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Aula 5 (MC 2-UEM 2022)
Aula 5 (MC 2-UEM 2022)
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
(DECI)
Materiais de Construção II
AULA 5
Introdução
Para a construção, as propriedades que interessam considerar aos metais são várias, concretamente, a aparência,
densidade, dilatação e condutibilidade térmica, condutibilidade eléctrica, resistência à tracção, resistência ao
choque, dureza, fadiga, corrosão e durabilidade.
No entanto, para designar o aço para betões, recorre-se comummente a resistência à tracção a partir dos
ensaios de tracção e dobragem.
— Ensaio de Tracção
Quando se submete uma barra à tracção axial, aparecem tensões internas. A tensão de tracção é obtida
dividindo-se a força aplicada pela área da secção transversal da barra. Essa tensão determina uma deformação
notada pelo aumento do comprimento da barra denominada extensão ou alongamento.
L - L0
Extensão é dada por: 100 [%] ,
L0
Onde: L0 é a base de medida marcada no corpo-de-prova ou o comprimento inicial da barra;
L é a distância entre as marcas, após a rotura e uma vez reajustadas as duas partes da barra rompida da
melhor maneira possível ou o comprimento final da barra.
O alongamento determina uma redução da secção transversal variável ao longo do comprimento. A secção que
sofre maior redução será também a que terá maior tensão, o que determinará ainda maior diminuição da secção
naquele local. Formar-se-á um fenómeno denominado estricção e a zona de menor área será a secção estricta
(Fig. 1).
S - S0
Estricção é dada por: S 100 [%] ,
S0
Onde: S0 é a secção inicial da barra e S é a secção estricta.
A relação entre a tensão aplicada e a deformação resultante pode ser acompanhada pelo diagrama tensão-
extensão que é representado por um sistema de coordenadas com as deformações no eixo das abcissas e
respectivas tensões no das ordenadas. Os valores para a construção deste diagrama são obtidos submetendo o
Os aços naturais (laminados a quente ou macios) apresentam um diagrama com a forma seguinte:
Dentro de certos limites (fase elástica), ao tracionar-se uma peça, a sua deformação segue a “Lei de Hooke”, ou
seja, é proporcional ao esforço aplicado (Fig. 2). A proporcionalidade pode ser observada no trecho rectilíneo
do diagrama tensão-extnsão e a constante de proporcionalidade é denominado módulo de elasticidade ou
módulo de deformação longitudinal.
Após o escoamento, ainda na fase plástica, a estrutura interna do aço se rearranja e o material passa pelo
encruamento, em que se verifica novamente a variação da tensão com a deformação, porém não-linearmente.
O valor máximo da tensão é chamado de limite de resistência do aço.
O limite de escoamento de um material é calculado dividindo-se a carga máxima que ele suporta, antes de
escoar, pela área da secção transversal inicial do corpo de prova. Em materiais como os aços, o limite de
escoamento é bem definido, pois a determinada tensão aplicada o material escoa, isto é, ocorre deformação
plástica sem haver praticamente aumento da tensão.
O limite de resistência de um material é calculado dividindo-se a carga máxima que ele suporta, antes da
ruptura, pela área da secção transversal inicial do corpo de prova. Este limite, como os demais, é expresso em
unidade de tensão (kgf/cm2 ou kN/cm2 ou MPa).
Observa-se que o limite de resistência é calculado em relação à área inicial, o que é particularmente importante
para os materiais dúcteis, uma vez que estes sofrem uma redução de área quando solicitados pela carga máxima.
Embora, a tensão verdadeira que solicita o material seja calculada considerando-se a área real, a tensão tal como
foi definida anteriormente é mais importante para o engenheiro, pois os projectos devem ser feitos com base
nas dimensões inicias.
Durante o alongamento da barra, há uma contracção lateral (é a estricção), e não têm nenhum efeito no
diagrama tensão-extensão imediatamente após o limite de escoamento, porém deste ponto em diante a
diminuição da área afecta de maneira apreciável o cálculo da tensão na barra (Fig. 1).
O patamar de escoamento costuma apresentar uma tensão de escoamento máxima seguida de uma tensão de
escoamento mínima. Genericamente, refere-se à tensão superior como tensão de escoamento à qual
corresponde a deformação (εy).
6) Resistência à fadiga.
É definida como a tensão para o qual o aço rompe depois de repetidas aplicações de carga, está relacionada
com o número de ciclos de carga e com a amplitude da variação das cargas.
Os aços tratados (laminados a frio ou duros) não apresentam patamar de escoamento. A tensão de escoamento é
obtida com a intersecção de uma recta traçada paralela ao trecho do gráfico a partir de um ponto nos eixos das
abcissas correspondente a uma deformação de n%, com o próprio gráfico tensão-deformação, de acordo com
o gráfico seguinte:
O valor n adoptado normalmente é de 0,2% para os aços, e entre 0,1 e 0,55 para os outros metais e representa
o limite de elasticidade, até o qual as deformações não são permanentes.
O limite de escoamento é a constante física mais importante no cálculo das estruturas de aço. Deve-se impedir
que essa tensão seja atingida nas secções transversais das barras, como forma de limitar a sua deformação.
— Ensaio de Dobragem
O ensaio de dobragem simples, também muito importante não tem relação com a fadiga. Só tem por finalidade
verificar a capacidade do metal em ser dobrado até um determinado ângulo sem fissurar nem romper. Nesse
ensaio o metal é dobrado em torno de um pino cilíndrico de diâmetro dado até ficarem paralelas as duas pontas
(da barra ou chapa), é a dobragem a 180o.
No ensaio de dobragem alternada, não normalizado, a amostra, sujeita a um torno, é levada a dobragens
alternadas num ângulo de 90o para acada lado até haver fissuração ou ruptura. A máquina de ensaios deve
aplicar esforços progressivamente, sem golpes, e permitir regular a velocidade de aplicação.
Os aços são designados a partir de uma letra “A” (maiúscula), acompanhada do valor característico da tensão
de cedência ou tensão limite convencional de proporcionalidade à 0,2% e ainda, a esta letra e algarismo,
seguem-se ainda as letras “N” ou “E” conforme se trata de um aço natural ou tratado e “L” e “R” caso o aço
seja liso ou rugoso (Tab. 1).