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Hi

stór
iadaPsi
col
ogi
a:RumosePer
cur
sos
Capí
tul
o19
Asinfl
uênci
asdafenomenol
ogi
aedo
exi
stenci
ali
smonapsicol
ogi
a
Rober
toNov
aesdeSá

Af
enomenol
ogi
a
Opensament odeEDMUNDHUSSERL( 1859- 1938)deuor i
gem aumadasmai sférteis
correntes da f il
osof i
a moder na, a f enomenol ogia. Essa cor rente i nfl
uenciou
decisivament eomov imentof i
l
osóf icoecul turalquesepr opagounaEur opaapóso
fi
m daSegundaGuer raMundi al,conheci docomoexi stencialismo.Fenomenol ogiae
existencial
ismo,em suasconv er gências,t ensõeseent recruzament os,const i
tuem
j
unt osumadasi mpor tant
esmat rizesf i
losóf i
casdaspsi cologiasdosécul oXX.
A quest ão essenci alque mov e o pensament o de Husser lé a de como
fundament ardemodoabsol utament esegur ooconheci ment o.Par ael e,osesf orços
fi
losóficosdeDescar teseKantnãohav iam si dosuf ici
ent espar aassegur aressa
fundament açãonecessár ia.Husser lpropõepar aaf il
osofiaumaat i
tuder adical
ment e
crí
tica,em que,par aqueal gosej aadmi ti
do,exi ge-sequesemost recom t odaasua
evidência.Segundoel e,a“atitudenat ur
al”,quei ncluitantoaat i
t udeci ent í
fi
caquant oa
do senso comum, consi der a as coi sas como exi stent es em si mesmas,
i
ndependent ement edesuar elaçãocom umaconsci ênci
a.Or a, trata-sedeumaat i
tude
i
ngênua,j áquesupõegr atui
t ament eumanat urezaem si ,daqualnãoépossí velt er
exper i
ência alguma.Cont r
ariament e,a “ ati
tude f enomenol ógi ca”,ou f i
losófi
ca no
sentidopr óprio,deveat er
-seapenasàqui l
oquesedáàexper iênci a,talcomosedá:o
quechamamosdef enômeno.

EDMUND HUSSERL (
1859-
1938)
.Nasceu em Prossnit
z,na Mor áv
ia(Repúbl
ica Tcheca).Foial
uno de Br
entano na
Univer
sidade de Viena e l
eci
onou nas Uni
ver
sidades de Hal
le,Got
inga e Frei
burg.É o f
undadorda corr
ente
fenomenológica.
320
Quandopar amospar apensarnum at odeper cepção,como,porexempl o,v er
umaár vorenocampo,em ger al,di vi
dimost alper cepçãoem duaspar tes.Pensamos
queháum obj etoár vore,queexi ste“ l
áf ora”nocampo,e,em r elaçãocom el e,uma
i
magem r epr esent adadaár vore“ aqui dent ro”naconsci ênci adosuj eito.Temos, assi m,
duasár vor es, umaem- si,“l
áf ora”, eout rar epr esent ada“ aquident ro”, mas, porquet er
naconsci ênci aumai magem deum obj etosi gni ficaconheceroobj et o?Oqueuma
i
magem deár voret em av ercom umaár voreem- si?Par aaf enomenol ogia, essemodo
tradicionaldecompr eenderaper cepçãoéequi v ocado,nãosepodesabernadasobr e
árvor esem- si,oumui tomenossobr esupost asár vor esr epr esent adas,por quet odo
objet oésempr eobj et o-para-uma- consci ênciaenuncaobj et oem- si,et odaconsci ênci a
ésempr econsci ênci a-de-um- objetoenuncaconsci ênci a“ vazia”.A f enomenol ogi a
refere- se a esse f ato di zendo que a consci ênci a é sempr ei ntenci onal.Assi m,
“deixandodel ado”( suspensãof enomenol ógi ca)aár voreem- siear epr esent ada,a
atitudef enomenol ógi car etornapar aas“ coisasmesmas” ,i stoé,aár vore-no-campo-
per cebi da-por -
um- sujeitoou, ainda, o“ FENÔMENO” ár v or e.
Assi m,af enomenol ogiadeHusser l
,nadi reçãocont ráriaàt radiçãoqueel e
criti
cav a,enf at i
zaapr iori
dadedai ntuiçãosobr eopensament oconcei tual .Ai ntuiçãoé
av ia de acesso ao f enômeno.O pr ocedi ment oi ntuitiv o é consi derado como o
element oessenci aldaat it
udef i
losóf i
ca.Masot er moi ntui ção,aqui ,nadat em av er
com al gumaespéci edecogni çãoespi ritualmi st er iosa.Par aat radi çãof i
losóf ica,o
termoi ntuiçãodesi gnaav isãodi retaei medi at adeum ent e,sej ael esensí velounão.
Dist i
ngue- se,desde a f il
osof ia gr ega at é a moder na,o pensament oi nt ui
tiv o do
pensament odi scur si vo,dedut ivoouconcei tual .Éat rav ésdai ntuiçãoquesedáo
âmbi todei nt eressemai spr ópr i
odaf enomenol ogi a: acor relaçãoent r
esuj eitoeobj eto.
Oest udodessacor r elaçãoseconst i
tuienquant oanál i
sedescr it
ivadasest r
utur asda
consci ênci a, nãonosent i
dodeumapsi cologiai ntr ospect iv a, comoadeWundt ,oudos
atosment ais,como adeBr entano,poi s,port ercomo car acter í
st i
caessenci ala
i
nt enci onal idade, aconsci êncianãoémai scompr eendi dacomoi nterior i
dadepsí qui ca,
remet esempr eaomundocuj aconst i
tuiçãoapenassedánessar eferênci a.

Apalavr
aFENÔMENOprovém dogregophainomenon, quesignifi
caosi
mpl esaparecerdosentes.
Oadjeti
voONTOLÓGI
COseapli
caàquil
oquedi zr
espei t
oaoserem ger alouaomododeserdosent es.Jáot
ermo“ônt
ico”
,
queaparecer
ámai sadi
ante,seref
ereaosentes,istoé,at odasascoisasquesão, em um det
erminadomododeserjá
est
rutur
ado.Adi mensãoônticadareal
idadefunda-se,port
anto,naontológi
ca.
321
Af enomenol ogia pode sercompr eendida como a descr i
ção dasest rutur
as
geraisdaconsci ência,nãodosuj eitoempí ri
coest udadopel apsi cologia,masdo
sujeitotranscendent al,queéacondi çãoONTOLÓGICA depossi bil
i
dadedasexper iênci
as
humanasconcr etasnosdi v ersosní v eiser egiõesder ealizaçãodaexi stência.Apar ti
r
daf enomenol ogia“ pura”deHusser l,mui t
ospesqui sador esdesenv olveram apl icações
“r
egi onais” do mét odo f enomenol ógico,di r
igidas a di mensões especí fi
cas da
correlaçãoent r
eosuj eitoeomundo: asf enomenol ogi asdaper cepção, daimagi nação,
daemoção,dal inguagem,bem comoasf enomenol ogiasdasr el
igiões,dasr elações
i
nterpessoai s,dosdi stúrbiospsí qui coset c.Ent real gunsdosmai sfamososexpoent es
dopensament of enomenol ógi co, podemosci tarMARTINHEIDEGGER( 1889- 1976) ,JEAN-PAUL
SARTRE(1905-1980) ,MAURICEMERLEAU- PONTY( 1908- 1961)ePAULRICOEUR( 1913- 2005) .
Na medi da em queasci ênci asdo espí ri
to e,par t
icularment e,a psi cologia
ci
ent íf
ica,nascidanosécul oXI Xapar ti
rdomodel odasci ênciasnat urais,começam a
quest i
onaraadequaçãodet almodel oaoseuobj etopr ópr i
o,af enomenol ogiamost ra-
seumaf ért
ilalternati
v apar aaest rut uraçãodeumaabor dagem mai sapr opriadaao
estudodohomem.Ai nfluênci adaf enomenol ogianocampodasci ênci ashumanasé
bastant evastaehet erogênea,i ncluindodi scipli
nascomoahi stória,asoci ologia,o
dir
eito,aant r
opol ogiaeapsi cologi a.Deum modoger al,agr andecont ribuiçãoda
fenomenol ogi
a a essas ciênci
as é a de for
necerum model o de descr
ição e
compr eensão de sent
ido própri
o par
a a abor
dagem dos fenômenos que dizem
respei
toaoespí r
it
o,aocont rár
iodomodelode“ expl
i
caçãocausal
”empregadopel as
ciênci
asdanat ur
eza.
No campo especí fi
co da psi cologia, as i nfluênci
as mai s di retas da
fenomenol ogi
aseder am sobr eapsi cologiadaGest altesobr eapsi quiatr
ia,desde
JASPERS (
1883-
1969),queescr eveuem 1913um t r
atadof enomenológicoi ntit
ulado
Psicopatologi
ageral,passandoporpsi quiatrasdepr ojeçãocomoEugéneMi nkowski
(1885-1972)eLudwi gBinswanger( 1881-1966) ,atéMedar dBoss( 1903- 1990),que
desenv ol
veusuasr efl
exõescl í
nicasem col aboraçãodi retaeestrei
tacom of il
ósofo
alemãoMar ti
nHeidegger ,alunoesucessordeHusser lnauniver
sidadeal emãde
Freiburg.

MARTIN HEI DEGGER (1889- 1976)


.Nasceu em Messki rch (Baden),na Alemanha.Foial uno de Ri ckerte Husser
lna
UniversidadedeFr eiburg.Lecionouem Mar burgeFr eiburg.
JEAN-PAUL SARTRE (1905- 1980).Nasceuem Par is,ondeest udouFi l
osofi
a.Em Berli
m,est udouasobr asdeHusser le
Heidegger .Leci onouem di ver
sosliceusdaFr ança.Após1945, dedi
cou-
semai sàativi
dadelit
erári
a.
MAURICE MERLEAU- PONTY (1908-1961).Nasceueest udounaFr ança.LecionouPsicologi
anaSor bonneeFi l
osofi
ano
CollegedeFr ance.Foi co-edit
or,j
untocom Sar tre,doj or LesTempsModer
nal nes.
PAUL RICOEUR ( 1913-2005) .Fil
ósofof r
ancês.Est udou na Uni versi
dade de Rennes.Lecionou nasuni v
ersi
dadesde
Strasbour g, Sorbonne, Nant er
reeChi cago.
KARLJASPERS( 1883- 1969) .Nasceuem Ol denburg,naAl emanha.For mou-seem MedicinapelaUniversidadedeHeidel
berg.
Leci
onouPsi
qui
atr
iaeFi
l
osof
iaem Hei
del
ber
ge,
apar
ti
rde1948,
Fil
osof
ianaBasi
l
éia,
naSuí 322
ça.

Oexi
stenci
ali
smo
O exi st enciali
smoenquant omov iment of ilosóf icoecul tur alsur genoper íodo
entreasduasguer r
asmundi ais,de1918a1945, noei xoi nt electual entreaAl emanhae
aFr ança.Seupr i
ncipalar ti
cul adoréof il
ósof of r
ancêsJean- PaulSar tr
e.Omov i
ment o
ganhadi fusãopel aEur opaeEst adosUni dosnopós- guer ra, pri
nci palment enadécada
de1950.Porumaquest ãodecoer ênciacom asi déi asquepr ega,oexi stenci alismo
nuncaseconst it
uiucomoum si stemaf il
osóf i
coest rutur ado,v alori
zando,ant es,o
própriof i
losof arenquant oat i
tudeper manent edeest ranhament oei nterrogaçãodo
sentido.Apesardepossui rumat emát i
cabast ant ecar acter í
sticaeum modopr ópr i
o
deabor dagem, oexist encial i
smoabar caum l equehet er ogêneodei déiasepensador es.
Ini
ciemosnossaapr oximaçãocompr eendendoaor igem daoposi çãot radicionalent re
os t ermos “ essênci a”e “ existênci a”,a par ti
rda qualse der i
vou a expr essão
existenci ali
smo.
O mododeconheci ment oquesedenomi naf il
osof iaequesecar act eri
zapor
umai nvest igaçãor aci onaldosf undament osdar eal idadet ev eor igem naGr éci aAnt i
ga
(entreossécul osI VeVa. C.).Logonesseper íodoi nici al,umar espost aài nv estigação
daf il
osof i
af oidadaporPl atão,quemar cout odaahi st óriadopensament ooci dent al
atéaépocamoder na.Di ant edo quest i
onament o acer cadaqui lo quenascoi sas
const i
tuioseuv erdadei roser ,istoé,suaessênci a,osgr egosr esponder am queer a
aquiloquesemant inhasempr ei dênt i
co,const ant e,per manent e.Ascar act erísticas
queset ransf or mav am,queseal t
er avam,f oram consi der adasmenosi mpor tant es,ou
seja,mer ament eaci dent aisenãoconst itutivasdaessênci a.Or a,tudoqueésensí vel
tem exist ênci anot empo, est ásempr eem t ransf or mação.Logo, aessênci adascoi sas,
sendoper manent e,sópoder iaserdoâmbi todosupr a-sensí vel,por tanto,at empor al.
Platãodenomi nou“ idéias”essasessênci assupr a- sensí v eiseet ernasqueser v i
am
comoov erdadei r
of undament opar aaexi st ênciadascoi sassensí veiset empor ais.Ao
l
ongodahi st óriadaf il
osof i
a,out rasdenomi naçõesf oram at ribuídasaoserouà
essênci adosent es,i stoé,dascoi sas( subst ânci a,Deus,espí r
ito,r azão) ,masaquel a
decisãoi nicial dequeav erdadei raessênci adascoi saser aat empor al esupr a-sensí vel,
opondo- se,assi m,àsuaexi stênciasensí velet empor al ,vigor ouport odopensament o
323
fi
losóf ico,com r arasexceções,chegandoat éànossaépoca.Em v irt
udedessa
valorizaçãodaessênci aem det r i
ment odaexi stência,sedi zqueat radiçãof il
osóf i
ca,
oumet af ísi
ca, doOci dent eéessenci ali
sta.
Essat radi çãomet afísica, quesempr ebuscouf undament arar ealidadeapar tirde
i
déi asabst rataseuni versai s, atravésdaconst ruçãodesi stemasf i
losóf i
cos, encont r
ou,
no sécul o XI X,doiscr íti
cosdegr andei mpor tância,consi deradospr ecur soresdo
existenci ali
smomoder no;sãoel esFRIEDRICH NIETZSCHE (
1844-1900)eSÖREN KIERKEGAARD
(1813- 1855) .Par ti
cularment eest eúlti
moéconsi derado,tantoporsuaobr aquant opor
suav i
daconf li
tuosaei ntensa,opr otótipodopensadorexi stenciali
st a.Ki erkegaar d
elaborouseupensament of i
losóf i
conumar efer ênci
adeoposi çãodi retaàf il
osof i
a
i
deal i
st a de Hegel( 1770- 1831) ,que pode ser consi derado o úl timo gr ande
represent anteeoápi cedat radiçãoessenci alistai ni
ciadacom Pl at ão.Oi ndiv í
duonão
pode,segundoKi er
kegaar d,serexpl icadoapar tirdenenhumaessênci auni versal .O
serdohomem consi steem suapr ópriaexi stênci asingular,suasubj etividade,queé
pural i
ber dadedeescol ha.Pori ssoaf il
osof i
anãoser eduzàconst r
uçãodesi stemas
abst r
at os,àespecul açãoconcei t
ualeàdescr içãodeessênci asi deai s;f il
osof aré
afir
maraexi stênciaenquant ol iberdadeeassumi rar esponsabili
dadepel aspr ópr ias
escolhas.Vemos, portant o, queopr i
madot radicionaldaessênci asobr eaexi stênci aé
radicalment ei nvert
ido porKi erkegaard,j ustifi
cando,assi m,aopi nião ampl ament e
aceitadequeessef i
lósof oet eól ogodinamar quêséopr inci
pal emai sdi retopr ecur sor
doexi st encial i
smo.
Par aHeidegger,f oiKi er kegaar dquem anal i
soucom mai orpr ofundidadeal guns
dosf enômenosf undament aisdaexi stência,taiscomoaangúst i
aeat empor ali
dade
enquant oi nstantededeci são.Al unoesucessordeHusser l,comoj ámenci onamos,
Hei degger t em um papelf undament alna ar ti
cul
ação ent ref enomenol ogi ae
existenciali
smo.Par ael e,nãoésuf icientevoltar-
separaaexi stênci asingularem suas
circunstâncias sempr e especí ficas a cada si t
uação histórica concr eta.É pr eci
so
elabor aruma i nt
erpret ação ont ol
ógica do exi sti
rhumano em ger al,isto é,uma
i
nt erpretação que di ga r espei to às est r
uturas que const ituem o serdo homem
enquant oexi stente.Est at arefa,Hei deggerl ev aacaboem suaobr aSeret empo,
publ i
cadaem 1927.A“ anal í
ticadaexi stência”
, al
idesenv ol
vidapel of il
ósofo,ser áuma
espéci edebaseont ológi ca, decunhof enomenol ógico,
par aoexi stencial
ismo.Embor a
Hei deggernegueexpr essament eacl assifi
caçãodeexi stencialist
a,oef eiodeSere
t
tempo sobr e o mov iment o é deci sivo.No campo da cl í
ni ca psicoterápica,sua
i
nf luênciafoitãodi r
etaei mpor tanteque, maisadiante,nosdet eremosum poucomai s
em suasi déi
as.

FRI
EDRICHNI ETZSCHE(1844-1900).Nasceuem Roecken, naAlemanha.Est udouTeol ogi
aeFil
osof i
aem BonneFi lol
ogi
aem
Leipzig.Em 1869f oinomeadopr ofessordefil
ologi
anaBasi l
éia,enov eanosdepoi sabandonouocar goporcausade
suasaúdef rágil.Foinesseper í
odoquei ni
ciouaredaçãodeseust extosfilosóf
icosimport
antes.
SÖREN KIERKEGAARD( 1813-1855)
.Nasceuem Kopenhagen,naDi namar ca,ondeest udouTeologianaUni ver
sidadeeonde
vei
oaf alecer .Suav i
daf oi
mar cadaporint
ensosconf l
i
tosafet
ivoser eli
giososqueseexpr essam em suaobr a.
324
Tendosof ri
dof orteinfl
uênci adospensament osdeHusser ledeHei degger ,f oi
Sar t
requem el abor ouumaont ologiaeumaant ropol ogiaexi stenci ali
stas,nosent ido
mai spr ópriodot ermo.Essef il
ósof o,mi l
itant edar esi stênci af rancesaàocupação
alemã,publ i
couem mei oàSegundaGuer raMundi al,em 1943,suaobr ademai or
projeção,Osereonada,cuj osubt ítuloé“ Ensai odeont ologi afenomenol ógi ca”.Logo
dei nício,Sar tredi vi
deosent esem duasr egiõesont ológi casr adicalment edi stintas,
segundoosseusmodosdeser :o“ serem si ”eo“ serpar asi ”.O“ em- si”(en- soi)di z
respei t
oàscoi sasem simesmas,f or adequal querr elaçãocom aconsci ência,f or a,
por t
ant o,de qual querr el
ação de sent i
do.O “ para-si”( pour -soi)é o mundo da
consci ência,di zr espei to à exi st ênci
a,no sent ido especí fico que l he dá o
existenci al
ismo.Nessecont ext o,ot ermoexi stêncianãoéum mer osinôni modeser ,
comooempr egamosnol i
nguaj arcot i
diano.Exi stiréum modoespecí ficodeser
relacionadoaoent ecuj osent idonuncaest ádadoapr iori– ohomem.Ant esque
existi
sseest af olhadepapeldi antedenós,f oipr ecisoqueal guém pensassenel a,
concebesse i dealment e seu ser ,sua essênci a,par a ent ão pr oduzi-la,dando- lhe
existênci a.Podemosdi zerent ãoquesuaessênci av em ant esdesuaexi st ência.No
casodohomem,ar elaçãosei nver t
e,pr imei roépr ecisoserhomem,exi stir,par a
depoi spensarsobr eissoeat ribuir-
lhesent ido.Assi m sendo,soment eem r elaçãoao
homem év áli
daai nv ersãodaf órmul at r
adi cionaldamet afísicaquedav apr ecedênci a
par aasessênci as.Nocasodohomem,oexi stencialismopost ulaqueaexi stênci a
precede a essênci a.Pori sso,só el e,ao cont rário dos out ros ent es,não est á
predet ermi nadoquant oaoseusent ido,sóel eél i
vre.Adi stinçãoent reo“ em- si”eo
“para-si”possuianal ogiacom adi f
erençaqueoexi stenci ali
smoest abel
eceent re“ ser ”
e“ existi
r ”
:sóohomem exi st
e,enquant oaf olhadepapel é.
Algunsout rosnomesdegr andei mpor tâncianocampodoexi stencialismof or am
of il
ósof oespanholMi gueldeUnamuno( 1864- 1936) ;opsi quiatraef il
ósof oal emão
Kar lJasper s( 1883- 1969) ;a escr i
toraf rancesa Si mone de Beauv oi
r( 1908- 1986) ,
companhei radeSar tre;or omanci st aeensaí stadeor igem ar gel i
naAl ber tCamus
(1913- 1960) ;of i
lósof of r
ancêsGabr iel Marcel 325
(
1889-1973)
,pri
nci
palrepr
esentant
edacor r
ent
ecristãdoexi
stenci
ali
smoeo
f
il
ósof
ojudeudeascendênci
apolonesaMart
inBuber(
1878-1965)
.

Aanal
í
ticadoDasei
ndeHei
degger
O grandei nteressequemot i
vouHei deggeradei xarocur sodet eol ogiapar a
i
ngr essarnaf i
losofiafoiaquest ãosobr eosent idodoser .Suaobr amai sconheci da,
Seret empo ( SeinundZei t),publ i
cadaem 1927,abor da“ aquest ão do ser ”por
cami nhosr adicalment edi fer
ent esdaquel esper corridosat éent ãopel at radição,poi s
nãoi nter
roga“ oqueéoser ”,mas“ qualoseusent i
do” .Oobj etiv
odaont ologi a,de
i
nv est i
garaessênci adosent es,t ransforma- se,ent ão,em umaquest ãoHERMENÊUTICA.O
mét odoempr egadonessequest ionament oont ológicoem Seret empoédenomi nado
porHei degger“fenomenol ogiaher menêut ica”.Segundoel e,af enomenol ogi a,her dada
deseumest reHusser l
,v isadi r i
gir-
se“ àscoi sasel asmesmas– poroposi çãoàs
const ruçõessol t
asnoar .
..
”(1989:57) .Esse“ àscoi sasmesmas”nadat em av ercom
acoi sa“ em-si”dat radição,ref ere-seaum r etornoàs“ coisasmesmas”t alcomoel as
apar ecem, sedão, paraaconsci ência.
Comooserésempr epensadoapar ti
rdascoi sasquesão,i stoé,dosent es,
Hei deggerseper guntasenapesqui sasobr eosent idodoseral gum ent et erialugarde
dest aque.Eleconcl uiquesi m,j ustament eaquel eent equel ançaai nterrogaçãosobr e
oser ,ohomem,assumeum papelpr i
v i
legiado.Pori sso,demandaohomem uma
anál i
semai sdet i
dadeseumododeser ,antesqueseapr of undeapesqui saont ológica,
ou sej a,o quest i
onament o di reto sobr e o sent i
do do ser .O pr ojeto or i
ginalde
Hei deggerpar aSeret emponuncaf oi,noent ant o,concl uído,asduasúni casseções
publ i
cadast r
atam da anal í
ti
ca da exi stência humana.Embor a não f osse essa a
i
nt ençãodof il
ósof o,aobr aacabasendot omadacomoum t r
atadodeant ropol ogia
fi
losóf i
ca e,enquant ot al
,t orna- se uma r eferênci af undament alpar a as ci ências
humanasepar aapsi cologiacl í
ni caem par ticular.
Hei
deggerdesignacomoDasei n(ser-
aí)omododeserdest eentequemesmos
somos.Suadi f
erençar adi
calcom relaçãoaosent esquenãot êm omododeserdo
homem équeel enãopossui umaessênciaanteri
oràexi stênci
a,antes,
oqueel eé,
seu
ser,est
ásempr eem j ogonoseuexi sti
r.Omododeserdosent esnãohumanosé
denominado“sersimpl esmentedado”( Vorhandenheit)porqueoqueel essão,oseu
senti
do,nuncaestáem j ogoem seudev i
rtempor al;enquantoqueomododeserdo
homem éa“ exi
stênci
a”, o“ser-
aí”
,o“
ser -
no-mundo” .

Ot er
mo HERMENÊUTI
CA desi
gnaaar t
eouci ênci
adai nter
pret
ação.A fenomenol
ogi
adeHeideggernão éportant
o
t
ranscendental
nosent i
dodeHusser l,massim hermenêuti
ca.Osent
idoquesedesvel
aat
rav
ésdohomem, nuncasedá
aparti
rdealgum apr i
oritr
anscendent
al,ésempreinter
pret
ação.
326
Aexpressão“ser-
no-mundo”rev
elaaunidadeestruturalontológi
cadaexistênci
a
doDasein.Aanálisedessaestrut
uranosremeteaost rêsmoment osconsti
tut
ivosda
tot
ali
dadedessef enômeno:aidéiade“mundo”comoest ruturadesent i
do;o“quem é
nomundo” ,queser ev
eladeiníci
ocomoimpessoalidadecot i
diana;eomodode“ ser-
em”um mundo, cujaestr
utur
asedesdobraem compr eensãoedi sposi
ção.

a)Amundani
dade
O Dasei n é“ mundano” ,co- or i
ginári
oao“ mundo” ,di ferenciando- sedosent es
simpl esment e dados,“ i
ntramundanos” ,mas dest ituídos de mundo.Porexempl o,
pedr aseár v
or esest ãonomundo,masnãot êm mundo,i stoé,nãosãoaber t
ur asde
sentido,nãosepodendodi zerdel asque“ existem” .Mundoéest ruturadesent i
do,
cont extodesi gni f
icação, l
inguagem sempr ehist oricament eem mov iment o.
O homem,enquant o“ ser -
no-mundo” ,não éencer rado em simesmo,numa
i
nter i
oridadepsí quica,estandosempr enum cont ext or elacional.Ai ndaqueest ejano
i
solament o,é “ ser -
com” ,co- presença.É nesse ser -no- mundo- com- os-out r
os que
apar eceosent idocomodesv elament odosent esquel hev êm aoencont ro.Apal avra
“cuidado”( Sor ge)éusadapar aexpr essaracar act er í
st i
caont ológicadoDasei nde
estarsempr eref eridoaout r
oent e.Omododasr elaçõesdoDasei ncom os“ ent escuj o
modo de seré si mplesment e dado”f oidenomi nado porHei degger“ ocupação”
(Besor gen),eomododasr elaçõescom osent es,t ambém dot adosdoseumodode
ser,“preocupação”( Fürsorge).
O modomai si mediat odeoDasei nser elaci onarcom osout rosent essedá
sempr epormei odaocupação,nomanusei oeuso,subor dinadosao“ ser -par a”dos
i
nstr ument os,ousej a,estásempr ereferidoaum cont extodesi gnificância, mundo, em
quepr edomi nao uso ou aut i
li
dade.Ent retant o,j ust ament equando ar ef erência
i
nstr ument aléper turbadaporal gum obst áculo,ousej a,quandooi nstrument of al
ha,
anunci a-seo “ mundo” .É apar ti
rdosi mpr evistosqueo Dasei n él ançado numa
perspect iv
a em que aqui lo cuj o sent i
do er a si mpl esment e dado r ev ela-se como
dependent edeumat essi
turamai sampl aecompl exadesent i
do, omundo.327

b)Ocot
idi
anoi
mpessoal
Sendoum f enomenól ogo,Heideggernãoi niciaaanál isedoDasei napar tirde
al
gumasi t
uaçãoideal naqual el
esupost ament erev elari
asuasmai oresvi
rt
udes, antes,
estái nteressado no seu modo desercot idiano mai scomum.É na “ i
ndiferença
mediana” ,“impessoal”,queseencont r
a, deinícioenamai orpar t
edasv ezes,oexi sti
r.
Háumat endênciaparao“ encobriment o”,ist
oé, oDasei nfogedesi ,
esquecendo-sedo
seu“ serpr ópri
o”,rel
acionando-secom el ecomoal goquej ápossuiumaconf i
gur ação
preestabelecida.Aausênci adesur presaseaev idênci acaracteri
zam apreocupaçãoe
aocupação.Omododef alareescrev erdescompr omet i
do( fal
atórioeescrit
ór i
o),a
formadesper sonali
zadaei nsaci áveldel i
darcom onov o(curi
osi dade)parapr eserv
ar
oconheci do,ev i
tandoast ransformações,expr essam omododesercot i
di anodo
Dasein, “decadent e”e“ inautêntico”.
É essa compr eensão “ medi ana” que,quase sempr e,di taer egul a suas
possibil
idades de ser ,di spensando de r eali
zar,de modo pr ópri
o e pessoal ,o
desvelament odosent idodosent esapar tirdaexper i
ênciadesuaal teri
dadeir
r edutí
vel.
Sob o domí nio dadecadênci a,o Dasei n seesquecedesuaest r
uturabási cade
i
nt er
rogareper maneceem umaopaci dadequeencobr eedi storceodesv el amento
daspossi bil
idadesdesent idodesimesmoedosent esquel hev êm aoencont r
ono
mundo.Dei nícioenamai orpar tedasv ezes, toma-seporum ent ecujomododeserj á
estiv
esse pr eviament e dado,não r ealizando suas possi bi
li
dades mai s própr i
as e
singulares.
Tant o o modo de serda “ propriedade”como o da “ impropri
edade”são
possibil
idadesconst i
tutivasdoDasei n.Nãosepassadeum mododeseri mpessoale
i
mpr ópr i
opar aum out ropessoalepr ópr i
odemododef i
nit
ivo,comosef osseum
desenv olviment oev ol
ut iv
odaper sonalidade.ODasei n,em qualquerum dessesmodos,
nuncadei xadecompor t
aroout roenquant opossi bi
li
dade.

c)Compr
eensãoedi
sposi
ção
O“ ser
-em”nãodizrespei
toaumar el
açãoespaci
aldedoi
sentesext
ensos,nem
t
ampoucoàr el
açãoent
resujei
toeobj
eto.O“em”si
gnif
icaqueoDasei
n328
eomundosãocoexi
stent
es.Um j
amai
sant
ecedeoout
ro,sãoco-
ori
ginár
ios.O
Dasei
n é abertur
a de sent
ido,e as dimensões essenci
ais dessa abertur
a são
denominadasporHei
degger“
compreensão”(Ver
stehen)e“di
sposi Bef
ção”( indli
chkei
t)
.
Talaber turacompr eensi vanãoéal goaf et
ivament eneut r
o, queser estri
ngeaoâmbi to
i
ntelectual.Todacompr eensãoj áésempr edot adadeuma“ color
ação”af et
iva,deum
“humor ”ou“ disposição” .Disposi çãoecompr eensãoconst i
tuem omododeserda
abertura.
MesmooDasei nsendo, fundament alment e,abertur
adesent i
dodoserdosent es,
em seumodocot idianoemedi anodeser ,tende,dei níci
oenamai orpartedasv ezes,
ao fechament o.Ao ci rcunscrev er-senum hor izontedei nstr
ument ali
dade,t omao
sentido desimesmo edosout r
osent escomo si mplesment edado.Quando um
i
nstrument onãof unci ona,torna- secoi sa,r evel aapossi bili
dadedeout rossent idos,
most rando-se,assi m,anão- nat uralidadeeaausênci adeum f undament oabsol ut oe
segur opar aaest ruturadesent i
doem queel eant espareciaseral godadopar aal ém
dequal querespant o.Anunci a-seo“ mundo”( est rutur
adesi gnifi
cância)sobai lusãode
umanat urezasi mpl esment edadaquesedesf az.Surgeaangúst iadiantedonada,da
fal
tadesent i
do,do“ vazio”desi gni fi
cação.Aangúst i
aéa“ disposiçãocompr eensi va”
naqual oDasei nest áaber topar asi mesmo, par aseuser -no-mundo.Aangúst i
ar ev ela,
port
ant o, opoder -
sermai spr óprio,apur aaber turadesi gnif
icações, r
eti
randooDasei n
de sua decadênci a porr ompercom a f ami li
ari
dade cot i
diana.Sur ge,ent ão,o
“est
ranhament o”,quef azcom queosent esnãomai sapar eçam comosi mplesment e
dados,e,conseqüent ement e,ar esponsabi l
idade,at éentão“ esquecida”,deassumi ra
l
iberdadedepoder -serdedi ferent esmanei r
as.

d)Oser
-par
a-a-
mor
teeopoder
-serem sent
idopr
ópr
io
Tendoanal sadooDasei
i nem seumododesercot idi
ano,t alcomoseencont ra
dei níci
oenamai orpartedasv ezes,Heideggerpr
osseguesuaanal í
ti
ca,nasegunda
partedeSeret empo,buscandoagor adesv el
araspossibil
idadesmai sprópr
iase
autênt i
casdesseent e.Comonai nter
pretaçãoontol
ógi
caat otal i
dadedof enômeno
precisaserl evadaem cont a,fazia-seaindanecessár
iaessainv estigaçãodo“ ser-
no-
mundo”em seumodomai sprópr i
o.
Porsua car act
erí
sti
ca f undament alde poder-
ser,o Dasei nr esi
ste a uma
apreensãot otal,j
áquedev e,em podendoser ,ai
ndanãoseralgo.Enquant oéum ente,
oDasei njamai salcançasuat otali
dade,permanecendoem constant e329
inconcl usão.Mas,senãopodemosf alaraquidet otalidadeenquant or euni ãode
todas as possi bili
dades,podemos f alarde t otal i
dade enquant o aqui lo que se
cir
cunscr eveaum l imi t
e, aum f im.Aomor rer,oDasei nnãoémai snomundo, f
indam-
seassuaspossi bili
dades.Por tant o, apr eendê- l
ocomoum t odoéum empr eendi ment o
quer equeroescl ar eci ment odof enômenodamor te,ent endidodef ormaont ológi ca
comooseupoder -sermai spr ópr i
o.Enquant oexi st e,o Dasei néser -
par a- a-mor te.
Desdequenascemosj áest áimpl í
citaem nossaexi stênci a, aqual quermoment o, est a
possi bilidade.Por ém,háumadi ficuldadeônt icadef azeraexper iênci aont ológi cado
“ser-par a-a-mor te”.Nãot emosacessoàper daont ol ógi casof ridaporquem mor re;no
máxi mo,est amosapenasj untos.São duasexper iênci asdi ferent es:uma del asé
sofrer mosnomododapr eocupaçãor ev erenci alpel oout ro,oqueépossí v elsoment e
porser mosessenci alment e“ com- o-out ro” ;out raéexper i
enciar mosonossopr ópr io
“ser-par a-a-mor te”.
Ref eri
mo- nos,ant eriorment e,à angúst ia como a di sposi ção que l ev aà
possi bilidadedesi ngul arizaçãoporcol ocaroDasei nem cont atocom oseusermai s
própr i
o, queéaexi st ênci aenquant oaber tur adesent i
do.Sendoo“ ser -
para- a-mor te”a
possi bilidademai spr ópr ia,irremi ssívelei nsuper áv eldohomem enquant opr oj eto,
pode- sedi zerquet odaangúst iaé, em úl timai nstânci a, angúst iadamor te.
A mor t
eéapossi bili
dadeext remaqueant ecedet odopoder -serdef at odo
Dasei n,ousej a,oDasei népar a-a- mor te,sempr ej áf oi,poi sjáseant ecipoupar ael a
desde o seu pr i
mei ro suspi ro de v ida.Por ém,o Dasei n se esquece que exi st e
projetando- se, compr eendendo- seant eci padament eeapar ti
rdesuaspossi bilidades, e
perde- senosr uí dosambí guosdof alatór io.Nessecont ext o,amor teéencar adacomo
um f enômenodoqualépr ecisodesv iar-se.Mas,ésoment eexper ienciandoessa
angúst iadi antedonadaqueoDasei npodeescol herasimesmo, encont raroquet em
demai spr ópr i
oesi ngul arpar aal ém dasest r
utur asdo“ mundopúbl ico”e“ impessoal ”.
At endênci acot idianaaf ugi rdaangúst i
adamor teencobr eo“ ser -
par a-a-mor te”
maispr ópr i
o.Opr ojet oexi stenci aldeum “ ser-par a-a- mor te”em sent i
dopr ópr i
odev e,
portant o,el abor arosmoment osdesseserqueoconst i
tuem comocompr eensãoda
mor te,nosent idodeum serpar aapossi bili
dadecar acter i
zada,quenem f oge,nem
encobr e.Ésoment e“ anteci pando”queoDasei ndesent r
anhaapossi bili
dadede“ ser -
para-a- mor te”enquant omodopr ópr i
ode“ ser-no- mundo” ,em quesempr eest áem
j
ogooseuexi stir
,e,dest af orma,v olta-separ asuaspossi bil
idadesmai ssi ngul ar es,
determi nadasapar tirdesuaf i
nitude, desv enci l
hando- sedoi mpessoal .330
Hásempr e,dur anteoexi strdo Dasei
i n nomundo,um chamament opar ao
“poder -ser-mai s-própr i
o”;é o que a compr eensão comum chama de “ voz da
consci ência” ,equeHei deggerdenomi na“ cl
amor ”.Terconsci ênciadesuasescol has
significa,ent ão,r ecuper arseu pr ojet o.Essa “ conv ocação”escapa de qual quer
determi nação, rompecom al inguagem docot i
di ano, jáqueoseudi scur soésilencioso
eabr eo“ poder -
ser ”comosi ngularidadedecadaDasei n,nãoof erecendo,por tanto,
nenhumai nter pretaçãouni versal.Ésoment enof enômenoda“ decisãoant ecipador a”
queoDasei nconseguer esponderaoapel odaconsci ência,poi ssepr oj
etapar aas
possi bili
dades mai s pr ópr i
as,escol hendo a simesmo,t endo a angúst i
a como
disposi çãocompr eensi vaqueconv i
daat almov iment o.
Adeci sãoi ndi caum “ ser-
si-mesmo”em sent idopr óprio,umaescol haquenãoé
mov idaporumav ont adesubj etiv
aar bitrári
anem est ásubor dinadaaal gum códi go
mor al, masàescut adocl amordaconsci ência.Par at anto,épr ecisosi lenci
arosr uídos
do f alatório que di spersam o Dasei n no domí ni o do mundo públ i
co i
mpessoal .
Soment enacompr eensãodoseu“ ser -
par a-a-mor te”,naexper iênciadasuaf initude,o
Dasei npodedi ssiparoencobr iment odesimesmoel ançar-senassuaspossi bil
idades
mai ssi ngular es,modi fi
candooseucenár ioexist enci al.
Conf ormej ámenci onamos,Seret empo per manecei nacabado.A par ti
rde
meadosdadécadade1930, Heideggerabandonaousodost ermos“ fenomenol ogia”e
“hermenêut ica” ,mas,como el e própr io decl ar a,“ isso não ocor r
eu,como mui t
os
pensam, paranegarai mpor tânci
adaf enomenol ogia, maspar adei xarmeucami nhode
pensament osem nome”( 1976:114) .Aocont r
ár iodai nterpretaçãousualqueenf ati
za
essai nflexão desuat rajetóri
aocor ridanosanos1930edenomi nadar eviravolta
(Kehr e)comoumar uptura,opr ópri
oHei deggersempr eai nterpretouem t ermosde
continui dade.Doi st emasf undament aisdasr ef l
ex õeshei degger i
anasapar ti
rdessa
fasesãoal i
nguagem poét icaeaquest ãodat écni camoder na,quenãov amost ratar
aqui por queul t
rapassam oescopodest el i
vro.

ADasei
nsanal
yse
Em vi
rt
udedaabr angênci
aquaseindefi
nidaqueaexpressão“análi
seexist
enci
al”
adquir
iu,ost er
apeutasquedesenvol
veram seut rabal
hosobai nfluênci
adi r
etado
pensamento deHei deggeracabar
am poradot aro ter
mo alemão Daseinsanal
yse,
mesmoem l ínguasestr
angeir
as.Apal
avra,que331
épr ovenientedaobr aSeret empo,si gni
fi
ca“ anál
isedoDasein”erefere-
seà
temati
zaçãoont ol
ógicadasestrut
urasexistenci
aisconstitut
ivasdohomem enquanto
“ser
-aí
”(Dasei n).ADaseinsanal
yseclí
nicaconst i
tui
,noent anto,umaapl
i
caçãoôntica
daanalít
icahei deggeri
ana,poi
scadaf enômenoquev em àluznodiál
ogocl
íni
codev e
serdiscutidoapar t
irdocontextofactualconcretoem quesur geenuncareduzido
generi
cament eaumaest rut
uraexi
stencial
.

a)Bi
nswanger
Opsi quiatr
asuí çoLudwi gBi nswangerf oium dospr i
mei rosque, jánadécadade
1920,pr opôsaapl i
caçãodaf enomenol ogi aaocampopsi quiátri
co.Dezanosdepoi s,
sobai nfluênciadeHei degger ,tornou- seum anal istaexistenciale,em 1941,adot oua
expr essão Dasei nsanal yse par a denomi narsua abor dagem.O encont ro com o
pensament odeHei deggerper mi tiuqueBi nswangerel abor asse, demodomai spreciso,
suai nsat i
sfaçãocom amet odol ogiaci ent íf
ica,her dadadasci ênci asnat urais,quese
afi
r mav anapsi quiatr
ia.
Os pr i
ncipais aspect os da abor dagem ci entíf
ica,cont ra os quai s a anál ise
existenci alseopunha,er am odet ermi nismocausalapl icadoàexi stênciahumanaea
tendênci adesuporf orçasecompl exospsí quicosocul tossob osmodosdeser
diretament e percept í
v eis.Na base dessa concepção met odol ógica,Bi nswanger
per cebeuqueseencont ravaadi vi
sãocar tesianadomundoem “ res-extensa”e“ res-
cogi tans” .Essa ci são,ao mesmo t empo em que separ a o homem do mundo,
encer rando- onumaesf er asubj etivader epresent ações, iguala-oaosent esnat urai
sno
mododesersubsi stente,i stoé,subst ânciassi mpl esment edadas.Em al ternati
vaa
esset ipodecompr eensão,consi deradaporel ear t
ifi
cial,Binswangeradot ouanoção
deDasei n,naqualo“ ser -
no- mundo”j áéumacondi çãoexi stenci alor i
ginária,ousej a,
ont ológica,enãoal goacr escent adopost eriorment e.Al ém di sso,oDasei n,em seu
mododeser ,j
áésempr eaber turat empor alecompr eensi va,oquei mplicat ersempr e
umaor ientação,um pr ojet o,quepr escindedeexpl i
caçõescausai sdení velônt i
co.
A par ti
rde uma descr i
ção dasei nsanal í
t i
ca,Bi nswangerel aborou di versos
estudosdecasoscl í
nicosdepaci entesesqui zofrênicosqueset ornaram cl ássicosda
psiqui atria,comoosdeSuzanneUr ban,El lenWesteLol aVoss.Suasdescr i
ções
fenomenol ógicasdos“ modos- de- ser”dospaci entesdesdobr am omundoem t r ês
regiões: omundoenquant oambi entef ísicoci rcundant e332
(Umwel t),omundodasr elaçõescom oout ro(Mi t
welt)eomundopr ópri
odo
pensament oedocor po( Ei
genwel t
).
No desenv olviment o de seu t rabalho clínico,uma segunda e i mpor tante
mudança de or ientação ocor reu em sua abor dagem.À noção hei degger iana de
“cuidado”( Sor ge) ,quei ndicaqueoDasei nenquant o“ ser-
no-mundo”sedásempr ee
essenci alment enum exer cícioder elaçõescom osent esquel hev êm aoencont ro,
Binswangerj ulgou necessár io acrescent ara noção de “ amor ”
.Or a,sendo um
existencial,istoé, umaest ruturaont ológicaconst ituti
vadoDasei n,o“cuidado”nãodi z
respei t
oaum t ipoespecí f
icoder elação,esi m àcondi çãodepossi bili
dadedos
diversosmodosder elações, incluí
dasaíasaf eti
vas, comooamor .Oqueoacr éscimo
deBi nswangeri ndi caéqueel eent endeuo“ cui
dado”num ní velôntico,comocui dado
factualporum ent ej ádadonomundo,achando,assi m,necessár i
opost ularout ros
modosder elação.
Nabasedessedesenv olviment of i
cav aclaroqueai déiadeumasubj etivi
dade
subsi stente,supor tet r
anscendent aldasi déiaseemoções,não f orar adicalment e
ult
rapassadaporBi nswanger .Reconhecendoessef atoeest andocoer entecom os
seusf undament osf ilosófi
cos,el eretomaumaposi çãomai shusser l
ianaepassaa
empr egaraexpr essão“ fenomenol ogiaant ropológica”par anomearsuaabor dagem.

b)Medar
dBoss
I
nfluenciadoporBi nswangeremot ivadopori nteressesmai sclínicosdoque
epistemol ógicos,o psiquiatr
aepsi cot erapeutasuí ço Medar dBossv islumbrouno
pensament odeHei deggernov aspossi bil
i
dadespar aoexer cíciodacompr eensão
terapêutica.Estabelecendoseupr i
mei rocont atocom of i
lósofoporcar ta,em 1947,
i
niciouum l ongoer egularintercâmbi oqueper dur ouporquase30anos,at épróximo
damor tedest e.De1959at é1969,Hei deggert ransmiti
upessoal mentesuasi déiasa
um gr upodemédi cosepsi coterapeut asem semi nári
osor ganizados,algumasv ezes
aoano,porBoss.Tai sencont r
osf oram compi ladoseedi t
adosporBosssobot ítulo
Semi náriosdeZol li
kon,econst it
uem mat er i
aldegr andei nteressepar aar eflexão
sobreapsi coterapi
a.Em 1971,f oif undadaem Zur i
que,naSuí ça,aAssoci ação
Int
er nacionaldeDasei nsanalyse.
Enquant oexercíci
ocl í
nicoe,por tant o,ônt icodaanal í
ti
caexi stencialontológi ca
propost aporHei degger,aDasei nsanalysepr opõeapenasum cami nhoouumaat itude
deol harf enomenológico,em queosf enômenoschamados333
nor mais e pat ológicos do exi st i
rhumano possam apar ecer ,a par ti
rde si
mesmos,em suasmúl tiplaspossi bilidadesdemani fest ação.Talat i
tudeev it
aque
essesf enômenossej am cont idoser eduzi dospel av iolênciadaobj eti
vaçãoci entí
fica
aosseusaspect osapenasor gâni cos,psi col ógicos,soci ológicoset c.Acompr eensão
fenomenol ógicanacl ínicanãosepr opõeaconst ruirum si stemader epr esentações
concei tuaisadequadasàsubj et i
v i
dadehumanaeseusest adospat ológicos, massi ma
temat izaroâmbi toor i
ginár iodo“ ser -
no- mundo- com- o-outro”,queconst i
tuiacondi ção
depossi bil
idadedet odocompor tar-seer el acionar -sehumanos.
Par aaDasei nsanal yse, o“ ser -doent e”nãoé“ algo”quepossaserdef i
nidoapar ti
r
de uma essênci a posi tiva.Todo modo de “ ser -doent e”car act eri
za-se como uma
pri
v açãodeum modode“ ser-sadi o”.SeoDasei né,essenci alment e,aaber tural i
vreda
existênci a,al imitaçãodessal i
ber dadeéumapossi bi l
idadej ásempr edadaaohomem.
Todadoençaéumar estriçãomai soumenosgr av edopoderdi sporl i
vrement edo
conj unt odepossi bili
dadesder elaçãoem queohomem sempr eseencont r
a.Oque
dif
er enci a,porexempl o,ochamadoneur ót i
coobsessi vodohomem nor malnãoéo
fatodequeaquel et em al goquel hedáapossi bil
idadedocompor tament oobsessi voe
queosout rosnãopossui ri
am;t odost êm,enquant ohomens,t alpossi bil
idade.Oque
caract er i
za o neur ót i
co enquant ot alé o f ato de que el e est ár estrit
o a essa
possi bi l
idade,f echadoaoexer cíciodei númer asout rasquef azem par t
edoexi sti
r
saudáv el
.
Bosspr opõet rêsquest õesque,par aacompr eensãodasei nsanalíti
ca,abr em a
temat izaçãocl ínicadeum modoespecí f
icode“ ser -doent e”( Boss, 1976: 14) :
1.Qual éapossi bil
idadeder elaçãoper turbada?
2.Qual éaesf eraquev em aonossoencont ro, queest áv i
sadanessar elação?
3.Comoessaper turbaçãor elaci onal semani fest a?
Adoençanãopode,por tant o,sert omadacomoumaent i
dadeem simesma,
simpl esment edada.Qual quersí ndr omev ist aisol adament eéumaabst raçãoci entíf
ica.
Umapessoanãopodeserconsi deradaneur óticaoupsi cóticademodoger al,
comose
i
ssoconst i
tuísseum at r
ibut oposi tivo, aindaqueaci dent al,doseuser .Em cadacaso, é
necessár i
oper gunt ardi ant edequesi tuaçãor elacionalespecí fi
caal guém secompor ta
demodoneur óticooupsi cót i
co.
Éi mpor t
ant el embr ar,no ent ant o,queo Dasei n em seu modo cot i
diano e
medi anodesert ende, dei níci
o, aof echament o,istoé, aoencer rament ode334
todosent i
dodosent esnum hor izont edei nst r
ument al
idade.Talf echament onão
car acter iza,porsisó,nenhumapat ologi a.Par aquesepossaf alarem “ dist úr bio”,é
preci soqueol i
mi tedeaber turaaosent idodo Dasei n estej af ortement er est r
ito,
compr omet endosual i
ber dadedecor r esponderaosapel osdasi tuaçãoexi st enci alem
queseencont ra.Dei ní cioenamai orpar t
edasv ezes,ohomem encont ra- senum
mundocuj osent idodosent esési mpl esment edado,nãosendo,por tant o,t emade
umaapr opr iaçãor eflexi va.Apenasquandoumacoi saouacont eciment oescapado
seu l ugaresper ado na r ede de si gnifi
cânci ai nsti
tuída como mundo,sur ge o
estr anhament o,aangúst i
aeademanda,nem sempr ecor respondi da,det emat ização
dosent i
do.Essademandapodeassumi rdoi sní veisdeabr angênci adi stint os.No
primei ro,quest i
ona- seosent i
dodeum ent eintramundanoapar ti
rdohor izont ede
sent idoj áest abel ecido.Nosegundo,i mpõe- seum quest i
onament omai sr adi calque
põeem j ogoopr ópr iohor i
zontedesent idoenquant ot ale,por t
ant o,osl i
mi tesdo
mundo( doDasei ncomoaber tura) .Énest ecasoquepensamossermai sper tinente
falarem di stúr biooucr i
senacot idiani dadedo Dasei n.O di stúrbioéaameaçaà
estabi lidadedaest rut uradesent ido,chamadamundo,apar ti
rdeum acont eci ment o
quesei mpõeao Dasei n comosem sent idooucomoacenodepossi bi l
idadesde
sent idor adi cal ment eest ranhascom r elaçãoaohor i
zontedado.
A psi cot erapiaexi stencial,como espaço deacol himent o ecompr eensão do
distúr bio,nãoéum pr ocessov olunt ar i
ament econduzi dopel ot erapeut anopl anodas
repr esent açõest eór icasmai sadequadasàest ruturapsi cológicadocl i
ent e.Aquest ão
quei nst i
t uiat er apia,enel asei nst ala,éamesmaj áimpost apel av ida.Por t
ant o,não
se pode at ri
bui rà r elação t erapêut ica nenhum pr ivil
égio no sent ido de mai or
objet ividade,neut ralidade ou af ast ament o.Podemos apenas di zerque o espaço
terapêut ico se mant ém no esf orço de sust entara quest ão,enquant o quest ão
concer nent eao“ poder -ser”pr ópriodoDasei n,atéol i
mi teem queseuapel osusci te
nov aspossi bi
lidadesdecor respondênci a.
Par aaper spect iv adasei nsanal í
t ica,ar el
açãot er
apêut icanãodev eserpensada
nopl anodeumai nter subj eti
vidade,i st oé,comoum encont rodesuj eit
osi sol ados,
i
nt er i
oridades def inidas a par t
irde simesmas.O “ ser-com”é uma di mensão
ont ológi caconst itutivadoDasei nenquant ot al.CadaDasei njáésempr e“ no- mundo-
com- o-out r
o” ,eo modo mai spr ópr io deser“ si-mesmo”não excl ui,masi mpl ica
obr igator iament eal gum modoespecí ficode“ ser-com” .Opr obl emadacompr eensão
doout ronãoser eduz ,por tanto,jamai saumaquest ãodemet odol ogiaset écni cas, ao
cont rár i
o, essassoment esãopossí veis335
enquantodesdobr
ament otemáti
codapré-compreensãodooutroem quej á
sempr eseencontraoDaseinsegundoseumodode“ ser-
no-mundo”
.Talcolocaçãoé
essencialparaapsicot
erapia,poi
sdeslocaaquestãodav er
dadedoâmbi todas
teor
ias,metodol
ogiasetécnicasparaaquel
edaexperi
ênciaedaexist
ência,noqual
estásempr eem j
ogooprópri
oserdohomem.

Out
rasi
rr
adi
açõesei
nfl
uênci
asdapsi
col
ogi
aexi
stenci
al
Paraospr opósi t
oshi stori
ogr áfi
cosei nt rodutóriosdopr esent et ext o,opt amos
porpr ivil
egiarasbasesf i
losóficasdoexi stenci ali
smo,pr inci pal ment e,aanal í
t i
cada
exi stênciadeHei deggereseusdesdobr ament osmai sdi retosnapsi cologi acl ínica
com Bi nswangereMedar dBoss.Consi deramosqueoei xoHei degger - Binswanger -
Bossf oiapr i
ncipalv iadel igaçãoent reaf ilosof i
adaexi st ênci aeapsi col ogi a,bem
comoseumai si mpor tant enúcleodei rradiaçãoi ntelectual.
NosEst adosUni dos,um dosmai oresnomesdapsi col ogi aexi stenci al,também
responsáv elporsuadi fusão, f
oiopsi cólogocl í
nicoRol loMay( 1909- 1994) ,quet ev ea
i
nf luênci adeseupr ofessoreami goPaulTi l
lich( 1886-1965) ,t eólogoexi stencial i
sta
alemãoi migradopar aaAmér i
caem 1933, logoapósaascensãodeHi tl
er.Maypassou
trêsanosi nternadonum sanat óriopar aot rat ament odeumat uber culose.Esser etiro
for çadol hedeuot empoeaper spect i
vaexi stencialpr opíciospar aumaapr oximação
dasi déiasdeKi erkegaar d.Embor af ortement ei nfluenciadopel aspr i
ncipai si déiasdo
exi stenciali
smo eur opeu,May i mpr imiu à sua psi cologi a exi stenci alal gumas
car acter í
sti
cas pr ópr ias,como uma mai orapr ox i
mação das i déias humani stas
amer icanas,umat endênci adeconci liaçãocom cer tasnoçõespsi canal í
ticaseouso
deconcei t
osdeest ágiosdedesenv ol
v i
ment o.
O mai s i mpor tante cent ro acadêmi co de pesqui sas em psi col ogia
fenomenol ógico- existenci alnosEst adosUni doséodaUni v ersi dadedeDuquesne,na
Pensi l
vânia,cuj at radição se i niciou na década de 1960,com Adr i
an v an Kaan.
At ualment e,um dosmai sconheci dospsi cot er apeutasexi stenci aisamer icanoséI r
v i
n
D.Yal om,nasci doem 1931,pr ofessordaUni v ersi
dadedeSt anf or
deaut ordeal guns
l
iv rossobr epsi cot erapiacuj osucessoul tr
apassouocí r
culodopúbl icoespeci alizado
com ost ít
ulosOexecut ordoamor( 1989)eQuandoNi etzschechor ou( 1991) .
De um modo ger al,podemos af irmarque a psi col ogi a existenci alnor te-
amer icanaapr oximou- semai sdeumaper spect ivahumani staedas336
const ruçõest eór i
caspaut adasnasnoçõesdeper sonal idadeedesenv olvi
ment o,
dificilment econci liáv eiscom asabor dagensdasei nsanal í
ticasdeBi nswangereBoss.
Alguns i mpor tant es t eór i
cos amer icanos da psi cologi a,embor a não possam ser
enquadr adosnapsi cologi aexi stenci al ,sof reram i nfl
uênci asdedi fer ent esgr ausdas
i
déi asexi stencial i
st as.Ent reosmai sdest acados, podemosci t arGor donAl lport( 1897-
1967) ,Abr aham Masl ow( 1908- 1970)eCar lRoger s(1902- 1987)( cf.capí tul
o20) .
Embor asej acompr eensí velaapr oximaçãoent ref enomenol ogi aexi stenci ale
humani smo, comomui tasv ezessepodev erif
icarpel af usãodost ermosnaexpr essão
“psi cologi a exi stenci alhumani st a”,é pr eci so anal isar com mai or cui dado t al
associ ação.Tr ata- sedeumaapr oxi maçãomui tomai snegat iva,ist oé,det ermi nada
mai sporumaal i
ançacont raum oposi torcomum doqueporumai dent i
dadepr of unda
deper spect i
v as.Ohumani smot em comopr incipalmat r
izaf il
osof iar omânt i
caque
exal taacont empl açãoest ética,oi nt ui
cioni smoaf et ivoeasuper ação,porf usão
empát i
ca,dadi cot omi aent resuj eit o eobj eto.Se,porum l ado,af enomenol ogia
exist enci altambém v al ori
z aai ntui çãoecr i
ticaasepar açãoent resuj eitoeobj etoda
tradi çãoci ent if
icist a,el anãoent endeaexper iênciadi ret adosf enômenoscomoal go
quedi gamai sr espei t
oaoâmbi toaf et ivodoqueaor aci onal ,emui tomenosabr emão
dor i
goredadi mensãocr ítica.Out radi ferença,t alvezai ndamai si mpor tante,éa
concepçãodesuj eito.Se,par aohumani smo,écent ralai déi adeumasubj etividade
i
nt er i
or,i ndivi
dual ,aut oconsci ent eesempr ev oltadaem úl ti
mai nstânci apar aaaut o-
real i
zação, aDasei nsanal ysepost ul acomof undament oessenci al aimpossi bili
dadede
qual querf ormadeobj etivaçãodaexi st ênciahumanacomosubj et i
vidadeencapsul ada,
sejacomopsi que,eu,pessoa,per sonal i
dade,consci ênci aet c.O t emaépol êmi co
mesmoent reospr inci paispensador esdaf enomenol ogi aexi st encial .Em 1945,Sar tre
pronunci asuaf amosapal estrai nt i
tul adaOexi stencialismoéum humani smo,naqual
def endeai déiadeque, port ratar-sedeumaf i
losof iaqueconf ront aohomem com sua
l
iber dadeer esponsabi li
dade,l ev ando- oaumaét i
cadaaçãoedoengaj ament o,o
exist enci al
ismoser i
a, por t
ant o, um humani smonosent idomai spr ópr io.JáHei degger ,
em umacar taenv i
adaaoseudi scí pul of rancêsJeanBeauf ret,epubl i
cadaem 1947
com ot ítuloSobr eohumani smo,decl araai ncompat ibilidadeent reacompr eensãodo
serdo homem como exi stênci a,pur a aber tura de sent ido,e as per spect ivas
humani stasqueaf i
rmam al gum t i
podeessênci apositivadohomem, talcomoar azão,
aemoção, aper sonal idade, aal maet c.337
Out rai nfluênciadaf enomenol ogiaexi stenci alquemer eceserci tadaéado
mov i
ment odenomi nado“ ant ipsiqui atria”,dosi nglesesDav i
dCooper( 1931- 1986)eR.
D.Lai ng( 1927- 1989) .Suapr incipali nterlocuçãosedeucom asi déiasdeSar tr
e,que
chegouapr efaciaraobr aRaz ãoevi ol ência,porel espubl icadaem 1964.
NoBr asil,af enomenol ogiaex ist encialcomeçaat erpresençamai ssi st emáticaa
partirdadécadade1970,masj áem 1963f oiapr esent adaporEust áqui oPor tell
a
Nunesat esedel i
vre-docênci aàFacul dadedeMedi ci nadaUni ver
si dadedoBr asi l
,
atualment e Uni versi
dade Feder aldo Ri o de Janei ro,i nti
tulada Fundament os da
psicoter api a,abor dando af il
osof iadeHei deggereo pensament o psi qui átri
co de
Binswanger .Em 1973,f oif undada em São Paul o a Associ ação Br asilei
ra de
Dasei nsanal yse,com a col abor ação di r eta deMedar d Boss.At ualment e,exi stem
váriassoci edadesdef ormaçãoegr uposacadêmi cosdepesqui sa,especi alment eno
eixoSul -Sudest e.
O exi stenci ali
smo e,pr incipal ment e,a f enomenol ogia cont inuam sendo
i
mpor tant es l inhas de f orça no campo das pr oduções e pesqui sas at uai
s em
psicologi a.Seénaár eadapsi coter apiaqueessapr esençasemant ém mai sf orte,
assistimos r ecent ement e a uma r etomada das per spect ivas f enomenol ógicas no
campodosest udosdacogni ção.Essedi ál
ogocom af il
osof i
at em cadav ezmai sa
cont r
ibui rpar aqueapsi cologi aal canceumacompr eensãomai spr of undadeseus
própriosf undament os.O hor izont e de subj etiv
idade- objeti
v i
dade e o pensament o
técnico- calcul ant e,queci r
cunscr ev em osl imitesdesent idodomundomoder noe,
portant o,docampodedi sper sãot eór i
cadaspsi cologias,f oram t emat izadospel a
fenomenol ogi a e pel o exi stenci alismo com uma densi dade cr í
tica r arament e
alcançada.Soment eapar t
irdeum t alapr of
undament ocr í
ti
cosobr eospar adigmase
ascondi çõeshi stóri
casdeondepr ov ém podeum pensament oabr ir-separ anov as
possibi l
idadeshi stóricas.

I
ndi
caçõesbi
bli
ogr
áfi
caseest
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ópoli
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Apoesi
aquepensaé,em verdade,
atopol
ogi
adoSer.”
Mar
ti
nHeidegger
,Daexper
iênci
adopensamento338
I
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caçõesbi
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