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UE em Janeiro
No primeiro mês do ano, a taxa de desemprego nacional, ajustada de variações sazonais,
ascendeu aos 7,5%, menos 0,1 ponto percentual do que em Dezembro.
Pedro Duarte
A taxa de desemprego deverá ficar em 8% neste ano, em média, 1,3 ponto porcentual
abaixo da registrada em 2007. Se isso ocorrer, será a menor dos últimos seis anos,
segundo estimativas da LCA Consultores. Desde 2003, de acordo com a Pesquisa Média
de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa
média anual de desocupação caiu substancialmente - 12,3% para 11,5% em 2004, 9,8%
em 2005, 10% em 2006, 9,3% em 2007. De janeiro a agosto deste ano a taxa média de
desemprego no Brasil está em 8,2%.
A previsão foi feita ontem depois de o IBGE ter divulgado que em agosto a taxa de
desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi de 7,6%, uma redução de
0,5 ponto percentual em relação a julho (8,1%) e de 1,9 ponto percentual em relação a
igual mês de 2007 (9,5%). Esta foi a menor taxa de desocupação registrada para um mês
de agosto desde 2002. A redução de 0,5 ponto percentual foi a maior queda apurada para
a passagem julho/agosto – em anos anteriores, prevaleceu a estabilidade.
O IBGE calcula a nova série da PME desde outubro de 2001, mas os dados são
divulgados a partir de março de 2002 e a taxa média anual é conhecida a partir de 2003.
Vários fatores vêm contribuindo para essa redução da taxa do desemprego, afirma o
economista da LCA, Fábio Romão. A taxa de desemprego ter saído de 9,5% para 7,6%
em agosto de 2007 contra igual mês deste ano é um ótimo diferencial, acentua. "Esse
dado expressa uma tendência que já vinha acontecendo desde o início deste ano",
acrescenta. O melhor diferencial foi maio contra maio - 10,1% para 7,9%.
Bom momento
"Pelo bom momento da economia, é bem possível que o recorde seja batido antes de
dezembro, que é um mês imbatível", afirmou o economista do IBGE, Cimar Azeredo
Pereira.
Na opinião de Pereira, a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE mostra que a economia
brasileira ainda não aponta sinais dos efeitos da crise financeira internacional sobre o
mercado de trabalho. Caso esse panorama se mantenha, a taxa de desemprego pode
fechar 2008 com o melhor resultado em seis anos. "Tem que acontecer uma situação
muito crítica para que a taxa de desemprego não fique inferior a do ano passado", disse
o economista.
Segundo o IBGE, entre julho e agosto foram gerados 152 mil postos de trabalho nas
regiões metropolitanas pesquisadas. Na comparação com agosto do ano passado, a
criação de empregos somou 771 mil. A taxa total de pessoas empregadas subiu 0,7%,
para 21,8 milhões de pessoas. Na comparação com igual mês de 2007, o aumento foi de
3,7%. O total de desempregados, por sua vez, caiu 6,1% em relação a julho e 19,2%
frente ao apurado no mesmo período do ano passado, somando um total de 1,8 milhão
de pessoas.
A economia brasileira cresceu 1,6% no segundo trimestre frente aos três primeiros
meses do ano, e 6,1 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Mello, mesmo que a expansão da atividade econômica, trimestre a trimestre,
passe para algo como 0,5% na segunda metade do ano, isso já garantiria um
crescimento de 5,1% do PIB brasileiro.
"As projeções de todo mundo estão sendo refeitas e o impacto desses fatores ficarão
para 2009, mas o nível de crescimento em 2009 continuará elevado", afirmou o
economista.
Desemprego de licenciados:
Sexo
2005
2007
Variação
Portugal
2007/2005
Secundário e pós-secundário
HM
64,8
69,1
6,6
Superior
HM
46,2
59,3
28,4
H
16,7
17,6
5,4
M
29,6
41,7
40,9
A taxa de desemprego dos diplomados com o ensino superior (7,5%) aumentou também
em relação a 2005, estando a aproximar-se da taxa global (cujo valor é 8%). Entre as
mulheres licenciadas a taxa de desemprego atinge os 8,8%. Tal como em relação aos
números absolutos, foi também entre os licenciados que a taxa de desemprego mais
cresceu entre 2005 e 2007 (1,2 pontos percentuais face a 0,2 pontos percentuais nos
outros graus de ensino).
Taxa de desemprego por grupo etário, sexo e nível de escolaridade completo (%)
Portugal
Sexo
2005
2007
Secundário e pós-secundário
HM
8,0
8,2
Superior
HM
6,3
7,5
H
5,6
5,5
M
6,8
8,8
Até os dados do desemprego registado nos centros de emprego do IEFP - que o Governo
tem manipulado com objectivo de afirmar que existe uma baixa do desemprego -
confirmam que não só uns largos milhares de licenciados estão no desemprego, como
que se verificou um aumento entre Fevereiro de 2005 e Fevereiro de 2008. Segundo
afirma o IEFP em Fevereiro de 2008 estavam inscritos nos centros de emprego 38.864
desempregados com habilitação superior, número que era de 37.528 três anos antes, ou
seja, antes do Governo ter tomado posse.
Num País com um elevado défice de pessoas qualificadas impõe-se uma mudança de
política que aposte na formação e na criação de emprego de qualidade que assegure a
integração destes e de outros trabalhadores com formação superior.
O cenário é ainda pior para os que concluíram o Ensino Básico: quase 313 mil estão
desempregados, mais 20 mil do que no período homólogo. Apesar de a taxa ter
registado uma diminuição relativamente a 2006, ainda há 67 mil pessoas com um nível
de escolaridade correspondente ao Ensino Secundário e pós-secundário à procura de
emprego.
No terceiro trimestre do ano havia 444 mil desempregados em Portugal, isto é, mais 27
mil do que no mesmo período de 2006.