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Segundo Encontro Grupo Tarde - As Sufragistas Inglaterra e Brasil
Segundo Encontro Grupo Tarde - As Sufragistas Inglaterra e Brasil
(séc. XIX)
Feminismo Sufragista
(séc. XIX)
O movimento pelo sufrágio feminino é um movimento social, político e
econômico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio (o direito
de votar) às mulheres. Participam do sufrágio feminino mulheres ou
homens, denominados sufragistas.
A luta pelo voto feminino foi sempre o primeiro passo a ser
alcançado no horizonte das feministas da era pós-revolução
industrial. As "suffragettes" (em português, sufragistas),
primeiras ativistas do feminismo no século XIX, eram assim
conhecidas justamente por terem iniciado um movimento no
Reino Unido a favor da concessão, às mulheres, do direito ao
voto. O seu início deu-se em 1897, com a fundação da União
Nacional pelo Sufrágio Feminino por Millicent Fawcett (1847-
1929), uma educadora britânica.
• Ela foi líder da organização NUWSS (National Union of Women's Suffrage Societies /União
Nacional pelo Sufrágio Feminino ).
• “Eu não posso dizer que me tornei uma sufragista”, ela escreveu uma vez. “Eu sempre fui uma, desde quando tinha
consciência o suficiente para pensar sobre os princípios do Governo Representativo”. (NUWSS typescript, n.d., Manchester
Central Library, M50/2/10/20).
• Ela se tornou reconhecida principalmente como uma importante oradora e conferencista – em assuntos políticos e
acadêmicos assim como em assuntos sobre as mulheres – na década de 1870, quando mulheres raramente se aventuravam
em plataformas públicas. Os críticos se desarmavam pela sua aparência e performace. (Rubinstein, 38–9) (Oxford DnB)
Ainda que obtendo um limitado sucesso em sua empreitada (a conversão de alguns membros do então embrionário
Partido Trabalhista Britânico para a causa dos direitos das mulheres é um exemplo), a maioria dos parlamentares
daquele país acreditavam, ainda respaldados nas ideias de filósofos britânicos como John Locke, e defendiam que as
mulheres eram incapazes de compreender o funcionamento do Parlamento Britânico e, por conseguinte, não podiam
tomar parte no processo eleitoral.
Em outubro de 1903, ela ajudou a fundar Women’s Social and Political Union (WSPU) – uma
organização que ganhou muita notoriedade pelas suas atividades e cujos membros foram os
primeiros a serem chamados “suffragettes”. A filha de Emmeline, Christabel and Sylvia
também participaram desta causa.
Após ser detida repetidas vezes com base na lei "Cat and Mouse", por infrações triviais, inspirou membros do grupo a fazer
greves de fome. Ao serem alimentadas à força e ficarem doentes, chamaram a atenção da opinião pública pela brutalidade
do sistema legal na época e também divulgaram a sua causa. Ela foi uma militante que imprimiu um estilo mais enérgico ao
movimento, o qual culminou com situações de confronto entre sufragistas e policiais e, finalmente, com a morte de uma
manifestante, Emily Wilding Davison (1872-1913), que se atirou à frente do cavalo do rei da Inglaterra no célebre Derby de
1913, tornando-se a primeira mártir do movimento.
Movimento Feminista Britânico
https://www.youtube.com/watch?v=bdqLoYaO2es
- Movimentos causaram grande comoção em 1910.
-Habilitando-se ao sufrágio, as mulheres passariam a ser também elegíveis e assim, pensavam as feministas, poderiam concorrer de
igual para igual com os homens por cargos eletivos.
O voto feminino
no Brasil
Brasil
1810 - 1885 1851 - ? 1859 - 1935 1890 - 1972 1893 - 1980 1894 -1976
https://www.youtube.com/watch?v=VbTeJwcuLLk
Josefina Álvares de Azevedo
(1851-?)
Jornal “A Família”
Além disso, escreveu uma importante comédia intitulada “O Voto
Feminino”, encenado apenas uma vez num dos teatros mais
populares do Rio de Janeiro na época. A peça enfatiza o ridículo
da resistência masculina em aceitar a participação feminina nas
questões políticas no Brasil. Também reuniu seus artigos e editou
a coletânea “A mulher moderna: trabalhos de propaganda”.
Apropriado como instrumento de “agitação e propaganda” na luta
pelos direitos políticos das mulheres, “O Voto Feminino” se impôs
como texto teatral emblemático do sufragismo à brasileira em sua
fase de gestação.
Enquanto isso...
Em 1910 Leolinda Daltro e outras feministas, entre elas a escritora Gilka Machado, fundaram, na então capital federal, o Partido Republicano
Feminino, cujo objetivo era “promover a cooperação entre as mulheres na defesa de causas que fomentassem o progresso do país”. Como não
poderia deixar de ser, o objetivo maior da agremiação era a luta pelo sufrágio feminino, uma vez que as mulheres não podiam votar e nem ser
votadas. Esse grupo de feministas adotou uma linguagem política de exposição pessoal diante de críticas da sociedade, realizando
manifestações públicas que não foram tratadas com indiferença pela imprensa e os leitores. O Partido Republicano Feminista teve o mérito
inegável de lançar, no debate público, o pleito das mulheres pela ampla cidadania.
Leolinda Daltro
(1859 -1935)
Leolinda nasceu na Bahia e foi uma professora que, antes de se envolver mais
ativamente no movimento feminista de sua época, atuou como indigenista, defendendo o
direito de vida e da afirmação da cultura indígena.
Era a favor da implantação de uma educação laica para os índios do Brasil.
Traçou um ambicioso projeto de penetrar nos sertões e educar os índios às suas custas.
Encontrou obstáculos entre os donos das terras e os missionários católicos, mas seguiu sua
ambição em uma escala menor.
Seu projeto pedagógico foi inovador para a época e é muito admirado até os dias de
hoje.
Em 1910, se envolveu no ativismo sufragista e criou o Partido Republicano Feminino, antes mesmo que as mulheres tivessem
direito ao voto.
Em 1911, ela fundou a Escola de Artes e Profissões Orsina da Fonseca, voltada para a formação de mulheres.
O jornal “Gazeta de Notícias” registra a tentativa de Leolinda e de colaboradoras de entregar ao Presidente da República um manifesto
em favor da entrada do Brasil na guerra. Assim como tantos associavam o direito ao sufrágio à defesa da pátria.
Leolinda defendia as duas causas:
que as mulheres deviam votar e que
podiam colaborar com o esforço de
defesa.
Exemplo disso era o treinamento de
tiro que ela promovia às suas alunas e a
quem mais o desejasse. Fazia isso há
bastante tempo já, desde que sua
amiga, Orsina da Fonseca, mulher do
Presidente Hermes da Fonseca, a
apoiara.
Ora tratada com gentileza, ora
tratada com escárnio pela imprensa,
Leolinda polarizava opiniões.
Em 2013, o estado do
Rio de Janeiro instituiu o
Diploma Mulher Cidadã
Leolinda de Figueiredo
Daltro, condecorando, a
cada ano, dez mulheres
de destaque na defesa
dos direitos e da
representação feminina.
Gilka Machado
(1893 - 1980)
Além de lançar-se como pioneira na libertação poética da mulher, Gilka também foi
ativista política e social de grande importância. Em 1910, foi uma das idealizadoras, junto
com Leolinda Daltro, do Partido Republicano Feminino, que tinha como objetivo a luta pelo
sufrágio feminino, abrindo o caminho para discussões sobre os direitos das mulheres. No
mesmo ano, casou-se com o poeta e jornalista Rodolfo de Melo Machado – tornando-se
Gilka Machado – falecido 13 anos depois, com quem teve dois filhos. O rapaz, Hélio,
morreu em 1979, é o tema de seu último poema (“Meu menino”).
Poderia ter sido a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras quando, após mudança do estatuto que
proibia o ingresso de mulheres, lhe teria sido possível candidatar-se, atendendo a convite que lhe foi dirigido por Jorge Amado e
apoiado por outros acadêmicos. Mas recusou o convite. Recebeu, contudo, da Academia Brasileira de Letras, em 1979, o prêmio
Machado de Assis, pela publicação do volume de suas Poesias Completas.
Clamando por liberdade, tanto político-social quanto existencial, nos seus escritos tem o toque sensível do feminino
acompanhado da força de quem luta, seja através do erotismo (que fora utilizado por ela como ferramenta para a alforria) ou da
exposição do que é ser mulher.
“Sonhei em ser útil à humanidade. Não
consegui, mas fiz versos. Estou convicta de
que a poesia é tão indispensável à
existência como a água, o ar, a luz, a
crença, o pão e o amor."
https://www.youtube.com/watch?v=EuzDMFctUbo https://www.youtube.com/watch?v=LMFSK7p2ElQ
Celina Guimarães Viana
(1890 - 1972)
No nordeste, a pioneira, professora Celina Guimarães Vianna, conseguiu seu registro para votar na década de 20. Ela é a
primeira eleitora do Brasil e da América Latina. Nascida no Rio Grande do Norte, Celina requereu sua inclusão no rol de
eleitores do município de Mossoró (RN) em novembro de 1927.
Em uma época em que as escolas disciplinavam seus alunos com palmatórias –instrumentos
com os quais se castigavam batendo na palma da mão – há registros de que Celina as abolia e
usava outros mecanismos, inclusive o teatro para atrair a atenção de seus alunos. Junto com
Eliseu Viana, seu marido, professor e advogado, criou textos de peças, montou figurino e
realizou apresentações com fins de educar e entreter.
Celina teria se engajado mesmo, muito mais na conscientização de outras mulheres para
que se interessassem em se alistar e a votar, depois da conquista do primeiro voto. Ainda no
final de 1927, ela elaborava e distribuía panfletos com texto em que pedia que as mulheres
tomassem a iniciativa de votar.
Foi por causa do pioneirismo de Celina que ela e Bertha Lutz, uma das mais renomadas
lutadoras pelo direito do voto para mulheres da época, se conheceram. Bertha já em 1924
havia criado em São Paulo a Federação para o Progresso Feminino. As duas ficaram amigas,
trocaram correspondências, estimulando para que a luta pelo voto feminino fosse permanente
até a sua conquista em 1932.
A conquista do voto feminino no Brasil completa, em 2016, 84 anos. Somente no dia 24 de fevereiro de 1932, após
intensa campanha nacional pelo direito das mulheres, é que foi publicado o primeiro Código Eleitoral do Brasil.
APRESENTAR – https://www.youtube.com/watch?v=xkgru2L3EUk
https://www.youtube.com/watch?v=pO_IMruV-hU