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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO E
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Organizador:
Prof. Fernando Octavio Barbosa de Almeida
Mestre em Educação (UEPA)
Licenciado Pleno em Pedagogia (UFPA)
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APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
EMENTÁRIO DA DISCIPLINA 04
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Portaria Ministerial - MEC n° 369 de 05/03/2001 (D.U.O) 06/03/2001
EMENTÁRIO DA DISCIPLINA
PÓS-GRADUAÇÃO
Núcleo Comum
O caráter do homem não é um mero dado biográfico, mas uma conquista histórica que
se repete a cada dia, com cada ser humano que, saltando para a vida, precisa, antes de mais
nada, aprender a viver. Distinto do que ocorre com os animais que, ao nascer, já trazem em
embrião todas as reações que os capacitam a sobreviver autarquicamente no meio natural, o
recém-nascido humano se caracteriza por extrema fragilidade e pela incapacidade de reação a
um ambiente, ainda que ligeiramente hostil ou indiferente. Todos nós já tivemos ocasião de
nos deliciarmos acompanhando os movimentos de um animal recém-nascido, principalmente
aqueles classificados como inferiores na escala animal. Sua autonomia de ação, sua
independência em relação á mãe (que, em geral, ele nem conhece), servem para nos lembrar
como é distinto o comportamento humano e mesmo o de alguns animais, mais ou menos
humanizados por uma longa convivência com o homem, como é o caso dos pequenos animais
domésticos de raça, ou mesmo dos cavalos de corrida, que exigem uma assistência quase
semelhante a que se dá a muitas crianças. O homem, ao nascer, se distingue por sua extrema
fragilidade e pela sua absoluta dependência em relação ao grupo que o cerca, como também
pelo tempo exageradamente prolongado de sua infância, a mais longa já observada entre
qualquer espécie animal conhecida.
Os casos registrados e devidamente estudados de meninos-lobos, isto é, de seres
humanos cuja infância transcorreu longe do convívio de seus semelhantes (geralmente
uniram-se com animais da selva), têm servido para esclarecer muitos pontos até então
obscuros acerca da natureza humana, mostrando, inclusive, o caráter não hereditário, não
biológico da nossa natureza social.
Tais crianças apresentam, com certa constância, algumas manifestações que ajudaram
a reformar velhas crenças e conceitos equivocados a respeitos de certas particularidades do ser
humano, quando posto em confronto com outros seres da escala biológica. Verificou-se, por
exemplo, que atos considerados os mais elementares e mesmo instintivos, como andar, rir,
chorar, se apresentavam entre estas crianças com características inteiramente incomuns,
tendendo a uma semelhança maior com os animais em cujo meio se criaram do que com os
outros seres de sua própria espécie. Também em relação a manifestações de sentimentos e de
emoções, tais crianças demonstravam uma total indiferença para com outros homens,
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2 CONDICIONAMENTO SÓCIO-CULTURAL
Embora as pessoas, de um modo geral, sejam bastante diferentes, por uma série de
razões, tais quais a carga genética, o ambiente especifico em que se desenvolvem, sua história
de vida etc., elas sempre apresentarão um grande conjunto de componentes comuns em suas
personalidades, quando membros de uma mesma cultura ou de uma mesma sociedade. A estes
componentes comuns, que formam uma configuração bem integrada, Relph Linton chamou de
personalidade Básico ou Modal.
Verificamos também, que, em toda sociedade, existem certas configurações de
respostas ligadas estritamente a um determinado segmento da população. Assim, praticamente
em todos os casos, diferentes padrões de comportamento são exigidos para homens e
mulheres, adolescentes e adultos etc., essas configurações de resposta, ligadas ao status,
podem ser designadas por Personalidade-Status. A pressão social para a adoção dos padrões
específicos de resposta de uma personalidade status é constante e a adesão a eles é
socialmente recompensada e o afastamento punido. Podemos dizer, simplificando, que a
personalidade consiste de todas as características organizadas que definem um indivíduo ou,
ainda, uma configuração de respostas que o indivíduo desenvolveu como resultado de sua
experiência. Estamos incluindo, pois, no concreto, todas as percepções, motivações, traços
hábitos, condicionamentos, valores, padrões de comportamento, crenças e expectativas de
sujeito.
Quando o indivíduo nasce, é apenas um organismo biológico que encontra uma cultura
já desenvolvida e bastante complexa, dentro da qual deverá integrar-se. Ele não dispõe dos
mecanismos inatos de respostas que o preparem para a sobrevivência – assim como os
animais têm os instintos – em seu meio, que é fundamentalmente um meio social. Deverá,
pois, adquirir um repertório de respostas, mediante a aprendizagem ambiental. E é através
dessa aprendizagem que ele vai desenvolver hábitos, atitudes, percepções, motivações, traços,
valores, filosofia da vida, crença, expectativas, padrões de comportamento, que determinação
não só a sua vida no grupo social (isto é, suas respostas externas), mas, inclusive, sua própria
vida psíquica. Assim, dentro de um contexto social haverá de emergir a personalidade
individual.
Embora cada desenvolvimento seja uma história, é certa que existem muitos fatores
semelhantes no desenvolvimento das crianças de qualquer sociedade. Dois fatores são citados
como desencadeadores de semelhanças nos ambientes de diversas crianças. Um deles é o
ambiente físico que atua, para todos, de acordo com as mesmas leis. Assim, todas as crianças,
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em contato com as realidades do mundo físico, aprenderão as mesmas coisas (não respirar
dentro d’água, não se aproxima do abismo, proteger-se das intempéries etc.).
Por outro lado, na mesma sociedade, padrões usuais de educação asseguram que
diferentes crianças estarão expostas às mesmas influências, quando atingem aproximadamente
a mesma idade. E não apenas a idade, em que determinados comportamentos são semelhantes
e requeridos, mas também as formas de ensinar são semelhantes no interior da mesma
sociedade. Esse processo pelo qual uma sociedade educa suas crianças a comportarem-se
como adultos é denominado socialização.
As influências exercidas pela cultura sobre o desenvolvimento da personalidade são de
duas ordens distintas. De um lado, temos influências resultantes do comportamento
culturalmente padronizado de outros indivíduos para com a criança. Começam elas a exercer-
se desde o momento do nascimento e são da maior importância durante a infância. De outro
lado, temos as influências que derivam da observação, pelo próprio indivíduo, dos padrões de
comportamento característicos de sua sociedade, ou da instrução que sobre estes foi fornecida.
Muitos destes padrões não o afetam diretamente, mas proporcionam-lhe modelos para o
desenvolvimento de suas respostas habituais a várias situações. Essas influências não têm
importância na primeira infância, porém continuam a afetar o indivíduo durante o resto de sua
vida. Quando, já adulto, ele se encontra diante de inúmeros problemas envolvidos na criação
de seus próprios filhos, recorre a essas memórias de infância como guias. Isto assegura que as
crianças nascidas numa determinada sociedade serão educadas da mesma maneira, geração
após geração.
Em seu processo de socialização, a criança deverá desenvolver a capacidade para
depender de si mesma, para controlar-se e até para castigar-se por transgressões. Os vários
estímulos, instigações e controles de comportamento, que inicialmente são realizados pelos
pais, deverão interiorizar-se de forma que o indivíduo atua como alguém que cuida de si
mesmo. Essa interiorização das regras sociais implica a identificação, que inclui a imitação do
comportamento, dos maneirismos e dos valores de outra pessoa.
A identificação começa com uma dependência preestabelecida e tem como
consequência: 1º) o desenvolvimento da consciência moral, que inclui a aquisição dos padrões
morais da cultura, a resistência à tentação para sua transgressão, a perturbação emocional e o
sentimento de culpa quando a transgressão é praticada; 2º) a aquisição dos papéis e dos
padrões de comportamentos adequados ao sexo; 3º) comportar-se como adulto, fazer
trabalhos de adulto, conseguir objetivos adultos.
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3 O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO
Talvez fosse mais lógico dizer que o homem é um animal gregário e não social, como
o fez Aristóteles. Ele se afilia aos seus congêneres por uma série de necessidades, mas não
possui, absolutamente, uma sociabilidade inata. Será, pois, através de um longo processo que
o homem aprenderá a se tornar social, isto é, capaz de verdadeira cooperação, contato,
interação, comunicação.
Como afirma Lauro de Oliveira Lima, “a sociabilidade não é um processo meramente
‘tangencial’, mas o que a caracteriza é a cooperação ou a capacidade de obter
cooperativamente um produto qualquer, e não se pode ser ‘social’ senão em vista de um fim,
razão pela qual o ato sexual, por exemplo, é um fenômeno de sociabilidade. O fato de os
homens, quando pressionados por necessidades vitais, passaram a viver em pequenos ou
gigantescos aglomerados não caracteriza uma ‘tendência à cooperação’, mas apenas mostra
que o homem pode aprender, quase sempre mediante coação, a cooperar, se é que se pode
chamar cooperação ao convívio forçado. Os atos de cooperação são geralmente impostos,
sobretudo pelos que tiram vantagens desta cooperação, como observa, por exemplo, nas
empresas”.
O simples fato, pois, de os homens viverem juntos não caracteriza uma verdadeira
sociabilidade e mesmo o fato de agregarem-se não é resultado de uma característica inata, de -
instinto ou de um savoir innés, mas simples fruto da necessidade, e a cooperação é, ainda
citando o mesmo autor, uma invenção e/ou descoberta progressiva transmitida às novas
gerações por imitação (hábito).
Vamos perceber que os grupos humanos, no decorrer da história, sofrem
transformações em uma direção evolutiva, tornando-se cada vez mais complexos e
diferenciados, passando por estágios de anomia e heteronomia, antes de alcançarem a
autonomia. Também no desenvolvimento da sociabilidade individual, podemos observar o
mesmo processo evolutivo.
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Anomia significa ausência de normas. Não há, porém, noticia de grupo humano que
tenha vivido anomicamente. Costuma-se, entretanto, chamar de período de anomia àquele em
que as regras são bastante precárias e baseadas principalmente no reforço negativo
(superstições, tabus etc.). O grupo só terá alcançado um estágio avançado de sociabilidade
quando for capaz de autogerir-se, auto-regular-se, auto-orientar-se, deliberando, pois, por si
próprio. Temos, então, a fase de autonomia. É bom lembrar que somente grupos autônomos,
compostos de indivíduos autônomos poderão viver um pleno processo de democracia.
“A história tem sido série infindável de experiências parciais e provisórias de
cooperação tendentes e um equilíbrio progressivamente ‘mais móveis, amplo, e estável’,
segundo Jean Piaget. Hoje, sabemos que o fundamental na educação das crianças, tanto do
ponto de vista intelectual quanto do ponto de vista afetivo, é sua socialização, segundo um
programa que vai da anomia, passando pela heteronomia à autonomia”.
Poderíamos afirmar que o processo de socialização é um processo de hominização. O
indivíduo parte de um estágio bastante primitivo, em que seu comportamento é semelhante ao
de quaisquer outros primatas, para estágios mais avançados em se torna capaz de um contato
verdadeiro com outros indivíduos, sentindo com ele, colocando-se em seu lugar e vendo as
coisas através de suas perspectivas pessoais. Isto é, ele se torna capaz de amar ablativamente,
cooperar, compreender, acolher e respeitar o espaço do outro. Passa, também, a ter condições
de agir e deliberar de acordo com um código de valores por ele construído, ao longo de suas
vivências, e não mais pressionado pelas forças sociais externas.
Hominizar é, pois, simplesmente socializar. É “fazer o projeto de homem alcançar,
progressivamente, a configuração de ‘homem’, segundo o melhor parâmetro que o ser
humano tenha alcançado”. Seria interessante deixar bem claro que o indivíduo realmente
socializado é aquele capaz de uma verdadeira interação, que compreende uma relação em
nível horizontal, onde há reciprocidade, gratificação e respeito mútuos e um autêntico
compartilhar de sentimentos e situações, sem perda da identidade e da consciência.
Lauro de Oliveira Lima levanta a questão: “Por que há tão pouca interação, apesar de
haver tanta ‘participação’?” e responde: “Porque a interação exige condições psicológicas que
só aparecem nos estágios avançados de desenvolvimento mental. Para haver uma interação
entre A e B é necessário que ambos sejam capazes de ver o ponto de vista do outro, quer
dizer, é preciso haver ‘reversibilidade’”. E continua: “Mas, para que haja cooperação
(socialização), não é suficiente a reversibilidade. Antes, é preciso que os indivíduos em
interação sintam-se no mesmo plano, substituindo pelo respeito mútuo o respeito unilateral,
típico da dominação entre pai e filho. Finalmente, os indivíduos que vão entrar em interação
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devem ter objetividade, isto é, não devem ser dominados por ilusões ou pelo fogo simbólico,
mas estabelecer um código de comunicação que tenha a mesma tradução para os dois sem o
que a comunicação é impossível. Raramente um diálogo, ou o que se denomina comumente
de diálogo, é verdadeira comunicação pois, quase sempre, o interlocutor apenas está à espera
que seu companheiro se cale para dizer o que pretende. Na comunicação, quando um
interlocutor fala, o outro esquece de si mesmo e coloca-se em consideração, porque entendeu
tudo o que o outro disse”.
Pode-se concluir do exposto que a maioria das pessoas, embora já adultas e maduras,
encontra-se ainda em um grau muito grande de atraso no processo de socialização, incapazes
que são de relacionarem-se autenticamente e cooperarem espontaneamente. O objetivo maior
da Educação deverá ser, pois, tornar os indivíduos plenamente Pessoas, expandindo, ao
infinito, as potencialidades presentes no “projeto” Homem.
4 ATITUDES
Portanto, podemos supor que, uma vez estabelecido, o marco de referência terá um
efeito seletivo não unicamente na aprendizagem, mas também no esquecimento. Desse modo
alinhamos as provas que apóiem nossos preconceitos e resistimos vigorosamente a quaisquer
observações que tendem a destruí-los. Uma vez estabelecido um cômodo equilíbrio,
resistimos comumente a todo fator que possa alterá-lo.
Uma atitude específica se desenvolve: a) ao formar-se o percepto de um objeto
distinto, identificável e b) ao adotar-se uma orientação emocional consistente a respeito de tal
objeto. Se isso ocorre na infância é provável que as primeiras atitudes observáveis sejam
radicais, devido à intensidade relativa das emoções infantis. Da mesma maneira que uma
criança, na fase do complexo de Édipo, expressa o desejo de que seu pai morra, pode,
também, desejar a exterminação de todos os negros, os capitalistas ou alemães, quando adota
uma atitude hostil para qualquer desses grupos.
Ao que parece, poucas atitudes se adquirem de experiência direta com o objeto
envolvido. Comumente a criança adquire uma definição favorável ou desfavorável de um
conjunto de seus próprios grupos de referência, primordialmente sua família.
Deve-se observar que algumas dessas mesmas influências favorecem a situação de
bode expiatório no sentido de que proporcionam indícios mediante os quais a criança chega a
identificar certos grupos como objetos próprios para a agressão. Os pais e as escolas como
objetos próprios para a agressão. Os pais e as escolas manipulam contos folclóricos e
distinções tradicionais, donde se sugere que os estrangeiros, os membros de grupos religiosos
distintos e os membros de outras raças são maus; portanto, é muito provável que a criança
comum tenha muitas oportunidades de adquirir estereótipos negativos para com grupos
minoritários; ou seja, é preparada psicologicamente a que canalize a hostilidade contra esses
grupos quando se a frustra e o agente frustrante é tão poderoso que a criança não se atreve a
atacá-lo ou mesmo imaginar fazê-lo.
Esse ponto de vista sustenta que as atitudes sociais obtêm sua força dinâmica da vida
emocional pessoal dos indivíduos e que seus entusiasmos, preconceitos e lealdade para com
as instituições são canais mediante os quais as emoções se vinculam a símbolos e não a
indivíduos específicos. Podemos, porém, concluir que o preconceito de um modo geral é a
atitude que mais governa as percepções e os comportamentos dos indivíduos, é um
julgamento que tem pouca ou nenhuma base em fatos; é um julgamento irracional, baseado na
emoção e reforçado pela Cultura.
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5 CONTROLE SOCIAL
Chamamos de controle social à soma de processos de que lança mão a sociedade para
obter dos indivíduos e grupos que a constituem uma conduta enquadrada nas expectativas
gerais do comportamento. É em torno destas expectativas que se origina a nossa vida de
relação, isto é, nossa conduta está basicamente condicionada por aquilo que o grupo espera de
nós. As respostas às expectativas do grupo surgem na criança a partir de seus contatos iniciais
com a família, logo nas primeiras semanas de vida, muito embora, na maioria das vezes, nem
mesmo os adultos tenham consciência do significado profundo desta fase de iniciação social.
Durkheim atribuía tanta importância a esta coação do grupo sobre os indivíduos que
chegou a caracterizar o fato social pela coercividade, isto é, pela pressão que o social exerce
sobre as consciências individuais. Se analisarmos os modos pelos quais se expressa esta
necessidade de amoldar a conduta dos indivíduos às regras do jogo social, veremos que o
controle social atua sob uma infinidade de formas, as quais se manifestam por diferentes graus
de intensidade, desde os usos mais corriqueiros, seguindo pelos costumes solidamente
implantados no grupo, até as instituições e as leis, podendo estas últimas atingir formas de
externa violência, inclusive a prisão perpétua e a própria pena de morte.
A existência desta gradação, na aplicação do controle social, levou muitos sociólogos
a classificar seus diferentes tipos em dois grandes grupos: controles do tipo persuasivo e
controles do tipo coercitivo.
Entendemos por controles persuasivos todos os meios de que o grupo lança mão para
impor suas exigências, sem recorrer ao uso da força ou da violência ostensiva. A maior parte
das técnicas que se enquadram neste tipo são usadas inconscientemente pelo grupo e seu
ajustamento e elas também se faz de modo inconsciente. Por exemplo, quando a mãe de uma
jovem recomenda-lhe que não chegue tarde da noite em casa porque os vizinhos podem
murmurar, nem a mãe e nem filha têm consciência de que está em jogo uma das mais velhas
técnicas de controle social, baseada no medo do falatório, do mexerico capaz de difamar a
jovem e torna-la indesejável aos olhos do grupo. Os provérbios, os ditos populares, de tão
largo uso entre as camadas populares, são outro exemplo de um mecanismo de controle social
persuasivo, através do qual as pessoas mais simples vão buscar, na tradição oral, respostas a
questões de difícil solução no plano da explicação teórica.
Quando os mecanismos de controle do tipo persuasivo perdem sua eficiência tendem a
ser invocados os de tipo coercitivo. Estes se caracterizam pelo uso, não da sugestão ou da
argumentação, mas da força e da violência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, ? Introdução à Sociologia da Educação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2000.
TELES, Maria Luiza Silveira. Curso Básico de Sociologia da Educação. 2.ed. Petrópolis:
Vozes, 1998.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
“[...] a maioria das pessoas, embora já adultas e maduras, encontra-se ainda em um grau muito
grande de atraso no processo de socialização, incapazes que são de relacionarem-se
autenticamente e cooperarem espontaneamente. O objetivo maior da Educação deverá ser,
pois, tornar os indivíduos plenamente Pessoas, expandindo, ao infinito, as potencialidades
presentes no ‘projeto’ Homem”.
Com base nesta afirmação, responda: O que é Educação? Qual o seu o maior objetivo?
Explique o que é o projeto” Homem?
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EDUCAÇÃO E ESCOLA
1 O QUE É EDUCAÇÃO
A educação é uma das atividades básicas de todas as sociedades humanas, pois elas
dependem, para sobreviver, da transmissão de sua herança cultural aos mais jovens. Toda
sociedade, portanto, utiliza os meios que julga necessários para perpetuar sua herança cultural
e treinar os mais jovens nas maneiras de ser e pensar do grupo.
A educação visa transmitir ao indivíduo o patrimônio cultural para integrá-lo na
sociedade e nos grupos em que vive. Ela tem por objetivo, portanto, ajustar os indivíduos à
sociedade, ao mesmo tempo em que desenvolve suas potencialidades e a própria sociedade. A
criança, por exemplo, se torna socializada desde pequena, porque aprende as regras de
comportamento do grupo em que nasceu.
2 FORMAS DE EDUCAÇÃO
3 A ESTRUTURA DA ESCOLA
Considerada como uma reunião de indivíduos com objetivos comuns, num processo de
interação continua, a escola é um grupo social. Mas pode também ser vista como uma
instituição, ou seja, um conjunto de normas e procedimentos padronizados, altamente
valorizados pela sociedade, cujo objetivo principal é a socialização do indivíduo, a
transmissão de aspectos determinados da cultura. Como grupo social, a escola pode ser vista
como um conjunto de alunos, professores e funcionários que desenvolvem um processo
contínuo de cooperação, com o objetivo primordial de transmitir cultura.
No estudo da estrutura da escola, percebemos a coexistência de dois grupos distintos,
mas interdependentes: os educadores e os educandos. Os educadores (diretor, professores,
orientadores e auxiliares) representam um grupo maduro, de idade mais avançada, geralmente
integrados aos valores sociais vigentes. Sua tarefa principal é transmitir aos educandos tais
valores sociais. Esse grupo possui status que lhe permite dirigir a aprendizagem, impor
normas e exercer liderança sobre os alunos.
Além desses dois grupos básicos, é possível identificar na escola vários outros: grupos
de idade e sexo (adultos, crianças e jovens, meninos e meninas), grupos associativos (que se
formam entre os alunos no dia a dia da escola) e grupos de ensino (classe).
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4 GRUPOS ASSOCIATIVOS
São de três tipos: grupos recreativos – reúnem-se para brincadeiras, jogos em equipe,
disputas etc.; grupos intelectuais – reúnem-se para estudar, discutir assuntos tratados em aula
etc; grupos cooperativos – formam-se para atender-se a necessidades ou desejos dos
indivíduos, que não se enquadram nos objetivos dos tipos grupos de ensino.
O típico grupo de ensino é a classe. As classes são grupos artificialmente formados,
uma vez que alunos e professores não participam deles por escolha própria, mas por
designação da administração; além disso, seus membros, pelo menos no início, são
desconhecidos uns dos outros. Em cada sala de aula reúne-se uma classe, e os alunos estão
sujeitos a horários fixos e programas determinados, devendo frequentar obrigatoriamente as
aulas e submeter-se à verificação de aproveitamento. Com o tempo, a solidariedade entre os
alunos e entre estes e os professores facilita a tarefa comum de transmissão de conhecimentos
e desenvolvimento da sociabilidade.
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo especial a
que a criança, particularmente se destina”.
Dewey, definiu a educação como a “soma total de processos por meio dos quais, uma
comunidade ou um grupo social, pequeno ou grande, transmite seu poder adquirido, seus
propósitos, com o objetivo de assegurar sua própria existência continua e seu
desenvolvimento”. É a educação, uma contínua reorganização e reconstrução da experiência.
Os fins da educação identificar-se-iam com os meios, do mesmo modo que os fins da vida se
identificam com o processo de viver. Um eterno educar. Uma permanente transmissão de
valores seria o característico da vida social. “Educação é transmissão e comunicação no
sentido mais amplo possível”. A sociedade não só assegura a sua continuidade por
transmissão, por comunicação, como sua própria existência se traduz em transmitir, em
comunicar. “Toda educação é social, sendo como é, uma participação, uma conquista de um
modo de agir em comum”.
A natureza social do fenômeno da educação, parece tornar-se evidente, de acordo com
a moderna conceituação. Consiste na aquisição de indivíduos e gerações ao meio social. É um
trabalho tão velho como a sociedade humana, no dizer de Case, e tão largo como a
humanidade. É um processo social universal, pois é impossível admitir-se grupo social, por
mais simples que seja, onde não haja, pelo menos, uma rudimentar transmissão de
conhecimentos, a fim de manter a unidade do grupo.
uma economia de energia formidável, que será aproveitada no desenvolvimento social. Quão
diferente seria, se não havendo essa acumulação, cada geração tivesse de começar sempre de
novo; não apenas a cultura apresentaria um stock modestíssimo, como a estrutura social
ressentir-se-ia da falta de continuidade, mantendo-se apenas num aparente equilíbrio de
segmentos atomizados, prestes a desfazer-se, a desmoronar.
Evidentemente esta acumulação de dados culturais que a educação produz, tem uma
direção. Surge-nos então, a noção de desenvolvimento, evolução, ou progresso – esse uma
herança do positivismo e um valor social universal.
Três expressões têm sido indistintamente empregadas: mudança social, evolução e
progresso social. Entendemos que, não mudança as partes tornam-se diferentes, há uma
diferenciação, simplesmente; por evolução, entendemos uma conexão causal na série. Este é o
progresso dos evolucionistas; o que importa é a direção. No progresso, há a ideia de melhor.
Parece ser, portanto, um conceito subjetivo, a mercê de toda a forma de etnocentrismo,
implicando na realidade, juízos de valor.
A sociedade é essencialmente criadora de ideias, afirmava Emile Durkheim. E Bouglé,
insistia na objetividade dos valores – objetivos porque imperativos e imperativos porque
coletivos – como expressão de uma experiência vivida. A relatividade, entretanto, não pode
ser posta em dúvida: imperatividade, coletivismo, experiências, são modelados no “nosso
grupo”, sempre em oposição ao grupo “dos outros”.
Case, já citado, procura dar certa objetividade na conceituação do “progresso social’.
“O homem goza uma expansão de suas funções e poderes está realmente fazendo progresso
quando suas atividades tendem em conjunto, para uma maior utilização produtiva do mundo
circundante, uma mais equitativa distribuição das vantagens resultantes, uma mais adequada
apreciação de todos os conhecimentos e valores da experiência individual e coletiva”. O
progresso é assim essencialmente democrático e universal e constituído pelos subprocessos de
utilização, igualdade e apreciação.
Para Emilio Willems, haverá progresso, quando houver acumulação de dados sócio-
culturais, mudanças e um aumento de controle sobre o meio. São, evidentemente, tentativas
de subtrair a conceituação de progresso do âmbito dos juízos de valor. Mas, se a educação
concorrendo para a acumulação cultural contribui para o progresso, a escola ou educação
institucionalizada, é por natureza conservadora, agindo mais como um aparelho registrador
das experiências bem-sucedidas e, às vezes, entravando o progresso.
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O predomínio dos velhos neste setor, torna a escola geralmente resistente às inovações
– essas só penetram no currículo com dificuldade e hostilidade ou quando uma revolução põe
nos postos-dirigentes as gerações novas.
Qualquer interação, tem um efeito educativo, pois aquele que comunica, muda a se
transforma no esforço, para formular sua própria experiência e o que recebe a comunicação
tem uma nova experiência que lhe pode transformar a própria natureza. A própria experiência
já é interação entre um organismo e o meio ambiente.
Verificam-se também, no processo educativo, as variedades de processos sociais,
como competição, conflito, cooperação, assimilação, etc. a competição, felizmente, é na
maioria das vezes, um incentivo e estímulo. A acomodação do indivíduo ao grupo, por
tolerância ou compromisso, pode ser ativa ou passiva. No primeiro caso, há reação por parte
do educando, como nas escolas renovadas e, no segundo caso, é o domínio do “magister
dixit”, praticamente ainda dominante. O processo de repetição, é a causa da conservação dos
costumes e tradições e também de progresso; no primeiro caso é a recorrência aos modelos
antigos e no segundo, a modelos novos. Os efeitos educativos de formas de interação social,
como a imitação, sugestão, simpatia e controle social, serão abordados em capitulo a parte.
E ainda, relações educacionais em face das relações:
1- A relação pedagógica como relação social. As relações entre educadores e
educandos, sejam indivíduos, grupos, classes ou gerações, assumem todos os característicos
que os demais processos sociais costumam assumir.
2- Derivação da relação sociais quaisquer, da relação sociais não educativas. As
relações não-pedagógicas (pais-filhos, parentais, etc.) podem assumir um caráter pedagógico
seja pela intervenção ativa e consciente de um lado, nos modos de pensar e agir do outro, seja
pela orientação passiva do comportamento segundo os padrões do grupo, indivíduos ou
classes, considerados como superiores.
3- Derivação de relações sociais quaisquer, da relação pedagógica. As relações
educandos-educadores são fatos associativos, mas que existem somente aonde ideias e
intenção pedagógica vieram interferir na estruturação sociológica. Assim, escolas, classes, são
agregados, mas que recebem seu estímulo pela ideia educativa – representam o processo
educativo cristalizado em agregados sociais. A especificidade do fim educativo imprime seus
caracteres à relação social e esta varia em razão daquela.
4- A educação como esfera de uma sociabilidade especifica, condicionando a
formação e organização de grupos representados por: a) educadores-educandos (classes,
escolas, etc.); b) educadores (associações, sindicatos); c) educandos (grêmios, associações
recreativas, etc.); d) pais e mestres (associações destinadas à cobertura do grande hiato entre a
escola e a família); e) antigos alunos (associações com o fim de alimentar o coleguismo
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nascido nas salas de aula e fazer com que os alunos mantenham sempre uma certa ligação
com escola).
5- Influência dos valores pedagógicos na estrutura social. O grupo profissional
pedagógico surgiu também, em função da divisão de trabalho. Inicialmente, pode-se dizer que
a história da educação, seria a própria história da comunidade. O processo dar-se-ia,
participação direta na vida comunitária, processo assistemático, sem órgãos especiais, pela
imitação, sugestão, ascendência dos velhos, costumes, religião, etc. A acumulação cultural
exigiu, contudo, um trabalho mais importante. Nem todos os membros da comunidade
estavam em condições de dominar toda a cultura e transmiti-la integralmente aos imaturos. A
especialização da função de transmissor de cultura impos-se como um imperativo na defesa
da herança cultural; especialização individual, inicialmente; com o enriquecimento
progressivo, a especialização de grupo, depois estratificação, subgrupos, estatutos, etc.
Esses valores, são relativos no tempo e no espaço, mas alguns, pela persistência no tempo e
dominação no espaço, adquirem certo grau de universalidade – dizemos que os valores são
universais. Entre os valores sociais, da nossa época, podemos destacar: segurança, justiça,
bem-estar físico, bem-estar econômico, riqueza, conhecimento, beleza, religiosidade,
convívio, etc. indivíduos e grupos procuram sempre a aprovação social, envidando esforços
para que seus comportamentos estejam de acordo com os valores sociais, e, a expectativa
geral, é que isto aconteça; no caso contrário, segue-se imediatamente a desaprovação, tomada
de consciências, de que alguma coisa está falhando. No caso de reincidências, pode surgir um
problema social. Por tateamento, o senso comum, começa a fazer o seu diagnóstico, sempre
com alguma parcela de verdade, pois se trata de experiência coletivas, sensibilidades feriadas
por uma expectativa frustrada.
A função social da educação está evidentemente em preparar indivíduos que
contribuam para a eficiência social, em alguns ou muitos sentidos. A educação é, portanto, um
dos meios da eficiência social. A educação como processo visando a eficiência social, escreve
Sneeden, “o processo envolve tal previsão de fins e propósitos e tal acumulação de herança
social, que a torna virtualmente impossível às espécies não humanas”. A escola é apenas uma
das fontes da educação, pois outras agências funcionam e o próprio indivíduo vai se
educando. O processo educativo é intencionalmente social, muito embora, os indivíduos nem
sempre tenham consciência dessa intencionalidade. A educação é a regulação do
desenvolvimento natural, ela não cria, acumula, dirige, canalisa, suprime.
Há uma série de informações de etnólogos que devem ser consideradas com referencia
à eficiência social da educação nas sociedades pré-letradas: a instituição do tabu, os mistérios,
a tortura, o fato de a iniciação deixar de ser exclusivamente relacionada à puberdade, para ter
função eminentemente social e educativa; na África, em certa tribo, a iniciação foi antecipada,
para que as crianças recebessem certos ensinamentos antes que fossem entregues aos
missionários. Nas sociedades modernas, o contínuo reajustamento dos sistemas educacionais.
Com referência à educação atual, seria melhor, lembra Sneeden, que analisássemos
certas proposições como:
a) Quais os constituintes do bem-estar da família? Os pais com educação elementar
são mais bem sucedidos?
b) Em que consiste a felicidade da nação? De que maneira contribui a educação?
c) A educação mais disseminada poderia evitar uma série de conflitos sociais
atualmente generalizados?
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11 LIMITAÇÕES DA EDUCAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, ? Introdução à Sociologia da Educação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2000.
TELES, Maria Luiza Silveira. Curso Básico de Sociologia da Educação. 2.ed. Petrópolis:
Vozes, 1998.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
adulto vai sendo incorporada pela criança e o seu comportamento passa a ser, então, orientado
por uma fala interna, que planeja a sua ação. Nesse momento, a fala está fundida com o
pensamento da criança, está integrada às suas operações intelectuais.
Reconhece-se, dessa maneira, que as pessoas, em especial as crianças, aprendem
através de ações partilhadas mediadas pela linguagem e pela instrução. A interação entre
adultos e crianças, e entre crianças, portanto, é fundamental na aprendizagem. A Psicologia da
Aprendizagem, aplicada à educação e ao ensino, busca mostrar como, através da interação
entre professor e alunos, é possível a aquisição do saber e da cultura acumulados.
O papel do professor nesse processo é fundamental. Ele procura estruturar condições
para ocorrência de interações professor-alunos-objeto de estudo, que levem à apropriação do
conhecimento. De maneira geral, portanto, essa visão de aprendizagem reconhece tanto a
natureza social da aquisição do conhecimento como o papel preponderante que nela tem o
adulto. Estas considerações, em conjunto, têm sérias implicações para a educação: procede-se,
na aprendizagem, do social para o individual, através de sucessivos estágios de internalização,
com o auxílio de adultos ou de companheiros mais experientes.
1 APRENDIZAGEM
Tais inteligências devem ser estimuladas de forma que o indivíduo não tenha nenhuma
área latente. O aprimoramento inteligível a partir da ativação das inteligências acontecerá de
maneira espontânea resultando dos estímulos recebidos, sendo que todos os estímulos são
arquivados, catalogados e analisados pela memória. Quando precisamos lembrar algo
puxamos pela memória para acessarmos o arquivo pretendido.
2 MEMÓRIA
Soraya Grams da Silva
(Disponível em: http://www.monografias.brasilescola.com/psicologia/memoria.htm)
Um dos fatos mais curiosos com relação à memória é a ilusão do déjà-vu (o já visto),
em que uma pessoa tem a falsa impressão de familiaridade com situações que, no entanto, são
vividas pela primeira vez. Estudiosos da memória ainda buscam uma explicação para o
fenômeno.
Memória é a capacidade da mente humana de fixar, reter, evocar e reconhecer
impressões ou fatos passados. A função de lembrar e sua oposta, esquecer, são normalmente
adaptativas. O aprendizado, o pensamento e o raciocínio não seriam possíveis sem a memória,
mas a capacidade de esquecer também tem muitas funções. Serve como referência de tempo
(pois as lembranças tendem a se tornar mais difusas com o passar do tempo), como
instrumento de adaptação a novos aprendizados (pela supressão de antigos padrões) e ainda
como forma de aliviar a ansiedade decorrente de experiências dolorosas.
Os primeiros estudos experimentais sobre a memória foram realizados pelo psicólogo
alemão Hermann Ebbinghaus. No fim do século XIX, ele planejou e executou experiências
sobre o aprendizado de sílabas sem sentido (a fim de reduzir a interferência do significado nos
processos de retenção), que lhe permitiram avaliar a capacidade e o tempo de armazenamento
da informação, bem como a facilidade de recuperação do material armazenado.
O britânico Frederic C. Bartlett, ao contrário de Ebbinghaus, trabalhou com material
significativo: formas, fotografias, figuras que sugeriam objetos etc. Sua hipótese básica afirma
que a pessoa só retém esquemas muito gerais daquilo que experimentou anteriormente. O
processo de evocação seria, assim, melhor definido como processo de reconstrução.
Também na psicanálise se elaborou uma teoria da memória. Para Sigmund Freud, o
mecanismo da recuperação da informação e, principalmente, o fenômeno do esquecimento
teriam como causa um fator repressivo de caráter inconsciente. De fato, muitas das técnicas
psicanalíticas são destinadas a desfazer esse bloqueio repressivo que impede o acesso a
32
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
O quadro 01 apresenta uma síntese das teorias da aprendizagem. Dentre as dez teorias
apresentadas, serão discutidas, neste texto, apenas as três teorias psicológicas interacionistas
que mais repercussão tiveram no estudo do desenvolvimento infantil (humano) e, por
consequência, na elaboração de teorias aprendizagem e os fatores que interferem na aquisição
e/ou construção do conhecimento. São elas as teorias de Piaget, Wallon e Vygotsky.
Na psicologia do desenvolvimento, o interacionismo ofereceu muitas respostas às
lacunas deixadas pelas teorias comportamentais e inatistas, ao partir do pressuposto de que o
sujeito interage ativamente com o meio e que este modifica aquele em função de sua ação.
Isto favoreceu, para os educadores condições de pensar em recursos e técnicas que pudessem
estimular a aquisição e/ou aprendizagem da criança ou adulto.
Todavia, a abordagem interacionista, não se constitui como um todo homogêneo em
que todos os teóricos partilham de uma mesma concepção do termo interação. Dessa forma,
Piaget refere-se ao meio, como condição para o desenvolvimento cognitivo, mas centraliza
sua explicação nos mecanismos de coordenação entre as ações da criança sobre o mundo,
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1 JEAN PIAGET
A teoria piagetiana é classificada como interacionista, uma vez que entende o processo
de aquisição de conhecimento como derivado das múltiplas interações realizadas pelo sujeito
com os objetos do meio no qual está inserido. Outro fator marcante na construção da teoria
piagetiana fora a observação feita pelo autor de suas filhas, podendo assim pesquisar de perto
o desenvolvimento da inteligência humana (BESSA,2006)
Segundo definição de Piaget (2004):
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Outra marca deste estágio é o egocentrismo infantil, mas já age por simulação, possui
percepção global, deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos, distingue fatos de
fantasias (BESSA, 2006; PINA, 2007).
c) Estágio Operatório- Concreto (7 – 12 anos)
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, já
sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a
uma representação imediata, mas ainda depende do modo, concreto para chegar à abstração.
d) Estágio Operatório – Formal ou Lógico-Formal (12 anos em diante)
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais à
representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de
pensar em todas as relações possíveis logicamente, buscando a partir da hipótese e não apenas
pela observação da realidade.
Neste estágio, a criança aplica o raciocínio lógico nos problemas, além disso, outro
fator relevante é a atuação autônoma do sujeito e a capacidade de agir tanto
independentemente e mentalmente quanto fisicamente.
A contribuição de Piaget para educação (Pedagogia) tem sido, até os dias atuais,
inestimável, sobretudo devido às indicações sobre os estágios adequados para serem
ensinados determinados conteúdos às crianças, sem desrespeitar suas reais possibilidades
mentais, ou seja, de acordo com seu desenvolvimento intelectual e afetivo.
Outro fator argumentado na teoria de Jean Piaget se faz junto a importância da
aplicabilidade no período pré-escolar. Além disso, o autor indica questões importantes para
uma possível aplicação da teoria piagetiana na pedagogia. Segundo Piaget, a criança pré-
escolar encontra-se em uma fase de transição fundamental entre a ação e a operação, ou seja,
entre aquilo que separa a criança do adulto. Além disso, é uma fase de preparação para o
período seguinte (operatório concreto).
Lev S. Vygotky, nasceu na cidade de Orsha, próxima a Minsk, capital de Biealarus (da
antiga União Soviética), em 17 de novembro de 1896, filho de judeus de posses lhe rendeu
uma formação cultural e intelectual excelente.
Vygotsky criou um laboratório de psicologia na escola de formação de professores de
Gomel e participou da criação do Instituto de Deficiências, em Moscou, fez parte de vários
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grupos de estudos, fundou uma editora e uma revista literária, coordenou o setor de teatro do
Departamento de Educação de Gomel.
Segundo Oliveira (1993):
Vygotsky, convivia desde 1920 com a tuberculose que lhe levaria a morte em 1934,
antes de completar 38 anos, em consequência de sua doença, parte de sua produção
intelectual não fora criada de forma escrita, mas sim oralmente e ditados à outra
pessoa que os copiava, ou anotados taquigraficamente durante suas aulas ou
conferências.
A ZDP é constituída pelo conjunto de funções que amadureceram e que ainda estão
em fase embrionária. Em diferentes momentos, Vygotsky ressalva que o
aprendizado é construído nas relações sociais. O contato com a realidade, com os
instrumentos, com o trabalho, em especial com outras pessoas, é fundamental na
construção do conhecimento e do sujeito psicológico.
3 HENRI WALLON
entanto, por volta de um ano, essa exploração dos objetos evolui para uma capacidade de
coordenação dos movimentos próprios aos dos objetos, o que possibilita uma previsão e
confrontação de meios e objetivos; nasce assim, uma intencionalidade objetiva, voltada, não
ao meio social, mas às coisas. As atitudes imitativas também terão papel importante para a
formação dessa intencionalidade.
c) Personalismo
Este estágio estende-se entre três e seis anos, onde o processo de formação da
personalidade é o centro deste estágio. A criança inicia o pensamento por si mesma de acordo
com as relações sociais que possui, com o meio social a qual faz parte, com predominância da
afetividade novamente, pode-se afirmar que o personalismo se constitui como uma relação
sólida de afeto, entre a criança e o outro.
d) Categorial
Inicia-se aos seis anos, com a função simbólica consolidada e personalidade
diferenciada. Em função do estágio do personalismo, a um grande avanço da inteligência,
interesse de compreender o mundo fica aguçado, conduzindo a criança a uma maior
exploração do mundo exterior, imprimindo suas relações com o meio e preponderância do
aspecto cognitivo.
e) Adolescência
Neste estágio, existe a necessidade de afeto e uma nova definição do que envolve a
personalidade. Há rompimento na tranquilidade, desestruturação desta nova definição em
decorrência as modificações sofridas pelo físico em decorrência das alterações hormonais e,
novamente tem-se o retorno da afetividade.
A sucessão dos estágios se dá pela substituição de uma função por outra, extinguindo
algumas e conduzindo / orientando outras a novas formas de relação. A mudança de cada
estágio representa uma evolução mental qualitativa por caracterizar um tipo diferenciado de
comportamento, uma atividade predominante que será substituída no estágio seguinte, além
de conferir ao ser humano novas formas de pensamento, de interação social e de emoções que
irão direcionar-se, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade
exterior.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, J. Mesquita de. Dicionário Prático da Língua Portuguesa. 5. ed. São Paulo:
Globo, 1950.
PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. 24. ed. Rio de janeiro: Forense Universitária,
2004.
PINA, Ione Lima. Dificuldade de Aprendizagem. Belém-Pará: ULBRA – Polo Belém, 2007.
SUGESTÃO DE ATVIDADE
A teoria piagetiana é classificada como interacionista, uma vez que entende o processo
de aquisição de conhecimento como derivado das múltiplas interações realizadas pelo sujeito
com os objetos do meio no qual está inserido. Outro fator marcante na construção da teoria
piagetiana fora a observação feita pelo autor de suas filhas, podendo assim pesquisar de perto
o desenvolvimento da inteligência humana (BESSA, 2006)
A importância do papel do outro social é relevante na visão de Vygotsky na medida
em que traz à tona um conceito de sua teoria nas relações entre desenvolvimento e
aprendizado: o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
Wallon colheu material para o desenvolvimento de sua teoria a partir de observações
de feridos de guerra com lesões cerebrais e de crianças com anomalias psicomotoras, em
geral. Preocupado em estudar objetivamente a consciência, procurou compreender o
desenvolvimento psicomotor humano numa perspectiva psicogenética. Para tanto, estudou os
distúrbios do desenvolvimento psicomotor e mental da criança e estabeleceu comparações
com o mundo animal e a história da humanidade.
Com base nestes enunciados, explique quais as bases principais das teorias de: Piaget,
Vygotsky e Wallon. Qual a importância de cada uma e as diferenças básicas entre elas.
44
BARBOSA, Jane Rangel Alves. Didática do Ensino Superior. Curitiba – PR: IESDE, 2005.
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação Inclusiva e Escolarização dos Surdos. São
Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2001 (texto mimeo)
_____. Diversidade, deficiência e educação. Revista Espaço, Rio de Janeiro: MEC/ Instituto
Nacional de Educação de Surdos - INES, 1999.
CANZIANI, Maria de Lourdes. Escola para todos: como você deve se comportar diante de
um educando portador de deficiência. Brasília: CORDE, 1993.
GARCIA, Lenise Aparecida Martins. Competências e Habilidades: você sabe lidar com
isso? Brasília –DF: UNB, 2005. (texto mimeo )
MAKIGUTI, Tsunessaburo. Educação para uma Vida Criativa. 2. ed. (trad.) Eliane
Carpenter Fraga Lourenço. Rio de Janeiro: Record,1994.
MINAYO, Maria Cecília de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.2. ed. Rio
de Janeiro: Vozes, 1994.
PRESTES, Irene Carmem Piconi; SILVA, Maria de Fátima Minetto Caldeira. Conceito de
Currículo e Considerações Gerais. In.: Currículo Estruturado: implementação de programas
pedagógicos. Curitiba: IESDE, 2004.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
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CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO E PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
C. H. PRESENCIAL: 12H C. H. DISTÂNCIA: 08H
PROFESSOR(A): FERNANDO OCTAVIO BARBOSA DE ALMEIDA
ROTEIRO DE PROJETO-PEDAGÓGICO
EQUIPE:
- Nome completo de cada integrante em ordem alfabética
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TÍTULO:
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JUSTIFICATIVA:
- Qual a situação-problema a ser combatida no projeto?
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OBJETIVOS:
- No máximo 03 frases iniciadas com verbo no infinitivo.
Ex.: Proporcionar, Promover, Oportunizar, Identificar, Entender, Apontar.
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REFERENCIAL TEÓRICO
- Citações de textos do material da disciplina para fundamentar o tema do projeto.
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METODOLOGIA:
- Lócus do projeto: em que turma/escola o projeto será desenvolvido?
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RECURSOS:
- Materiais utilizados para desenvolver o projeto
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AVALIAÇÃO:
- De que forma o projeto será avaliado para verificar se os objetivos foram atingidos?
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