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A ~1ASTURBAÇÃO ANAL_E SUA RELAÇÃO
COM A IDENTIFICAÇAO PROJETIVA
gres so Psicanalítico
Este artigo foi originalmente apre sent ado no 24!? ~on
o pela primeira vez
Internacional _ Amsterdã, julh o de 1965 - e publ icad
47, 335-42.
em 1966 no Jnternational Jour nal of Psyc ho-A naly sis,
- 110 -
em íntima colaboração com _ diversos
,.. colegas , ru 1· també m ,orça
r do a reco-
nhecer que a_ma __ st_ur
""=
b-:
aç.t.a~o~. .d~
.o
,_anus_ _é um
· hábito bem m~;suuu comum d o que o
sugerido até . ,.agora
. pela hteratura
. ~ - Freud (1905 , 1917) r:econ he_
ceu sua ex1stenc1a em cnanças que utilizam to os dedos como a massa
fecal como_objet~s masturbatórios. Entretant~ , 0 estudo de Spitz (1949)
sobre as ~nncadeuas com fezes e suas conc~sões, baseadas em dados de
observação e não analíticos, anunoiaDWMlma implicação e atológica grave
não substanciada por nosso próprio trabalh""õ.
Para fins de apresentação, e em parte para estar de acordo com o tema
do Congresso - os Estados Obsessivos-, este artigo focalizará também a
constelação de caráter da " e seudomaturidade", que descobrimos estar in-
timamente ligada ao çrotismo anal - uma descoberta que de modo algum
discorda das descrições de Winnicott ( 1965) e ~ utsch ( 1942) do que eles
denominaram, respectivamente, de "falso self' e tipo de personalidade
"como se". Demonstrar-se-á a relação da "pseudomaturidade" com os
estados obse_ssivos e se mostrará que ela supõe U_!!l s~ ma_oscilatório em
certo estágio do processo analítico, o que lança alg1:}ma luz sobre o g~e
está Q_Or trás do caráter obsessivo, de maneira semelhante ~ descrição do
background ciclotúnico da neurose o_bses~iv!. apresentado em meu ~igo.
anterior (1963) . O material clínico e a descrição teórica entrelaçarao os
três conceitos: masturbação anal, i~ ntificação projetiva e pseudomaturi-
dade. -
A caracterologia
~ s seios da mãe
' . -
A medida que, a partir da situaçao ana ca,
urna se ..,. . .
qucnc1a típica como a que se
líti --- reconstruímos a cena,
segue aparece: após uma mama ,
• •
da
do de
q\lando a mãe o colo'ca no berço e vai embora. o bebê, equac1onan
forma hostil os seios da mãe com as nádégãs.-.q_ela, começaª expl~:d~~
Pró · dondadas e sua suav1
Prto bumbum idealizando suas formas arre . ,. · das retidas
evc tu lmc ' 1 çar J.. ~ feres recua ·
n a ntc penetrando no ânus para a can P"' . . - $!-
Neste ...e...- ~ __..,~ fantas1a de mtrosao _
Processo de penetração, toma ~ .. - através desta fan-
~ ta no ânus da mãe (Ab.raham 1921) para roub:~:~secom as feres idea-
-.!!,_0 6 conteúdos no re!o do bebê ficam confun 1 ;;,.- - - = -
- 111 -
!!_zad~ da mãe, que o bebê~ te ~e ela_retém para alimentar o e,_apai e os
bebês em seu interior.
A conseqüência disto é dupla, ou seja, uma idealização_do reto como
fonte de alimento e a identificação projetiva (delirante) com a mãe interna
~ªEª.B~ a dife~ nciação entre criança_e adu~to no que se refere a capa-
cidades e prerrogativas. A unna e os gases podem também participar e
obter sua parcela de idealização.
No estado excitado e confuso que resulta da masturbação anal, tende
a ocorrer~ masturbação com ambas as mãos - do genital (fãioou clitó-
ris) e do ânus (confundido com a vagina), p.toduzindo uma fantMia si_e
coito sadomasoquista perversa na qual _o cas_&_iie pais internos faz muito
mal um ao outro. A identificação projetiva com am~ as figuras internas
que acompanha esta masturbação a duas mãos fere os objetos internos
tanto pela violência da intrusão como pela natureza sádica da relação se-
xual que produz entre eles. A hipocondria, bem como é)hsicdades claustro-
fóbicas, são, em algum grau, uma coll.S._eqüência in~ vel.
Na infância, esta situação en~ raja wn7rénstalização de caráter e~-
edípica (aos 2 ou 3 anos)., manifesta or d~ilidade, prestimosidade, prc;-
ferência por companhias adultas, atitude indiferente ou mandona c~
Q!!~S crianças, intolerância a-endéas e uma grande capacidade verb~ .
Quando esta crosta caracterológica ;nmpe-se momentaneamente devido à
frustração ou ansiedade, revelam-se afloramentos de urna virulência de ar-
repiar - ataques de cólera, lambuzamento com ezes, tentativas de suicí-
dio, agressões maldosas a outras crianças, ntir para estranhos sobre
maltratamento dos pais, crueldade co1n-,;M1+1na s, etc.
Esta estrutura passa ao largo do complexo de Édipo e parece equipar
a criança razoavelmente be~ de mcxlo superficial, para a vida acadêmica
e social, podendo prosseguir até a idade adulta de fonna rclativam:nte
tranqüila, sem nem mesmo ser perturbada pelas convulsões da adolescên-
cia. Mas a nature:µ " pseudo" do ajusta~nto fica evidente na yida adulta,
mesmo nos casos em que as tendências perver~ s não conduzem a ativida-
des sexuais manifestamente aberrantes. O sentimento de fraude_com_g w-
soa adulta, a impotência sexual ou pseudopotência (excitada por fantaSias
j,erversas ,E_Ç,,~---ª-S.Qlidão interna e a confysãq, básica ~_bolJl e ni!i
- tudo isto cria uma vida de te~ falta de sati§fação sustentada, 0 ~
melhor, compensada, apenas _pela presunção e o esnobismo que cons!!_-
tuem um acompanhamento inevitável da idçptiflçªçao proj~vã maci9!-
Nos casos em que esta organização ~ menos donúnante e penetrante,
ou durante a análise, quando começa ~ ~ n h o para O processo te--
rapêutico, ela se mantém numa rela~o oscilatória com uma organização
obsessiva. Então os objetos internos não são penetrados mas, ao in~5 •
são ~nipotentemente controlados ~ s~arados num nível de relação 9u!.é
menos de objeto parcial, uma vez qu ~ d~culdades focais deslocaram-se
-112-
V -
A natureza da transferência
etiva maciça com os obje-
Qu8:"do esta configuração de íden tifi ~o proj
to parcial como o seio ou 0
tos _internos - gera lmen te num nível de obje
to no processo analítico ~
pêms_ - está ativ a, a coop eraç ão de tipo adul
"prestimosidade" na rela-
substituída por urna pseu doco oper ação ou uma
; . cond uta um tanto ser-
ção com o anal ista. Esta atua ção manifesta. :
ou aliviar o analista de
vil, num dese jo de conv ence r, demonstrar, auxiliar
anto , de um tipo pré-digeri-
seus fard os. O mate rial ~ com freqüê11fia, port
te" ou cm interpretações
do, algu mas veze s ofer ecid o num estil~ e
do dese jo do paciente por
supc rlici ais de esta dos men tais. Tod o o sent ido
um dese jo evidente de
' incitar inte rpre taçõ es está ause nte, substituído por
grat idão por parte do ana-
elog ios, apro vaçã o, adm iraç ão ou a~ mesmo
ente freqüentemente sente
lista. Qua ndo este s não estã o dtipa llÍV eÍS, o paci
de c~p reen sáo , ataques
que as ativ idad es do anal ista evid enci am Wta
gros seria u franco sadismo.
inve joso s às capa cida des do paci ente , merá
pode pidamente leva r à
Esta dltim a forma de rece pçlo da inte rp~t ação
seja vivenciada com o um ata-
erot izaç ão e ocas iona r que a inte rpre taçã o
que sexu al.
ciaç ões ou um relat o fac-
Ain da que O paci ente prod uza sonh os, asso
ção ~ tão dom inan te que a
tual de suas ativ idad es diár ias, o aspe cto de atua
il, a men os que seja vincu-
inte rpre taçã o do con tedd o ~ rela tiva men te indt
e das bases do com port a-
lada com uma clar a dem onst raÇá o da natureza
or do tipo na da -d o~
mento. Isto ~ clar o resu lta num mau hum
ção, da
Jo-lhe-airad a. Mas atra ~s da cuid ado sa dem onst raçã o da atua
r19almente, através da
elucidação consistente da masturbação oculta e,
iz ar. .
análise dos sonhos, o progresso pode ge ra J~
com figuras internas é
A atuação da identificação projetiva infa ntil
- J13 -
◄
01 sonhos
li•
p
(d) Represen taç ão dos dedos que rcal17,.am rnas1wbaç oo anal - estes apa-
recem cm sonhos represent ados por partes do corpo. pcS SÕas, ammrus,
instrumentos ou máquinas , sejam soz.m hos ou cm grupos de quatro ou
cinco, com as qualidade s de contamin ação fecal represent adas de di versas
fomias ou negadas, tais como negros, homens com c apacetes marrons. fer-
ramentas de jardim sujas ou bnlhantes, luvas brancas, pessoas vesudas de
prelo, tratores que removem a terra, crianças suJas, vermes, pregos enfcr-
rujados, etc.
~lateria l clínico
--~--
•~
- Stn,ct - rua da ..ciry' de Londres onde IIC localiza a maior pane das emprau JOffl&l{sticaa
Cldadc. (N. da T.)
- 115 -
•
mais .simples de um acontecimento cotidiano soasse como confabula -
Nós J~ havíar~os compreendido isto como um comportamento de "f!~:
o,,, mas era indistinguível para ele de "fimgir · que se fiin-
que nao era . smcer
.
ge que é msmcero - tudo isto relacionado a um sentimento paran6ide
profundamente fixado de ser escutado por acaso por um perseguidor oculto.
Ele sonhou que estava entre amigos e parecia uma vez mais, como
nos tempos de escola, ser o líder. Quando alcançaram O cume de uma
montan~a, ele viu um homem que ele sabia ser um assassino entre algu-
mas lápides, vagando apenas. Reassegurando a seus amigos que ele sabia
como lidar com o homem, aproximou-se dele com um ajudante e, fingindo
ser amigável, derrubou-o ao ~ da montanha*, esperando extrair uma con-
fissão .
ASSOCIAÇÕES - sua língua parece estar explorando a parte de
trás de
seus dentes , que dão a impressão de estarem velhos e rachados. Isto lhe
faz pensa r em vestir chinelos coroo os que seu pai costumava usar. INTER-
PRETA ÇÃO - que seus dentes são representados pelas lápides
e sua língua
como o assassino entre suas vítimas. Seu projeto no sonho 6 livrar sua bo-
ca destas qualidades perigosas e transformá-las em dedos escorregadiços
que podem ser levados abaixo para o seu bumbum, onde as vítimas podem
ser identificadas em suas fezes. Mas através deste estratagema, seu dedo-
na-bun da fica confundido com o p!nis do pai-na-vagina-da-mãe, uma
fonte importante do papai-nazista-que-mata-os bebês-judeus-da mãe, que
conhe cíamo s tão bem a partir de trabalho anterior. ASSOCIAÇÕES - ele
sente como se uma serra circular estivesse cortando seu fêmur (uma refe-
rência à cirurgia de h~mia na puberdade). Ele se imagina com suas costas
voltad as para portas duplas e o analista do lado de fora tentando abri-las
(proje ção da abertura-das-nádegas sobre o analista-cirurgião-pai). ASSO-
CIAÇÃ O - uma moldura de quadro dourada ornamentada com
entalhes (a
interp retaçã o do analista ~ um quadro ornamentado que pretende enqua-
drá-lo revela ndo sua culpa), a Máfia - a mão preta. Um barco pas~ :
por wn canal que está modelado para adaptar-se ao seu casco sem qw
(o papai Máfia-fascista enfiando o grande pênis-dedo-preto em seu canal
anal e reassegurando-o num sotaque italiano: "Não tem quilha !")
. aracte-
Estas associações são típicas da produç ão de trocad ilhos que e
- 116-
de seman ~ e sent: •se reluta nte cm impô -los ao anali sta. INTER
PRETAÇÃO -
este deseJ o ~onsc iente de poup ar contr asta com um desej o incon
scien te de
sujar o anali sta por dentr ~ e por fora com suas fezes , um pouco
do que foi
atuado (ac_ted out)_ao deix ~ pega das de sujeir a na sala. O pacie
nte olhou
surpr eendi do o chao e pechu descu lpas. ASSOCIAÇÕES _ no sábad
o à noite
ele sonho u que estav a se debat endo e retorc endo em dor devid
o a um de-
do deslo cado (mos tra o dedo indic ador esque rdo ileso) . INTER
PRET AÇÃO -
ligação com o sonh o das lápid es. O sofrim ento do fim de sema
na sentid o
como sendo devid o à retira da de seu dedo- assas sino (Máfi a) de
seu lugar
de costu me. ASSOCIAÇÕES - mas então ele parec ia estar na escol
a, ocios o e
entediado. Peram bulou pelo banh eiro dos home ns, onde parec
ia haver
uma banhe ira bonit a, grand e e limpa . Decid iu toma r um banho
, mas então
o banhe iro trans form ou-se num pequ eno e imun do banhe iro
de estaç ão
com dizer es e figur as porno gráfi cas na pared e, bem defro nte
ao subso lo
de uma grand e loja de depar tame ntos. Ele não conse guia decid
ir o que fa-
zer, porqu e o pesso al da loja ficav a olhan do para ele de modo
suspe ito.
Ficou entra ndo e saind o do banh eiro, até que finalm ente entro
u na loja
para rouba r algum a coisa.
Este sonh o most ra com rara clare za o modo pelo qual a situaç
ão atual
de separ ação ( o dedo deslo cado no fim de sema na ented iante)
leva a uma
seqüência de even tos infan tis, prime irame nte molh ando- se (o banho
) com
urina quen te, em segui da explo rando seu ânus (o banhe iro imun
do) e tor-
nando-se cada vez mais estim ulado sexua lmen te (a porno grafia
) e preoc u-
pado com fanta sias de ident ificaç ão proje tiva sobre a parte inferi
or* do
corpo da mãe (o banh eiro- reto do lado opost o à loja de depar
tamcn tos-v a-
gina com o pesso al vigil ante- ~nis) e seu desej o de roubá -la.
.
O sonho de domi ngo à noite , aprox iman do-se com algum a ru:is1c
dade
da sessã o de segun da-fe ira, revel a a conti nuaçã o do estad
o infan til - ago-
ra um bebê com o baba dor, o bumb um e o berço sujos . No
sonho ele que-
ria muda r de roupa para uma festa que ele e algun s amigo s estav
am ofere -
cendo em seu apart amen to, mas todas as salas já estav am lotada
s de ~on-
vidad os que riam bebia m e fuma vam (seu berço e seu babad
or SUJOS).
Mas em segui da ele , estav a · ' li ntre a folha gem ,
no parqu e e sentia -se 1 e z e .
ainda que estiv esse sem nada sobre o corpo além de uma camis
eta (o bebê
thutou seu baba dor e ideal iza seu bumb um e seu berço
sujos ). Ele en~on -
tra uma bola de futeb ol para chuta r e logo outro s junta11rse
ª ele no Jogo
(brinc ando com suas fezes ).
Este '1ltim. • ·
o e s tado, a au t0-1·deali zação atrav és de exerc íciosd 01s
físico
• anos de s,
ª Parecera litera lment e em cente nas de sonho s nos pnme · ·
sua ....14
..e •
iros .
- hse. Aq ui ve mos em detal he sua denvaça• - Vale a pena menc ionar
o. _
que este pacie nte . . · .
sofrera de uma d1arré 1a cr ruca, embo ra nao ulcer ativa,
6
-
• E.m ingl!s bottom , aqui- no aentido de ..parte inferior do corpo" (N. da T.)
-117 -
E
-11 8-
ficar desembaraçando com as mãos os pêlos perianais antes de defecar,
para que estes não estragassem a fonna de sua massa fecal emergente.
O processo analítico
- 119 -
zação de uma conquista de pseudom aturidade por parte do paciente - em
sua nova edição modifica da e "analisad a" - o paciente pode forçar a in-
--
terrupção da análise por razões ostensiva mente "realista s". Isto pode
ocorrer através do planejame[\tO â e uma ' mudança geográfic a, uma mudan-
ça de status marital, promove ndo a oposição de um dos pais ou do com-
panheiro, contratan do obrigaçõ es financeir as que tomam impraticável o
pagamen to da análise, etc., enquanto ainda se agarra à transferê ncia posi-
tiva idealizad a. Se a penetraçã o analítica t c ~ve-s e esperar um
período prolonga do de transferên cia -víolentamen~e ne~ tiva e uma não-
cooperati vidade manifesta que podem se provar intratáv~i s. Isto toma a
forma de uma inocência ferida, de autocomi seração e quei~a constante de
que a sugestão do analista de que a masturba ção anal exist e e continua de
fato é doutrinár ia, ou uma projeção, ou uma manifestaçãó de interferência
externa (por exemplo, de um superviso r).
Graças ao esclarecimento cons~te produzido-pelos sonhos, em geral
é possível que o analista se mantenha firme. Graduatm cote, estimnlagrlo
emente recusadas ➔e
-
~ maior coopemã o quanto a associaçõ es conscient
- -
maior atenção aos hábitos corporai_§, o analista 12Qde trazer à luz a roasmc-
bação anal oculta. Com isto, a transfe.rê Jl~com.. o seio.. mmjdor abre ca-
- através das restri~ões impostas a ela pela idealização-das-fezeJ .
minho
Tomam-s e possíveis pela primeira vez experiênc ias desenvol vidas, dolo-
rosas e analiticam ente frutíferas de ansiedade de separação .
É neste ponto do processo analítico que a relação com a_Ç!I'_ACterolo-
Sia obsessiva toma-se evidente. A oscilação entre os dois estados - _pseu-
d omaturidade e estados obsessivo s - pode~~r observad a, à medida que o
complexo de Éclipo, em seus aspectos genitàis e pré-genit ais, chega ao
primeiro plano da transferên cia. Pode-se com reender que, por todas as
implicações edípicas de material anterior que xigiram interpreta ção, wna
plena experi8nc ia do conflito edípico só orna possível quando a dife-
renciação entre partes adultas e 1 anu s do se/fé assim arduamente esta-
belecida.
-120 -
e• fc,nun manaf ~m,:n~ teAuau. ~ta,. • CAas.lo r JWOJCÇ'lo ux,onM:":tenlO
Jic uma pa,u "" do •li para dentro do innlo Jocmr, cnh:u• UJTU1 pane
~ na autí'-1dca11.1..açlo suhpcc ntc à ..c..1c c-Jt.0012 · · Jo ~I011.C er,.
quanao cnança Na , crdadc. o innla nln cn Jc m.•,
al&wn um1 ma
Cf1,,lln("■ ou um mau inn1o
Próumo • flnu dr Sar.aJ . • fiMW"a nx'lo rrcn1r ,n ano do ~.ente tor•
ocv-c tlO\.-'&menlC MJ\"&. 1 mcd"la que o matcna l rc,-S1a cm J11"0C'lo a po•
c1r&.s de antNw anal cm ohJCK•• 1ntcn10~ JA hem conhec ,Jo~ ncwc qu arto
ano da an!Ja.c
~ur1111 aaça-fc u-a. rk du~sc ll"r .- ~nhdc.~ c.tnr.mc. rc.f ~ .. ~ ;a
anuusfatdria ICNlo do dJa antcr11" Sonhou que CM.ava numa c aa.a o:m1
um homem da tc:ladc de ~u umlo ma.J' no\ O, qur tanlhfm cu o próprio
pc.enae como bcwl'aan mau JO''Cm 1 ,te su,e,t.o raru:raa • pru'k fp o am,.-
IOJO e agrad,A\~l. e dwa ao r-:acnlt " Qut' t~ \: <'fl._ de trUfJCto ra.
de poll-
caa, freqOc ntaitntr num estado de cJcx ~t\lo a\,ançada. cs,tavam cn-
d o ~ ro, toda a lntla.tc"1T3 ~nrnt c quando mcrw:KJO(:IU que h.a·
~,. um de k ~ nn quarto 8Cl lado. '°º~no pnr um l~oJ. que o pactent c f ••
cou alarmado Quando o JO"cm con\. adou-o • ~-lo e o paclCOle obtctCtU .
cnou,..c uma utoaçir > tcnQ O pactent e recuou •~ • pon.a e í1aalr.100U'
__, ~'f'•la demcn te. quando o ,ovem invcslJu para cuna dt- 1CU ~
fAlr1I .a ~rpraa hn&a poh~1a i\ do lado de fora que lhe n:-.~
que~ ha\'laffl sido fc,t.m bloquei os de cstrada4' e n JO\'Cffl as,._nn o ,ena
pc~
No IICJund o ..nho da me.~ noite. ele ~ encontr a, a endaA-1'~ na
alçada , nu c~ccto por uma fma toa.Ih.a ~ hanho. mtcn~ Tlll' ~ .,..
do por teu ~ru• c.aar \;t..tw.l Pcn,-;ando cm ar m:11s r,r,a~"' r,a,-a ~•,._ e p 'v
fio, ao 10fnmc nto, ele ~ anJur,1 u a uma csta\ln . rNL, fr~a sntatqt t~""'
J"C'JI WD mendig o que o con vtdou para II a ~u al.-,,amr ntí'. que h co,.,,
hliro r,nSum o file acn&ou aJcgn:m cou~. ,._, um• '\T..J na i'amA ~ "' n ..: nd,-
,o ele nlo conacgua.a Mk.wnCICX'.,. Jl'l l J o nW'. nJ,1!'-, fK . , • ,te ftt ao 1,-1., da
carna dww,tr Ioda • no,te. a1emor v..-..lo-- •l
Obacrv em o con1r.a o ~ doo ~ ,.. .,. N o rw1mcn o ck' ~ ~-va" Jc
1':laltlr ao cnwoh-,mcnto cm •~ur-,..,,/MA,1- .IÃ.laa ~ edfpk--"'\H ,11--,.ura m ..,..
,-...U\Speton:s dr poUcaa e K "-t c Clllftwu Jo pela rctaçló c ,&crna Cdm o
11\all,Jla e com o ~ ' ) anaJftlC(1 dó hklll,{UCJO Jat ~.1i&J11i.lM ~1~. ºº ,-c-
lundo IOnho, a hwnilh açl,o edfpeca na MA1J~, -t,a,,hc1 n:1 o fv rn u•• pa•
ri a J'IC!Ot"upa.;lo anal com O rbt,i'1-f «aJ Jo 1ffl'\lo-n1CnJ,p 1 mau an -cu
~ <• consop eçlo que f um prchlJa o rt"gulaf à aü\.ada&k de wa f1&wr-a
lnal ) •
"ª ICX'-'fciradieta~
ele ~,-.ou -,c de ~ conwr eç-lo e mcncao nou que
mtldo um ancadct U dJ•
ot»c~\. l\"O c ,41 WICill
~ - - a íaa,r W1l
\'Cl'tido na nouc an&cno r. quando wna fflewiC• ..gonta•• 1a umb12 rc la ,ia'-8,
~ ftnal mcntc nwn ,-uo Quand o ele anuocao u wa m~lr1 ..te:
- 121 -
"mostrar a porta ao velho cavalheir o", pegando o vaso com a indolente
mosca sobre ele, seu filho pequeno espirituo samente pegou em seu braço
e levou a ele para a porta. ~e sonhou que esperava numa fila por um
corte de cabelo, mas estava d~orand o tanto, que e1e ficou desespera do,
apesar do fato de que tanto o homem como a ~ er atendiam seus clien-
tes em duas cadeiras. Em seguida ele~ eitado confortav elmente num
pequeno barco de fundo achatado que atravessa va um pequeno túnel (pa-
recido com um túnel em que ele estivera quando criança em visita ao Pa-
pai Noel numa grande loja de departam entos). Quando o barco se dirigia
para fazer uma curva em ângulo reto para a esquerda , ele encalhou ; então
o paciente pôs a mão direita na água, fazendo um movimen to em concha
(como ele fizera na noite anterior, para limpar o escoadou ro da pia da co-
zinha que estava entupido) . Mas percebeu com um choque que seus dedos
estavam na boca de um mendigo deitado na água embaixo do barco, e que
estava por mordê-lo (ansiedad e em relação à constipaç ão levando à aber-
tura de sua fissura, em contraste com o gentil "mostrar ao cavalheiro-ve-
lho-gordo -(mosca)- a-porta'').
Neste sonho é impressio nante a confirma ção da intolerân cia à separa-
ção (o divã-barco virando para a esquerda ; na verdade, quando o paciente
deixa o divã, é ele que faz uma cu~ ângulo reto para a direita) e a
volta ao irmão mendigo-fezes dpnfro do túnel-:.<lo--Papai-No el da mãe. Ob-
servem como o desejo de livrar-se gentilmen te de seu rival edípico (como
a brincadeira de seu filho dd xa claro) leva-o novamen te a aliar-se com
o innão-mendigo - o pênis fecal constipad o - e à defecação anal mastur-
bat6ria do tipo abrir-a-fissura. O desejo infantil de tomar o papai velho e
expeli-lo analmente está ainda esmagado ramente ativo, ainda que a luta
do paciente contra um abandono ao sadismo anal já estivesse em curso.
Três semanas mais tarde, numa segunda- feira, ele disse estar num es-
tado de ânimo peculiar, cheio de sentiment os intensos e misturados em
relação à análise, cônscio de que um insight recente ajudara-o a refrear
um tipo_freqüente de comporta mento provocati vo para com sua mulher,
mas muito preocupado e ressentido com as férias iminentes . Sonhou que
estava nu~ pequeno lago próximo ao meu consult6r io, esperando para vir
à sua sessao. Um homem estava pescando , embora não haja peixes neste
lago, _e ficou com um de seus dois anzóis preso no fundo. o paciente tinha
que hvrar o anzol, mas tinha medo de que O homem mantivesse cruel-
mente a linha tensa e fizesse com que O paciente ficasse engancha do. De
fato foi exatamente isto o que aconteceu . Determin ado a libertar-se, ele
puxou o anzol para fora de seu dedo com alicates, rasgando com ele um
pedaço de carne. Para ter o dedo medicado, ele precisava ir para uma ci-
dade. fora de Londres para ver o embaixad or american o. &te estava seodo
fes~Jado numa carruagem puxada a cavalos antes de voltar aos Estados
Umdos; entretanto , deixou a carruagem e medicou O dedo do paciente e o
- 122-
levou para sua casa. Ali O paciente, sentindo-se muito feliz, ficou olhando
o embaixador e sua famOia almoçarem, separados dele por uma divisória
perfurada.
Aqui, antes de um período de férias, a 1ut.a~ 0 sofrimento
ed{pico (a ferida em seu dedo, ligada à cfrcuncisão) e libertar-se do vício
da masturbação anal ( o homem com seu anzol preso no fundo do lago, li-
gado ao pênis fecal do irmão-mendigo) avançou com notável rapidez e
clareza de insight. É interessante que subseqüentemente,lm duas ocasiões
ele desenvolveu uma inflamação aguda de um dos dedos indicadores em
fins de semana.
Resumo
Referências bibliográficas
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