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Grupo Relaxamento - Tese Leila - Versão Final para Defesa CORRIGIDO
Grupo Relaxamento - Tese Leila - Versão Final para Defesa CORRIGIDO
Figura 15: Primeira reunião de acolhimento da coordenação do PINAB com a primeira turma de
extensionistas do projeto (Ago/2007).
Fonte: Blog do PINAB.
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O componente curricular Módulo Horizontal A1 (MHA1): Saúde da Comunidade, foi ministrada pelo
Prof. Dr. Pedro Cruz.
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Antônia Alves Matias tem formação em fitoterapia, alimentação saudável e auriculoterapia.
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Quésia Ribeiro tem formação em auriculoterapia.
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que poderiam ser acolhidas devido ao tempo e a quantidade de material, e que servia
também para a sequência do atendimento. Geralmente as pessoas que buscavam a
auriculoterapia, também procuravam o Grupo de Relaxamento fazendo com que houvesse
uma espécie de intercalamento entre os atendimentos.
Dentro do contexto dessas abordagens integrativas me situei e me aproximei da
fase inicial de organização das atividades do Grupo de Relaxamento e Bem Viver Vila
Saúde passando a fazer parte de suas ações em parceria com a protagonista popular,
Lurdinha, no ano de 2019. As segundas-feiras se tornaram dias de ida a USF para o
encontro presencial com o Grupo que ocorria das 7:30 às 9:30 da manhã, momentos em
que pude vivenciar encontros calorosos, alegres, afetivos e reveladores.
Inicialmente chamado de Grupo de Relaxamento, este espaço foi criado para
receber afetivamente a comunidade por meio do encontro, do diálogo e da escuta mútua.
Com o decorrer dos encontros, as pessoas da comunidade que buscavam por este
acolhimento começaram a construir uma relação de confiança e passaram a compartilhar
conteúdos íntimos de suas vidas como suas dores, problemas, angústias, e, também suas
alegrias, amores e vitórias cotidianas. Nessas partilhas de vidas e realidades, a construção
de caminhos e horizontes para um viver melhor foi sendo pensado, questionado,
conversado, sentido e movido entre as pessoas do grupo e em seus contextos. Assim, a
expressão Bem Viver, orientada pela concepção latino-americana dos povos originários
(ESTERMANN, 2011; KRENAK, 2020), foi inserida no nome do Grupo de Relaxamento
que passou a se chamar Grupo de Relaxamento e Bem Viver Vila Saúde.
Quando cheguei no Grupo, encontrei-me com uma aluna e um aluno do MHA1,
e com Lurdinha30. Esta protagonista popular se aproximou do Grupo por meio de um
convite feito pelo Prof. Pedro Cruz que a conheceu na ocasião de uma territorialização
feita no bairro do Cristo com estudantes do MHA1. A partir disso, ela passou a contribuir
com o seu conhecimento sobre os chás, ervas, plantas medicinais e massoterapia se
incorporando nas ações do grupo como coordenadora e representante da comunidade.
Nos primeiros seis meses vivenciei um período de integração em que pude
conhecer as pessoas, em sua maioria mulheres, e ouvir, dialogar, interagir e conviver,
para só então começar a desenvolver uma inserção mais sistemática e protagonista na
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Maria de Lurdes Rodrigues de Souza tem formação em fitoterapia e massagem relaxante.
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articulação das atividades do Grupo. Com o andamento dos encontros pude construir
conexões e caminhos com a dança na perspectiva da Educação Popular e,
consequentemente, conectar as mulheres e suas realidades aos fluxos desta pesquisa.
Nessa ocasião, nossas experiências dialógicas, criativas, artísticas e educacionais não se
deram, em momento algum, dissociadas do universo corporal. O falar, o pensar, o sentir,
o dançar e o fazer foram expressões vivas do corpo, que como nos ensina Merleau-Ponty
(1999) é a própria vida e a experiência do que somos, vivemos e sentimos.
Em diálogo com Lurdinha e pensando nos nossos encontros como possibilidades
de experienciar vivências por meio dos compartilhamentos de experiências por diálogos
interculturais (CRUZ, 2019; PEDROSA, 2019) mantendo conexões entre os saberes
populares, científicos e artísticos, e dos sentires pelas experimentações criativas em dança
(CYPRIANO, 2005; FERNANDES, 2000; GIL, 2004; LABAN, 1978; LEAL, 2012;
MILLER, 2007), pudemos propor três momentos vivenciais interligados: acolhimento,
aprofundamento e experimentação em dança com encerramento das atividades. Nesse
espaço, as vivências foram compreendidas como o instante vivido, o aqui-agora
(GONSALVES, 2016) experienciado, compartilhado e nutrido pela convivência em
grupo.
O primeiro momento, foi pensado como a hora do acolhimento para uma
sensibilização corporal mediado pela protagonista popular Lurdinha por meio da recepção
das pessoas na sala das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, realização de
massagem relaxante e exposição dialogada sobre as potencialidades curativas das ervas e
das plantas. Nesse instante, os diálogos giravam em torno da saúde com o
compartilhamento de dores e queixas emocionais e físicas, a reflexão de suas possíveis
causas, a articulação de ideias e atitudes para o enfrentamento de situações vividas no
cotidiano que causavam desgastes. Como também, pela troca de saberes sobre alimentos,
compostos naturais e chás capazes de auxiliar num tratamento alternativo, aliviar as
tensões e amenizar as dores.
A imagem a seguir mostra a nossa parceira Lurdinha com algumas ervas
medicinais (na mesa ao seu lado) para realizar explanações sobre suas propriedades e
efeitos.
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de provocar o sonho com outras realidades possíveis de serem vividas a partir de práticas
e ações transformadoras e libertadoras.
Estruturamos perguntas que nos fizeram pensar e repensar, principalmente em
nossas relações familiares, espaço afetivo onde percebemos a ocorrência da maior parte
das opressões vividas pelas mulheres. Assim fomos nos indagando, dentre tantas outras
formulações, “preciso viver assim?”, “tem que ser assim?”, “o que me prende a essa
situação?”, “pode ser diferente?”, “a minha vida pode melhorar?”, “o que me impede de
sair dessa situação?”, “sou capaz de mudar?”, “o que posso fazer para mudar?”.
Foi possível perceber que o trânsito mais consciente e crítico entre a objetividade
da vida, a subjetividade dos sentidos produzidos diante das experiências vividas e a
construção de estratégias para o enfrentamento e superação de situações de violência
podiam fundar um caminho libertador social e emocionalmente, e provocar mudanças
significativas no viver. Nesse contexto, a dança se apresentou como uma aliada para nos
afetar sensivelmente e acessar estruturas subjetivas desumanizantes oportunizando outros
meios de sentir a força da vida e outros caminhos para gerar mudanças na qualidade do
viver com a desagregação de ciclos opressores sentidos e vividos no corpo.
A vivência da dança como ato criativo e a retomada da roda de conversa
constituiu o terceiro e último momento dos encontros. No Grupo de Relaxamento e Bem
Viver Vila Saúde a dança foi inicialmente desenvolvida por meio de experimentações
corporais inspiradas na Biodança, um meio de ampliar expressividades e provocar
dançares afetivos interligados com a nutrição da coletividade e do sentir da vida de cada
mulher para a construção de outras e novas formas de perceber-se, pronunciar-se, e
revelar-se para o mundo na transgressão da linearidade verbal e na circulação de caminhos
vitais mais criativos, flexíveis, ternos e protagônicos.
A Biodanza foi criada pelo antropólogo chileno Rolando Toro Arañeda, na
década de 1960, com a intenção de manifestar a vida poeticamente. Essa prática convida
para a interação, o encontro humano e a expressão plena da vida, seus sentidos e
subjetividades em profunda conexão consigo, com o próximo e com a natureza, por meio
de vivências coletivas que ativam o núcleo afetivo pela integração entre dança, música e
emoção, e entre o pensar, o sentir e o agir, podendo provocar transformações existenciais
com movimentações positivas de compromisso com a vida (GONSALVES, 2010;
SANTOS, 2017, 2009).
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Figura 19: Vivência em Biodanza com participação de alunas de medicina, Prof. Pedro e protagonista
popular.
Fonte: Graça Lima.
marcado a nossa trajetória e eram importantes para nós. Assim selecionamos músicas
como “o que é, o que é ?” (Gonzaguinha), “o amanhã” (Simone), “tocando em frente”
(Almir Sater), “trem-bala” (Ana Vilela), “de volta pro aconchego” (Elba Ramalho), “toda
menina baiana” (Gilberto Gil) e “asa branca” (Luiz Gonzaga), por exemplo. Com as
músicas escolhidas pude selecionar e adaptar alguns exercícios da Biodança para propor
a criação da nossa dança procurando integrar música, movimento e relacionamento, tripé
fundamental para deflagrar vivências significativas na Biodança (SANTOS, 2019).
Dessa forma, vivenciamos no Grupo propostas como: roda de integração inicial
(roda de comunicação visual e afetiva em que todas dançaram com as mãos dadas
seguindo o ritmo da música e acentuando a unidade do grupo), caminhada sinérgica
(caminhada natural pelo espaço no ritmo da música aumentando a integração motora),
sincronização rítmica em pares (dança em contato visual e corporal no ritmo da música
estimulando a capacidade rítmica e a integração), segmentares de pescoço, ombros e
quadril (giro lento da cabeça, ombros e quadril facilitando a dissolução de tensões),
encontro com abraço (caminhada em contato visual encontrando afetivamente com um
abraço), auto acariciamento de mãos e rosto (toque suave e lento nas mãos e rosto num
ato de amor e cuidado consigo percebendo o próprio corpo), e a posição geratriz de
expansão da estrela (abertura de braços para sentir a existência no mundo de maneira livre
e expandida).
As mulheres demonstraram interesse e participaram ativamente de todas as
experimentações propostas. Tais experiências inspiradas na Biodança trouxeram para o
Grupo a possibilidade do desenvolvimento de danças vinculadas as significações
existenciais de cada uma estimulando a expressão de suas identidades e aumentando os
sentidos de pertencimento dentro do Grupo. Na cumplicidade de olhares e toques, e na
geração de mais confiança para partilhar gestualidades muito particulares pudemos
fortalecer a abertura e a disponibilidade para o criar. A partir disso, foi possível gestar
outras formas de falar ultrapassando os sentidos da comunicação verbal pela expressão
de danças pessoais libertas de modelos pré-determinados e intensamente ligadas a novas
construções afetivas, técnicas e estéticas inspiradas nas raízes corporais, e nos jeitos
únicos de atribuir sentidos e gestualidades para constituir uma linguagem original na
dança.
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atitudes para gerar o bem viver no tempo presente. Além de possibilitar o encerramento
das atividades do dia com projeções para as pautas a serem propostas, revisitadas e
dialogadas nos encontros subsequentes. Como também de projetarmos novas ideias e
fazer ajustes necessários.
Nesse movimento de conhecimentos e reconhecimentos, o corpo em sua
historicidade foi percebido como principal repertório e referência para a elaboração e
reelaboração dos conteúdos das nossas práticas vivenciais. Elas foram sendo construídas
e reconstruídas mediante as respostas que emergiam na dinamicidade dos diálogos por
meio das vozes faladas, sentidas e dançadas. Nestas experiências as mulheres foram as
principais porta-vozes de suas percepções, opiniões e realidades, bem como da produção
de diálogos e conhecimentos significativos articulados pelas circunstâncias de vida.
Com os sentidos de pertencimento mais aguçados, a participação, a confiança, a
solidariedade, a fala e a escuta foram configurando o protagonismo dentro do grupo e
proporcionando o repensar de contextos vividos tentando melhor entendê-los e
transformá-los a partir de enfoques femininos e anseios próprios. Fomos fortalecendo,
com isso, a comunidade feminina e o movimento de mulheres populares na luta por serem
protagonistas de suas histórias e por viveres mais prazerosos.
A valorização e o incentivo da participação das mulheres no Grupo pelas trocas
dialógicas, vivências integrativas em saúde e experiências criativas em dança foi
modificando significativamente pontos de vista desqualificadores que abarcavam, dentre
outros aspectos, a descrença, a desvalorização e a diminuição de suas potencialidades,
pensamentos e ações, e foi gerando o sentimento de mais confiança, alegria e entusiasmo
por poderem ser quem eram, falando, opinando, ouvindo, sentindo, criando, ou seja,
protagonizando suas histórias dentro do Grupo e também para além dele. O
reconhecimento qualificador cotidiano foi se mostrando fundamental para ajudar a
ampliar suas crenças em suas humanidades e nas suas vocações, como realça Freire
(2011) de serem mais.
Acreditar que eram importantes, criativas, inteligentes, capazes de construir
saberes e elaborar estratégias de enfrentamento e superação para os problemas vividos, e
de serem inventivas estética e artisticamente por meio da dança foram alguns dos aspectos
que fundaram em suas realidades a possibilidade de pensar a vida a partir de outros
horizontes, perspectivas, sentires e linguagens. Dessa maneira, a dança foi um meio
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criativo que mostrou potencialidade para organizar corporalmente o bem viver pela
conexão entre pensamento, sentimento e ação.
Nesse cenário, a articulação entre a realidade, o diálogo intercultural, o sentir e
a geração de expressividades puderam favorecer um olhar e uma atitude diferenciada
diante da vida por meio do desenvolvimento da confiança, criatividade, protagonismo e
autonomia. No decorrer dos nossos encontros fomos percebendo o encorajamento das
mulheres em acreditar mais em si mesmas e a tomar atitudes e decisões capazes de
provocar mudanças em seus cotidianos como o fato de romperem o silêncio em suas vidas
e começarem a falar, opinar e dar limites, bem como de se darem o direito de passear e
descansar quando quisessem interferindo no quando, onde, o quê, com quem e como
queriam realizar suas experiências.
Nesse caminho, as mulheres foram sinalizando por meio de suas falas sobre seus
cotidianos atitudes que começavam a envolver decisões próprias e que realçavam a
condição de serem sujeitas de suas vidas anunciando protagonismos na construção de
possibilidades para um viver diferenciado do que se tinha anteriormente como reivindicar
mais diálogo com as pessoas da família, e combater ambientes e relações que as
diminuíam, desprezavam e aprisionavam em sofrimentos físicos, emocionais e mentais,
por exemplo. A participação ativa foi revelando para o Grupo de Relaxamento e Bem
Viver Vila Saúde o fortalecimento de identidades e a (re)experimentação dos sabores e
dos sentidos da própria vida conspirando para a libertação.
A imagem abaixo representa um desses momentos de convívio, diálogo e escuta
com o grupo. Nesta ocasião, no lado esquerdo da imagem, podemos observar que o
atendimento de auriculoterapia estava acontecendo no mesmo local do Grupo de
Relaxamento. Em algumas oportunidades, muitas mulheres solicitaram essa união entre
os grupos para que pudessem participar dos diálogos, das partilhas de experiências, dos
acolhimentos e das construções de sugestões e ideias coletivas para a tentativa da
superação dos desafios enfrentados no cotidiano.
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Figura 20: Roda de diálogo no Grupo de Relaxamento e Bem Viver Vila Saúde.
Fonte: Maria de Lourdes Souza (2019).
Figura 21: Sala do Grupo de Relaxamento e Bem Viver Vila Saúde. Da esquerda para direita: Pedro e
Késia (discentes MHA1), Leila e Quésia (protagonista popular do grupo de auriculoterapia).
Fonte: Pedro Nascimento (2019).
No mês de março do ano de 2020, passamos por uma interrupção brutal nos
nossos encontros presenciais, pois fomos surpreendidas (os) mundialmente por um vírus
que poderia ser mortal e que rapidamente se espalhou pelo planeta transformando-se
numa pandemia. As pessoas ao redor do mundo precisaram se isolar fisicamente para
evitar o contágio pelo Covid-19, e, com isso, desacelerar a multiplicação do vírus e
diminuir as taxas de internamentos em hospitais e óbitos. Na cidade de João Pessoa a
declaração do isolamento social aconteceu no dia 11 de março. Como medida protetiva e
como forma de continuar com as nossas atividades optamos pela utilização de recursos
tecnológicos envolvendo a internet para a realização de encontros virtuais.
Vivenciamos um período árido em que precisamos nos isolar e distanciar
fisicamente. Passamos a viver a maior parte do tempo dentro de nossas casas, algumas
com suas famílias, outras sozinhas, saindo apenas para o estritamente necessário. Ficamos
sem o calor dos nossos abraços, mas não enfraquecemos enquanto coletividade feminina,
pois conseguimos manter os encontros e os vínculos afetivos e sociais pelos dispositivos
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Os alunos são Felipe Marques da Silva (CCS), Laís Maria Silva de Carvalho (CCM), Pedro Nascimento
Araújo Brito (CCM) e Sara Rebeca da Silva Oliveira (CCM).
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O perfil pinab.ufpb foi criado em 13 de fevereiro do ano de 2019, destinado a divulgação de ações
educativas propostas e vivenciadas por estudantes e populares envolvidos com as atividades do PINAB por
meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.
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Um dia me chamaram
Para de um grupo participar
E quando disseram o nome
Bem alegre pude ficar
Relaxamento e Bem Viver
Me pus a imaginar
Em tempos de Pandemia
Todo mundo a se preocupar
Relaxar e bem viver
É tudo de bom que há
Essa mudança no formato, que transitou do presencial para o virtual, nos gerou
algumas dificuldades na participação plena do grupo, pois algumas mulheres, por
diferenciados motivos, tiveram dificuldades em lidar com os aplicativos de reunião
virtual. Nos casos daquelas que enfrentaram dificuldades por não conhecerem o aplicativo
e/ou por sentirem medo de testar algo desconhecido no aparelho celular, mas que tinham
internet suficiente e expressaram a vontade de participar dos encontros, foram realizados
por parte das (os) estudantes apoios individualizados para orientações e esclarecimentos.
Esse suporte técnico ocorreu via Whatsapp por meio de mensagens escritas,
áudios, prints de tela, ligações e até por vídeos produzidos de forma caseira explicando
como fazerem para baixar o Google Meet, por exemplo, e acessarem a chamada a partir
do link enviado pelo grupo do Whatsapp. Para aquelas que decidiram não participar por
outras dificuldades como limitações com a internet ou por não gostarem do formato
virtual de reunião, adotamos o grupo do Whatsapp como forma de manter e atualizar o
contato, e dialogar cotidianamente. Além disso, também realizamos ligações telefônicas
eventualmente.
O grupo do Whatsapp se configurou como um meio muito potente para não
perdermos o vínculo e a comunicação, principalmente com essas mulheres que não
participaram das reuniões virtuais. Foi uma maneira também de continuarmos partilhando
experiências cotidianas acompanhando realidades por meio de fotos, vídeos, áudios e
diálogos escritos, oferecendo apoio afetivo individual e coletivo e reforçando orientações
preventivas referentes ao Covid-19, bem como esclarecendo dúvidas sobre o assunto
sempre que possível dialogando e lançando pequenos textos explicativos.
Também tiveram aquelas que resolveram não participar virtualmente do Grupo
de Relaxamento por não haver nenhuma identificação com o formato e/ou por terem
dificuldades com a internet. Nesses casos, tentamos manter o vínculo por meio de ligações
telefônicas para atualizar o acolhimento e a escuta atenta de suas notícias de vida,
buscando apoiar, pensar e construir conjuntamente alternativas e possíveis soluções para
os problemas relatados. Aconteceu também, em menor parcela, aquelas que não mais
conseguimos nos comunicar e que se desvincularam do Grupo completamente.
Dessa maneira, conseguimos manter uma boa participação e envolvimento da
comunidade feminina, e acompanhar grande parte do Grupo por meio do encontro, do
acolhimento, da escuta e do diálogo em diferenciadas maneiras de comunicação. Além
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