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Ubaldi GS3
Ubaldi GS3
34 de A Grande Síntese
No primeiro parágrafo deste capítulo, Ubaldi desfaz a crença errônea de que poderia existir
uma quarta dimensão em seguida as três dimensões espaciais, situada também no espaço.
Acreditou-se que a realidade dimensional poderia se estruturar numa geometria de quatro, cinco
ou mais dimensões, ou seja, o espaço Riemanniano criado pelo matemático alemão Friedrich
Bernhard Riemann (1826-1866), Segundo Ubaldi trata-se de uma pseudogeometria, mera
construção abstrata, com formas inimagináveis e inexprimíveis na realidade geométrica, pois o
universo de individualiza por unidades trinas. Assim, é necessário compreender que a quarta
dimensão não é espacial.
Como tudo é trino no Universo, a trindade da dimensão espacial é seguida pela trindade da
dimensão conceitual, onde o tempo representa a primeira dimensão. Para melhor compreender
este conceito sobre as dimensões é bom recordar que tudo no universo é individualizado,
Qualquer coisa, seja ela material, energética ou conceitual, se individua de forma tríplice, isto é,
não existe individuação estruturada com quatro, cinco ou mais fases, embora cada indivíduo
possa fazer parte organicamente de uma individuação maior que também tem estrutura trina.
1º - A velocidade da luz tem sempre o mesmo valor (300.000 km/s no vácuo) em relação a todo
observador, isto é, a luz tem a característica de apresentar a mesma velocidade quando
corrermos ao seu encontro ou quando fugirmos dela. Em outras palavras, a velocidade da luz é
independente do movimento do referencial e sua velocidade relativa é a mesma em todas as
direções.
3º - Suponhamos que no vagão da figura abaixo seja acesa uma lâmpada colocada no piso do
vagão, o raio luminoso será, então, refletido de volta por um espelho situado no teto. Para um
observador situado no interior do vagão a luz percorrerá uma distância igual a 2EF=2h (h=altura
do vagão). Considerando que o vagão está se deslocando com uma velocidade de 240.000 km/s,
um observador situado na plataforma da estação verá o raio luminoso fazendo o percurso AB +
BC. A luz tem a mesma velocidade (300.000 km/s) para ambos os observadores e a distância
2EF é menor que (AB + BC). Imaginemos, como ilustração, que a luz leva 6 segundos para
fazer o percurso 2EF e 10 segundos no trajeto AB + BC
Para o observador que está na plataforma o trem percorrerá 10s X 240.000 km/s = 2.400.000
km
Para o observador que está no trem a distância será 6s X 240.000 km/s = 1.440.000 km
Este fato revela mais um postulado da Teoria da Relatividade Restrita: Todos os corpos em
movimento contraem-se na direção do seu movimento.
Tendo em vista os conceitos relativísticos acima, podemos agora compreender a seguinte
afirmação de Ubaldi: Não tendes um tempo e um espaço em sentido absoluto, isto é, que existem
por si mesmos, independentes das unidades que os ocupam; mas eles são determinados por elas
e a elas relativos. Ubaldi vai além e estende o conceito de relatividade a todos os fenômenos
que ocorrem no nosso universo. Tudo é relativo, mesmo os fenômenos de ordem abstrata ou
moral.
Tomamos nosso consciente como padrão de medida e acreditamos ter encontrado as leis
invariáveis e absolutas que regem a ciência. Mas é a própria ciência que se encarrega de
derrubar nossa ilusão, modificando o que parecia estar firmemente estabelecido. Um exemplo
destas mudanças é o da idéia que fazíamos sobre a solidez da matéria. Hoje, sabemos que a
matéria é um puro campo eletromagnético, essas ondas não têm necessidade de se apoiarem em
nenhum substrato material, sendo concebidas somente como modificações periódicas. A tudo
isto não se sabe mais dar qualquer significado físico real, mas somente o lógico de representar
a probabilidade matemática em que o elétron se encontre, naquele instante, naquele
determinado ponto do espaço. A solidez do mundo físico é, pois, toda sensória, e se reduz a
algo que está bem distante da realidade física, isto é, a uma probabilidade matemática. (P.
Ubaldi - Problemas do Futuro)
Muitas coisas estão além da nossa compreensão em virtude das limitações de nossa mente,
mas a evolução nos levará ao superconsciente, sede da capacidade intuitiva que ampliará o
nosso conhecimento da realidade e transformará a ciência racional de hoje em uma ciência
guiada pela faculdade da intuição.
Como vivemos num universo relativo só percebemos as coisas pelo contraste, e não poderia
ser de outra forma, já que vivemos sob a influencia da Lei da Dualidade. A própria lógica
racional que guia nossas pesquisas é baseada no confronto entre dois opostos conforme nos
demonstra a dialética. A própia linguagem que empregamos para descrever qualquer fenômeno
é estruturada desta forma. Por exemplo, as expressões comparativas como maior e menor, alto e
baixo, antes e depois etc. revelam a relatividade de nossos pontos de vistas. O nosso
entendimento sobre o mundo está vinculado a um referencial e nunca à sua substância íntima.
Vemos agora que não são apenas as dimensões físicas (espaço e tempo) que são relativas,
mas também a dimensão consciência que "mede " o nosso conhecimento da realidade. O nosso
universo é referenciado por estas dimensões (espaço, tempo e consciência) e por conseguinte,
persiste uma relatividade universal em todas classes de fenômenos, sejam eles abstratos ou
materiais. Assim, o nosso entendimento do mundo será sempre relativo (embora progressivo)
pois a nossa mente, que é produto da vida, não pode conter elementos de juízo e unidade de
medida que ultrapassem os limites destas dimensões.
Mas, como tudo evolui não poderíamos deixar de concluir que as dimensões do universo
também evoluem, isto é, se transformam em outros tipos de dimensões. Vemos com clareza, no
fenômeno da radioataividade, que pela desintegração da matéria a dimensão espaço que lhe é
relativa, se torna tempo. O tempo é a dimensão que mede o fluxo da energia que é a nova fase
assumida pela substância. Da mesma forma, veremos em capítulos posteriores a descrição de
outra transformação de fases, a da energia em psiquismo, onde a dimensão tempo muda para a
dimensão consciência.
Como cada universo é trifásico, a substância dos fenômenos do nosso universo se apresenta
em três aspectos: "1º como formas; 2º como fases; 3º como princípio ou lei. Esses três aspectos
são as três dimensões da trindade da substância. Unidade trina, a três dimensões. (P. Ubaldi –
A Grande Síntese)". O homem também, como o nosso Universo, é formado de três elementos:
matéria, energia e espírito, assim, a sua unidade trina faz com que surja uma nova concepção de
infinito. O que é ilimitado para uma dada dimensão não o é para a dimensão superior. A
dimensão que marca um determinado estado do ser (matéria, energia, pensamento) tem caráter
de infinitude para este nível evolutivo. O homem pela sua natureza material sente a infinitude
do espaço mas, sua natureza espiritual supera conceitualmente este limite.
O conceito de espaço infinito só existe dentro deste restrito modo de ver as coisas. Se
olharmos para o universo sob o ponto de vista da evolução das dimensões podemos superar os
limites estabelecidos por uma dada dimensão. Desta forma podemos superar a nossa
incapacidade de percorrer materialmente o infinito do espaço através da nossa compreensão do
que seja o universo físico. Pode-se percorrer o espaço de "outra forma", isto é, mentalmente.
Como seres materiais somos limitados pelo determinismo da matéria, mas como seres
espirituais superamos estes limites. É preciso entender que esta superação se dá em forma
qualitativa através da conquista de uma consciência cada vez mais ampla e não simplesmente
suplantando estes limites em direção espacial.
A fase matéria do ser humano como já está praticamente estabilizada e não está mais em
formação, marca profundamente com seus instintos atávicos a nossa maneira de sentir, pensar e
conceber. O nosso consciente é produto novíssimo da evolução e ainda está em fase inicial de
formação e, portanto, ainda não totalmente livre dos limites materiais. É por isso que não
podemos percorrer materialmente a infinitude dos espaço mas podemos em contrapartida
compreendê-lo, embora ainda de maneira imperfeita.
Com a evolução do consciente racional para um consciente intuitivo sintético estes limites
desaparecerão definitivamente. Destarte, surgirão outros limites compatíveis com esta nova
dimensão: a intuitivo-sintética, que marca outro universo, que também é trino e supera
evolutivamente o nosso. Existem infinitos universos porque infinita é a evolução e infinito é
Deus.
Ubaldi conclui o capítulo enunciando a Lei dos limites dimensionais que sintetiza os
conceitos sobre a evolução das dimensões:
Citação de Ubaldi: "Então o Anjo jurou por Aquele que vive nos séculos dos séculos,
que agora não haveria mais tempo"
Versão da Biblia em língua portuguêsa:...e jurou por aquele que vive pelos séculos dos
séculos, o mesmo que criou o céu, a terra e o mar e tudo quanto neles existe: Já não
haverá demora.
A impressão que fica é que o texto é mais coerente com o emprego do substantivo tempo
no lugar da palavra demora. O segundo significado não parece o correto, pois logo adiante, no
versículo 11, encontramos: Então me disseram: É necessário que ainda profetizes a respeito
de muitos povos, nações, línguas e reis. Ora, para cumprir esta última recomendação, haveriam
de decorrer milênios, isto é, uma grande demora, para que a mensagem profética alcançasse a
todos os povos, antigos e modernos, já que a população do mundo na época era de apenas
alguns milhões de pessoas; hoje somos bilhões! Mas, é compreensível este erro de interpretação
dos tradutores e comentadores do Apocalipse, visto que não passaria na cabeça de nenhum deles
a idéia de que a dimensão tempo fosse relativa e, portanto, sujeita a um começo e a um fim
como afirma Ubaldi: Tudo o que nasce, tem de morrer, isto é, tudo o que teve princípio, tem de
ter fim.
Como tudo é governado pela Lei Única (Monismo) assim também as dimensões que marcam
as fases da substância não poderiam fugir a esta regra universal. Assim pode-se afirmar:
1 - O transformismo das dimensões segue a trajetória típica dos movimentos fenomênicos e é,
portanto, cíclico.
2 - Em virtude da Lei da Trindade da Substância cada unidade fenomênica é trifásica, assim as
dimensões que marcam estas fases se reagrupam também em unidades trinas. Sob a ação da
Lei das Unidades Coletivas se organizam em unidades cada vez maiores até ao infinito. É, desta
forma, que podemos compreender que no seu caminho ascensional a Evolução é a soma de
todas as infinitas dimensões da substância e, por conseguinte, ela é a dimensão do infinito.
A dimensão
espacial completa
surgiu em três
etapas: linha ®
superfície ®
volume, como
podemos ver na
criação a da
figura ao lado,
resultado do
transformismo -y
® -x ® g .
Completada a
triplicidade de
uma dimensão,
passsa-se a
triplicidade
seguinte. Assim,
completada a
trindade espacial
começa a surgir a
dimensão tríplice
seguinte: a
conceitual, tempo
® consciência ®
superconsciência
, referentes às
fases b , a , +x.
Portanto, não tem
sentido falar em
quarta dimensão
espacial.
Um ponto
importante a
observar é que
para uma
dimensão tríplice
se completar é
necessário três
criações
sucessivas. A
primeira
dimensão
conceitual (o
tempo) surge na
criação b a
segunda
dimensão
conceitual
(consciência)
aparece na
criação c e a
terceira
(superconsciência
) só aparece na
criação d. Repare
que cada
dimensão se
manifesta
ciclicamente três
vezes. Exemplo:
a dimensão tempo
da fase b aparece
nas criações b, c
e d; a dimensão
consciência
revela- se nas
criações c, d e e
etc. Esgotadas
estas fases
desaparecem as
respectivas
dimensões. É por
isso que Ubaldi
afirma: Tudo o
que nasce, tem de
morrer, isto é,
tudo o que teve
princípio, tem de
ter fim.
Repetimos aqui a tabela mostrada nos comentários do Capítulo 29, para que o leitor veja na
sequência evolutiva dos universos as triplicidades que nos referimos acima.
Classe Dimensão
Superuniversos Universos Fases
Dimensional Específica
? ? ?
UNIVERSO
? ? ?
?
? ? ?
? ? ?
CONJUNTO DE
1ª dimensão
UNIVERSOS UNIVERSO -y linha
espacial
DE ?
DESENVOLVIMENTO 2ª dimensão
-x superfície
MATERIAL espacial
(Superuniverso Material)
UNIVERSO 1ª dimensão
-y linha
A espacial
2ª dimensão
-x superfície
espacial
g 3ª dimensão volume
espacial
2ª dimensão
-x superfície
espacial
UNIVERSO 3ª dimensão
g volume
B espacial
1ª dimensão
b tempo
conceptual
CONJUNTO DE 3ª dimensão
g volume
UNIVERSOS espacial
DE
UNIVERSO 1ª dimensão
DESENVOLVIMENTO b tempo
C conceptual
CONCEPTUAL
(Superuniverso 2ª dimensão
a consciência
Conceptual) conceptual
1ª dimensão
b tempo
conceptual
UNIVERSO 2ª dimensão
a consciência
D conceptual
3ª dimensão
+x superconsciência
conceptual
2ª dimensão
a consciência
conceptual
3ª dimensão
UNIVERSO +x superconsciência
conceptual
E
1ª dimensão
+y hiper- ?
conceptual
3ª dimensão
+x superconsciência
conceptual
CONJUNTO DE 1ª dimensão
UNIVERSOS UNIVERSO +y hiper- ?
DE F conceptual
DESENVOLVIMENTO
2ª dimensão
ESPIRITUAL
+z hiper- ?
(Superuniverso Espiritual)
conceptual
1ª dimensão
+y hiper- ?
conceptual
2ª dimensão
UNIVERSO
+z hiper- ?
G
conceptual
3ª dimensão
? hiper- ?
conceptual
Concluindo, Ubaldi enuncia a lei que rege o nascimento e a evolução das dimensões:
" A manifestação de uma dimensão é progressiva e ocorre em três
graus contíguos".
Eis um trecho onde ele descreve o fenômeno: Este é o fenômeno que agora estou,
experimentalmente, controlando com aquela morte lenta, que é a velhice. Estou escrevendo
estas últimas páginas na idade de oitenta e um anos, em plena lucidez, com técnica inspirativa
supercerebral, isto é, com uma técnica de pensamento que não se ressente da natural
dissolução senil do cérebro. Devo constatar o seguinte fato: se bem que o meu cérebro
envelheça dando-me disso sinais no seu nível funcional, as faculdades intuitivas não sofrem as
conseqüências disso e continuam a operar em seu plano, independentes daquele fato Isto me
prova que o pensamento ativo no superconsciente não depende do órgão físico ao qual aquele
pensamento está ligado, quando funciona ao nível normal.
Segundo Ubaldi existem dois tipos de tempo: o tempo universal que mede o ritmo do
transformismo universal e o tempo, primeira dimensão conceptual, que toma a forma de
consciência própria, linear por analogia com a dimensão linear do espaço. Este é o tempo que
Ubaldi denomina tempo restrito que é uma consciência que sabe apenas do seu progredir no
tempo universal. É uma consciência ainda primitiva que não se eleva a julgamentos porque
ainda não percebe a existência de outros fenômenos paralelos. Este tipo de consciência é
propriedade das forças que têm conhecimento apenas do seu transformismo. Para
compreendermos melhor analisemos a seguinte afirmação de Ubaldi: Ao deslocar-se no tempo,
o fenômeno adquire, em b uma consciência própria, linear, a primeira dimensão conceptual. O
que significa que o fenômeno "sabe" ou "sente" o seu progredir no tempo universal, embora
ainda não saiba se diferenciar, isto é, individualizar-se em relação a outros fenômenos.
Quando a energia b torna-se psiquísmo a o fenômeno se individualiza, ou seja, torna-se um
centro que sabe do seu existir separado e se relaciona de forma consciente com infinitos outros
centros que o cerca. Aqui o fenômeno se humaniza. O psiquísmo correspondente
analogicamente à superfície na dimensão espacial. Embora a dimensão consciência domine o
tempo visto que podemos pensar em termos de passado, presente e futuro, no entanto, a
dimensão anterior (o tempo) ainda marca fortemente com o seu ritmo o psiquismo, pois só
pensamos de maneira sequêncial, isto é, linearmente com um pensamento após outro, nunca
apreendemos todos no mesmo instante.
Somente na fase +x surge na sua plenitude o pensamento intuitivo (superconsciência) que
sintetiza instantaneamente o conhecimento total sem precisar sequenciar vários conceitos
parciais. A superconsciência corresponde ao volume na dimensão espacial. A Ciência atual
ainda trabalha sob uma visão superficial, por este motivo está distanciada de uma síntese
universal. Esta síntese só será alcançada quando a ciência trabalhar, usando a psicologia da
intuição (superconsciência). A intuição e a inspiração são qualidades ainda pouco desenvolvidas
na espécie humana pois ainda estão em formação.
A consciência pode ser considerada por analogia com a tríade espacial anterior, como sendo
uma dimensão superficial, ou seja, de estar confinada a um plano e, portanto, só pode se
deslocar lateralmente e nunca no sentido vertical. Assim as nossas concepções são parciais e
relativas. Mesmo que laboriosamente percorramos esta superficie ponto a ponto, como o faz a
ciência racional, nunca teremos a certeza de que todos os pontos foram considerados na nossa
pesquisa, já que não temos uma visão abrangente e contemporânea do conjunto. Para alcançar
um ponto de vista fora do plano é necessário que aconteça uma radical transformação evolutiva
de nossa consciência.
Enquanto isso não acontece procuramos alcançar a síntese ampliando o número de nossas
observações, mas, não obstante o nosso imenso esforço, só conseguimos alcançar visões
parciais daquilo que pesquisamos. Nunca conseguimos compreender completamente a realidade
fenomênica. Este fato nos indica que o estudo, a pesquisa, a erudição nunca nos levarão a
compreender o universo na sua totalidade. Só o transformismo evolutivo de nossa mente, do
qual não temos nenhum controle, poderá nos conduzir a compreensão da totalidade fenomênica.
Como nos explica Ubaldi a consciência se origina da percepção externa das coisas e a
superconsciência da percepeção interna da essência das coisas. Ora, para percerbermos o
mundo externo somos dotados dos sentidos físicos mas na percepção interna, a
superconsciência, os sentidos se desmaterializam, tornam-se espirituais: telepatia, clarividência,
clauriaudiência etc.
TempoConsciência Superconsciência
GÊNESE DA GRAVITAÇÃO
Neste ponto Ubaldi inicia o estudo da fase energia . A gravitação é a primeira manifestação
da fase energia e é filha da movimento. Segundo Ubaldi, a gravitação vos aparece como
energia cinética da matéria e, como nasceu antes, está tão inerente e estreitamente ligada a ela,
que não vos é possível isolá-la. A explicação está no fato de que vivemos num universo trifásico
onde as fases matéria, energia, espirito são concomitantes e estão soldadas entre si, formando
uma unidade monista. Assim, qualquer fenômeno obrigatoriamente deve conter
simultaneamente as três fases da substância. As três fases são conexas por filiação, são três
momentos de um mesmo fenômeno, três aspectos de um único princípio, indissolúveis, sem
sentido se isolados, três modos de ser do Todo-Uno, que não se podem cindir sem destruir todo
o ser, como no homem não se pode separar o pensamento idealizador da atividade operante e
da obra executada. Cada momento está no outro e é o outro. Os três momentos são iguais e
distintos. Cada um é o Todo e o Todo está em cada um. Um descende do outro por gênese,
como o filho do pai. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
A gravitação newtoniana (atrativa) é filha daquela parte que involui em direção a matéria.
Não há descontinuidade entre energia b e a matéria g. A energia no seu processo de
concentração, durante seu transformismo involutivo (b ® g), passa por uma fase intermediária
entre energia e matéria. Esta fase intermediária é o chamado Éter que é basicamente constituído
de núcleos sem orbitais eletrônicos. Podemos, então, imaginar que o espaço não é um vazio, e
sim uma entidade que não é nem energia e nem matéria, mas uma coisa diferente com
propriedades de ambas as fases. Desta forma podemos pensar que o universo é um tecido
contínuo sem vazios, onde os corpos celestes e o espaço formam uma unidade monolítica
contínua. Este tecido cósmico pode ser comparado, a grosso modo, com um tecido de diferentes
espessuras ao longo de sua superfície. Ou, se pensarmos em três dimensões, o universo pode ser
visto como um sólido esférico com zonas de diferentes densidades. (V. Espaço dinâmico). Esta
continuidade é corroborada pela teoria de Einstein do "contínuo" espaço-tempo uma vez que o
espaço é a dimensão da matéria e o tempo é a da energia. (....)nem encontramos jamais matéria
ou energia isoladas, mas sempre fundidas em conjunto como, ainda, as suas respectivas
dimensões de espaço e tempo. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
O que descrevemos acima é uma das teorias científicas mais modernas: a teoria do espaço-
dinâmico. Ubaldi se refere a este conceito da seguinte forma:
Uma das mais recentes teorias científicas, a do espaço-dinâmico, em que
se concebe o espaço, não como uma extensão geométrica, mas substanciado
de uma densidade própria e dotado de uma mobilidade, como um fluido. O
homem atribuiu ao espaço, de forma inteiramente arbitrária, os dois
atributos de vacuidade e imobilidade, sem saber se eles efetivamente
correspondem à realidade física. Há, entretanto, uma única realidade
constitutiva do universo físico: o espaço fluido e móvel e o seu movimento.
Os movimentos circulares desta substância conformam os sistemas atômicos
e astronômicos, de que resulta a matéria. Os seus movimentos ondulatórios
constituem a energia. Assim todos os fenômenos se reduzem a uma
mecânica universal, dada pelo movimento do espaço. (P. Ubaldi - Deus e
Universo)
Desta forma, matéria e a força gravitacional atrativa são concebidas como encurvamentos do
espaço-dinâmico. O maior ou menor encurvamento origina a matéria ou a energia gravífica.
Assim, a gravitação pode ser considerada não somente como uma força mas também como o
encurvamento do espaço próximo aos corpos astronômicos. Isto significa que a gravitação,
analogamente à luz (onda/partícula), tem caráter dual, isto é, pode ser vista sob o ponto de vista
da geometria como o encurvamento do espaço e sob o ponto de vista da dinâmica como uma
vibração ondulatória, fato este coerente com o conceito do contínuo espaço-tempo. Portanto,
podemos compreender agora que a força gravitacional atrativa é resultante do encurvamento da
energia cinética surgida da primeira desintegração da matéria no universo b.
Natureza Direção da
Força gravitacional Tipo de Trajétoria
cinética evolução
Atração Convergente
Força centrípeta Involutiva
(Newtoniana) (contração)
No nosso universo relativo, a Lei Única que a tudo rege, toma, aos nossos olhos, uma infinidade de
aspectos particulares em virtude de que só percebemos o mundo sob a ótica da separação entre sujeito e
objeto. Assim, a Lei Única aparentemente se subdivide em em leis menores e estas em outras menores
ainda. Mas, estas leis menores são apenas facetas de uma lei monista que tudo engloba.
É por isso que o princípio do todo no nosso universo é visto subdividido em três aspectos e
conseqüentemente regidos por três princípios:
Aspecto Princípio
Estático Organismo
Dinâmico Evolução
Conceptual Monismo
Baseado nestes três aspectos e respectivos princípios, Ubaldi define o nosso universo da seguinte
forma:
Todas as coisas que existem no Universo são individuadas. Cada individualidade é possuidora de
características que a faz diferente e singular em relação a todas as outras. É importante recordar que a
individualidade não é atributo apenas dos seres viventes, mas de todas as coisas que existem no Universo.
Para manter o Universo unitário a Evolução emprega o Princípio das Unidades Coletivas que reunifica
o sistema que tenderia a dispersão em virtude da natureza separatista da individualidade. A unificação se
dá sem destruição da individualidade. Cada unidade, seja ela simples ou coletiva, é estruturada de forma
tríplice, e assim o universo se individualiza por unidades trinas. Isto acontece porque a universal
substância única (a eterna e indestrutível substância divina) se apresenta sob triplo aspecto no processo
criativo e em conseqüência todos seres e fenômenos têm estrutura trina. Este é o Princípio da Trindade da
Substância que tem alcance universal.
Reunimos na tabela abaixo os vários exemplos, apresentados por Ubaldi, sobre o Princípio da Trindade
da Substância.
Inumeráveis exemplos poderiam ser acrescentados à tabela tais como o do ciclo da águas atmosféricas:
evaporação, condensação, precipitação; estado físico da matéria: sólido, liquido, gasoso; silogismo: tese,
antítese, síntese; reinos da natureza: mineral, vegetal animal; setores da atividade econômica: primário,
secundário, terciário; etc.
Diversas religiões revelaram a existência do princípio da trindade na natureza da Divindade e na alma
humana. Ubaldi relaciona algumas:
Estranhamente Ubaldi afirma que a Trindade indiana é Brahma, Avidya, Mahat, o que contradiz com
os textos induistas que estabelecem esta trindade como Brahma, Vishnu, Shiva. Avidya na doutrina
induista significa Ignorância, cósmica ou individual, responsável pela não percepção da Realidade. Já o
termo Mahat é definido como a mente cósmica que denota a segunda categoria na evolução do universo.
Como A Grande Síntese é um livro inspirado pelo Alto e, portanto, isento de erros, deve então existir uma
explicação lógica para esta divergência. Uma possível interpretação seria a de considerar a triplicidade
Brahma, Avidya, Mahat como equivalente ao esquema trino do nosso universo decaído: Espírito,
Energia, Matéria, e a seqüência Brahma, Vishnu, Shiva, equivalente ao processo criativo original:
Pensamento, Vontade, Ação.
Explicando: Podemos considerar Avidya e Matéria como sendo o mesmo estado da substância, pois
quando a substância se torna matéria, o conhecimento e a sabedoria da fase espírito se encontram
mergulhados na Ignorância cósmica, ou seja, no modo de existir de Avidya. Por sua vez, Mahat pode ser
considerado equivalente à Energia visto que denota a segunda categoria na evolução do universo.
Como a evolução só existe no Universo decaído, Mahat só poderá subsistir no Anti-Sistema tal como a
Energia.
Esta oscilação entre dois extremos reproduz, em todo lugar e a todo momento, em cada individuação,
o grande ciclo involutivo-evolutivo do Universo. A parte é cópia menor do Todo. Assim se compreende e
se explica o conceito da Onipresença divina no espaço e no tempo em todos os pontos do universo. A
existência desta Lei da Dualidade é a razão porque vemos o mundo como uma coleção de coisas com
qualidades opostas (sejam elas materiais ou abstratas). Ubaldi apresenta um série de exemplos.
Facilmente poderíamos acrescentar uma infinidade de novas duplas nesta lista:
Resumindo, Ubaldi afirma:Cada adjetivo, cada coisa possui seu contrário; cada modo de ser oscila
entre duas qualidades opostas.
O desenvolvimento de muitos fenômenos pode nos parecer unidirecional porque estamos vendo apenas
a metade da sua oscilação. Exemplos típicos são os períodos históricos cujas longas durações esconde da
nossa míope visão o ponto de inflexão da onda de retorno. O mesmo pode ser dito sobre os períodos
geológicos. Tudo é equilibrado no Universo devido ao princípio da dualidade. Embora o equilíbrio seja
instável devido ao ir e vir entre dois extremos, a estabilidade é alcançada pela compensação entre impulso
e contra-impulso. O desequilibrio aconteceria se o deslocamento fosse numa só direção. A polaridade é
que mantém íntegra a individualidade, que embora transformando-se internamente, é sempre a mesma
externamente.
1) No campo da vida uma fase de atividade é seguida por uma fase de assimilação que registra na
consciência novas qualidades e habilidades. Assim, na vida humana, a dinâmica juvenil é substituida, na
velhice, pela passiva contemplação assimiladora.
2) No campo religioso às fases de revelações seguem fases analiticas onde o homem absorve os conceitos
revelados.
As fases de involução representam uma dissolução (e não uma destruição) dos períodos criativos. A
dissolução poderia ser comparada com a demolição de um edifício para em seu lugar ser construido um
edifício mais alto e mais moderno. Nada se perde, pois tudo aquilo que foi aprendido na construção do
velho prédio torna-se ponto de partida para uma construção maior, empregando uma técnica mais
refinada. Isto nada mais é do que o ciclo semente-fruto-semente... A cada oscilação, a nova semente
produzida conterá mais qualidades que a semente do ciclo anterior e, por isso, produzirá um fruto mais
perfeito.
Depois de vários exemplos e consideraçoes, incluindo a constatação de que a simetria existente nos
seres e na natureza é conseqüência da Lei da Dualidade, Ubaldi conclui o capítulo afirmando que na
eterna luta ente o bem e o mal, entre Deus e o diabo, as forças do bem serão vencedoras pois o bem serve-
se do mal para progredir, compreende o mal e o constrange a seus fins. É devido a esta luta que se
explica a instabilidade das coisas no nosso Universo porque para construir mais alto é necessário demolir.
Desta forma esta oscilação entre o bem e o mal não é uma condenação mas sim o motor da evolução.
Este organismo de leis, embora seja unitário (Monismo), pode ser visto nos seus reflexos
multifacetados em que se subdivide a lei única que pode ser considerada sobre dois aspectos
opostos: princípio da divisibilidade e princípio da recomposição.
Essa Lei não é uma coisa longínqua e genérica. Nos seus princípios
fundamentais é como uma árvore feita de um tronco central, de que partem
muitos ramos e uma infinidade de folhas. Assim a lei geral se subdivide em
muitas leis menores, que são tantas quantas as formas dos seres e dos
fenômenos. Estes se reagrupam, segundo o ramo de que derivam, mas, por
outro lado, eles se subdividem até chegar aos mínimos particulares que
encontramos na realidade. (P. Ubaldi - A Técnica Funcional da lei de
Deus)
Abaixo estão listadas outras leis, cujos nomes e definições estão um pouco diferente de Ubaldi
mas a essência é a mesma.
Outra lei importante é a Lei do Equilíbrio que ficou evidenciada quando falamos da Lei da
Dualidade. Podemos defini-la da seguinte forma: "Em um sistema orgânico em que predominar
exageradamente uma situação em prejuízo de sua forma oposta, surgirá um movimento
reequilibrador valorizando o lado contrário."
Lei da Continuidade: Lei que determina que não existe interrupção ou saltos entre as ações
sucessivas de diversas leis.
Englobando a leis acima podemos enunciar a Lei da Evolução: Todos os sistemas estão
submetidos a uma interação dinâmica, em que o fluxo dos fenômenos é ordenado segundo leis
preestabelecidas, e cuja meta final é a organização e a unificação em sistemas maiores. O
Conceito de EVOLUÇÃO é a espinha dorsal de todo Sistema, como segundo tempo da subida
após a queda. (P. Ubaldi - Problemas Atuais).
Podemos deduzir do conjunto das leis acima enunciadas, uma série de Leis, derivadas
diretamente ou através de combinações. Da combinação da Lei da Analogia com a Lei da
Continuidade teremos a Lei da Afinidade: Na interação de elementos de um mesmo sistema
orgânico, existe uma prioridade para as interações oriundas do mesmo nível evolutivo sobre as
situadas em níveis hierárquicos diferentes. Isto explica a comunicação e o entendimento mais
fáceis dentro do mesmo grupo social do que entre grupos sociais diferentes.
Da lei do equilíbrio retiramos a Lei de Simetria: Todo fenômeno tem sua contraparte simétrica.
(Ubaldi define fenômeno "como uma das infinitas formas individuadas da substância, a sua
transformação e a lei dessa sua transformação." )
A Lei do Ordenamento Orgânico pode ser inferida tanto da Lei dos Grandes Números como da
Lei das Unidades Coletivas: Os sistemas orgânicos se organizam a partir do indivíduo singular
para o indivíduo coletivo em complexidade progressiva.
Da união entre a Lei da Causalidade e a Lei do Equilíbrio temos a Lei da Ação e Reação: A
toda ação corresponde uma reação do mesmo tipo da ação original. Outras Leis podem ser
obtidos da combinação entre as leis principais. Para concluir, podemos resumir em um quadro
a relação de princípios descritos acima.
Além das leis relacionadas acima, Ubaldi enumera e define uma série
de princípios menores, aspectos secundários da grande Lei:
Princípio de
Princípio que obriga as ações da lei a se
adaptação e de
adequarem as condições de cada caso particular
elasticidade
Por ser cíclico o desenvolvimento de todos os fenômenos Ubaldi nos demonstra a irrefutável
lógica que existe na sucessão:
Isto acontece em virtude da ação conjunta das seguintes leis: equilíbrio, dualidade,
indestrutibilidade, transformismo e analogia. A dúvida sobre a continuidade da vida após a
morte, que sempre nos atormentou, fica aqui respondida de forma lógica e cristalina. Não é
necessário, portanto, termos uma fé profunda para concluir sobre a esta continuidade, basta
observarmos em nosso mundo a universal presença destas leis regulando todos os fenômenos,
até os que consideramos - sob nossa ótica - os mais insignificantes. A Lei da Continuidade
impede que haja lacunas no desenvolvimento de qualquer trajetória evolutiva, por isso podemos
concluir que o aparecimento de acontecimentos imprevistos é a continuidade de fenômenos que
se desenvolveram fora da nossa limitada visão materialista do universo.
Apoiados nestas leis podemos ampliar a visão que temos do funcionamento do Universo e
ver que, debaixo das falsas aparências de um funcionamento caótico, existe um mecanismo de
leis que reordena as divergentes trajetórias lançadas pelo livre-arbítrio humano, convergindo-as
para uma única direção. Esta é a explicação porque o mundo conseguiu sobreviver apesar de
todos os desatinos praticados pela humanidade. A este respeito Ubaldi afirmou: O mal, a dor e o
erro - por um sábio jogo de forças, reações e recuperações - tudo é sempre reconduzido ao
telefinalismo, supremo fio condutor que reconduz tudo a Deus. (P. Ubaldi - O Sistema)
Em outro livro ele aprofunda este conceito: A fugidia mobilidade contínua se apóia na
solidez do imóvel, do qual necessita para que tudo não se perca num futuro imenso sem
equilíbrio, orientação e significado. Esta fluidez deve ser um movimento na ordem, pois de
outra forma levaria ou mesmo já teria levado, tudo há muito tempo a naufragar no caos. A
instabilidade não é admissível senão em função de uma estabilidade, assim como a relatividade
não se sustém senão em relação a um absoluto. (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais) Assim,
podemos concluir que o transformismo evolutivo se apóia na solidez da imutável Lei que
governa o Universo.
INTERREGNO
A qui o autor faz uma pausa após ter percorrido um longo caminho. É uma interrupção na
árida dissertação conceitual para refazermos nossas energias, despendidas durante a caminhada,
para depois retomarmos, com novo ânimo à jornada. Quem chegou até aqui e olhar para trás
verá que muito aprendeu sobre a grande Lei que governa o nosso Universo e sentirá feliz por de
ter conseguido chegar até este ponto e, concluirá também, que o caminho do conhecimento é
infindo mas que o cansaço da subida torna-se uma forte vontade que o impelirá cada vez mais
velozmente para frente. Mas, para aqueles que recusam o esforço destas elevadas
compreensões, como nos afirma Ubaldi, não haverá luz no amanhã do espírito.
No nosso mundo infeliz, repleto do mal e de ignorância, as almas se digladiam no corpo a
corpo da luta cotidiana na busca da sobrevivência individual, que se torna cada vez mais difícil
devido à ampliação das necessidades materiais criadas pela complexidade da vida moderna.
Este fato leva a vinculação do nosso espírito à matéria pois mergulhamos de cabeça na
profundidade das coisas materiais e, com isso, negligenciamos o nosso crescimento espiritual
que se situa no pólo oposto ao da matéria. No livro Problemas do Futuro Ubaldi comenta: Os
imóveis sábios orientais, reclusos nos conventos do Tibete, podem bem olhar com piedade para
a nossa vertiginosa sociedade, que em cima do edifício das suas conquistas vê apresentar-se o
suicídio atômico. E no entanto a corrida do "tempo é dinheiro", é a sua punição. A presença do
nosso erro é revelada pela nossa ansiedade. [...] O tormento e a pressa são índices de vácuo
interior, de fome de espírito, de ameaçadoras carências.
No torvelinho da nossa vida aparece, então, freqüente e evidentemente, o momento crítico da
crise espiritual em que a voz se faz ouvir, distinta, inflamando a vida e jamais se calando. (P.
Ubaldi - As Noúres) Esta VOZ ecoa neste livro e na consciência de todos aqueles que estão
prontos para ouví-la por terem alcançado um nível de evolução onde não mais satisfazem as
miragens provindas do ilusório mundo exterior. No centro do nosso ser existe uma frustação
porque nunca encontramos satisfação naquilo que o mundo exterior nos oferece. É necessário
inverter a direção do nosso olhar, dirigindo-o para o interior de nosso espírito, fixando-o
corajosamente no âmago da nossa personalidade. É aí que se encontra a resposta para os nossos
anseios mais íntimos. É por esta razão que este livro, A Grande Síntese, segue a trajetória do
exterior para o interior, partindo da descrição da matéria e concluindo no campo do psiquismo,
O surgimento deste livro será considerado nos próximos séculos como o marco divisório
entre a civilização materialista e a civilização do espírito que silenciosamente está se formando
seguindo o caminho do exterior (mundo materialista) para o interior (mundo espiritual).
Gigantescas serão as conseqüências das teorias divulgadas por este livro para a humanidade
quando a consciência coletiva do mundo "acordar" e descobrir esta poderosa ferramenta
conceitual. Todos os ramos do saber humano serão reformulados e reorientados para se
harmonizarem com as diretrizes do pensamento Ubaldiano.
Finalizando, o autor nos revela que as fontes que sustentam esta dissertação filosófica-
científica não são apenas os argumentos lógicos mas também uma irresistível paixão pelo bem,
sem a qual este tratado seria letra morta. Esta paixão arde escondida nas entrelinhas deste
escrito. Quem não perceber o amor implícito nesta exposição terá gasto o seu tempo em vão.
A medida que evoluímos, a nossa compreensão sobre a Lei única que governa o
Universo vai-se ampliando progressivamente. Isto não significa que a Lei mude ou seja
substituída por outra. O que muda realmente é o nosso entendimento que estava
obscurecido pela queda espiritual. A cada plano evolutivo a nossa percepção se amplia e
em conseqüência enxergamos além das aparências do nível anterior. Alcançamos uma
maior consciência da Lei e começamos a ver com maior profundidade os seus artigos.
Assim o nosso comportamento poderia ser classificado de amoral pois ignorávamos
certos pontos da Lei. Mas a evolução que é um despertar, nos revela que a conduta
moral de um determinado nível evolutivo é uma grosseira aproximação de normas mais
complexas e sintéticas. Assim, por exemplo, os dez mandamentos da Lei mosaica foram
enunciados com ênfase negativa: "não terás, não farás, não tomarás, não matarás, não
adulterarás, não furtarás, não dirás, não cobiçarás etc.". (P. Ubaldi - Queda e
Salvação) pois visavam a rude mentalidade de um povo de pastores semi-bárbaros. Mas
a evolução da nossa capacidade intelectiva nos trouxe a lei de Cristo, expressa de forma
afirmativa: Amai o teu próximo como a ti mesmo. Este novo preceito é uma visão mais
evoluída da Lei. Se alguém ama ao próximo, obviamente nunca precisará ser lembrado
daquelas proibições porque a sua natureza intrínseca é incapaz de praticar qualquer
coisa que prejudique o seu semelhante. Houve, portanto, um salto qualitativo ao se
reformular a idéia expressa pela Lei.
É por isso que já na primeira linha deste capítulo, Ubaldi revela que a expressão Nova
Lei tem o sentido de despertamento de um conceito pré-existente que jazia latente no
nosso inconsciente. O tema deste capítulo aborda, portanto, a efetiva passagem, neste
terceiro milênio, da antiga lei animal do mais forte, sintetizada no preceito olho por
olho; dente por dente, para a lei de justiça anunciada por Cristo no sermão da
Montanha. Estes preceitos permaneceram, até agora, exteriormente imóveis, porém
trabalhando de forma invisível e subterrânea na mente coletiva. Mas, cumprido esse
trabalho preparatório, eis que seu resultado explode e se manifesta. Esta é a hora da
explosão em que se passa a um nível evolutivo mais alto. Esta passagem é de intenso
movimento e de mudanças radicais, tomando aspecto revolucionário. O mundo
encontra-se hoje a executar um desses saltos à frente. (P. Ubaldi - Pensamentos)
É mais importante transformar a alma humana do que impor castigos, que na
realidade nada resolvem pois provocam na alma do punido, na maioria das vezes,
reações da mesma natureza e qualidade à da pena aplicada. É por isso que Ubaldi
preconiza o método da educação para inscrever na mente de todos a convicção de que
uma conduta reta proporciona melhores e mais duradouros resultados na vida de cada
um.
Ubaldi preconiza um sistema de leis que atuam nas motivações porque são estas que
determinam as direções que tomarão as nossas ações. Este novo sistema de leis só será
incorporado ao nosso comportamento quando formos conscientes de suas reais
qualidades no direcionamento de nossos atos. O ambiente humano, em virtude dos
avanços científicos, torna-se cada vez mais racional e, essa racionalidade crescente nos
levará a compreender a necessidade de adotarmos estes preceitos de forma espontânea,
e só assim a humanidade sobreviverá às terríveis tempestades que estão se armando no
nosso futuro. A sua mensagem é clara e não deixa dúvidas: A humanidade está na
encruzilhada, e não há mais possibilidade de fugas: ou compreender, ou exterminar-se.
Os princípios desta nova Lei já existem - estão contidos na Boa Nova de Cristo - e,
desse modo, não precisam ser improvisados. Para estabelecer o reinado desta Lei é
preciso, portanto, a abertura de nossos corações para as claridades do Evangelho que
Cristo divulgou a dois mil anos. Ubaldi nos surpreende ao revelar que todos os
caminhos levam a consecução deste desiderato, sejam pelo caminho da fé ou o da
ciência materialista. Há convergência de resultados nestes dois processos. Desta forma
ele propõe a nos mostrar que é possível, também, chegar ao espírito através dos métodos
racionais da ciência materialista.
Embora possa nos parecer que o abandono de todas as armas, como preconiza
Ubaldi, seja um contra-senso onde impera a luta de todos contra todos, no entanto, esta
é a única saída para transformarmos o infernal ambiente terrestre num mundo de justiça
e paz. Vivemos enclausurados no nosso egoísmo separatista semelhantes aos castelos
armados da idade média. A chegada das idéias renascentistas derrubaram os muros e
aterraram os fossos dos castelos e das cidades medievais iniciado uma nova era de
progresso material para a humanidade. Este fato histórico tende a repetir, agora, no
plano espiritual. Naquela época houve um ampliação do espaço com a derrubada das
muralhas e também pela descobertas de novos continentes. Podemos dizer, então, que
houve uma revolução espacial, isto é, a humanidade começou a dominar a primeira das
três dimensões (o espaço) da trindade da substância ( espaço, tempo, consciência).
Analogamente, nos séculos XIX e XX aconteceu uma revolução no domínio do tempo
com a ampliação da velocidade de interação entre os grupos humanos devido ao
progresso tecnológico nos transportes e pelo surgimento da comunicação instantânea
entre os povos. Com isto, a humanidade expandiu o seu domínio sobre a segunda
dimensão da trindade: o tempo. (1),
Agora, no século XXI, estamos prestes a dar o terceiro passo para completar o ciclo
da evolução das relações humanas que também repete o físio-dínamo-psiquismo,(2)
visto que qualquer fenômeno no nosso universo está em harmonia com o processo
criativo original. Este procedimento é um fluxo dinâmico - uma onda segundo Ubaldi -
que se movimenta e se transforma conforme o esquema dado pela fórmula: g®b®a.
Desta maneira é fatal o surgimento de uma terceira revolução que estabelecerá uma
aproximação entre os homens no sentido espiritual (dimensão Consciência). Esta
aproximação acontecerá na compreensão de que tudo aquilo que fere ou maltrata o
nosso semelhante, cedo ou tarde, repercutirá sobre todos, pois a vida é um tecido
contínuo de trama imbricada sendo, portanto, uma unidade monística. Esta é a
explicação racional que demonstra a utilidade e a necessidade da aplicação da Lei maior
de Cristo: Amai o próximo como a ti mesmo.
Neste capítulo Ubaldi procura esclarecer aos adeptos da atual ciência materialista que a nova
linguagem d'A Grande Síntese é um novo caminho que leva a unificação do pensamento
científico que hoje se encontra fragmentado e dividido em compartimentos estanques. Para
espanto de nossa presunçosa mente racional, Ubaldi nos revela que esta unificação só será
alcançada através de uma síntese entre a ciência e o Evangelho. Falta a ciência atual a unidade
do conhecimento e a visão holística própria dos sentimentos. Tanto isso é verdade que até no
idioma que usamos para nos comunicarmos existem expressões que revelam esta qualidade dos
sentimentos; como no exemplo nas frases seguintes: Ele tem o sentimento de sua grandeza. O
sentimento de risco tem origem na experiência do passado. Embora os sentimentos tenham a
propriedade holística de encarar os fatos, no entanto não compreendem os detalhes e não
possuem o poder de julgamento que são propriedades inerentes à análise científica. As
qualidades destas duas diferentes formas de apreender o mundo se fundirão no futuro.
A nossa cultura adotou a regra de que o pensamento racional, na sua elaboração, deve ser
totalmente isento de qualquer parcela emocional, como se fosse possível separar na alma
humana estes dois impulsos, que embora opostos são complementares. São complementares
porque o que move os processos intelectuais de busca são impulsos volitivos originários de um
desejo que é, por sua vez, produto do sentimento humano de inconformidade em relação ao tipo
de vida que o mundo nos obriga a suportar. Vida pontilhada de incertezas e perigos devido a
nossa ignorância das leis que governam o universo. Além do mais, podemos ver que na raiz de
qualquer processo racional existe, nos seus primórdios, um sentimento de que o universo é
regido por leis lógicas e não pelo acaso. As contínuas conquistas da própria ciência na
constatação de que todas as leis universais, que descobriu até agora, possuem sempre um padrão
lógico que comprovam esse fato. Se não existisse o sentimento de fé de que a ciência tem
fundamentos lógicos ninguém perderia tempo dedicando-se à árida pesquisa cientifica.
Os métodos de pesquisa empregados atualmente pela ciência se restringem apenas ao mundo
sensório que nos cerca. Para ver além dos limites do sensório é necessário se aproximar dos
fenômenos com outro tipo de abordagem que extrapolam a nossa faculdade racional. É a
intuição a nova ferramenta que a ciência terá que aprender a usar para escapar das limitações
impostas pelos nossos sentidos. Mas, antes de mudar os métodos de pesquisa, se faz necessário
conhecer esta nova faculdade, para que se possa empregá-la na pesquisa científica. O método
racional é um processo eficiente para acumular fatos mas é precário para resumí-los numa
forma sintética. Só a intuição consegue entrever ilações entre fenômenos que para a nossa
capacidade racional parecem excludentes.
Sim, podemos afirmar que existem dois tipos de pensamento: o racional e o intuitivo. O
primeiro já está bem desenvolvido e estabilizado na atual fase evolutiva da humanidade; já o
pensamento intuitivo ainda é, no atual nível médio evolutivo da humanidade, um fenômeno
muito raro, acontece esporadicamente e tem caráter imprevisível e nunca acontece quando
provocado pela nossa vontade. Somente o amadurecimento evolutivo tornará estável esta
faculdade. A personalidade da grande maioria dos homens ainda é moldada, como nos diz
Ubaldi, no interesse e na ambição, que elevam barreiras entre o Eu e o fenômeno. Ora, a
intuição é integração entre o razão e o sentimento e, portanto não se manifestará enquanto
houver distanciamento entre o sujeito e objeto da sua pesquisa.
Em outro dos seus livros ele esclarece: E é grave e importante, do ponto de vista filosófico,
afirmar que o problema do conhecimento não pode ser resolvido pelos atuais caminhos lógico-
racionais possuídos pelo homem, mas apenas pelas vias inspirativo-intuitivas, que possuirá no
futuro, ao evoluir. Segue-se uma colocação do problema de modo diferente do comum:
afirmamos que a obtenção do conhecimento é problema sobretudo de amadurecimento
biológico. Em outros termos, o grau de conhecimento possuído, de uma verdade para nós
relativa e em contínuo processo de conquista, depende do grau de evolução alcançado.(P.
Ubaldi - O Sistema)
Conforme nos diz Ubaldi as portas do real conhecimento só se abrirão para aqueles cuja
maturação biológica alcançou um patamar onde predomina a retidão moral. É importante ter
em mente que o comportamento moral é decorrente dos sentimentos dominantes. É fácil
concluir que é necessário ser possuidor de uma consciência moral para alcançar o pleno
conhecimento, pois a faculdade intuitiva é resultado da harmonia alcançada na perfeita fusão
da inteligência com o lado emocional da nossa personalidade. A harmonização, como na
música, é resultado da ressonância entre estes dois fatores, pois sabemos que somente as
notas da mesma freqüência vibratória se fundem. Desta maneira, para surgimento da
faculdade intuitiva, é preciso ser possuidor, ao mesmo tempo, de uma moral e de uma
inteligência aprimoradas. Mesmo que sejamos detentores de uma mente racional potente, se
carecemos de uma conduta moral correta nunca alcançaremos a essência íntima dos
fenômenos. Assim, podemos estabelecer as seguintes equações:
É por esta razão que Ubaldi afirma que a ciência para avançar além do universo sensório deve
mergulhar no universo paralelo do imponderável que somente se revela por um impulso de fé e
nunca à visão cética da ciência atual. Esta é uma posição ultra-revolucionária, maior até que a
assumida por Copérnico e Galileu ao derrubarem a arraigada crença de que o Sol girava em
torno da Terra e não ao contrário, como sabemos hoje. Assim, como passamos, na Astronomia,
do sistema geocêntrico para o heliocêntrico, passaremos no campo da ciência para um sistema
onde a fé será o fulcro central das pesquisas científicas.
As forças evolutivas levarão ao surgimento de uma humanidade onde a faculdade da intuição
será um atributo normal da psique humana, e não uma exceção à regra como é hoje. A evolução
humana fará surgir um novo homem com qualidades e inteligência inimagináveis para nós. No
entanto, Ubaldi comenta no livro Problemas Atuais: O progresso é um fato real. O homem pré-
histórico, podemos bem imaginá-lo, foi na época o modelo da raça humana. Se estabelecermos
uma proporção, podemos imaginar o homem futuro. Então diremos: o homem pré-histórico
está para o homem de hoje como o homem de hoje está para X. Será fácil, dada a relação,
achar o valor da incógnita.
Concluindo o autor informa que a teoria exposta A Grande Síntese dá uma explicação
completa e profunda de todos os fenômenos pois emprega uma férrea lógica que não poderá ser
contestada por nenhum cético, desde que ele possua o atributo moral de honestidade intelectual.
SUPERAÇÕES BIOLÓGICAS
E stamos habituados a pensar que os grandes abalos que subitamente sacodem o mundo físico
ou moral são resultados de meras interações casuais entre fenômenos e, assim, acreditamos que
não acontecem por nossa culpa. Por isso, nos surpreende a afirmativa: ...determinam-se
movimentos; canalizam-se correntes dinâmicas; acentuam-se atrações e repulsões, donde
depois se exteriorizarão os fenômenos, desde as convulsões físicas às morais ... Para Ubaldi,
mesmo um terremoto que sacode a crosta geológica do planeta não tem como causa apenas as
forças físicas originárias das profundezas do solo. Segundo sua teoria monista o Todo é
solidário com as partes, assim todos os fenômenos, sejam eles de natureza física, dinâmica ou
moral, se influenciam e se interagem. O orbe terrestre é uma unidade coletiva que é produto
sintético das unidades menores pertencentes aos mundos físico, dinâmico e mental, ou seja, a
Terra é uma individuação coletiva em que se integram num sistema orgânico hierarquizado os
seus três modos de ser: Matéria (g), Energia ( b) e Espírito (a ), em conseqüência não pode
existir nenhum fenômeno isolado. O mundo mental (espírito=a ) por pertencer a um nível
evolutivo superior supera, domina e dirige as fases energia( b) e matéria(g). Segundo Ubaldi a
vanguarda da pesquisa científica já constatou que o observador não é exterior ao fenômeno e
distinto dele, mas é um fenômeno no fenômeno. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro). Fato este
que nos leva a a surpreendente conclusão que nós mudamos o mundo quando o observamos.
Tudo isto nos mostra que o universo é um Todo que ainda quando pulverizado em infinitas
formas ou expressões de um mesmo princípio central único, permanece organicamente
compacto, porque ele é construído segundo um esquema único, consoante um idêntico modelo
que se repete ao infinito em cada unidade menor, em que a maior se ramifica e se diferencia até
à extrema pulverização. O que toma compacto o universo é ser ele um "eu", é o mesmo
princípio unitário que mantém compacta toda forma que, à semelhança da máxima, é uma
unidade coletiva resultante da coordenação orgânica de unidades "eu" menores. Assim. tudo
permanece unido porque coligado por uma contínua atração de parte a parte, por uma
confraternização dos "eu" menores nas unidades maiores. (P. Ubaldi - Deus e Universo)
Na atual fase da evolução humana não existe uma orientação que propicie um rumo seguro
para a a vida coletiva. Nos grandes agrupamentos coletivos atuais existem apenas facções de
indivíduos ou individualidades isoladas que se entrechocam numa luta sem trégua para alcançar
a supremacia de uns sobre os outros. Não há, portanto, no mundo atual, um pensamento diretor
que coordene as diversas atividades humanas de maneira construtiva de forma a superar a feroz
luta animal que visa a seleção do mais forte e não a do mais evoluído e, portanto, mais
civilizado.
Muitas pessoas, ofuscadas pelo brilho das conquistas tecnológicas modernas, acreditam que o
mundo já avançou muito no processo civilizatório. No entanto, Ubaldi nos mostra que
aconteceu apenas um progresso formal: Hoje em dia a vida se apresenta feroz e desapiedada
como nos tempos pré-históricos. Não estar armado de pedras lascadas, mas de metralhadoras,
não estrangular seu semelhante com as mãos, e sim com os Bancos, representa apenas
progresso formal, substancialmente fictício. (P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro
Milênio)
No burburinho da apressada vida moderna só se dá valor ao ruidoso mundo dos fenômenos
exteriores e, por isso, a introspectiva faculdade intuitiva que revelava verdades sintéticas aos
profetas bíblicos e a outros iluminados foi relegada ao campo da fantasia e da superstição. A
análise do detalhe passou a conduzir o pensamento humano, determinando o nascimento da
moderna ciência racional. A infinidade de fatos colecionados pela ciência prejudicou a visão do
conjunto, mas, - como tudo é regido pela Lei do Equilíbrio - para restabelecer a unidade dessa
fragmentação do conhecimento, surge este livro, A Grande Síntese, e os outros volumes da
imensa obra Ubaldiana que serão pontos de referências da ciência sintética do futuro, como nos
revela a frase: Nos grandes momentos só a mão de Deus vos guia a todos, e ela está hoje em
ação, como no tempo das maiores criações.
Os sinais dessa grande virada já é pressentida até pela própria ciência ao constatar, através de
suas observações, que aquilo que considerava pedra de toque da pesquisa cientifica, isto é, a
independência entre o fenômeno e o observador não é mais considerada nos altos escalões do
pensamento científico moderno. O pesquisador, agora, será obrigado a voltar o olhar para si
próprio para investigar a verdadeira e real fonte do conhecimento: a psique humana. Olhando a
si mesmo o homem encontrará a explicação e a compreensão do Todo. Esta é uma atitude que
ressaltará o significado da antiga máxima dos filósofos gregos: Conhece a ti mesmo que as
portas do infinito se abrirão para ti. E demonstrará, sobretudo para as mentes cépticas, que o
preceito evangélico: Amai o próximo como a si mesmo se fundamenta na constatação de que,
num universo monístico, não havendo separação entre sujeito e objeto, o amor ao próximo está
na natureza própria do Universo. Não é, portanto, um adendo a ser acrescentado na ordem das
coisas, é, por conseguinte, um sólido pilar que sustenta e suporta a estrutura universal.
A GÊNESE
Ubaldi inicia o capítulo demonstrando que a linguagem simbólica empregada por Moisés,
para descrever a Gênese da vida, pode ser exatamente traduzida em termos do vocabulário da
ciência evolucionista revelada pela A Grande Síntese.
Sabemos que a evolução progride criando unidades maiores através da reunificação das
unidades menores, mas, ao mesmo tempo, reequilibrando-se, emprega a técnica da
diversificação (lei da Diferenciação) criando novas espécies a partir desta nova unidade. Assim
podemos compreender que a evolução avança como uma onda pulsante que possui dois pulsos,
um, unificante, no sentido vertical e outro no sentido transversal (horizontal) com o surgimento
de novas espécies.
É preciso ter em mente que para coordenar as diferentes manifestações da energia existe uma
lei reguladora de modo que o todo funcione de forma harmônica, sem sobreposição de ações.
Esta lei canaliza o funcionamento de cada forma energética visando um um telefinalismo
comum que é o de propriciar o aparecimento da vida e sua permanente manuntenção.
Neste capítulo Ubaldi demonstra a equivalência entre a matéria e a energia. No fundo matéria,
energia e pensamento são substancialmente a mesma coisa: vibração. " Dissemos em A Grande
Síntese que o nosso universo é constituído por várias formas de um estado cinético da
substância. O movimento é, portanto, um denominador comum de todos os fenômenos." (P.
Ubaldi - O Sistema). No livro Problemas do Futuro ele aprofunda esta idéia com o o conceito de
encurvamento do espaço-tempo. Se tudo que existe é cinético, Matéria e Energia são, portanto,
movimentos que se diferenciam apenas pelo tipo de trajetória. No átomo material a trajetória
deste movimento é circular em torno de um centro. Na fase energia o movimento é ondulatório e
sua trajetória nos parece, a primeira vista, propagar em linha reta mas, na realidade no universo
dinâmico a propagação da energia dá-se sob a forma de trajetórias curvas constituindo um
vastíssimo circuito na amplidão do espaço, e é pela vastidão deste ciclo que as suas trajetórias
parecem retilíneas. Compreende-se, então, que a diferença entre matéria e energia está no maior
ou menor encurvamento da trajetória do movimento.
Esta equivalência entre matéria e energia é traduzida pela fórmula matemática deduzida por
Einstein: E=m.c2 onde m = massa, e c = velocidade da luz (300.000 km/s). A partir desta
fórmula podemos ter a noção da imensa quantidade de energia que existe "aprisionada" em
apenas 1 g de matéria. Fato este já demonstrado na prática pela explosão das bombas atômicas.
Na figura de cima temos o espectro de emissão do elemento químico Helio (He). Na parte
superior tem-se o espectro emitido pelo gás Helio onde aparece 7 linhas (raias) características do
Helio. Na parte inferior estas raias são mostradas ampliadas e separadamente do restante do
espectro.
Na figura de baixo são mostradas as raias caracteristicas do elemento químico Mercúrio (Hg).
Os números 6234, 6157, 5790, .... são os comprimentos de onda (medidos em Angstrons) das
linhas de emissão do Hg (1 Angstron = 10-10 metros). A figura abaixo é a do espectro de emissão
do Hidrogênio.
Assim, a nossa visão do mundo é baseada nas nossas sensações que nos fornecem um
aspecto ilusório da verdadeira realidade das coisas. É por isso que Ubaldi no capítulo 29
asseverou:
Para demonstrar a mesma natureza da matéria e da energia Ubaldi se refere a forma esférica
do átomo comparando-a com a propagação esférica das ondas de qualquer tipo de energia, fato
que mostra que a ordem natural do universo é o ciclo. A passagem da fase matéria para a energia
acontece porque o movimento de rotação das partículas atômicas não é rigorosamente circular.
Sua real natureza é espiralóide. Pode-se dizer que existe uma tendência dos elétrons dilatarem
suas órbitas até ao ponto de escaparem da atração do núcleo e se lançarem no espaço em que o
movimento de rotação se transforma em movimento de translação. Esta é a gênese da energia.
Outro fato revelado neste capítulo é que o átomo não é a última unidade da matéria. As
párticulas atômicas são também vórtices, isto é, são mini-átomos e estes são vórtices ainda
menores e assim sucessivamente. Se conseguíssemos dividir continuanente estas párticulas
menores nunca encontraríamos uma partícula sólida pois esta também seria um vórtice. A
Ciência moderna já descobriu que as párticulas atômicas prótons, néutrons e elétrons são
formadas por partículas menores os quarks. Nas tabelas abaixo podemos ver os tipos de quarks
("sabores") que a ciência já descobriu e a composição dos prótons, neutrons etc.
CB ® carga bariônica CB ® carga leptônica
Outro ponto importante elucidado por Ubaldi neste capítulo é o fato de que o éter é a
subtância mãe do hidrogênio como já antecipamos no capítulos 14 e 18. Dissemos no capítulo
14:
"A existência do Éter é aqui confirmada por Ubaldi, embora a ciência tenha descartado esta
hipótese em virtude do fracasso para detetá-lo, no final do século XIX, através da experiência de
Morley-Michelson. Morley e Michelson realizaram esta experiência baseando-se na teoria
eletromagnética de Maxwell que afirmava que a luz propagava em algum meio que ele chamou
de éter. Einstein influenciado pelo resultado deste experimento retirou este conceito da sua teoria
da Relatividade e afirmou que a luz propagava no vácuo sem o emprego de qualquer suporte."
"No capítulo 18 Ubaldi explica que o Éter por ter densidade mínima escapa, praticamente, a
lei da gravitação, assim, se explicaria o fracasso da experiência de Morley-Michelson.
Posteriormente no capítulo 12 do livro Deus e Universo, escrito em 1951, Ubaldi amplia o
conceito de Éter para a do espaço-dinâmico, em que se concebe o espaço não como uma
extensão geométrica, mas substanciado de uma densidade própria e dotado de uma mobilidade,
como um fluido."
Neste capítulo é desenvolvido o tema da degradação da energia, fato que na Física é tratado com o nome de
Entropia. A energia existente no Universo se conserva, isto é, sua quantidade não aumenta e nem diminui (1ª
Lei da Termodinâmica), no entanto em vários processos naturais de transformação de um tipo de energia em
outra ou na sua transformação em trabalho este transformismo é irreversível, ou seja, ocorre em uma única
direção (2ª Lei da Termodinâmica). Teoricamente esses processos poderiam se dar em qualquer dos dois
sentidos sem violar o princípio da conservação da energia (1ª Lei) mas isto não acontece, há uma perda de
qualidade energética no processo.
Exemplificando: Tomando-se dois recipientes contendo água, nos quais as temperaturas são diferentes.
Suponha que no primeiro a temperatura é de 70oC e no outro é de 30oC, entretanto, se misturamos os dois
líquidos obteremos a temperatura de 50oC, porém, nunca conseguiremos reverter o processo de forma a obter
as temperaturas anteriores. Em termos energéticos, quando fizemos a mistura houve conservação da energia
pois é maior a massa final da mistura. Assim, a 1ª Lei foi preservada. Mas, houve uma "perda" nos efeitos
úteis da energia pelo "desaparecimento" do gradiente energético de 40 oC que existia antes da mistura.
Há, portanto, na natureza dos fenômenos energéticos uma tendência ao nivelamento, ao equilíbrio, a estase.
Segundo muitos cientistas a entropia representa o nivelamento de todas as desigualdades no universo dinâmico
e, desta forma, todo o cosmo caminha para uma morte térmica devido a irreversibilidade dos processos naturais
das trocas energéticas.
Assim, a 2ª Lei da Termodinâmica estabelece que os processos naturais são irreversíveis e em conseqüência
a ENTROPIA do universo sempre aumenta. Este fato levou a conclusão que o mundo dinâmico marcha para
a degradação da energia passando de espécies energéticas com maior capacidade de trabalho para as de
qualidade inferior, pois a ciência da Termodinâmica nos revela:
Variáveis intensivas não dependem do tamanho do sistema (e.g. temperatura, concentração, pressão,
densidade); elas são ditas não-aditivas, porque quando dois sistemas idênticos são juntados formando um só os
valores das variáveis intensivas não mudam.
Variáveis extensivas, por outro lado, dependem do tamanho do sistema (e.g. massa, volume, entropia, número
de moles); elas são ditas aditivas, pois aumentam quando dois sistemas idênticos são combinados em um só.
A ciência ainda não conseguiu uma explicação satisfatória para o desaparecimento para os nossos sentidos
de parte da energia de qualquer fenômeno de transformismo energético. A ciência física não avançou neste
tema porque ela tem como parâmetros do seu campo de investigação as fases matéria e energia, isto é, só
considera como objeto de sua pesquisa os fenômenos situados nas dimensões espaço-temporais e, não percebeu
que o transformismo evolutivo é mais amplo que a evolução Darwiniana das espécies orgânicas. Ubaldi
estende o fenômeno evolutivo para o mundo inorgânico da matéria e da energia. Tudo no universo muda e se
transforma não importando a fase que atravessa (g, b e a), assim, a energia após sofrer o transformismo
involutivo de concentração dinâmica b®g em universo que precede ao nosso, ressurge agora através da
desintegração atômica da matéria g®b e dirige-se para o transformismo b®a. Em outras palavras, a energia
mais amadurecida converte-se em vida e psiquismo.
Haverá uma imensa revolução científica quando a ciência perceber que o universo é trifásico e monista, isto
é, que todos os fenômenos que acontecem no nosso universo, sejam eles materiais, energéticos ou psiquicos,
apresentam concomitantemente estas três fases embora possam a primeira vista parecerem isoladas umas das
outras. Existe um transformismo evolutivo entre estas fases (b®g, g®b, b®a), a irreversibilidade deste
transformismo é relativa porque todos os fenômenos no universo são cíclicos. O transformismo g®b presume a
transformação involutiva complementar b®g, mas como esse ciclo é na realidade uma espiral de abertura
constante, embora com sucessivos regressos às fases ja percorridas, assim é constante dilatação das volutas
desta espiral em direção evolutiva indicando que o transformismo fenomênico tem "mão única", isto é, são
irreversíveis no seu conjunto. Desta forma, a Fisica descobrirá que a irreversibilidade dos fenômenos é
conseqüência de um prefixado telefinalismo que implicará na restauração do Sistema perfeito original, para o
qual todo o processo evolutivo universal obrigatoriamente se convergirá. Ubaldi compara a evolução como um
rio a fluir para o mar. No rio a corrente é livre, isto é, pode escolher seu caminho, mas o ponto de chegada está
fixado: o mar.
Em outro volume de sua extensa obra Ubaldi faz a seguinte observação sobre o fenômeno da
Entropia: Abandonado a si mesmo, já o dissemos, seguindo o seu caminho, o mundo dinâmico
chegaria a uma ordem final sua, em que, atingido o completo nivelamento das diferenças
energéticas, se alcança o zero absoluto dinâmico, que é a anulação do movimento numa estase final,
em que, no equilíbrio atingido pela entropia, cessam todas as manifestações energéticas de nosso
universo. Mas a evolução não se deixa arrastar por essa estrada, que seria a conseqüência lógica
das causas presentes no fenômeno. Ao contrário, introduz nele outras novas, inéditas, desviando-o
para seus fins que são completamente diferentes. Assim a vida se inicia e a subida toma outra
direção. Aquele movimento que tende a anular-se de um lado, reaparece sob forma diversa do outro.
Mais adiante complementa: Eis que, então, a entropia, que parece nutrir-se com um parasita do
esgotamento do universo, só destrói deste, em realidade, um modo de existir, e não a substância, que
continua indestrutível para evoluir em outras formas. Em outros termos, com a entropia tende a
extinguir-se o movimento em sua forma inferior, passiva e determinística, em que ele é fatalmente
aceito e inconscientemente seguido, para transformar-se num movimento de forma superior, ativa e
livre, em que ele é querido e guiado pelo ser. É bem evidente a imensa distância que corre entre os
dois fenômenos. O primeiro tipo de movimento pode ser representado por um meteorito ou planeta ou
astro lançado no espaço, cegamente submetido às leis determinísticas do mundo físico e dinâmico;
enquanto o segundo tipo de movimento pode ser o de um disco voador, dirigido pela vontade de um
ser inteligente. (P. Ubaldi - Evolução e Evangelho)
Neste ponto, Ubaldi retorna ao tema do capítulo 19 onde abordou de forma geral as formas evolutivas
dos três estados da substância (g, b,a) e agora aprofunda os conceitos ali descritos em relação a fase b
(energia).
Tipo de Comprimento
Freqüência
Energia de Onda
I Gravitação ? ?
Radioatividade
5 X 1019 Hz a 5 X 10-10m a
II (Raios Gama e
2,4 X 1016 Hz 1,2 X 10-9m
Raios X)
2,4 X 1016 Hz
Raios 1,2-9m a
III a
Ultravioletas 2 X 10-7 m
8 X 1014 Hz
7,69 X 1014 Hz
3,5 X 10-7m a
IV Luz a
7,5 X 10-7m
3,84 X 1014 Hz
Raios
3,84 X 1014 Hz
Infravermelhos 7,5 X 10 -7m a
V a
(radiações 6 X 10-5m
3 X 1011 Hz
caloríficas)
Ondas elétricas
hertzianas (Tv, 3 X 1011 Hz a 10-3m a
VI
Rádio, Radar, 3 X 103 Hz 105m
microondas)
Quando Ubaldi escreveu o presente capítulo (1934) várias faixas de freqüências do espectro energético
ainda eram desconhecidas pela ciência. Hoje o desenvolvimento da ciência e da tecnologia possibilitaram o
aparecimento de muitas aplicações práticas das vibrações etéreas e dinâmicas tais como o surgimento do
Rádio, da Televisão, dos satélites de comunicação, dos computadores, da Internet, dos telefones celulares,
do forno de microondas, da aplicação do ultra-som na medicina e de inúmeras outras aplicações todas
baseadas no espectro energético. Assim, sua listagem sobre as faixas de freqüências pode ser atualizada
pois as zonas do espectro que eram desconhecidas na época, hoje são amplamente conhecidas.
Como ilustração, veja na tabela seguinte as aplicações na faixa das microondas que ainda eram
desconhecidas na época. É importante observar que cada faixa de freqüência pode ser desdobrada em
oitavas como na seqüência principal, assim a faixa relativa as Microondas também se comporta desta
forma.
3 X 106 Hz a 3 X 107
Alta Frequência (HF) Rádio - Ondas Curtas
Hz
Freqüência Super Alta (SHF) 3 X 109 a 3 X 1010 Hz C-band, X-band, Ku-band, Ka-band
Freqüência Extremamente
3 X 1010 Hz a 3 X 1011
Alta(EHF) Satélites de Comunicação
Hz
(Ondas milimétricas)
Ubaldi reforça aqui suas observações, feitas no capítulo 38, sobre a gravitação. Ele reafirma que a
energia gravífica transmite-se por ondas cuja velocidade é superior a das ondas luminosas. A ciência atual
já admite a existência das ondas gravitacionais embora ainda não tenha conseguido detecta-las na prática. A
existência das ondas gravitacionais foi sugerida, no final do século XIX por cientistas como Heaviside,
Lorentz e Poincaré. Einstein na sua teoria da Relatividade Geral previu a existência das ondas
gravitacionais, mas acreditava que a velocidade da luz (300.000 km/s) era a máxima do Universo. Ubaldi
nos surpreende ao afirmar (Cap. 38) que as ondas gravitacionais têm uma velocidade própria de
propagação superior à das ondas eletromagnéticas e à da luz a qual é a máxima no sistema.
Na realidade, como já havíamos dito nos comentários do cap. 38 sobre o espaço-dinâmico, a gravitação
nada mais é que ondulações resultantes do encurvamento do espaço-tempo. Assim, as outras formas
dinâmicas (raios X, luz, microondas etc.) também são produtos de encurvamentos - menores que o da
gravitação - do espaço-tempo. Deste modo, podemos agora compreender porque a gravitação é protoforma
do universo dinâmico pois é pelo progressivo desdobramento deste encurvamento que nasce as outras
espécies dinâmicas.
Outro ponto a salientar é que a gravitação e os raios gama ainda estão vinculados à matéria. Assim, a
gravitação é relativa a energia cinética da matéria e os raios gamas são emanações radioativas da matéria,
sempre acompanhados por emissões das partículas materiais alfa ou beta (não confundir com as fases a e
b). Somente a partir dos Raios-X encontramos as formas dinâmicas puras.
A medida que a série dinâmica evolui das formas mais energéticas para as formas menos energéticas,
conforme a seqüência:
A energia vai-se degradando, é o fenômeno da entropia. Para um olhar desavisado pode parecer que
signifique extinção pura e simples das formas energéticas. O mesmo acontece coma fase matéria
aparentemente aniquilada pela radioatividade e também com as formas biológicas caminhando para a morte
devido a deterioração vital. Assim, a entropia é um processo universal não restrita somente a fase energia.
Se o fenômeno da entropia fosse um processo irreversível o nosso universo já teria desaparecido pois as
suas três fases constitutivas - matéria, energia, espírito - não mais existiriam por ação do aumento
progressivo da entropia (2ª Lei da Termodinâmica) conforme vimos no capítulo anterior em relação a fase
energia.
Como, então, explicar que apesar desta destruição permanente o Universo sobrevive e o progresso é uma
constante em tudo que existe? Vimos anteriormente que tudo o que existe é dualístico e funciona por ciclos
desde dos fenômenos do macrocosmo até aos do microcosmo. Por esta razão deve existir no mecanismo
universal a parte inversa e compensadora do fenômeno da entropia que restaura a potencialidade perdida.
Na realidade, se os fenômenos diminuem de intensidade e se esgotam em sua forma atual, se se desgastam,
envelhecem e morrem, nem por isso se aniquilam e anulam. (P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro
Milênio). O que acontece longe de nossa percepção é o transformismo de cada fase em sua fase superior.
Desta forma, quando a forma energética radiante de b alcança a sua maior deterioração: as ondas elétricas
que propagam no éter, ela se transforma em vida, isto é, realiza o transformismo b → a . Aqui acontece o
transformismo que podemos denominar de Passo da Vida. É o que veremos no próximo capítulo.
Neste capítulo, Ubaldi nos mostra, através de uma visão panoramica, o transformismo que a
Substância sofre no nosso Universo ao passar evolutivamente de uma fase a outra, isto é, a
transformação representada pelo o seguinte esquema:
Sabemos que matéria, energia e espírito são as três fases que a substância toma no nosso
Universo. Podemos dizer que estas fases são individuações (modos de ser) que a Substância Divina
assume no nosso mundo. É preciso sempre ter em mente que o princípio da individuação é
universal, assim, todos os fenômenos se distinguem, uns dos outros, por uma expressão particular
própria. Deste modo, quando empregamos a palavra indivíduo, ela é extensiva a todo e qualquer
fenômeno seja ele físico, energético ou psíquico. O significado que Ubaldi dá a palavra fenômeno
no caítulo 22 é: Por fenômeno, entendo uma das infinitas formas individuadas da substância, o seu
devenir e a lei do seu devenir. Por exemplo: um tipo de corpo químico, de energia, de consciência,
em seus três aspectos - estático, dinâmico e mecânico. Fenômeno é a palavra mais ampla possível,
porque compreende tudo, enquanto é e se transforma de acordo com sua lei. Em meu conceito, ser
jamais significa estase, mas eterno devenir.
Com a evolução as individuações dinâmicas (luz, calor, eletricidade etc.), tornam-se cada vez
mais definidas, com existências autônomas e personalidades próprias, diferenciando umas das
outras até ao ponto em que suas trajetórias ondular-esféricas tomam a forma complexa de vórtices
energéticos, assim, no instante em que o movimento ondular muda para o movimento vorticoso é
que surge a vida. É, portanto, no emaranhado movimento dos vórtices que reside o germe da vida.
O estudo destes vórtices será tema dos capítulos 53 e 55. Quanto mais se sobe na escala evolutiva
mais se evidencia o princípio de individuação, assim, os seres vivos têm a suas individualides
muito mais acentuadas por serem mais evoluídos que as formas dinâmicas.
Num Universo regido pela Lei da Dualidade a energia na sua evolução passou por duas etapas, a
primeira de concentração cinética b ® g no núcleo dos átomos no microcosmo e nas nebulosas
astronômicas no macrocosmo. A segunda etapa se refere ao transformismo inverso g ® b devido ao
envelhecimento da matéria com o aparecimento da radioatividade. Em consonância com a Lei da
Analogia há uma semelhança no desenvolvimento do vórtice galáctico e do vórtice atômico. Assim,
é possível compreender a evolução atômica tomando como modelo o universo astronômico pois o
macrocosmo repete o microscosmo e não poderia ser de outra forma já que o maior se estrutura
pelo menor: Ora, esse microcosmo não é senão o primeiro elemento do edifício molecular, que não
é senão o primeiro do edifício celular, que não é senão o primeiro do edifício orgânico, que não é
senão um caso único do edifício biológico. Sobre o plano físico, a mesma progressão
hierarquicamente construtiva se estende do átomo à molécula, aos cristais ou cúmulos, às grandes
estratificações geológicas, aos planetas, aos sistemas solares e galácticos, aos sistemas de
sistemas galácticos. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
De conformidade com o princípio de que tudo no Universo segue um esquema de tipo único,
Ubaldi mostra neste capítulo que tanto o microcosmo ( o átomo) como o macrocosmo (as nebulosas
siderais) obedecem a esse esquema. Assim, a partir do Hidrogênio a matéria desenvolveu a série
das espécies químicas agregando novas órbitas eletrônicas a partir do núcleo, na astronomia as
nebulosas são pontos de alta concentração de energia onde nascem as estrelas que ao envelhecerem
afastam deste centro dando origem as galáxias.
Assim o átomo é formado de maneira análoga ao vórtice galáctico. No átomo os eletrons são
lançados a partir do núcleo (centro do átomo) formando a série dos elementos químicos do H
(hidrogênio) até o U (Urânio). A forte concentração energética num determinado ponto do espaço
em forma de núcleos (éter) que num dado momento atinge a saturação dá origem aos elementos
químicos (a matéria g) com a expulsão de elétrons que formam os orbitais atômicos. Paralelamente
o mesmo tipo de fenômeno que acontece no microcosmo se repete no macrocosmo com a formação
dos aglomerados galácticos.
Segundo Ubaldi o éter é formado por núcleos atômicos sem os orbitais eletrônicos e é o último
termo da descida de b. A energia no seu processo de concentração, durante seu transformismo
involutivo, passa por uma fase intermediária entre energia e matéria. Esta fase intermediária é o
chamado Éter que é basicamente constituído de núcleos sem orbitais eletrônicos. Podemos, então,
imaginar que o espaço não é um vazio, e sim uma entidade que não é nem energia e nem matéria,
mas uma coisa diferente com propriedades de ambas as fases. Desta forma podemos pensar que o
universo é um tecido contínuo sem vazios, onde os corpos celestes e o espaço formam, devido a
natureza MONÍSTICA do Universo, uma unidade monolítica contínua. Este tecido cósmico pode
ser comparado, a grosso modo, com um tecido de diferentes espessuras ao longo de sua superfície.
Ou, se pensarmos em três dimensões, o universo pode ser concebido como um sólido esférico com
zonas de diferentes densidades. O termo densidade deve ser compreendido como derivado do
conceito de encurvamento espacial.
Neste Universo trifásico há continuidade entre as fases. Desta forma não há um transformismo
abrupto, a passagem evolutiva ou involutiva de uma fase à outra se dá em forma de uma
continuidade em que há uma coexistência das propriedades das duas fases envolvidas no
transformismo. O que acontece quando a energia b involuindo no transformismo b ® g é uma
rearrumação de suas trajetórias cinéticas que mudam de um movimento ondular quase retilineo
para um movimento circular fechado. O transformismo inverso g ® b acontece na abertura dos
orbitais atômicos com o reaparecimento da energia sob a forma de um movimento ondular
retilíneo. Na realidade a trajetória deste movimento não é totalmente retilíneo. A linha descrita por
este movimento também é circular mas, como o raio deste círculo é amplo, não conseguimos
perceber a curvatuta de sua trajetória. Não devemos estranhar este fato já que tudo no Universo é
ciclico, assim, todo fenômeno tem que volver sobre si mesmo, até mesmo a energia.
Em última análise tudo no Universo é movimento, a matéria é formada pelos movimentos
circular fechado e através da radioatavidade este movimento torna-se esférico-ondular e por último,
pelo complexo entrelaçamento dos movimentos ondulares da forma mais evoluida da energia, a
eletrecidade, surgem os vórtices dinâmicos na forma de turbilhões energéticos.
D:\Luso72\pulso-de-onda2.gif
Neste capítulo a obra alcança o ponto onde termina a descrição das fases g e b e começa o estudo da fase
a . O aparecimento da vida no nosso planeta acontece através do transformismo da eletricidade, a forma
mais evoluida da fase b . Após um longo tempo, a matéria e a energia interagindo-se de forma coordenada
construiram um ambiente adequado para propiciar o nascimento da vida. Vida é psiquismo, assim até as
espécies mais primitivas possuem capacidade psíquica embora de tipo muito rudimentar. É na fase a que se
inicia a marcha para a paulatina conquista da autonomia da criatura que passará a ter a liberdade de escolha,
fato inexistente nas fases g e b .
Como nos indica a citação bíblica, a vida se iniciou no ambiente aquático dos oceanos pré-históricos sob a
forma de minúsculas formas de vidas como são os procariotes (bactérias, vírus, cianofíceas), os seres vivos
mais primitivos. São células que não possuem núcleos individualizados e são desprovidas de organelas. Os
procariotes através de milhões de anos de evolução e de íntimas transformações fizeram a vida alcançar o
mundo ético e intelectual da humanidade atual. De um começo modesto e humilde, de maneira lenta e
gradual, a vida se estabeleceu sobre o planeta constituindo uma biosfera que se sobrepôs aos mundos da
energia e da matéria, tomando-os como suporte para se lançar em direção ao mundo espiritual onde, na sua
fase mais evoluída, não mais existirá as fases primitivas (g e b) da substância universal. No atual estágio
evolutivo da humanidade, a evolução, em na sua mais íntima acepção, significa desmaterialização, não mais
evolução de formas orgânicas porquanto, chegando o homem no ápice dessa fase, a evolução começa a
tornar-se do tipo espiritual. Como da geosfera surgiu a biosfera, assim também, conforme nos revelou
Teilhard de Chardin, está surgindo a noosfera acima da biosfera. Marchamos do mundo da concretitude para
o mundo do abstrato onde domina as idéias sem base material. Foi por esta razão que Ubaldi escreveu: O
que é sólido não é o concreto, como se crê, mas o abstrato. O espiritual, porque se encontra em cima,
subtrai-se ao vórtice do transformismo que tudo arrasta. (Pietro Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo).
Neste ponto Ubaldi reafirma o caráter monista da obra ao se referir a convergência do caminho trilhado
pelo pensamento humano no campo da pesquisa científica com o caminho da fé resultante das revelações
religiosas. O século XX consagrou a busca racional dos cientistas como paradigma ideal, no entanto, os
profetas bíblicos, os artistas geniais, os místicos como Francisco de Assis são exemplos de como a verdade
pode ser alcançada empregando a inteligência com outro enfoque diferente do método racional da ciência.
Mas nenhum destes caminhos leva separadamente a plena realização pois quando o lado racional do homem
tem a a absoluta primazia, surge o frio erudito e não o sábio amorável. Caso contrário se predominar
exageradamente o lado fideístico-emocional surgirá o visionário em lugar do idealista consciente.
Neste capítulo, centro e ápice do livro A Grande Síntese, o autor deslumbrado pela luz do conhecimento
alcançado por sua consciência, não resiste ao chamamento do pensamento unificador da evolução e derrama
numa prece sublime a sua incondicional adesão ao Amor Divino que preenche o Universo e a vida. Mas, se
considerarmos a sua afirmação de que cada concepção parcial tem que reentrar no Todo podemos
desdobrar esta prece em duas visões complementares: a da fé e a da razão. Assim,´podemos traduzir os
conceitos fideísticos desta oração em linguagem racional coerente com a dissertação científica que vimos
acompanhando nos capítulos anteriores. Para isso, desenvolvemos abaixo, em duas colunas paralelas, os
dois aspectos que pode tomar uma mesma visão.
FÉ RAZÃO
Pai, amo-te, mesmo quando Tua Ascensão significa subida. Toda subida
respiração é dor, porque Tua dor é amor; implica numa descida anterior, ou seja antes
mesmo quando Tua Lei é esforço, porque o da Ascensão houve uma Queda, por isso o
esforço que tua Lei impõe é o caminho das esforço para subir provoca sofrimento e como
ascensões humanas. Deus é imanente (como vimos acima) em
todas criaturas, Ele as acompanhou na Queda
e participa do esforço e da dor das criaturas,
pois Ele é alma (respiração) de tudo o que
existe e, portanto, não poderia ficar separado
da dor da sua criatura.
Neste capítulo Ubaldi nos informa que todos os fenômenos, sejam eles de natureza material,
energética ou biológica derivam uns dos outros, impulsionados por um único princípio que
partindo das caóticas e poderosas energias das nebulosas astronômicas transformando-as, ao
longo do tempo, nas frágeis, porém complexas, energias biológicas. O homem, embora mais
débil, supera qualitativamente estas desmedidas forças primordiais através da sua consciência
que é sustentada pela eletricidade, uma forma fraquissíma de energia se comparada com as
explosivas forças de natureza cósmica. Assim, a eletricidade é menos potente do que as outras
formas dinâmicas, no entanto, as supera em complexidade e sutileza. Este aparente paradoxo da
forma energética mais débil superar qualitativamente as formas dinâmicas mais cinéticas é
explicado, por Ubaldi, como resultado da organização das forças elétricas criando assim um
sistema de forças mais estabilizado e equilibrado, e desta forma mais fácil de conduzir e de ser
manejado. Este equilíbrio gerou um estado de ordem que possibilitou o surgimento daquilo que
denominamos de vida. A vida é um dinamismo mais tranquilo diferente do dinamismo explosivo
do mundo físico. Com a vida surgiu uma ordem crescente e cada vez mais complexa que está
desenvolvendo além do homem para as organizações sociais e espirituais.
Vimos nos Comentários do capítulo 47 que tudo é cíclico no Universo mas, apesar de todo
fenômeno regressar às fases já percorridas, no entanto, há uma parte deste fenômeno que não
regressa ao ponto de partida. A explicação deste fato é que a trajetória do transformismo não é
um círculo perfeito. Na realidade o transformismo percorre uma trajetória espiralóide. Trata-se,
todavia, de espirais de pequenas aberturas e, por isso, o desenvolvimento dos movimentos
fenomênicos parecem desenvolver em ciclos fechados em virtude do lento e quase imperceptível
transformismo dos fenômenos naturais. Mas, basta observarmos com mais profundidade no
tempo, que veremos que a periodicidade, existente em qualquer fenômeno, nunca repete
exatamente o mesmo ciclo.
Esta parte do transformismo em vez de regressar ao estado inicial evolui para formas e fases
superiores. Assim, o conhecido fenômeno da entropia crescente (degradação cinética) que
acontece com as individuações do espectro energético se compensam das perdas de sua potência
transformando-a em novas formas energéticas cujas intensidades são menores que, no entanto,
são mais úteis e de fácil manipulação pela ciência e pela tecnologia. Assim, a eletricidade, última
forma radiante da energia, transforma em vida. Poder-se-ia então definir o fenômeno biológico
como um processo de transformação da energia em conhecimento, pensamento, inteligência. (P.
Ubaldi - Princípios de uma Nova Ética)
Há, portanto, continuidade entre as formas energéticas e as biológicas, símile ao que ocorre
também entre as formas da matéria e as da energia. O surgimento da vida está, por
conseguinte, no transformismo das trajetórias cinéticas de uma única substância. Fato este já
nosso conhecido através da formulação simbólica concebida por Ubaldi no capítulo 8:
g®b®a
Neste caso, como conclui Ubaldi, evidencia-se que as origens da vida não é fruto de uma
síntese de substâncias protéicas mas de uma contínua e profunda transformação cinética de uma
mesma substância ao longo de um tempo imensurável. A síntese de substâncias protéicas é
apenas um efeito exterior conseqüente do real transformismo interior que é puramente cinético.
Há, por conseguinte, um onipresente princípio que conduz deterministicamente esta cadeia
transformista de forma tal que tudo surja por filiação, sem saltos ou descontinuidade entre os
termos desta sequência.
Princípio ou lei é um ente abstrato, que na sua forma dinâmica se torna vontade e ação e
termina por concretizar-se na forma. Assim, o agente de qualquer transformação é um
pensamento diretor. Este pensamento diretor na fase evolutiva que chamamos de vida é o
psiquismo. A Biologia Ubaldiana não é centrada nas formas assumidas pelas diversas espécies
biológicas que povoam nosso mundo. Ao contrário de Darwin, Ubaldi coloca em primeiro plano
o desenvolvimento do psiquismo como a causa do transformismo das formas biológicas. Estas
nada mais são que os efeitos daquela causa.
Desta forma, a máxima Somos o que pensamos alcança um significado mais profundo que vai
além de um mero comportamento psicológico. Assim, nosso corpo material é reflexo
materializado da nossa forma mental consciente e inconsciente. Em outros volumes de sua
extensa obra Ubaldi volta a reafirmar de maneira clara esse fato:
Vimos inúmeras vezes, ao longo desses Comentários, que tudo que existe no Universo, em
última ánalise, é MOVIMENTO e apenas MOVIMENTO, assim Espírito é movimento, Energia
é movimento e Matéria também é movimento. O que diferencia uma fase da outra é a trajetória
deste movimento. Nos átomos constituintes da matéria este movimento é circular fechado, na
Energia a trajetória também é cíclica SÓ QUE O CICLO É MAIS AMPLO. Da mesma forma o
Espírito que é Pensamento é um ciclo com raio de curvatura maior. Portanto tudo é curvo no
espaço, no tempo e na consciência. O que diferencia uma dimensão da outra é o RAIO DE
CURVATURA do ciclo de sua respectiva fase. .
No período involutivo houve uma contração em estado potencial das qualidades inerentes ao
espírito mas, no período evolutivo que ora atravessamos acontece uma liberação gradual dessas
potencialidades; è por essa razão que o filósofo Socrates nos diálogos escritos por Platão nos
afirma que aprender não é outra coisa senão recordar. Desta forma, podemos compreender que
o significado que Ubaldi dá à expansão cinética da substância única que constitui o Universo é o
da revelação progressiva do Pensamento Divino.
Mas esta revelação não têm um trajetória absolutamente linear, assim, a cada passo, há um
regresso sobre o caminho percorrido afim de acelerar o avanço evolutivo das fases anteriores. A
energia retorna à matéria movimentando-a e abrindo-lhe novas possibilidades de combinações
químicas que resultaram no surgimento de uma multidão de novos compostos da química
inorgânica. A vida, evolução da fase energia, também retorna à matéria promovendo o
aparecimento dos complexos compostos da quimica orgânica. A vida de forma semelhante atua
sobre a fase energia criando novas e sutís formas energéticas de grande sensibilidade, extrema
penetração ou agudeza como é o caso da energia nervosa que governa os processos biológicos.
Nas fases superiores o transformismo da substância torna-se mais veloz e por isso é necessário
que haja um retorno às fases anteriores a fim dinamizá-las e acelerá-las nos seus
desenvolvimentos evolutivos, para que a evolução das três fases seja conduzida num bloco
compacto de forma a não se criar vazios e interrupções na continuidade. Este é um fato
facilmente verificável como no exemplo da Quimica onde a interferência da inteligência humana
(espírito a) fez surgir artificialmente novos elementos e compostos químicos (matéria g) que no
lento processo natural só iriam aparecer depois de um longuíssimo tempo.
Esta retomada de processos cinéticos no seio da matéria (g) e da energia (b) visa a deslocar as
trajétorias de movimentos já profundamente estabelecidos de modo que novos equlíbrios mais
complexos sejam alcançados e, em consequência, novíssimas combinações e interações são
estabelecidas nestas fases. Este processo de retomada das fases menos evoluidas pelas mais
evoluidas demonstra que a solidariedade é um atributo básico da evolução. Este fato nos revela a
razão porque a solidariedade é o eixo em torno do qual se desenvolve a base conceitual do
Evangelho de Cristo. A solidariedade não é apenas uma miragem ou uma fantasia criada pela
mente humana, ela é o fundamento e o sustentáculo do universal transformismo evolutivo.
Para que ocorra o transformismo de b®a é necessário que nesta transformação as forças
envolvidas se encontrem num ponto de sintonia perfeita dada pela harmonia recíproca e pelas
condições adequadas do ambiente. Como não existem mais estas condições, este fenômeno que
acontecia na Terra primeva, ainda não foi detectado pela Ciência moderna. Essa técnica criativa
foi descartada pelo fato da vida já ter se estabelecido e se diversificado sobre o todo o planeta,
pois hoje ela própria gera e multiplica a si mesma. O mecanismo exterior da criação interiorizou-
se. A vida não procede mais do exterior para o interior e sim ao contrário.
O raio eletronico ao penetrar no seio do átomo rearranja as partículas nucleares de forma tal
que os eletrons periféricos giram agora em torno de um eixo e não mais em torno do centro
pontual do átomo. Assim, o átomo esférico atingido pelo feixe de elétrons toma a forma
helicoidal de um vórtice, o germe primal da vida.
Podemos ver que a eletricidade está presente nos fenômenos vitais, desde da célula até nas
sinapses entre os neurônios cerebrais na transmissão de impulsos nervosos de um neurônio a
outro. Estes impulsos nervosos são o resultado do transformismo da energia pura (eletricidade)
em vida, expressa na forma de pensamentos e sentimentos. Há, portanto, uma metamoforse de
um fenômeno físico (eletricidade) num fenômeno de natureza psico-bilológico. É possível, então,
como nos revela Ubaldi, que este transformismo possa ser reduzível a um cálculo matemático de
forças, embora isto seja uma operação de enorme dificuldade em virtude da complexidade das
forças envolvidas no fenômeno.
É necessário esclarecer que a eletricidade que Ubaldi se refere são as ondas elétricas que se
transmitem no éter - semelhante às formas hertzianas e microondas - e não a eletricidade
transmitida por fios e cabos elétricos.
É importante observar que as forças de atração e repulsão continuam a atuar no sistema
vorticoso, só que agora o equlíbrio acontece em torno de um eixo linear e não mais em torno de
um núcleo pontual.
Outro ponto a salientar é que a energia elétrica que se introduz no átomo deslocando o seu
equilíbrio, formando o vórtice, não pode ser confudida com a conhecida energização da
eletrosfera do átomo, onde alguns eletrons são liberados, escapando da força atrativa do núcleo,
de forma que o átomo fica ionizado e, no entanto, mantém a sua individualidade química. Essa
energização é superficial, restrita a eletrosfera do átomo, e não produz nenhum deslocamento nas
partículas nucleares.
A lista seguinte mostra os bioelementos presentes no ser humano, ordenados por
ordem de abundância:
* Majoritarios: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, enxofre,
potássio, sódio, cloro e magnésio.
* Traços: ferro, zinco, cobre, flúor , bromo e selênio.
* Microtraços ( ultratraços ): iodo, manganês, vanádio, silício, arsênio, boro, níquel,
cromo, molibdênio e cobalto.
Existem outros elementos sem uma essencialidade muito clara como, por exemplo, lítio,
cádmio e estanho.
Darwin ao teorizar a evolução da vida, apenas demonstrou a evolução das espécies
porém, não alcançou a origem dos primeiros gérmens que são, segundo o seu ponto de
vista, os fundamentos básicos de sua teoria. Como tudo no noso mundo surge pelo
princípio da filiação, isto é, todo efeito tem obrigatoriamente uma causa. Ele não
percebeu que a Química Orgânica derivou da Quimica Inorgânica. Isto é explicável pois
no seu tempo a ciência química ainda estava nos seus primórdios. Na época não se
cogitou como surgiram estes primeiros organismos (provavelmente micélas ou moléculas
precussoaras das células). Ele desenvolveu a Origem das espécies a partir de um ponto
que era visível à sua observação, estabelecento relações anatomicas entre as espécies
semelhantes. A ciência da classificação das espécies (Taxonomia) já havia sido criada
anteriormente por Lineu no século XVIII e Darwin no século XIX estabeleceu relações
de parentesco entre as espécies mostrando que descendem umas das outras. Surgiu assim
a chamada "Árvore da Vida" que se ramifica em reinos, filos, clases, ordens, familias,
gêneros e espécies.Esta classificação mostra que todos seres vivos tem um ancestral
comum, aqueles germens que referimos acima que poderiam ser simples micélas ou
moléculas. Em seguida as experiências de Pasteur demonstraram que não existe geração
expontânea da vida e em consequência comprovaram o princípio da filiação estabelecido
por Darwin.
Há na ciência moderna várias teorias sobre a origem da vida. Essas teorias se
assemelham em muitos pontos com os conceitos deste capítulo, embora não alcancem os
detalhamentos descritos por Ubaldi. Para o cientista russo Aleksandr Oparin a
composição da atmosfera primitiva é semelhante a descrita por Ubaldi. Segundo Oparin
os elementos químicos preponderantes na atmosfera primitiva eram: O2 ou N2; existia
amônia (NH3), metano (CH4), vapor de água (H2O) e hidrogênio (H2) mostrando que os
elementos simples H, C, N, O eram preponderantes na atmosfera daquela época,
confirmando assim a hipótese Ubaldiana. Segundo Oparina a vida primitiva surgiu em
função das descargas elétricas dos raios produzidos pelas tempestades e pelas radiações
ultravioletas originadas pelo Sol. Podemos concluir então, que em relação as radiações
ultravioletas - que são ondas enérgeticas de pequeno comprimento de onda - a colocação
de Oparin está em oposição ao conceito Ubaldiano de que as somente as ondas longas
das radiações elétricas, que por serem quase lineares, têm maior poder de penetração no
orbital atômico. Desta forma, os elementos de menor peso atômico, que posuem poucos
elétrons nos seus orbitais, oferecem menor resistência à ação das forças elétricas
incidentes. Agora,podemos estar perguntando porque os elementos Hélio (He), Lítio
(Li), Berilo (Be) e Boro (Bo) que possuem menor peso atômico que o Carbono (C),
Nitrogênio (N) e o Oxigênio (O) não tiveram um papel importante na primitiva criação
da vida? Creio, que a resposta é simples,o He, o Li, o Be e o B não eram encontradiços
na atmosfera antiga. onde predominavam o H, o C, o N e o O.
St
an
ley
L.
Neste ponto Ubaldi analisa os movimentos do vórtice eletrônico gerado pela imissão da
eletricidade nos átomos de baixo peso atômico. Aqui ele vai além da forma e demonstra que não
é apenas a forma material dos vórtices que determina o surgimento da Química Orgânica
também denominada de Química Cinética.
A pesquisa cientifica procura a origem das formas através de estudos comparativos da
anatomia física das espécies. Ubaldi, ao contrário, analisa a evolução das espécies partindo das
causas primeiras que são, segundo seu ponto de vista, as modeladoras das formas. É por isso
que a ciência não encontrou, até hoje, as formas intermediárias entre duas espécies para
preencher o salto evolutivo ocorrido entre duas espécies semelhantes, cujo transformismo indica
a necessidade de uma forma intermediária. Mas, a procura de fósseis destas formas
intermediárias tem sido em vão. A pesquisa do "Elo Perdido" nunca encontrou nenhuma
evidência real dessas formas. Um exemplo bem conhecido são as aves que são consideradas
pelos cientistas como dinossauros terópodes derivados - uma ramificação muito especializada
desses dinossauros, entretanto não existem fósseis de transição. Isto se explica pelo fato de que
uma nova espécie já surgia totalmente modificada, sem passar por espécies intermediárias. Esta
é a razão porque não existem os chamados "Elos Perdidos". O transformismo se completa no
interior antes de se manifestar exteriormente nas novas formas. Quando uma espécie alcançava
o seu maior grau de evolução dava a origem a espécies novas muito diferentes das que lhe
deram origem. A evolução é interior; o transformismo não é comandado pela modificação
aleatória do DNA das espécies. O transformismo é realizado pelo psiquismo do ser que
comanda interiormente a modificação do DNA quando ele está evolutivamente maduro. Nos
hominídeos os espíritos que reencarnam escolhem por atração o seu perfil genético. Os pais são
escolhidos pelo espírito que reencarna pelo fato de serem portadores de genes que harmonizam
com a personalidade do ser humano que retorna à vida. Porém, quando o espírito é ainda
primitivo, - incapaz de escolher, por vontade própria, o seu perfil genético é conduzido
inconscientemente, pelas forças naturais, a se reencarnar através de pais que possuem uma
combinação genética condizente com o seu grau evolutivo.
Já se antevê nesta forma primordial da vida – o vórtice – a ação da lei das Unidades Coletivas
pois este primeiro organismo vivo é constituído por átomos enfileirados em torno de um eixo
com seus elétrons situados em órbitas em volta dele. O eixo deste sistema é a diretriz deste
proto-organismo devido a polaridade em seus extremos que possuem cargas elétricas opostas
(positiva e negativa). O pólo positivo, ou pólo de entrada onde se origina o princípio vital de
onde propaga a energia em forma de movimento. Já o pólo negativo, ou pólo de saída, é o local
onde o movimento se extingue. Os períodos construtivos e destrutivos podem assim ser vistos
pela alternância de polaridade. Há que se considerar ainda a Lei dos Ciclos Múltiplos (Cap. 27
da GS) que é o aspecto dinâmico da Lei das Unidades Coletivas. Os ciclos múltiplos
demonstram que os ciclos maiores são formados por ciclos menores e estes por ciclos ainda
menores e assim sucessivamente ad infinitum. O mesmo acontece com os ciclos maiores que
vão construir ciclos cada vez maiores. A figura é bem ilustrativa.