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HISTÓRIA DO DESIGN GRÁFICO

DESIGN GRÁFICO DE UM CARTAZ DE UM EVENTO DE CINEMA DA


EMPRESA CASMICLAB

O design gráfico está voltado a tudo que está relacionado à criação de objeto da
comunicação visual, seja ele por meio da web, de revistas, jornais, folhetos ou cartazes.
Agora, vamos entender um pouco sobre os termos “design” e “gráfico”.
O termo “design” vem do latim “designare” que é o mesmo que desenhar e
designar e é o mesmo que desenho industrial, pois está relacionado à profissão que é
voltada para o desenvolvimento de produtos de forma industrial criando uma interação
entre usuário e objeto.
Já o termo “gráfico” vem do grego “graphein” que é o mesmo que escrever,
desenhar e descrever e está relacionado ao âmbito de oficinas, ou lugares que trabalham
com a produção de materiais impressos que chamamos de gráfica.
O termo “gráfico” também está relacionado a métodos de fotomecânicos que
está ligado à gravura em metal e madeira, ao offset, à serigrafia, à litografia entre
outros.
Hoje, o termo vai além do que vemos impresso no papel, é muito comum
relacioná-lo ao desenvolvimento de identidades visuais, às propagandas e às páginas da
internet.

CARTAZ DO MOULIN ROUGE POR TOULOUSE-LAUTREC

O trabalho do designer gráfico hoje consiste em fazer uso da matéria- prima


principal que é o papel e/ou site usando as formas visuais das letras chamadas de
tipografia, unindo a outros elementos visuais como traços,
sombras, cores e imagens, abordando técnicas de organizações e planejamento de textos
e imagens de forma criativa e diferenciada.
A origem do trabalho do design gráfico é bem antiga e vem da Europa por meio
das produções de livros em meados do século XV e XIX. Toda a parte de diagramação,
acabamento, e planejamento citados anteriormente era tudo feito à mão, o que levava
horas para se fazer naquela época, hoje com a criação de softwares faz-se em um tempo
mais reduzido.
Naquela época, os livros e qualquer registro fotográfico era propriedade apenas
dos afortunados. Quase não existia revista e jornais, tudo era escasso e muito oneroso,
pois a produção de papel na época (feito com linho e trapos) era caríssima e o trabalho
para a fabricação de um livro dependia de muitas mãos. Com a modernização e o
progresso da indústria, os custos para desenvolver matérias de impressão reduziram
bastante e entre 1830 e 1890 a população pôde ter acesso a textos e imagens impressas.
Em meados no século XIX, com os grandes aglomerados urbanos, muitos
assalariados se paramentavam dos mais diversificados produtos e os vendiam em feiras
e mercados locais, com o tempo, essas feiras passaram a expandir e então surge a
necessidade de colocar etiquetas aos produtos para que eles pudessem ser identificados
na hora da compra e assim surgiram os rótulos. Os cartazes surgiram logo em seguida,
pois esses mercados necessitavam de divulgação. Assim, propagandas em grandes
papéis eram espalhadas pela cidade, dando origem ao design gráfico.
Os cartazes litográficos tiveram um enorme efeito sobre o público que era
atraído para adquirir produtos supérfluos e convidados a participar de grandes
espetáculos. Toulouse-Lautre e Mucha são dois grandes nomes deste tipo de trabalho.
Que convenhamos é utilizado até hoje por revistas e jornais para atrair consumidores
das mais variadas classes sociais a comprar os mais variados artigos de luxo.
No Brasil, tínhamos a Revista Ilustrada de Henrique Fleuiss e Ângelo Agostini.

THE RED WEDGE OBRA DE EL LISSITZKY DE 1919


Com o barateamento da matéria-prima, e com a modernização a comercialização
de livros aumentou consideravelmente, mas a qualidade de seu acabamento reduziu
bastante, foi então que na Inglaterra surgiu um movimento voltado para a recuperação
da boa qualidade de acabamento dos livros liderado por William Morris. No Brasil,
tivemos o imenso auxílio de Monteiro Lobato para auxiliar na nova forma de design
editorial que contou com o auxílio de uma série de profissionais da arte gráfica.
Com a chegada do movimento modernista de 20, uma série de grupos artísticos
passaram a apoiar tudo que estava relacionado ao moderno como a importância da
indústria, as novas tecnologias e dessa forma abraçaram todos os tipos de arte, incluindo
o design. Assim, o design gráfico desempenhou um papel fundamental na propaganda
revolucionária e as obras de El Lissitzky ajudaram a difundir o design modernista que
se firmou por meio da Bauhaus (escola de arquitetura, design e mídias da Alemanha). Já
no nosso país, Di Cavalcanti desenvolveu obras gráficas inspiradas nessas influências.
Foi na década de 30 que o design gráfico teve seu “quê” de política, onde a
Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini, os Estados Unidos de Roosvelt e o Brasil de
Vargas se firmaram por meio dos meios de comunicação como cinema, rádio e
impressos a fim de reforçar suas ideias e popularizá-las.

CARTAZ DA CAMPANHA POLÍTICA DE GETÚLIO VARGAS DE 1930


Já no pós-guerra, o design gráfico entrou quase que numa segunda fase
modernista, que assim como o design de produto se inspirou no Estilo Internacional
fazendo uso de novas tipografias, e cores como o azul o vermelho e o amarelo da escola
suíça que criou o estilo.
Hoje, o design gráfico fala muito por meio da arte, do design e da sociedade na
qual vivemos. A maneira como ele está inserido na internet e com a modernização
dos softwares se consegue desenvolver um design gráfico rápido e com qualidade. Mas
é preciso salientar que com a evolução desses programas, desenvolver artes gráficas de
alta qualidade depende do grau de criatividade do designer e não se ele usa as mais
diversas ferramentas e programas de criação. Saber unir beleza, organização textual e
boas imagens com criatividade é fundamental para um bom projeto.

O QUE É ARTE GRÁFICA?


Arte gráfica está relacionada a tudo o que pode significar um sinal gráfico, que
possa trazer certo sentido para quem está vendo, ou lendo aquele sinal, material ou arte.
Ela pode estar presente em um cartão, em um cartaz, outdoor ou até mesmo em uma
camiseta. A arte gráfica também está difundida nos livros, nos quadrinhos, revistas,
jornais, sites e em elementos que fazem parte do nosso dia a dia.

BRANDING

Vale salientar que o termo “branding” está sendo usado por muitas empresas do
ramo de marketing e design de forma errada. Empresas e leigos afirmam que branding
está associado ao desenvolvimento de uma marca ou criação da mesma. Na realidade, o
branding nada mais é que a associação que o consumidor faz quando olha para uma
marca, o que ele pensa sobre a empresa e seus produtos, e não o que o dono da empresa
induz esse consumidor a pensar.
Uma marca quando é desenvolvida, ela vai além da empresa, ela tem vida
própria nas ruas e na casa dos consumidores. Dessa forma, o branding faz com que um
potencial consumidor perceba determinada marca como a única solução para o que ele
precisa ou procura, é chamar a atenção dele e mostrar que o que a empresa vende é
realmente o que o consumidor mais precisa.
Muitas marcas de renome andam investindo milhões em propagandas a fim de
influenciar o consumidor a comprar, mas o que realmente importa é o que o consumidor
acha da marca e de seus produtos. Isso sim faz com que a marca perca o cliente e o foco
de mercado, podendo não se fazer entender pelo consumidor e perdendo força no
mercado.
Entender o seu cliente, o que ele deseja ou procura é a base fundamental para
um bom branding. A empresa só tem a ganhar e passa a buscar cada vez mais suprir a
necessidade do consumidor com novos produtos que ele realmente procure e necessite
em vez de forçá-lo a comprar algo que seja supérfluo para ele e para o mercado.
DESENHO DE OBSERVAÇÃO

TÉCNICA DO PONTILHISMO DA ARTISTA ANNITA MASLOV

http://www.projectmooncircle.com/

Com a modernização e a evolução tecnológica, o universo do design gráfico


entrou em um patamar altíssimo, no qual o uso de imagens e desenhos chegou a um
nível tal de elaboração, que antes não se atingia facilmente com caneta e papel. Os
softwares cada vez mais modernos facilitam o dia a dia de designers por meio de uma
simples aba de ferramentas que contém inúmeros pincéis, formas de recortar e colorir,
com apenas alguns cliques.
Por um lado, facilitou imensamente a vida de muitos designers, mas por outro,
muita coisa se banalizou, como o uso indevido de imagens sem qualidade, sem valor
agregado ao trabalho. Alguns professores de design dizem não se importar com alunos
que não sabem desenhar, pois as ferramentas dos softwares estão aí para isso, mas
outros notam a importância do saber desenhar na hora de avaliar um trabalho que tem
consistência e foi bem elaborado.
A técnica de desenho de observação desperta no designer desde a faculdade a se
ater a detalhes mínimos de seu projeto. Ensinando o profissional antes de chegar ao
mercado de trabalho a alfabetizá-lo visualmente.
A técnica de alfabetização visual consiste em ensinar o aluno a se tornar um bom
observador, fazendo com que ele olhe e pense nos mínimos detalhes de um trabalho, de
uma arte, de um desenho.
A técnica de pontilhismo é um bom exemplo para transformar esse aluno em um
bom observador. Não é apenas utilizado no curso de design gráfico, mas também nos
cursos de design de produto e desenho industrial, pois a técnica consiste em reproduzir
uma imagem por meio de pontos.
Geralmente este trabalho é feito a mão e possui uma técnica de usar tamanhos de
pontos diferenciados, a fim de transmitir o máximo de realismo na reprodução da
imagem. É quase como bater um xerox de uma foto, apenas com pequenos pontos feitos
a mão.
A técnica é demorada, precisa ter muita concentração e uma organização
enorme do aluno ao diferenciar os pontos para que a sua reprodução fotográfica possa
ficar o mais fiel possível da real. Dessa maneira, o aluno consegue desenvolver o seu
senso perceptível que é fato obrigatório para a observação e para desenhar. E é notória a
diferença de um trabalho gráfico de uma pessoa que não sabe desenhar, para outra que
sabe, pois o trabalho parece mais equilibrado, mais consistente, mais bem elaborado,
pois existe um controle de ideias visuais.

DESIGN E IDENTIDADE VISUAL

LOGO DA COCA-COLA CRIADO POR FRANK ROBINSON


Os diversos cursos de design no país estão se esforçando cada vez mais, para
colocar na cabeça de seus alunos o que é o verdadeiro design. Desenvolver um produto,
uma logomarca, uma embalagem hoje em dia é muito fácil, o difícil é fazer essa marca
se tornar realmente importante no mercado e ser valorizada como “a marca” por seus
consumidores.
O curso de design atualmente abre inúmeras opções para o aluno se mostrar apto
para criar, pensar e desenvolver projetos cada vez mais consistente e enraizado no
design consistente.
Criar uma marca ou a identidade visual de uma empresa é isso, é mostrar por
meio de um símbolo o que realmente é a empresa e o que ela representa para seus
clientes. Entendendo que a marca vai além da empresa. Uma identidade visual bem
elaborada pode mostrar de forma simples o que a empresa faz, e quando o cliente olha
para ela entende rapidamente com o que a empresa trabalha. Este é o grande conceito
para desenvolver uma identidade visual, é gerar uma identificação com o que se está
vendo.
Cores, grafias, formas, detalhes, tudo isso é visualizado pelo cliente e assimilado
por ele quando se está diante de uma marca. Da mesma forma que um ser humano
consegue julgar uma pessoa só de observá-la assim também acontece com as marcas, e
o que ela vende ou representa. O poder de
observar e escolher do cliente, o deixa muito à vontade para querer comprar um
determinado produto ou não por meio de sua embalagem, ou marca.
Com consumidores hoje cada vez mais antenados, é claro que uma embalagem
com uma boa imagem por si só não vende, ela precisa ter um bom produto para fazer
nome, além de pontos de contatos, como as mídias sociais, blogs, produtos, sites,
palestras, quanto mais contato a marca tiver, mais ela vai ser vista e reconhecida pelo
público.

DESIGN EDITORIAL

O design editorial foca no desenvolvimento de layoutação de livros, revistas e


brochuras, é uma das peças fundamentais para do design gráfico. Não só pela
importância dessa vertente, mas pelas quantidades de áreas que se deve conhecer e
saber para desenvolver um bom trabalho, como por exemplo, escrita criativa,
jornalismo, ilustração, fotografia e infografia. É importante que o designer editorial,
tenha um bom relacionamento com esses ofícios para que desta maneira, seu trabalho
possa ser bem feito e bem estruturado e realizado no tempo certo.

TRABALHO DE ALEXEY BRODOVITCH PARA A REVISTA HARPER´S


BAZAAR
http://www.citrinitas.com

Geralmente, um trabalho de um layouter é uma tarefa demorada, pois ele


precisa ler e reler os textos inúmeras vezes, e ver dentro daquela estrutura textual o que
pode ser melhorado para que o seu entendimento seja fácil e prazeroso.
O trabalho da tipografia é outra tarefa fundamental para um bom designer
editorial. Ele precisa entender de fontes, conhecer as famílias e decidir qual delas
melhor se adequa ao tipo de leitura que lhe foi apresentado. Não é à toa que tantos
designers de editoriais sabem fazer uso de softwares para desenvolvimento de fontes
como o FontLab. Assim, eles passam a analisar o texto criteriosamente, e analisar qual a
fonte adequada para ele e, por conseguinte, acrescentar imagens e estruturá-las dentro
do texto.
Um trabalho de um dos nomes mais famosos e talentosos da área editorial é o
Alexey Brodovitch. Ele se destacou na década de 40 e 50 quando montou um bem
elaborado editorial para a revista americana Harpers Bazaar. Ele sempre conseguia
chegar a soluções rápidas e bem elaboradas, além de
ter um domínio incrível na arte da fotografia. Brodovitch conseguia capturar imagens
impressionantes das pessoas de uma forma única e tão natural que chamou a atenção na
época.
O seu foco era mostrar o movimento dos corpos dos seres humanos, e focado
neste tema ele seguiu imaginando layouts que serviam de palco para que essas imagens
contrastassem com os textos. Com esta temática Brodovitch revolucionou uma época e
inspirou tantas outras, além de muitos designers.

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