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Morri em Vida
Morri em Vida
Naquele dia, a apresentadora, de 49 anos, fez uma mamografia, como era rotina a
cada ano.
No entanto, desta vez, os médicos disseram que ela tinha um câncer de mama triplo
negativo — um dos cânceres mais agressivos e difíceis de tratar.
O programa tem causado todo tipo de reação no Chile, inclusive algumas críticas por
não refletir como a doença é tratada na rede pública do país. Houve também quem
tenha acusado Claudia Conserva de supostamente "lucrar" com sua doença.
Uma delas foi a apresentadora da BBC Deborah James, que, após ser diagnosticada
com câncer de intestino em 2016, tornou-se uma ativista contra a doença —
arrecadando dinheiro para pesquisas científicas e campanhas de conscientização.
James morreu em junho do ano passado.
Diagnóstico
Claudia Conserva iniciou sua carreira na televisão no Chile em 1990, quando tinha
apenas 16 anos.
Assim, quando ela divulgou publicamente seu diagnóstico de câncer de mama por
meio do Instagram, houve forte comoção.
Após ser diagnosticada pela primeira vez, a apresentadora teve que passar por vários
exames, incluindo uma biópsia para saber a agressividade de seu câncer e uma
tomografia conhecida como PET para determinar a extensão da doença no corpo.
Este último exame mostrou que o tumor afetava apenas o seio direito, mas a biópsia
confirmou que seu câncer era especialmente agressivo. Conserva diz que "o mundo
desabou" naquele minuto.
"Mesmo sabendo que não havia metástase, sabia que era um câncer agressivo e
enlouqueci. Desapareci. Morri em vida", lembra a apresentadora no documentário,
visivelmente emocionada.
Para ela, uma das coisas mais difíceis nesse processo é ver sua família acompanhando-
a na tristeza.
"A dor de ver seus filhos sofrendo por você é de partir o coração. A dor de ver seu
marido indefeso...", diz ela no documentário.
Quimioterapia
Desde julho de 2022, a apresentadora passou por várias sessões de quimioterapia, que
registrou em detalhes por meio de seu celular. Em Brava, ela aparece sendo atendida
na clínica, cercada pelo cateter venoso e por especialistas, ou sendo levada de um
lugar para outro em uma maca.
“Esta é a primeira batalha desta guerra em que vou dar absolutamente tudo para
matar o inimigo”, diz em uma das cenas.
"Há uma escritora americana chamada Anne Boyer que, no seu livro Destroy, diz que
aceitar fazer quimioterapia é como escolher pular de um prédio quando alguém está
apontando uma arma para sua cabeça. Essa frase me gerou identificação. Quer dizer,
não há saída."
Após a primeira quimioterapia, Claudia Conserva conta que se sentiu feliz e aliviada
por saber que estava tratando a doença.
Mais tarde, porém, o quadro mudou quando ela começou a sentir os efeitos do
tratamento.
"Agora me sinto mal. Estou enjoada. É incapacitante. Eu não conseguia dirigir", diz.
"Ainda bem que fui eu. Não suportaria ver um filho passar por isso. Ainda bem que fui
eu e não eles."
Cabelo raspado
'Nunca pensei que ser completamente careca me afetaria tanto', diz Conserva
"Nunca pensei que ser completamente careca me afetaria tanto. E sim, algo aconteceu
comigo", reconhece ela no documentário.
"Tenho estado mais instável emocionalmente... o fato de ficar sem cabelo... você não
tem mais como negar que está doente."
A apresentadora desabafa que já não tem motivação e está triste e cansada. "Estou
exausta, cansada de ter câncer", diz.
Apesar de sua evolução ter sido boa, Claudia Conserva continua em recuperação e
longe das telas.
Entre as poucas declarações públicas que fez nos últimos meses, em março ela
reforçou que não tem previsão de volta à televisão.