ESPECIAL FORMAÇÃO E ENSINO DE TECNOLOGIAS

EXAME INFORMÁTICA

○ PORTUGAL CONTINENTAL
PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA

A D O
TESTE DE GRUPO

O L
SMARTPHONES
MAIO 2023 ○ N.° 335 ○ MENSAL ○ ANO 27 ○

T O
QUAL O MELHOR NA QUALIDADE/PREÇO?

U L
OPENAI EM

OC PPS
PORTUGAL
COMO AS EMPRESAS
NACIONAIS ESTÃO A
USAR A TECNOLOGIA QUE
ORIGINOU O CHATGPT

EXPEDIÇÃO
NO ATLÂNTICO

DA S A
ESTUDAR O FUNDO
DO MAR PARA PREVER
O CLIMA DO FUTURO

E A R
O LADO OCULTO DAS APPS

U
EXAMEINFORMATICA.PT ○ FACEBOOK.COM/EXAMEINFORMATICA ○

O M O B L O Q
U E S Ã O E C C I M E N T O
D O R E S : O Q S E U C O N H E
RASTREA A DE DADOS SEM O
A R E C O L H

APROVEITE
O CHATGPT
COMO FAZER

ASUS ROG PHONEE 7 EM MINUTOS

O QUE DEMORAVA
HORAS
SONY ZV-E1
O MAIS PODEROSO A MELHOR
SMARTPHONE PARA GAMERS
GAMER
RS
INTEL CÂMARA PARA
VLOGGERS?

ARC A750
50
DESEMPENHOO
ELEVADO A
BAIXO CUSTO
O

MESTRE DO DISFARCE
335 MAIO 2023

HHORA DA LIMPEZA
ZA
SCOOTER SILENCE S01
S PEÇA O SEU NA BANCA! SMARTWATCH POR DENTRO,
DS 7 E-TENSE
E TENSE €2,10
(CONT.) RELÓGIO CLÁSSICO POR FORA

PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA
37
23 Teste de grupo a smartphones
de gama média: Xiaomi
Redmi Note 12 Pro+,
Samsung Galaxy A34 5G, CAT
S42 H+, Huawei Nova 9 SE,
Motorola Moto G73 5G,
Xiaomi Redmi Note 12 5G,
Samsung Galaxy A54 5G
32 HP ZBook Firefly 14 G9
33 Withings Scanwatch
Horizon, um relógio híbrido
34 Monitores para trabalhar
ou jogar: Philips 7E1N5600HE
e AGON by AOC C32G2ZE
36 Tinta em frascos com a HP
Smart Tank 5105
37
38
Asus ROG Azoth,
teclado para gamers
Vlogs com a câmara
Sony ZV-E1
40 O desktop Dot.Force
by Insys Force A75_5136
e a gráfica Intel
Arc A750
42 Bose QuietComfort
Earbuds II
44 O ‘canhão’ ROG Phone 7
Ultimate da Asus
46 AMD Radeon RX 7900 XT
48 Lifestyle: Hisense Party
Rocker One e TP-Link
Tapo Smart Wi-Fi Light
Strip L900-5
05.2023
50 Karim Lekadir desenvolveu um
software para diagnóstico de
problemas cardíacos
53 O que são e como limitar
os rastreadores
58 O ChatGPT na vida das
empresas portuguesas
61 Juice e o caminho para Júpiter
62 Os algoritmos estão
a transformar o retalho
64 Os sedimentos do subsolo
marinho que impactam
a evolução do clima
66 Formação e Ensino
de Tecnologias
74 Silence S01 Connected
75 DS 7 E-Tense 4x4 360
76 Como rentabilizar
o potencial do ChatGPT
78 O que são e como tirar proveito
dos sensores full frame
82 LOL: Crtl+Alt+Del,
Tiro ao Lado e Erro de Sistema
3
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
38
CORPO COMPACTO E
FUNCIONALIDADES AVANÇADAS
NA ZV-E1 DA SONY
50
KARIM LEKADIR É DIRETOR DO
LABORATÓRIO DE IA EM MEDICINA
NA UNIVERSIDADE DE BARCELONA
64
A EXPEDIÇÃO QUE JUNTOU
26 CIENTISTAS MUNDIAIS PARA
ESTUDAR A EVOLUÇÃO DO CLIMA
DIGITAL
COMO ACEDER
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 EDITORIAL
SÉRGIO MAGNO | DIRETOR
BRINCAR AO E-FUEL
E DEIXAR A TESLA PASSAR
A
desvalorização da Tesla por (quase) todas os fabricantes
tradicionais vai ficar para a história. Os exemplos da
Nokia e da Kodak, tantas vezes referidos em aulas de
gestão, não foram suficientes para ‘acordar’ muitos CEO da
indústria, habituados à forma tradicional de desenvolver, pro-
duzir e comercializar automóveis. Nem a vale a pena esmiuçar
os números avassaladores das vendas da Tesla nos diferentes
mercados europeus. Uma tendência que veio para ficar, já que
a a margem de lucro da marca de Musk, bem acima da média
do mercado, permite reduzir preços. A resposta dos fabricantes
tradicionais será difícil porque há todo um ‘peso’ dos métodos
antigos já indicados, muito dependentes de uma cadeia de lo-
gística complexa e lenta. Mesmo quando os números ‘entram
pelos olhos dentro’, alguns optam por ‘atirar areia para os olhos’
com o hidrogénio e, mais recentemente, o e-fuel. Alternativas
energeticamente ineficientes, que podendo ser soluções para
outros meios de transporte, são irrealistas para os automóveis.
Voltamos às ideias sem sentido daqueles que atacam os elétricos
porque, supostamente, usam energia de fontes poluentes. Os
mesmos que agora entusiasmam-se com o e-fuel. Oque fingem
não saber é que, para cada 100 km percorridos, um carro a e-fuel
vai gastar mais energia elétrica que um carro 100% elétrico. Mais,
usar e-fuel em carros é estar a ‘roubá-lo’ a meios de transporte
que, pelo menos por enquanto, não têm alternativa válida aos
combustíveis, como a aviação. Outro aspeto muito importante:
onde são feitas as emissões. Os e-fuels até poderão ter, quando
criados a partir de fontes renováveis, uma pegada ecológica global
próxima de zero. O que os torna ‘bons’ para o planeta (retiram da
atmosfera tantos gases como os que emitem). Mas carros a e-fuel
emitem gases tóxicos pelos escapes, o que significa que continuam
a afetar a saúde dos humanos, sobretudo em zonas urbanas. Os
carros elétricos, mesmo quando a usar energia de fontes não
renovável, ‘transferem’ a poluição das zonas populacionais,
onde a maioria dos carros circula, para zonas menos habitadas,
onde é normal estarem a centrais elétricas. Os hipotéticos carros
a e-fuel fazem o oposto: transformar energia elétrica, mesmo
que seja de fonte renovável, em emissões poluentes junto das
pessoas. Naturalmente, há toda uma indústria de produção e
distribuição de combustíveis que procura, desesperadamente,
modos de continuar o seu negócio. Mas espero que desta vez a
indústria automóvel europeia não perca tempo com mais esta
ilusão, perdendo ainda mais terreno para a Tesla e, muito im-
portante, para as marcas chinesas que estão a entrar em força.
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4
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
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 NOVA TCL Dune

VIDA AOS
Por que razão há de um televisor ficar
parado no móvel da sala quando pode
andar pela casa toda? A pergunta
parece provocadora até vermos o
Dune em ação. Na prática, é um
pequeno televisor (32 polegadas)

TELEVISORES
que está acoplado a um suporte de
forma cónica que permite mover o
conjunto pela casa. A ideia é que
possa ter uma TV na cozinha quando
está a cozinhar ou possa levar o
televisor consigo para o quarto no
final do dia. É tão simples quanto
empurrar o Dune (o suporte também
funciona como sistema de som)
Pela primeira vez, a TCL participou na Semana que na base tem pequenas rodas.
de Design de Milão, em Itália. E por isso decidiu Se preferir, pode soltar apenas o
televisor e o braço que o liga ao cone
mostrar dois protótipos que provam que um de apoio e funciona, ele próprio,
televisor pode ser muito mais do que um grande como suporte para uma mesa. Além
disso, o ecrã pode ser inclinado ou
retângulo encostado a uma parede. Por agora rodado, incluindo para uma posição
são apenas provas de conceito, mas também foram vertical (pivô, rotação a 90 graus).
Para assegurar o funcionamento ‘em
anunciados três televisores Ultra HD ‘convencionais’ andamento’, o Dune tem uma bateria
e que estão a caminho de Portugal interna que, espera a TCL, possa
garantir um funcionamento até oito
Texto: Rui da Rocha Ferreira, em Milão Fotos: D.R. horas longe das tomadas.

8
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
TCL Telly Table
E porquê ter uma simples mesa de madeira
quando também pode ter o sistema operativo
Android integrado? Tal como diz o nome (na
versão em inglês), é uma mesa que também
funciona como televisor e ecrã inteligente –
neste caso, com o software e aplicações da
Google. A ideia é que uma mesa de centro de
uma sala deixe de ser apenas isso e passe
a ser um motivo de interação entre a família
ou quando os convidados vão lá casa. A
Telly está equipada com sensores que lhe
permitem saber quantas pessoas estão em
redor da mesa. E mediante esse número pode
sugerir, quase como em jeito de ‘quebra gelo’,
que se inicie um jogo ou sejam visualizadas
fotografias. Além da posição ‘mesa’, este
televisor inclui dobradiças que permitem
levantar o ecrã e usar a Telly como um televisor
mais tradicional, para ver filmes ou jogar.
TCL C845
Nem só de protótipos e produtos experimentais se fez a primeira presença
da TCL na semana de design de Milão. E em breve (a data concreta não foi
ainda anunciada) a C845 (€1049, 55”) vai chegar ao mercado português.
Este é um televisor Mini LED (a tecnologia Mini LED usa, tal como o
nome indica, LED muito mais pequenos do que os LED convencionais) em
conjunto com um filtro quantum dot – uma camada de nanopartículas que
filtra a luz emissora, garantindo uma maior capacidade de brilho máximo,
de brilho no geral e também um maior volume de cor. Este televisor é capaz
de atingir um brilho máximo de 2000 nits, o que deverá ser suficiente
para garantir uma reprodução detalhada aos elementos de séries e
filmes, inclusive os que estão em zonas mais escuras. Outra novidade
é a capacidade de atingir uma taxa de atualização de 144 Hz para uma
experiência de jogo mais fluída. Aliás, a TCL anunciou uma nova tecnologia,
chamada Accelerator Mode, que eleva a taxa de atualização do televisor
para os 240 Hz através de interpolação (o televisor cria fotogramas para
gerar mais imagens por segundo e uma maior fluidez visual). Uma taxa de
atualização tão elevada só pode ser ‘espremida’ através de computadores e
em jogos específicos, mas há uma contrapartida – a resolução da imagem,
neste modo, baixa para Full HD (1920×1080 píxeis). Há ainda outros dois
televisores a caminho do mercado português: o C745 (preço por anunciar)
usa um painel QLED, atinge um brilho máximo de 1000 nits e consegue o
mesmo truque dos 240 Hz; já o TCL C645 (a partir de €599) é um modelo
QLED, suporta conteúdos em alto contraste dinâmico (HDR10), suporta
uma taxa de atualização máxima de 120 Hz.

TCL soundbar modular

Um televisor de qualidade exige, por norma, uma soundbar dedicada para
uma experiência mais cinematográfica. O conceito de uma soundbar que pode
ser ‘desmontada’ para garantir som flexível não é nova (já experimentámos,
por exemplo, a JBL Bar 1000 na EI nº 332), mas representa uma nova
aventura para a TCL. Este novo modelo tem 12 altifalantes, incluindo dois
speakers verticais (o som é projetado para cima para garantir maior amplitude
sonora). E são estas saídas de som que podemos retirar da soundbar como
duas colunas independentes. Têm bateria para quatro horas de autonomia
e o objetivo é que o utilizador as posicione ao seu lado, no sofá, para criar
um efeito sonoro mais imersivo (surround). Mas a modularidade não fica por
aqui. O utilizador também pode trocar o painel superior da soundbar por um
de material diferente, por forma a que a coluna tenha sempre um aspeto
condizente com as mudanças de decoração que acontecem na casa.

9
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 APPS
Parqist
Uma plataforma
colaborativa
que permite
GRATUITO aos utilizadores
ANDROID disponibilizar
iOS o seu lugar de
estacionamento a
outros condutores
que estejam à
procura de um local.
Quem ceder o lugar
tem a hipótese de
ganhar dinheiro.
Útil para evitar
perdas de tempo
e consumo de
combustível.

CHIPS: MUNDO EM EBULIÇÃO

Vatic
Com a IA na berra,
este é um gerador
de vídeo assente em
GRATUITO Inteligência Artificial.
(COMPRAS
INTEGRADAS)
Basta inserir as A Intel e a ARM estão a unir esforços e dos chipsets críticos para os smartphones
ANDROID palavras-chave e assinaram um acordo multigeracional para modernos e a China realizou recentemen-
iOS esperar para assistir otimizar o processo de fabrico Intel 18A te exercícios militares com fogo real nas
à transformação do
de forma a que possa ser usado com de- redondezas da ilha. Qualquer disrupção
texto em imagens.
senhos e propriedade intelectual da ARM. política naquela região do globo pode vir
Martian VR O objetivo é que venha a ser mais fácil aos a afetar a cadeia de produção, pelo que
Os fãs de Realidade licenciados da ARM, como a Qualcomm este tipo de acordos contribui para ajudar
Virtual têm aqui ou a MediaTek, contratarem a Intel para a estabilizar a situação.
uma possibilidade produzir chips no futuro. Nesta fase, a Atenta à situação está também a União
€0,99 de explorar as
ANDROID paisagens de Marte.
parceria incide sobre os desenhos de SoC Europeia, que avançou para a aprovação
É conveniente usar (de system-on-a-chip) para mobile, mas formal do Chips Act, um plano para re-
com auriculares. pode vir a abranger chips para automóveis, duzir a dependência dos produtores de
para dispositivos da Internet das Coisas ou semicondutores da China e dos EUA e que
SuperImage para centros de dados. prevê o investimento de 43 mil milhões
Quer melhorar
A Intel pretende colocar-se como par- de euros. O objetivo passa por duplicar a
a qualidade de
imagens com pouca ceira estratégica destes licenciados ARM produção de chips para ter 20% da quota
GRATUITO resolução? Esta para todos os itens relacionados com os de mercado global. O exemplo do IMEC,
ANDROID ferramenta recorre processadores, desde o fabrico e a emba- hub de inovação belga para nanoeletróni-
a redes neurais para lagem, passando pelo software, apresen- ca e tecnologias digitais que tem um ecos-
fazer upscale e, no
tando-se como uma solução chave-na- sistema com mais de 600 intervenientes
final, melhorar a
qualidade de imagem. -mão para quem quer produzir desenhos na indústria, tem sido citado como uma
da ARM. O acordo tem igualmente rele- das razões para haver mais investimento
Plux vância geopolítica. Atualmente, a TSMC na investigação e desenvolvimento da
Uma solução de Taiwan é responsável por quase 70% Europa. P.B.M.
que visa facilitar
a resolução de
GRATUITO vários problemas
ANDROID automóveis, como
iOS encontrar uma
oficina e agendar RUMOR
a troca de pneus,
a troca de bateria
ou uma lavagem
ao domicílio ou em
ÓCULOS DA APPLE TERÃO APPS DE DESPORTO E FITNESS
loja. É fornecido um A Apple estará a preparar a todo o gás o anúncio de uns óculos de realidade mista,
orçamento para
cada serviço sabendo-se agora que a tecnológica pretende disponibilizar, logo no lançamento,
e também são
enviadas notificações várias aplicações de desporto, fitness, produtividade e videojogos. Segundo os novos
proativas sobre rumores, o dispositivo será capaz de executar muitas das aplicações que existem para
a necessidade
de serviços de iPad, sendo apenas necessário que os programadores as adaptem para o novo formato.
10
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 PESSOAS
“Tenho a esperança de ainda
ver os carros a voar por aí”
ISALTINO MORAIS
O autarca de Oeiras julga que depois
da transição para os veículos elétricos
virá a mudança para os carros voadores
z Polígrafo
“O perigo não é que a IA
nos destrua. É que nos
conduza à loucura”
JARON LANIER
O guru da tecnologia considerado
o padrinho da realidade virtual
defende que a Inteligência Artificial
pode ser usada para fazer ‘fake news’
mais depressa, mais baratas
e a uma escala maior
z The Guardian
“Não sou a favor de uma pausa
de seis meses porque só irá
beneficiar a China”
ERIC SCHMIDT
O ex-CEO da Google acredita
que seria mais importante debater
com urgência linhas orientadoras
para a Inteligência Artificial
z Financial Review
“Vou começar algo
que chamo ‘Truth GTP’
[Verdade GPT] ou uma IA que
procure ao máximo a verdade
e que tente compreender
a natureza do universo”
ELON MUSK
O empresário vai criar uma plataforma
para rivalizar com a da OpenAI
z Fox News
SOFTWARE PARA TORNAR
A MÚSICA ‘ESPACIAL’
A Sound Particles, startup portuguesa que
criou um software de design de áudio que
é um sucesso junto dos mais consagrados
produtores de filmes, séries de televisão
e videojogos, tem um novo produto. O
SkyDust 3D, como foi apelidado, é um
sintetizador digital que permite criar, de
forma simples, músicas com efeitos de
espacialidade – no qual o posicionamento
dos diferentes instrumentos cria um efeito
sonoro mais imersivo – e está direcionado
para profissionais da música – produtores,
compositores, teclistas e DJ. O novo sof-
tware facilita a criação ou a adaptação de
músicas para as mais recentes gerações
de auscultadores e auriculares (como os
É FAZER AS CONTAS
50
30%
anos
Idade do código de barras,
sendo que hoje mais de
6 mil milhões de códigos
de barras são lidos
diariamente a nível mundial.
706 milhões
De euros é a quantia que a Sega
vai investir para comprar a Rovio,
a produtora responsável pelo
jogo Angry Birds.
12
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
populares Apple AirPods), que suportam a
funcionalidade de áudio espacial. Segundo
a startup portuguesa, é possível posicionar,
num espaço tridimensional, diferentes
fontes de som para criar um efeito sonoro
mais imersivo e é possível produzir músicas
que estão preparadas para vários canais
(por exemplo, 9.1.6 canais de som ou até
o formato IMAX 12.0). “Este sintetizador
fornecerá aos artistas um novo mundo de
possibilidades criativas”, considera Nuno
Fonseca, diretor executivo da Sound Parti-
cles. O SkyDust 3D está disponível em duas
versões: Stereo (€186,12) e 3D (€279,65),
com esta última a suportar o maior número
de formatos de produção de áudio. R.R.F.
Valor da queda
das vendas de PCs no
primeiro trimestre quando
comparado com o período
homólogo do ano transato.
A Apple foi a fabricante
que mais perdeu.
4 ,9
mil milhões
De euros foi o valor do impacto,
direto e indireto, da Microsoft
na economia portuguesa no
último ano fiscal, segundo um
estudo da Ernest & Young (EY).
 COM ECRÃ AMOLED BRILHANTE
SÉRIE FORERUNNER ® 265
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odo
o d s os
os d
dire
ireito
ittos rese
r serva
rva
ados
d .
 Musk criou uma
nova empresa
(X.AI) e quer
desenvolver o
TruthGPT, um
rival do ChatGPT

TWEETS

Fotógrafo vence
concurso com IA
#Honestidade Boris Eldagsen
foi o vencedor de um concurso
de fotografia da Sony, mas
recusou o prémio, admitindo
que a imagem foi criada
por um sistema de Inteligência
Artificial. O fotógrafo
participou desta forma para
perceber se as competições
estão preparadas para receber
e identificar imagens de IA.

ELON MUSK ENTRA NA

Xiaomi 13 Ultra com
4 câmaras de 50 MP
#Sorria O smartphone é

resultado de uma parceria com
a Leica e conta também com o
chip Snapdragon 8 Gen 2 e um
ecrã de resolução WQHD+ com
6,73 polegadas de dimensão.
Documentos do
Pentágono no Discord
#DedoTuga Informações
secretas do Pentágono
sobre a guerra da Ucrânia
foram partilhados no Discord
e disseminados no Telegram
e 4chan. A fuga terá partido
do lusodescendente Jack
Teixeira, que acabou detido
pelo FBI.
Yangwang U9,
o carro que salta
#AgoraSemRoda A BYD
publicou alguns vídeos onde
demonstra o potencial do novo
supercarro Yangwang U9.
O veículo é visto a agitar-se
para um lado e para outro como
se estivesse a dançar, faz um
agachamento e depois
impulsiona-se para cima
(5 centímetros acima do solo),
e ginga só sobre três rodas.
GRANDE CORRIDA DA IA
O multimilionário Elon Musk, mais co-
nhecido por ser o diretor executivo da
Tesla, da SpaceX e por se ter tornado no
dono da rede social Twitter, vai mesmo
entrar na grande corrida pela criação
de avançados sistemas de Inteligência
Artificial (IA). O executivo já criou uma
empresa, chamada X.AI, da qual é o
único membro executivo, que deverá
servir para concretizar as suas ambi-
ções neste segmento. Segundo vários
jornais norte-americanos, Elon Musk
já contratou engenheiros de renome
da área de IA para esta nova empresa.
Um deles será Igor Babuschkin, que era
um dos cientistas-chefe da Deepmind,
considerada como uma das mais avan-
çadas empresas de IA da atualidade. O
objetivo da X.AI será criar um sistema
alternativo ao ChatGPT, a ferramenta
lançada pela OpenAI e que iniciou uma
verdadeira ‘corrida’ entre as maiores
tecnológicas do mundo para criar um
produto que é capaz de criar e interpre-
tar texto com uma qualidade próxima à
de um humano. “Vou começar algo ao
qual chamo TruthGPT ou uma Inteligên-
cia Artificial que procure ao máximo a
verdade e que tente compreender a na-
tureza do Universo. (...) Este pode ser o
caminho mais seguro no sentido em que
uma IA que se preocupa em perceber
o Universo é improvável que aniquile
os humanos porque somos parte deste
Universo interessante”, justificou Elon
Musk a propósito da nova aposta, numa
entrevista à Fox News.
De recordar que Elon Musk foi um dos
cofundadores da OpenAI, mas acabou
por sair em 2018. Na altura, o afasta-
mento de Musk deveu-se a potenciais
conflitos de interesse (a Tesla também
desenvolve sistemas de IA), mas desde
então o sul-africano tem sido um forte
crítico do caminho seguido pela startup
e pelo ChatGPT. R.R.F.

NSO ainda 'malha'

no iPhone BUZZWORD

AGI
#Cuidado O grupo Citizen Lab
descobriu três novas formas
de ataque contra o iPhone e
que não precisavam de
qualquer interação do
utilizador para funcionar (os
chamados ataques ‘zero click’).
As falhas foram exploradas Sigla para Artificial General Intelligence ou Inteligência Artificial Geral. É um
pela empresa israelita NSO,
conhecida por criar software
termo que define um sistema de IA avançado, mas que não é limitado a uma
de espionagem que tira partido tarefa específica (como ler, escrever, jogar...), sendo antes capaz de replicar
das falhas em smartphones.
várias capacidades cognitivas humanas, em conjunto, para resolver problemas.

14
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 altice.pt

Inovação
para liderar
o futuro
De Portugal para o Mundo continuam a nascer ideias à frente do tempo, inovadoras.
Os projetos da Altice Portugal já chegaram a 60 países e impactaram mais de 300
milhões de pessoas. Ideias pioneiras e rasgos de talento, que vão continuar a abrir
horizontes de possibilidades.
Sem limites, lideramos o futuro.

Altice has no limits

 FIGURA DO MÊS

POR ESSE
MUNDO FORA ...
O flop do rival
do iPhone
Pretendia ser uma alternativa ao
iPhone e apresentar um preço bem
mais em conta, mas o smartphone
russo Ayya T1 não conseguiu
vingar no seu país de origem.
Segundo o Vedomosti, foram
apenas vendidas 905 unidades
desde o lançamento em outubro

NETO DE CAPITÃO...
de 2021. O mercado da Rússia é
dominado por marcas chinesas,
com a Xiaomi a liderar, de acordo
com os dados da Statista.
…sabe comandar. Quando Bruno Sousa optou por seguir Engenharia
Aeroespacial, em 1992, logo na primeira edição do curso do Técnico, ChatGPT banido em Itália
não sabia muito bem o que dali resultaria. Gostava de Física, estivera A agência de proteção de dados
envolvido em campanhas de lançamento de foguetes promovidas pessoais de Itália (GPDP) optou
por uma limitação de acesso
pela Associação Juvenil de Ciência, pelo que pareceu a escolha lógica.
temporário à plataforma de
Hoje, depois de se ter tornado no primeiro português a assumir a função IA ChatGPT. As causas estão
de Diretor de Voo numa missão da Agência Espacial Europeia (ESA), recua relacionadas com a proteção
ao passado e às raízes familiares para justificar o caminho percorrido até de dados (o RGPD) e a falta de
aqui. “O meu bisavô era capitão da marinha mecanismos de controlo de
acesso por menores.
mercante, navegando o seu veleiro entre
B.I. Cabo Verde e os Estados Unidos, e devo ter
herdado dele o prazer de estar aos comandos
BRUNO SOUSA de uma nave”, conta à Exame Informática.
Engenheiro Este aparente desígnio genético concreti-
Aeroespacial, 48 anos, zou-se a 14 de abril, durante o lançamento
trabalha na Agência
da nave Juice [P.61], que tem como destino
Espacial Europeia, no
Centro Europeu de o planeta Júpiter. Ao longo de duas décadas
Operações Espaciais a trabalhar na ESA, Bruno Sousa tem estado
(ESOC), em Darmstadt, envolvido nas operações de satélites, como
na Alemanha. Ocupou
os Cluster, que estudam a magnetosfera ter-
o cargo de Diretor de Donkey Kong em versão XL
Voo no lançamento da restre, o Solar Orbiter, que recolhe dados do Os responsáveis do Strong
missão a Júpiter, Juice. Sol, e o Bepi Colombo, que está a caminho National Museum of Play, de
de Mercúrio e na qual será o Diretor de Voo Nova Iorque, anunciaram que,
principal, ficando a seu cargo a tarefa de em parceria com a Nintendo,
colocar a nave na órbita final em torno do construíram uma máquina de
arcada de Donkey Kong com
planeta. “Quando estou na sala de controlo estou no meu elemento.”
mais de 6 metros de altura. É
Além do fascínio pelo espaço, o engenheiro é ainda um amante de teatro possível jogar a partir do chão,
e da escrita, tendo participado como ator e autor numa companhia de sem qualquer escada ou apoio, a
amadores e integrado o painel de cronistas da rubrica Nós Lá Fora, da Visão. partir de uma consola de controlo
Vive em Darmstadt, Alemanha, onde está o Centro Europeu de Operações colocada em frente à máquina.
Espaciais da ESA, com a mulher e os três filhos. S.S.

16
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 PUB

Devolo WiFi 6 Repeater:

a solução simples para
a Internet em casa
Os novos repetidores devolo com tecnologia
Wi-Fi 6 levam a Internet a cada canto da sua
casa. Quer esteja a navegar no seu browser
ou a fazer streaming 4K numa SmartTV,
as ligações Wi-Fi 6 garantem velocidades
superiores. Além disso, são compatíveis com
os routers sem fios de todos os operadores!

Wi-Fi rápido de última geração, que utiliza as

Atualmente, é inconcebível viver sem
uma ligação forte à Internet. Desde
as funcionalidades mais utilizadas
no dia-a-dia, incluindo streaming de
vídeo na smart TV ou de música no
smartphone, até às aplicações mais
práticas da casa como aspiração ou
cozinhados automáticos, são cada vez
mais os dispositivos e utensílios nas
nossas casas que dependem de uma
ligação Wi-Fi estável.
Os novos repetidores devolo Wi-Fi 6
Repeater 5400 e WiFi 6 Repeater 3000
resolvem estes problemas em pouco
tempo e são perfeitos para espaços
de dimensão média ou para colmatar
lacunas de Wi-Fi num apartamento
– tudo de uma forma simples, com
velocidades até 5400 Mbps (consoante
o modelo) e compatibilidade com
qualquer router e dispositivo WiFi.
Qualidade premium
O suporte da norma Wi-Fi 6 garante
elevadas taxas de dados Wi-Fi. Além
de velocidades turbo, a nova norma
fornece muitas inovações benéficas
para os novos dispositivos Wi-Fi 6,
mas também smartphones, tablets e
portáteis mais antigos.
Uma das suas principais características
g OFDMA (Orthogonal
é a tecnologia g muitos dispositivos, onde inúmeros
Frequency-Division Multiple Access)
frequências Wi-Fi de forma muito
mais eficiente. Resultado: mais largura
de banda disponível para um maior
número de dispositivos em simultâneo.
Wi-Fi mesh inteligente
Para além das vantagens do Wi-Fi 6, os
novos repetidores trazem consigo as
funções de mesh inteligente da devolo
(quando usados em modo “ponto de
acesso”). O Wi-Fi mesh é uma rede
sem fios constituída por múltiplos
pontos de acesso, que trabalham em
conjunto para criar uma rede doméstica
estreitamente interligada.
Desta forma, os repetidores podem
copiar os dados de acesso do router
simplesmente premindo um botão
(função WPS). A vantagem: nenhuma PREÇO E
nova palavra-passe Wi-Fi tem de ser IBILIDADE
DISPONIBILIDADE
guardada nos dispositivos porque Ambos os repetidores estão já
todos os hotspots Wi-Fi utilizam o disponíveis em Portugal. O PVP
mesmo nome e a mesma password. recomendado do devolo Wi-Fi 6
Graças ao MU-MIMO bidirecional Repeater 3000, com velocidades
(Multi-User Multiple-Input Multiple- até 3000 Mbps e ligação direta
Output) é também possível que vários à tomada, é de 99,90€. Para
pacotes de dados sejam enviados um desempenho ainda mais
e recebidos em múltiplos clientes elevado, o modelo “desktop”
Wi-Fi simultaneamente. Isto é uma Wi-Fi 6 Repeater 5400 oferece
vantagem decisiva para lares com velocidades até 5400 Mbps e tem
um PVP recomendado de 149,90€.
serviços de Internet em tempo real são
frequentemente executados ao mesmo
tempo. guiá-lo através do processo com
um assistente de instalação fácil de
Configuração fácil seguir. Após a instalação, a aplicação
Os novos repetidores são compatíveis também fornece numerosas opções
com todos os routers e dispositivos de configuração, tais como Wi-Fi para
Wi-Fi. Em apenas alguns minutos está convidados e controlos parentais.
pronto: basta ligar, premir o botão e
já está!
Se necessário, a app gratuita devolo
Home Network (iOS e Android) pode
 O Pu-Ra HPE é um
protótipo, mas inclui
tecnologias que vão estar
nas versões comerciais

DIRECTIONS

PROGRAMAS
DE SAÚDE COM
WEARABLES
As empresas que, nos seus
programas de saúde e
bem-estar para colaboradores,
adorataram wearables têm
registado inúmeros benefícios,
incluindo menos absentismo,
estados de espírito mais
positivos e uma diminuição dos
custos com cuidados de saúde.

LANCIA DE REGRESSO
A IDC estima que, até 2025,
20% dos programas de bem-
estar empresarial vão incluir

E EM MODO ELÉTRICO
wearables com serviços de
treino individual. Nos últimos
anos, estes dispositivos –
como relógios inteligentes,
pulseiras fitness e outros
acessórios tecnológicos – têm
O Pu-Ra HPE é o primeiro protótipo baixo peso da carroçaria e a aerodinâ-
sido projetados para ajudar os
utilizadores a monitorizarem apresentado após a notícia do relança- mica apurada.
a atividade física, o sono, a mento da Lancia. Um carro 100% elé- A Lancia promete que vai “oferecer o
frequência cardíaca e outros trico, que aponta para o futuro com forte melhor” nos segmentos utilitários, topos
dados relacionados à saúde. inspiração no passado. de gama e berlinas compactas.
Mas, além das monitorizações, O Pu-Ra HPE não deverá ser trans- O primeiro modelo a chegar ao mer-
os fabricantes de wearables
vão adicionar serviços de
formado num carro comercial, mas re- cado será o novo Ypsilon, em 2024, em
treino individual para melhorar presenta como será a Lancia na próxi- versões híbridas e elétricas. Um carro que
a saúde mental e física. O ma década. Isto apesar de ser evidente, vai incluir um dos conceitos apresenta-
processo identifica desvios do quando olhamos para as fotos, que este dos no Pu-Ra HPE: a interface virtual
comportamento e atividade protótipo foi inspirado num ícone do S.A.L.A, com tecnologias Chameleon e
normal e sugere determinadas
passado, o Stratos. Tailored Predictive Experience (TAPE).
acções. Por exemplo, a
deteção de sono agitado e Respeitando a visão da Lancia para Estes sistemas são capazes de centralizar
ritmo cardíaco elevado (sinais o futuro próximo, o Pu-Ra HPE é um as “funções de áudio, controlo de clima-
de stress) levará a sugestões 100% elétrico de grande autonomia (su- tização e iluminação, permitindo a que
como mudar a rotina de perior a 700 km) graças a um consumo o ambiente interior da viatura se possa
sono ou praticar exercícios
energético inferior a 10 kWh/100 km. E adaptar ao toque de um botão ou através
respiratórios. No entanto,
este avanço tecnológico nos bastarão 10 minutos para carregar a ba- de uma instrução vocal”.
wearables também levanta uma teria. A Lancia não explica como chegou A partir de 2026, todos os novos Lancia
questão sobre a privacidade aos valores indicados, mas a eficiência serão 100% elétricos. Mas, certamente, o
dos dados. Será que os terá estado no topo das prioridades dos grande lançamento acontecerá em 2028,
gestores podem aceder aos engenheiros. Um dos ‘segredos’ será o com a chegada do novo Delta. S.M.
dados dos seus colaboradores?
Conhecer o estado físico e
mental de um funcionário pode
ser considerado uma invasão
de privacidade? É aqui que é
vital definir barreiras para que
a implementação dos novos
RUMOR
serviços não violem as regras
da privacidade. A IDC estima
que o setor de wearables
MICROSOFT ESTÁ A DESENVOLVER CHIPS IA
registe um crescimento de
6,3%, este ano face a 2022,
A OpenAI terá adquirido dezenas de milhares de processadores A100
para cerca de 442,7 milhões de da Nvidia para o ChatGPT. Mas a Microsoft, principal investidora na OpenAI,
dispositivos.
parece ter decidido criar o seu próprio processador otimizado
Gabriel Coimbra para grandes modelos linguísticos. Alguns rumores indicam
IDC Group Vice President & Country Manager
que a OpenAI já estará a testar os chips da Microsoft.
18
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
CRISTAIS PARA
TODA A OBRA
Ainda são apenas resultados computacio-
nais, mas o número não deixa de impressio- Sistemas
nar: há 150 mil novos materiais cristalinos planetários que
disponíveis para serem sintetizados e usa- giram em torno de
estrelas como o Sol
dos em aplicações tecnológicas, anunciou
poderão não ser
a Faculdade de Ciências e Tecnologia da os melhores para a
Universidade de Coimbra. Entre estes fi- vida extraterrestre
guram supercondutores (que abaixo de certa
temperatura perdem a resistência elétrica) e

ESTÁ ALGUÉM AÍ?

materiais super-duros (cuja dureza se apro-
xima ou ultrapassa mesmo a do diamante).
A descoberta destes novos materiais, com
“alta probabilidade de poderem ser sinte-
tizados experimentalmente”, destaca-se
no comunicado, resultou da avaliação de
mais de mil milhões de possibilidades, com
a ajuda de ferramentas de machine learning.
Tiago Cerqueira, investigador do Centro de
Física da Universidade de Coimbra (CFisUC)
e coautor do estudo, publicado na revista
Advanced Materials, sublinha a “constante
pressão económica e social” para a desco-
berta de materiais alternativos, que possam
vir a ser usados em áreas como o fabrico de
painéis solares, em alternativa ao silício, e
na produção de baterias para a indústria dos
carros elétricos. Habitualmente procuram-
-se materiais com propriedades específicas
entre os já conhecidos. Com estes novos
cristalinos, os cientistas esperam ampliar a
gama de respostas nas mais diversas áreas,
das ferramentas de corte à produção de me-
dicamentos. S.S.
É inevitável que na busca por vida noutros sistemas planetários sejam avaliados
como melhores candidatos aqueles que apresentam uma estrela como a nossa.
Mas de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications
não será assim tão linear.
Quando são classificadas de acordo com a sua composição, as estrelas divi-
dem-se em ricas em metais – que neste contexto representam os elementos
mais pesados que o hidrogénio e o hélio – e não ricas em metais. O nosso
Sol, apesar de ser 98% hélio e hidrogénio, também lá tem ferro, oxigénio,
magnésio, carbono, o que lhe confere o estatuto de estrela rica em metal.
Só que os planetas que giram em torno de estrelas com estas características
não serão necessariamente os mais adequados para albergar vida extrater-
restre, defende a cientista Anna Shapiro, do Instituto Max Planck, depois
de ter conduzido um estudo pioneiro acerca da relação entre a metalicidade
das estrelas e a probabilidade de os seus planetas serem habitáveis, lê-se na
revista Motherboard, que entrevistou a principal autora do trabalho.
Enquanto as estrelas pobres em metais emitem mais radiação UV do que as
ricas em metais, os planetas que as orbitam podem apresentar uma camada
de ozono mais robusta, o que impede a radiação nociva de atingir a superfície.
Face a estes resultados, Shapiro defendeu que “é mais promissor encontrar
vida em torno de estrelas pobres em metais.” S.S.

VER MAIS À FRENTE

NETFLIX ENTRA SAMSUNG TROCA SPOTIFY ABDICA OFERTA DE CONSOLAS

NOS VIDEOJOGOS AAA GOOGLE POR BING DOS EXCLUSIVOS PORTÁTEIS CRESCE

37 %
PORQUE
A contratação de Joseph
Staten, ex-responsável por
Halo, para Diretor Criativo
abre essa porta, mas um jogo
AAA requer o investimento de
muito tempo e dinheiro sem
garantia de retorno.
41 %
PORQUE
As melhorias no motor de
busca da Microsoft estarão
a aliciar os responsáveis
coreanos a mudar o browser
predefinido dos smartphones.
Mas a Google não irá abdicar
facilmente deste negócio.
64 %
PORQUE
A plataforma de streaming fez
uma aposta inicial forte em ter
vários podcasts exclusivos,
mas agora os produtores de
conteúdos estão a ir também
para rivais como Apple
Podcasts e Google Podcasts.
83 %
PORQUE
Depois de Nintendo Switch,
Steam Deck e Logitech G
Cloud, a Asus vai lançar um
hardware de formato similar
em breve. E a Microsoft
também estará a estudar
essa hipótese.

20
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 CONTEÚDO PROMOCIONAL
AZURE OPENAI:
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL PARA TODOS
Na justiça portuguesa há processos simplificados com a ajuda de tecnologia
semelhante à do ChatGPT. Inovação aberta ajuda empresas a criar soluções
de IA que chegam ao mercado muito mais depressa
S
abendo que os modelos massivos de linguagem são
críticos para a inovação, e determinada a demo-
cratizar a Inteligência Artificial (IA), a Microsoft
disponibilizou o serviço Azure OpenAI aos seus clientes de
Azure. Com isto, abriu-lhes as portas dos modelos mais
avançados do mundo nesta matéria, incluindo GPT-3.5,
- e até o GPT-4, já em preview para alguns clientes -,
mas também Codex e DALL-E2, que permitem realizar
tarefas como geração de conteúdo, resumo, pesquisa
semântica ou tradução de linguagem natural para código.
A estes juntou-se depois o já conhecido ChatGPT, uma
versão adaptada do GPT-3.5, desenvolvida e treinada na
infraestrutura de IA do Azure. Desta forma, empresas
e programadores rapidamente deitaram mãos à obra
e começaram a explorar as capacidades dos diferentes
modelos e a descobrir como integrá-las nos processos
internos ou em aplicações próprias. Muitos resultados
já estão à vista e Portugal não é exceção.
A partir do momento em que as empresas de todos os se-
tores e de qualquer dimensão tiveram acesso aos modelos
de IA generativa em larga escala, a inovação disparou e
foi posta ao serviço do cliente final, que agora tem ofertas
mais personalizadas ou informação criada à sua medida
sobre um determinado produto ou serviço. Conclusão:
clientes mais satisfeitos, empresas mais eficientes e co-
laboradores com mais tempo para se concentrarem em
tarefas mais críticas.
A plataforma Azure OpenAI, criada na sequência da
parceria da Microsoft com a OpenAI, junta o potencial da
IA generativa com outras ferramentas da empresa, num
ambiente seguro e controlado, dois fatores críticos para a
empresa de Redmond, que defende uma IA responsável
e orientada por princípios que colocam as pessoas em
primeiro lugar e onde segurança, confiabilidade, confor-
midade e privacidade de dados são as palavras de ordem.
PORQUÊ O AZURE?
A resposta é simples: é a única cloud pública global que
disponibiliza supercomputadores de IA com recursos
combinados de escalabilidade vertical e horizontal, e
a que oferece o melhor desempenho e escala para as
cargas de trabalho de formação e inferência de IA mais
intensivas em computação.
Assim, o serviço Azure Open AI é a dupla perfeita, ao
combinar o poder dos modelos de IA generativa em
larga escala com a segurança e robustez do Azure. Por
essa mesma razão é usado pela Microsoft para potenciar
os seus próprios produtos, como o GitHub Copilot, um
co-programador de IA que apoia na escrita de código,
o Power BI, que aproveita a linguagem natural com tec-
nologia GPT-3 para gerar automaticamente fórmulas e
expressões DAX, ou o Microsoft Designer, que ajuda os
criadores a gerar conteúdo gráfico de qualidade através
de linguagem natural.
JUSTIÇA COLOCA IA AO SERVIÇO DOS CIDADÃOS
Portugal tornou-se pioneiro ao proporcionar aos cidadãos
um serviço assente no modelo linguístico GPT-3.5, criado
pela OpenAI e disponibilizado na plataforma Microsoft
Azure OpenAI. Trata-se do Guia Prático de Justiça (GPJ),
um chatbot generativo da Justiça, criado no âmbito do
Plano de Recuperação e Resiliência pela Genesis.Studio
com o apoio da Microsoft Portugal, que responde numa
linguagem natural às dezenas de questões relacionadas
com casamentos e divórcios.
Basta entrar no site ou na aplicação móvel do GPJ e, sem
qualquer registo, iniciar a conversa para saber o que fazer
para tratar do casamento, iniciar o processo no registo
civil ou qual é a conservatória mais perto. Em caso de
divórcio, rapidamente descobre os passos a dar caso
estejam ou não os dois de acordo, como dividem os bens
ou como é calculada a pensão de alimentos. As respostas
surgem rápidas e com uma escrita semelhante à humana,
numa perspetiva jurídica, mas facilmente entendível e,
mesmo com erros ortográficos de quem faz as pergun-
tas, percebe sempre o contexto. Além disso, partilha os
links necessários para avançar com o processo, seja para
se registar, saber mais ou fazer uma videoconferência.
 TOP CÂMARAS DE VIDEOVIGILÂNCIA
Têm cada vez mais funcionalidades e são uma forma acessível para ter
SIGNIFICADO
DAS ESTRELAS
Só classificamos produtos que cheguem
em versão final. A nota global é a
mais importante, porque representa a
classificação geral que damos ao produto.

a casa vigiada. Comprar em kit (duas ou mais câmaras) pode compensar

EXCELÊNCIA

1 TP-LINK TAPO C210 V2 Produtos que obtiveram uma média final

mínima de 4,8, o que representa notas
€35,99 excelentes em todas as subclassificações.
Capta vídeo com 2K de resolução, tem
modo de gravação noturna, roda em 360°
e gera alertas quando deteta movimentos.

RECOMENDADO
Produtos que conseguem obter bons

2
resultados em todas as subclassificações

EUFY SOLO INDOORCAM C24 e uma nota global mínima de 4,3.

€39,99
Vídeo 2K, sistema para distinguir
pessoas e animais, notificações
ativadas por deteção de ruído e
gravação de imagens na cloud.
MELHOR DO TESTE
Apenas para testes de grupo,
atribuído ao produto com a melhor
classificação do grupo.

3 XIAOMI OUTDOOR AW200

€39,99
Muito boa qualidade/preço para usar no
exterior da casa. Capta vídeo em Full HD,
tem modo noturno e é resistente à chuva.
DESEMPENHO
Apenas para testes de grupo,
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

RING INDOOR CAM

€59,99
Destaca-se pela amplitude das
imagens captadas (115°) e pelas
notificações com imagem do momento
4 QUALIDADE/PREÇO
Apenas para testes de grupo,
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.
em que detetou movimento na casa.

AS NOTAS DAS ANÁLISES

A nota global que atribuímos

5
aos produtos resulta da média

TP-LINK TAPO C320WS aritmética das subclassificações

€69,99
Das mais completas para uso
exterior: vídeo 2K, visão noturna
até 30 metros, iluminadores LED
e antenas para melhor Wi-Fi.
Desempenho (testes de hardware)
ou Interface (testes de software),
Características e Qualidade/preço.
As notas variam
de 0 (péssimo) a 5 (excelente).

22
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 FA L A M O S E S P E C I A L I S TA S

O (BOM)
TELEMÓVEL
QUE SE PODE
REALMENTE
COMPRAR
GAMA MÉDIA

Podemos sonhar com

topos de gama, mas
nem todos temos
poder de compra para
eles. Neste artigo
colocamos à prova
sete smartphones
cujos preços vão dos
€279 aos €569.
Soluções que têm em
conta a carteira e que
serão mais do que
suficientes para dar
boa resposta à maioria
das necessidades dos
utilizadores
Textos Paulo Belchior de Matos

23
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

N O MIA CÂ M
AR A
A UTO S
C O N ST R UÇ Ã O
EC R Ã
CO
RE MP
WA O NE
S OF T NE TES
A estética é
dominada por
linhas simples
e elegantes
O REI DAS ESPECIFICAÇÕES
XIAOMI REDMI NOTE 12 PRO+ 5G €499,99
DESIGN O Note 12 Pro+ segue o
princípio cada vez mais em voga
de linhas simples e elegantes, sem
grandes arrojos ou apontamentos
diferenciadores. Há vidro na frente
(Gorilla Glass 5) e na traseira, sendo
que isto faz com que seja suscetível
a ficar facilmente marcada por
dedadas e que seja algo escorregadio
na mão. Valorizamos bastante a
colocação de um jack de 3,5 mm no
topo, o que permite ligar por cabo uns
auscultadores ao smartphone. É um
smartphone pesado e a espessura
também é considerável, mas tem
certificação IP53, o que significa que
é resistente a poeiras e salpicos. O
modelo que recebemos era de cor
preta, mas este Redmi está igualmente
disponível em branco ou azul.
PERFORMANCE Quando vimos as
especificações do Note 12 Pro+ e nos
revelaram que ficaria abaixo dos €500,
brandimos um “Finalmente!”, já que nos
parecia uma lacuna do mercado. O ecrã
tem 6,67 polegadas e resolução FHD+.
O painel é AMOLED, o que deixava
antever cores vivas e muito brilho,
algo que comprovámos na prática. A
qualidade de imagem é muito boa, conta
com Dolby Vision (e, já agora, também
com Dolby Atmos) e a navegação é
fluída, graças a uma taxa de atualização
que pode chegar aos 120 Hz.
No campo do hardware, a Xiaomi fez
uma aposta única nas memórias: 8 GB
de RAM e 256 GB de armazenamento.
Números que chamam a atenção pela
gama de preço em que este Redmi se
enquadra. A maior cedência do Pro+
acaba por ser o processador. Não
obstante, o desempenho é mais do
que satisfatório. A autonomia também
está num patamar elevado, mas o que
gostámos mais até foi a velocidade a
que conseguimos recuperar energia.
É que o Pro+ traz um carregador de
120 W e no nosso teste precisámos de
cerca de 20 minutos para passar dos
17% para os 100% de bateria, o que
tem tanto de impressionante como de
útil e prático.
BOM HARDWARE E UMA CÂMARA
PRINCIPAL DE 200 MP NUM
TERMINAL DE PREÇO ALICIANTE
24
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4,2
xiaomistore.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã FHD+ Flow AMOLED de 6,67”
(2400x1080, 120 Hz) ○ CPU MediaTek
Dimensity 1080 ○ 8 GB de RAM ○ 256 GB
de armaz. ○ Câmaras: traseiras de 200 +
8 + 2 MP; e frontal de 16 MP ○ Bateria de
5000 mAh ○ Android 12 com MIUI 13 ○
162,9x76x8,98 mm ○ 210,5 g
BENCHMARKS
Antutu 438444 z CPU 112734 z GPU
134631 z Memória 84711 z UX 106368 z 3D
Mark Wild Life 2280 (13,7 fps) z Geekbench
843 Single / 2267 Multi z PCMark Work 3.0
11221 z Autonomia (PCMark) 11 h 44 m
FOTOGRAFIA Mas a peça de hardware
mais impressionante no Note 12 Pro+
é a câmara principal com um sensor
(da Samsung) de 200 MP (e ainda
f/1.7, 24 mm, 1/1.4", 0,56 μm, PDAF,
OIS). É um número absurdamente
elevado, ainda mais para um
smartphone deste preço, que permite
captar muito detalhe na imagem.
Não é, contudo, o modo de fotografia
predefinido. Para o ativar vai ter de ir
à funcionalidade Ultra HD e, depois
disso, selecionar a opção 200 MP,
caso contrário ficará
servido por 50 MP. E tenha em
conta que as imagens captadas com
esta resolução máxima vão roubar
mais espaço de armazenamento:
em média, uma foto destas ocupa
20 MB contra os 3 MB de uma
‘normal’. Algo a ter em conta porque o
armazenamento não é expansível por
cartão microSD.
As outras duas câmaras da traseira
são uma ultra grande angular de 8
MP, f/2.2, 120˚, 1/4", 1.12 μm e
uma macro de 2 MP, f/2.4. À frente
está uma 16 MP, f/2.5, 1/3.06", 1.0
μm. Achámos as imagens captadas
equilibradas, com o Redmi a apostar
em tons realistas. Demos conta de
alguma dificuldade em lidar com um
cenário mais desafiante de contraluz,
mas fomos surpreendidos pela boa
capacidade nas fotos noturnas. Leva
alguns segundos a processar, mas a
espera vale a pena porque tem menos
ruído do que o habitual num gama
média. E divertimo-nos a explorar o
filtro Preto e Branco.

A taxa de
atualização pode
ser de 60 Hz ou
de 120 Hz, mas
não há um modo
que comute
automaticamente
PONTO DE REBUÇADO
SAMSUNG GALAXY A34 5G (256 GB) €489,90
DESIGN O minimalismo está na moda
e o A34 é mais um smartphone que
opta por seguir essa tendência. O
resultado é agradável à vista e a
Samsung fez um bom trabalho para
disfarçar a presença de plástico no
rebordo e na traseira. Se o rebordo
ainda apresenta uma espessura
considerável, na traseira há um
revestimento elegante que combate
potenciais marcas de dedadas. O
modelo que recebemos era o preto,
mas o A34 está igualmente disponível
em lima, violeta e prateado.
Na frente encontramos Gorilla Glass
5, sendo que este smartphone
possui classificação IP67 (suporta
submersão até 1 metro em água
doce, num período de até 30
minutos). Contudo, ficamos com
a sensação de que o rácio corpo-
ecrã de 84,9% é escasso, já que as
molduras entram um pouco para o
painel e a câmara frontal está num
entalhe em forma de gota de água.
PERFORMANCE O ecrã de 6,6
polegadas, com um rácio de 19.5:9,
segue as brilhantes pisadas dos
Super AMOLED a que a Samsung
O MIA
TON
AU
C O N ST R UÇ Ã O
RE
WA
S OF T
nos habituou nos últimos anos. As
cores são vivas e o brilho atinge um
nível muito elevado, sendo que nas
Definições podemos alterar o Modo
de Ecrã para ‘Natural’ para se obterem
tons mais realistas.
Em termos de hardware, é inevitável
fazer uma comparação com o Xiaomi
Note 12 Pro+, pois partilham muitos
dos mesmos recursos: o processador
é igual, tal como a memória RAM e
o espaço de armazenamento. Não
é, portanto, de estranhar que os
resultados dos benchmarks andem par
a par, embora seja justo reconhecer
que o smartphone da Samsung leva
até uma ligeiríssima vantagem. O
mesmo é válido para a autonomia,
embora tenhamos de penalizar a
marca coreana por não fornecer
carregador na caixa, só vem o cabo
USB-C. Onde o A34 marca pontos
decisivos é no software. Por exemplo,
UM SMARTPHONE EQUILIBRADO
QUE FAZ TUDO BEM E TEM NO
SOFTWARE UM FATOR DIFERENCIADOR
25
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4
samsung.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
CÂ M
AR A
S
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã FHD+ Super AMOLED de 6,6”
EC R Ã
(2340x1080, 120 Hz) ○ CPU MediaTek
Dimensity 1080 ○ 8 GB de RAM ○ 256
GB de armaz. ○ Câmaras: traseiras de 48
+ 8 + 5 MP; e frontal de 13 MP ○ Bateria de
5000 mAh ○ Android 13 com One UI 5.1 ○
161,3x78,1x8,2 mm ○ 199 g
CO
MP
O NE
NE TES
BENCHMARKS
Antutu 487461 z CPU 130705 z GPU 137988
z Memória 94460 z UX 124308 z 3D Mark
Wild Life 2313 (13,9 fps) z Geekbench 1023
Single / 2492 Multi z PCMark Work 3.0 11691 z
Autonomia (PCMark) 12 h 52 m
traz de raiz Android 13 e a Samsung
garante 4 gerações de atualizações
de software e uma manutenção de
segurança de 5 anos, o que transmite
conforto a longo prazo.
FOTOGRAFIA Apreciámos o facto
de as câmaras traseiras do A34
não apresentarem praticamente
qualquer saliência em relação ao
chassis. Dispostas na vertical, estas
câmaras são (de cima para baixo): a
ultra grande angular de 8 MP, f/2.2,
123˚, 1/4.0", 1.12 μm; a principal
de 48 MP, f/1.8, 26 mm, 1/2.0",
0.8 μm, PDAF, OIS; e a macro de 5
MP, f/2.4. As imagens obtidas são
equilibradas, mas esperávamos
encontrar um alcance dinâmico maior.
O smartphone recorre a um sensor
Quad-Bayer, pelo que as fotografias
por predefinição são tiradas com
uma resolução de 12 MP, embora
seja possível ativar os 48 MP de
forma manual. As fotos noturnas
têm algum ruído, mas, tendo em
conta o segmento de preço, são até
acima da média. Este Galaxy acaba
por distinguir-se mais nos retratos,
tanto com a câmara traseira como
com a frontal (13 MP, f/2.2, 1/3.1",
1.12 μm), com o efeito ‘bokeh’ a
fazer um bom recorte do motivo. O
efeito de desfoque do fundo pode
até ser ajustado ‘a posteriori’, sendo
igualmente possível aplicar efeitos
ao retrato na fase de edição (estúdio,
ponto de cor, etc.). E ficámos fãs
da funcionalidade Remasterizar
fotografia, que puxa pela vivacidade
das cores.

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RE MP
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S OF T NE TES
SÓ PARA DUROS
CAT S42 H+ €299,99
DESIGN Um alerta prévio: se ainda
não está familiarizado com os
smartphones CAT, tenha em mente
que estes não são telemóveis típicos.
O S42 H+ destina-se especificamente
a quem trabalha em ambientes
com consciência higiénica ou em
condições mais adversas. É que
este terminal possui as certificações
IP68, IP69 e MIL-SPEC 810H, o que
significa que aguenta quedas até
1,8 m numa superfície de aço ou ser
colocado debaixo de água até 1,2 m
de profundidade durante um máximo
de 35 minutos. Além disso, foi ainda
certificado com a norma ISO 22196
referente a defesa contra germes.
Na prática, isto assegura que os
componentes externos deste produto
foram misturados com um aditivo
antimicrobiano à base de iões de
prata para assegurar maior proteção
higiénica. Toda esta robustez acarreta
consequências no design. O S42 H+ é
pesado e a espessura é considerável,
dando aquela sensação de ‘tijolo’
quando o temos na mão. Os cantos
são reforçados e há Gorilla Glass 5
a proteger o ecrã. A porta microUSB
Este smartphone é
resistente a lixívia e
produtos químicos
para o carregamento e o jack de 3,5
mm estão protegidos com patilhas
para evitar a entrada de água. No lado
esquerdo há um botão programável
em que podemos definir uma função
ou aplicação para abrir com um duplo
toque ou um pressionar longo.
PERFORMANCE Não precisámos de
muito tempo de utilização para notar
problemas no desempenho deste
CAT. O CPU Helio A20 até é capaz
de responder com alguma rapidez
– convém não esquecer o patamar
de preço em que estamos a operar
– à maioria das tarefas, mas demos
conta de vários ‘engasganços’ que
prejudicam a fluidez da experiência.
Uma consequência inevitável da
escolha de um processador de 12
nanómetros (os mais recentes dos
topos de gama são de 4 nm) que é
conjugado com 3 GB de RAM e apenas
ROBUSTEZ PARA QUEM TRABALHA
NA ÁREA DA SAÚDE OU DA
CONSTRUÇÃO. POUCO ACONSELHÁVEL
PARA O UTILIZADOR TÍPICO
26
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
3
catphones.com
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã IPS LCD HD+ de 5,5” (1440x720,
60 Hz) ○ CPU MediaTek MT6761D Helio
A20 ○ 3 GB de RAM ○ 32 GB de armaz. ○
Câmaras: traseira de 13 MP; e frontal de 5
MP ○ Bateria de 4200 mAh ○ Android 11 ○
161,3x77,2x12,7 mm ○ 220 g
BENCHMARKS
Antutu 89126 z CPU 23428 z GPU 8690 z
Memória 25989 z UX 31019 z 3D Mark Wild
Life Não correu z Geekbench Não correu z
Multi PCMark Work 3.0 11221 z Autonomia
(PCMark) 15 h 58 m
32 GB de espaço de armazenamento.
A autonomia é excecional, mas o
carregamento é lento.
O ecrã também é problemático. A
resolução é escassa e sentimos falta
de brilho, mas o que nos fez mais
confusão foi o rácio corpo/ecrã de
62,7%. É que ficamos com um painel
de ‘apenas’ 5,5 polegadas quando
temos na mão um smartphone de
dimensão generosa. Pela positiva,
pode estar a usar-se luvas que o
toque é reconhecido na mesma. A
nível de software, a CAT aposta num
Android puro, algo que apreciamos. O
problema é que é a versão 11, quando
o sistema operativo da Google já vai
na 13. Destaque-se a presença de um
atalho no ecrã principal para a Toolbox,
que, no fundo, é uma lista de apps
vocacionadas para as áreas em que
o S42 H+ poderá ser rentabilizado:
construção, agricultura, etc. Ao
clicar nos ícones será encaminhado
para a Play Store para descarregar a
aplicação.
FOTOGRAFIA Vamos ser curtos e
diretos: se procura capturar boas
fotos, não conte com o S42 H+. Aqui
só vai encontrar uma espécie de
serviços mínimos. Falta definição,
alcance dinâmico e vivacidade às
cores. É notório ruído, situação que
escala para níveis inutilizáveis quando
puxamos pelo zoom ou estamos
num local com parca iluminação.
Ainda assim, a câmara frontal faz
um trabalho q.b. com as selfies. Mas
há poucas opções para explorar nos
menus de fotografia e vídeo.

O rácio
corpo/ecrã
é generoso e
ajuda a tornar
a visualização
de conteúdos
mais imersiva
RETRATOS E VLOGS
HUAWEI NOVA 9 SE €279
DESIGN A estética aponta ao
público-alvo do Nova 9 SE: os jovens.
É elegante e aposta em laterais e
cantos arredondados, algo que o torna
mais agradável na mão e ergonómico.
Alguns utilizadores poderão, contudo,
considerá-lo um pouco escorregadio.
Mas é mais fino e leve que a maioria
das outras propostas deste teste de
grupo. O botão de energia incorpora
um sensor de impressões digitais e
consideramos o módulo de câmaras
e o logótipo ‘Nova’ na traseira
diferenciadores e apelativos. Está
disponível em branco, preto ou azul.
PERFORMANCE A qualidade de imagem
do ecrã de 6,78 polegadas é boa, mas
as cores não possuem a vivacidade
dos painéis AMOLED. O rácio corpo/
ecrã é, contudo, apelativo à vista – a
Huawei aponta para 94,85%, mas
nós achamos que é de 89,5%, um
valor que, ainda assim, contribui
para uma visualização mais imersiva.
A nível de componentes, a Huawei
aposta numa dose avantajada de
RAM e em armazenamento suficiente.
O processador acaba por ser a
escolha mais limitativa. Não porque
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TON
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RE
WA
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o desempenho seja mau, mas os
concorrentes conseguem fazer melhor,
principalmente na componente de
processamento gráfico. Além disso,
também não há suporte para 5G. A
bateria deu boa resposta e o Nova
9 SE tem a vantagem de suportar
carregamento de 66 W.
O software é um tópico desafiante.
Nos últimos anos, os smartphones
da Huawei deixaram de ter acesso,
de forma oficial, aos serviços Google
Play. Alguns utilizadores considerarão
isto uma pecha fulcral e um fator
eliminatório para a aquisição do
telemóvel. Outros não terão problemas
em adaptar-se e poderão até desejar
livrar-se do jugo da Google. Dito isto,
este Nova recorre à interface gráfica
EMUI 12, que assenta em Android 11.
A navegação é fluída, mas achamos
que a Huawei abusa no número de
aplicações pré-instaladas. Até no
A PROPOSTA MAIS BARATA
DESTACA-SE PELO DESIGN APELATIVO.
INDICADO PARA OS ANTI-GOOGLE
27
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
3,5
consumer.huawei.com/pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã IPS LCD FHD+ de 6,78” (2388x1080,
90 Hz) ○ CPU Qualcomm Snapdragon
CÂ M
AR A
680 ○ 8 GB de RAM ○ 128 GB de armaz.
S ○ Câmaras: traseiras de 108 + 8 + 2 + 2
MP; e frontal de 16 MP ○ Bateria de 4000
mAh ○ EMUI 12 baseado em Android 11 ○
164,64x75,55x7,94 mm ○ 191 g
EC R Ã
BENCHMARKS
Antutu 257124 z CPU 78238 z GPU
50629 z Memória 71644 z UX 56613 z 3D
Mark Wild Life Não disponível z Geekbench
CO
MP Não disponível z PCMark Work 3.0 6191 z
O NE Autonomia (PCMark) 10 h 43 m
NE TES
processo de configuração sentimos
alguma intrusão, tal a quantidade de
autorizações solicitadas.
FOTOGRAFIA À primeira vista parecem
duas, mas são quatro as câmaras que
estão na traseira do Nova 9 SE. A que
está mais acima é a principal – 108
MP, f/1.9, 1/1.52", 0.7 μm, PDAF
– e a que está mais abaixo é a ultra
grande angular – 8 MP, f/2.2, 112˚.
No meio encontram-se uma macro
e uma de profundidade de campo,
ambas com 2 MP, f/2.4. Apesar dos
números serem impressionantes para
esta gama de preço, esperávamos
mais do resultado final. Este Nova
recorre a uma tecnologia de pixéis
9-em-1 para aumentar o tamanho
do pixel para 2,1 μm, mas sentimos
falta de mais detalhe nas fotografias.
Até quando ativámos manualmente
a opção Alta Resolução para puxar
pelos 108 MP. E o processamento
depois de carregarmos no obturador é
um pouco demorado. O ruído é ainda
mais notório em ambiente noturno,
de contraluz ou quando mexemos no
zoom. Todavia, o algoritmo faz um
trabalho interessante nos retratos
– algo artificial, mas mais ‘bonitinho’
para as redes sociais.
A Huawei disponibiliza algumas
funcionalidades que poderão apelar a
vloggers iniciantes. Exemplo disso é a
capacidade de gravar em simultâneo
com a câmara principal e a ultra
grande angular ou com a traseira e a
frontal no modo Vista Dupla. Contudo,
a gravação de vídeo está limitada a um
máximo de 1080p a 30 fps.

O MIA CÂ M
AR A
TON S CARACTERÍSTICAS
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OPERAÇÃO DE CHARME
MOTOROLA MOTO G73 5G €299,90
DESIGN Admitimos alguma surpresa
pela forma como fomos seduzidos
pelo Moto G73. Bastou pegar
nele para começarmos a ficar
encantados pelo peso reduzido
e consequente conforto na mão.
A traseira e o rebordo são em
plástico, mas a Motorola faz um bom
trabalho no revestimento, que, por
um lado, transmite uma sensação
mais premium do que o preço
deixa antever, e, por outro, elimina
potenciais marcas de dedadas. E o
efeito de chassis construído a partir
de um monobloco contribui para a
elegância do terminal. Os pontos
menos positivos acabam por ser a
saliência do módulo de câmaras e o
rácio corpo/ecrã de 85,6%, fruto de
molduras (principalmente a inferior)
generosas. Valorizamos a presença
de um jack de 3,5 mm e gostámos
do azul-escuro do modelo que
recebemos. Está também disponível
em branco.
PERFORMANCE É no desempenho que
o G73 conquista definitivamente o
nosso coração. Se analisarmos os
resultados dos nossos benchmarks,
O processador
e as memórias
escolhidas
garantem uma
experiência de
utilização fluída
constatamos que deixa a larga
distância os concorrentes de preço
similar e vai disputar os lugares
cimeiros com smartphones bem
mais caros. Uma explicação está na
escolha acertada que a Motorola
fez no campo do hardware. O
processador Dimensity 930 da
MediaTek dá boa resposta e há muita
memória à disposição: 8 GB de RAM
e 256 GB de armazenamento. É
como se a fabricante não tivesse feito
concessões. E o utilizador agradece,
já que a experiência de utilização se
torna muito agradável, fruto de uma
fluidez acima da média, sendo que a
autonomia também é um ponto forte.
Por fim, o ecrã. Tem 6,5 polegadas
de dimensão, resolução FHD+ e um
rácio de 20:9. A qualidade de imagem
não deslumbra, o painel até fica
com alguns reflexos e gostaríamos
de maior contraste, mas as cores
UMA PROPOSTA COM UMA RELAÇÃO
QUALIDADE/PREÇO QUASE IMBATÍVEL.
POR €300 TEM DESEMPENHO E DESIGN
28
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4,3 also.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
Ecrã IPS LCD FHD+ de 6,5” (2400x1080,
120 Hz) ○ CPU MediaTek Dimensity 930 ○
8 GB de RAM ○ 256 GB de armaz. ○ Câmaras:
traseiras de 50 + 8 MP; e frontal de 16 MP
○ Bateria de 5000 mAh ○ Android 13 ○
161,4x73,8x8,3 mm ○ 181 g
BENCHMARKS
Antutu 428870 z CPU 124949 z GPU
105550 z Memória 93032 z UX 105339
z 3D Mark Wild Life Não disponível z
Geekbench 912 Single / 2300 Multi z
PCMark Work 3.0 11716 z Autonomia
(PCMark) 13 h 12 m
são saturadas e há brilho q.b. para
proporcionar uma boa experiência na
visualização de vídeos e séries.
Se virarmos agulhas para o software
vemos que a Motorola optou por um
Android 13 limpo, sem bloatware,
mas com direito a personalização.
Assim, ao icónico ‘Hello, Moto’
que se ouve quando se liga o
smartphone juntam-se uma série
de funcionalidades úteis de gestos
que funcionam como atalhos. Por
exemplo, podemos abanar duas vezes
o G73 para ligar a lanterna ou girar o
pulso para abrir a câmara.
FOTOGRAFIA Ao contrário da
tendência dominante, a Motorola
opta por ter apenas duas câmaras
na traseira: a principal de 50 MP,
f/1.8, 1.0 μm, PDAF; e a ultra grande
angular de 8 MP, f/2.2, 118˚,
1.12μm, AF. A ausência de um
terceiro sensor não se faz sentir nos
retratos, com um efeito de desfoque
do fundo bem conseguido. O intervalo
dinâmico podia ser maior, mas as
cores são equilibradas e o Moto
aposta numa reprodução mais fiável
em vez de procurar otimizações por
algoritmos. O zoom vai até às 8x,
mas é notório ruído nessa situação.
Algo que se replica em fotografias
noturnas. Mas apreciámos o modo
Ultra-Res, que recorre aos 50 MP da
câmara para conseguir captar mais
detalhe. À frente está uma câmara
de 16 MP, f/2.4, 1.0 μm. As selfies
foram uma surpresa, com um efeito
‘bokeh’ bem conseguido, embora
desejássemos cores mais vivas.

O sensor de
impressões
digitais está
embutido
no botão de
energia
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COM UMA PITADA DE SAL
XIAOMI REDMI NOTE 12 5G €329,99
DESIGN Confessamos que temos
uma paixão por tons invulgares nos
smartphones, razão pela qual o verde
do Note 12 5G que recebemos nos
cativou de imediato (a Xiaomi também
comercializa versões em azul ou
cinzento). Ao toque fica uma ligeira
sensação de ‘plastiqueiro’, embora
o acabamento da traseira seja uma
imitação de vidro e eficaz a minimizar
as marcas de dedadas. O peso e a
espessura são reduzidos, pelo que
foi um dos nossos preferidos na mão.
Possui ainda duas características
adicionais que valorizamos: a
certificação IP53, que assegura
resistência a salpicos e poeiras; e o
jack de 3,5 mm no topo.
PERFORMANCE Ao entrarmos no
campo do desempenho temos de
fazer um importante aviso prévio. A
versão do Redmi Note 12 5G que
recebemos para teste tinha 8 GB de
RAM e 256 GB de armazenamento,
mas em Portugal só estará à venda
o modelo com 4 GB de RAM e 128
GB de armazenamento. Optámos por
colocar no topo do texto o preço da
versão que vai encontrar à venda nas
lojas de Portugal. Portanto, tenha em
mente que os valores dos benchmarks
são referentes a um modelo com o
dobro da memória RAM e do espaço
de armazenamento, um aspeto que
não é despiciendo. Tome, portanto, os
resultados dos testes ‘com uma pitada
de sal’. Mesmo com estes ‘extras’ de
memória, os benchmarks não são
avassaladores. São, no entanto, em
linha com o que podemos esperar
de um terminal de gama média. O
facto de a RAM se ficar pelos 4 GB
parece-nos preocupante, mas a
Xiaomi tenta minimizar a questão
com a funcionalidade Extensão de
memória, que cria RAM adicional ao
ocupar espaço de armazenamento
(pode escolher alocar 2, 3 ou 5 GB).
E já que falamos em armazenamento,
o do Redmi é expansível até 1 TB por
cartão microSD.
A autonomia, sem ser extraordinária,
UMA PROPOSTA COMPETENTE,
MAS À QUAL FALTAM FATORES
DIFERENCIADORES
29
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
3,5
xiaomistore.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã 6,67” FHD+ AMOLED (2400x1080,
120 Hz) ○ CPU Snapdragon 4 Gen 1 ○ 4 GB
de RAM ○ 128 GB de armaz. ○ Câmaras:
traseiras de 48 + 8 + 2 MP; e frontal de 13
MP ○ Bateria de 5000 mAh ○ Android 12 ○
165,88x76,21x7,98 mm ○ 189 g
BENCHMARKS
Antutu 358344 z CPU 103533 z GPU
91303 z Memória 64132 z UX 99376 z 3D
Mark Wild Life 2280 (13,7 fps) z Geekbench
842 Single / 2028 Multi z PCMark Work 3.0
7577 z Autonomia (PCMark) 9 h 11 m
é aceitável e suficiente para
conseguirmos estar um dia sem
precisar de o ligar à corrente. E o
Note 12 5G (não confundir com a
versão Note 12, que é mais barata,
mas abdica da conetividade de quinta
geração e recorre a outro CPU)
suporta carregamento rápido de 33
W. O ecrã é similar ao do Note 12
Pro+ com que abrimos este artigo,
embora perca a funcionalidade Flow.
Algo que não influi especialmente na
experiência de utilização, já que há
fluidez na navegação e cores vivas
para desfrutar. Contudo, sentimos
falta de um modo automático que
comutasse a taxa de atualização entre
os 60 e os 120 Hz. Por fim, saliente-se
que o sistema operativo que vem de
raiz é o Android 12, com a Xiaomi a
prometer uma atualização para o mais
recente 13 muito em breve.
FOTOGRAFIA Tendo em conta o preço
pedido, as fotografias do Note 12
5G surpreenderam-nos pela positiva
por serem, globalmente, equilibradas.
Porém, quando esmiuçamos as
imagens vemos que falta detalhe e
saturação às cores. O módulo traseiro
das câmaras está entregue a: uma
principal de 48 MP, f/1.8, PDAF; uma
ultra grande angular de 8 MP, f/2.2,
120˚, 1/4", 1.12 μm; e uma macro
de 2 MP, f/2.4. Um trio que não lida
bem com fotos à noite, já que elas
ficam dominadas por ruído. Na parte
da frente está uma câmara com 13
MP, f/2.5, 1/3.0", que faz um eficaz
desfoque do fundo, embora, mais uma
vez, se note falta de detalhe.

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AU S (2340x1080, 120 Hz) ○ CPU Exynos 1380 ○
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S OF T NE TES
ACIMA DA MÉDIA
SAMSUNG GALAXY A54 5G (256 GB) €569,90
DESIGN A estética do A54
despertou-nos sentimentos mistos,
tanto gostámos de um pormenor como
nos incomodámos com outro. Vamos a
exemplos. A disposição das câmaras
traseiras é simples e cativante à vista.
São, contudo, algo salientes do chassis.
O revestimento da traseira em Gorilla
Glass 5 não só ajuda a proteger contra
hipotéticas quedas como é elegante.
Já o rebordo é em plástico, o que
parece chamar mais a atenção para a
espessura considerável deste Galaxy.
E o peso também ultrapassa a barreira
psicológica dos 200 g. O modelo que
recebemos para análise era branco e
gostámos muito da cor. Contudo, esse
tom parece fazer com que a moldura
do ecrã dê mais nas vistas, um ponto
menos positivo, já que o rácio corpo/
ecrã se fica pelos 82,9%. Mas tem
outras cores à escolha: preto, lima e
violeta.
PERFORMANCE Chegámos ao ponto
forte do A54, aquele onde leva
vantagem sobre os outros modelos
analisados neste teste de grupo.
A diferença, todavia, não é muito
significativa. Tivemos particular
A classificação IP67
assegura que aguenta
uma submersão até 1
m de água doce, num
período de até 30 m
curiosidade em analisar as diferenças
relativas ao Samsung A34, já que
a principal diferença entre os dois
terminais está no processador: um
MediaTek Dimensity 1080 no A34
versus um Exynos 1380 no A54.
Globalmente, o Exynos leva ligeira
vantagem. Curiosamente, perde por
pouco a operar com um único núcleo,
mas ganha quando se passa ao teste
com múltiplos núcleos. E também
se porta melhor no processamento
gráfico. Diferenças que, contudo, não
são muito significativas e têm pouco
impacto numa utilização quotidiana.
A autonomia é muito satisfatória,
embora a velocidade de carregamento
esteja limitada a 25 W (não suporta
carregamento sem fios) e a marca
coreana insista no conceito de não
incluir carregador na caixa.
O software, como já aludimos, é
UM SMARTPHONE QUE JÁ METE
O PÉ EM TERRITÓRIO DE TOPOS
DE GAMA, TANTO NO PREÇO, COMO
NO DESEMPENHO E NA FOTOGRAFIA
30
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4,2 samsung.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã Super AMOLED FHD+ de 6,4”
8 GB de RAM ○ 256 GB de armaz. ○ Câmaras:
traseiras de 50 + 12 + 5 MP; e frontal de 32
MP ○ Bateria de 5000 mAh ○ Android 13 com
One UI 5.1 ○ 158,2x76,7x8,2 mm ○ 202 g
BENCHMARKS
Antutu 506867 z CPU 150498 z GPU
145258 z Memória 86725 z UX 124386
z 3D Mark Wild Life 2826 (16,9 fps) z
Geekbench 941 Single / 2725 Multi z
PCMark Work 3.0 12732 z Autonomia
(PCMark) 13 h 19 m
um dos fatores diferenciadores da
Samsung. O One UI 5.1 trabalha
em cima de Android 13, permite
um elevado grau de personalização,
aposta no Knox para reforçar a
componente de segurança e garante 4
gerações de atualizações de software
e 5 anos para updates de segurança.
O ecrã de 6,4 polegadas é um mimo.
O painel Super AMOLED disponibiliza
um brilho elevado, cores vivas e um
contraste apurado.
FOTOGRAFIA Os elogios feitos
em relação ao desempenho são
extensíveis ao campo da fotografia.
O A54 aposta numa câmara frontal
de 32 MP, f/2.2, 26 mm, 1/2.8", 0.8
μm e num trio traseiro: a principal de
50 MP, f/1.8, 1/1.56", 1.0 μm, PDAF,
OIS; a ultra grande angular de 12 MP,
f/2.2, 123˚, 1.12 μm; e a macro de
5 MP, f/2.4. As imagens captadas
são equilibradas e apresentam um
bom grau de detalhe, sendo que as
fotografias noturnas surpreendem
positivamente por conseguirem
manter o ruído afastado e ir buscar
definição às parcas fontes de luz. Nos
retratos e selfies os motivos estão
bem recortados, sendo possível mudar
na edição os efeitos de fundo. Aliás,
voltamos a confessar admiração pela
funcionalidade Remasterização de
fotografias da Samsung. O modo
Divertido faz jus ao nome (usa filtros
do Snapchat para retratos invulgares)
e o vídeo chega ao 4K a 30 fps (ou
FHD a 60 fps), tanto com a câmara
traseira como com a frontal, mas o
estabilizador só funciona a 1080p.
 Challenge
Transforming tomorrow
Participe no 5G Challenge e apresente uma solução inovadora 5G
com o poder de impulsionar a transformação digital das empresas.
Os vencedores terão acesso ao programa de startups da Web Summit,
apoio na divulgação das suas soluções e a possibilidade de integrar
as mesmas no portfólio da Altice Empresas.

Inscreva-se até 30 de abril em altice-empresas.pt/5g-challenge

Empresas que mudam o mundo


O PODER DA CRIAÇÃO
HP ZBOOK FIREFLY 14 G9 €1959
S
e é um ‘veterano’ das tecnolo-
gias lembra-se dos tempos em
que workstation era sinónimo
de um computador poderoso, mas de
dimensões e peso consideráveis. Esses
tempos pertencem ao passado, como o
comprova este Firefly. Esta é uma estação
de trabalho com 1,5 kg e uma espessura
semelhante à de um portátil normal, o
que significa que pode ser facilmente
transportada para qualquer lado. Isto é
um fator importante a ter em conta, já
que a HP aponta este ZBook primordial-
mente a profissionais das áreas criativas
e a estudantes STEM.
Há robustez na qualidade de construção
e impera a sobriedade no design. O único
fator diferenciador na vertente estética é
o ‘Z’ da tampa. Algo que não impede que
a HP tenha tido atenção aos detalhes. Por
exemplo, as duas portas USB-C suportam
Thunderbolt 4 para garantir transferên-
cia de dados até 40 Gbps. E o teclado é
resistente a derrames, permitindo que
pequenas doses de líquidos vertidos inad-
vertidamente escoem pelo fundo.
WEBCAM ACIMA DA MÉDIA
Como é uma inegável ferramenta para
produtividade, achamos que a HP fez
bem em apostar numa webcam de 5 MP
que é capaz de fazer vídeo a 1440p (30
fps) para dar boa resposta em videocha-
madas. Como é de infravermelhos (IR),
aproveitámos para fazer a autenticação
no Windows através do reconhecimento
facial da funcionalidade Hello e a expe-
riência correu sempre bem, com o des-
bloqueio a ser rápido. Nos momentos em
que sabe que não vai precisar de recorrer
A câmara tem 5 MP
e há um obturador que
permite tapá-la quando
não está a ser usada
O teclado é retroiluminado
em dois níveis e tem um bom
espaçamento das teclas
4
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
hp.pt
CARACTERÍSTICAS
Ecrã WUXGA IPS de 14” (1920x1200, antirreflexo, 400
nits, sRGB a 100%) ○ Proc. i7-1265U ○ Gráfica Nvidia
T550 (4 GB GDDR 6) ○ 32 GB de RAM (DDR5-4800 MHz)
○ SSD de 1 TB (M.2 PCIe NVMe TLC) ○ 2x USB-C com
Thunderbolt 4, 2x USB-A, HDMI 2.0b, leitor de Smart
Card, jack 3,5 mm ○ 315,6x224,3x19,9 mm ○ 1,47 kg
PRODUTIVIDADE ECRÃ JOGOS AUTONOMIA
Excelente Bom Satisfatório
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 5551 z Essenciais 9621 z
Produtividade 9072 z Criação Conteúdo Digital 6749
z Jogos 4356 z 3DMark: Time Spy 1962 z Cinebench
R23 1677 Single Core / 6789 Multi Core z Final Fantasy
XV (standard, FHD) 2964 z PCMark 10 Autonomia
(Produtividade) 8 h 2 m
UMA ESTAÇÃO DE TRABALHO DE
ENTRADA DE GAMA QUE CONJUGA
DESEMPENHO COM PORTABILIDADE.
E QUE NÃO NEGLIGENCIA A
COMPONENTE DE SEGURANÇA
32
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
à câmara, pode tapá-la com o obturador
que está acessível numa discreta patilha
no topo do painel. Para ajudar nas tais
reuniões remotas, a HP disponibiliza
ainda uma funcionalidade de áudio que
ajuda a bloquear o ruído de fundo.
O ecrã de 14 polegadas tem uma re-
solução ligeiramente superior a FHD
(1920x1200) e um revestimento antir-
reflexo, embora ele não se tenha reve-
lado totalmente eficaz quando pusemos
o painel perante um foco de luz mais
forte. Mas a qualidade de imagem é boa,
principalmente pela forma eficaz como
consegue equilibrar brilho e contraste de
forma natural, apostando na replicação
de cores realistas.
UMA GRÁFICA PARA
PROFISSIONAIS
Acaba por ser nos componentes de har-
dware que mais se nota a aposta da HP
em fazer do Firefly uma máquina para
criativos. O processador é um Intel Core
i7 de 12ª geração, a que se junta um SSD
de 1 TB e uns estonteantes 32 GB de RAM.
E, claro, não podia faltar uma gráfica
dedicada. É uma Nvidia, mas não fazia
sentido optar por uma GeForce, que é
vocacionada para jogos. Assim, o ZBook
conta com uma T550 (anteriormente
conhecida como Quadro T550 Mobile).
Não é uma das GPUs mais poderosas,
porém possui drivers certificados que
estão otimizados para o desempenho e
Bom
estabilidade em aplicações profissionais,
como Photoshop, Illustrator ou InDesign,
por exemplo. Isto significa que só irá
tirar partido desta GPU neste contexto,
porque basta olhar para os nossos ben-
chmarks de gaming para perceber que
ela não acarreta praticamente nenhuma
vantagem nos jogos quando comparada
com uma gráfica integrada. Temos ainda
de chamar a atenção para o ruído do
sistema de dissipação quando é forçado
a entrar em cena perante o maior grau
de exigência de algumas tarefas.
Como se tornou apanágio da HP, vá-
rias funcionalidades de segurança são
fornecidas de série. Quer exemplos? O
Sure Start, que dota a BIOS de capaci-
dade de autorrecuperação, ou o Wolf
Security, que permite fazer uma ges-
tão centralizada de diferentes aspetos
de cibersegurança, como contenção
de ameaças e prevenção de malware.
Isto na vertente do software, porque há
ainda o sensor de impressões digitais
no lado direito do portátil, abaixo do
teclado. Paulo Belchior de Matos
MESTRE
„ Com uma caixa e bracelete em aço
inoxidável, o ScanWatch parece, à primeira
vista, um relógio clássico normal, estando

DO DISFARCE
disponível em versões com o mostrador
verde ou azul. Gostámos da elegância que
transmite, mas os materiais escolhidos
tornam-no, contudo, um pouco pesado,
o que pode gerar algum desconforto no
pulso com o decorrer do dia. Para amenizar
WITHINGS SCANWATCH esta questão, a Withings oferece uma
bracelete em fluoroelastómero, o que
HORIZON €499,95 até é uma opção que faz mais sentido se
quiser tirar proveito da resistência à água

A
Withings é uma empresa focada na monitorização de de 10 ATM do Horizon. Saliente-se ainda
que a (elegante) caixa traz uma série de
saúde. As balanças são a sua faceta mais conhecida,
(elegantes) acessórios que permitem
mas a empresa francesa também disponibiliza, por ajustar o tamanho da bracelete de aço,
exemplo, monitores de pressão sanguínea e sono. O ScanWatch retirando-lhe (ou acrescentando) pequenos
Horizon segue os mesmos princípios e assume-se como um fragmentos para ficar à medida certa.
smartwatch híbrido, que conjuga um aspeto clássico com a
capacidade de aferir continuamente parâmetros vitais para o „ O mostrador do ScanWatch tem um
bem-estar cardíaco do utilizador. Paulo Belchior de Matos diâmetro de 43 mm, mas a área reservada
para o ecrã digital é inferior a 15 mm.
Percebe-se que tal se deve à aposta num
design mais clássico, mas acaba por ser uma
área muito pequena quando comparada com
a de um smartwatch normal. Além disso, o
ecrã PMOLED não é tátil, ficando a interação
a cargo da coroa que está na lateral. Rodar
para navegar pelos menus e pressionar para
selecionar, com as opções a apresentarem
uma estranha mescla de inglês com
português (não sendo possível escolher
outra língua). Sempre que o ecrã é ativado
(por opção do utilizador ou por notificações),
os ponteiros assumem a posição de 10h10m
se estiverem a tapá-lo, voltando à hora
correta quando se desliga. Estas decisões
peculiares da Withings em relação ao ecrã
acabam por ter um efeito positivo na bateria:
„ No campo da monitorização clássica, ficámos a autonomia pode atingir um mês.
um pouco desiludidos com a oferta na área do
desporto. Apenas é oferecida monitorização
para corrida, natação, bicicleta, caminhada e um „ A principal aposta do Horizon está nas
genérico ‘outro’ – muito pouco quando comparado funcionalidades de monitorização da
com um smartwatch normal ou até para uma, saúde e aí merece destaque a capacidade
bem mais barata, pulseira desportiva. Além de fazer um ECG (eletrocardiograma),
disso, está dependente do GPS do smartphone. com o aro a funcionar como um elétrodo.
Apreciámos mais a componente de análise do Para tal, temos de ter o pulso quieto e
sono, onde é fornecida uma pontuação para apoiado numa superfície, com a outra mão
classificar como dormimos durante a noite, tendo ao lado, durante 30 segundos. No final é
por base a duração, o tempo de sono profundo dada a indicação do resultado – ‘Normal’,
e ligeiro, e o número de interrupções. Falta, no nosso caso – e na app podemos
porém, a capacidade de aferir os ciclos REM. Se UM RELÓGIO HÍBRIDO, QUE ver informação mais detalhada. É até
possível partilhar a reprodução gráfica
padecer de problemas de sono, poderá encontrar
utilidade nos conselhos fornecidos para lidar com
CONJUGA UM LOOK CLÁSSICO da atividade elétrica do coração por PDF
o problema específico que está a enfrentar. COM FUNCIONALIDADES com um familiar ou profissional de saúde,
sendo que a monitorização também
INTELIGENTES. A MONITORIZAÇÃO procura sinais de fibrilação auricular. O
DA SAÚDE É O FOCO PRIMORDIAL, mesmo princípio de utilização pode ser
replicado para monitorizar o SpO2 (ou
CONSEGUINDO ATÉ FAZER ECG saturação de oxigénio no sangue).

„ Este é um relógio compatível tanto com

Android como com iOS. Em qualquer um dos

3,5
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
Ecrã PMOLED ○ Caixa em aço
sistemas operativos, terá de recorrer à app inoxidável, painel de 1,7” em safira,
Health Mate da Withings, sendo possível CARACTERÍSTICAS braceletes em aço inoxidável e
ligá-la à Google Fit. A aplicação tem um FKM ○ 10 ATM ○ Compatível com
Android 8 (ou superior) e iOS 14 (ou
design limpo e focado na apresentação
QUALIDADE/PREÇO superior) ○ Tempo de carregamento:
dos resultados dos diferentes parâmetros, cerca de 2 h ○ 43x13,28 mm ○ 72 g
relegando pormenores estéticos para withings.com (sem bracelete)
segundo plano. Saúda-se o facto de estar
em português de Portugal e os diferentes CONSTRUÇÃO MONITORIZAÇÃO ECRÃ AUTONOMIA
conselhos dados tanto a nível de navegação Muito Bom Bom Fraco Excelente

como de bem-estar são uma mais-valia.

33
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 O C32G2ZE possui
um ecrã curvo FHD
de 32 polegadas

A webcam integrada de 5 MP
é um fator diferenciador…
mas não a conseguimos
colocar a funcionar

FATOR DIFERENCIADOR
DESAPROVEITADO

TRABALHAR
Comecemos pelo trabalho e
deixemos o lazer para o fim. O Philips
27E1N5600HE ostenta uma estética
elegante, muito graças à base de suporte

OU JOGAR?
hexagonal Compact Ergo, que tem uma
pegada reduzida. Atrás está uma pequena
saliência que ajuda na gestão de cabos,
um aspeto que valorizamos cada vez mais,
já que a nossa obsessão por manter um
espaço de trabalho organizado tem vindo
a agudizar-se. A ergonomia é um aspeto
no qual este monitor marca pontos. É
possível fazer ajustes na altura (130 mm)
e na inclinação (-5/20°), sendo que o pivot

PHILIPS 27E1N5600HE €369 também é suportado (-/+ 90°). Não dá,

AGON BY AOC C32G2ZE €299
Diferentes tamanhos, diferentes
tipos de painéis, diferentes finalidades…
O universo dos monitores está recheado
de opções e neste artigo colocamos à prova
um da Philips mais vocacionado para
produtividade e outro da AOC cujo foco
todavia, para fazer acertos na rotação.
O fator diferenciador do 27E1N5600HE
que mais salta à vista é a webcam junto
à moldura superior. Pode parecer fora
do lugar a nível de design, mas acarreta
uma inegável utilidade. Para começar,
possui infravermelhos, o que permite
fazer reconhecimento facial e usufruir da
funcionalidade Windows Hello, em que
se recorre ao desbloqueio facial para
aceder ao sistema operativo da Microsoft
sem ter de digitar palavra-passe ou PIN.

está no gaming, sendo que ambas as marcas
estão sob o chapéu da empresa-mãe TPV
Texto Paulo Belchior de Matos
Depois a resolução é de 5 MP, o que
significa que a probabilidade de conseguir
uma melhor imagem com esta câmara
do que com aquela que marca presença
no seu portátil é muito elevada. A Philips

34
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

disponibiliza também um microfone com
cancelamento de ruído e duas colunas
de 5 watts neste monitor. E, quando não
está a utilizar a webcam, pode recorrer
ao interruptor físico que está no topo
para garantir maior privacidade. Dito
tudo isto sobre as potenciais vantagens
teóricas, na prática… não conseguimos
que o PC detetasse a webcam deste
27E1N5600HE e experimentámos
com portáteis diferentes e até tanto
com Windows 10 como com Windows
11. Uma falha que é, obviamente, muito
penalizadora.
O painel IPS de 27 polegadas tem bons
ângulos de visão e gostámos da qualidade
de imagem. A resolução, embora não
chegue aos 4K, é elevada (2560x1440)
e as cores são vivas. Gostámos também
dos inúmeros parâmetros que podemos
ajustar (brilho, contraste, nitidez e por aí
fora) para obter uma imagem à medida. E
a Philips disponibiliza ainda uma série de
perfis pré-calibrados para os fãs de jogos
– FPS, corrida e RTS. Apesar de este não
ser um monitor feito a pensar no gaming,
possui características q.b. para os
jogadores ocasionais poderem desfrutar
de alguns títulos com uma qualidade
mínima, conferindo ao 27E1N5600HE
uma versatilidade apelativa. Para navegar
pelas diferentes opções à disposição, há
que recorrer ao joystick que se encontra
na traseira do lado direito. Cada direção
dá acesso a um atalho e é possível
escolher português como língua, o que
torna as escolhas mais intuitivas.
VELOCIDADE SUPERSÓNICA
Entramos agora na arena dos jogos e o
C32G2ZE tem todo o ar de produto de
gaming. Começando, desde logo, pela
estética. A base tem linhas arrojadas
e apontamentos vermelhos, algo que é
ainda mais notório na traseira do monitor
e na moldura inferior. O grande problema
acaba por ser a limitação ergonómica,
já que só é possível ajustar a inclinação
(-5/23°). E sentimos falta de portas USB.
O painel VA possui 32 polegadas e
molduras reduzidas em três lados, o que
é particularmente útil se tiver um setup
com mais do que um monitor. Com esta
dimensão, achamos que a AOC fez bem
em apostar numa curvatura de 1500R,
que contribui para uma maior sensação de
imersão nos jogos – aliás, basta estarmos
sentados em frente a ele para sentirmos
o olhar a focar-se mais na tarefa que
temos pela frente (e que, na altura em que
Faltam portas USB a
nível de conectividade
escrevemos estas linhas, é um editor de
texto).
Em termos técnicos, a grande aposta do
C32G2ZE está na taxa de atualização,
que chega a uns estonteantes 240 Hz!
É um valor muitíssimo elevado e que
poucos utilizadores deverão rentabilizar
convenientemente, até porque precisará
de um computador potente para
conseguir processar uma elevada taxa
de fotogramas por segundo. Contudo,
se jogar competitivamente títulos de
AGONBY AOC C32G2ZE
e-sports como Fortnite, Apex Legends,
Rocket League, PUBG ou Overwatch 2,
4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO
por exemplo, poderá apreciar a fluidez
proporcionada pelos 240 Hz, que reduz os CARACTERÍSTICAS
efeitos de ‘movimento fantasma’, borrões
ou lag. A AOC aponta para um tempo de QUALIDADE/PREÇO
resposta de 1 ms nas suas comunicações eu.aoc.com
de marketing, mas este valor refere-se ao CARACTERÍSTICAS
standard MPRT (Motion Picture Response Ecrã curvo VA FHD de 31,5” (1920x1080, 1500R,
240 Hz, 16:9) ○ Tempo de resposta: 4 ms ○ Brilho:
Time) e nós costumamos recorrer ao G2G 300 cd/m² ○ Contraste: 4000:1 ○ AMD FreeSync
(cinzento a cinzento), razão pela qual Premium ○ 2x HDMI 2.0, DisplayPort 1.2 ○
524,4x709,9x244,9 mm ○ 6,83 kg
apontamos para 4 ms. Ainda assim, um
tempo de resposta que assegura fluidez.
IMAGEM CONSTRUÇÃO ERGONOMIA CONECTIVIDADE
A componente de gaming é reforçada Muito Bom Bom Fraco Satisfatório
pela tecnologia FreeSync Premium,
que sincroniza a taxa de atualização do
monitor com os fotogramas por segundo A ergonomia é um ponto
processados pela placa gráfica AMD para forte, sendo possível fazer
conseguir a almejada fluidez imaculada múltiplos ajustes
que se deseja numa experiência de
gaming. Há ainda perfis pré-configurados
para diferentes géneros de jogos – FPS,
RTS ou corrida – e três para serem
personalizados à medida do utilizador.
Para alternar entre eles devemos recorrer
aos botões que se encontram na parte
de baixo do ecrã, junto à lateral direita.
A navegação pelos menus vai requerer
habituação, já que é, de início, pouco
intuitiva, mas mudar de perfis vai ter um
impacto significativo na imagem. Aliás,
assim que passámos a usar o modo FPS
o salto no nível de brilho foi evidente.
Saliente-se que também é possível ajustar
manualmente parâmetros como contraste,
brilho, temperatura de cor, controlo de
PHILIPS 27E1N5600HE
sombras, etc. E, para uma utilização mais
virada para outras tarefas de lazer, há
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
perfis pré-configurados para usos mais
específicos, como leitura, Internet, cinema CARACTERÍSTICAS
ou desporto, por exemplo.
A resolução fica-se pelo Full HD, também QUALIDADE/PREÇO
não esperávamos 4K a 240 Hz, mas philips.pt
a qualidade de imagem é boa, com CARACTERÍSTICAS
particular destaque para o contraste, Ecrã IPS Quad HD de 27” (2560x1440, 75 Hz, 16:9)
○ Tempo de resposta: 4 ms ○ Brilho: 300 cd/m² ○
cobrindo 123% RGB, 91% AdobeRGB Contraste: 1000:1 ○ Webcam 5 MP com microfone ○
e 85% NTSC da gama de cores. Tendo Colunas 2x 5 W ○ HDMI 1.4, DisplayPort 1.2, USB-C 3.2
Gen 1, 4x USB-A 3.2 ○ 614x524x212 mm ○ 6,57 kg
em conta todas as características,
o C32G2ZE acaba por ter um preço
IMAGEM CONSTRUÇÃO ERGONOMIA CONECTIVIDADE
aliciante para se jogar a 240 Hz a 1080p. Muito Bom Bom Muito Bom Bom
35
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 A bandeja de entrada de Esta é uma impressora
folhas está na traseira, o que wireless que pode ser
permite reduzir a pegada controlada pela app
HP Smart

portátil Windows em termos de fluidez,

mas a app está bem desenhada para se
conseguir chegar às opções desejadas
com rapidez.

APRENDER A POUPARHP SMART TANK 5105 €249,99

BRILHAR NO MONO
Em termos de desempenho, esta não é
uma impressora rápida. A cores, obtive-
mos uma velocidade de praticamente 3
páginas por minuto. Algo que, contudo,

A
HP não foi a primeira a enve- não deverá ser um problema significativo
redar pela opção de depósitos para o público-alvo da Smart Tank, que

de tinta em vez de tinteiros nas
impressoras para utilizadores domésticos
(a Epson leva esse galardão com as Eco-
Tank), mas teve o condão de se adaptar
rapidamente a esta realidade, que traz
consideráveis benefícios a nível de custos
para os consumidores (como veremos
mais à frente). Basta ver o processo de
instalação. São fornecidos quatro frascos
(preto, amarelo, magenta e ciano) e é só
encaixá-los nos depósitos para que eles
encham sozinhos. Importante: zero gotas
nos dedos ou na área circundante. O que
pode ser mais desafiante para o utilizador
menos avançado é a necessidade de, em
seguida, ter de instalar as cabeças de im-
pressão. Não por ser complicado, mas por
ser menos comum. Garantimos que em
um par de minutos resolverá a questão.
O facto da Smart Tank 5105 ter a
bandeja de entrada de papel na trasei-
ra (fica na vertical) permite-lhe reduzir
um pouco a pegada. Isto, claro, partindo
do princípio que também terá a bande-
ja de saída fechada (que se encontra na
frente e se abre num ápice). O design é
sóbrio, é possível aferir o nível de tinta
nos depósitos com apenas um olhar e há
botões no topo para comandos básicos,
embora o ecrã seja pequeno e transmita
pouca informação. É uma impressora
pensada primordialmente para se lidar à
distância, isto é, através da aplicação HP
Smart, que está disponível tanto para PCs
como para dispositivos móveis. Já agora,
diga-se que a experiência correu melhor
num smartphone Android do que num
3,8
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
hp.com
CARACTERÍSTICAS
Frascos de tinta: preto, amarelo, ciano, magenta ○
Resolução de impressão: 1200x1200 ppp ○ Impressão
frente e verso ○ Wi-Fi, Bluetooth, USB 2.0 ○ Velocidade
anunciada: 12 ppm (mono) e 5 ppm (cores) ○ Bandeja
de entrada: 100 folhas / Bandeja de saída: 30 folhas ○
434,66x580,65x259,37 mm ○ 5,03 kg
VELOCIDADE
QUALIDADE DE
CUSTO POR PÁGINA
IMPRESSÃO
Satisfatório Excelente
Bom
BENCHMARKS
Tempo de arranque da primeira página: 4 segundos z
Velocidade de impressão (cores): 2,97páginas por minuto
(ppm) z Velocidade de cópia: 2,05 ppm (cores) e 9 ppm
(mono) z Velocidade de impressão de foto (A4): 0,30 ppm
z Custo por página: 0,30 cêntimos (mono) e 0,86 cêntimos
(cores) z Consumo: 12 W
UMA MULTIFUNÇÕES QUE TROCA
OS TINTEIROS POR FRASCOS DE
TINTA. NÃO É RÁPIDA, MAS TEM
BOA QUALIDADE NA IMPRESSÃO EM
MONOCROMÁTICO E GARANTE UM CUSTO
POR PÁGINA MUITÍSSIMO REDUZIDO
são os utilizadores domésticos e as mi-
croempresas. A qualidade de impressão
é muito satisfatória em monocromático,
fruto dos pretos sólidos. Quando passa-
mos para a impressão a cores, a bitola
desce um pouco. É que falta vivacidade
às cores, principalmente nos tons ver-
melhos. Este problema acaba por trans-
por-se para o campo da fotografia. Há
detalhe, mas as cores podiam (e deviam)
ser mais saturadas. A cópia a cores acaba
CONSTRUÇÃO por ter boa qualidade (é um campo onde
Boa
já vamos predispostos a aceitar tons mais
blasé), embora seja lenta, um aspeto que
salta para o campo oposto quando pedi-
mos cópias a mono.
O principal fator diferenciador da
Smart Tank 5105 acaba por ser o custo
por página, como é típico nas impres-
soras que recorrem a depósitos de tinta
em vez de tinteiros. Com esta HP, as im-
pressões a cores ficam a 0,30 cêntimos
em monocromático e a 0,86 cêntimos
a cores. Estes valores são significativa-
mente mais reduzidos do que estávamos
habituados a encontrar no passado e
um sinal claro de que esta multifunções
é mais adequada para quem imprime
volumes consideráveis. O custo de aqui-
sição pode parecer-lhe elevado quando
comparado com outras impressoras do
mercado, mas essa diferença esfuma-se
ao longo dos anos graças ao custo por
página muito reduzido. E os frascos de
tinta incluídos deverão ser suficientes
para conseguir imprimir cerca de 6000
páginas. Paulo Belchior de Matos

36
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
TECLADO À MEDIDA
ASUS ROG AZOTH €309,90

P
rovavelmente, este é o melhor teclado de gaming que já experi- „ É fornecido um kit que vai fazer as
mentámos. O ROG Azoth é um periférico para ser apreciado por delícias de quem gosta de personalizar e
otimizar o teclado. Neste kit são fornecidos
conhecedores, capazes de valorizar o que este teclado oferece em três switches de reserva, bem como as
termos de precisão, ergonomia, personalização e velocidade de resposta. ferramentas para remover as teclas e
Este periférico é acompanhado por ferramentas que permitem persona- os switches do teclado, lubrificante (e
lizar o hardware, incluindo o comportamento do próprio teclado, através respetivo pincel) e mais uns extras. Os
switches (no teclado e de reserva) são ROG
da mudança dos switches, os dispositivos que definem aspetos como a NX pré-lubrificados, que nos pareceram ter
sensibilidade e curso das teclas. Sérgio Magno um tato adequado e bastante linear. Mas,
naturalmente, é possível trocar os switches
por outros mais ao gosto do utilizador.

„ Para um teclado de gaming,

consideramos a ergonomia
bem conseguida. Os switches
fornecidos de base conseguem
um bom equilíbrio entre precisão,
feedback e conforto. No entanto,
apesar de ser possível alterar a
inclinação do teclado (três níveis),
não consideramos que este
seja um bom teclado para quem
precisa de escrever textos longos
com regularidade. Tentámos, mas
„ Este é um teclado que permite a ligação a altura do teclado resulta em falta
ao PC de três formas: por cabo USB (fornecido), de apoio para as mãos. O que pode
por Bluetooth ou por rádio de baixa latência – o dongle USB ser resolvido, em parte, utilizando
fica preso magneticamente ao teclado quando não é utilizado. Como um apoio para os pulsos.
há um interruptor para escolher o modo, é possível ligar este teclado
a mais do que um PC (ou Mac). Esta polivalência também facilita a
utilização do Azoth como teclado dedicado ao gaming – podemos ter
um outro teclado para tarefas de produtividade e o Azoth para jogar.
APESAR DO PREÇO ELEVADO, ESTE É UM TECLADO DE
GAMING DE ALTA QUALIDADE COM UM DESIGN APELATIVO
„ Na aplicação Armory Crate
podemos configurar a animação E RECURSOS IMPRESSIONANTES. MAS NÃO TEM A
apresentada no pequeno ecrã
OLED. Até podemos usar os
ERGONOMIA ADEQUADA PARA DIGITAR TEXTO
nossos próprios GIF animados.
Outras opções incluem mostrar
a frequência do processador
(CPU) ou a temperatura da placa
gráfica (GPU). Naturalmente,
podemos alterar as cores da
retroiluminação e sincronizá-las
com outros dispositivos Asus
com Aura. Mas a interface está
longe de ser intuitiva.

3,8
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
Retroiluminação RGB (Aura)
○ switches substituíveis ○ 3x
„ O Asus ROG Azoth é um teclado mecânico wireless compacto CARACTERÍSTICAS switches ROG NX suplentes
(sem teclado numérico), com uma qualidade de construção ○ extensor USB ○ USB 2.0,
Bluetooth 5.1, RF 2,4 GHz ○
convincente: estrutura metálica (é mais pesado que muitos
QUALIDADE/PREÇO 326x136x40 mm, 1,2 kg
computadores portáteis), teclas em plástico PBT (mais
resistente e durável), switches precisos substituíveis, ecrã OLED asus.com/pt
informativo e retroiluminação personalizável. Junto ao ecrã
OLED há uma roda de comando multifuncional para, por exemplo, ERGONOMIA PRECISÃO CONSTRUÇÃO AUTONOMIA
controlar o volume, avançar/recuar músicas que estejam a ser Satisfatório Excelente Excelente Muito bom

reproduzidas ou alterar a intensidade da retroiluminação.

37
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 O corta-vento faz
toda a diferença
quando a gravar
no exterior
CÂMARA
DE FUSÃO
SONY ZV-E1 €2700 (SÓ CORPO)
A
Sony parece apostada em explo-
rar ao máximo o segmento das
câmaras para vloggers e you-
tubers. Este é, já, o quarto modelo da
série ZV (Z para Geração Z e V para Vlo-
gging). É, também, a ZV mais avançada
e a primeira com full frame – na secção
Soluções explicamos detalhadamente as
vantagens deste formato de sensor. Uma
câmara que consegue, ainda, bater um
recorde: é anunciada como a full frame
com estabilização ótica integrada mais
compacta do mercado. Apesar de ser
uma ZV, o símbolo Alpha significa que
estamos perante uma câmara de objeti-
vas intermutáveis. Portanto, esta câmara
tenta juntar o melhor de dois mundos:
a componente mais profissional das Al-
pha com a mobilidade e a facilidade de
utilização das ZV. Um objetivo, em larga
medida, conseguido. Mas, naturalmente,
com algumas concessões.
PRONTO A USAR
Ao contrário de algumas concorrentes
mais próximas em termos de dimensão
e características, a ZV-E1 foi criada para
ser utilizada de modo muito direto: não
precisamos de acessórios nem de um
fluxo de trabalho complicado para pro-
duzir os conteúdos de qualidade. Para
isto é muito importante o estabilizador,
que evita a utilização de um gimbal. Não
que a estabilização seja milagrosa, mas
chega e sobra para movimentos suaves,
sobretudo quando optamos pelo modo
de estabilização mais ‘agressivo’. En-
quanto o SteadyShot Normal usa apenas
a estabilização ótica (física), os modos
ativo e ativo dinâmico recorrem ao crop
da imagem para adicionar estabilização
digital. O que significa que ganhamos
suavidade extra à custa de alguma perda
de amplitude (é feito um zoom à imagem
Alguns botões podem ser
programados para as funções mais
utilizadas, o que representa uma
vantagem ergonómica
38
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
O ‘modo selfie’ é útil
quando o vlogger é,
também, o operador
de câmara
de modo a ganhar área para o reenqua-
dramento). A grande diferença da versão
dinâmica é que, além de usar um pouco
mais de zoom, recorre ao reconheci-
mento do motivo, através de algoritmos
de IA, para tornar a estabilização mais
eficiente. O punho/tripé opcional, com
botões de controlo integrados (comuni-
cação por Bluetooth), é uma mais-valia
neste aspeto.
Outra característica bem demonstra-
tiva de como a ZV-E1 foi otimizada para
facilitar a utilização é a qualidade de som
conseguida pelos microfones embutidos
– até podemos definir a direção ou dire-
ções do som captado. Como em ZV an-
teriores, é fornecido um corta-vento que
demonstrou uma eficiência significativa.
Naturalmente, continua a ser preferível
usar um microfone de lapela, até porque
há entrada para microfone externo, mas
se o vlogger ou youtuber estiver a tra-
balhar perto da câmara, a qualidade de
som é perfeitamente satisfatória. E até
‘aguenta’ algum ruído ambiente.
A CÂMARA RESOLVE
Naturalmente, o software e o sistema de
controlo são fundamentais para a faci-
lidade de utilização. E, uma vez mais,
nota-se o esforço e engenho da Sony para
retirar boa parte do trabalho do operador.
Até porque muitos vloggers e youtubers
trabalham ‘a solo’, sem apoio de ope-
radores de câmara. Toda a interface da
ZV-E1, física e digital, convida a usar os
modos automáticos e semiautomáticos.
E, naturalmente, há uma primazia do
vídeo relativamente a fotografia. Como
conhecemos de outras Sony, temos um
útil botão para comutar entre os modos
foto, vídeo e S&Q (permite criar vídeos
em câmara lenta ou time-lapses dire-
tamente, sem necessidade de edição).
Há, ainda, um botão para aplicar o efeito

„ O ecrã LCD tem cores vivas, tem elevada
definição e amplos ângulos de visão, mesmo
no exterior. É articulado, podendo ficar em
‘modo selfie’, ou seja, virado para a frente.
Neste aspeto, é importante referir que uma
das vantagens do sensor full frame é a maior
amplitude. Claro que depende da objetiva,
mas não é difícil o utilizador segurar na
câmara enquanto se filma a si próprio.
„ A Creator’s App permite o controlo da
câmara a partir do smartphone. Mais uma
funcionalidade prática para vloggers que
trabalham sem o apoio de um operador de
câmara dedicado.
„ O sistema de IA torna o sistema de focagem
automática ainda mais eficiente, sendo capaz
de detetar e seguir diferentes tipos de motivos.
Esta capacidade de identificar os motivos é,
ainda, utilizada para melhorar a componente
digital do estabilizador de imagem.
bokeh (desfocar o fundo). Naturalmente,
tratando-se de uma full frame, este efeito
resulta muito bem e é aplicado natural-
mente, sem necessidade dos artifícios
algorítmicos usados nos smartphones,
que, muitas vezes, tornam o efeito ir-
real. Se o utilizador preferir controlar a
profundidade de campo de outro modo,
pode atribuir outra função ao botão, já
que este é programável. O mesmo se pode
dizer do botão C2 que, de origem, ativa
o modo Clear Image Zoom. Trata-se de
zoom digital, mas sem perdas até 1,5x em
4K e até 2x em 1080p (Full HD). Zoom
que funciona de modo complementar à
objetiva instalada – se usarmos o botão
de controlo de zoom junto ao botão do
obturador, o zoom digital continua onde
o zoom ótico termina sem sentirmos
qualquer descontinuidade.
Voltando à Inteligência Artificial, o
sistema de focagem automático é her-
dado da A7R V, que testámos há dois
meses. Uma excelente notícia! Podemos
definir o sistema de IA para detetar hu-
manos, animais, pássaros, comboios,
aviões e até insetos. E funciona bem.
Melhor ainda é a forma como identifica
humanos. Não só deteta e segue olhos e
faces, como corpos de modo inteligen-
te. Um exemplo prático: se estivemos a
filmar uma pessoa, com deteção de face,
o sistema muda para o corpo da mesma
pessoa quando esta vira a cara para o lado
oposto. Situação em que outras câmaras
perderiam o foco.
OPERADOR INCLUÍDO
Esta câmara aplica algumas tecnologias
que já conhecíamos dos smartphones.
Mas, claro, com a vantagem acrescida
na qualidade. O Auto Framing é um bom
exemplo. Este sistema é capaz de fazer
zoom in e out para criar vídeos mais di-
nâmicos, sem intervenção do utilizador.
4
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
sony.pt
CARACTERÍSTICAS
Sensor CMOS Full Frame de 12 MP ○ Objetivas Sony E ○
ISO 80-102400 (extensível 40-409600) ○ 759 pontos
AF ○ Wi-Fi, BT, USB C 3.2, HDMI, Mic, Headphones ○ LCD
articulável 3” ○ Vídeo 4K até 60 fps, FHD até 120 fps ○ 1x
SD UHS-II ○ 121x72x54 mm ○ 483 gramas (só corpo)
FOTOGRAFIA VÍDEO CONSTRUÇÃO
Muito bom Excelente Bom
39
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
O punho não é muito
generoso, mas é q.b.
para conseguirmos
um bom agarrar
Mas também pode funcionar com a ajuda
do operador quando estamos a gravar
cenas com vários elementos: basta tocar
nos motivos no ecrã para que a câmara
faça um movimento de um motivo para
outro. Trata-se, obviamente, de um ‘pan’
digital – a câmara não se move – mas que
resulta em vídeos mais apelativos sem que
o ‘truque’ afete a qualidade.
Como outras ZV, esta câmara também
tem o modo Apresentação Produto, em
que o foco muda para um produto que
seja detetado no enquadramento. Uma
vez mais, uma funcionalidade à medida
de youtubers.
Apesar dos muitos prós, há alguns con-
tras relevantes. Resultado das concessões
necessárias para colocar tanto em tão
pouco espaço. Um dos mais graves é o
aquecimento excessivo. No teste com 4K
e 50p, a câmara desligou-se devido ao
calor após uns 50 minutos de operação.
Só há uma ranhura para cartões, o que
impede redundância, a porta micro HDMI
pareceu-nos um pouco frágil e não há
modos de câmara lenta em 4K – a Sony
garante que uma atualização firmware vai
permitir gravar a 4K/120p. Nem 8K, cla-
ro, porque o sensor é um ‘nativo 4’, outro
‘segredo’ para a qualidade em UltraHD.
VEREDICTO
A Sony ZV-E1 não é a melhor câmara
para os mais profissionais, que prefe-
rem controlos mais diretos e um corpo
maior (mais ergonómico e resistente).
Também não é uma câmara adequada a
quem dá prioridade à fotografia ou tem
um orçamento limitado. Mas é, sem
dúvida, a melhor câmara do mercado
para vloggers. Na verdade, até é uma boa
câmara para profissionais do vídeo que
procuram um modelo compacto. O sen-
sor full frame estabilizado faz maravilhas
pela qualidade de imagem e há modos
VELOCIDADE
Muito bom que tornam bem mais fácil (e divertido)
conseguir bons vídeos. Sérgio Magno
 O sistema de
watercooling garante
elevada eficiência na
dissipação térmica
com baixo ruído

INTEL
INSIDE
A DOBRAR
DOT.FORCE BY INSYS FORCE A75_5136 €1449
INTEL ARC A750 €299

A
evolução dos preços dos com-
ponentes, sobretudo na área do
gaming, não tem sido favorá-
vel nos últimos anos. O resultado é que,
atualmente, estamos habituados a ver
PCs para gaming a custarem acima dos
€2000 ou mesmo dos €3000. E é fácil
percebe porquê quando analisamos que
uma placa gráfica de alto desempenho,
o componente fundamental de qualquer
PC de gaming, pode, facilmente, ultra-
passar os €1000.
Esta máquina da portuguesa Insys
tenta, com sucesso, combater essa ten-
dência apostando numa configuração
inteligente, com componentes capazes
de garantir um desempenho elevado,
mas que custam bem menos que os to-
pos de gama habituais. De outro modo,
o que é uma mais-valia em termos de
circulação de ar e arrumação. Vem muito
bem equipada no que diz respeito a ven-
toinhas (várias, eficientes e silenciosas)
e fonte de alimentação. O painel lateral
transparente é de remoção fácil através
de quatro parafusos. Há vários detalhes
demonstrativos da qualidade, como as
anilhas em borracha entre os parafusos
e o painel (antivibrações) e boleados nas
superfícies metálicas para evitar cortes
acidentais dos dedos quando estamos
a mexer nas ‘entranhas’ do PC. Há um
espaço de arrumação específico para a
fonte de alimentação, onde é possível DOT.FORCE
esconder boa parte dos cabos.
Este sistema até traz um eficiente siste- BY INSYS FORCE A75_5136
ma de watercooling, que permite manter
o processador a trabalhar bem abaixo NOTA FINAL DESEMPENHO

trata-se de uma máquina que consegue
um desempenho próximo dos melhores,
mas a um preço que, não sendo propria-
mente baixo, é racional considerando as
necessidades dos jogadores.
4,2
da temperatura máxima. Desconfiamos
CARACTERÍSTICAS
que a escolha do processador, o Core
i5-13600KF, não tenha sido ‘acidental’.
QUALIDADE/PREÇO
Isto porque este é um dos processadores
de última geração com mais capacidade insys.pt

de overclock. Ora, esta característica CARACTERÍSTICAS

‘BONS OSSOS’
Quando escolhemos um PC desktop novo
para gaming, é importante analisarmos
a máquina sob o ponto de vista de pla-
taforma e não apenas os componentes
incluídos. Isto porque uma boa plata-
forma permitirá atualizações futuras, tão
habituais em máquinas de gaming. Feliz-
mente, é o caso desta máquina. A caixa
é de boa qualidade e facilita o acesso ao
interior e troca de componentes. Não é
exageradamente grande, mas é larga,
associada ao sistema de watercooling e
à excelente placa-mãe da Asus (Prime
SSD 50 GB (M.2 NVMe) ○ Motheboard Asus Prime
Z790-P), faz com que seja possível au-
mentar significativamente a frequência
deste chip.
De outro modo, a Insys não poupou
onde seria fácil fazê-lo. Seria muito fácil,
por exemplo, ter uma placa-mãe muito
mais económica, uma caixa ‘básica’ e
um processador de geração anterior, para
conseguir um preço mais baixo ou uma
gráfica mais poderosa. Mas não foi esse
CPU Intel Core i5-13600KF (14 núcleos, 2,6
a 5,1 GHz), 20 MB de cache ○ Placa gráfica Intel
ARC A750 8 GB ○ 16 GB DDR5 5200 MHz ○
Z790-P ○ Windows 11 Home
JOGOS PRODUTIVIDADE CRIATIVIDADE EXPANSIBILIDADE
Bom Excelente Muito bom Muito bom
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 10559 z Essenciais
11929 z Produtividade 7871 z Criatividade
16006 z Jogos 22352 z GeekBench 6 CPU
2562/14704 (Single/Multi) z OpenCL: 96751 z
3DMark Time Spy Extreme 6360 z Fire Strike
28083 z Speed Way 2359 z Cinebench R23
1976/23896 (Single/Multi)

40
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 A gráfica da Intel tem um
design simples, de que
gostamos muito

A caixa é de boa qualidade e o

interior está muito bem arrumado,
ajudando na circulação do ar

a consistência (entre diferentes jogos)

e a fiabilidade. Os resultados deste tes-
te são claros: a Arc A750, que equipa a
máquina da Insys, é mais rápida que as
GeForce RTX 3050 de preço semelhante
e, em vários jogos, até consegue bater
as GeForce RTX 3060 (mais caras). É o
caso, por exemplo, de Hitman 3 e Watch
Dogs Legion.
Na verdade, após este teste, ficámos
convencidos que as Intel Arc A750 são
as placas gráficas mais apelativas para
jogar em 1080p (Full HD), que é, ainda,
a resolução mais utilizada e, em muitos
INTEL ARC A750
jogos, a 1440p. Isto porque, nestas reso-

4
luções, as Arc A750 atingem um elevado NOTA FINAL DESEMPENHO

nível de fluidez e o preço, como referido,

CARACTERÍSTICAS
fica abaixo da concorrência com desem-
penho semelhante. E até acreditamos que
QUALIDADE/PREÇO
a tendência será para melhorar conside-
intel.com
rando a forma como a Intel tem conse-
guido melhorar o desempenho através CARACTERÍSTICAS
GPU Intel Arc A750 ○ 8 GB GDDR6 (256 bits,
de otimização dos drivers. 16 Gbps) ○ PCI Express x16 (4.0) ○ Frequência
Por tudo o que foi referido, a Arc A750 GPU:2050 MHz ○ HDMI 2.1, HDMI 2.0b, DP 2.0,
DP 1.4 ○ TBP: 225 watts
é um bom ponto de partida para um PC
de gaming.
RUÍDO CONSUMO TECNOLOGIA CONECTIVIDADE
Bom Bom Muito bom Muito bom

o caminho escolhido: este é um sistema VEREDICTO

com uma excelente base, que provavel- Se procura uma máquina para gaming com
mente será fácil de manter atualizado um bom desempenho base e com muito O sistema de dissipação
durante vários anos. espaço para crescer, este PC é uma boa es- térmica da placa é constituído
colha. Outra conclusão que podemos tirar por vários níveis, incluindo
GRÁFICA INTEL? é que as Intel Arc A750 são as melhores um grande bloco em cobre.
O ruído é quase inaudível na
Sim, a Intel decidiu voltar ao mercado soluções do momento para gamers com maioria das aplicações
das placas gráficas dedicadas com a série orçamento limitado. Sérgio Magno
Arc. Uma família de GPUs (processadores
gráficos) que teve um início atribulado:
o lançamento foi atrasado várias vezes,
os drivers iniciais revelaram problemas
de estabilidade e o desempenho deixou
a desejar em vários jogos. Mas, alguns
meses após a chegada das placas ao
mercado, as mudanças foram muitas…
e no bom sentido. Sobretudo depois da
mais recente atualização dos drivers,
que vieram aumentar o desempenho,

41
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
COMPANHEIROS
DE VIAGEM
BOSE QUIETCOMFORT EARBUDS II €319

O
s novos auriculares da Bose pretendem ser os melhores
True Wireless com ANC (supressão de ruído ativa) do
mercado. E a verdade é que conseguem levar a melhor,
em muitos aspetos, aos incontornáveis e, até agora, imbatíveis,
Sony WF-1000XM4. Além da incrível capacidade de supressão
de ruído, o som deixou-nos impressionados, sobretudo pelo
equilíbrio dos tons e detalhe. Sérgio Magno
„ A qualidade de som impressiona em todas as frequências,
com destaque para graves e agudos. O som pareceu-nos
muito equilibrado e detalhado. A um nível que, sinceramente,
nunca ouvimos em auriculares. Há pormenores onde os Sony
WF-1000XM4 continuam a ser melhores, como a claridade e a
precisão rítmica, mas, no global, os Bose são mais harmoniosos
e ‘completos’. Mas ficámos desiludidos com a falta de suporte
para os codecs de alta definição LDAC ou aptX HD.

„ O sistema de fixação, com um anel „ A Bose garante que estes são os

de borracha que se aloja numa das auriculares com a melhor supressão de
curvaturas da orelha (anti-hélice) garante ruído. E tem razão. Aliás, a qualidade
que os auriculares ficam bem presos. E da supressão de ruído consegue ser
de modo confortável, porque as pontas melhor que muitos supra-aurais (aqueles
de silicone não são demasiado intrusivas. que cobrem as orelhas) com ANC. Não
A autonomia, sem impressionar, é sentimos o efeito de pressão tão habitual
satisfatória: 6h (mais 18h via caixa, em em outros auriculares. Esta eficiência
que 20 minutos de carga acrescentam também se deve à componente passiva:
2h). Claro que é muito variável, mas, pelos são fornecidas várias pontas de silicone
nossos testes, podemos contar com, para garantir um ajuste perfeito. Na
pelo menos, umas 4h por carga com ANC componente ANC, há uma emissão de
ativado e bom volume. som de teste sempre que se coloca
os auriculares para medir e adaptar o
sistema a cada canal auricular. Aliás,
„ Ninguém esperaria que os novos in-ear cada auricular tem quatro microfones,
topo de gama da Bose tivessem um preço dois externos e dois internos, para
acessível. Mas mais de €300 é exagerado. melhorar a eficiência do ANC.
Ainda mais quando verificamos que os
grandes concorrentes da Sony podem ser
encontrados em algumas lojas por cerca
de €200 ou mesmo menos. E os Sony têm
algumas vantagens, como mais autonomia,
carregamento wireless e codecs de alta
resolução. Por outro lado, se procura
a melhor supressão de ruído para, por
exemplo, acompanhá-lo em viagens de
avião, comboio ou autocarro, os Bose
Quietcomfort Earbuds II são imbatíveis. ESTES SÃO OS MELHORES
AUSCULTADORES IN-EAR
NO QUE CONCERNE À
„ A app oferece bons níveis
de personalização do nível SUPRESSÃO DE RUÍDO
de supressão de ruído e da
equalização… quando funcionva.
E PARA QUEM DÁ
Durante o teste, muitas vezes PRIORIDADE À HARMONIA
a app recusava-se a detetar os
auriculares, apesar de estarem a
SONORA. MAS O PREÇO É
funcionar. Ou seja, estávamos a PENALIZADOR
ouvir música com os Earbuds II e
a app indicava “não detetados”.
O botão “dicas” muitas vezes
abria uma página em branco e

4,2
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
Supressão de ruído dinâmica ○
a reatividade nem sempre foi a
Chip Qualcomm S5 Audio SoC
melhor – por exemplo, o volume CARACTERÍSTICAS ○ Resistência IPX4 ○ Assistente

mudar vários segundos depois de Google ○ Codecs: SBC, AAC ○

Autonomia: 6h + 18h com caixa ○
termos mexido na corrediça de
QUALIDADE/PREÇO Bluetooth 5.3 ○ 17x30x22 mm ○
volume na app. Tudo caminhava 6,24 gramas ○
para uma nota mais baixa em bose.com Caixa: 59x66x27 mm
consequência desta falha. Mas
lá apareceu uma atualização que CONSTRUÇÃO
CONFORTO
SOM SUPRESSÃO RUÍDO
Muito bom
veio resolver a maioria destes Muito bom Excelente Excelente

problemas.

42
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

CONHEÇA MENSALMENTE
TODAS AS NOVIDADES QUE
ESCOLHEMOS PARA SI!
CLASS, O NOVO MODELO DA MUNICH
É PURA ELEGÂNCIA DESPORTIVA
NESTA PRIMAVERA
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mais de 80 anos de história repleta de sucessos.
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Representando pura elegância desportiva, os Class são
o grande destaque da estação já que são um modelo
híbrido que conjuga o sapato clássico com uns ténis
desportivos, dando um novo toque de estilo à coleção
primavera-verão da Munich. Para além disso, as diferentes
combinações de cores e materiais tornam o Class na
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da marca para uma sensação de desempenho dinâmico, bem como uma
abordagem minimalista e arrojada no que toca aos detalhes.
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DA PALLADIUM
Para que possas elevar o teu estilo
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ténis. Com as suas gáspeas suaves
em lona moleskin e detalhes urbanos,
os novos Pallatower são um dos
grandes destaques da coleção
e uma forte adição à vasta oferta
da Palladium. O que os torna tão
diferente é a sua sola em plataforma
de borracha duradoura, inspirada no
design dos favoritos Revolt.
FORÇA
REFINADA
ASUS ROG PHONE 7 ULTIMATE €1429
Ser engenheiro na Asus deve ser um sonho!
É daquelas marcas que dá ‘carta branca’ para colocar
tudo do bom e do melhor – e do mais louco também – DISSIPAÇÃO
nos equipamentos. Inclusive nos smartphones, O alto desempenho do ROG Phone
que nem sequer é a área na qual a Asus é mais forte. 7 Ultimate deveria fazer com que
aquecesse bastante ao fim de alguns
Mas isso não impede a marca de afinar, ano após ano, minutos de utilização (quanto mais
o que um dispositivo móvel pode fazer em termos de aquecer, mais a capacidade do chip
fica ‘esganada’). Mas de base, este
experiência de jogo. Sim, o novo ROG Phone 7 é em Asus tem um muito bom sistema de
dissipação, já que ao fim de muitos
muitos aspetos igual ao ROG Phone 6, mas a atenção minutos de jogo, a temperatura
ao detalhe faz a diferença para quem se preocupa aumenta, mas não para níveis
‘escaldantes’ (fica-se pelos 40°). E se
e gosta mesmo de jogar lhe aplicarmos o acessório AeroActive
Cooler 7, aí não só o smartphone não
Texto Rui da Rocha Ferreira aquece, como arrefece (para os 33°) e
o desempenho está sempre lá em cima.
E é isto que outros topo de gama (como
o Xiaomi 13 Pro ou o Galaxy S23
Ultra) não conseguem garantir – alto
desempenho, estável, prolongado no
tempo e sem se tornar desconfortável
nas mãos. O Cooler deste ano traz
uma novidade bem-vinda – além de
arrefecer a traseira do smartphone,
arrefece também a zona do ecrã,
graças a uma saída de ar frontal.

SOM
Para abrirmos um separador dedicado para
o som na análise a um smartphone, significa
que há aqui algo de especial no ROG Phone 7
Ultimate. Muito especial, na realidade. Tem o

JOGOS melhor sistema de som que já ouvimos num

smartphone. É impressionante. Não só pelo
volume que atinge, mas também pela clareza
Fizemos sessões em vários dos jogos graficamente mais exigentes (Genshin Impact, dos sons e pela própria amplitude sonora.
Fortnite, Diablo Immortal) e em todos eles conseguimos jogar, nas definições gráficas Além das duas colunas frontais, a Asus junta-
máximas, a 60 fotogramas por segundo (fps) consistentes. Dependendo do jogo, é até lhe um terceiro elemento inteligente – agora
possível atingir taxas muito superiores (registamos 165 fps em Real Racing 3, p.ex.). o AeroActive Cooler também funciona como
Ou seja, em termos de desempenho gráfico, o ROG Phone mais do que cumpre para saída de som extra, sobretudo dedicada a
um smartphone de gaming. Admitimos que gostávamos, no entanto, já na fase de sons graves. E isso torna a experiência ainda
lançamento, ter tirado partido do facto de suportar jogos com ray tracing (é uma das mais rica. Ouvimos os detalhes todos, algo
novidades, mas ainda não há títulos disponíveis, só versões de testes). O desempenho que sobressai em jogos com uma grande
de topo mostra-se também no arranque e na troca de apps – tudo é muito rápido. riqueza sonora (caso de Fortnite).

44
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 SOFTWARE
4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO

FOCADO EM JOGOS CARACTERÍSTICAS

QUALIDADE/PREÇO
A Asus volta a apostar num conjunto de
funcionalidades de software que elevam a asus.com/pt
experiência de jogar no telemóvel. A nossa
preferida continuam a ser os AirTriggers, CARACTERÍSTICAS
Ecrã AMOLED 6,78”, 2448x1080 p, 165 Hz,
botões virtuais que ativamos ao tocar 1500 nits (máx.) ○ Proc. Snapdragon 8 Gen 2, GPU
na lateral do smartphone (é sensível ao Adreno 740 ○ 16 GB RAM, 512 GB armaz. ○ 50
toque). São muito úteis como complemento, MP, 13 MP (ultra grande angular), 8 MP (macro), 32
MP (selfie) ○ Wi-Fi 7, BT 5.3 (LDAC, aptX HD), 2x
sobretudo em jogos com muitos botões USB-C (65 W) ○ Android 13 com ROG UI ○ Bateria:
disponíveis (caso de Diablo Immortal). Já 2x3000 mAh ○ 173x77x10,3 mm ○ 239 g
o Game Genie, um assistente que permite
personalizar vários aspetos do jogo
ECRÃ FOTOGRAFIA CONSTRUÇÃO AUTONOMIA
(incluindo definir macros, luminosidade ou Excelente Bom Bom Excelente
bloqueio de notificações), continua a crescer
AUTONOMIA em funcionalidades e é uma forma prática
de aceder a diferentes opções de jogo. BENCHMARKS
Antutu: 1324939 z CPU 283188 z GPU 578604 z
UX 200300 z Memória 262847 z 3DMark Wild
Para um smartphone de videojogos, temos
Life Maxed Out z Wild Life Extreme 3770 z PCMark

ECRÃ
a dizer que é muito boa. A jogar com tudo Work 3.0 19002 z Autonomia 20h47 z Geekbench
no máximo, conseguirá uma sessão de jogo 1882 (Single) / 5458 (Multi)
contínua de três a quatro horas, sensivelmente.
Mas numa utilização normal, apenas com uns
É um dos pináculos do ROG 7 Ultimate.
minutos de jogo por dia, conseguirá facilmente
As cores são muito boas (não caem num
chegar aos dois dias de utilização. Isto deve-se
exagero de saturação), o brilho é excelente
em parte ao facto de a bateria ter uma elevada
(o que faz realçar os detalhes visuais
capacidade (6000 mAh no total), quase ao nível
nos jogos) e a taxa de atualização é… de
de alguns tablets. Gostávamos, no entanto,
loucos. Num jogo como Sword Hunter
de ver a Asus a ir mais longe na tecnologia de
ou Tiny Room (há outros) conseguimos
carregamento. Os 65 W suportados começam
espremer ao máximo os 165 Hz que
a tornar-se ‘pálidos’ quando consideramos a
o ecrã atinge, num nível de fluidez
capacidade de alguns smartphones chegarem
inigualável. E sentimos isto também
aos 120 W (logo, carregam mais rápido, o que
sobretudo na interface do smartphone.
até faria sentido num smartphone para jogar).
Se acrescentarmos o tamanho generoso
do ecrã, a nitidez elevada e o suporte para
vídeos em alto contraste dinâmico (HDR), é
CONCLUSÃO
uma máquina multimédia de alto calibre.
A versão Ultimate é a mais cara disponível,
mas os extras adicionados (segundo ecrã e
porta dedicada de dissipação traseiros) não
justificam a diferença de preço para as versões
de base (o ROG Phone 7 com 16 GB / 512 GB
custa €1199). O AeroActive Cooler 7 (vendido
à parte nas outras versões e que custa €109)
faz a diferença numa sessão de jogo prolongada
e o acréscimo no som conquistou-nos. E para
quem gosta mesmo, mesmo de jogar (e é para
esses que o smartphone foi feito), o ROG Phone
dá-nos uma granularidade de opções (controlos,
nivelação de desempenho, apoios à jogabilidade,
etc) sem rival na indústria. Convence ainda em
toda a linha de elementos que importam num
dispositivo de gaming. Aquilo que os anos têm
provado é que já não é tanto o desempenho que
importa mais (e que outros modelos conseguem
igualar ou mesmo superar), mas sim tudo o resto
que assegura uma jogabilidade de topo por um
longo período de tempo, de forma confortável e
à medida de cada um. E nisto a Asus é imbatível.
Por outro lado, com exceção da componente de
som, não sentimos um grande salto qualitativo
relativamente à geração passada. O ROG Phone
7 Ultimate ganha o título de smartphone mais
completo para quem gosta de jogar, mas falta
frescura a esta linha.

45
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

4K ‘ACESSÍVEL’
AMD RADEON RX 7900 XT €944
C
omecemos por explicar que o
preço indicado refere-se à placa
vendida diretamente pela AMD,
que tem estado, muitas vezes, esgota-
da. Em lojas nacionais, a única Radeon
RX 7900 XT que encontrámos abaixo
dos €1000 foi a versão da PowerColor,
uma consequência da procura estar,
atualmente, acima da capacidade de
produção.
Naturalmente, uma gráfica de €1000
está longe de poder ser considerada aces-
sível. Mas, na realidade atual, as Radeon
RX 7900 XT acabam por ser uma das pro-
postas economicamente mais apelativas
para gamers exigentes, que procuram um
sistema capaz de correr, fluidamente,
jogos graficamente complexos a 4K. A
AMD Radeon RX 7900 XT é a segunda
mais poderosa gráfica da AMD, só sendo
ultrapassada pela RX 7900 XTX.
CONCORRENTE À ALTURA
Se analisarmos o mercado, a gráfica
mais próxima em termos de preço é a
GeForce RTX 4070 Ti. Portanto, é com
esta gráfica que faz sentido comparar a
proposta da AMD. E qual é mais rápi-
da? Depende (muito) do jogo. Medimos
diferenças que chegaram a 30%... para
cada lado. Já é sabido que há jogos mais
otimizados para processadores gráficos
AMD e outros mais otimizados para pro-
cessadores gráficos Nvidia – até porque
estes fabricantes apoiam algumas pro-
dutoras. Depois, há diferenças tecno-
lógicas importantes. Um dos melhores
As três ventoinhas
geram um grande
fluxo de ar mesmo
com velocidades
de rotação baixas
exemplos é o Ray Tracing (RT), que tem
sido um dos ‘cavalos de batalha’ da Nvi-
dia. Este ‘efeito’ permite aplicar texturas
mais realistas, já que os objetos mostram
o resultado da reflexão de luz (a forma
como funcionam os nossos olhos). A
Nvidia foi pioneira e leva alguma van-
tagem, pelo menos nas implementações
atuais. No extremo mais penalizador
para a AMD ficou o Cyberpunk 2077 a 4K
e modo RT Ultra, onde a RX 7900 XT foi
quase 30% mais lenta (31 fps vs 42 fps).
Por outro lado com o RT desativado,
passa a ser a Radeon a ganhar por uma
margem semelhante: 57 vs 41 fps. Mas
nem sempre ativar o RT é muito pena-
lizador para a Radeon. No Fortnite (RT,
Epic Quality) ficaram empatadas com
50 fps. Este resultado é particularmente
importante porque Fortnite tem uma das
melhores (e mais recentes) implemen-
A porta USB é útil para ligação
a headsets de Realidade Virtual
NO GLOBAL, ESTA É A MELHOR
PLACA GRÁFICA ABAIXO DOS €1000.
AINDA ASSIM, O PREÇO DEVERIA
SER UM POUCO MAIS BAIXO
46
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
Esta gráfica da AMD
serve como design de
referência para os outros
fabricantes de placas
BENCHMARK
BENC
3DMARK TIMESPY EXTREME
6000
10298
9511
RADEON
GEFORCE RX 7900 XT
RTX 4070 TI
€1000
4
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
amd.com
CARACTERÍSTICAS
GPU Radeon RX 7900 XT (84 unidades de computação,
84 unidades RT, 5376 shaders) ○ 20 GB GDDR6 (326
bits, 80 GB/s) ○ PCI Express x16 (4.0) ○ Frequência GPU:
1500 a 2394 MHz ○ 1x HDMI 2.1, 3x DP 2.1, 1x USB C ○
energia: 2x 8 pinos ○ TDP 300 watts
RUÍDO CONSUMO TECNOLOGIA CONECTIVIDADE
Bom Bom Excelente Muito bom
tações de Ray Tracing da atualidade. O
que deverá significar que a arquitetura
da AMD será mais competitiva, mesmo
com RT, em jogos mais recentes.
GLOBAL
Não podemos dizer, de forma definitiva,
que a AMD Radeon RX 7900 XT é a me-
lhor gráfica até €1000. Tudo vai depen-
der do jogo. Mas, se fizermos uma média
global dos resultados dos jogos usados no
teste (com e sem RT), a RX 7900 XT leva
um pouco de vantagem relativamente à
GeForce RTX 4070 Ti. E a placa da AMD
tem alguns bons sinais para o futuro,
como a vantagem de incluir muito mais
memória (20 GB versus 12 GB da RTX
4070 Ti). Outra vantagem para a Radeon:
é mais compacta que as RTX 4070 Ti que
conhecemos. Considerando as diferenças
mínimas – até os consumos energéticos
são idênticos –, a escolha vai ser mais
dependente das preferências pessoais de
cada um. Mas uma coisa é certa: a AMD
voltou a ser competitiva neste segmento.
Ainda assim, continuamos a considerar
que os preços estão exagerados. Se esta
gráfica fosse uns €100 mais acessível,
a vitória perante a concorrência seria
óbvia. Sérgio Magno
 PREMIUM
A P R O V E I T E E S TA O F E R TA

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“TODA A NOITE…”
HISENSE PARTY ROCKER ONE €329
Se quiser o resumo ‘Europa América’
desta coluna para festas, fixe duas
palavras: potência e versatilidade.
Esta Party Rocker não é um primor
audiófilo, mas tem o condão de
conseguir fazer muitas coisas
diferentes. Para começar, é capaz de
tocar alto. Muito alto. Estamos a falar
de 300 W de potência provenientes
de dois woofers de 5,25” e dois
tweeters de 2,25”. O intervalo
dinâmico não é, todavia, acentuado,
pelo que o som acaba por ficar um
pouco ‘embrulhado’. Para ajudar,
pode explorar o equalizador, que
tem cinco perfis pré-configurados:
Rock, Jazz, Samba, Pop e Balance.
Destaque-se a presença de um botão
Bass, que dá ainda mais poder aos
graves. Ou seja, em termos de áudio,
mais do que um primor em termos de
qualidade, esta Hisense é indicada
para festas com um grupo numeroso
de pessoas em que se privilegie uma
música para tocar bem alto, como um
rock ou dubstep. Para este ambiente
festivo, a Party Rocker conta com
uma série de funcionalidades que
podem ajudar a fazer a diferença.
A mais notória são os efeitos
luminosos da luz estroboscópica
que se encontra na frente da coluna.
Há 5 modos LED à disposição, mas
sentimos falta de uma app que
oferecesse mais opções, tanto a nível
de cores como de efeitos. A juntar a
isto, temos um botão com 5 efeitos
DJ (aplausos, tambor, alarme, buzina
e ‘scratch’), embora tenhamos achado
a interação pouco prática – temos
de ir carregando múltiplas vezes no
mesmo botão quando seria preferível
ter botões de atalho específicos. E
também há entradas para microfone
e guitarra na traseira se tiver um dote
instrumental para explorar ou for
fã de karaoke. Os níveis de volume
destes dois parâmetros podem ser
ajustados junto às entradas, tal
como o nível de volume de eco do
microfone.
BATERIA POLIVALENTE
A Party Rocker One pesa cerca
de 10 quilos e pode ser utilizada
na horizontal (tem borrachas em
duas das laterais para apoiar nas
superfícies), embora a vertical seja
a posição mais adequada devido
à localização dos botões. Tem
certificação IPX4, o que significa
que é resistente a salpicos, pelo
48
48
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4
que poderá fazer boa figura numa
festa à beira da piscina. O ecrã
junto aos botões é, todavia, muito
pequeno, o que torna difícil a
leitura de informação. Um dos
pontos fortes desta Hisense é a
diversidade da conectividade. Pode
emparelhá-la por Bluetooth com
um dispositivo móvel, recorrer à
entrada AUX para ligar uma outra
fonte com um conector de 3,5
mm (como um computador, por
exemplo) ou inserir uma pen USB
e reproduzir as faixas que estão aí
armazenadas. Além disso, conta
com um serviço de rádio, permitindo
escutar estações FM através de
sintonização automática ou manual.
A autonomia podia ser maior. A
Hisense aponta para um valor médio
de 15 horas, mas no nosso teste
não conseguimos que as quatro
baterias de 2500 mAh chegassem
a um número tão elevado – há um
indicador visual com cinco barras
no topo que ajudam a ter uma
perceção visual do nível. Contudo,
a Party Rocker tem outros trunfos
na manga neste campo. É que
junto aos botões no topo há uma
área de carregamento sem fios
para smartphones que suportem
esta tecnologia. A isto junta-se a
capacidade de usar a porta USB da
traseira para carregar um dispositivo
móvel a 5 V. Paulo Belchior de Matos
hisense.pt
 MEMÓRIA EM SEGURANÇA
ANGELBIRD MEDIA TANK €96,79

Esta caixa para cartões de memória pode ser um salva-vidas

para fotógrafos e cineastas. É em alumínio, pode guardar até
quatro cartões (SD, CFast ou CFexpress Tipo B) e é resistente a
salpicos, pó, choques, descarga eletrostática e raios-X. Possui
ainda um mecanismo de bloqueio Lock-Solid e anéis duplos para
cadeados ou mosquetões. Saliente-se que a Angelbird oferece
um serviço gratuito de gravação personalizada para esta caixa.

robisa.es/pt

NOTA FINAL

FAÇA-SE LUZ!
4,3 TP-LINK TAPO SMART WI-FI LIGHT STRIP L900-5 €19,90

Seja num setup de gaming, junto a uma TV na sala ou encostado a uma prateleira
onde tenha uns colecionáveis, uma boa iluminação pode fazer toda a diferença
na decoração. Esta fita de iluminação tem 5 metros de comprimento, mas, claro,
o tamanho pode ser personalizado, basta cortar o excesso com uma tesoura
(que ficará inutilizado). O adesivo da traseira (3 metros) garante que esta Light
Strip pode ser colocada em praticamente qualquer superfície e o processo de
instalação é simples. Aliás, podemos sintetizar o guia todo numa única frase:
instale a app Tapo e siga os passos indicados. E esses também podem ser
resumidos em poucas palavras: conectar a fita com a caixa do controlador e ligá-la
ao transformador. A nível de software, é emparelhar com a rede Wi-Fi de casa,
sendo que valorizamos o suporte para Assistente Google, Amazon Alexa e IFTTT.
Na aplicação pode escolher-se o tom da luz dentro do espetro RGB LED que mais
se adequa ao que pretendemos e há alguns efeitos predefinidos – do clássico
Arco-íris a um interessante Relâmpago, passando por um útil Natal. É igualmente
possível agendar um horário para quando a L900-5 se deve ligar/desligar. E, claro,
pode usar o smartphone para apagar/ligar a as luzes da fita quando não estiver
junto ao controlador físico. É, em suma, uma solução simples a um preço acessível.

tp-link.com/pt

49
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
“A QUESTÃO É QUEM É QUE
CRIOU UM AMBIENTE PROPÍCIO
A QUE ESTA INOVAÇÃO ACONTEÇA,
QUEM ESTÁ MAIS BEM PREPARADO,
QUEM TEM AS ORGANIZAÇÕES PRONTAS
A RECEBER A IA QUANDO ESTA TIVER
SIDO DEVIDAMENTE VALIDADA”

50 50
MAIO MAIO
20232023
EXAME
EXAME
INFORMÁTICA
INFORMÁTICA
 KARIM LEKADIR
INVESTIGADOR EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

VALIDAR A IA
Especialista em análise de dados e as suas aplicações na área médica,
o cientista está concentrado em mostrar que a Inteligência Artificial
é fiável e uma mais-valia para os sistemas de saúde
Texto Sara Sá Fotos D.R.

F
rancês nascido na Argélia, Karim Lekadir coordena
diversos projetos europeus com foco na utilização de
sistemas de Inteligência Artificial na área médica. Nas
conversas com os clínicos, parceiros no trabalho, começa por
tentar identificar problemas que possam ser resolvidos pela
IA. Sem descurar questões como a privacidade dos dados, a
robustez técnica, fairness – se há equilíbrio nos dados, vieses.
O envolvimento de todos os parceiros é uma peça chave em
cada um destes projetos, como acontece nos que estão a ser
desenvolvidos com comunidades em África. Mas foi em Lis-
boa que o apanhámos, antes de participar numa conferência
na Nova Medical School, em preparação para as conferências
do Estoril, em que a Saúde será um dos temas em destaque.
Como se pode pensar em utilizar sistemas de Inteligência
Artificial em África quando ainda falta fazer tanto?
É precisamente em África que há maior necessidade de projetos
de IA. Na Europa precisamos e beneficiaremos da tecnologia
que irá acelerar os serviços, torná-los mais baratos, aumentar
a eficácia. Mas conseguimos, até certo ponto, viver sem ela, é
uma questão de melhorar um serviço que já existe. Em África
sente-se uma necessidade extrema de IA porque em algumas
regiões não há qualquer médico, não existem peritos. Não é
que vá substituir os especialistas, mas ajudará os poucos que
existem em áreas como o diagnóstico precoce. Fará uma dife-
rença enorme ao oferecer um serviço que de facto não existe.
Por exemplo?
Num projeto em que estou a trabalhar, financiado pela UE, no
Quénia, estamos a desenvolver um sistema de triagem para
grávidas. Em janeiro visitei aldeias onde não existem médicos,
apenas umas senhoras curiosas. Não há qualquer possibilidade
de realizar um teste de diagnóstico, simplesmente espera-se
que aconteça o melhor. Não há forma de antecipar problemas
e normalmente quando surgem, durante o parto, a mulher
está a horas de um hospital. Com uma solução de IA de baixo
custo, como as ecografias portáteis, que custam à volta de dois
mil dólares, teremos a capacidade de identificar o problema
e dizer: esta mulher grávida tem pré-eclampsia ou a posição
do bebé não é a correta, portanto, quando se aproximar a data
do parto tem de estar próximo de um hospital.
Como prevê que que estes projetos venham a ser recebidos
pela comunidade?
No projeto participa também um antropólogo que passou al-
gum tempo com estas comunidades para ficar a conhecê-las,
identificar os seus costumes, preocupações, pontos de vista,
de forma a garantirmos a aceitação pelas populações. Porque
é claro que não podemos usar a mesma metodologia usada na
Europa, temos de nos adaptar ao contexto.
E na Europa, quais são os desafios?
Nesta fase, o principal desafio é fornecer evidência, não só
aos médicos, mas a todo o sistema de saúde, de que se pode
confiar nestas soluções. Já sabemos que a IA nos pode resol-
ver problemas. A questão é se podemos confiar nas soluções
disponíveis. Por exemplo, o ChatGPT comete erros e às vezes
até escreve textos racistas, porque reproduz os vieses. Por-
tanto, confiamos no ChatGPT? Não, não confiamos. Com a
IA na Saúde não é diferente. Até é pior. Ou seja, o nível de
confiança hoje em dia ainda não nos permite usar, de uma
forma generalizada, estas ferramentas de IA. Precisamos de
gerar evidência, validar, melhorar o treino, obter melhores
dados e por aí fora.
De que forma?
Neste momento coordeno um projeto europeu, de nome Ra-
dioVal (de radiologia e validação), que tem como objetivo
gerar evidência de que podemos confiar na solução de IA que
avalia, a partir de imagens radiológicas, qual será a resposta à
quimioterapia em casos de cancro da mama. Estamos a avaliar
não só se a ferramenta é precisa, mas também a sua ‘fairness’,
robustez, usabilidade, explicabilidade, e ainda se as ferramen-
tas continuam a funcionar com o passar do tempo. Estamos a
usar exames radiológicos e um grupo de dados que extraímos
destes exames, aos quais chamamos radiómica, que é um tipo
de IA conhecido há já dez anos, mas que não é usado de forma
nenhuma porque há falta de evidência de que são fiáveis.
De onde vêm os dados?
De hospitais, de cinco países europeus e três não europeus.
Espanha, Suécia, Áustria, Polónia e Croácia – tentamos incluir
diferentes regiões da União Europeia. E depois, Egito, Argen-
tina e Turquia – porque queremos ser inclusivos e construir

51
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 KARIM LEKADIR
Matemático de formação base, especializou-se em ciência de
dados e machine learning e é atualmente o Diretor do Laboratório
de Inteligência Artificial em Medicina da Universidade de
Barcelona. Coordena diversos projetos europeus de investigação
nesta área, usando dados biomédicos que incluem imagem,
clínica e estilo de vida. Durante o doutoramento desenvolveu um
software para diagnóstico de problemas cardíacos usado em
mais de 250 clínicas em todo o mundo.

ferramentas robustas que possam ser usadas noutras partes
do mundo.
A validação é apenas um dos obstáculos à utilização ge-
neralizada de IA…
Certamente que há outros problemas. A confiança é um dos
principais. Mas há questões relacionadas com a regulação,
ainda não adaptada às características das soluções de IA. Talvez
venha a ser, dentro de alguns anos. Também haverá problemas
culturais. As pessoas têm trabalhado de uma certa forma, ao
longo de décadas, e agora têm de o fazer de uma forma com-
pletamente diferente. A começar pela educação. A formação
médica não inclui as questões da IA. Este é um problema que
tem de ser resolvido de forma holística, com o envolvimento
dos diferentes agentes: médicos, reguladores, autoridades e
por aí fora.
Dos países com os quais tem trabalhado, e são muitos, como
classifica o nível de adoção de IA?
Genericamente, a IA não é ainda muito adotada. Mas um bom
indicador dos níveis de adoção de cada país é a forma como
adaptaram o sistema a receber a IA no futuro e a própria pro-
moção da IA. Por exemplo, certos países já implementaram
infraestruturas que promovem o acesso a dados que possam vir
a ser usados para treinar a IA. Estamos a falar do Reino Unido,
Países Baixos, Alemanha e França que criou um Health Data Hub.
Um tema delicado e que gera discussão é quem deve gerir
estes dados.
Sim, mas dará origem a inovação, isto é certo! Portanto, a
questão é quem é que criou um ambiente propício a que esta
inovação aconteça, quem está mais bem preparado, quem tem
as organizações prontas a receber a IA quando esta tiver sido
devidamente validada. E também quem é que já estabeleceu
o quadro regulatório para que a IA funcione.
E como estamos, a nível europeu?
Eu diria que os países do norte-ocidental estão mais bem
preparados do que os do sudeste, sendo certo que a União Eu-
ropeia se está a esforçar bastante para harmonizar tudo. Creio
que, eventualmente, tudo acabará por ser estandardizado.
Não tudo ao mesmo tempo, mas acontecerá. Por exemplo, há
algo chamado European Health Data Space, uma iniciativa
da Comissão Europeia para criar uma forma estandardizada
de recolha e partilha de dados de saúde entre os países que
irá forçar cada estado-membro a criar um ambiente em que
a IA possa ser desenvolvida e utilizada.
Outra questão relacionada com a utilização dos dados é
a forma como serão armazenados. Este problema já está
resolvido?
Ainda não foi totalmente resolvido. Mas foram feitos grandes
progressos. Há muitas soluções e infraestruturas a serem desen-
volvidas na Europa para albergar, de forma segura, diferentes
tipos de dados. O European Genome-phenome Archive, para
dados genómicos, a BBMRI, para dados biológicos, outra para
dados de imagem.
O que acontece, pelo menos em Portugal, é que cada insti-
tuição tem a sua própria infraestrutura para guardar dados
e os diferentes projetos não falam entre si. Não parece ser
muito eficaz.
É verdade, para muitos países. Centros diferentes, desenvolvem
estratégias diferentes. O que a UE está a fazer não é forçar uma
situação em particular, mas garantir que existem mecanismos
de interoperabilidade.
Garantir que se fala a mesma língua?
Exato! Num modelo de common data que representará um
grande progresso para a Europa.
Outra questão sensível é quem deve ser o dono dos dados.
Qual a sua opinião?
Esta é uma pergunta para os reguladores, não para mim. Tal
como está, são os pacientes que detêm os dados. Claro que
os hospitais podem decidir usar os dados para este tipo de
soluções, o que está dependente da aprovação de um comité
de ética. Eu diria que de momento, em geral, na Europa, há
muita precaução relativamente a este assunto. Já temos o RGPD
e hoje é mais difícil obter dados de uma instituição de saúde.
Há casos em que a decisão é simplesmente não partilhar os
dados, de todo, por receio de se infringir o regulamento.
Para evitar chatices.
Exato. Há enormes cautelas, sobretudo nos países do norte.
Diria que a Europa, com este sistema regulatório apertado,
está a ficar atrás de outros países onde a legislação é mais
permissiva?
É o quê se diz…
Mas nota-o, no seu trabalho de investigação?
Sim. Neste momento tenho um projeto com os Estados Unidos
e é muito diferente. Temos [na Europa] muitos problemas que
eles [na América] não têm.
Como faz quando trabalha num projeto que integra países
com sistemas regulatórios tão diferentes?
Sigo a regulação europeia. O RGPD é muito fixe, tem muitas
coisas boas. O objetivo é defender os direitos dos indivíduos.
Não queremos viver num faroeste
Mas num mundo globalizado, que sentido faz existirem
sistemas regulatórios tão diferentes?
O regulamento diz que temos de proteger a privacidade. Mas
também diz que devemos promover a partilha de dados.
Um pouco contraditório.
Está-se a tentar encontrar um equilíbrio. Há muitos desen-
volvimentos, novas tecnologias, que permitem atingir ambos,
como é o caso das soluções federativas: os dados ficam onde
estão, não saem da unidade de saúde, os investigadores nunca
têm acesso aos dados. Em vez disso, enviamos as nossas fer-
ramentas e recebemos os resultados de volta. „

52
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

OCULTO DAS
A maioria das aplicações que tem instaladas no smartphone
usam rastreadores – pequenos pedaços de software
que recolhem, várias vezes ao dia, dados como a localização,
o endereço de e-mail, nome próprio e até informações técnicas
do dispositivo como o nível da bateria. São dezenas as empresas
que têm acesso ao seu telemóvel e das quais provavelmente
nunca ouviu falar. Explicamos o que são e a melhor forma
de limitar estes rastreadores ocultos
Texto: Rui da Rocha Ferreira Fotos: D.R.

53
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
O
s números são expressivos. Os
utilizadores de smartphones
Android têm, em média, 35
aplicações instaladas nos seus dispo-
sitivos, segundo dados da empresa Du-
ckDuckGo. E isto significa entre mil a
duas mil tentativas de rastreamento, por
dia, por mais de 70 empresas, de acor-
do com a mesma tecnológica. Este é o
lado oculto do seu smartphone – um que
está em constante funcionamento, mas
do qual os utilizadores não têm grande
conhecimento.
E quanto mais aplicações tiver, mais
caótico é o cenário. Decidimos fazer nós
próprios as contas e num smartphone
Android com 165 aplicações instaladas,
o número de tentativas de rastreamento
facilmente ultrapassou as 21 mil numa
semana, numa média de mais de três
FINALIDADE DA APLICAÇÃO,
mil tentativas de rastreamento por dia.
São cerca de 125 acessos, a um grande
número dos nossos dados, por hora. O
equivalente a um rastreamento a cada
30 segundos.
Os rastreadores (trackers no origi-
nal em inglês) são pequenos pedaços
de software (o nome técnico é kits de
desenvolvimento de software, SDK na
sigla em inglês) que fazem parte das
aplicações móveis e que recolhem in-
formações do smartphone do utilizador.
Há diferentes tipologias de rastreadores:
uns técnicos, mais ligados à analítica e
análise de desempenho das aplicações,
para perceber quantos utilizadores estão
online ou como e quando a app deixa de
funcionar; outros mais ligados à perfila-
gem, nos quais os dados são recolhidos
para direcionamento de anúncios online;
e outros mais de experiência e interfaces
de utilizador (UX e UI), que analisam o
comportamento da pessoa numa app
para ajudar a otimizar o uso da aplicação
ou criar novas funcionalidades.
Isto significa que quando instala uma
“DEPENDE DA aplicação no smartphone, não está a dar
acesso ao seu dispositivo apenas a uma
empresa – nessa aplicação existem, mui-
to provavelmente, um ou mais rastreado-
MAS MUITAS VEZES res de dados, de várias outras empresas
[A UTILIZAÇÃO D das quais nunca ouviu falar, ainda que
esta informação não seja transmitida
OS TRACKERS] ACABA da forma mais clara e transparente aos
utilizadores. Motivo que levou inclusive
POR SER A RECOLHA a Apple a lançar, em 2021, um sistema
E A VENDA DE DADOS” de bloqueio para rastreadores de publi-
cidade (ver página 57). Além disso, os
LUÍS PINHO rastreadores podem ter acesso a dados do
PROGRAMADOR ANDROID NA SWORD HEALTH smartphone, várias vezes ao dia, mesmo
54
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
QUE INFORMAÇÕES QUEM RASTREIA O QUÊ?
SÃO RECOLHIDAS? Recorrendo à funcionalidade “Proteção contra o rastreamento” da aplicação
DuckDuckGo (que, na prática, identifica e bloqueia as muitas tentativas de
rastreamento que ocorrem em segundo plano), analisamos o comportamento
Tão surpreendente como o número de das aplicações usadas num smartphone ao longo de uma semana. O número
rastreadores que existem nas aplicações de tentativas de acesso aos dados varia de aplicação para aplicação, dos
instaladas no smartphone poderá ser a rastreadores usados pelas apps (alguns são mais persistentes do que outros e, se
quantidade e variedade de dados às quais não conseguirem à primeira, repetem o processo e fazem aumentar o número de
tentam aceder. Alguns rastreadores pedem tentativas de acesso) e também em função do tempo de utilização de cada serviço.
o acesso a mais de 30 informações distintas. Estes valores são meramente indicativos – se experimentar a mesma ferramenta
Há pedidos de acesso a dados pessoais – poderá encontrar valores diferentes (superiores ou inferiores).
como nome próprio do utilizador, endereço de
e-mail e género –, outros de dados técnicos
do smartphone – como o modelo do telemóvel,
resolução do ecrã e versão do sistema operativo
– e também de informações de geolocalização
como coordenadas GPS, código postal e
cidade no qual está o utilizador. Há inclusive
aplicações que pedem para saber dados do
processador (CPU) do telemóvel, o nível de
Chrome
volume do smartphone ou a própria quantidade Chegamos a registar
de bateria disponível. Mas há uma categoria de 860 tentativas de
dados que muitas aplicações pedem e que têm
um maior impacto a nível de privacidade – os
Reddit acesso num único dia.
Em algumas utilizações
chamadores identificadores únicos. Estes são os Foi o ‘campeão’ (no mau sentido) das aplicações que foram registados mais
códigos (chamam-se IDFA nos dispositivos iOS mais tentam aceder aos nossos dados: 2705 tentativas de 20 rastreadores
e ID de publicidade nos dispositivos Android) registadas num único dia e 40 rastreadores bloqueados. bloqueados.
que identificam o utilizador aos olhos das
empresas que desenvolvem as aplicações
ou os rastreadores. Havendo o acesso
a estes identificadores, pode ser
construído um perfil de dados,
atividades e utilizações de
cada pessoa.

MyVodafone The New York Times Spotify

As 671 tentativas Quem disse que os Enquanto
de rastreamento, meios de comunicação ouvimos músicas,
se a aplicação da qual fazem parte não feitas por um único estão tecnologicamente dois rastreadores
tracker, deixam a atrasados? Mais de 600 tentaram aceder
estiver a ser usada ou já não for mes-
aplicação numa posição tentativas de acesso a a dados do smartphone
mo usada há várias semanas. A própria elevada nesta lista. dados por parte de cinco por 349 vezes.
Google está a testar um novo projeto, entidades diferentes.
chamado SDK Runtime, através do qual
reconhece o problema dos rastreadores.
“Embora [a atual arquitetura] permita a
integração flexível dos SDK nas aplica-
ções, também abre a possibilidade para a
recolha e partilha de dados privados dos
utilizadores”, lê-se na documentação Lidl Plus Cartão Continente Exame Informática
técnica da empresa. E isto levanta ques- A consulta Dois rastreadores Sim, a app
tões de privacidade naquele que é um dos das promoções tentaram da Exame Informática
mais relevantes e poderosos mercados a na aplicação do por 219 vezes também tem um
supermercado gerou aceder a informações rastreador que tentou
nível global.
275 tentativas de do smartphone. aceder por 206 vezes
rastreamento por a informações do
À PROCURA DOS DADOS três rastreadores. smartphone.
“Há várias formas de utilizar e várias
razões para ter este tipo de pedaços
de software que recolhem informação
dentro da aplicação. De forma geral,
são dados de estatística que dão infor-
mações aos programadores de como as
aplicações são utilizadas, quando são Idealista Facebook id.gov.pt
utilizadas e em que dispositivos”, explica Ver como está Considerado muitas A aplicação
Luís Pinho, programador especializado o mercado imobiliário vezes como o ‘bicho que permite ter
no desenvolvimento de aplicações An- valeu-nos 191 papão’ da privacidade, documentos do Estado
tentativas de nem teve o pior dos no smartphone
droid, sobre o porquê de a esmagadora
rastreamento desempenhos: 140 fez 24 tentativas
maioria das aplicações para smartphones de três empresas. tentativas num dia de rastreamento com
da atualidade usarem rastreadores. “Ao por dois rastreadores. um único tracker.

55
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS

fim e ao cabo é uma forma de ir buscar dados recolhidos para vender publici-

informação sobre a atividade do utiliza-
dor”, resume.
Se há aplicações que usam rastreadores
mais técnicos, justamente para fazerem
apenas uma análise de utilização de um
serviço digital, há outras que também
integram rastreadores mais focados na
criação de perfis que, mais tarde, po-
derão ser usados para o direcionamento
de publicidade digital. “Muitas vezes
a justificação [para o uso dos trackers]
acaba por ser mais a nível de negócio.
Depende da finalidade da aplicação, mas
muitas vezes acaba por ser a recolha e
a venda de dados”, explica Luís Pinho,
programador de 25 anos, atualmente a
trabalhar na startup Sword Health.
“Há várias empresas que fornecem
ferramentas para introduzir trackers no
código [das aplicações]. E depois todas
as aplicações podem correlacionar dados
entre si. O que pode levantar problemas.
Começamos a ter muitas correlações de
dados e quase conseguimos perceber
quem é o utilizador”, analisa por seu
lado Luís Maia, diretor de tecnologia da
Adyta, uma startup de cibersegurança
que desenvolve um sistema de comuni-
cação para smartphones (Adyta.Phone)
com um grande foco na privacidade dos
utilizadores (tem encriptação ponto-a-
-ponto e não faz recolha de metadados).
Não só a tipologia de rastreadores usa-
dos é importante nesta equação, como
a quantidade de rastreadores integrados
numa aplicação também pode ser um
sinal a ter em conta. A Exame Informá-
tica encontrou, por exemplo, mais de
20 rastreadores ativos numa única apli-
“SE AS PESSOAS
SOUBESSEM COMO SÃO
USADOS OS DADOS,
NÃO OS PARTILHAVAM
TÃO FACILMENTE
E NÃO INSTALAVAM
TANTAS APLICAÇÕES”
LUÍS MAIA
DIRETOR DE TECNOLOGIA DA ADYTA
cação. “A nível técnico, para garantir o
desempenho e funcionamento das apps,
não acho que 25 rastreadores sejam de
todo necessários”, considera Luís Pinho.
Ideia com a qual Luís Maia concorda: “O
problema dos trackers acaba por ser o
excesso de informação [à qual acedem]
e o excesso dos trackers [usados]”.
É importante perceber que uma apli-
cação ter um (ou mais) rastreadores não
significa, taxativamente, uma invasão da
privacidade do utilizador e um uso dos
dade. Como já foi referido, há diferentes
tipologias de rastreadores e muitos são
mesmo ferramentas essenciais para os
programadores poderem fazer melhorias
às aplicações móveis. Mas Luís Pinho
lembra que parte do problema também
está justamente nos programadores –
fazem a integração destas ferramentas
de monitorização, mas esquecem-se de
adaptá-las à necessidade de utilização do
projeto. Ou seja, em vez de limitarem a
recolha de dados do dispositivo apenas
às questões de controlo de qualidade e
estabilidade da aplicação, p.ex., fazem
uma recolha mais alargada e sem uma
razão que o justifique. Um problema
que, mais uma vez, é reconhecido pela
Google, responsável pelo maior sistema
operativo móvel do mundo, na docu-
mentação técnica para programadores:
“Os programadores podem não estar
totalmente conscientes das funcionali-
dades dos SDK externos e os dados aos
quais acedem, o que dificulta avaliar as
práticas de recolha e partilha de dados
da aplicação”.
O SEGREDO É A ALMA
DO NEGÓCIO
Uma das questões que mais gera dis-
cussão quando o tema é rastreadores é
o facto de serem usados, mas sem que
a grande maioria dos utilizadores saiba
disso. Em momento algum – durante
o processo de instalação ou durante a
utilização – é dito ao utilizador quais e
quantos rastreadores estão a ser usados
ou para que finalidade. Muitas vezes, a
referência aos rastreadores é feita apenas

COMO LIMITAR OS RASTREADORES

Android
Ao contrário do iOS, o sistema operativo Android não tem, de base, um sistema
que permita bloquear os rastreadores das aplicações. Está a ser testado, com o
nome Privacy Sandbox Android, mas ainda está em fase ‘beta’ e apenas limitado ao
sistema operativo Android 13. Mas se tem um dispositivo Android, para saber que
aplicações usam rastreadores, quantos e quais, recomendamos a instalação da
aplicação DuckDuckGo. Este navegador de internet (browser) tem uma funcionalidade
chamada App Tracking. Quando ativada, permite não só bloquear os rastreadores,
como saber quais são e as tipologias de dados às quais acedem. O DuckDuckGo usa
uma rede privada virtual (VPN) no próprio smartphone para intercetar o tráfego das
aplicações instaladas e bloqueia os pedidos de informação que são feitos por domínios
identificados como rastreadores de terceiros (third party trackers), isto é, domínios
detidos por empresas diferentes daquelas que são as donas da aplicação em causa.
Para ativar, basta abrir o browser e Abrir Menu > Definições > Proteção contra o
rastreamento por aplicações e ativar a funcionalidade.

56
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 OS NOMES OCULTOS
Estas são algumas das entidades que, muito provavelmente, têm acesso a dados do seu smartphone,
pois são aquelas que são usadas por algumas das aplicações mais populares da atualidade. Os
rastreadores pertencem a diferentes entidades e têm diferentes posicionamentos e finalidades.

Google Adobe Bugsnag Amplitude Branch Metrics AppsFlyer

A maior empresa A tecnológica mais Esta é uma Plataforma Ferramenta de Plataforma
de anúncios conhecida por das maiores que permite analisar monitorização de para análise
digitais do mundo ferramentas como o plataformas o comportamento campanhas online de comportamento
tem uma plataforma Photoshop tem um de deteção e dos utilizadores em smartphones, em aplicações
(Firebase) que é das sistema de analítica gestão de erros em numa aplicação otimização de móveis, criação
mais populares para smartphone aplicações móveis. e fazer segmentação aplicações e de campanhas
junto de (Adobe Analytics) de audiências de deeplinking de marketing
programadores para para registo de para campanhas (permite fazer e segmentação
serviços de analítica novos utilizadores, de marketing. uma hiperligação de audiências.
e relatórios de erros relatórios de para uma app e
(Crashlytics) utilização e perfis funcionalidade
em aplicações. de audiências. específicas).

nos termos de utilização das aplicações,
de forma indireta (algo como ‘esta apli-
cação poderá recolher dados para ajudar
na melhoria do serviço’), e que são mui-
tas vezes ignorados pelos utilizadores.
“É uma informação que podia ser mais
evidente”, defende Luís Pinho.
Já Luís Maia diz que “este mundo é
opaco porque a informação recolhida
não é direta, é indireta”. “Considero
sempre que os trackers existem porque
as pessoas não têm uma noção clara,
partilham bocados de informação que,
unidos entre si, permitem saber infor-
mações das pessoas. Muitas vezes estas
informações podem ser vendidas a ter-
ceiros, há data brokers [negociadores de
dados em larga escala] que vendem esta
informação, de forma anonimizada”, diz
o CTO da Adyta.
Além do impacto na privacidade, a
utilização de rastreadores em aplicações
móveis pode trazer problemas inclusive
a nível de segurança. Luís Maia dá um
exemplo – se uma aplicação sabe que
todos os dias um utilizador usa o smar-
tphone num edifício militar (através da
recolha dos dados de geolocalização),
então existe uma forte probabilidade de
esse utilizador ser um militar. E a partir
daí serem-lhe direcionados anúncios ou
campanhas com interesses específicos.
“Se as pessoas soubessem como são
usados os dados, não os partilhavam tão
facilmente e não instalavam tantas apli-
cações. Devia haver regulação e inspeção
dos dados recolhidos. A pessoa dá o con-
sentimento, mas não percebe o real im-
pacto do que está a acontecer. Não sabe
que está a partilhar dados com terceiros,
com quartos ou com quintos”, conclui o
diretor de tecnologia da Adyta. „

iOS
A Apple lançou, em 2021, uma funcionalidade para os sistemas operativos
iOS e iPadOS chamada App Tracking Transparency (ATT na sigla em inglês,
rastreamento transparente de aplicações, em tradução livre). Este sistema
obriga a que o utilizador tenha de conceder uma autorização específica para que
uma aplicação possa fazer a monitorização noutra aplicação (p. ex., Facebook
aceder aos dados do Google Maps). Uma decisão da Apple que provocou
um pequeno terramoto no mundo da publicidade digital (com menos dados,
existe menor capacidade de personalizar a publicidade; abordámos este tema
em maior profundidade já na Exame Informática nº 311). Importante – este
mecanismo da Apple só impede o acesso ao IDFA, o identificador de publicidade
dos iPhone e iPad. Para ativar, aceda a Definições > Privacidade e segurança
> Seguimento. Toque para desativar ou ativar a permissão de seguimento no
sistema operativo ou escolha a opção para aplicações específicas. Depois de
ativado, sempre que uma app quiser fazer a monitorização de dados noutra app,
surgirá uma notificação no ecrã semelhante à que vê na imagem ao lado. Basta
depois carregar em “Pedir à aplicação para não seguir”.

57
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
COMO ESTÃO
AS EMPRESAS
PORTUGUESAS
A USAR O
CHATGPT?
Em menos de meio ano, a ferramenta
da OpenAI deixou de ser algo
ligeiramente obscuro para se tornar
numa solução incontornável. Marketing,
programação, análise de dados são
algumas das áreas que já não a
dispensam. Ao nível público, o Ministério
da Justiça lidera o pelotão
Texto: Sara Sá Fotos: D.R.
N
ovembro de 2022, sessão de en-
cerramento do Web Summit:
Noam Chomsky e Gary Marcus,
dois cientistas de referência na área das
ciências cognitivas e da filosofia da lin-
guagem, discutem os modelos de Inte-
ligência Artificial, em particular a tec-
nologia de processamento de linguagem
natural, e estão de acordo que estes não
vêm acrescentar nada ao ser humano.
Janeiro de 2023, ChatGPT atinge os 100
milhões de utilizadores, sendo a plata-
forma de mais rápido crescimento de
sempre.
Março, grupo de ex-colegas universi-
tários reúne-se num jantar de turma.
Chat GPT ocupa boa parte da conversa à
mesa. Nem todos concordam quanto ao
tipo de utilização a dar-lhe, mas todos
têm uma opinião acerca da plataforma.
Abril, BuddyGPT, solução para usar o
ChatGPT e o Dall-E no Whatsapp e no
Telegram, desenvolvida por dois portu-
gueses, atinge, menos de dois meses após
o lançamento, os 70 mil utilizadores e os
400 mil pedidos.
“É uma área que vai impactar todos
nós”, garante Pedro André Martins, CEO
da Singularity Digital Enterprise, com
grande foco na área da análise de da-
dos. Em fevereiro a empresa anunciou a
criação de um Centro de Competências
em OpenAI com o objetivo de explorar,
desenvolver e implementar uma nova
linha de serviços baseada em Inteligên-
cia Artificial, num investimento de um
milhão de euros. Pedro André Martins,
que fundou a empresa em 2016, depois
de uma carreira como colaborador da Mi-
crosoft, não poupa nos adjetivos quando
58
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
se trata de classificar estes novos sistemas
que em menos de nada entraram, para
ficar, nas nossas vidas. “É uma revolução
em tudo o que tem a ver com operações”,
diz o empreendedor, que junta factos à
conversa. “Oitenta por cento dos traba-
lhadores vão ser impactados, sobretudo
em tarefas administrativas, área legal,
marketing.”
Ao primeiro contacto, Marco Albu-
querque, um dos criadores do Buddy-
GPT, ficou “maluco” com o potencial da
OpenAI, mas depois desiludiu-se com
a experiência de utilizador. Sentiu falta
de algo mais rápido e que garantisse a
disponibilidade da plataforma. Assim
nasceu a ideia de criar uma aplicação
para o Whatsapp e Telegram que tornasse
mais imediato o acesso ao assistente vir-
tual. Com o amigo e antigo colega Vítor
Pegas e usando a API existente, criou a
ferramenta que está a ser ainda traba-
lhada para receber mensagens de áudio
e funcionar no Discord. Também já estão
na lista de espera para a atualização dos
dados, que quando escrevemos (meados
de abril) só vão até em 2021.
É inegável a conveniência de ter o Chat
ali à mão de semear na janela do WS. Mas
para uma utilização profissional, alerta
Pedro André Martins, é imperativo esco-

lher ferramentas com sistema de verifi-
cação adicional. “Criámos esta empresa
para responder às necessidades identifi-
cadas no mercado e transformar os dados
em vantagens competitivas com recurso
a Data Science, Inteligência Artificial
e Machine Learning. O nosso objetivo
agora é expandir as possibilidades que
o Azure OpenAI Services oferece junto
dos nossos clientes”, avança o fundador
da Singularity.
CASAR E DIVORCIAR
COM AJUDA DA IA
Uma das aplicações mais visíveis, já posta
em prática, é a parceria que a Microsoft
estabeleceu com o Ministério da Justiça e
que passa por disponibilizar um chatbot
inteligente que agrega toda a informação
e legislação sobre casamentos e divórcios,
apresentando-a ao cidadão de forma
muito natural. Para já, estão disponí-
veis 400 perguntas e respostas, numa
plataforma de consulta fácil. “Muitas
vezes não temos esta noção, mas fomos
pioneiros na área da Justiça”, realça o
Diretor Nacional de Tecnologia da Mi-
crosoft Portugal, Manuel Dias. Outros
clientes portugueses são a Talkdesk ou a
DefinedCrowd, com sistemas de permi-
tem sumarizar o conteúdo de interações
“É UMA REVOLUÇÃO
EM TUDO O QUE
TEM A VER COM OPERAÇÕES.
OITENTA POR CENTO
DOS TRABALHADORES
VÃO SER IMPACTADOS”
PEDRO ANDRÉ MARTINS
CEO DA SINGULARITY DIGITAL ENTERPRISE
com o cliente, sugerir próximos passos,
analisar o estado de espírito do cliente,
a partir, por exemplo, do tom de voz, e
recomendar a postura mais adequado ao
operador do contact centre.
“Neste momento, estamos a viver um
hype. Nada se mantém em crescimento
exponencial indefinidamente”, diz o Data
Analytics & AI Manager na Noesis, João
Tiago Martins. “Temos de deixar a poeira
assentar e utilizar bem a IA, com muita
atenção às questões da ética”, continua.
Feitas as ressalvas, João Tiago Martins
passa às vantagens. “A parte boa é que
passamos menos tempo a programar. Se “A PRIMEIRA FASE
É A DA BRINCADEIRA,
antes demorávamos uma hora a fazer um
debug, hoje em dez minutos estão feitas
as correções. Desta maneira, podemos
ter as equipas mais focadas em pensar A SEGUIR VEM O MEDO
o negócio, em acrescentar valor, com-
preender o cliente, ser criativo”, detalha.
(DE QUE NOS TIRE
“A IA deixou de ser uma coisa para os tipos O TRABALHO,
do piso menos quatro, os nerds, e passou
a ser para todos”, compara. POR EXEMPLO),
João Magalhães, cofundador da Aca-
demia de Código, também vê nesta fer-
POR FIM VEM A
ramenta um importante aliado, que “vai INTEGRAÇÃO E A UTILIZAÇÃO
permitir acelerar alguns processos asso-
ciados ao desenvolvimento de software, COMO FACILITADOR ”
e, eventualmente, criar oportunidades JOÃO TIAGO MARTINS
para os programadores poderem eles DATA ANALYTICS & AI MANAGER NA NOESIS
59
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
“NÃO ACEITAMOS
A INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL COMO
UMA RESPOSTA FINAL”
JOÃO MAGALHÃES
COFUNDADOR DA ACADEMIA DE CÓDIGO
próprios melhorar estas ferramentas,
através do seu desenvolvimento.” Na
escola de programação o ChatGPT está a
ser usado tanto na vertente de Educação
como do Marketing e ainda no desen-
volvimento de produto de software. “A
Inteligência Artificial e o ChatGPT, mais
especificamente, surge como uma opor-
tunidade para desafiarmos e comprovar-
mos a qualidade do nosso currículo de
ensino e syllabus dos nossos bootcamps,
permitindo-nos perceber até que ponto a
IA é capaz de responder aos desafios que
fazemos aos nossos alunos e comprovar
a exigência dos nossos cursos de pro-
gramação.” Curiosamente, deste teste
aos currículos resulta também um teste
à própria ferramenta já que, sublinha
João Magalhães, se apercebem de que
“a plataforma do ChatGPT nos dá, na
maioria dos casos, uma resposta curta
e sem a complexidade e profundidade
que a nossa equipa de educação exige
aos alunos”, revela. “Não a aceitamos
como uma resposta final.”
O que parece ser evidente para todos
os que usam este oráculo do século XXI.
João Tiago Martins não tem dúvida de que
nos iremos adaptar a esta ferramenta da
qual se diz ser disruptiva. “A primeira
fase é a da brincadeira, a seguir vem o
medo (de que nos tire o trabalho, por
exemplo), por fim vem a integração e a
utilização como facilitador – com a ques-
tão ética subjacente.” Parece que ainda
não é desta que eles (os computadores)
vão tomar conta disto. „
MANUEL DIAS
DIRETOR NACIONAL DE TECNOLOGIA
NA MICROSOFT PORTUGAL
Como classifica o momento que estamos
a viver, no que se refere à Inteligência
Artificial?
Estamos numa transição de fase. Qua-
se como quando apareceu o iPhone e
passamos a usar o touch. Hoje estamos
novamente numa mudança de para-
digma em que temos este copiloto, um
assistente, que nos ajuda a cumprir ta-
refas. Seja pela utilização de algoritmos
mais avançados, seja pela produtividade.
Passaremos a ter um assistente para nos
ajudar a preparar uma apresentação ou
uma reunião. Boa parte da visão da Mi-
crosoft assenta na democratização do
acesso a esta tecnologia, colocando-a
nos nossos produtos.
Qual a história do já famoso ChatGPT?
A OpenAI nasceu como uma entidade sem
fins lucrativos de promoção do acesso às
ferramentas de Inteligência Artificial. A
partir de 2021, na Microsoft, começamos
a colocar muitos dos algoritmos na cloud,
no Azzure, disponibilizando o acesso às
ferramentas, começando pelo GitHub, o
assistente de programação. O sistema foi
crescendo com programação em lingua-
gem natural, power AI (a ferramenta de
Analytics), numa plataforma de low code,
no code, chegámos ao GTP3 e depois ao
GPT4, incorporado no Bing e no Azure,
com as APIs.
Que impacto terá nas nossas vidas?
Para já, ainda precisamos de validação
humana, os modelos linguísticos não
são totalmente factuais, é preciso pen-
samento crítico e sentido crítico sobre a
informação que é gerada. Mas claramente
que vai agilizar processos. É um copiloto
que poderá inclusivamente potenciar a
criatividade. Vamos ter novas profissões,
como em qualquer revolução. Uma delas
é a de prompt engineer – a pessoa que tem
de saber fazer as perguntas com detalhe,
mesmo para a criação de imagens. Não
irá substituir as pessoas, irá substituir as
pessoas que não sabem usar estas ferra-
mentas. Um designer ou um marketeer
que souber usá-las estará claramente
em vantagem. Como em todas as revo-
luções vai haver disrupção e ao contrário
das anteriores revoluções irá afetar as
profissões que até agora exigiam mais
conhecimento.
60
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
E nas empresas?
Há estudos internacionais, não da Mi-
crosoft, que apontam para ganhos de
produtividade da ordem dos 50 por cento.
O que disponibilizamos é uma plataforma
empresarial que tem o Chat GPT e muitas
APIs para que as empresas possam tirar
partido delas.
Quão fiável é o sistema?
O modelo responde com tudo o que está
na Internet, mas depois há uma filtragem
dos conteúdos para eliminar o racismo e
outro tipo de vieses. Mesmo assim ainda
há questões a melhorar, como já acon-
teceu do GTP3 para o 4. É preciso ter
em conta que se trata de algoritmos de
machine learning, que são probabilísti-
cos, não determinísticos, e, portanto, o
sentido crítico humano continuará a ser
importante - até mais!
O que diz às pessoas que se sentem
ameaçadas pela tecnologia, em par-
ticular no que se refere ao emprego?
Em 1988, quando apareceram as calcula-
doras científicas também houve receios –
eu já não sei fazer uma raiz quadrada – mas
não há necessidade de ter medo. Vamos é
criar profissões de maior valor acrescen-
tado, em que a criatividade e o sentido
crítico são cada vez mais importantes. Para
a tecnologia ficam as atividades penosas
e demoradas. Ganharemos tempo para
nos focarmos noutras coisas, como temos
feito, aliás, ao longo da história.
Quem deve ser o garante do sistema,
da sua fiabilidade e segurança?
Há responsabilidade do lado das em-
presas tecnológicas (a Microsoft tem
desde há muito tempo um conjunto de
normas para a IA responsável que passa
pela transparência dos algoritmos). E há
o lado da sociedade. A União Europeia
está a trabalhar nisto há muito tempo, o
que é essencial para que algumas regras
sejam cumpridas. A responsabilidade é
distribuída e inclui o cidadão, que se deve
envolver, adquirindo as competências
digitais mínimas. „
 / TENDÊNCIAS
NO GELO, À
PROCURA DE VIDA
Até chegar ao destino, o planeta Júpiter e as suas luas, a nave
Juice dará várias voltas à Terra, à Lua e a Vénus. Mas este é
apenas um dos vários aspetos extraordinários da missão da
Agência Espacial Europeia, que teve participação portuguesa
Texto: Sara Sá Fotos: D.R.
N
a hierarquia de candidatos a
albergar vida extraterrestre,
Marte, que tem direito a gen-
tílico e tudo, continua a ser o mais bem
posicionado. Em segundo lugar, defen-
de-se num artigo publicado em 2021,
na MIT Technology Review, está a lua
de Júpiter, Europa. Revestida por uma
camada de gelo com uma espessura de
15 a 25 quilómetros, alberga um enorme
oceano subterrâneo, aquecido por forças
de maré. “Acredita-se que esse aqueci-
mento ajude a criar um sistema interno
de circulação que mantém a água em
movimento e repõe a superfície gelada
regularmente”, explica-se na publica-
ção. Também se detetaram depósitos de
minerais semelhantes a argila e suspeita-
-se que exista oxigénio. Estão, portanto,
reunidas as condições básicas necessárias
ao aparecimento de vida.
É para lá que caminha a nave Juice,
lançada a 14 de abril pela Agência Espa-
cial Europeia (ESA, da sigla em inglês),
depois de uma primeira tentativa de lan-
çamento, a 13 de julho, ter sido cancelada
devido à ameaça de relâmpagos. “Há
muito a fazer para satisfazer os objetivos
da comunidade científica, mas se for para
destacar um deles, será a necessidade de
conhecer melhor a água líquida por baixo
da superfície das luas geladas”, disse
o cientista de projeto da ESA, Olivier
Witasse. “É fascinante pensar que, por
baixo destas superfícies geladas, há muita
água líquida. Será sem dúvida o aspeto
mais interessante da missão”, continua.
Há muitos outros fatores a contribuir
para a espetacularidade da missão, pla-
neada para estudar Júpiter e três das suas
luas. Além de Europa, também serão
analisadas, com os dez instrumentos
científicos a bordo, as luas Calisto e Ga-
nímedes, em torno da qual a nave estará
61
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
RETRATO DA MISSÃO JUICE
Destino: Estudar Júpiter e as suas
luas Ganímedes, Calisto e Europa
Lançamento: 14 de abril de 23,
da Guiana Francesa
Dimensões da nave: 4,09 por
2,86 por 4,35 metros
Objetivo: Perceber se há
ambientes habitáveis
Chegada: Julho 2031
Instrumentos a bordo: Câmaras
óticas, espectrómetro, radar, altímetro,
magnetómetro, analisador de partículas
a orbitar, sendo a primeira vez que uma
isto acontece, ao redor de uma lua que
não a nossa.
“Esta missão tem muitas coisas espe-
ciais”, diz o engenheiro aeroespacial por-
tuguês, Bruno Sousa, que desempenhou
o papel de Diretor de Voo. “Em termos
de equipamentos científicos destaco um
radar para penetrar debaixo da camada
espessa de gelo e explorar os oceanos
das luas de Júpiter (em particular Ga-
nímedes)”, realça à Exame Informática.
Nos oitos anos de viagem, a nave apa-
nhará boleia da gravidade da Terra, da
Lua e de Vénus, graças a uma série de
manobras de assistência gravitacional
que começarão um ano depois do lança-
mento. Na definição da rota em viagem,
foi preciso garantir que, “de modo al-
gum a nave passará por Marte ou pela lua
Europa”, conta Nuno Ávila, responsável
pela empresa Deimos Engenharia, que
participou nesta fase do projeto. “São
astros das Categoria V, a mais alta nas
regras de proteção para corpos extrater-
restres”, justifica. Só depois deste rodopio
planetário, chegará então ao destino, em
julho de 2031.
Para fazer o seu trabalho, a nave terá
ainda de resistir ao potentíssimo campo
magnético do planeta – o que levou a
que os cientistas tenham envolvido os
instrumentos num cofre de chumbo – e
o gasto de energia tem de ser mínimo,
já que o planeta está cinco vezes mais
distante do Sol do que a Terra e mesmo
com 85 metros quadrados de painéis
fotovoltaicos, e uma eficiência recorde
de 30%, a energia produzida não dará
para alimentar mais do que um secador.
É por isso que Vincent Poinsignon, gestor
de projeto da missão Juice, se atreveu
a afirmar: “Se conseguirmos chegar a
Júpiter, conseguimos tudo.” „
 / PORTUGAL FAZ BEM

O MELHOR
Ricardo Santos e Katya Ivanova
fundaram a AssetFloow em 2021 e
já têm clientes em vários países

AMIGO DO
telemóvel do cliente, o algoritmo de-
senvolvido pelo engenheiro e fundador
da empresa consegue mapear e prever o
comportamento do consumidor e ainda
cumprir o regulamento da proteção de

RETALHISTA
dados. O que se traduz num aumento da
eficiência operacional dos retalhistas e
ajuda no processo de tomada de decisão,
em áreas como a gestão da localização de
produtos, sugestões de novos produtos e
promoções estratégicas. Tudo isto a partir
de apenas dois elementos: as faturas de
compra e a localização dos produtos den-
Algoritmo que analisa comportamento humano de aquisição tro da loja. “Usamos as faturas, anónimas,
indica disposição ideal dos produtos num supermercado de um ano inteiro, e o planograma da loja.
e aponta gestão ótima das promoções. Também tem aplicação A partir daí, extraímos o comportamen-
to dos clientes”, descreve o criador do
em outras áreas como as finanças ou os seguros
algoritmo, sem querer avançar muitos
Texto: Sara Sá Fotos: D.R. detalhes acerca da ferramenta, ainda não
protegida por patente.

A
verdadeira razão para as em-
presas de retalho apostarem em
lojas autónomas não é tornar
a vida do cliente mais fácil e diminuir
o tempo de permanência em loja. “Os
retalhistas nunca quiseram saber disso”,
sublinha Ricardo Santos, fundador da
start-up AssetFloow. “A verdadeira razão
para isso é a aquisição de dados sobre o
comportamento dos clientes em loja”,
clarifica. Só que os sistemas tornaram-se
tão caros – a loja autónoma, desenvolvida
pela também portuguesa Sensei terá cus-
tado à volta de um milhão de euros – que
acaba por se tornar inviável (só durante
o mês de março a Amazon anunciou o
encerramento de oito das suas lojas Go,
por causa dos custos de operação).
Sem necessitar de câmaras caras e
dispensando aplicações instaladas no
Com estes dados, os clientes, “com
hábitos de consumo muito semelhan-
tes”, são agrupados em segmentos, de
acordo com o tipo de produtos que cos-
tumam adquirir. Por exemplo, iogurtes,
bananas, queijo e pão; cerveja, batatas
fritas, fraldas e salsichas (combinações
aleatórias, meramente exemplificati-
vas). Estabelecidos estes grupos de
clientes, é possível saber como é que os

62
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
TAMBÉM
SERVE PARA
COMPRAR AÇÕES
Sem qualquer experiência nem
conhecimentos do mercado
financeiro, o engenheiro Ricardo
Santos consegui, durante dois
meses, atingir maior rentabilidade do
que os três maiores investidores da
plataforma eToro. Todas as apostas
foram determinadas pelo algoritmo
de análise comportamental criado
pela AssetFloow, que foi capaz de
antecipar quais as ações que iam
subir ou descer, com uma eficácia
superior à dos apostadores mais
experientes. E isto num período
especialmente atípico, como foi
o verão passado. Efetuando 30
transações por semana e atingindo
uma precisão média de 52%, que
chegou aos 81% nas semanas mais
lucrativas, Ricardo rejeita que se
tenha tratado de mera casualidade.
“O que o algoritmo faz é pegar
no comportamento humano de
aquisição e encontrar os padrões e
as anomalias”, resume. A venda de
ações pouco antes de estas entrarem
em queda foi o tipo de operação que
mais dinheiro deu a render, revela.
indivíduos de cada segmento navegam
pela loja, qual o percurso, se interagem
com o produto. “Toda a gente diz que
não, mas fazemos todos o mesmo per-
curso dentro da loja. Em mil pessoas que
compram o mesmo segmento, 80% faz
o mesmo percurso”, revela. A partir do
cabaz, infere-se o percurso. “A compra
de um produto influencia a compra de
outro.”
Para suportar estas alegações, Ricardo
dá o exemplo de um cliente italiano que
para testar o algoritmo da AssetFloow
contratou uma equipa para seguir os
clientes no interior de duas das suas lo-
jas, ao longo de uma semana, e assim
identificar o percurso dentro do estabe-
lecimento. “Os dados eram quase iguais
[aos obtidos pelo algoritmo].”
A distribuição dos
consumidores pelas lojas é
apresentada em mapas de calor
Nos relatórios que vão sendo apresen-
tados ao cliente, são indicadas as anoma-
lias – produtos que não estão a vender
de acordo com o esperado – as zonas de
maior concentração de pessoas, através
de mapas de calor, o percurso principal e
o “impulsivo”, em que o cliente e atraído
por uma promoção, por exemplo.
SALDOS, DESCONTOS,
PROMOÇÕES
Com base nos dados, que vão sendo
atualizados em tempo real, o sistema
também dá sugestões para corrigir as tais
anomalias, que podem passar pela mu-
dança da localização do produto na loja
ou uma descida no preço. Por exemplo,
num cliente brasileiro, as vendas de uma
determinada marca de cerveja começa-
ram a baixar ao ritmo da subida da infla-
O sistema identifica quebras
ção. Implementadas as recomendações nas vendas e sugere soluções de
do algoritmo, no caso uma mudança de marketing que revertam a situação
localização e uma diminuição de 12%
do preço, em trinta dias triplicaram as bastante bem e há casos em que os da-
vendas. “Normalmente o que os reta- dos de apenas um mês são suficientes”,
lhistas fazem é testar na loja padrão e descreve.
vão gerindo por tentativa e erro. Seguin- Com um potencial “transversal, apli-
do as previsões é muito mais rigoroso”, cável não apenas no retalho, mas tam-
compara. O sistema aponta a razão para bém em armazéns, logística, centros
a diminuição das vendas, tendo como comerciais, finanças, seguros, teleco-
referência o mesmo dia no ano anterior, municações”, na opinião de Francisco
e aponta a forma de atingir o objetivo. Lino Marques, do Conselho de Admi-
“Às vezes uma promoção de 18% tem nistração da GED Ventures Portugal,
o mesmo efeito [nas vendas] que uma a empresa recebeu recentemente um
de 10 por cento. O sistema determina investimento de 1,5 milhões de euros
o valor ótimo, evitando e antecipando do fundo de capital de risco, o que irá
rotura de stock”, revela. permitir fazer a crescer a empresa, pre-
Fundada em 2021 pela dupla Ricardo visivelmente no mercado internacional.
Santos e Katya Ivanova, em plena pande- “Não temos clientes em retalho, em Por-
mia, portanto, nem os comportamentos tugal, é mais fácil trabalhar com clientes
completamente atípicos que todos ti- estrangeiros. Os portugueses querem o
vemos enquanto estávamos confinados trabalho, mas de graça”, queixa-se o
afetou a robustez do algoritmo criado empreendedor. Uma queixa que não é
pela AssetFloow. “O modelo aprende nova na inovação. „
63
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS

VIAGEM
O navio JOIDES Resolution partiu de
Lisboa, com 26 cientistas de todo
o mundo, e ancorou em Tarragona,
Espanha, dois meses depois

AO CENTRO
Quando a 11 de outubro do ano pas-
sado se soltaram as amarras do navio
JOIDES Resolution tinham passado treze
anos desde que esta missão ao tal ponto
especial - uma região ao largo da costa
portuguesa, conhecida como Promon-

DA TERRA
tório dos Príncipes de Avis – começara
a ser planeada. Com partida em Lisboa e
chegada a Tarragona, Espanha, o antigo
navio de exploração de petróleo, con-
vertido em explorador científico, está ao
serviço do Programa Internacional para
Descoberta dos Oceanos (IODP na sigla
em inglês) e nesta campanha transpor-
Numa região única na Terra, no Oceano Atlântico, tou 26 cientistas de todo o mundo, mais
ao largo de Portugal, uma expedição que juntou tripulantes, técnicos, funcionários da
26 cientistas de todo o mundo recolheu sedimentos limpeza, de cozinha, distribuídos em
do subsolo marinho para estudar a evolução do clima turnos de doze horas. Dois meses no
mar custam, em média, 14 milhões de
no Planeta - uma missão que custou à volta de 14 milhões dólares. A análise aos 6,2 quilómetros de
de euros e começou a ser planeada há 13 anos sedimentos poderá responder à pergunta
Texto: Sara Sá Fotos: D.R. que não tem preço: como mudou o clima
na Terra nos últimos catorze milhões de

D
ezenas de caixas empilhadas
numa câmara frigorífica da cave
do Instituto Português do Mar e
da Atmosfera, em Algés, guardam pistas
sobre a evolução do clima na Terra. Fáti-
ma Abrantes, oceanógrafa e investigado-
ra daquele instituto, mostra-nos, orgu-
lhosa, este tesouro científico, recolhido
durante uma campanha de exploração
marítima, no oceano Atlântico, entre
outubro e dezembro do ano passado e
que teve como objetivo recolher sedi-
mentos do fundo do mar, numa região
que reúne condições únicas para o estudo
da dinâmica do clima.
As amostras, guardadas em tubos
transparente de 1,5 metros, são ricas
em microfósseis e minerais, a partir dos
quais é possível calcular a temperatura
da água do mar e estimar a quantidade
de dióxido de carbono na atmosfera, há
milhares e até milhões de anos.
anos e o que nos reserva o futuro.
Para perceber realmente como tudo
começou, é preciso recuar até 1995, altu-
ra em que o paleoclimatologista Nicholas
Shackleton (sobrinho neto do explorador
que conduziu três expedições à Antárti-
da, Ernest Shackleton) estudou sequên-
cias sedimentares recolhidas debaixo do
fundo oceânico da margem portuguesa.
A partir daí, estabeleceu uma relação
entre os isótopos de oxigénio armaze-

64
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

A trabalhar 24 horas por dia,
a equipa a bordo recolheu
6,2 km de sedimentos do
subsolo marinho, em tubos de
nove metros de comprimento
nados nos fósseis de foraminíferos, que
vivem à superfície do oceano, e o registo
climático dos gelos da Gronelândia, ao
mesmo tempo que os isótopos de oxi-
génio dos foraminiferos que vivem no
fundo do oceano registam o clima na
Antártica. Falecido em 2006, continua
a ser o trabalho de Nicholas Shackle-
ton, um “hippie” feito Sir, conta Fátima
Abrantes, a inspirar tanto os cientistas
sénior como os que estão em início de
carreira. “O conhecimento da dinâmica
natural do clima sem a influência huma-
na só é possível através do estudo dos
sedimentos depositados no passado e é
também no passado geológico, há cerca
de 3 milhões de anos, que encontramos
concentrações de CO2 semelhantes às
que se prevê virem a ocorrer em 2030.
Esse tipo de estudo é fundamental para
definir os parâmetros necessários à mo-
delação numérica do clima para perceber
e prever a evolução do clima em termos
de futuro”, explica a cientista.
Qualquer estudo do clima na Terra,
tem de passar, obrigatoriamente, pelo
conhecimento da circulação oceânica,
que determina as condições climáticas
no Planeta. “As amostras de gelo são os
registos disponíveis mais detalhados que
temos para reconstruir as alterações no
clima e nos gases de efeito de estufa no
passado. No entanto, muitos dos me-
canismos que controlam a composição
atmosférica e o clima estão enraizados
nos oceanos. Para compreender a dinâ-
mica dos sistemas é preciso seguir uma
abordagem oceano-atmosfera”, justifica
Fátima Abrantes.
Durante a Expedição 397- Paleoclima
da Margem Ibérica, o navio fez quatro
paragens para perfuração do subsolo
marinho, em diferentes profundida-
des - 1339, 2590, 3479 e 4691 metros
abaixo do nível do mar – na tal região
do Atlântico em que se juntam as águas
do Ártico e do Antártico. “O facto de os
sinais climáticos desses núcleos de se-
dimentos marinhos estarem correlacio-
nados com sinais registados nos núcleos
de gelo polar de ambos os hemisférios e
com os registos de clima, pelo pólen no
continente europeu, proporciona uma
oportunidade única entender as inte-
rações entre o clima oceânico, polar e
continental e as condições ambientais”,
descreve-se na página da expedição.
Naquela região especial, identificada
por Shackleton, tanto a quantidade de
partículas de origem continental, como
a areia, como a velocidade com que a
Parte do material recolhido
está a ser analisado em Lisboa,
num laboratório do IPMA
65
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
areia, o pólen e os pequenos seres vivos
que vivem no oceano se acumulam no
fundo do mar, é dez vezes maior do que
noutras partes do oceano. “É um pon-
to que nos permite saber quais eram as
condições de clima no Ártico, no Antár-
tico, e como era a circulação oceânica
naquela altura [em que os sedimentos
se depositaram]. Por outro lado, estamos
suficientemente perto de terra para que
as partículas vegetais, os pólenes que
se formam em terra e que nos dão in-
dicações sobre o clima continental, em
particular a humidade, cheguem ali de
uma forma rápida, ficando preservados
nos sedimentos. Portanto, temos toda
estas informações num ponto único, o
que torna a nossa margem num local
excecional para estudos de reconstrução
climática”, explica Fátima Abrantes que
partilhou a responsabilidade pela mis-
são com o cientista David Hodell, do
Departamento de Ciências da Terra da
Universidade de Cambridge.
HÁ DOIS MILHÕES DE ANOS
COMO EM 2030
Estes sedimentos recolhidos durante a
Expedição 397 fornecerão registos de
referência das mudanças climáticas no
Atlântico Norte, em alta resolução tem-
poral, desde o final do Mioceno Médio
(há cerca de catorze milhões de anos)
até ao presente, um período que inclui os
últimos dois milhões de anos, quando as
alterações na órbita da Terra resultaram
no crescimento e declínio de grandes
mantos de gelo no Hemisfério Norte e
a seguir a uma fase do mundo anterior,
quando o CO2 atmosférico era seme-
lhante ao que se espera para 2030.
Graças a este recuo até aos 14 milhões de
anos, os cientistas conseguirão perceber
melhor os períodos em que o clima era
mais quente, bem como as razões da
glaciação do hemisfério norte, que levou
à alternância entre períodos glaciares e
interglaciares. Ou ainda de que forma é
que a circulação oceânica, desde o fundo
até à superfície, variou ao longo destas
alterações climáticas. “Para isso fize-
mos furos ao longo de um perfil, dos 5
mil aos 1300 metros de profundidade,
selecionando as profundidades em que
no presente se encontram as principais
massas de água que circulam do Atlântico
Norte”, avança. Porque na história do
clima, como na história da humanidade,
olhar para o passado ajuda-nos a prever
o futuro – e tentar prevenir a catástrofe
enquanto é tempo. „
 SS
DO I E
R PRO
NAL

MOCIO

FORMAÇÃO EM TIC:
O CANIVETE-SUÍÇO
DA SUA CARREIRA
Num mercado em que a oferta de emprego é muito superior à procura,
os profissionais das TIC conquistaram o estatuto de bem escasso e ter
no curriculum vitae uma determinada formação pode ser a catapulta
que procuravam para uma carreira de sucesso

E
scassez de talento, pleno emprego e a possi-
bilidade de trabalhar de e para qualquer parte
do mundo. Três caraterísticas do mercado de
Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) em Portugal que o colocam como um
dos setores de atividade mais atrativos para
trabalhar. Se a isto juntar o facto de ser um
mercado avaliado em 5 mil milhões de euros, e que
continuará a crescer a um ritmo de 5% ao ano até 2025,
ainda se torna mais interessante. Por isso, porque não
apostar numa carreira nesta área?
De acordo com a IDC, nos próximos três anos, 90%
das organizações europeias terão falta de recursos de
TIC, num mercado hipercompetitivo que tem cer-
ca de 1,15 milhões de profissionais a menos, e onde
não há fronteiras. Assim, é cada vez mais comum ter
profissionais a trabalhar remotamente para empresas
estrangeiras que oferecem pacotes salariais altamente
competitivos e atrativos.
Neste contexto, e ao contrário dos outros setores de
atividade, muitas vezes não são as empresas que esco-
lhem os colaboradores, mas estes é que decidem em que
organizações querem trabalhar, movidos por um salário
mais competitivo, mas, essencialmente, por outros fa-
tores como a visão e os valores da empresa, benefícios
flexíveis, oportunidades de desenvolvimento pessoal e de
carreira, work-life balance e um ambiente inclusivo. Ou
seja, um ‘luxo’ quase exclusivo dos profissionais de TIC.
Além disso, o dinamismo e evolução constante deste
setor funcionam como uma alavanca para o desen-

66
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA

volvimento dos seus profissionais, constantemente
desafiados a adquirirem novas competências, o que
acaba por ter impacto positivo no seu desempenho e
progressão na carreira. Embora já seja uma realidade
noutras indústrias, nas TIC o upskilling é incontornável.
BOAS RAZÕES PARA OPTAR PELAS TIC
Por todas estas razões, mas também pela natureza do
próprio trabalho, as empresas deste setor são conhecidas
pela boa gestão que fazem dos seus recursos humanos.
A flexibilidade na gestão de trabalho ou a possibilidade
de trabalhar remotamente são, há muito, habituais neste
tipo de empresas, permitindo assim o tão desejado
work-life balance. A isto juntam-se outras vantagens
importantes para muitos destes profissionais, como a
oportunidade de trabalharem em equipa que é, muitas
vezes, multicultural.
E se as carreiras já não são lineares na maioria dos se-
tores, nas TIC ainda é mais frequente fazer um percurso
em ziguezague, mas em constante evolução, passando
por áreas tão distintas como o desenvolvimento ou a
área comercial, o suporte ou a gestão de projetos de
implementação, por exemplo. Sempre a somar com-
petências e a crescer a nível profissional.
COMO ESCOLHER A MELHOR FORMAÇÃO
Tudo isto são razões fortes para orientar a carreira em
direção às TIC. E a verdade é que ter formação uni-
67
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
versitária na área é importante, mas não é requisito
obrigatório para ter um percurso profissional de sucesso
neste setor.
Sabendo que os conhecimentos técnicos são sempre
fundamentais – a par do domínio do inglês – há outras
formas de atingir o mesmo objetivo. Isto porque, com a
escassez de profissionais e pressa em recrutar, as em-
presas perceberam que não é só entre os licenciados em
TIC que estão os perfis de que necessitam e começaram
à procura de talentos alternativos.
Para responder a esta necessidade das empresas, a
oferta de formação na área das TIC tornou-se tão vasta
quanto o próprio mercado e pode ser uma excelente
aposta para quem quer fazer carreira neste setor. As
vantagens para quem opta por esta solução são muitas:
formação intensiva e específica na área escolhida, forte
componente prática e, muitas vezes aulas online e em
part-time ou em horário pós-laboral. E a cereja no topo
do bolo: grande parte dos cursos tem emprego garantido
no final, a maioria das vezes com contrato sem termo.
Por isso, quem faz esta aposta só tem de escolher uma
área de conhecimento dentro do mundo que são as TIC,
identificar os cursos que melhor correspondem às suas
necessidades, testar e inscrever-se. O mais provável é
que já esteja a trabalhar ao fim de pouco tempo.
PORQUE NÃO MUDAR DE CARREIRA
E INVESTIR NAS TIC?
Fazer carreira nas TIC não é possível apenas para quem
está a acabar o ensino secundário e a dar os primeiros
passos no mundo do trabalho. Muito pelo contrário.
Este é um setor onde há cada vez mais reskilling e se
assiste à chegada de profissionais com os mais diferentes
backgrounds que, por qualquer razão – vontade de mu-
dar, gosto pela tecnologia ou desemprego – decidiram
mudar e dar um novo rumo à sua carreira.
Além disso, não ter um perfil técnico até pode ser
uma vantagem, uma vez que os seus conhecimentos
enquanto utilizadores podem ser uma mais-valia nas
equipas de desenvolvimento de produto. Por exemplo,
um chef pode aplicar os seus conhecimentos na cria-
ção de uma aplicação de culinária ou de alimentação
saudável, da mesma forma que um gestor financeiro
pode contribuir ativamente para o desenvolvimento
de um software de gestão.
APOSTA NA CERTIFICAÇÃO
A certificação pode ser uma excelente aposta para
qualquer pessoa que queira fazer carreira na área das
TIC, seja qual for o seu background, e alavancar assim
a sua carreira. Funcionando como um selo de garantia
e, muitas vezes com reconhecimento mundial, a cer-
tificação numa determinada tecnologia, metodologia
ou área específica das TIC é altamente valorizada pelos
recrutadores e é uma ferramenta importante no cur-
riculum vitae de quem quer fazer carreira nesta área.
A certificação funciona como uma garantia de co-
nhecimento teórico mais aprofundado e mais prático
numa área específica.
 SS
DO I E
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NAL
OPINIAO
MOCIO
NUNO VELHO
SENIOR MANAGER
PARTNER
REVOLUÇÃO
NO ENSINO,
PRECISA-SE!
A
vançamos, regredimos, melhoramos,
falhamos e continuamos a tentar. Assim é o
ser humano, na busca incessante para fazer
sempre mais e melhor. Mas num mundo
cada vez mais digital, qual o papel do ser
humano num universo cada vez mais robotizado?
Desengane-se “o velho do restelo” que não
acredita na mudança e que tudo faz para não
avançar. Há empregos com tendência para não
resistirem, há processos automatizados e cada
vez mais flexíveis e cada vez menos humanos. E
o que importa alterar para que haja espaço para
todos os cenários e para que não sejamos meros
expetadores nesta mudança já tão inevitável?
A área do ensino tem feito parte desta evolução,
embora talvez não tão profundamente como seria
expetável. A verdade é que continuámos a manter
ao longo de séculos, métodos tradicionalistas que
envolvem aluno-professor-avaliação.
Com a crescente tecnologia, nomeadamente
do IA, e com a capacidade de interação em
linguagem natural com estes “robots”, existe e
existirá obviamente um grande impacto na área
da aprendizagem. A presença do “professor”
68
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
a qualquer momento; ou a possibilidade de
adquirir um conhecimento profundo, transversal
e complementar em diversas áreas irá decerto
também atrair curiosos e criar adeptos.
Em termos globais, seria deveras interessante
que se desenvolvessem iniciativas governamentais
no sentido de se incorporarem estas tecnologias
no ensino formal, criando meios e naturalmente
regras, ao invés de se iniciar um bloqueio de algo
que poderá vir a ser uma revolução do ensino.
A adoção no ensino formal de plataformas
tecnológicas transversais em termos nacionais,
com conteúdos padronizados e com integração
das mais recentes tecnologias como IA, traria
com toda a certeza, excelentes resultados e traria
igualmente uma “lufada de ar fresco” à educação e
à(s) escola(s).
O Ensino, a Formação, o Conhecimento, são
efetivamente a base deste futuro incerto, mas
claramente cada vez mais tecnológico.
Na Actual Training – Empresa de Consultoria
e Formação Profissional em Tecnologias de
Informação – temos estado bastante atentos a
este “fenómeno” e à nossa escala, temos vindo
a integrar o famoso ChatGPT da OpenAI dentro
da oferta formativa. Destacamos ainda as áreas
mais emergentes na nossa formação profissional
que têm passado pelos sistemas de apoio à decisão
baseados na análise dos dados. Damos como
exemplo o bastante conhecido Power BI, o “Power
to the End-User” na criação de micro aplicações
que ajudam a organizar os processos e o negócio.
Evidencia-se também a plataforma de Power Apps
e Automate que permite rentabilizar e otimizar
inúmeras tarefas através de aplicações simples e
intuitivas.
Alinhados com o futuro e embora em
fase embrionária, tal como referenciámos,
encontramo-nos a integrar na nossa oferta
formativa pequenos cenários onde o IA (ChatGPT)
pode ser útil em conjunto com todas estas
tecnologias.
Importa, pois, avançar, inovar e acreditar que
temos, enquanto seres humanos, espaço num
mundo interdisciplinar e cada vez mais polivalente
porque a robotização somos “todos nós”. Porque
haverá sempre uma solução, para quem investe,
para quem procura conhecimento. Mas pensemos
e façamos a robotização, numa perspetiva sempre
muito humana, pois o “mundo” tem que ser
sempre nosso.
 Contruir o futuro
da sociedade
DEPARTAMENTO
digital com a
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Por tucalense.

L I C E N C I AT U R A S
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 SS
DO I E
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NAL

MOCIO

EMPRESAS NÃO CONSEGUEM

COLMATAR A FALTA DE
TALENTO SEM REQUALIFICAR
Capacitar e aproveitar o talento que têm internamente é a solução mais
eficaz para garantir que não faltam recursos humanos nas organizações.
A Experis Academy disponibiliza a oferta formativa que o mercado
procura e garante uma taxa de empregabilidade que ronda os 95%

T
rabalhar a escassez de talento de forma proa-
tiva é, nas palavras de Pedro Amorim, o que
diferencia a Experis Academy. “Partimos
de projeções de vendas dos nossos clientes,
que alimentam as suas futuras necessidades
de talento, e com base nessas estimativas,
construímos programas de formação interna,
ou de atração de talento associada a formação, que
lhes permitem contar com os profissionais certos, no
momento certo”, explica o Managing Director Experis e
Corporate Clients Director do ManpowerGroup Portu-
gal. Em entrevista, o responsável explica quais os perfis
mais procurados, quais os benefícios das academias
corporativas, e quais os desafios que é necessário vencer
para garantir que o país tira partido dos seus talentos.
O lançamento da Experis Academy, em 2020, tinha
como objetivo contribuir para colmatar a escassez
de talento no setor do IT ou reforçar também a ca-
pacidade de atratividade das empresas para este
mesmo talento?
A Experis Academy nasceu com o objetivo de dotar os
profissionais com as competências necessárias para
desenvolverem uma carreira no setor das tecnologias
de informação, através de programas de formação
nesta área. Estas formações, baseadas em modelos
que combinam teoria e prática, permitem preparar
os participantes para uma entrada segura no mundo
do trabalho.
Desta forma, aquando do surgimento da Experis Aca-
demy, tínhamos duas grandes ambições: contribuir

70
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
Pedro Amorim, Managing Director
Experis e Corporate Clients Director
do ManpowerGroup Portugal
para ultrapassar o chamado talent mismatch, ou seja,
colmatar a falta de talento qualificado para as neces-
sidades de um mercado em crescimento, dotando os
profissionais com as competências em escassez; e
alinharmo-nos com a orientação estratégica da orga-
nização a nível global, focando-nos na promoção de
práticas de upskilling e reskilling. Consideramos que
este segundo ponto se torna ainda mais importante
no mercado atual, já que uma empresa que consiga
desenvolver e implementar uma estratégia de capa-
citação e requalificação do talento será sempre muito
mais competitiva do ponto de vista da atração de can-
didatos, porque ganha um propósito adicional. Além
disso, também a retenção de talento é potenciada,
uma vez que, com este trabalho, conseguimos ajudar
as empresas a formar pessoas internamente e a repo-
sicioná-las, promovendo a chamada sustentabilidade
do talento. Com a Experis Academy, temos a ambição
de participar ativamente e com maior frequência no
reforço da proposta de valor dos nossos clientes, por
esta via, promovendo ao mesmo tempo a emprega-
bilidade atual e futura dos profissionais.
Que balanço fazem destes dois anos de atividade?
Fazemos um balanço positivo dos dois anos da Experis
Academy, ainda que haja um longo caminho a percor-
rer. Tivemos um primeiro ano de muita aprendizagem,
no qual começámos a mostrar ao mercado o que somos
e como nos queríamos posicionar no que respeita a esta
vertical de formação. Desde o início que tivemos como
objetivo ser parte integrante da proposta de valor dos
clientes e ajudarmos na resposta às suas necessidades
de gestão de talento. Entre os vários pontos de destaque,
promovemos academias com taxas de aprovação de
100%, por parte dos alunos, e de colocação de recursos
de cerca de 95%. Além disso, percebemos também, logo
neste primeiro ano, que existiam sinergias a alavancar
com outros países e a rede europeia de academias tec-
nológicas que formámos permitiu-nos precisamente
cruzar esse expertise.
O nosso primeiro Bootcamp para Outsystems Develo-
pers foi também um marco neste percurso. Este curso
permitiu-nos potenciar o nosso talento interno, capaci-
tando colaboradores das nossas operações que, por via
desta formação, puderam aceder a um novo percurso
profissional com elevadas perspetivas de crescimento,
e que se encontram hoje colocados em clientes ou em
operações de serviço da Experis. De facto, para além
destes, todos os alunos desta formação foram colocados
no mercado de trabalho, o que nos deu uma perspetiva
positiva do nosso potencial e impacto.
Que vantagem têm estas academias corporativas?
As academias corporativas, como é o caso da Experis
Academy permitem às organizações responderem ao
desígnio da sua responsabilidade social, e em particular
o “S” da ESG. Oferecem uma resposta sustentável às
suas necessidades a nível de competências, enquanto
impactam positivamente as suas pessoas, dotando-as
71
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
das skills que são exigidas para evoluir hoje e no futuro,
seja na organização atual ou noutra.
Num mercado atual cada vez mais competitivo em
relação ao talento, as organizações devem reconhecer
que não irão conseguir alimentar e colmatar as suas
necessidades de competências apenas com a captação
de novo talento. É igualmente necessário capacitar
e aproveitar o talento que já integra a sua organiza-
ção. É precisamente esta necessidade de upskilling e
reskilling que a Experis Academy vem ajudar a resolver,
promovendo o desenvolvimento do talento interno
das organizações, capacitando novo talento externo
com as skills transferíveis necessárias e promovendo
a sustentabilidade do emprego.
Qual a taxa de empregabilidade da Experis Academy?
Atualmente, a taxa de empregabilidade da Experis
Academy situa-se nos 95%, o que nos deixa muito
orgulhosos, pois revela a qualidade da nossa formação,
já que os profissionais colocados nunca tinham tido
qualquer contacto com a área. Além desta percentagem,
destaco ainda o número de candidaturas, que também
nos permite perceber a pertinência dos nossos cursos.
Em cada formação, chegamos a receber mais de 450
candidaturas para 15 vagas, o que demonstra duas coi-
sas: por um lado, o interesse das pessoas em entrar nas
áreas que apresentam maiores perspetivas de futuro,
e, por outro, que lhes transmitimos uma segurança em
relação à sua empregabilidade após a formação.
Quais as áreas mais procuradas pelas empresas?
Entre as áreas tecnológicas em que verificamos maior
procura pelas empresas, pela escassez de competências
inerente, estão a programação Low-Code em OutSys-
tems, Cibersegurança, linguagens de programação
como Java, Data Analytics, Business Intelligence e
SAP. Há uma maior escassez de talento nestas áreas
e, por isso, são também as funções a que procuramos
dar resposta através da nossa oferta formativa. Atual-
mente, estamos a formar especialistas em OutSystems,
developers de Java e Data Analytics. Estamos também
a promover programas de Cibersegurança para que as
organizações possam desenvolver talento capaz de
construir, garantir a segurança e manter serviços web
cloud-native e escaláveis. Continuaremos atentos às
necessidades que vão surgindo no mercado, criando
programas formativos que lhes venham dar resposta.
De que forma asseguram a resposta às necessidades
do mercado?
O nosso objetivo é que os programas da Experis Aca-
demy consigam responder às necessidades que surgem
da crescente transformação do mercado, criando ofertas
diferenciadas e adaptadas às necessidades de compe-
tências específicas de cada empresa.
Dada a nossa atuação e experiência na entrega de talento
e serviços tecnológicos, temos um conhecimento em
primeira mão das principais tendências e movimentos
do mercado, o que nos permite ter uma imagem muito
 SS
DO I E
R PRO
NAL

MOCIO

concreta das maiores necessidades atuais, e, a partir

dessa base, desenhar e criar os nossos cursos.
Por outro lado, trabalhamos diretamente com as em-
presas e definimos com elas quais as oportunidades de
formação que mais se relacionam com as necessida-
des da sua estrutura, hoje e no futuro. Desta forma, o
desenho da nossa oferta formativa (número de horas,
formato, programa, com vertente de gamificação ou

QUAIS AS
não, entre outros) é feito à medida de cada cliente,
sendo este um fator que nos diferencia e que assegura
o sucesso das iniciativas.

PROFISSÕES
O que consideram diferenciador na oferta da Experis?
São vários os fatores que diferenciam os programas da
Experis Academy. Em primeiro lugar, destacamo-nos
por trabalharmos a problemática da escassez de talento

COM MAIOR
de forma proativa. Partimos de projeções de vendas
dos nossos clientes, que alimentam as suas futuras
necessidades de talento, e com base nessas estimativas,
construímos programas de formação interna, ou de

PROCURA?
atração de talento associada a formação, que lhes per-
mitem contar com os profissionais certos, no momento
certo. Desta forma, identificamos as competências
que devem ser desenvolvidas, antes de essa necessi-

dade ser efetiva na empresa. Esta vertente ganha uma
pertinência ainda maior se pensarmos que a escassez
de talento especializado faz com que, atualmente, os
processos de recrutamento se desenvolvam em curtos
espaços de tempo e sejam, por isso, mais custosos e nem
sempre garantam uma resposta eficaz às necessidades
das empresas. Uma estrutura como a da Experis Aca-
demy vem permitir às organizações fecharem o ciclo
de talento - atrair, desenvolver e reter/recolocar - o
que se torna uma vantagem única.
Outra mais-valia é o nosso networking global, que se
traduz no acesso a academias desenvolvidas em países
que se destacam no setor tecnológico, como por exem-
plo Israel, no que respeita a Cibersegurança. Esta rede
permite-nos ter acesso às tendências mais recentes do
mercado e aos especialistas mais competentes para for-
mar os nossos alunos. De referir ainda que procuramos
ser sempre, parceiros certificados nas diferentes áreas
de formação, para garantir aos formandos no final do
curso um diploma e a certificação que lhes permitam
uma maior empregabilidade, mas que dê também aos
nossos clientes a confiança de que estão a recrutar
especialistas altamente qualificados.
A estes pontos alia-se ainda a nossa experiência no
setor e o nosso profundo conhecimento do mercado
de trabalho, que nos permitem identificar as lacunas
existentes e mapear as competências adjacentes que
devem ser desenvolvidas nas nossas formações.
Por fim, todo o nosso modelo de ensino está assente
numa vertente teórica combinada com uma gran-
de dimensão prática, on-the-job, com os alunos a
realizarem, por exemplo, casos práticos baseados em
situações reais, durante a formação, o que os coloca
em vantagem já que permite que se aproximem da
realidade das empresas.
D
e acordo com a IDC, a Transformação Digital
vai continuar a avançar em Portugal e irá
absorver 50% do investimento no setor,
mas agora mais focado em áreas como In-
teligência Artificial (para a qual se prevê um
crescimento de 24,3% até 2025), Realidade Aumen-
tada/Realidade Virtual (56,6%) e Blockchain (56%).
Pela mesma razão, essas são também as áreas onde
há maior procura de talento, e não só no mercado
português. Um estudo realizado pela empresa de
recursos humanos Adecco revela que estas profissões
deverão ter um crescimento de 20% a 30% até 2030.
Entre estas estão o virtual reality developer (com
um crescimento previsto de 22%), engenheiro de
segurança (33%), UX designer ou chief digital offi-
cer. Deste ranking fazem também parte os cientistas
de dados, os artificial intelligence developers, cujo
mercado está previsto crescer 40% este ano, os es-
pecialistas em cibersegurança e os cloud engineers.
À lista juntam-se ainda os vídeo game designers,
uma indústria em forte desenvolvimento e que se
espera que cresça 73,8% até 2027, promovendo
uma procura intensa por profissionais da área. Do
top 10 fazem parte as profissões do Metaverso, a
next big thing das TIC, com um potencial de cres-
cimento até 5 triliões de dólares até 2030 e que
levará à contratação de especialistas em realidade
virtual, engenheiros de software e especialistas em
cibersegurança.
E se estas 10 profissões são algumas das mais
aliciantes, a verdade é que exigem qualificações
específicas que tanto as universidades como os
centros de formação em TIC podem oferecer. Só
tem de escolher.

72
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA
Oferta Formativa




 




 


 
  


   



  

 
 
 

 

 
 
 
 




 



 






 


Porquê Informática em Ciências?

Ensino de qualidade

 
 Pleno emprego
 
Bom ambiente entre colegas
Professores sempre acessíveis
Excelente localização (Campo Grande)
11 laboratórios e mais de 200 PCs
Laboratórios abertos 24h/dia

As óticas
LED têm uma
capacidade de
iluminação muito
satisfatória
A ORIGINAL
SILENCE S01 CONNECTED €6350
P
odemos dizer que já testámos esta
scooter… Isto porque a Seat Mó
125 analisada na edição 329 é, à
exceção de alguns detalhes estilísticos,
idêntica à S01 Connected. Verdadeiras
irmãs gémeas! A explicação é simples:
a moto da Seat é, na verdade, produzida
pela Silence, um fabricante espanhol
dedicado exclusivamente à mobilidade
elétrica.
Como a Mó 125, a S01 Connected é
uma scooter elétrica ‘equivalente a 125’,
o que significa que pode ser conduzida
por cartas de condução com categorias A1
(a partir dos 16 anos) ou B (automóveis).
De outro modo, esta é uma proposta que
tanto pode atrair jovens estudantes, como
condutores que procuram uma alternativa
mais económica e ágil ao carro.
Tudo o que dissemos sobre a Seat é
válido para esta scooter. A começar pela
relação qualidade/preço, uma das me-
lhores do mercado. É verdade que mais
de €6000 para uma scooter ‘125’ é muito,
mas com esta moto é fácil gastarmos
menos de €1/100 km em energia e evi-
tamos boa parte dos custos de manu-
tenção associados às motos. Voltamos a
repetir: não devemos considerar apenas
o custo de aquisição, mas o custo total de
propriedade. Para quem faz muitos qui-
lómetros diariamente, a S01 pode ficar
mais económica que uma 125 a gasolina
em poucos anos.
A S01 Connected apresenta caracte-
rísticas impressionantes, com destaque
Debaixo do banco há espaço
para dois capacetes. Por baixo do
guiador há duas portas USB, mas não há
um espaço para guardar telemóveis
NOTA FINAL
4,2
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
silenceportugal.pt
CARACTERÍSTICAS
Potência e binário 7 kW (9 kW de pico) ,140 Nm ○
Acel. 0-50 km/h: 3,9 s ○ Vel. máx. 100 km/h ○
Bateria: 5,6 kWh ○ Autonomia WMTC 133 km ○
Potência de carregamento: 2,3 kW (6,9 kW opcional) ○
200x70x131 cm, 152 kg (com bateria)
AUTONOMIA DINÂMICA COMUNICAÇÕES
Muito bom Satisfatório Bom
para a bateria de grande capacidade
amovível. Um sistema único, já que
o módulo onde está o acumulador de
energia transforma-se num trolley, com
pega extensível e tudo. É fácil remover
a bateria: abre-se uma tranca existente
debaixo do banco e puxa-se a bateria
74
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
A bateria
tranforma-se num
trolley para facilitar
o transporte.
No futuro será
comercializado um
inversor para usar
esta bateria como
powerbank
para fora, o que faz libertar umas rodas
por baixo do módulo. Depois é só es-
tender pega e transportar a bateria para
casa ou para o escritório onde pode ser
carregada – também é possível carregar
diretamente na moto. Útil para quem não
tem garagem ou para que faz um percur-
so pendular suficientemente grande para,
por exemplo, precisar de carregar no
trabalho (de 6 a 8 horas para uma carga
completa). Mas os mais de 5 kWh de
capacidade permitem, realisticamente,
fazer uns 100 km entre carregamentos,
o que cobre a maioria das necessidades
diárias. A possibilidade de remover a
bateria também permite, claro, usar mais
que uma bateria para trocas rápidas, o
que pode ser importante para, por exem-
plos, serviços de entrega.
DINÂMICA SATISFATÓRIA
Em aceleração nos primeiros metros, esta
scooter bate muitos modelos a combus-
tão maiores e mais potentes. Quanto à
dinâmica, não podemos dizer que a S01
seja exemplar – a suspensão é um pouco
‘saltitante’ –, mas curva e trava bem. Não
tem ABS, mas a repartição automática da
travagem (para as duas rodas) ajuda bas-
tante. E se usarmos a manete da direita
(roda da frente), é aplicada regeneração
para recuperar autonomia.
Um dos trunfos funcionais é o espaço
generoso debaixo do banco. E gostámos
da app para smartphone, que indica a
localização da scooter, o nível de carga da
bateria e até pode funcionar como chave.
Aliás, a app da Silence é mais completa
que a app fornecida pela Seat.
Outra vantagem é o formato. Como
é estreita e curta, facilita as manobras
entre os carros. E o modo marcha-a-
trás é ótimo em estacionamentos mais
FUNCIONALIDADE
Muito bom complicados. Mas preferíamos que ti-
vesse uma base um pouco mais larga
para apoiar os pés.
No global, a Silence S01 Connect con-
venceu-nos. É muito equilibrada: mais
rápida que uma 125 convencional, funcio-
nal, inovadora, confortável q.b. e segura.
O preço pesa um pouco mais que o dese-
jado, mas, considerando a concorrência,
acaba por ser competitivo. Sérgio Magno
 A autonomia real
em modo elétrico varia
de 40 a 50 quilómetros

bons bancos (e com massagens no carro

testado), baixo ruído e sistema de som
de qualidade. Sente-se que viajamos
em executiva. Há diferentes modos de
condução, sendo que quase todos dão

OH LÀ LÀ!
prioridade à suavidade e ao conforto.
Mas, no modo Sport , a reação ao pisar
do acelerador faz-nos lembrar imedia-
tamente que este DS 7 tem mais de 300
cavalos e tração integral. Sente-se as
costas a colar-se ao banco, mesmo em
DS 7 E-TENSE 4X4 360 DESDE €74 766 acelerações a partir de velocidades relati-
vamente altas. E a tração integral garante

E
ste é um SUV ‘verdadeiro’, da-
queles com tração integral e tudo,
mas já lá vamos. Tem um estilo
muito vincado, tanto no exterior, como
no interior. Gostos à parte, tem carac-
terísticas objetivas que demonstram que
este DS 7 tem armas para competir com
as marcas premium alemães, incluindo:
a qualidade da maioria dos materiais a
bordo, com destaque para os excelen-
tes bancos; o equipamento disponível;
ou a tecnologia de apoio à condução,
com funcionalidades avançadas como
visão noturna e manutenção na faixa
de rodagem.
ESPÉCIE EM EXTINÇÃO?
Os números de vendas têm demonstrado
que os híbridos Plug-in (PHEV) estão a
perder mercado para os 100% elétricos.
Mas continuam a existir condutores que
têm um perfil mais adequado aos PHEV:
por exemplo, profissionais que fazem
viagens longas e imprevistas com re-
gularidade.
A DS tem conseguido criar designs
distintivos com muitos detalhes premium.
É caso das luzes diurnas frontais
preferível ativar o modo híbrido logo
no início da viagem em vez de usar o
modo elétrico até terminar a bateria.
Deste modo, a bateria vai sendo usada
só como complemento e acabámos com
uma média de consumo de gasolina mais
baixa (próxima dos 5l/100 km).
Uma das melhores características des-
te DS 7 é o conforto. Há muito espaço,
NOTA FINAL
segurança extra. Acabámos surpreendi-
dos pela forma como este carro consegue
‘agarrar-se’ nas curvas. Isto porque a
tração integral compensa, pelo menos
em parte, a suspensão mais afinada para
o conforto.
TECNOLOGIA A BORDO
O painel de instrumentos digital é am-
plo, tem um bom grafismo e é funcional
– no sentido em que apresenta bem a
informação mais importante. Gosta-
mos da implementação dos mapas do
GPS neste ecrã. Quanto ao ecrã central
tátil, há um bom sistema de análise de
consumos, navegação com trânsito em
tempo real e pouco mais. Mas, felizmen-
te, o suporte para Android Auto e Apple
CarPlay permite-nos usar muitas apps
via smartphone. Uma integração bem
conseguida, que aproveita toda a largura
do ecrã, e com ligação sem fios. Para
reforçar esta independência dos cabos,
há um carregador wireless num espaço
de arrumação na consola central. Mas

3,8
Felizmente, é relativamente fácil fa- DESEMPENHO
zer 50 km em modo 100% elétrico em
CARACTERÍSTICAS
condução urbana e suburbana. Na prá-
tica, nas típicas viagens pendulares, o
QUALIDADE/PREÇO
consumo de gasolina pode ser (quase)
dsautomobiles.pt
nulo. Mas, como é típico dos PHEV, o
consumo de energia elétrica tende a ser CARACTERÍSTICAS
Motores 2x elétricos, gasolina 1.6 (total de 360 cavalos) ○
alto: acima do 20 kWh/100 km. Quan- Acel. 0-100 km/h 5,6 segundos ○ Vel. Máxima 235 km/h ○
do a bateria acaba, este carro passa a Bateria 14,2 kWh, auton.: 57 km (WLTP), consumo 1,8 l/100
km ○ Potência de carreg.: 7,4 kW (AC) e 130 kW (DC)
ser um híbrido, situação em que é fácil
ultrapassar os 7 litros/100 km. Fizemos
CONSUMO INTERFACE COMUNICAÇÕES APOIO À CONDUÇÃO
algumas experiências e concluímos que, Bom Bom Muito bom Bom
em viagens longas em autoestrada, é
verificámos que smartphones maiores
não cabem neste espaço.
O novo DS 7 tem características pre-
mium e um design mais diferenciador.
Esta versão plug-in, que consegue conju-
gar baixos consumos com elevada potên-
cia, é uma boa alternativa aos ‘executivos
do costume’. Mas atenção, como qualquer
PHEV, a eficiência energética depende
de carregamentos regulares. Quanto ao
preço, parece-nos difícil de justificar,
mesmo considerando todos os luxos e
tecnologia incluídos. Sérgio Magno

75
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
CHATGPT DIFICULDADE FÁCIL

FAZER RESUMOS
Acabou de receber um texto de um cliente com oito mil caracteres e tem uma
reunião importante daqui a cinco minutos? Basta escrever “Faz um resumo do
seguinte texto: “[introduzir texto]”. Pode inclusive ser mais específico (aliás,
ser específico nesta tipologia de ferramentas é recomendado) e pedir, por
exemplo, “Faz um resumo de 1000 caracteres do seguinte texto” ou para
facilitar a leitura “Faz um resumo, por tópicos, do seguinte texto”.

UM AMIGO
PARA AS FAZER TRADUÇÕES

OCASIÕES
O sistema por trás da versão gratuita do ChatGPT (o modelo linguístico
GPT-3.5) foi treinado com dados de diferentes idiomas. Isto significa que a
ferramenta é ‘fluente’ em várias línguas, o que o torna num auxiliar de tradução.
Escreva “Traduz o seguinte texto para [indicar idioma]: “[introduzir texto]”” e
veja a tradução, em tempo real, desenrolar-se à frente dos seus olhos.

É provável que já tenha

experimentado o ChatGPT CORRIGIR TEXTOS
para algumas brincadeiras – NOUTROS IDIOMAS
como fazer um poema Mesmo os que têm fluência noutros idiomas

ou pesquisar o que ele (espanhol, inglês, francês, p.ex.) enfrentam

momentos de dúvidas, sobretudo relacionados com
sabe sobre si. Mas o regras gramaticais. Imaginando que quer enviar um

valor desta ferramenta e-mail em inglês, basta pedir ao ChatGPT “Quero

que te comportes como um revisor de texto e
só é verdadeiramente corrijas o que não estiver correto. O texto é este:
“[introduzir texto]””, e o assistente vai reescrever o
desbloqueado quando começa texto eliminando os erros, gralhas e incorreções.

a usá-la para fazer tarefas No final, pode fazer um segundo pedido: “Diz-me
quais foram as alterações que fizeste”.
complexas em poucos
minutos. Por outras palavras,
fazê-lo trabalhar por si. Com ALTERNATIVA AO DICIONÁRIO
as intruções (prompts) certas, É comum querermos saber o que significa uma palavra ou encontrar mais
o ChatGPT pode facilitar sinónimos para palavras que já conhecemos. O ChatGPT também é uma
ajuda preciosa nesta área. Por exemplo, pedimos “Dá-me o maior número de
alguns trabalhos sinónimos possível para a palavra “felicidade”” e devolveu-nos 25 opções
Por Rui da Rocha Ferreira
(algumas das quais não são sinónimos diretos, mas podem ajudar a construir
frases com um sentido semelhante).

76
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
FAZER PLANOS
O ChatGPT também é bastante útil em ajudá-lo a
planear, p.ex., a sua semana. Escreva “Faz-me uma
lista de refeições saudáveis para todos os dias da

ESCREVER PUBLICAÇÕES PARA REDES SOCIAIS

próxima semana, mas evita receitas que tenham
[introduzir ingrediente do qual não gosta]”. Pode usar
um comando semelhante para preparar uma semana
de treinos, atingir um objetivo específico no trabalho ou Tem um negócio, um passatempo ou uma área de interesse, mas não tem jeito para
planear uma viagem. Outro exemplo: “Faz-me um plano gerir as respetivas páginas de redes sociais? Exemplo: “Tenho um negócio de venda de
de treino de corrida tendo como objetivo conseguir t-shirts personalizáveis. Escreve-me duas publicações para Facebook e duas para
correr oito quilómetros em menos de 50 minutos”. Instagram por forma a conseguir aumentar a interação com os meus seguidores”
para o ChatGPT gerar algumas opções. Se não ficar satisfeito com o resultado, pode
sempre carregar no botão “regenerate response” para gerar uma nova resposta.
GERAR PRÓS E CONTRAS
Trocar ideias com um sistema de IA parece colocar em causa
parte da nossa humanidade, mas o sistema é eficaz em
apresentar argumentos dos dois lados da mesma questão.
O ChatGPT pode fazê-lo relativamente a uma negociação, a
um debate sobre uma questão específica ou até a preparar
uma entrevista de emprego. Comece por experimentar:
“Quero que prepares um debate. Preciso que me digas os
argumentos prós e contras de pedir um aumento salarial
nesta fase de alta inflação” e depois dê largas à imaginação
para se preparar para uma troca de ideias.

CRIAR CÓDIGO
O ChatGPT não é apenas fluente em idiomas de diferentes países, também é
fluente em várias linguagens de programação. E pode pedir ao assistente para criar
ferramentas funcionais apenas com a descrição das principais funcionalidades.
“Mostra-me o código necessário, em Python, para criar uma calculadora que
permita fazer operações de somar, dividir, subtrair e multiplicar”. Para quem

FAZER CÁLCULOS
não sabe programar, é uma ajuda no processo de aprendizagem. Para quem já
programa, o ChatGPT funciona como um depurador de código.

Os cálculos mais simples (somar, subtrair, multiplicar…)

conseguimos resolvê-los com a ajuda da calculadora do
smartphone. Mas há outros que dão mais trabalho ou são
matematicamente mais complexos. Basta copiar e colar o
cálculo (ou formular a questão) no ChatGPT e pedir a resposta.
Na imagem, uma resposta ao teorema de Lagrange. Outro
exemplo que pode experimentar: “A prestação da minha
casa subiu de 280 euros para 432 euros. Em termos
percentuais, quanto é que aumentou a prestação?”.
RESPOSTAS COM TOM ESPECÍFICO
Por vezes não basta pedir a geração de um texto ao ChatGPT. Queremos que ele
esteja escrito de uma forma específica. Nesse caso, basta incluir instruções de ‘tom’
no comando. Diga ao ChatGPT como quer o texto – se um e-mail formal para o diretor
da empresa ou se um convite divertido para uma festa de anos de uma criança.

77
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
FOTOGRAFIA
Esta é a Sony Alpha 7R V,
umas das câmaras com melhor
qualidade de imagem do
momento. O sensor é um full
frame com 61 megapíxeis

SENSOR:
QUANTO MAIOR,
MELHOR A dimensão do sensor é uma das características mais
mencionadas na análise das câmaras digitais e as melhores
normalmente usam sensores full frame. Explicamos
o que são estes sensores e quais as suas vantagens
Por Sérgio Magno

78
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 PROFUNDIDADE
DE CAMPO
Distância entre os pontos mais
próximo e mais distante que surgem
nítidos numa imagem. A profundidade
de campo é maior quando a máquina
está mais distante dos motivos a
fotografar, quando a distância focal
(zoom) é menor ou quando a abertura
utilizada é menor. A profundidade
de campo é muito útil para realçar
determinados motivos dentro de uma
imagem. Se, por exemplo, pretender
realçar um sujeito utilize uma
profundidade de campo menor para
desfocar o fundo. Se, pelo contrário,
quiser focar toda a imagem, utilize
uma maior profundidade de campo.

Hoje, as câmaras são muito diferentes

daqueles que eram usadas pelos
nossos pais ou avós. A componente
digital tem vindo a ganhar cada vez
mais importância, sobretudo nas
câmaras dos smartphones onde há
mais recurso a processamento para
compensar as limitações físicas
impostas pela pequena dimensão
dos aparelhos. Mas, por melhor que
evoluam os chips, os algoritmos e
sensores, o processo de captura da
luz é, essencialmente, físico. O que
é mais notório nas câmaras mais
avançadas, que recorrem menos a
‘truques’ de software – os fotógrafos
mais exigentes, sejam eles amadores
entusiastas ou profissionais,
normalmente não gostam da
componente artificial dos algoritmos
tão em voga nos smartphones.
A ótica – as objetivas/lentes – e o
sensor são dois subsistemas físicos
fundamentais para a qualidade de
imagem. No caso da componente
ótica, é intuitivo que quando
melhor for as lentes que captam e
encaminham a luz para o sensor,
melhor será a imagem.
RESOLUÇÃO VS DIMENSÃO
Mas, relativamente ao sensor, ainda
é comum valorizar-se apenas a
resolução (os megapíxeis) e não a
característica física que tem mais
Efeito da profundidade de
campo: na imagem de cima,
ambos os objetos estão
focados; na imagem de baixo,
apenas o veado está focado
implicações no processo fotográfico –
a área do sensor.
Na verdade, a dimensão do sensor
é tão ou mais importante do que
o número de píxeis. Quanto maior
for a área do sensor, maior será a
capacidade de capturar a luz. E é fácil
perceber porquê se fizermos uma
comparação com janelas: uma janela
mais pequena deixa entrar menos luz
numa divisão do que uma janela maior.
Mas a análise da dimensão do sensor
torna-se um pouco mais complexa
quando consideramos que cada
sensor não é, na verdade, equivalente
a ‘uma janela’, mas sim é constituído
por milhões de ‘janelas’. Referimo-
nos aos píxeis, que são elementos
independentes para capturar a luz. É
por isto que muitas vezes sensores
com menos resolução, mas com píxeis
maiores, têm melhor comportamento
em fotografia com pouca luz ambiente
do que sensores com mais resolução,
mas com píxeis mais pequenos.
Claro que o tamanho dos sensores
(e dos píxeis) não é o único fator
decisivo. Um sensor mais moderno
pode conseguir melhor qualidade
de imagem que um sensor maior
mais antigo. Mas se compararmos
sensores de dimensões diferentes,
mas tecnologicamente idênticos,
concluímos que o sensor maior é o
que consegue melhor qualidade de
imagem.
PROFUNDIDADE DE CAMPO
Já reparou que, em fotos e vídeos
profissionais é, muitas vezes, usada
a técnica de desfocar o fundo para
realçar o que se passa em primeiro
plano (motivo principal)? Uma técnica
que ficou conhecida por bokeh, mas
que resulta de um conceito mais
antigo: a profundidade de campo,
ou seja, a distância, relativamente à

79
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
 FOTOGRAFIA
FULL FRAME
AS VANTAGENS
MELHOR COMPORTAMENTO
COM POUCA LUZ AMBIENTE
IMAGEM MAIS
CINEMATOGRÁFICA EM VÍDEO
PROFUNDIDADE DE CAMPO
MAIS REDUZIDA (DESTACAR
O MOTIVO PRINCIPAL)
MAIOR AMPLITUDE DE IMAGEM
câmara, em que os elementos surgem
focados na imagem. Os profissionais
normalmente conseguem um controlo
mais apurado da profundidade de
campo com recurso à configuração
da abertura da objetiva. Quanto maior
for a abertura, mais luz chegará ao
sensor e menor será a profundidade
de campo (plano de foco ‘mais
apertado’), resultando no tal efeito
de desfoque, que pode ser aplicado
a planos de fundo (mais longe da
câmara) e/ou aos primeiros planos
(mais perto da câmara).
Os sensores maiores permitem
usar profundidades de campo
A mais recente câmara
full frame, a Sony
ZV-E1, foi concebida
especificamente
para vloggers
mais pequenas, o que significa que
são mais adequados para realçar
elementos da imagem à custa do
desfoque de outros elementos
em planos diferentes. Daí ser
habitual dizer-se que os sensores
maiores produzem imagens mais
cinematográficas.
FULL FRAME: O MAIOR
As dimensões dos sensores são
muito variadas. Nos smartphones, os
sensores têm diagonais de apenas
alguns milímetros. Mas nas câmaras
dedicadas mais avançadas, aquelas
que permitem mudar de objetiva, os
sensores têm áreas mais amplas. Os
mais populares são, do mais pequeno
para o maior, o Quatro Terços, APS-C
e full frame. O nome deste último
80
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
Nesta imagem é possível ver a
diferença de amplitude entre uma
câmara full frame e uma câmara com
sensor APS-C, quando a usar objetivas
equivalentes. O sensor maior permite
captar uma imagem mais ampla
resulta de ter a dimensão ‘total’ das
antigas películas de 35 mm, que eram
as mais usadas pelas câmaras no
tempo dos rolos.
Esta dimensão total continuou a
ser usada, sobretudo por câmaras
profissionais, quando a fotografia
entrou na era digital. O sensor de
35 mm ou full frame é, também,
o standard pelo qual se refere as
distâncias focais das objetivas. Este
é um tema que vamos analisar com
profundidade na próxima edição, onde
vamos explicar o que importa saber
SENSOR
É o dispositivo eletrónico
que recebe e regista
a luz. Os sensores são
constituídos por uma
grelha de células sensíveis
à luz (fotossensíveis). Ao
microscópio, um sensor
assemelha-se a um favo de
uma colmeia de abelhas.
Cada célula é conhecida por
píxel e quanto mais células
(píxeis) existirem, maior
é a resolução da imagem
captada.
COMPARAÇÃO A Sony RX1 é uma câmara
compacta, mas que tem
DAS ÁREAS um sensor full frame
DOS SENSORES
MAIS COMUNS
sobre objetivas. Mas, simplificando, a
FULL FRAME distância focal de uma objetiva indica
35 X 24 MM o campo de ‘visão’. De outro modo, por
exemplo, uma objetiva de 200 mm
tem um fator de ampliação de 10x
relativamente a uma objetiva de 20
mm. É por isso que é normal falar-
se em distâncias focais equivalentes
relativamente a objetivas e lentes
usadas em câmaras com sensores
não full frame.
Atualmente, a Sony sobressai entre
os fabricantes que usam o formato
APS-C full frame. Não só porque é líder de
23,6 X 15,6 MM mercado entre as câmaras com este
tipo de sensor, como pelo facto de
esta marca estar a aplicar sensores
de grande dimensão mesmo em
câmaras pequenas. Por exemplo,
é da Sony o maior sensor usado
atualmente em smartphones. E
nas câmaras compactas, ainda
Nesta foto é possível ver algumas
QUATRO TERÇOS vantagens dos sensores maiores
(full frame, neste caso): capacidade
17 X 13 MM para captar boas imagens com pouca
luz, grande intervalo dinâmico, baixo
ruído e grande amplitude
TIPO 1”
12,8 X 9,6 MM
TIPO 1/2,55”
6,17 X 4,55 MM 81
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
recentemente a marca japonesa
anunciou a ZV-E1, testada nesta
edição, que apesar de relativamente
compacta, tem um sensor full frame.
ESCOLHA BEM
Torna-se claro que são muitas as
vantagens qualitativas associadas
aos sensores de maior dimensão,
com destaque para o full frame. No
momento de escolha de uma câmara,
deve dar mais atenção à dimensão
e tecnologia do sensor do que,
propriamente, à resolução máxima.
Isto significa que deve escolher
obrigatoriamente uma câmara full
frame? Não necessariamente. Apesar
de o full frame ser, regra geral, o
formato com melhores resultados
qualitativos, outros sensores um
pouco mais pequenos, como os
APS-C e Quarto Terços, aproximam-se
muito em termos de qualidade e têm
outras vantagens, como um custo de
produção mais baixo e a utilização de
objetivas mais compactas. Mas se a
qualidade é, de facto, uma prioridade,
já sabe: quanto maior o sensor, melhor!
 LOL

CTRL + ALT + DELETE

QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA ERRO DE SISTEMA

CHATGPT LIDERA SONDAGENS

Fartos do facto de Portugal estar a cair aos bocados na saúde, justiça, ha-
bitação, ensino e por aí fora, os portugueses fazem contas à vida para as
eleições legislativas de 2026. "O ChatGPT dá respostas mais articuladas do
que o atual líder da oposição", diz alegre um eleitor ouvido pelo Ctrl+Alt+-
Delete. "Para mim o ChatGPT ganha porque tem mecanismos que não lhe
permitem escrever discursos xenófobos, ao contrário de certos políticos",
disse um outro contribuinte. ROUPA ‘PIXELIZADA’
A Loewe lançou uma linha de roupa

SUITE PARA MAIORIAS ABSOLUTAS inspirada no universo Minecraft e

de jogos retro. A peça mais cara da
coleção é uma mala que leva pouco
O desafio foi lançado por Pedro Nuno Santos e aceite pela Microsoft Portugal,
mais do que uma carteira, umas
que vai criar uma suite de software que conjuga calendários e plataformas chaves e um Game Boy Advance
de mensagens onde as notificações são agressivas. O Ctrl+Alt+Del sabe que SP e custa 3400 dólares.
alguns exemplos são “Se ignorares este WhatsApp vais ser demitido de https://bit.ly/3KP63nH
Ministro” e “Se não atenderes esta chamada do Chairman da TAP não vais
chegar a líder do PS”. João Galamba está a testar a versão beta.

CORUCHE VAI FABRICAR CHIPS

Atento às tendências mundiais, Tito Cardoso vai transformar a fábrica
da Iki Mobile em Coruche numa linha de produção de semicondutores.
“Estes chips vão ser revolucionários por conterem núcleos em cortiça”,
confidencia fonte da empresa. Pat Gelsinger e Tim Cook já terão marca-
do reuniões com os responsáveis da Corticeira Amorim para acautelar a
expectável revolução no mundo dos SoC e assegurar stock.
SIMULADOR AMOROSO
AJUDA NOS IMPOSTOS
TIRO AO LADO A MSCHF lançou o Tax Heaven
3000, um jogo gratuito de
simulação amorosa que ajuda
os utilizadores americanos a
preencher as declarações fiscais.
O processo é liderado por Iris, uma
personagem anime.
https://bit.ly/3mFOcYf

FALTA DE LINHA DE CÓDIGO

LEVA A MULTA DE 3 MILHÕES
A Goldman Sachs esqueceu-se
de incluir uma linha de código

UM BRINDE À TESLA!
numa atualização de software,
que levou a um erro na atribuição
de ordens de venda de ações
Concebida para simular a forma da Cybertruck, a Tesla GigaBier é uma cerveja Pilsner que ‘short’ e ‘long’. As autoridades
multaram a organização
visa celebrar a Gigafactory de Berlim. Vendida em embalagens de três, custa €89 e conta
em 3 milhões de dólares.
com lúpulos Cyber e notas de citrinos, bergamota e fruta doce. Cada garrafa apresenta https://bit.ly/40ob9N7
uma manga preta brilhante integrada com uma marca de água Giga que brilha no escuro.

82
MAIO 2023 EXAME INFORMÁTICA
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