preciso do que esti 7 do lher-se no mais intimo e profundo do psiquism Roctss0S TERCARIOS NO TRATAMENTO DE FACIENTES NEUROTICOS: 05 6 LunITts E SUAS PASSAGENS cientes neuroticos trazem inscrita em seus aparelhos psiquicos acficicia oe jo na contengao da loucura pecoce que resulta do encontro representagies €afetos ) Propas a nogio de pro- processos terciérios ~ assim lavraficam dspontveis para indo-se a redes associativas inconscientes € jogo na constituicio destas matries de liga cebidos por Freud, mas que vio alémn desta respeito a outros limites ~ oferecem 20 « importincia do pré-consciente nos processos anal incidéncia do que se pode falar ¢ pensar exigida 200 > Linares pscossomitica & fandamentalmente, um modo de organiza, separar 9 ‘mesmo tempo, unir corpo ¢ mente em uma experiénciaintegrada, na qual operam process teciirios de transformagio. A partir dai, boa parte da cexperiéncia emocional primitiva ~ salvo as da loucura precoce — pode se. organizada no plano das protossimbolizagdes e das represemtagiies, passan, do pela e para a palavrac, portanto, podendo passar por transformagéves « claboragdes importantes Contudo, esta estruturagio| {garantiraquele estado de relat ‘propria da condiggo humana: hd também a do psiquismo ni ico decorreny Aosrecaleamentossecundiris excesivos Estes excessos, parcalmientes sig 4 consequéncia da propria estruturaso psiquica bem instalada a partir recalque primirio. Como percebia Freud, a massa dos clementos arcaicoy submetidos a tal contengio exerce grande forsa de atragdo sobre todos on ¢onteidos que Ihe so assemehados. © nicleo do inconsciente atrai para sun esfera mais clementos psiquicos. De outro lado, os mecanismos de defesa do ego ea instincia superegoica tentardo proteger de forma in ® Priquismo contra um eventual retorno do recalcado primério av ‘u seja, pela via das cadeias de represemtagdes que mantém uma de suas “pontas” mergulhadas na loucura precoce. O resultado destes ‘operagesconjuntas & 0 de muitas trilhas das 205 recalques secundarios, sintomas do adoecimento n redes associativas sucumbirem Berando angistias © produzindo as inibigdes ¢ \eurdtico Esta pequena digressio metapsico © Fetorno a questio da clinica légica apenas nos prepara para + mais especificamente, 3 questio da si Green, o enquadre éde uma fina adequi inte total correspor planos intraps tubjetivo da relagdo en damental”, va © os tre paciente e -a-se © que ocorre no bbem. Assim, a montagem freudiana tende naturalmente a criar um campo dinimico ~ para falarmos com os Baranger ~— q trapsiquico compartilhado, se ‘Ogden denominou “terceiro € uma espécie de in- ‘io para o queThomas ites estio presentes e as representagdes ¢ afetos, as palavras e as coisas, ainda que tenham sido separados pelo recalque, podem ser reunidos pela associagio livre, pelo sonho, pela interpretagio pelos provessos sublimatérios em geral, Desta forma, os processos terciirios de mediagio poderio ser ativados com relativa facilidade na constituigo do campo dindmico intersul © da situagio analisante. Nestas condigdes, podemos entender o siléncio e afala em anilise, tal como ocorrem nos tratamentos de estruturas psiquicas neuréticas na situagdo analisante padrio, Este enquadre se organiza a partir do que podemos chamar de si intrapsiqy —e que diz respeito tanto a0 io presente ¢ preservado mesmo ;nas falas do paciente e do analista, pois estas nio perturbam o niicleo do inconsciente, o indizivel e impensivel do que sucumbiu ao recalque pri- mario, a loucura precoce, Assim sendo, a vocagio da situa¢io analisante no atendimento pa- dro é a de “dar secundirios, ¢ faz paciente quanto ao anal lavra” a0 Inconsciente recaleado, efeito dos recalques lo ressoar de forma aser escutado. Quando esta vocagio quando a situagZo analisante opera a contento, as falas cas ¢ Kidicas (do paciente e do analista) exercem bem suas funges de soother © de waker, soando sem opor-se ao siléncio fundamental, conser- vando-o, conservando-se nele enraizadas ¢ a ele retornando. Em outras palavras, os limites sa ao mesmo tempo mantidos e ultrapassados com a se cumpre, ou s los processos tercidrios. Nesta condisio, 0 analista funciona como Iencio eda fala onirca (a fala em poténciatransformadora), capaz i mnar os processos de elaboragio da experiéncia emocional, tanto no plano das questies narcisicas quanto no das relagSes ‘objetais¢ fantasias edipicas. Para iia da imac como rung do cn e separao, ALD, 1988 (elementos no metabolizsveis de origem afetivo-pulsional e nem dorme nem desperta, nem cala nem fala no sentido pleno Ja com fungdes medi ¢ ou seja, problemas no plano da co asi Gnica defesa a retengio absolut: ou so totalmente expelidas | de onganizar viva {0s limites so rompidos) ou ficam imobilizadas (os limites sio cristalizados), unidade pricos De outro lado, as identificagdes nio poderio ser de fato integradas pela via S introjetiva e permanecerio como corpos estranhos incorporados, ‘como identificagdes superegoicas que tiranizam e atuam a revelia do st oué uma linguagem que no fur sem qualquer ps le de apropriagio subjetiva. De uma forma ou de al da vivéncia, podendo entao outrasauénca dos processos tercidrios eda fala nos limiares da linguagem, leixa o's linguagem ha algo importante a ser observado, Cla- tuos falantes, mas neles a linguagem encontra-se em pré ou paraverbais fazer contato com far os processos snversador — do que o que se espera do analista no atendimento 208 portadores do sofrimento neurdtico. E uma forma de preset do analista (0 que nio exclui, pelo contririo, faz desaios ainda m: 30 entre neurone «nfo. neurose sua capacidade de reserva) que pode faclitaro silenciamento dos abjetos Pam ePosssocarad ‘© a perlaboracio das resi A fal mes limiares da lnguagem do osiléncio fundamental: éa " “OM suas ressonincias e seus lenis iredutvets.O analista,certamon nao faz canine do enquadramento psicanalitico". imbiseeambigusdae. s. te. Paris: PUF, 2005, ica". Obras completa, TV. Sio (1929)"Prineipio de relaxamento eneocatars”, Obvatcompleas, x V.Séo Paulo: Martins Fo et personnages dans le champ prychanalytique” Pyychanalye, p. 817-842, 209, ca contempordnea. So Paulo: Escuta, idade e mundo interno”. © lugar do campo superegoico na in: As diversas fces do euidar. Novos nsoos de psconiecomenpo- Escuta, 2008, sobre o paradoxo em psicanlise”, In: Ae diversas faces do cuidar ———."Ae redor do processo analitico suas vari I Ar diversas foes do ‘idar. Novo ena canis contemporinea. Sto Paulo: Escuta, 2009, logia do cuidar”. n: As diversas faces do cuidar. Novos esa de ise contemporinea. Sio Paulo: Escuta, 2008¢. dbre la psicoterapia de la histeria". Obras completa, Il. Buenos 1976. do psicoanalitico de Freud”. Obruscomplats, VI, Buenos 1905) *Sobre psicoterapia’. Obs completa,» VI. Buenos Aires: Amor- rortu, 1976. sis”, Obras completes, ¥: XI, Buenos Aire, are pacoaniis™ Owe Amor ovine Pasi 1976. - KHAN, M,(1962)*A psicologi anil: tera, cic ass “OnTiking as ledge: London, 2009, fe. Paris: PUB Ie psychanalytiqu Hogarth, 1958. 1962) "The aims of psychosnaly treatment”, In: The maturational paces, iondon: The Hogarth Press, 1965,

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