Mudanças estruturais ocorrem no cérebro do idoso e envolvem as substâncias
cinzenta e branca. Há diminuição do volume cortical, especialmente nos córtices de associação heteromodal, como pré-frontal e temporal. Associação negativa entre espessura cortical e performance cognitiva tem sido relatada (Gautam, Cherbuin, Sachdev, Wen, & Anstey, 2011). Tem sido proposto que as atrofias localizadas são menos importantes que a desconexão cortical dentro das diferentes redes cognitivas, determinadas por alterações da integridade da substância branca que ocorre no cérebro idoso. Alterações na substância branca podem interferir com as conexões funcionais, sendo mais proeminentes na região frontotemporal de idosos (MENDONÇA, 2014).
Dificuldades da linguagem em idosos têm sido relacionadas à diminuição da
integridade da microestrutura da substância branca, observada em ambos os hemisférios cerebrais, nas imagens de tratografia (Goh, 2011). Os autores observaram que o envelhecimento não acarreta mudanças na organização das redes cerebrais de maneira aleatória, mas prioriza algumas. O circuito semântico da linguagem é uma delas, em especial a associação entre o temporal esquerdo e as regiões visuais occipitais (MENDONÇA, 2014).
Como um todo, os resultados do trabalho sugerem que o cérebro idoso modifica
sua organização estrutural para um padrão topologicamente mais localizado, ou seja, as regiões distantes se associam menos com as regiões que constituem o fulcro da função. Parece que as conexões mais longas são mais vulneráveis ao envelhecimento em relação às mais próximas. É possível que fatores neuronais e da conectividade se encontrem na gênese das alterações cognitivas, inclusive da linguagem, do indivíduo idoso (MENDONÇA, 2014).