Defesa Previa Modelo

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA CRIMINAL DE NOVO HAMBURGO
Procedimento nº 00816.007.706/2022 — Ação Penal - Procedimento Ordinário
Ação Penal - Procedimento Ordinário

5023527-76.2020.8.21.0019
Juízo da Vara do Júri e de Precatórias dos Processos do Júri da Comarca de Novo
Hamburgo
PARECER PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
MM. Juíza:
Trata-se de Defesa Preliminar, veiculada pela defesa do réu BRUNO EDUARDO
HOFFMANN, acusado do crime de tentativa de homicídio qualificado em face da
vítima LETÍCIA BEDNARECK mediante disparos de arma de fogo, alegando não estar
comprovada, nos autos, a prática do ato delitivo, bem como não estarem preenchidos
os requisitos legais para manutenção de sua prisão preventiva a qual, no sentir da
defesa, estaria se prolongando no tempo de forma a restar evidenciado o indesejado
excesso de prazo (Evento 39).
Preliminarmente, em relação às alegações defensivas no sentido de não haver,
nos autos, comprovação idônea acerca da prática de crime doloso contra a vida, tal
debate refere-se às questões relacionadas ao mérito e deverão ser discutidas em
momento processual oportuno, após o encerramento da instrução criminal, com o
advento da apresentação de memoriais.
Ademais, não se encontram- presentes quaisquer das hipóteses previstas no art.
395 ou art. 397 ambos do Código de Processo Penal a ensejar a pretendida absolvição
sumária.
Rua Dr. Bayard de Toledo Mércio, 160, Bairro Rondônia, CEP 93548-011, Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul
Tel. (51) 35826164 — E-mail mpcriminalnh@mprs.mp.br
No que se refere ao pedido de revogação da prisão preventiva deve ser
indeferido.
Com efeito, conforme vastos elementos angariados no processo, desde a fase
investigativa, verifica-se que encontram-se preenchidos os pressupostos e requisitos
autorizadores da segregação cautelar do acusado, na medida em que se trata de
indivíduo reincidente (Evento 29) a quem é imputada a prática de crime hediondo
doloso contra a vida, em concurso de pessoas e com emprego de arma de fogo a
evidenciar sua periculosidade concreta. Ademais, de acordo com o conjunto de provas
até então consubstanciado nos autos, ao que tudo indica, o acusado efetuou disparos
de arma de fogo contra a vítima, quando LETÍCIA tentou evadir-se a fim de subtrair-se
do roubo intencionado pelo réu a evidenciar a necessidade de manutenção de sua
prisão preventiva como única e exclusiva maneira de impedir a reiteração criminosa.
Outrossim, cumpre salientar-se também que, conforme apurado em seu
histórico policial (Evento 03), quando preso o acusado já havia praticado uma sucessão
de roubos a veículos e encontrava-se em situação de foragido, porquanto havia se
evadido do Instituto Penal de Novo Hamburgo/RS, onde cumpria pena no regime
semiaberto. Dessa forma, evidentemente, a manutenção de sua prisão preventiva se
mostra necessária também como garantia da aplicação da lei penal, impedindo-se nova
fuga e garantindo-se o resultado útil do processo.
A alegação de excesso de prazo não se verifica no caso vertente, na medida em
que o processo vem recebendo tramitação regular, desde o ajuizamento da ação penal
por crime contra o patrimônio - posteriormente, vindo o Tribunal de Justiça
desclassificar o fato para crime doloso contra a vida - sendo que em nenhum momento
se apurou paralisação indevida ou omissão por parte do Poder Judiciário ou do
Ministério Público. Apenas com o advento da pandemia em março de 2020 é que todos
os prazos processuais (e não apenas os do processo do réu) restaram suspensos por
situação sobre a qual o Poder Público não tinha qualquer controle ou ingerência. Dessa
forma, descabe falar-se em excesso de prova. Até porque, permanecem hígidos os
fundamentos que ensejaram a prisão preventiva de BRUNO, permanecendo íntegros os
requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Quanto à pretensão defensiva de substituição da prisão cautelar do réu por
aplicação de medidas cautelares mais brandas, igualmente, não merece acolhida,
porquanto as medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal pressupõem
senso de responsabilidade e disciplina por parte do beneficiário, predicativos não
vislumbrados na pessoa do réu que, reincidente na ocasião dos fatos, fugando do
sistema prisional em 21/10/2019, praticou crime doloso contra a vida em 25/12/2019 a
evidenciar seu total desprezo não apenas para com a vida humana, mas também pela
ação do Estado, restando cristalino que nutre sensação de impunidade.
DIANTE DO EXPOSTO, o Ministério Público requer o INDEFERIMENTO do
pedido de liberdade provisória, mantendo-se a prisão preventiva do acusado BRUNO
EDUARDO HOFFMANN nos termos como autoriza o art. 312 do Código de Processo
Penal, bem como requer seja dado prosseguimento feito nos termos do art. 410 e
seguintes do Código de Processo Penal.
Novo Hamburgo, 16 de janeiro de 2023.

Sandro de Souza Ferreira,

Promotor de Justiça.

Nome: Sandro de Souza Ferreira

Promotor de Justiça — 3430340
Lotação: Promotoria de Justiça Especializada de Novo Hamburgo
Data: 16/01/2023 21h49min
Documento eletrônico assinado por login e senha (Provimento nº 63/2016-PGJ).

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Trata-se de Defesa Preliminar, veiculada pela defesa do réu BRUNO EDUARDO

HOFFMANN, acusado do crime de tentativa de homicídio qualificado em face da

os requisitos legais para manutenção de sua prisão preventiva a qual, no sentir da

defesa, estaria se prolongando no tempo de forma a restar evidenciado o indesejado

excesso de prazo (Evento 39).

Preliminarmente, em relação às alegações defensivas no sentido de não haver,

debate refere-se às questões relacionadas ao mérito e deverão ser discutidas em

momento processual oportuno, após o encerramento da instrução criminal, com o

advento da apresentação de memoriais.

Ademais, não se encontram- presentes quaisquer das hipóteses previstas no art.

No que se refere ao pedido de revogação da prisão preventiva deve ser

Com efeito, conforme vastos elementos angariados no processo, desde a fase

investigativa, verifica-se que encontram-se preenchidos os pressupostos e requisitos

autorizadores da segregação cautelar do acusado, na medida em que se trata de

indivíduo reincidente (Evento 29) a quem é imputada a prática de crime hediondo

doloso contra a vida, em concurso de pessoas e com emprego de arma de fogo a

evidenciar sua periculosidade concreta. Ademais, de acordo com o conjunto de provas

do roubo intencionado pelo réu a evidenciar a necessidade de manutenção de sua

prisão preventiva como única e exclusiva maneira de impedir a reiteração criminosa.

Outrossim, cumpre salientar-se também que, conforme apurado em seu

de roubos a veículos e encontrava-se em situação de foragido, porquanto havia se

evadido do Instituto Penal de Novo Hamburgo/RS, onde cumpria pena no regime

semiaberto. Dessa forma, evidentemente, a manutenção de sua prisão preventiva se

fuga e garantindo-se o resultado útil do processo.

A alegação de excesso de prazo não se verifica no caso vertente, na medida em

por crime contra o patrimônio - posteriormente, vindo o Tribunal de Justiça

se apurou paralisação indevida ou omissão por parte do Poder Judiciário ou do

os prazos processuais (e não apenas os do processo do réu) restaram suspensos por

forma, descabe falar-se em excesso de prova. Até porque, permanecem hígidos os

fundamentos que ensejaram a prisão preventiva de BRUNO, permanecendo íntegros os

requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.

Quanto à pretensão defensiva de substituição da prisão cautelar do réu por

aplicação de medidas cautelares mais brandas, igualmente, não merece acolhida,

porquanto as medidas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal pressupõem

senso de responsabilidade e disciplina por parte do beneficiário, predicativos não

vislumbrados na pessoa do réu que, reincidente na ocasião dos fatos, fugando do

sistema prisional em 21/10/2019, praticou crime doloso contra a vida em 25/12/2019 a

ação do Estado, restando cristalino que nutre sensação de impunidade.

DIANTE DO EXPOSTO, o Ministério Público requer o INDEFERIMENTO do

pedido de liberdade provisória, mantendo-se a prisão preventiva do acusado BRUNO

seguintes do Código de Processo Penal.

Novo Hamburgo, 16 de janeiro de 2023.

Sandro de Souza Ferreira,

Nome: Sandro de Souza Ferreira

Documento eletrônico assinado por login e senha (Provimento nº 63/2016-PGJ).

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