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Amb

D’
Mi
r
l
a
ano
Na pr i
mavera de 1994 em Nápol es,
I
tália, em um mundo em cons t
ante
evol ução,nasci
.Minhachegadacoi ncidi
u
com uma er a de t r
ansição,onde as
fronteiras ent
re o passado e o f uturo
par eciam s e di
ssi
parcomo névoa ao
amanhecer .Enquanto o mundo s e
encant avacomosavançost ecnológicose
a pr omessa de um f uturo digit
al,eu,
Ambr a, encontr
ava meu r efúgio nas
revistasdemoda, apres
entaçõesdet eat r
o
ef esti
vaisdemúsica.

Desdeat enr ainfância,acur iosi


dade
tornou-se mi
nha fielcompanhei ra,uma
chama ar dentequemei mpul sionava a
explorarosmeandr osdoconheci mento Minha mãe,pr oveni ente das terr
as
artí
sti
coecul t
ural.
E nquantoas ociedade banhadas pel o Medi t
errâneo na Itál
ia,
ao meu r edor mer gulhava na tr
ouxecons igoapaixãoar denteeaal ma
efervescênci
a da r evolução di git
al,eu vi
brant edaculturaital
iana.A expressão
encont r
avaconf or
tonacr i
atividadeena art
íst
i
ca,o amor pel a culi
nária ea
expressãoartí
st
ica. cel
ebr ação da vi da er am el ementos
i
ntrí
nsecos de s ua her ança, que s e
Meupai ,uma figur aimponent ecom entr
elaçaram de manei ra harmoniosa
raí
zes prof undas na Gr écia ant i
ga, com asi nf
l
uênciasgregasem nos sacas a.
personi
ficavaaes t
abil
idadeeas abedori
a
ancestr
ais
, além deseucons ervadori
smo.
Cadaens inament oeraumaj anelapara
um mundovas t
odeconheci mento,uma
herançaqueel etr
ans mit
iacom rigi
deze
machismo.
del
icadaent rearebeldiadajuventudeea
aceit
ação da s abedor i
a acumulada ao
l
ongodosanos .
>
>>>

X
X
Minha i nfânci
a f oi mar cada pel a
i
ndependênci a,j á que meus pai s est
avam
fr
equent ementef ora de cas a,trabal
hando.
I

Tornei
- mecomoumamãepar aomeui rmão
mai s novo,sendo r esponsávelport odos os
cui
dados ,
acoz i
nha,al i
mpez aebuscandos era
melhorfigur amat ernapar aele.Acasapulsava
com aener gi
adoes forçoedadedi caçãodos
meuspai s,mas,porvez es,
meviaem um oásisde
sol
idãopar ental
.

Meui rmão eeuf ormávamosuma equi pe


unida, expl
orando j untos os cant os mai s
escondi
dosdenos saimagi nação.Sobocéuaz ul
da Grécia,onde pas sávamosnos sosver ões,
nossa conexão s ef ort
aleci
a.E nt
rer is
os e
descobertas
, cr i
amos memór ias que
permanecem gr avadasem meucor ação.Ele,
um model o involuntári
o par a os cr oqui s
amador esdeumaj ovemapai x
onadapor moda,
i
nadverti
dament eset ornoupar t
eint
egranteda
minhajornadacri
ativa.

Naadol es
cência,
enquant oomundoàmi nhavol t
apulsavacom aefervescênciada
j
uventude, euenfr
entavaum des afiointerno.Ades cobertadami nhabiss
exuali
dadet r
ouxe
consi
goumacompl exi
dadeemoci onal quer everberouportodaami nhavida.I
nfel
izmente,
meupai ,com suasconvicçõesconservador asevi sãoestr
eit
a,nãoes t
avapreparadopar a
aceit
ares safacetademi nhaidenti
dade.O conf l
i
toentreat r
adiçãoeami nhapr ópri
a
verdadeger oubrigasacaloradasedi s
cus sõesintensasqueecoavam peloscorredoresde
nossacas a.

Àmedi daqueosanosdes fil
avam diantedenós ,
ai nt
ri
cadacoreogr afiacom meupai
evol
uiu para um espetáculo maisvigoros
o,onde des ent
endimentos,porvezesfútei
s,
tor
navam- separt
eintrí
nsecadaapr es
entação.Adançadanos saconvivênci
a,t
alqual
uma
peçamus i
cal
magistral
ment eorquest
rada,osci
lavaentreosmoment osdehar moni
aeos
compas sosmaisdi
ssonantes,r
efl
eti
ndoas si
m acompl exi
dadeeapr ofundidadedenos s
a
rel
ação.

Ess
aépocadet urbul
ênciafoium perí
ododeautodescobert
aer esi
stênci
a.Aprendia
defenderminhai
dent
idadecom firmez a,
mesmodiant
edaadver si
dade.Cadaembat e,
por
maisdolorosoquefosse,contr
ibui
upar aafor
ja da mi
nha determinaçãoeda mi nha
capacidadedeenfr
entarosdesafiosqueavidameapresentari
a.Et
udoissoaindatomada
porumat empest
adedes ol
idão.

Aos16anos ,fui sur pr eendi daporumar evi ravolta


em mi nha vi da,a mai ordass urpres as .Uma
gravidezpr ecocenaadol escênci atroux e
cons i
goum t ur bilhãodeemoçõese
i
ncer tez as.Di ant edes senovocapí tulo,
tudoaomeur edorpar eciades acel erar,
enquant oar eal i
dades eent rel
açavaaos
sonhosqueeuhavi aconcebi do.
de meus pai sr efleti
a uma mi stur a de
preocupação e des apont ament o, uma
tempes tades i
lenci os aquepai r
avas obr enós .
Em
meioaocaosemoci onal ,oabi s
moent renos sas
vis
ões de f utur ot ornou- se cada vez mai s
evident e.
O ambi ent ef ami l
iar,trans f
ormou- seem um
ter
reno ár i
do,onde as pal avras cor tantes
passaram as eraúni caf or madecomuni cação.
Enquant oai ndaf requent avaaes col a,conheci
Leo,apes soaquemef ezdes cobr i
ror omant i
smo

io
l
l
L

Cam
eoamor ,
dandos ent idoat odasaspoes i
asmai s
í
nti
masquehavi al i
do. Acont eceuem um úni co
L

moment o, uma i ncer teza, um medo, mas


também um s egundo de cor agem que deu
ori
gem aumanovavi da,talvezum er ro.

Adecepçãodemeuspai seraevi
dente,eocaosques ei
nst
alouem nossaf
amíli
aera
comoumat empestadepolí
t
icaem um paísdemocráti
co.Avi
zi
nhançaestavarepl
etade
per
gunt
as,
questi
onamentoseopini
ões.
Ameuver ,
meupai par
eci
aestar
cons i
der
andouma
úni
caal
t
ernati
va:encer
rardealgumaformaaquelasi
tuação.

Nesse perí
odo t ur
bulent
o,a mat erni
dade revel
ou-se um l abi
ri
nto de desafios
des
concertant
es.
Achegadadomeufil hotrouxeconsi
gonoit
esinsones,
fral
dasparat
rocar
eum choroconst
antequeecoavapel asparedesdacasa,nãos omentedacriança.
Cada
di
aeraumabat al
hacont r
aaex aus
tão,eeumeviaquesti
onandomi nhashabil
i
dadescomo
mãe.Aprendiaequil
ibr
arasdemandasdobebêcom aneces sidadedes ust
entaramim
mesmaeaomeufil ho.

Com opesodasresponsabi
l
idadesmat er
nassobremeusombros
,tomeiadi
f
íci
ldecisão
dedei xarpar
atrásocenáriot
umul tuadodacasadosmeuspais.L
eo,meuportos eguro,
ofereceu-s
eparacompar t
i
lhares s
aj or
nadacomigo.Junt
os,
embarcamosem umanova
fase,mudando-nosparaum es paçoques eri
atestemunhadaspri
meir
aspalavras,dos
pri
mei r
ospassos
,edoamorquef loresci
aent
renós.

Ai
nfânciadomeufil hofoiumat apeçar
iacompl exadealegr i
asedes afios
.Desdeos
pri
meir
osanosat éossei
sanosdeidade,cadaconqui s
taer
acel ebradacomoumavi t
ória
conj
unta,enquantoasdi
ficul
dadeseram enfr
entadascom res
il
iência.Asvi
sit
asfr
equentes
domeui rmão,ques empr
efoium farol
deapoio,eram moment ospr eci
ososdealí
vi
oem
meioàstempestadesdocoti
di
ano.

E
ntretanto,comos eodes t
inoinsi
sti
sseem t
est
arnoss
osl i
mites
,um aci
dentedecar r
o
i
rr
epar ávelabalouases t
rut
urasda mi nha vi
da.Meumar ido emeufil ho,duasalmas
queri
das ,f
oram s ubi
t
ament earrancadosdemi m.Adorques es egui
ufoium vendaval
devastador,deixando-me à deriva em um oceano de l
uto.Asvi s
it
asdo meu irmão
t
ornaram- seumaancor aem mei oàt empest
ade,umapr esençaqueof er
eci
acons ol
o
si
l
enciosodiantedaper daavassaladora.

Nãoti
veachancedevermeufilhocrescer,apr
enderaconver
sar
,es
tudar
,sonhar
,
namor
ar…oul
erascar
tasques
uamãeescrevia.

Em um í mpetodedesesper
oebus ca Al gum t empo em um bor del na
porapoio,deci
divolt
arparaacas ados Espanha r epres enta uma par t
edo meu
meuspai s,mesmosabendodast ensões pas sado que não t enho o pr az erde
passadas.Noentant
o,oqueencontreifoi compar ti
lhar . Bas ta di zer que houve
um ambi ent
equehavi a mudado ainda belez anomei odocaos ,
masqueocaos ,
maisdesdeminhaparti
da. def ato,exi st
ia.Al gunspoder iam r otular
esseper íodocomoumas orte, mas ,seme
Aobat eràpor tadacas aqueum di a per gunt arem, encont rei o ver dadei ro
chameidel ar,fuir ecebida com ol
hares amor .Um doscl i
entesmai sfiéi ses t
ava
fr
iosepal avrascor t
antes .
Minhavolt
anão dispos toamet irardaquel as ituaçãoque
tr
oux ea r econci l
iação queeubus cava, seas semel havaàmi nhar eali
dade. Nes se
mass im um j ulgament oimpiedoso.Meus sent i
do,nosuni mos ,pas samosa vi ver
pais,dianteda di fí
cilsi
tuaçãofinanceira j
unt os e des f
rutamos de uma vi da
em ques eencont r
avam,vi r
am em mim conf ortável ,com di nheiroet empo de
umas ol
uçãopar aseuspr oblemas. sobr a.Meu mar i
do,como gos tava de
de que eu poder ias ervendi da para chama- l
o, donodeumadasr evistasmai s
aj
udaras ustent araf amí l
iaeracomoum famos asdeNovaY ork,mepr opor cionou
golpedol oroso, umar evelaçãochocante uma r edes cober ta pes soal.Com el e,
dapr ofundidadedoegoí smohumano. estudei moda, t
rabal hei i
ncans avel ment e,
epodi apel apr imeiravezapr oveitarde
Aospoucos ,percebiqueaspor tasda certospr az eres.Agor a,meumel horal i
ado
casadosmeuspai snãos eabri
ram par aa na bus ca do meu s onho,mor avamos
compai xão oua r econstr
ução,mass im j
unt os no apar tament o mai s boni to
para uma t ransação des umana. daquel ar uaem NovaY ork ,podi at entar
Senti
ndo- meapr i
si
onadaem um des ti
no gar ant i
r que aquel a r evista f osse
queeunãoes col
hi,f
uivendidaaum gr upo dir
eci onadapar aout rasAmbr asaor edor
desconheci do. Meu val or como s er domundo. Etivet ambém aopor tuni dade
humanof oireduzi
doamer osnúmer osem decr es cer .
umat rans açãoquevi savaapenasal iviar
a carga financei r
a que pai r
ava s obr e Tal
vez esse s al
vador, mar ido ou
meuspai s. qualquerout
rotí
tul
o, t
enhafeit
omai spor
mim do que pormui t
as mul heres do
Es
s e pr i
meiro e últi
mo el ofami l
iar mes mo bordel, que, inf
eli
zment e, f
oi
desmor onou naquel e di a, s endo fechado al
gunsmes esdepoi s
.T odasas
sepul
tadonapar temai sprof
undadomeu garotasper
derams eusempregosquando
coração.E spero que es ses ent
iment o uma empr esa de moda as cont rat
ou.
j
amai ssejaresgatadopor qualquer
notícia Prometoque,sevocêsnãocont ar em,eu
rel
acionada a es sas pessoas. Nos sa também guardareiessesegredocomi go,
his
tóri
a,infel
izmente,nãoseas semel
haàs assi
m comoout rosquenãot ragones ta
famíl
i
as per f
eit
as retr
atadas nos filmes carta.
i
nfanti
s.
Minhavi dadecas adaer aestranhae
talvezaexper i
êncianovamai si
ncer tade
todas .Trabalhavacom meus onho,as si
sti
a
a es pet áculost eat r
aisdes lumbrant ese
criavar oupasdoz er o,desdeaconcepção
criati
vaat éacos tura. Podi
ades frutarde
tratament osem s paspel o paí
se vi aj
ar
par aoout r
oladodomundopar aas si
st
ir
aosmel horess howsdebandasdepop
rock .
Apr endiatocargui t
arraecont i
nuei a
cons umi rmoda com a mes ma pai xão
comaqual atuavaemevent ospúblicosda
empr esafingi ndos eramel hores pos ado
mundo.

Belosanossepassaram, natentativadealcançar avi


daques empres onhei
.Malsabiaeu
queaindaas si
m,exi
sti
am manei rasdodes t
i
nomet ransf
ormar,mepr ovocaroumet est
ar.
Pel
omenos ,
éissoquetenhocer tez a.Meumar i
do,i
nfel
i
zmente,nuncahavi aalt
erados ua
per
cepçãoameur espeito.
Todar el
açãoem s eucomeçoéper f
eitané?Ogl amour,
viagens
edinhei
ropar amim nãodur aram mui totempo. Pordentr
o,em seusolhos,ai
ndaer avis
ta
comoumagar otadebor del.
Eiss
o, com certeza,ofazi
asesent
irbem àvont adepar aagir
..
.
Homenss endohomens ,eucostumodi zer
.

Foram vári
ast r
aições,brigas,t
apas ,machismo,atéqueeuper cebessequeobor del
tal
vezt enhasi
dool ugarmai sfel
izefamili
arquefrequentei
.
Com cer t
ez a,
meus onhoest
ava
setornandoumpes adelo.I
nfeli
zmente,omar i
doer asufici
entementeper s
picazparamorrer
envenenadoem um event opúbl i
coedei xartestamentosquenãocont emplavam nada
paras uanotávelesposa,quemai sumavezs eviusem nada. Vocêssabem muitobem de
quem es touf
alando,mass eel ahavi
aapr endidoalgumacoi sa,er
aas obrevi
ver.

I
nfel
iz
ment e,ninguém nunca des
cobr
iu o que acont
eceu com o f
aleci
do e,após


i
númer
l
i
ber
osi
dade.
nt
errogatóri
oseexpos
ições
,ocasoencerr
adoabr i
uumanovapos

b
ir
eàèi
t
s
i


bi
l
idadede

Lal
lt
i s
eop
r
o ù
pes
ro
i
z.
o

Pa
r
is
,Ve
r
sa
ce

Dessavez,
eras em mui
toluxo,mascom muitosamores,
com muit
opr azercar
nal.Pel
a
pri
mei r
aveznami nhavida,conheci
mulheresquedavam sent
idoaoamor ,aoencant o,
à
femini
li
dade.I
ssotudo também s oa i
ncr
ívelpara al
guém que passou t
antosanoss e
entr
egandopor .
.
.sobrevi
vênci
a…nãoquerof al
arapalavra:di
nhei
ro,
serumamul herque
sobrevi
veémaisdoquei ss
o.

Com opas s
ardotempo, f
ort
aleci
aconvicçãoddequeaúni capessoaem quem podi
a
realmenteconfiareraeumes ma.Decidiquenãodependeri
adeni nguém paraminha
subsis
tênci
a.Descobr
iqueaver dadeirali
berdadeest
avaem chegaraum l ugaronde
ninguém meconhecia,ondeeupodiaserquem des
ejas
se,
sem osfar
dosdopas sado.

Enes semoment oeupr ecis


avadet r
anquil
idade.Meufil ho,Camill
o,sempredi zi
aque
precisávamosi rmor arper todocampo,s ai
rdaci dadegr ande.El
emalent endia,mas
amavaacampar .Talvez,seeleaindaes t
i
ves s
epor aqui,
teri
avisi
tadooslugaresmaiscalmos
domundo. Paracolocarmi nhacabeçanol ugaremedes cobrir
,pr
ecis
avar ecar
regaressas
energias.Anosfingi ndos eral guém, masquem s oueudever dade?AAmbr amãedes eu
i
rmão?Aquevi veuoamormui tojovem?Amãedomeni nomai sdoceecom amor temais
precocedet odas?Amul herdenegóci osdeNovaY ork.
..
Decidiqueconhecer i
atodasas
paisagensmai sli
ndasdomundo, especi
almenteasnat urai
s,ocampo, aquil
oqueohomem
mal tocou.
..
Apr óxi
mapar adaer aconhecer al
gumasdasf l
orest
asemont anhasdosE s
tados
Unidos,Bl
aineCount yt al
vez …

Sem mui
todi
nhei
roeglamourmascom coragem,es cr
evoessacar
taespecial
ment
e
par
avocê,
meufilho,
eassi
m mesi
ntol
evementeconectadaeesper
andoquecuidedemim
damesmaformaquequer
iacui
dardevocê.
Meuanj o,
Camill
o!

a
r.
T
eamo,
com mui
t
oamor
,

b
Am

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